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Personalização das campanhas em eleições legislativas: o contexto importa?: campanhas antes e depois da troica (2009-2011)

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(1)

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I

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A3 45 PARLAMTÑTO

,PTTJRA

'4.

crise,

económicø

efnanceirø,

lrimeiro,

social,

cultural

e

política,

posteriormente, confgurø

urnø

oportunidade única

de

pesquisa,

pois trøta-se

de

um

evento

ou

conjunto

de eeentos

extrøordindrio(s),

pouco

fre

guente (s) e de

profundas

cons e

guências

(e conómicøs, so

ciais,

culturais

e

políticas).

Deste

ponto

de

vista, tratø-se

de

uma situação

litnite

qae nos

perrnite

avaliar

cotno reøge?n os sistemas

políticos

democrdticos

?erønte

tøis

grøøes

ewentos e,

nomeødamente,

como

reøgern

perønte tais

e1)entos os

representantes

e os seus

representødos,

bem

como

eeoluem

as ligøções

entre

os

dois conjuntos

de agentes

(os

mandøntes,

isto

é, os

eleitores

soberanos, e os

møndatários,

isto é, os seus

legislødores

e

goeernøntes,

eleitos ern

re?resentação

do

poøo).

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Üþ.TÜEATCA,

LiTICAS

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,qtis"rËRrmAmË

RËPR"ËS,ENTTAÇAÜ

POLITICA

André

Freirc

Mareo

Lisi

José

h/Íanuel

Leite

Viegas

Organizadore s : , r,, I r r r r rll¡llr r ¡ ¡ I I I I I I

ä]lllrr ÍTmi¡Ì

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a)ìrJìtìliÌ(llDo POII ¡f :,;gttMtti.tit tr,n.1(lt'llnt.tcn t {)t{rfJ(lAI

(3)

ÍNorcn

t

Agradecimentos

Lista

de

abreviaturas

e siglas

PARTE

I

-

Crise e representação

política:

teorias e métodos

t3

15

FrcHA

:rÉcNrce

Capítulo

1 |

A

gestão

política

das crises, os mandatos dos governos

e representâção

política

ANDRÉ FREIRE, MARCO LISI EJOSÉ MANUEL LEITE VIEGAS 1. Introdução

2. Crises graves, conflitos interpretativos e mudanças políticas

3. Eleições, mandatos políticos' liderança e responsabilização

4. Contextos sociais, económicos e políticos da crise portuguesa e europeia 5. Plano do

livro

e principais resultados e conclusões

capítulo

2

|

Procedimento

de

recolha

e

tratamento

de dados no estudo

da representação

política

INÊS LIMA E SOFIA SERRA DA SILVA

1. Introdução

2. Estado de arte sobre as diversas fontes e medidas para o estudo da representação política

3. Comþaração de métodos de recolha de informação: vantagens e desvantagens 4. Descrição geral dos projetos

4.1. Projetos, instituições financiadoras, redes internacionais de pesquisa e objetivos

4.2. Vertentes de análise

-

biografias e inquéritos

4.2.1,. Fichas biográficas dos candidatos a deputados e biografias dos deputados

4.2.2. lnquêritos : deputados, p opulação portugues a e candidato s

5.

tabalho

de campo e resultados 5.1. Inquérito aos deputados 5.2. Inquérito aos candidatos 5.3. Inquérito à população 6. Notas finais 19 79 23 27 32 40 49 49

Título Crise económica, políticas de austeridade e representação política

Organizadores André Freire, Marco Lisi,José Manuel Leite Viegas

Edição Assembleia da República - Divisão de Edições Revisão Susana Oliveira

Capa e design Nuno Timóteo

Paginação e pré-impressão Undo Impressão Rainho & Neves, Lda.

Tiragem 600 exemplares 50 54 58 ISBN 97 I -97 2- 5 5 6 - 62 4 - 4 D epósito Legal 39 499 0 / 7 5 58 67

6l

63 64 65 69 72 /J Lisboa, maio 2015 @ Assembleia da República

Direitos ¡ese¡vados, nos termos do zrtigo 52P dalei n." 28/2003, de 30 de julho.

ww.padamento.pt

Imagem da capa: Manifestação promovida pelo movimento "Qre se lixe a troica", junto à Assembleia da República, 15 de setembro de 2}72.Fotografia And¡é Ricardo.

(4)

PARTE

II

-As

perceções e as

narrativas

sobre a crise

Capítulo

3 |

As

retóricas económicas sobre a crise em

Portugal

FERNANDO AMPUDIA DE HARO 1. Introdução

2.

Livros

que diagnosticam a crise

3.

As

retóricas nos diagnósticos sobre a crise

a. Perversidade b. Futilidade

c. Risco

4. Conclusão

Capítulo 4

| Crise(s) na Europa(s): análise dos aconrecimentos

que marcaram a agenda noticiosa

portuguesa

em20l2

SUSANA SANTOS, GUSTAVO CARDOSO E DÉCIO TELO 1. Introdução

2.

Meios

de comunicação, comunicação em rede e autonomia

profissional dos jornaiistas em tempos de crise económica e financeira

3. Desenho da pesquisa

4. Resultados

a. Análise relztíva aos formatos

i.

Espaço ocupado e duração das notícias

ii.

Género jornalístico

iii.

Manchete ou aberrura (heødline)

iv. Fontes de informação b. Análise dos conteúdos noticiados

i.

Enfoque geográfico

ii.

Os temas

iii.

Os protagonistas 5. Conclusões

Capítulo

5 |

A política

e as

políticas

de austeridade: o caso

português

CATHERINE MOURY E ANDRÉ FREIRE 1. Introdução

2. Enquadramento da crise e posicionamento dos atores políticos: teoria e hipóteses

2.1. Crise e resgate enquanto janela de oportunidade

2.2. Resgate, apoio público e represenração 3. Dados e métodos

4. Resgate: breve história

5. Atores internacionais:

O

alcance da influência da UE (antes do resgate)

e dos credores internacionais (após o resgate) na definição das medidas de austeridade

5.1.

Influência

da Comissão antes do resgate e as razões do pedido

de intervenção ao

FMI

t37

137 138 140 77 77 78 80 82 87 90 97 93 93

5.2. Negociações do MdE

original

5.3. Memorandos adicionais

6. Avaliações dos eleitores e dos deputados sobre o memorando e as medidas de austeridade

7. Conclusões

Capítulo

6 | Personali zãçãro d^s campanh-as em eleições

legislativas:.

o cäntexto

importa? campanhas

anres e depôis da

troica (2009-2011)

MARCO LiSI E JOSÉ SANTANA PEREIRA

1. Introdução

2.

Campanhas eleitorais: estratégias e personalização 3. Objetivos, dados e metodologia

4.

O

èontexto das campanhas de 2009 e de20L7 e as ofientações temáticas dos candidatos

5. Duas campanhas em confronto: enfoque comunicativo e recursos 6. Fatores explicativos da personalizaçáo da campanha eleitoral '/. Uonclusoes

Apêndice 6.1

PARTE

III

-As

reações populares à crise económica e

política

capítulo

7 |

Qrem

protesta na Grécia?

oposição

de massas à austeridade

WOLFGANG RUDIG E GEORGIOS I(ARYOTIS 1. Introdução

2.

Protesto na Grécia: fatores contextuais 3.Teorização dos motivos

individuais

de protesto

4. Dados e metodologia

5. Resultados 6. Discussão

/.

Lonclusao Apêndice 7.1

capítulo

8 |

cidadãos

menos

participativos

ou cidadãos cofn

outfo

estilo

de

participação política?

JOSÉ MANUEL LEITE, VIEGAS, CONCEIçAO PEqUITOTEIXEIRA E, INES AMADOR

1. Introdução

2. P anicipação política e democracia

3. Particiþação þolítica

-

conceito, hipóteses e a operacionalização empírica

3.1. oconceito de participação política: dimensões e operacionalizaçio empírica 3.2. Hipóteses

4.Participaçã.o política em Portugal e nos países europeus

-

análise

comparativa

longitudinai

4.1. Participação política convencional

-

Portugal no contexto dos países

europeus (2002-2070) 727 728 1.29 1"35 741, 144 150 154 756 159 759 1.61 1,67 177 177 185 r87 189 195 795 196 198 198 207 203 94 98 99 100 101 702 704 706 108 108 110

7Il

114

tt7

117 118 118 1.20 122 1.23 1.26 726 203

(5)

4.2.Participação política não convencional

-

Portugal no contexto dos países

europeus

(2002a20I2)

4.3.

A

participação política em Portugal

-

antes e depois do resgate

ûnanceiro (2008 e2012)

5. Explicações da participação política

institucional

e de protesto em Portugal,

antes e depois da crise

(2008

e20L2)

6. Conclusões

Apêndice 8.1

Capítulo

9 |

Participação política

não

convencional

depois da

intervenção

externa: democracia em esvaziamento ou

ativismo

reforçado?

JORGE M. FERNANDES E CÍCERO ROBERTO PEREIRA 1. Introdução

2.

A

crise das democracias representativas

3.

O

protesto é uma arma?

4.

O

contexto: o que mudou com a crise e a intervenção externa 5. Hipóteses e dados

6.

Análise

empírica

6.1. Dimensões de participação política não convencional 7. Conclusão

Capítulo

10 |

O Padamento

e os cidadãos em

Portugal:

o

direito

de

petição,

antes e depois do acordo da

troica,

à

luz

de

critérios

de eficácia

TIAGO TIBÚRCIO 1. Introdução

2.

Avaliaçáo da eficácia do sistema de petições perante a AR: enquadramento

teórico, hipóteses e operacionalização 3.

O

conceito de participação política

4. Relação entre os Parlamentos e os cidadãos

5. Caraterização do

direito

de petição nas tipologias de participação política

6.

Avaliaçáo

6.1. Critério democrático

6.2. Critério do projeto 7.

A

resposta dos cidadãos

7.1. Adesão ao direito de petição

7.2.Petições singulares e petições em nome coletivo 7.3. Petições-queixa e petições-po1íticas

8.

A

resposta das entidades externas ao Parlamento

9.

A

resposta do Parlamento

10. Conclusão

PARTE

IV-

Crise económica e

política

e

atitudes

perante a democracia

205

Capítulo

11 |

Apoio

difuso

e específico ao regime

político

em tempos

J"

Ito",

urruii^ção da democracia em

Portugal

antes e depois

do resgate económico

(2008-2012)

CONC;IçAO PEqUITO, EMMANOUIL TSATSANIS E ANA MARIA BELCHIOR L. Introdução

),.

Qouðroieórico de análise: as dimensões do apoio à democracia

-

i.t.A

questão da legitimidade democrárica no portugal em crise 3. Dados e métodos

+.Ip.ødifuso

e específico à democracia em Portugal antes e depois do resgate económico

5. Conclusões

Capítulo

12 |

Qral

é a

melhor forma

de democracia?

O

caso

português

àluz

do

Movimento

5 Estrelas

GOFFREDO ADINOLFI 1. Introdução

2. Objetivos

3. Hipóteses

4.

Metodologia

5.

O

que é que os portugueses pensam da democracia representativa? 6.

Análise fatorial

7. Fatores exPlicativos 8. Apresentação dos modelos

8.1. Modelo L: sociodemográfico/cognitivo 8.2. Modelo 2: político/participativo

8.3. Modelo 3: económico

9. Preditores da desconfiança nas instituições da democracia representativa 9.1. Sociodemográfico/exposição dos media

9.2. Político/ParticiPativo 9.3. Económico

10. Fatores explicativos da componente 2: democracia direta

10.1. Sociode mográ'fr'co/participativo 10.2. Político

10.3. Económico

11. Fatores explicativos do vínculo de mandato

11.1. Sociodemográfico cognitivo 11.2. Político

11.3. Económico 12. Considerações finais

Capítulo

13 |

O

apoio dos cidadãos e dos deputados à deliberação

deÃocrática:

os efeitos da crise social e

económica

JOSÉ MANUEL LEITE VIEGAS, SUSANA SANTOS E SOFIA SERRA DA SILVA

1. Introdução

2.

DelibeiaçãLo democrática: teoria, hipóteses e opetacîonalîzaçâo 207 259 259 267 264 266 267 177 210 2L3 21.5 217 277 218 220 223 224 226 226 233 235 235 236 237 239 240 241. 242 243 245 245 247 249 250 253 254 279 279 282 283 284 284 287 289 291

29r

29r 292 293 293 293 294 294 294 295 295 295 295 296 296 298 301 301 305

(6)

PARTE

V-

As orientações ideológicas de eleitos e eleitores antes e depois da crise

3.

Atitudes

face à deliberação dos cidadãos e deputados 3.1. Atitudes face à participação política

3.2. Atitudes face ao debate deliberativo

3.3. Atitudes face aos princípios e regras do debate deliberativo

4. Explicação das atitudes face ao modelo de deliberação democrática 4.1. Determinantes explicativos das atitudes dos cidadãos

4.2.F,feitos da identificaçáo partidâria nas atitudes dos deputados face à deliberação democrática

5. Conclusões

Capítulo

14 | Crise económica, mudança de valores e representação

política:

um teste

quasi-experimental

para a

teoria

da representação

em

Portugal

ANDRÉ FREIRE, EMMANOUIL TSATSANIS E INÊS LIMA

1. Introdução

2.Teoria

e hipóteses 3. Dados e metodologia

4.

Atitudes

dos deputados e dos eleitores e valores subjacentes, 2008-201,2/201"3

4.1. Posicionamento dos deputados e dos eleitores no índice esquerda/direita socioeconómico

4.2. Posicionamento dos eleitores e dos deputados nos temas associados à divisão de valores autoritário-libertários

5.

Medir

a congruência entre eleitores e deputados com medidas

que tenham em

linha

de conta a heterogeneidade dos grupos partidários

de eleitores e deputados

6. Conclusões

Capítulo

15 |

Atitudes

relativas à

integração

europeia de cidadãos

e deputados, antes (2008) e depois

(20t2-2013)

da crise económica

ANDRÉ FREIRE, EFTICHIATEPEROGLOU E CATHERINE MOURY 1. Introdução

2.

Qradro

teórico e hipóteses de pesquisa

2.7. Cidadã,os

2.2.Dados e métodos

3.

A

comparação do apoio dos cidadãos e deputados portugueses às instituições políticas europeias e nacionais, 2008 e 2072-201,3

4.

Atitudes

dos cidadãos e dos deputados face às políticas de austeridade

e ao apoio à integração europeia, 201,2-2073 5. Conclusões

Capítulo

16 | Crise económica e o

potencial

de coligação

i"

ãrq""t¿"

radical portuguesa:

entre

retórica

e

realidade

ANDRÉ FREIRE, MARCO LISI E INÊS LIMA

1. Introdução

),.

Con

"*iuulizaçáo

teórica e formulação de hipóteses 3. Dados e metodologia

l.

Ã

.rq,r.raa

portuguesa, a crise económica e as políticas- de austeridade 5.

óri",.tnç0",

id"olãgitas

de eleitos e votantes de esquerda'

antes e dePois da crise

6.

A

esquerda radical e o (potencial) governo de coligação

7. Notas conclusivas

PARTE

VI -

Recrutamento parlamentart

antes e depois da

crise'

causas e consequências

Capítulo

17 |

Recrutamento Padamentâr:

o

associativismo

conta em temPos de crise?

JORGE FONSECA DE ALMEIDA

1. Introdução

i.

õ"pitrl

,o.ial,

participação cívica e qualidade da democracia

-

hipóteses

a testar

2.1. Capital social e democracia

2.2.

Capital social e partidos políticos

2.3. Crise económica e capital social

3. Portugal: do def'citorçamental à necessidade de ajuda internacional

3.1. De um apoio mitigado a uma rejeição completa 4.

Metodologia

e dados

5. Envolvimento associativo dos membros do Parlamento 5.1. Resultados da Pesquisa

5.2.Deputadoscomposiçõesdeliderançaassociativanãoultrapassamos330/o

5.3. Os estreantes exibem os níveis mais baixos de participação cívica 5.4. Os deputados mais velhos têm taxa de participação mais elevada 5.5.

A

mai,oria das associações em que os deputados ocupam cargos

dirigentes são organizações isoladas

6. Conclusões

Apêndice 17.1

Capítulo

13 |

Qrem

representam e a quem-obedecem:

atitudes

do,

depotados portugueses antes e depois da crise

ANA ESPÍRITO-SANTO E MARCO LISI 1. Introdução

2.

O

focoe o estilo da representação política: quadro teórico e caso português 3. Crise económica e

atiùdes

em relação à representação política: principais

expectativas 4. Os dados e o modelo 310 310 373 316 319 319 327 330 335 398 402 406 385 385 387 391. 392 471.

41t

335 338 342 345 345 347 351 356 359 359 361 367 366 41.2 4L3 474 415 477 420 427 422 422 423 423 424 425 426 428 429 429 437

37r

376 382 433 434

(7)

5.

Atitudes

dos deputados: foco da representação 6.

Atitudes

dos deputados: estilo da representação 7. Conclusões Apêndice 18.1 435 439 442 444

Referências

bibliográfi

cas

Notas

biográficas

dos autores

Índice

de tabelas

Índice

de

figuras

Apêndices

Índice remissivo

447 479 487 493 497 499

Agradecimento

s

Todos os

capítulos

do

presente

livro

foram

apresentados_

originalmente

na

orimeira

conferência

do

projeto

"Eleições,

liderança e

responsabilização:

a

repre-ä;;;;;

páilir.,

.-

eorrugi

-

uma perspetiva

tongitudinat

e comp¿rativa" (FCT,

nioórarl-a

po /

II130Z

/2010), ZOtZi015,

coordenado

por André

Freire, Marco

LiJ

"

¡.rå

Manuel

Leite Viegas, Crise econ,órnica, políticøs de a.u,t1i(ad1e re?resentaçã.o

lrj*¡*,que

teve lugar em S

i

S'¿.

julho

de

20Ii,

naAssembleia da República

(nn).

Trur"n-ln,'poir,

d.

täto,

revistos tendo em conta as críticas formuladas pelos

comen-;rd";",

(i¡rrurrortù

na conferência da AR, mas também as orientações de revisão dos

*gr.rirìa-.s

do presente

livro.

Aproveitamos este ensejo para.agradecer a todos os

.o'-.rrtudor..

(ucadé-icos e deputados e responsáveis políticos) que tiveram ã

^ma-bilidade

de colaborar

.on.ror.o

nessas tarefas. Agradecemos

ainda

a todos os que tornaram esta pesquisa' nas suas várias vertentes, possível'

trrt.

prå¡etå é financiado e/ou institucionalmente patrocinado por várias

enti-dades (Funda çào pur^ a Ciência e Têcnologia: FCT-MCTES;

Direção-Geral

Admi-nistração Interna

I

MAt' DGAI-MAI;

Comissão Nacional de Eleições: CNE), entre as

;";it ;

própria Assembleia

da

República

portuguesa'

Obteve

para tânto

também

fi.io

inåti,".ional

da AR. Gostaríamos assim de agradecer a todas estas entidades o

,ioio

fi^un."iro

e/ou logístico que nos deram para atealização desta pesquisa.

Agra-decemos

o

apoio

tr".rri.rr"l

OC4I-UAI,

nomeadamente através

da

pessoa

do

Dr.

Jorge

Mìguéis,

seu

diretor-geral'

O

contributo da CNE'

nomeadamente dos

Drs.-pailo

Mà-d.ira e Isabel Dias, foi também

crucial

pata a realização das pesquisas, especialment

e

pafa

^

concretizaçâo dos inquéritos aos candidatos.

No

caso da

AR'

o "p'oio

,.--r"

cånsubstanciado em vários

domínios que gostaríamos também de

subli

,.rhu,

.

d.

agradecer vivamente:

primeiro, tal

apoio i"m_res.tltado numa estreita

cola-boração

dåquipa

do

projeto

--

todor

os

Grupos

Parlamentare;

jCe)

e

com

os

r.rp.ti,oo,

d.pitåao, piruârr^li"^ção

dos inquéritos aos deputados (eleitos em20L1',

tralalho

d"

cãmpo em2012-13) e aos candidatos a deputados nas legislativas de 2011

(trabalho de campo em201.2-73).Também neste caso queremos agradecer vivamente

à

patrocínio da AR,

e

em

especial

o

apoio

excecional

da

senhora presidente,

Dr..

Assunção Esteves, e de todos os GP, deputados e staf,da AR (nomeadamente a

equipa

liderada pelo

Dr.

Rui

Costa),

tm

getul,

à

realizaçáo

da dita

conferência' Sågrrrrdo, além de todos os apoios da pAR, dos líderes parlamentares e dos respetivos

.hãf., d.

gabinete, e todos o's deputados que aceitaram

participar

nos inquéritos, há ainda algumas pessoas que

individual

e/ou

institucionalmente

nos ajudaram

muito

a

(8)

136

I

CRISE ECONÓM]CA, POLÍTICAS DE AUSTERIDADE E REPRESENT,A.çÃO POLÍTICA

esquerda do que à

direita.

Sem surpresas, a maioria dos eleitores pensa que os parti_

dos mainstreazz (eS, PSD e CDS pp) fizeram bem em assinar o

-.'''orurráo d.

.*;;_

dimento

em2071,; o mesmo se aplica aos eleitores de todos os partidos, a

"*..çao

ão,

do PCP. Este facto corrobora o argumento de que os eleitores nem sempre reieitam

;

intervenção externa.

É

igrru1rn..rt. interessanté notar que, ao contrário

d"

qi.

.qp.1

rávamos, os eleitores do BE não são contra a intervenção, embora o seu

partido

ij6

tenha assinado o memorando. Apenas os eleitores comunistas se distanciam do,

..r_

tantes neste ponto. Por

fim,

verificámos efetivamente diferenças

muito

importantes entre os deputados no que toca ao resgate, com uma pequena

minoria,

dos partidos nainstreønn, e uma vasta maioria, entre os radicais de esquerda, a rejeitá-lo.

Contudo,

estudos mais recentes, nos quais se pediu aos eleitores para

avalia-rem

o

atual

memorando (resultante das sete revisões), e não a versão

original

(de

2011) que

foi

escrutinada nos estudos de

finais

de

2012-pimeiro

semesrre

ã" zois,

demonstram que, dois anos passados sobre o

início

da sua aplicação,

uma.r-ug"do.u

maioria dos portugueses (82,5%o) defende a denúncia ou a renegociação do MdE.

o

resgate teve, portanto, consequências para o processo democrático. Mesmo

se, de

início,

não granjeava a oposição da maioria dos portugueses, poucos poderiam

saber (dada a falta de transparência das negociações) como o resgate

foi

aproveitado pelo governo paÍa, aprovar reformas que sempre desejara.

Mais,

a crise e a intervenção

vieram criar uma grande divisão entre os eleitores e os seus deputados.

Mais,

há desde sempre

uma

enorme disparidade de posições entre os eleitores de

direita

e os seus

deputados sobre se o governo pode (ou não) renegar os seus compromissos eleitorais

prévios (2077). Este

último

elemento é particularmente preocupante.

Um

panorama

igualmente inquietante (e a mesma enorme disparidade entre deputados de direita e

os seus eleitores) prende-se com as avaliações da aplicação do tr.tdn e do aumento das

desigualdades socioeconómicas.

Assim,

mesmo que algumas das reformas adotadas

nos

últimos

anos possam ser virtuosas

ou

necessárias, as consequências

do

resgate não são de todo boas notícias para a qualidade da democracia em Portugal.

Capítulo

6

personali zùçãodas campanhas em eleições

legislativas:

o

contexto

importal

Campanhas antes

e

depois

datroica

(2009-201L)

MARCO LISI CJOSÉ SANTANA PERtrIRA

1.

Introdução

Em Portugal,

a crise económica e a intervenção da

troica

(após o

pedido

de fesgate

.

u arri.tut-,t.a do memorando com a

União

Europeia, o Banco

Central

Euro-p.,i.

o

Fundo Monetário Internacional) criaram

um

contexto desafiante para os

partidos

políticos,

os candidatos e os profissionais de comunicação

política que'

na

prim.iru Letade

de 201L, seviram a braços com a ocorrência de eleições legislativas

änte.ipudur.

O

contexto era de grande aumento de sentimentos

antipartidários

e do

descontentamento

em

relaçáo

à política (cf.

Fernandes,2011; Freire

e

Santana--Pereira, 201,1). Atéque ponto estè contexto

influenciou

afotma como

foi

conduzida

a campanha

eleitorali

Nãste capítulo, examinar-se-ão as diferenças no

tipo

de cam-panha levada a cabo pelos candidatos em 2009 e 2011, no sentido de

verificar

se as

.1.iç0", de

2011"

foram

mais ou menos individualizadas que as anteriores'

Além

da

anáÍise diacrónica, iremos analisar as diferenças entre os

partidos'

sendo expectável

que

o partido

do

governo tenha adotado

uma

estratégia

diferente

em relação aos

purtido,

,ra oposição. Este estudo

tem

ainda como objetivo

verificar

o

impacto

do

.rrfoq,r.

no

teLa

áu

ecorro-ia

nos padrões de personalização ou individualização das campanhas.

O

capítulo estrutura-se da seguinte forma: na secção seguinte, aPresentam-se os

principaii

argumentos teóricos e as ferramentâs conceptuais que

irão orientar

a

unálir.

e-píri.ul

Após

a apresentação dos objetivos e dos dados utilizados, procede-mos à descriçao

do

.o.rt."to

das campanhas eleitorais de

2009 e

207L' Sucessiva-mente, analisamos as principais carateiísticas das campanhas,Para depois

identificar

os fatores de personalização das mesmas.

Finalmente,

as conclusões

sintetizam

os

principais

,.r.rltudo.

e as suas implicações em termos da lógica da competição

(9)

PERSONALIZAçÃO DAS CAMPANHAS EM ELEIçOES LEGISLATIVAS

I

139

bvar à adoçáo de uma campanha de clarificação ou de insurgência. Se a economia é

u*r"^u

que favorece o candidato (i.e., a economia é sólida e o.candidato está no øovefno; ou a economra enfrenta problemas e o candidato pertence à oposição), deve-o-r"

fuI^, sobre a economia mais do que sobre qualquer

outro

tema, com o propósito dere¿gzir o grau de incertezados eleitores em relação à responsabilidade deste

par-tido pelos bons resultados económicos ou à

falta

de responsabilidade pela crise. Por outro lado, se a economiaÍrã,o favorece o candidator a campanha deve ser centrada noutro tema que the traga benefícios eleitorais

(lavreck,

2009).

Neste capítulo, defendemos que os temas que prevalecem durante uma

cam-oanha

eleitoral

podem

ter importantes

implicações

no

tipo

de campanha adotada

'oelos candidatos, sobretudo em termos de recursos e de estratégias.

Em

concfeto' o

ånfoqu" de determinados temas em

detrimento

de

outros

pode estar associado a

rnaioies ou menores padrões de personalização ou

individualização

das campanhas. Por exemplo,

num

contexto de crise económica, é expectávei que candidatos asso-ciados ao

partido

no governo tentem levat a cabo uma campanha mais

individuali-z^dat

eîqltaîto

que os candidatos dos

partidos

na oposição só

têm

a

ganhar

com

¿ feprodução de

uma

campanha de

clarificação

organizada

pelo

partido

ao nível

central.

O

fenómeno de personalização das campanhas

tem

sido amplamente

estu-dado nos

últimos

anos. Vários ar.rtores consideram que as campanhas eleitorais são

cadavez mais centradas nos candidatos, em

detrimento

das otganizações

partidá-rias

(Aarts

et a1.,2072;

Adam

e

Maier,

2070;

Garzia,2011)'

O

facto

de haver

um

cfescente desalinhamento dos eleitores,

um tipo

de competição baseado

c^d^vez

mais na exposição mediática e o

declínio

da capacidade de

mobilização

das

orga-nizaçóes

partidárias

são

alguns

dos

principais

fatores que

estimulam

a crescente perconzlizaçã,o ou

individu

aTização das campanhas eleitorais

(Norris, 2000; Kriesi,

2011). Apesar de as transformações sociais e

políticas incentivarem

uma crescente ênfase nos candidatos, este processo não deve ser considerado como uma

trajetória

inevitável. Pelo

contrário,

podemos

identificar

vários fatores associados à

persona-Iizaçã.o das campanhas, entre os quais merecem destaque o

tipo

de

partido

(há uma

tendência pafa que os partidos cøtch-all se centrem na

figura

dos líderes, ao

contrá-rio

dos

partidos

de massas ou mais

radicais,

e para que aloquem mais

facilmente

recursos paÍz- a coîtratação de agentes externos de comunicação;

Bowler

e

Farrell,

1992),

e

o

contexto

político, visto

que

quanto maior é a

competitividade

das eleições,

maior

será a tendência para

enfatizar

que

o candidato faz

a

diferença, e

tentar fazer com que as qualidades pessoais resultem num

maior

número de votos.

Finalmente,

a

modalidade

do

recrutamento

dos

candidatos

pode também

ter

consequências

importantes

no

papel

desempenhado

pelos candidatos durante

a

campanha.

Apesar de

o

estudo da personalização das campanhas

ter

focado

principal-mente o fenómeno de saliência da

figura

do

líder

do

partido,

em campanhas pala a

eleição de

vários

membros de

um

órgão democrático de representação é

perfeita-mente plausível assistir a fenómenos de personalização descentralízaåa (Balmas er

at.,20L4),

carafcriz da pelo enfoque da campanha nos candidatos

individuais

(que não o líder) em

detrimento

do

partido.

O

estudo das normas e estratégias de

perso-t

138

I

CRISE ECONÓMICA, POLÍTICAS DE AUSTERIDADE E REPRESENTAÇAO POLÍTICA

2.

Campanhas

eleitorais:

estratégias

e

personalizaçã,o

A

investigação sobre campanhas eleitorais tem tentado entender, por um lado,

como

é

que

as

recentes transformações económicas, sociais

e

tecnológicas têm influenciado a construção das campanhas, e, por outro lado, o impacto que a forma e

o conteúdo das campanhas têm nas atitudes políticas e decisões de voto dos cidadãos.

No

que

diz

respeito às novas tendências, fenómenos como a personalização, a

profis-sionalização,

^

moderîização/pós-modernização ou a medíatização têm sido

ampla-mente discutidos na

literatura

especializada (Swanson e

Mancini,

1996;

Mancini,

7999;

Mazzoleni e Schulz,

1999;

Gibson e Römmelle, 2001;

Lilleker

e Negrine, 2002;

Schmitt-Beck

e Farrell, 2002;

Norris, 2000;

Strömbäck,

2008,20ILa,2011b;

Kriesi, 2011).

Qranto

aos efeitos no voto, a

literatura

destaca os efeitos intencionais e

não-intencionais das campanhas, aos níveis

micro

ou

individual

(ganhos em termos de conhecimento

político,

mobiTização dos cidadãos, persuasão, reforço das atitudes já existentes) e macro ou societal (ex.: colocação de temas na agenda pública)

(Schmitt--Beck e

Farrell,

2002).

O

presente capítulo pretende explorar a

primeira

grande

linha

temática, ten-tando dar resposta às seguintes questões: como é que os partidos políticos se

adapta-ram

ào contexto pós-bailout

na

preparação

da

campanha de 2011?

Qre

enfoques

temáticos e orientações estratégicas nortearam as campanhas dos candidatos prove-nientes dos

principais partidos políticos

nas

últimas

eleições legislativas, e em que

medida estes e estas diferem das adotadas apenas dois anos antes?

No

que

diz

respeito

aos

temas, os

partidos tentam

obviamente,

e

tanto quanto thes é possível, centrar a campanha em temas que lhes dão vantagem eleito-ral

-

ou seja, aumentar a saliência de temas que, ao serem

utilizados

pelos eleitores

como critérios de

avaliação de

partidos e

candidatos,

resultem numa

apreciação

vantajosa.

Como

sabemos, as campanhas

eleitorais incluem

sempre discussões a

respeito

do

passado, presente e

futuro

da

situação económica

do

país.

O

cresci-mento

económico é

um

vølence issue

(ou tema

consensual,

do ponto

de

vista

dos

resultados desejáveis pelos

partidos

e pelo

eleitorado;

Stokes, 1963)

central

nas sociedades contemporâneas e

um

dos fatores contextuais de escolha de

voto

mais relevantes

(Lewis-Beck

e Paldam, 2000;

Lewis-Beck

e Stegmaier, 2000). Os temas consensuais

enfatizam

sobretudo a

prioridade

que certos temas assumem em

rela-ção a outros assuntos ou o desempenho dos vários

partidos,

enquanto que os temas

conflituais (or

position issues;

Stokes,1963)

caraterizam-se

por

evidenciar as

dife-rentes posições dos

partidos. Neste sentido, uma

competição baseada

em

temas

conflituais

põe em evidôncia as diferenças programâticas entre os

partidos,

assim

como as

principais

questões que

dividem

as forças

políticas

e

estruturam

o espaço de competição.

A

economia não é importante apenas pelo efeito direto sobre os eleitores, mas

também pelas implicações que pode ter nas estratégias de campanha utilizadas pelos

(10)

PERSONALIZAçAO DAS CAMPANHAS EM ELEIçÕES LEGISLATIVAS

I

141

deputado à Assembleia da República. Nomeadamente,

utilizamos

informação rela-tiva às opiniões e comportamento dos candidatos no contexto ilas campanhas para as

eleições legislativas de 2009 e de 20712. Para cada campanha,

foram

entrevistados cerca de 200 candidatos apoiados pelos seis partidos com representação parlamentar. Os candidatos foram convidados a descrever as suas atividades de campanha e o seu

passado

político

e profissional, bem como as suas atitudes e opiniões a respeito de

diversos assuntos políticos e políticas públicas, da crise económica, da democracia e

representação, do governo e do sistema eleitciral português.

Este trabalho procede através de duas fases. Na primeira fase, comparam-se as

duas campanhas no que diz respeito aos principais indicadores de personalização.

Na

segunda fase, iremos

utilizar

uma análise multivariada para

distinguir

os fatores que mais

influenciam

o estilo das campanhas.

No

entanto, antes de proceder a esta anâ-lise,

importa

descrever o contexto em que estas campanhas tomam lugar.

4.

O

contexto

das

campanhas

de

2009

e

de

201t

e

as

orientações temáticas

dos

candidatos

A

crise

económica era

jâ um

tema

muito

saliente em

Portugal

no

ano de

2009.

Na primeira

metade deste ano, os programas eleitorais preparados

para

as

eleições europeias

abordavam o tema da

difícil

situação económica portuguesa (Santana-Pereira, 2010). Para o PS, há

quatro

anos no governo, os eleitores

reser-varam uma

forte

derrota

nas europeias de

junho.

Corroborando

a

teoria

das

elei-ções de segunda-ordem

(Reif

e

Schmitt,

1980), os eleìtores portugueses

stiTiza-ram de facto as eleições europeias

parapenalizar

o

partido

no governo.

No

entanto,

o

PS

não

foi

duramente penalizado nas

eleições

legislativas

de

setembro. José

Sócrates,

líder

do

PS e

primeiro-ministro

desde

2005,

foi

reeleito,

embora tenha

perdido votos (passando de 45o/o para 36,5o/o)3 e assentos padamentares (passando de 1.21 para 97).

A

literatura

sobre

voto

económico

(Lewis-Beck

e Paldam,

2000;

Lewis-Beck

e

Stegmaier,

2000) faria

pressupor

que

o partido

de governo

seria

fortemente

punido

pela situação económica

difícil

que

Portugal

enfrentava em

2009.

No

entanto, a

punição

acabou

por

ser mais leve, tendo os socialistas

conti-nuado

no governo, ainda que

sem

maioria

absoluta.

Uma das

razões

para

este desfecho poderá ter sido o facto de que, em meados de 2009, a crise era entendida por grande parte da população como decorrente (em

parte

ou em grande medida)

2'Os

deputados portugueses em perspetiva comparada: -Eleições, liderança e representação política" lrrerre el al, 2009) e "Eleições, liderança e representação política em Portugal: uma perspetiva

longitu-urnat e comparada" (Freire

et a\.,2013).

lr!:t*

: out.o. dados relativos aos resultados eleitorais foram retirados do arquivo online drComissão

¡racional

de Eleições e estâo disponíveis em rmw.cne.pt.

ii

i

140

I

cRlsE ECONÓMICA' PoLÍTlcAS DE AUSTERIDADE

E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA

nal\zaçáodacampanhadoscandidatosadeputados'combaseeminquéritos'éino-vador em

portugali,

,rJ;;;;ì""u"¿o

noiior'puir.,

europeus' como a

Alema-nh a, a

Grã-',","

nh" oî

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;;'s"

P"T:l

*:Ïhtn*:'l,:"'ï'í*::ry

ä',',î,ï'#å1*;:;ïY;liî*;"'

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i*m:h:.'*;:siffJ:ïr:îiËii3::tr*kïî.",ffi

r'ff

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ä'.i;il,ioos)'

Já na

eleição

P"'I"Tï:1'.H'il"õnalidades

(Karlsen

e

;il*f

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ii

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t"ndiduä

i'

i^'¡'-q"'

b"- to*î"os

recursos

utilizados

pelos

candi

áu,o,

Po""gueses

em 2009

e2011'

3.

Objetivos'

dados

e

metodologia

oargumentoprinciparges-'"tf1lirll.:;åîï":xt;flJilJ'ïlÏxîå;'"tît.;

, i¿

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de rorma mais evidente as zado" mais as campan

diferenças entre os

o"'ìîå;'ä;'l '*

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palavras' é expectável que

o maior impacto

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ttonórnito''"

'"Ri'u

nu*^

*tt'o'personalïzação

das

campanhas.

c.*"

*;:ür,""ä."r1r,^

dif"r"nì"

ênfase nos.

l:lu'-ttotómicos'

é olausíver

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""

.r,;;;;i;ïe

mobilização dos

candida-îor,

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i:';bÏ;J'

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do partido

de

f

ou.,,,op"d"'-?:'j"ff"ï:;":i,:#iliï"iî;:*Wn:iî:ôîiî"Ï::

f,o'qo"''ånt'ui1l-1t'"rr;.,ado

a um

dt'

nt;äd;t'ä"it'1"*ttbados

da

história

-se

de um

governo

económicarecentedopaís'oscandïdato'"i;;;;átspoderiamobteralgumavan-ìir.* "rtn.,t"r'

""""'

r^,

"ecnnsrâ às questões de ïnvestigação acima

elen-ôld'dos

utilizados para dar resPostâ

cadas

baseiam-r.

.*îJ,Ï",ä;;;;

.Jor.

"JiJ*å.iï

^,i'i¿"¿"s

dàs candidatos a

(201!ø, e 2013t) sobre umfenómeno teoricamente

associado à perso-a deputados em 2009'

(11)

PERSONALIZAçÃO DAS CAMPANHAS EM ELEIçOES LEGISLATIVAS

I

143

sendo

idênticos

ou

ligeiramente

mais

elevados

que os

identificados

durante

o

outono de 2009 pelo Eurobarómetroa.

Na

secção anterior, colocou-se a hipótese de que os candidatos associados a

partidos de oposição

teriam

mais incentivos paru enfatizar a relevância e a urgência

dos temas económicos e as diferenças entre os

partidos

à

luz

destes temas, enquanto os candidados apoiados pelo

partido no

governo

tentariam

chamar

a

atençã.o para outro

tipo

de temas. Com o agravamento da situação económica do país, é expectável que este fenómeno ocorra com grande intensidaäe em 2077.

Ao

nível central,

foi

isto

que aconteceu: enquanto que o PS adotou,

tanto

quanto possível, uma campanha de insurgência, as restantes forças políticas

privilegiaram

uma campanha de clarificação que responsabilizasse

o

incumbente pelos maus resultados

no

campo económico.

Embora fosse

impossivel

evitar

o

debate sobre os temas económicos,

o

partido

de governo preferiu desviar a atenção sobre as diferenças de

fundo

com o

principalpar-tido de oposição, por exemplo levantando a questão da polémica revisão

constitucio-nal proposta pelo PSD (Magalhães, 20'J,2).Por

outro

lado, as outras forças políticas procuraram

atribuir

ao governo as culpas do mau desempenho económico.

Ou

seja,

PSD e

CDS-PI

bem como os pequenos partidos de esquerda BE e pCp, centraram-se

na situação económica do país, que, sendo péssima, favorecia os candidatos não

per-tencentes aos

últimos

dois governos e,

por

essa mesma razão, nã,o diretamente res-ponsabiTizâveis pelo statu guo económico.

Mais,

os partidos da oposição

esforçaram--se por responsabilizar claramente o PS e o seu líder, José Sócrates, pelo continuado

agravamento da crise económica (oposição à direita do governo) e pela necessidade de uma intervenção externa

ultrajante

da soberania

nacional

(oposição à esquerda do governo) (Fernandes, 2011).

O

que dizer do enfoque temático dos candidatos? Uma análise dos problemas mais importantes segundo afrliação partidâria dos candidatos evidencia dois pontos importantes. Por

um

lado, o desemprego surge como

um

tema

imperativo,

ou seja,

todas as forças políticas estão de acordo em

atribuir

a este tema uma saliência

parti-cular.

Com

exceção

do

CDS-PP, mais de

um

terço dos candidatos de cada

partido

político analisado

indicam

que este é o problema mais

importante

do país na altura

da campanha de 2011. Por

outro

lado, os candidatos

do ps

distinguern-se

por

não sublinharem nem o défice, nem a dívida, duas questões particularmènte negaiivas no balanço da governação socialista. Cerca de dois terços dãs candidatos socialistas

afir-mam que os problemas principais são o desemprego, a crise económica e social e as

desigualdades sociais. Por outras palavras, estes são temas imperativos cuja seleção

poderá ter

permitido

evitar diretamente o assunto da responsattilizaçao para enfatizar

sobretudo questões em que o

partido

inspira uma maior confiança uo,

olho,

dos

elei-tores e que são

prioritárias

à luz da

própria

matriz ideológica (Tabela 6.1).

1,3**:

relativos a Portugal do Eurobaróme tro 75 são disponibilizados pela Comissão .Ðuropeia

:::?Jac:s!e.et p\tblicada em agosto de 2011, acessível através do link http://ec.europa.eu/public-opinion/ uchives/eb/eb75/eb75-fact-pt-en.pdf.

Por sua vez , afactsheet sobreo ."ro português no outono d,e 2009

illliårtt

di'poniuel atrave-s do link: http://ec.europa.eu/public-opin ion)archlves/eb/eb72/eb72-ract,

142

I

CRISEECONÓMICA' POLÍTICAS DE

AUSTERIDADE E REPRESDNTAÇÁO POLÍTIC'{

da

situação

inrernacional.

isto

significa

qu,e

a

perceção

9t

::t:::::o::Îl"iii;

;

:"

J.

Ë.

;

i.::

*n:

;ho*'

I

*

åîî

;'ä Í.'ï:';ü'"i,

^

"

( Fre i r e e

do que o necessárro Pa:

Áuniun*P"t"iï;3lJ?l;r.micas

do

Raís

flam

se

deteriorando

rapidamente nos dois anos seguintes.

o

programa de governo,

är.

pt."t^

alguma continuidade com

a

linha

seguida

d"'"^tt|;?,fi"';o"'nãn¿"to

dJsot"""''

utubou por dar lugar a uma

série de Programas d"

b"i;îã;;tt

ð'"tti*"'no

(pec)'

compostos por medidas de austeridade

fr"u"t"i'uTì;täil;

pt'"ira'

zòr2)' No

"ll'"'31

"

situação

eco-nómica não dava

sinaiì

de

melhoria'

t

o

tt'uîao"gout"'o

Sócrates' não podendo

contar com

o

apoio

d;';;;;"

partidos

'"-i;;;'";

nl

As"mbleia

da Repúblîca'

acabou

por cair'

A' :¿Ë;äå;t;-n"

de

zoìr

foram'

assim'

convocadas após a

demïssão do

p'i*ti'o:åìî""t'"i"J

s¿t""'''no

';:;iã;

J"

chumbo do PEc

lv

(em 23 de março)

"

o"

.";;;å;"Ïä1ïì*rnável,

oedido de ajuda financeira externa ao

FMt

e à Unïão

EuropÏ:;';;:;'J"

^f

ir

("""'

F;;;

Säntana-Pereira' 2011; Fer-nandes,2011)'

A

economia

foi,

como não podia deixar de ser,

o grande tema da campanha'

Apesar

d" o,

p'i"'ipîl'p'"ää""ti'":

*:::îtJùã"''-

n1'"

":l

:*'"m

assinado'

com

o

CDS-Pp,

o

**i"ndo-de

.,'.",'ai*á,-,io

.o^

".,oi.u

no

início

de

maio

de

2011,

os

"t"

p'og*-as

eleitoraïs

eram

muito

diferentes'

De facto'

os

soclals--d.emocratas

,'"t"níiä-u*tr

mais

do

q""

"

tättn"Jo

pela troica

e

propunham

a

ääilb:.*.,'åii,'l;Tih*ïii:':ïru::xiry"6;l':,',ïl'å:ii;

apresentavam-tolÏnu,unra

social

tp""''ut¿tî'

ætì;

F'"i".t

s'ntnn'u-Pt"ira'

201 L)' saúde, educação e se

o

Ps acabou

0"

"'?;;;;;n"ã'*o*¿o ^'S;

'i;it;;''

it'n¿o

menos de 300/o dos

votos e elegendo

J;;;il;n*"u"'

d'

;;;;;

jooq'

No €ntanto'

Pedro Passos

Coelho, o novo

ria"''à*

'otiui'-dt*o.ttut'l';;;;guiu

obter a maioria absoluta

dos assentos

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n'**ur"i"

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Governo

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Affiä;;'igrande

derrotado nestas elei-ções

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cujo

grupo

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do seu

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(cer ca de 7 0'/')

do

que

em 2009

ö"*ï,å. io*l]

,A.ä.-"i,,îstas

orientações tendem a

refletir

as

atitudes

d"

P.p"l;;:.

Ëà,"å.fnn';,

'"";;.;",;

das últimas.eleições legislativas'

630/odos0.,,"r'l'l'î;;;;åa""i"i;;*"'Tf

:::l:!'"Tîiti'i:;:":;-:íili:iîil':.:l:*tl-r*':|"*,"'Hrf

i1i'fii',trffi

.::;ii':fi

(12)

PERSONALIZAçÁO DAS CAMPANHAS EM ELEIçOES LEGISLATIVAS

I

145

com as campanhas eleitorais, promovendo uma austeridade necessária em tempos de crise, em

linha

com a exortação à frugalidade por parte do prèsidente da Reprlblica

(santana-Pereira,

2010;

Fernandes, 2011).

Apesar

do.

m.rrores

recursos, houve

alguma continuidade na forma como são organizadas as campanhas eleitorais, mais em termos de enfoque comunicativo do que em termos de recirrros utilizados.

comecemos pela análise

do

enfoque comunicativo da campanha.

A

grande maioria dos candidatos considera que o objetivo

principal

da campånha para as

elei-ções legislativas é focar aatenção dos eleitore's no

partião,

em detrimento dos

candi-datos:

em

2009, a média das atitudes dos candidatos era

de 1,zs;

em2011. parece registar-se uma maior ênfase nos objetivos dos partidos (média de 7,4)6, embora esta

diferença não seja estatisticamente

significativ{. Ao

contrário do verificado no

con-texto das eleições federais de

2005

na

Alemanha,

em que

um

terço dos candidatos entendiam a campanha eleitoral como destina da a atrairàs atenções dos eleitores para

os candidatos em detrimento dos

partidos

(zittele

Gschwend,200g),

este entendi-mento do objetivo das campanhas é residual em

portugal tanto

em 2009

.orno

"-2011, dizendo respeito a

cerc

de 5%o dos candidatos.

Qranto

à personalização dos recursos usados nas campanhas (a produção de

material

por

parte dos

candidatos,

a

disponibilidade de umu

equipa -pessoal

e

o

recurso

a

consultores),

_

existem algumas diferenças

entre as

d.rus

.ampanhas

(Figura 6.1). Por exemplo, apenas L2,20/o dos

candidatos

aß'maram

ter

proãuzido

algum meio a

título

pessoal para as eleições ðe 2009, enquanto em 201,1, esta

propor-ção desce para7,7o/o. Também no caso da equipa perroal horrve uma

diminuiçao

nes-tas duas eleições, passando-se de 14,2o/o de candidatos com uma equipa pessoal para

9,5%0. Estas diferenças são estatisticamente significativas ao nível ãe^0.1 ou

inferior

(ver notas da

Figura

6.1).

Finalmente,

a percãntagem de candidatos que

afirma

ter recorrido ao apoio de consultores durante a campanha é

muito

,eduiida

(1,9o/o em

2009 e0,5o/o nas eleições de201r), não se registanão diferenças significativas enrre as duas eleições consideradas.

Estes resultados não devem surpreender

por

duas razões.

por

um lado, é

evi-dente que,

tendo

esta competição eleitorar

um

caráter nacional e considerando

as

caraterísticas do sistema eleitoral (listas bloqueadas), os candidatos têm poucos

incen-tivos para captar e desenvolver recursos e meios próprios p^ru

^

r^^pånha

eleitoral.

Por outro, numa altura em que os orçamentos

doì

purtidÅ

,ofr.r"-ìrr¡

decréscimo consistente, é compreensível que a proporção de candidutos com uma equipa

própria

seja ainda. menoJ, especialment.

..r.'

.ori.*to

de eleições

antecipadas.'Finalmente,

¡11o

evideliado

por um estudo anterior

(Lisi,2017),

aprofissionarização das cam-llnha,s.em

Portugal tem sido

reduzida

em

comparação a outros países europeus, especialmente no que diz respeito à intervenção då esplciaristas

extånos.

é a seguinte: Qral foi o principal objetivo da sua campanhal Onde se posicionaria "atrair o

na qual 0 significa "atrair omáximo de atenção possível para o meu partido,, e 10 Fonte: Freire

¿¡

máximo de atenção possível para mim enquanto candidato"ì al. (2009) eFreire et at. (2013).

Tiste designificância estatística

t(388)= -L,491.; p= 0,73I

144

I

CRISE ECONÓMICA' POLÍTICAS DE AUSTERIDADE

E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA

Tabela 6.1

-

Problemas mais importantesna ótica dos

canilidatos' 2011 DesemPrego 1 (1 6,3Vo) 2 Falta de credibilidade po1ítica (14,3o/o) 3 Corrupção (10,2o/o) 4 Dívida (10,2o/o) 5 Défice (8,2o/o)

Fonte: Freire et at (2073) A tabela inclui apenasvalores suPeriores

a 5olo dos candidatos por cada partido'

Em

geral,

estas considerações

confirmam' em

certa

medida' a

expectativa

sesundo a qual os

t""d;;;;';"ï*

p""iao

"o

go.'""'o

-

neste

caso;

Ps

-

evitam

taãto

quanto possível

dal

teulce a quåstões

qut

í'

poa"'n

"f"tt'"t'îi:l"amente'

Na

próxima

secção

iremo'

"t"iU"'

¿"

qt" fo'*u

estas

diferentes estratégias se refletem

i"*fu*

no estilo das camPanhas'

5.

Duas

camPanhas em

confronto:

enfoque

comunicativo

e

recursos

Nestasecção,iremosanalisarasprincipaisdiferençasnascaraterísticasdas

campanh as n ut

tltiçot'

åt

2009

e

20!1'

nomeaj;'"ä

;; ;;;t;

ã" ind\vidvlizaçio

ãî,iu*p"'r'i,1"*d,,îJ;1;É;;;ii:11'^iî{f

l':::"ä*n:*;f

*}lru

iii.r.

nå.t",

dois momentos eleitorais' a tender

DesemPrego (36,5o/o) DesemPrego (39,5o/o) (3 3,3Vù DesemPrego DesemPrego (360/o) Outro (11,50/o) Crise económica e social (18,60lÐ (13,9%) Mau funcionamento instituições democráticas Crise económica e socìal (8,7o/o) Défice (7,70/o) Desigualdades sociais (9,370) (1!,lo/o) Submissão a potênciâs económicas Dívida (8,7o/o) Dívida (5,80/o) Outro (11,10/o) Troica e políticas de austeridade (8,7o/o) po1ítica (5,80/o) Falta de credibilidade Desigualdades soclalS (8,3%) CorruPção (8,7o/o) nais impoÉfirte do pals CDS..PP PSD PS PC? BÏ:,

(13)

PERSONALIZAçÃO DAS CAMPANHAS EM ELEIçÕES LEGISLATIVA

S I

I47

amplautilização

por parte dos candidatos pode estar relacionada com a perceção de que é desejável manter o contacto com os eleitores e que estè

tipo

de interação garante uma maior

legitimidade

ao mandato, aproximando-se do ideal democrático.

A

escassa personalização das campanhas aparece evidente também se

conside-rarmos outras formas de mobilização.

A

utilização de websites pessoais é mencionada

por cerca de

um

quarto dos candidatos

inquiridos,

com valores

muito

próximos nas duas eleições. O uso das novas tecnologias parece ainda

limitado,

sobretudo tendo em consideração outras experiências a

nível'internacional

(Panagopoulos et

a\.,2009).

Mais

importante

é a distribuição de panfletos referentes aos candidatos, uma técnica

de campanha tradicional, amplamente :utilizadapelos partìdos, sobretudo em

combi-nação

com

a

organizaçã.o de eventos sociais (comícios, visitas a

instituições,

etc.).

Da mesma

forma,

cerca de 20o/o dos candidatos

afirmam

uttTtzar cartazes durante a

campanha, sem que se registem diferenças substanciais nas duas eleições.

Em

geral, a comparaçã.o dos meios

utilizados

nas campanhas de 2009 e 2077

âpresenta

um

quadro de substancial continuidade.

As

reduzidas mudanças que se

verificam

-

sobretudo em termos de anúncios na imprensa e

no

tempo dedicado a

encontros com eleitores, os únicos itens que mostram diferenças estatisticamente sig-nificativas (ver nota da Figura 6.2)

-

parece ter a ver mais com os constrangimentos

do contexto do que com o efeito da emergência da crise económica e da assinatura do

memorando com a troica. Por outras palavras, a ocorrência antecipada destas eleições

e o facto de os partidos terem que adotar medidas de contençâo nos gastos eleitorais

Figura 6.2

-

Meios utilizados pelos candidatos pârâ as eleições legislativas de 2009 e

20ll

(o/o)

1) Anúncios na TV, cinema ou rádio

2) Anúncios na imprensa 3) Cartazes 4) Site 5) Panfletos 6) Expediênte 7) Reuniões sociais 1,6 2,1 i ¿,g 10,3 23,2 22,2 25,4 27,1 l i I

010203040506070

s5,B ..- 2011

I

2009 X= 67,2 67,9 (N= 80

Fonte: F¡ei¡e a/.(200e) Freire al.(201.3).

e

OsvaloresindicamaPercentagem de candidatos que aûrmam ter utilizadoosinstrumentos durante

camPa-de2009 201 Qri-quadrado: 0,11 0,734(N 380); 2) 6,765 0,013 384); 0,548, 7. 1) 5, p.= 3) 0,386(N=38 6);4)X= 0,240, 0,625 (N= 1); 7,988, 0,159 (N=380);6) 4,607, 0,032(N 382); p= s)X= X= p=

x.

2,138, p=0,343(N 7e).

146

I

cRlsE EcoNÓMICA', POLÍTICAS DE

AUSTERIDADE E REPRESENTAçÁ'O

PoLÍTlcA

Combasenestesdados,épossívelsublinharduasconclusõespreliminares.

E*p,ï*.i,o,,,*-,1,.,';;îÏ*'.¡;',"."i:;*"Th'ïïlïiîii"iî'-ill"i::

'",ìi¿"r,

tendo os

cinaiaatll;1;#::,iï;;;r,a..o",i"'idade

no

tipo

de

cam-:ilt.il;gt"a'

lugar' apesar

dt

h*i

t::-'?;;;o

p"pa

dos partidos parece ter

;^i1*n*ff

ru;n':¿""ii"åïl'"îä""î''"ådascampanhas

Figura 6'1

-

Personalização^dos¡ecursos das campanhas'

J;;;' ä;ffi

ui'o

on

-'ott(P

ercentagens)

12,2 16 14 12 10

I

6 4 14,2 9,5 1,9 2 0 0,5 Consultofes profissionais Candidato Produziu material de campanha EquiPa Pessoal do candidato

t

2OOg ::2011

i,î:::

î;äT

;1,Í;:':'ïi,l#ï:íLf"i

::

î*:::::ï.1H1T

åì;i

i'&îî:fl,'Jil'îïï:i'iå

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àîîi ij ",

u ma equipa

r:î,^:,T;;à;:l;ïjîÏiÏii

|;iïl'åii

ìio

jo"

oã 0""0"'

(N= 375)1 2) X= 3,39' P= o'oô ttr

Estasconclusõessãosubstancialmenteconfrrmadasquando.observarmosos

meio s

utilizaao, p.to, ."iãiå ^io.

nu'

+*''d;;;;Igd:l

^':

1lå'î:Tli'.:f:

î.îîïä;!::**:ìii:.m.ïifiî3ï:ffiìå:,","'li:i:ï,'-""'*'

comícios, sessões de

esclarecim:.i-t""^ïJi:::ä,,,;;tl*ndo

os valores muïto

seme-ätd;¿t

que faz uso deste recurso 9 Ut

itt"'1,"":'.'ii""

i"

i.t"ttã

-"tt

utilizado

thantes nas duas

'l'iç;i::;';;;;dt'

9

sesundo

tipo

de recurso

ÏiTni'ì"'¿t

consiste no

atendimenä;;1"ì;;;;s'^Embo'ie'ta

categoria Possa est

pela perceção

ao""näi-¿îä'' i-'igt'intutt"" "

;;t;""å;!"t

tç"

at

mobilização

ocu-i",d.ro,*""",':îî"îîiïåïi$å'""ä.'Ï:'-:ïîü*t"#"*:i"ï'j'::

interativos ou com

ur

;:ì;;;;d,d;,.,"*:"'ïîii,ä"Jif

äfl

+Ï#f;n**il".ïåîî*i1lï"i"

Imagem

Tabela  6.1  -  Problemas  mais  importantes na  ótica  dos  canilidatos'  2011
Figura  6'1  -  Personalização^dos¡ecursos  das  campanhas'
Figura  ó.4  -  Personalização  do  enfoque  comunicativo  das  campanhas por  partido político,  2009  e  2011  (médias)
Tabela  6'2  -  Determinantes  dos  objetivos  prioritários  da  campanha:

Referências

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