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A influência do Estágio Supervisionado na formação inicial de professores de Matemática

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS

CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

JAÍNE CARLA ALVES DA ROCHA

A INFLUÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA

CAICÓ – RN 2019

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JAÍNE CARLA ALVES DA ROCHA

A INFLUÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Matemática da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como exigência parcial para obtenção do título de graduação em Licenciatura em Matemática. Orientador: Prof. Me. José Melinho de Lima Neto.

CAICÓ – RN 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Profª. Maria Lúcia da Costa Bezerra - - CERES--Caicó

Rocha, Jaíne Carla Alves da.

A Influência do Estágio Supervisionado na Formação Inicial de Professores de Matemática / Jaíne Carla Alves da Rocha. – Caicó: UFRN, 2019.

31f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Matemática) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ensino Superior do Seridó, Campus Caicó. Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas.

Orientador: Me. José Melinho de Lima Neto.

1. Estágio Supervisionado. 2. Matemática. 3. Professores. 4. Formação Inicial. I. Lima Neto, José Melinho de. II. Título. RN/UF/BS-Caicó CDU 51:371.13

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Aos meus pais, irmão, amigos e mestres, pelo incentivo e por acreditarem na minha capacidade de realizar esse sonho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ser meu sustento e refúgio, por me dar forças para superar todas as dificuldades e tornar possível a realização desse sonho.

Agradeço imensamente à minha família, em especial, ao meu pai João Cremilson Félix da Rocha e minha mãe Dalvacy Alves dos Santos Rocha por toda compreensão, amor, dedicação e incentivo que deram durante toda minha vida e, principalmente, ao longo dessa trajetória. E ao meu irmão Jean Cláudio Alves da Rocha, por me acompanhar nessa caminhada e me ajudar sempre no que fosse possível. Tudo o que sou hoje, devo exclusivamente a vocês. Obrigada por sempre estarem comigo, os amo muito!

Agradeço a todos os mestres, desde os anos iniciais até os atuais, por contribuírem para que eu chegasse até aqui. Sem todos os ensinamentos de vocês, jamais conseguiria alcançar essa meta.

Agradeço aos meus colegas e amigos que tive a honra de conhecer na graduação, especialmente: Emmylie Medeiros, Flávia Santana, Wesla Rafaela, Danyélica Dayane, Luiz Fernando, Iritan Ferreira, Gabriela Lariça, Gabriela Karine, Tâmara Kadidja, Marcos Vinícius, Bruno Alan, José Gilvan e Pablo Lucas. Sem dúvidas vocês fizeram esses longos e difíceis anos, melhores e mais felizes. Sou grata por tudo que passamos. Cada conversa, angústia, risadas e brincadeiras compartilhadas ficarão pra sempre comigo. Obrigada por todos os ensinamentos divididos e por cada momento vivido, vocês foram fundamentais para a minha conclusão do curso.

E, finalmente, agradeço ao meu professor e orientador, José Melinho de Lima Neto, pelo apoio e paciência no desenvolvimento desse trabalho.

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“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.” (Paulo Freire)

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo principal analisar a influência que o Estágio Supervisionado tem na formação inicial docente, com alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES, campus Caicó – RN, baseado na pesquisa qualitativa. Autores como Coelho (2007), Pimenta e Lima (2008), entre outros, foram tomados como base para o referencial teórico. O projeto traz uma breve história de como surgiu a necessidade de realizar-se o Estágio Supervisionado e como o mesmo foi implementado nos cursos de licenciatura como, também, dados obtidos através de estudo empírico e reflexões desenvolvidas durante as disciplinas de Estágio, enquanto discente do Curso de Licenciatura em Matemática. A pesquisa teve como etapas a elaboração e aplicação de um questionário com licenciandos que concluíram todas as etapas do Estágio Supervisionado, com o intuito de identificar sua influência para os futuros professores. A análise dos resultados obtidos mostrou que os acadêmicos acreditam que o Estágio é um momento marcante e decisivo na formação, sendo um fator relevante para a escolha do estagiário em ser educador e qual sentido será dado à possível profissão.

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ABSTRACT

The present work has as main objective to analyze the influence that the Supervised Internship has in the initial teacher training, with students of the Federal University of Rio Grande do Norte - UFRN, Center of Higher Education of the Seridó - CERES, campus Caicó – RN, based on qualitative research. Authors like Coelho (2007), Pimenta and Lima (2008), among others, were taken as basis for the theoretical reference. The project provides a brief history of how the need arose to carry out the Supervised Internship and how it was implemented in the undergraduate courses, as well as data obtained through an empirical study and reflections developed during the Internship subjects, as a student of the Degree in Mathematics. The research had as stages the elaboration and application of a questionnaire with graduates who concluded all the stages of the Supervised Internship, in order to identify its influence for the future teachers. The analysis of the results showed that the academics believe that the Internship is an important and decisive moment in the training, being a relevant factor for the trainee's choice to be an educator and what sense will be given to the possible profession.

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LISTA DE SIGLAS

CERES – Centro de Ensino Superior do Seridó

PIBID – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PPC – Projeto Pedagógico do Curso

RN – Rio Grande do Norte

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

1.1 OBJETIVOS ... 13

1.1.1 GERAL ... 13

1.1.2 ESPECÍFICOS ... 13

2 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES ... 14

2.1 A LICENCIATURA EM MATEMÁTICA DO CERES NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO ... 15

2.2 O ESTÁGIO COMO ARTICULADOR DA RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES ... 18

2.3 ESTÁGIO SUPERVISIONADO: REFLETINDO SOBRE AS EXPERIÊNCIAS ... 20

3 METODOLOGIA ... 22

3.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 22

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 25

REFERÊNCIAS ... 28

APÊNDICES ... 30

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10 1 INTRODUÇÃO

A história da educação no Brasil aponta para uma diversidade de políticas públicas, propostas pedagógicas e métodos de ensino. Dessa forma, ao que se refere à formação de professores, isso não foi diferente. Desde a época do Império, já havia uma preocupação com a formação dos profissionais que iriam atuar como futuros docentes. Em 1827, foram instaladas as primeiras escolas de ensino mútuo, considerado o método pedagógico oficial a ser aplicado nas escolas de primeiras letras de todo o império brasileiro. De acordo com Tanuri (2000, p. 63) apud Carvalho (2013, p. 22) “essa foi realmente a primeira forma de preparação de professores, forma exclusivamente prática, sem qualquer base teórica”.

Desde então, outras instituições ou escolas formadoras de professores começaram a ser implantadas no Brasil, seguindo o modelo europeu. A primeira foi fundada em 1835, após a reforma constitucional de 1834, em Niterói, que depois se expandiu em outros territórios brasileiros, sendo denominadas Escolas Normais1, visando a necessidade de se adquirir técnicas para a profissionalização de futuros professores. Como currículo para a formação docente estava apenas: ler e escrever, as quatro operações e proporções, a língua nacional, elementos de geografia e princípios da moral cristã. Com a instalação dessas escolas se iniciaram as atividades de estágio, denominadas práticas de ensino (DIDONE, 2007).

Após o advento da República, foram criadas as primeiras escolas de aplicação, integradas às Escolas Normais, que seriam os locais de práticas docentes. Segundo Didone (2007), a prática aplicada nessas escolas era totalmente separada da teoria que era vista na Escola Normal, sendo assim, a prática se dava por imitação dos modelos adotados pelos professores da escola de aplicação. Só ao final do século XIX que foi requerido por seis meses a aplicação de estágio em escolas primárias, sendo considerado um grande avanço no sentido de formação do magistério, no entanto, teoria e prática continuavam desvinculadas.

Foi com o intuito de satisfazer essa necessidade de unir teoria e prática, que o estágio curricular supervisionado transformou-se, simbolicamente, em um elemento da formação profissional, podendo ser entendido como a oportunidade do estagiário mostrar suas

1 A Escola Normal tinha o objetivo de formar professores para atuarem no magistério de ensino primário e era

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11 competências no desenvolvimento das atividades em sala de aula e colocar em prática os conhecimentos adquiridos no decorrer da graduação.

O Estágio Curricular Supervisionado é, atualmente, um componente curricular obrigatório nos cursos de licenciaturas. Por ser a primeira experiência em sala de aula para grande parte dos discentes, é gerada uma grande expectativa de como será a sua prática. É um momento importante na vida dos graduandos, pois, a partir da sua experiência, poderá ser uma ocasião decisiva para a sua formação, sendo um fator relevante para a escolha do estagiário em ser professor e quais sentidos dará a profissão.

Conforme Coelho (2007, p. 02):

A disciplina de Estágio Supervisionado no Ensino Básico tem como objetivo central proporcionar aos alunos oportunidades para refletir sobre, questionar e talvez (re)elaborar as próprias concepções do ensino de Matemática, “dialogando” com a bibliografia, analisando as relações e as interações que se estabelecem no cotidiano escolar. O aluno tem também oportunidade de estudar, analisar e aplicar diferentes metodologias e ver a realidade escolar com olhar investigativo, procurando contribuir com a apresentação de sugestões que possam melhorar as condições dessa realidade.

Ou seja, é o período em que os alunos podem articular teoria e prática como, também, o momento em que os licenciandos entrarão em contato direto com o contexto escolar, tendo a oportunidade de ampliar sua reflexão e construir ou desconstruir expectativas sobre a profissão e o ser professor. Pimenta e Lima (2004) afirmam que o estágio é o eixo central na formação de professores, pois é através dele que o profissional conhece os aspectos indispensáveis para a formação da construção da identidade e dos saberes do dia a dia.

Pimenta destaca ainda que:

Para além da finalidade de conferir a habilitação legal ao exercício profissional docência, do curso de formação espera que forme professor. Ou colabore para sua formação. Melhor seria que colabore para o exercício da atividade docente, uma vez que professorar não é atividade burocrática, a qual se adquire conhecimentos e habilidades técnico-mecânicas. Dada à natureza do trabalho docente, que é ensinar como contribuição ao processo de humanização dos alunos historicamente situados, espera-se da licenciatura que desenvolva nos alunos conhecimentos e habilidades, atitudes e valores que lhes possibilitem permanentemente irem construindo seus saberes-fazeres docentes a partir das necessidades e desafios que o ensino como a prática social lhes coloca no cotidiano. (2011, p. 18).

Diante disso, o presente trabalho tem por foco principal a formação docente, mais especificamente a formação inicial do professor de Matemática, bem como analisar de que

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12 maneira o Estágio Supervisionado contribui para a formação e o desenvolvimento profissional dos futuros docentes.

Meu primeiro contato direto com uma sala de aula como professora de matemática foi durante minha participação quando aluna do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), mas foi o Estágio Supervisionado que me proporcionou maior reflexão sobre o que é ser professor e o quanto nossa prática pode ser significativa dentro da comunidade escolar, o que acabou me motivando a querer seguir a profissão. Foram as experiências adquiridas que me conduziram a realizar esta pesquisa, pois sempre me ocorreu a dúvida sobre o que meus colegas de curso achavam a respeito do estágio.

É sabido que a docência é uma das profissões mais difíceis. E quando se trata de ensinar matemática acaba se tornando um desafio ainda maior, por ser uma disciplina onde o índice de rejeição por parte dos alunos é tão grande e, por vezes, considerada muito complexa. Isso pode acarretar em um desestímulo para os acadêmicos, pois aquele momento fica visto como uma prévia dos enfrentamentos que é atuar enquanto professor titular e a sua experiência será de grande valia na escolha profissional. A partir disso, surgiu o questionamento: quais contribuições e influências o Estágio Supervisionado tem durante esse período de formação inicial? Para isso, foi realizada uma entrevista semiestruturada com alunos que concluíram todos os estágios do curso de Matemática do Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

A escola proporciona o espaço físico e com ele saberes que nos possibilitam sair do abstrato, das salas da universidade e partir para a prática, ressaltando que tais práticas se configuram não de forma assistencialista, mas de forma educativa. Dessa forma encontramos em Oliveira (2008, p.13) apud (Pinto; Ferreira; Lopes, 2012, p. 11) sobre as transformações das práticas docentes que só se efetivarão se o professor ampliar sua consciência sobre sua prática, a de sala de aula e a da escola como um todo, o que pressupõe os conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade.

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13 1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Geral

Investigar a influência que o Estágio Supervisionado tem na formação inicial de professores de Matemática no Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, campus Caicó.

1.1.2 Específicos

 Analisar a concretização e a relação teoria-prática dos conhecimentos necessários à formação docente;

 Desenvolver pesquisa com alunos que já concluíram todas as etapas nas disciplinas de Estágio Supervisionado;

 Identificar contribuições ou dificuldades encontradas pelos licenciandos no desenvolvimento do Estágio Supervisionado.

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14 2 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

O Estágio Supervisionado é um tema que vem sendo amplamente debatido durante as últimas décadas no que se refere à formação de professores, pois este constitui um momento de aquisição e aprimoramento de conhecimentos e habilidades essenciais ao desenvolvimento profissional, tendo como função a inserção do aluno, futuro professor, em atividades escolares.

As disciplinas de estágio são componentes curriculares obrigatórias nos cursos de licenciaturas que possibilitam aos licenciandos desenvolver experiências no âmbito acadêmico e o contato direto com o campo de atuação profissional, contribuindo significativamente para a construção de profissionais atentos às problemáticas do contexto educacional.

No CERES existem 4 (quatro) cursos de formação de professores, sendo eles: Licenciatura em Geografia, Licenciatura em História, Pedagogia e Licenciatura em Matemática. Com relação ao Estágio Supervisionado, cada um dos cursos possui suas particularidades, principalmente na carga horária distribuída por eles em todas as etapas. De acordo com o Projeto Pedagógico do Curso – PPC de cada um destes, o curso de Geografia é o que possui a maior carga horária, totalizando 405 (quatrocentas e cinco) horas, enquanto os demais totalizam 400 (quatrocentas) horas. Apenas o curso de Pedagogia oferece as disciplinas de estágio em 3 (três) semestres.

Porém, nosso foco é o curso de Licenciatura em Matemática e este capítulo tem por objetivo averiguar como está distribuído o Estágio Supervisionado na sua grade curricular, bem como discorrer sobre a articulação da relação teoria e prática na formação docente. E, posteriormente, relatar sobre minhas reflexões enquanto discente e também personagem do objeto de estudo.

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15 2.1 A Licenciatura em Matemática do CERES no Estágio Supervisionado

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, o Estágio Supervisionado é um dos componentes da dimensão prática, definido como o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação do educando para o exercício da profissão. O mesmo ainda é considerado uma das primeiras oportunidades de experiência à maioria dos futuros professores, durante todo o curso de graduação, lhes permitindo entrar em contato direto com o seu póstero ambiente de trabalho.

No Curso de Licenciatura em Matemática do CERES, os estágios são constituídos por um conjunto de atividades especiais coletivas, que envolvem teoria e prática, sob a orientação de um professor orientador, realizadas preferencialmente nas escolas de Educação Básica, nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, no ensino regular e na modalidade Educação de Jovens e Adultos e dispor de profissionais licenciados na área de Matemática para assumirem a supervisão do estágio. São realizados no período letivo escolar e têm duração de no mínimo 400 (quatrocentas) horas, conforme estabelecido no Art. 1º da Resolução do Conselho Nacional de Educação – CNE/CP nº 2 de 19 de fevereiro de 2002 e a Lei 11.788 de 25 de setembro de 2008, com essa carga horária distribuída a partir do início da segunda metade do curso e deve ser avaliado conjuntamente pela instituição formadora e a escola campo de estágio.

São assim denominados: Estágio Supervisionado de Matemática I, Estágio Supervisionado de Matemática II, Estágio Supervisionado de Matemática III e Estágio Supervisionado de Matemática IV, oferecidos sucessivamente nos quatro semestres finais do curso, com duração de 100 (cem) horas cada, sendo essa carga horária dividida entre atividades desenvolvidas na universidade e na instituição de atuação do estagiário.

Conforme o PPC, é objetivo do Estágio Supervisionado possibilitar aos licenciandos estagiários:

 Compreender o contexto da realidade social da escola campo de estágio, de modo a permitir ao licenciando se posicionar criticamente face a essa realidade e de participar de sua transformação;

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 Adotar comportamentos e tomar decisões pautadas pela ética, pela superação de preconceitos, pela aceitação da diversidade física, intelectual, sensorial, cultural, social, racial, linguística e sexual dos alunos, tendo como princípio básico que todos são capazes de aprender;

 Desenvolver habilidades e explorar concepções de ensino-aprendizagem na sua área de conhecimento;

 Organizar e vivenciar os processos de ensino-aprendizagem e repensar os conteúdos e práticas de ensino, levando em conta o contexto social, os objetivos da escola, as condições da instituição escolar e as motivações e experiências dos alunos;

 Criar, realizar, avaliar e melhorar propostas de ensino e aprendizagem, procurando integrar as áreas de conhecimento e estimular ações coletivas na escola, de modo a propor uma nova concepção de trabalho educativo;

 Investigar o contexto educativo na sua complexidade e refletir sobre a sua prática profissional e as práticas escolares, de modo a propor soluções para os problemas que se apresentem.

Além disso, são instrumentos legais exigidos para a realização do estágio:

 Termo de Compromisso do Estagiário a ser firmado entre a UFRN, a escola campo de estágio e o licenciando estagiário, com intervenção obrigatória da UFRN, por meio do Coordenador do Estágio do CERES;

 Comprovante de inclusão do nome do licenciando estagiário na Apólice de Seguro Contra Acidentes Pessoais;

 Ficha de Frequência durante a realização de atividades na escola campo de estágio.

No que se refere ao andamento de cada etapa do Estágio Supervisionado, o mesmo é constituído por estágio de observação e estágio de regência. A fase de observação se dá nos dois primeiros estágios com a presença do aluno na escola e na sala de aula, onde deverão ser feitas observações sobre o espaço físico escolar, o corpo docente e administrativo, o Projeto Político Pedagógico da escola, a metodologia adotada pelo professor regente, entre outros aspectos definidos pela instituição e pelo professor orientador.

Enquanto isso, a fase de regência é dividida nos dois últimos estágios, sendo esses realizados no Ensino Fundamental (6º ao 9º anos) e no Ensino Médio. Durante esse período, o

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17 aluno tem autonomia para desenvolver projetos de intervenção, planejar e ministrar aulas, realizar atividades como preenchimento de diários, elaboração e aplicação de provas. Nessas etapas é fundamental um diálogo construtivo entre estagiário, professor orientador e professor supervisor, não dispensando as aulas dialogadas nas universidades (BARREIRO; GEBRAN, 2006).

Após o fim de cada estágio, fica definido pelo art. 73 da Resolução nº 171/2013-CONSEPE que:

O estudante tem a obrigação de entregar um relatório final à unidade onde se realiza o estágio e ao professor orientador.

§ 1º Caso a duração do estágio seja superior a um semestre, o estudante também tem a obrigação de entregar relatórios parciais a cada 6 (seis) meses. § 2º O professor orientador deve receber também, da unidade onde se realiza o estágio, avaliações e frequência do estagiário, assinadas pelo supervisor de campo.

No decorrer da vivência, a prática de ensino deve propiciar ao professor em formação inicial o desenvolvimento de saberes indispensáveis para o seu trabalho, permitindo que o estagiário investigue o contexto educativo na sua complexidade e reflita sobre sua prática profissional e as práticas escolares, de forma que o possibilite propor soluções para problemas encontrados.

Com isso, o estagiário tem a oportunidade de organizar e vivenciar os processos de ensino e de aprendizagem, tentando agregar a Matemática a outras áreas do saber, levando em consideração as experiências adquiridas como aluno no decorrer de sua graduação e estimulando ações em conjunto.

Quando os licenciandos trabalham os conteúdos e as atividades do estágio no campo de seu conhecimento específico, percebem que os problemas e as possibilidades de seu cotidiano serão debatidos, estudados e analisados, ficando aberta a possibilidade de se sentirem em um movimento de transitar por entre o saber e o saber fazer, de idas e vindas, entre a teoria estudada nas diferentes disciplinas do curso e a prática profissional. Sendo este um momento para repensar nossa prática educativa.

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18 2.2 O estágio como articulador da relação teoria e prática na formação de professores

Um dos maiores desafios para os discentes de licenciatura é conseguir unir a teoria e a prática para ter um bom desempenho em sua profissão. Dessa maneira, o Estágio Supervisionado desempenha o papel de modelador na preparação do graduando durante o processo de formação para execução da prática.

A oportunidade de estabelecer os nexos existentes entre os conhecimentos teóricos adquiridos durante o processo de formação acadêmica e a realidade nas quais o ensino ocorre, é uma vertente fundamental no currículo da preparação inicial de professores. É no momento da realização do estágio que ocorre a consolidação das relações presentes no fazer docente e na relação teoria/prática, onde ambas se articulam e se completam. Nesse período, o futuro profissional toma o campo de atuação como objeto de estudo, de investigação, de análise e de interpretação crítica.

Conforme Tardif (2002) apud Oliveira (2008), a prática profissional não é a mera aplicação de teorias elaboradas fora dela, mas um momento singular e relativamente autônomo de aprendizagem e de formação para os futuros professores. Dessa forma, a formação profissional é orientada para a prática e, consequentemente, para a escola enquanto espaço de execução docente.

Ainda de acordo com Tardif (2002, p. 288) apud Oliveira (2008), a “formação inicial visa a habituar os alunos – os futuros professores – à prática profissional dos professores de profissão e a fazer deles práticos e „reflexivos‟”. Nesse sentido, a formação inicial deve propiciar constante variação entre a formação teórica e a prática profissional.

Não se deve apenas colocar o aluno do ensino superior na escola para realizar o estágio obrigatório, deve ser fornecido o conhecimento teórico para que os futuros professores tenham a capacidade de investigar e analisar o seu campo de atuação e, também, que permitam aos mesmos contribuições para questionar as práticas vigentes nas instituições.

Leite nos acrescenta que:

Teoria e prática passam a ser consideradas como elementos indissociáveis da atividade docente, uma vez que, para se refletir sobre seu trabalho, sobre sua ação e sobre as condições sociais e históricas de sua prática, o professor precisa de referenciais teóricos que lhe possibilite uma melhor compreensão e aperfeiçoamento de sua atividade educativa (2008, p. 10).

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19 Ou seja, é nesse momento da licenciatura que o estagiário deve buscar conhecer todo o ciclo da escola para que o mesmo possa saber como se comportar em diversos momentos numa instituição de ensino, que vai desde a convivência na sala de professores ao planejamento de atividades feito pela escola para todo o ano.

A prática dos professores não é somente um espaço de aplicação de saberes resultantes da teoria, mas, também é um espaço prático particular de produção de saberes particulares oriundos dessa mesma prática. O estágio traz elementos da prática do docente atuante para serem discutidos com os acadêmicos que estão em processo de formação, para um aperfeiçoamento teórico dessa prática, inclusive numa tentativa de melhoria dessa execução. O estágio deverá, portanto, servir como fonte de reflexão sobre os aspectos teórico-práticos do processo de ensino e aprendizagem. Trata-se de um vínculo possível de tornar efetiva a fundamentação teórica e a prática educacional imposta na formação inicial dos discentes.

Entendemos que cabe ao professor o compromisso de buscar no seu dia a dia de ensino a realização de atividades que estejam (co)relacionadas com o fundamento teórico e com as necessidades individuais de cada aluno, lhe proporcionando possibilidades de evolução e transformação cognitiva, social e afetiva. Dessa forma, espera-se que o estágio seja um subsídio prático, onde os estagiários coloquem suas teorias estudadas em um polo de execução (a escola), que seja o lugar onde terá o primeiro contato com a profissão, deixando os muros da universidade e partindo para o campo do mercado de trabalho, do exercício da carreira propriamente dita.

Conclui-se, então, que uma não pode estar separada da outra, pois precisamos da teoria para obtermos conhecimentos profissionais essencialmente pragmáticos constituído pelas teorias pedagógicas, voltadas para a solução de situações problemáticas. Enquanto a prática nos dá a capacidade de reflexão sobre nosso processo de formação inicial e compreensão da complexidade do ofício, nos dando a possibilidade de ensinar e aprender por meio da execução profissional.

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20 2.3 Estágio Supervisionado: refletindo sobre as experiências

Neste tópico irei discorrer sobre as minhas reflexões obtidas durante a prática do Estágio Supervisionado enquanto futura professora de Matemática e dar um breve destaque às atividades do PIBID.

Todos os meus estágios foram realizados em escolas da rede pública de ensino, na cidade de São Fernando – RN, as quais já havia sido aluna. Apesar de ambas já serem ambientes familiares, quando se muda a condição de aluna para estagiária, percebemos como são importantes aqueles primeiros momentos de como é, de fato, atuar na docência e conhecer o ambiente escolar a partir de uma nova perspectiva.

Embora já tivesse a experiência de como é atuar como professora durante o período em que fui bolsista do PIBID, os estágios me proporcionaram uma maior clareza de como é grande a responsabilidade de ser um educador. Pois, enquanto aluna do projeto, nosso objetivo era apenas dar um reforço nos conteúdos que os alunos já haviam estudado durante suas aulas com o professor, à medida que no Estágio Supervisionado é de nossa inteira incumbência repassar todo o assunto de modo que toda turma compreenda. Além disso, o PIBID não proporcionava um contato direto com a gestão escolar, como: diretor, coordenador pedagógico e demais professores, pois aquele momento era só do portão para a sala de aula. E foi durante o momento dos estágios em que pude repensar sobre minha prática docente e de que forma posso contribuir para a comunidade a qual a escola está inserida.

Vale salientar que o PIBID não é apenas um reforço escolar, o mesmo tem como finalidade valorizar e apoiar os professores em formação, em especial, estudantes da primeira metade de cursos de licenciatura. E, de acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), “os projetos devem promover a iniciação do licenciando no ambiente escolar ainda na primeira metade do curso, visando estimular, desde o início de sua formação, a observação e a reflexão sobre a prática profissional no cotidiano das escolas públicas de educação básica”.

Dentre alguns objetivos do PIBID estão: incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica; inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e

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21 interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem; entre outros.

Diante da prática e das minhas reflexões, pude notar que o Estágio é o lugar onde podemos desenvolver nossa autonomia e construirmos nossa identidade profissional, nos possibilitando trocas de experiências com os demais colegas, compartilhando técnicas que deram certo ou não e aperfeiçoá-las durante nossa formação, bem como buscarmos inovações nas metodologias de ensino, de modo que facilite o processo de ensino-aprendizagem da matemática. Também, o estágio contribuiu de forma significativa na perca da minha timidez em estar à frente de uma turma e mostrou, principalmente, que sempre devo elaborar e estar preparada para dar aula, pois imprevistos podem ocorrer e é necessário ter um segundo plano de execução para as atividades.

Porém, essa etapa também é uma prévia dos enfrentamentos das insatisfações que teremos de encarar enquanto profissionais da educação. Atuar como professor titular é sentir um pouco da vulnerabilidade do sistema de ensino. No entanto, é uma chance de nos sensibilizarmos com a situação cotidiana escolar e atuar com objetivos claros que beneficiem o rompimento dos preceitos já existentes. Pude perceber o quanto necessitamos dessa experiência para podermos compreender os nossos desafios encontrados nesse caminhar docente.

O estágio foi um instrumento de aquisição de um novo mundo, num ponto de vista crítico e esclarecedor, pois o mesmo proporcionou uma maior proximidade com o âmbito escolar. Como professora, um dos papeis fundamentais é conhecer a escola e ter maior proximidade com o público frequentador da mesma, saber como funciona a estrutura física, conhecer os membros do conselho escolar, equipe pedagógica e demais funcionários, tornando assim, uma convivência por intermédio do profissionalismo mais fluída, ajudando no desenvolver das atividades com mais eficiência.

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22 3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento metodológico deste projeto foi realizada uma pesquisa qualitativa, trazendo dados obtidos de estudo empírico, com o objetivo de analisar como o Estágio Supervisionado em Matemática tem influência na formação inicial de professores e quais suas implicações para a futura ação profissional.

As informações foram obtidas a partir de entrevistas semiestruturadas realizadas, individualmente, com 3 (três) alunos do curso de Licenciatura em Matemática que já concluíram todas as disciplinas de Estágio no CERES – Campus Caicó, UFRN.

Os questionamentos feitos durante as entrevistas contemplavam os seguintes aspectos: o significado e finalidades do Estágio para os licenciandos; os saberes formados por meio desse componente curricular; quais foram as limitações enfrentadas durante sua realização e as suas contribuições para a formação inicial docente. Neste trabalho, os acadêmicos serão denominados por ESTAGIÁRIO 1, ESTAGIÁRIO 2 e ESTAGIÁRIO 3.

3.1 Resultados e discussões

De modo geral, o Estágio Supervisionado foi analisado de maneira positiva pelos discentes do curso de Licenciatura em Matemática, onde destacaram sua relevância formativa e o quanto desafiador é atuar como professor. A respeito da importância do Estágio nos cursos de formação de professores, os licenciandos relataram: “É essencial. Eu, por exemplo, tive a

oportunidade de participar das bolsas ofertadas pela universidade (tanto do PIBID, quanto da Residência Pedagógica), mas aqueles que não têm como participar, que não têm tempo; esse é o único contato que eles têm realmente com a sala de aula, os estágios são sua única experiência. [...] Eu adquiri experiência na área, que até então só com as bolsas da universidade eu não tinha tido” (ESTAGIÁRIO 1). “Muito bom. Porque se você não tem nem que seja um pouco de experiência, acaba que você não tem como estar preparado pra dar aula” (ESTAGIÁRIO 2). “Acho fundamental. Porque pra mim já tive a experiência do PIBID, tive o contato com os alunos em sala de aula. Mas se não tivesse o PIBID o Estágio seria ainda mais fundamental, pois é o momento que o aluno está ali como professor, assumindo pela primeira vez uma sala de aula. [...] Eu adquiri muita experiência e como eu

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falei: eu fui do PIBID, mas se eu não tivesse sido? O meu primeiro momento em sala de aula teria sido no Estágio” (ESTAGIÁRIO 3).

Conforme os acadêmicos entrevistados, o Estágio oportunizou aprendizagens variadas no contexto profissional e pessoal. Significou uma experiência proveitosa, em que tiveram a oportunidade de refletir sobre a realidade escolar no seu dia a dia e sobre a importância de se ter uma equipe escolar que contribua no desempenho das atividades. Eles relataram que: “No Estágio foi a primeira vez que eu tive contato com a realidade da escola,

porque no PIBID a gente só ia lá e dava aula, como se fosse só uma aula de reforço. Já no Estágio, eu tive um contato maior com a escola; como era a estrutura da escola (que eu nunca tinha reparado, apesar de que eu já estudei nessa escola); como eram formadas as salas. Então eu gostei bastante dessa experiência. [...] Com a ajuda da equipe escolar eu pude fazer um bom Estágio, porque sem as informações que eles me cederam, não seria possível concluir o Estágio” (ESTAGIÁRIO 1). “Com o estágio consegui adquirir mais experiência, apesar de ser pouco tempo. Mas é de grande valia, principalmente quando o professor supervisor dá autonomia pra você trabalhar. [...] Se o ambiente escolar for um ambiente equilibrado, acaba que você produz melhor, você tem mais autonomia, tem mais vontade de criar as coisas” (ESTAGIÁRIO 2). “No Estágio quando a gente é só aluno e dá de cara com uma sala de aula como professor já é outra visão. Foi uma experiência muito boa, mas não é uma tarefa fácil, a gente enfrenta muitas dificuldades, mas eu gostei da experiência. [...] A boa convivência com a equipe escolar com certeza faz com a gente desempenhe um bom papel enquanto professor” (ESTAGIÁRIO 3).

Com esse contato direto com a sala de aula durante o Estágio, o futuro professor pode ter uma noção real de como são as condições de trabalho e ficarem cientes das dificuldades que transpõem o cotidiano escolar. Dentre essas dificuldades, os discentes entrevistados apontaram que: “A minha maior dificuldade foi com que os alunos me vissem

como professora e me respeitassem, porque até então eles me viam como uma estagiária que só ia passar um tempo e que não ia avaliar eles. Eles não deram muita crença na minha avaliação, embora, antes de começar o estágio eu e o professor falamos pra eles que no fim do estágio eu ia passar um trabalho. [...] As turmas que eu estagiei durante o Estágio 3 e o Estágio 4 tinham muitas dificuldades no conteúdo básico e isso foi uma dificuldade, porque muitas vezes eu tinha que voltar no conteúdo em questões básicas pra poder seguir no conteúdo da turma” (ESTAGIÁRIO 1). “A maior dificuldade que eu encontrei no Estágio foi a questão da adaptação e o nervosismo, mas que depois a gente se acostuma. E outra coisa é

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quando a gente chega no estágio, nós pensamos que os alunos conseguem fazer bastante coisa que a gente acha simples, mas pra eles é mais complicado e isso acaba nos frustrando no início” (ESTAGIÁRIO 2). “Pra mim foi a minha timidez, mas em relação a sala de aula, em dar aula, foi o desinteresse de alguns alunos. Porque muitas vezes a aula não sai do jeito que você planeja devido o desinteresse de muitos e você ter que mudar muita coisa do que planejou. Isso interfere até na progressão dos conteúdos, devido a falta de interesse de muitos” (ESTAGIÁRIO 3).

De forma unânime, os entrevistados relataram que é importante a teoria andar em união com a prática. Pois não basta estudar somente na universidade a parte didática, temos que ter a experiência e o convívio com a escola e com todo âmbito escolar.

Todos os licenciandos que responderam aos questionamentos participaram de programas de iniciação à docência, como por exemplo, o PIBID. Lhes foi indagado se houve uma grande diferença para a execução dos Estágios em comparação de como era a prática nesse programa e foram obtidas as seguintes respostas: “Senti diferença, porque no Estágio a

gente tinha aquele compromisso de assumir a sala de aula. Não era como no PIBID que a gente tinha a orientação de alguém, no caso, o supervisor, que era quem nos dizia quais atividades fazer. E no PIBID era mais como um reforço mesmo. Já no Estágio não, a gente assumia a sala de aula como docente mesmo” (ESTAGIÁRIO 1). “A diferença é grande. Porque, em particular, quando eu trabalhei no PIBID, a experiência era de que a gente pegava os conteúdos que a própria professora já tinha ensinado e a gente só complementava. [...] Já no Estágio, não. Você tem que ter a maturidade de saber que você vai ensinar um assunto que está na grade curricular do aluno. Então você tem que estar preparado e ter uma boa didática para poder ensinar” (ESTAGIÁRIO 2). “Senti diferença só na questão de que o PIBID ocorria em horário contrário às aulas, era tipo um reforço [...] e não era uma coisa obrigatória ao aluno. E no Estágio, você está substituindo o professor. Está só você ali na responsabilidade de assumir a sala de aula e tomar conta de uma turma inteira”

(ESTAGIÁRIO 3).

Por fim, foi perguntado aos discentes se após a conclusão dos Estágios, eles acreditavam que o mesmo tem influência na decisão de nos tornarmos futuros professores e foram alcançadas as seguintes argumentações: “Sem sombra de dúvidas. Porque devido a

gente ter esse contato com a prática, não ficar só na teoria da faculdade, é onde a gente consegue enxergar melhor se é isso mesmo que a gente quer, seguir com essa carreira. É nos

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Estágios que a gente toma essa decisão, se vai ser professor ou não” (ESTAGIÁRIO 1). “Sim. É nos Estágios, nas experiências mesmo que a gente decide. Porque logo quando eu entrei no curso de Matemática eu não sabia se queria ser professor, mas acabou que eu gostei. Por mim, eu quero ser professor” (ESTAGIÁRIO 2). “Eu creio que sim. [...] Com o Estágio, a gente sempre pensa que é uma coisa e quando chega lá pode ser outra realidade, quando você está na sala de aula. E isso pode influenciar na decisão de alguém, pode ficar desestimulado. Mas pra mim, influenciou de forma positiva, de querer seguir na profissão. [...] É muito bom esse convívio, você estar ali se relacionando com os alunos e já ver como é nossa futura profissão” (ESTAGIÁRIO 3).

No processo de formação inicial desses concludentes, ficou clara a importância do Estágio para o seu desenvolvimento profissional. Analisando suas declarações, podemos observar que programas com iniciativas docentes são importantes para a construção dos saberes enquanto futuros professores, mas não é suficiente. É preciso ter um convívio maior com a escola, com a realidade que a mesma enfrenta; ter contato com a equipe escolar e ser participativo. São esses e diversos outros fatores que podem influenciar no discente, a decisão de seguir ou não na profissão de professor.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atuação docente nos cursos de formação inicial de professores de matemática tem permitido trabalhar o componente curricular de Estágio Supervisionado como não sendo apenas um simples acréscimo disciplinar de uma dimensão teórico-prática. Com os resultados alcançados neste estudo, observou-se que o Estágio é um espaço no qual o licenciando desenvolve seus conhecimentos junto às instituições formadoras, relacionando teoria e prática e desenvolvendo uma reflexão acerca da prática profissional construída mediante suas experiências e aprendizagens durante o exercício da docência. Esses resultados nos levam, também, a refletir bastante sobre a complexidade que envolve a disciplina de Estágio Supervisionado, embora percebida as contribuições desta para a formação dos futuros professores.

Todo profissional em aperfeiçoamento anseia por inserção no campo de trabalho, que proporcione uma primeira aproximação com as habilidades, técnicas e saberes do ofício. Deste modo, ao longo da história tem sido longo o percurso construído no que se refere à

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26 iniciação da prática docente. Entre acertos e erros hoje podemos considerar que esse lugar específico existe nos cursos de formação, no caso, durante o Estágio Supervisionado.

Embora existam nas Universidades Federais programas de iniciação à docência, nem todos os acadêmicos têm a oportunidade de participar de tais iniciativas tornando-se, assim, o Estágio como o primeiro contato com uma sala de aula e com todo o âmbito escolar.

Por meio dos relatos obtidos pelos discentes foi possível conhecer e discutir as impressões deixadas pelas disciplinas do Estágio Supervisionado para os licenciandos que vivenciaram esse processo e quais suas implicações para o desenvolvimento profissional de um futuro professor.

As entrevistas realizadas com os licenciandos nos mostraram que o Estágio Supervisionado é um momento de grande valia na formação docente, uma oportunidade de articulação entre teoria e prática. É durante a realização do estágio que o licenciando começa a pôr em prática os seus conhecimentos acerca de conteúdos matemáticos, teorias pedagógicas e da aprendizagem, metodologias de ensino; planeja suas aulas, tem contato direto com os alunos e a organização da sala de aula, além de mediar o processo de avaliação em Matemática.

O Estágio Supervisionado, de maneira geral, revela-se para os acadêmicos como um componente curricular gratificante e enriquecedor, devido à oportunidade de pôr em prática os múltiplos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos na universidade; por outro lado, se apresenta como problematizador e conflituoso, porque impõe novas circunstâncias ao estagiário, cenário antes não vivenciado, representando o momento de embate com situações problemáticas, principalmente pela falta de interesse dos alunos nas aulas ou até mesmo pela falta de conhecimentos prévios de conteúdos básicos na matemática. Nesse sentido, os obstáculos que os licenciandos enfrentam em situações de Estágio se constituem em aprendizagens para futuramente saber lidar com a realidade das escolas e saber gerenciar o tempo para preparação de aulas, busca de metodologias, preparo de material didático, correção de avaliações, dentre muitas outras atribuições que competem ao professor.

Ao final dessa pesquisa, foi possível perceber que: o Estágio Supervisionado é um grande influenciador na decisão de nos tornarmos professores. Nesse momento podemos reafirmar nossa escolha pela docência ou optarmos por não seguir a profissão. Muitos estudantes geram uma grande expectativa durante a graduação e quando se deparam com uma

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27 sala de aula não é exatamente da forma que previam. Da mesma maneira que, por meio da reflexão-ação-reflexão, passamos a ter uma maior/melhor visão do que é ensinar e aprender matemática.

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28 REFERÊNCIAS

BARREIRO, I. M. F.; GEBRAN, R. A. Prática de Ensino e Estágio Supervisionado na Formação de Professores. São Paulo: Avercamp, 2006.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores de Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, graduação plena.

______. Lei n. 11788 de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio dos estudantes. ______. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. Edital nº 7/2018, de 1 de março de 2018, que apresenta propostas ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação á Docência – PIBID.

______. Ministério da Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Resolução nº 171/2013-CONSEPE, de 5 de novembro de 2013, que aprova o Regulamento dos Cursos Regulares de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

______. Parecer CNE/CP 09/2001. Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena.

______. Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002.

CARVALHO, L. da S. Perfil dos estudantes do Curso Normal do Instituto de Educação Clélia Nanci. São Gonçalo: UERJ/RJ, 2013. Disponível em:

<http://docplayer.com.br/116432450-Universidade-do-estado-do-rio-de-janeiro-faculdade-de-formacao-de-professores-departamento-de-educacao-ludmilla-da-silva-carvalho.html>. Acesso em: 16 de abril de 2019.

COELHO, M. A. V. M. P. O Estágio Supervisionado e a Produção de Significados dos Futuros Professores de Matemática. In: 16º CONGRESSO DE LEITURA DO BRASIL – COLE, 2007, Campinas. 16º Congresso de Leitura do Brasil. Anais. Campinas: Unicamp, 2007.

DIDONE, A. M. Estágio: Teoria e Prática, Caminhos e Possibilidades na Proposta da SEED/PR. 2007. Disponível em:

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LEITE, Y. U. F. A construção dos saberes docentes nas atividades de estágio nos cursos de licenciatura. XIV Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino – ENDIPE. PUC, RS, 2008.

OLIVEIRA, I de M. Formação de Professores de Matemática: Um olhar sobre o Estágio Curricular Supervisionado. São Paulo: PUC/SP, 2008. Disponível em: <

file:///C:/Users/Cliente%20Especial/Desktop/TCC/IRACEMA%20DE%20MIRANDA%20O LIVEIRA.pdf>. Acesso em: 30 de março de 2019.

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29 PIMENTA, S. G. (Org.). Didática e formação de professores. São Paulo: Cortez, 2011. ______; LIMA, M. S. L.; (Orgs.). Estágio e docência. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2004. (Coleção docência em formação – séries saberes pedagógicos).

PINTO, A. A.; FERREIRA, H. P. de A.; LOPES, N. M. B. O estágio como primeiro contato para a prática pedagógica: relato de experiência. In: IV Fórum Internacional de Pedagogia – FIPED, 2012, Parnaíba. IV Fórum Internacional de Pedagogia. Anais. Parnaíba, 2012.

Disponível em: <http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/anais.php>. Acesso em: 11 de maio de 2019.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Matemática. Caicó, UFRN – CERES, 2010. Disponível em: < file:///C:/Users/Cliente%20Especial/Downloads/Matemtica_Licenciatura_-_Ceres_2010.pdf>. Acesso em: 25 de abril de 2019.

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30 APÊNDICES

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31 APÊNDICE A – ENTREVISTA REALIZADA COM OS LICENCIANDOS

Prezados(as) licenciandos(as), estamos realizando uma pesquisa intitulada “A influência do Estágio Supervisionado na formação inicial de professores de Matemática” com professores em formação inicial do Curso de Licenciatura em Matemática do Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, campus Caicó.

A entrevista é voltada para alunos que já concluíram todos os Estágios. O questionário é de cunho acadêmico e anônimo e servirá como instrumento de pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso – TCC da graduanda Jaíne Carla Alves da Rocha, do Curso de Licenciatura em Matemática, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, sob a orientação do Prof. Me. José Melinho de Lima Neto.

Desde já agradeço a sua contribuição, pois a mesma é de grande importância para a conclusão deste trabalho.

ENTREVISTA COM LICENCIANDOS DE MATEMÁTICA PARA COLETA DE DADOS SOBRE A INFLUÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

NA FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE

1. Em sua opinião, quão importante é o estágio nos cursos de formação de professores? 2. Como o Estágio Supervisionado contribuiu para o seu desenvolvimento profissional e

pessoal? Você acredita que uma boa convivência de trabalho com a gestão escolar (diretor, professores e demais funcionários) influencia no desempenho das atividades? 3. Quais as maiores dificuldades que você encontrou no cumprimento dos Estágios? 4. Você considera importante a interação teoria-prática na execução do Estágio?

5. Houve uma grande diferença na realização dos Estágios em comparação de como era a prática no PIBID?

6. Depois da realização dos estágios, você acredita que o mesmo influencia na decisão de nos tornarmos futuros professores?

Referências

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