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Efeito da hora-do-dia no reconhecimento de faces e no processamento holístico/local e sua relação com o cronótipo

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Universidade de Aveiro 2019

Departamento de Educação e Psicologia

DANIELA FILIPA

RIBOLHOS PINTO

EFEITO DA HORA-DO-DIA NO RECONHECIMENTO

DE FACES E NO PROCESSAMENTO

HOLÍSTICO/LOCAL E SUA RELAÇÃO COM O

CRONÓTIPO

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Universidade de Aveiro 2019

Departamento de Educação e Psicologia

DANIELA FILIPA

RIBOLHOS PINTO

EFEITO DA HORA-DO-DIA NO RECONHECIMENTO

DE FACES E NO PROCESSAMENTO

HOLÍSTICO/LOCAL E SUA RELAÇÃO COM O

CRONÓTIPO

Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Psicologia da Saúde e Reabilitação Neuropsicológica, realizada sob a orientação científica da Doutora Isabel Maria Barbas dos Santos, Professora Auxiliar do Departamento do Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro

Trabalho financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto

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Dedico este trabalho aos meus pais, que apesar de todas as adversidades e obstáculos sempre me fizeram acreditar que era possível atingir os meus sonhos e objetivos, sem nunca desistir.

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o júri

Presidente

Prof. Doutora Anabela Maria Sousa Pereira professora associado com agregação à Universidade de Aveiro

Prof. Doutora Mariana de Lurdes Carrito

Investigadora de pós-doutoramento da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto

Prof. Doutora Isabel Maria Barbas dos Santos professora auxiliar da Universidade de Aveiro

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agradecimentos Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à minha família pelo apoio incondicional que me foi dado ao longo desta caminhada, sem nunca me deixar desistir mesmo quando tudo parecia mais difícil e impossível de concretizar.

Em segundo lugar, gostaria de agradecer à minha orientadora, Professora Doutora Isabel Santos, pela sua disponibilidade e partilha de conhecimentos ao longo deste percurso e principalmente pela motivação, nos dias mais difíceis.

Agradecer, ao meu namorado que sempre me apoiou e acreditou em mim, e que nos dias mais difíceis sempre me fez acreditar que seria capaz de realizar este trabalho e concretizar os meus sonhos.

Às minha amigas, Filipa, Daniela e Mariana, por toda a amizade e todo o incentivo dado nos meus momentos de fraqueza. E por mesmo longe, nunca deixaram de me apoiar.

Agradecer também, a todos os amigos que adquiri ao longo desta jornada e com os quais partilhei momentos de alegria, tensão e medo, especialmente à Lara.

Finalmente, agradecer a todas as pessoas que se disponibilizaram para participar neste trabalho, sem receber qualquer recompensa.

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palavras-chave hora-do-dia, ritmo circadiano, cronótipo, matutino, vespertino, reconhecimento facial, processamento global e local

resumo Os ritmos circadianos têm vindo a despertar crescente interesse de

investigação nos últimos anos. O cronótipo traduz a preferência individual de cada individuo em estar ativo e repousar a determinadas horas-do-dia e quando estes se sentem no seu melhor, e é uma das formas de expressão dos ritmos circadianos. O cronótipo individual pode classificar-se em matutino, vespertino e intermédio ou indiferente.

Na literatura, encontram-se evidências de que existe uma relação entre o cronótipo e a hora-do-dia em que os indivíduos desempenham determinadas tarefas, sendo que os matutinos apresentam melhor desempenho na parte da manhã e os vespertinos ao final do dia, para algumas tarefas.

Este estudo pretendeu perceber qual o efeito da hora-do-dia na realização de uma tarefa de reconhecimento facial e numa tarefa de processamento holístico/local e qual a sua relação com o cronótipo. Assim, 40 jovens (52.5% moderadamente vespertinos, 32.5% indiferentes e 15% moderadamente matutinos) de Aveiro, realizaram a tarefa de Reconhecimento Facial de Benton e a Global Local Task, num de quatro grupos horários (9h00 às 11h30, 11h30 às 14h00, 14h00 às 16h30 e das 16h30 às 19h00). Vinte e nove idosos (6.9% moderadamente vespertinos, 44.8% indiferentes, 27.6% moderadamente matutinos e 20.7% definitivamente matutinos), realizaram apenas a tarefa de Reconhecimento Facial de Benton.

Os resultados indicam que, apesar de não se verificar um efeito significativo da hora-do-dia no desempenho nas tarefas, verificaram-se algumas tendências para diferenças entre diversos grupos horários estudados, particularmente quando os indivíduos realizam a tarefa numa hora que não corresponde à sua hora de preferência. Assim, é possível que haja uma relação do cronótipo com o desempenho das tarefas, em função da hora do dia.

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keywords Time of day, circadian rhythms, chronotype, morningness, eveningness, facial recognition, global and local processing

abstract Circadian rhythms have received increasing research interest in last years. Chronotype is reflected as the individual preference of each person to be active and to rest at certain times of the day and when they feel at their best. One of the expressions of circadian rhythms is the chronotype, which can be classified as morning-type, evening-type or intermediate or indifferent.

In the literature, there is evidence of a relationship between chronotype and the time of day when individuals perform certain tasks, in such a way that morning people perform better in the morning and evening people perform better at the end of the day.

This study aimed to understand the effect of time of day on performance on a facial recognition task and a holistic/local processing task and how this relates to chronotype. Thus, 40 young people (52.5% moderately evening-type, 32.5% indifferent and 15% moderately morning-type) from Aveiro did the Benton Facial Recognition Task and the Global Local Task, in one of four time groups (9:00 am to 11:30 am, 11:30 am to 2:00 pm, 2:00 pm to 4:30 pm and 4:30 pm to 7:00 pm). Twenty-nine elderly (6.9% moderately evening-type, 44.8% indifferent, 27.6% moderately type and 20.7% definitively morning-type) did only the Benton Facial Recognition Task.

The results indicate that, although there is no significant effect of time of day on the performance in these tasks, there were some tendencies for differences between time groups, particularly when the individuals performed at their non-optimal time. Thus, there may be a relationship between the chronotype and task performance, as a function of the time of day.

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Índice

Introdução ... 1

Cronótipo e desempenho ... 2

Reconhecimento de faces e o processamento holístico/local ... 4

Objetivo ... 5 Metodologia ... 6 Participantes ... 6 Materiais ... 8 Procedimento ... 10 Análise de Dados ... 11 Resultados ... 11

Efeito da hora-do-dia no número de respostas corretas na Tarefa de Reconhecimento Facical de Benton na amostra de jovens e idosos ... 11

Efeito da hora-do-dia na percentagem de respostas corretas na tarefa de processamento global-local na amostra de jovens ... 13

Efeito da hora-do-dia no tempo de respostas na tarefa de processamento global-local na amostra de jovens ... 14

Correlação da pontuação total do MEQ e o desempenho nas tarefas, na amostra de participantes jovens, nos diferentes grupos horários ... 15

Correlação da pontuação total do MEQ e o desempenho na tarefa de reconhecimento facial, na amostra de participantes idosos, nos diferentes grupos horários ... 16

Discussão ... 17

Referências ... 20

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Índice de Tabelas

Tabela 1: Variáveis de caraterização da amostra ... 7 Tabela 2: Correlações do desempenho das tarefas com a pontuação do MEQ na amostra de jovens ... 16 Tabela 3:Correlações do desempenho na tarefa de reconhecimento facial de Benton com a pontuação do MEQ na amostra de idosos ... 16

Índice de Figuras

Figura 1: Média de respostas corretas na BRFT dos jovens nos diferentes grupos horários ... 12 Figura 2:Média de respostas corretas na BRFT dos idosos nos diferentes grupos horários 13 Figura 3: Média da percentagem de respostas corretas (ACC) na Global Local Task ... 14 Figura 4: Média do tempo de resposta (TR) na Global Local Task ... 15

Lista de anexos

Anexo 1- Pedido de colaboração da população jovem Anexo 2- Consentimento informado

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Introdução

Os ritmos circadianos ou também designados por flutuações cíclicas em funções fisiológicas e psicológicas, influenciam aspetos da vida de um indivíduo (Preckel et al., 2011), refletindo-se no conceito de cronótipo de cada um. Este tem sido objeto de interesse, particularmente na sua relação e influência sobre diversos aspetos da vida diária, traduzindo a preferência pessoal por acordar a determinadas horas do dia e repousar a outras (Adan et al., 2012).

A expressão rítmica circadiana difere de indivíduo para indivíduo e pode ser classificada como a dimensão ou conceito de tipologia circadiana que consiste em três tipos de cronótipo como, o tipo matutino (MT), vespertino (ET) e intermédios ou indiferentes (NT). O tipo de cronótipo matutino (MT), corresponde aos indivíduos que têm como preferência dormir cedo e acordar cedo, refletindo o seu pico de desempenho nas primeiras horas do dia. O tipo vespertino (ET), refere-se a todos os indivíduos cuja preferência é deitar-se e acordar tarde, mostrando-se mais aptos no fim do dia. Já o tipo intermédio ou indiferente (NT), corresponde a 60% da população adulta, embora 40% da mesma esteja inserida num dos tipos extremos mencionados anteriormente (Adan et al., 2012).

O tipo de cronótipo depende dos tipos de desempenho de acordo com os indivíduos (West et al., 2002; Schmidt, Collette, Cajochen, & Peigneux, 2007). A preferência matutina e vespertina é uma diferença individual que está relacionada com o ciclo de sono e a sua predisposição para resolução de tarefas na parte da manhã e da parte da tarde, assim como o rendimento (cognitivo e físico em diferentes momentos do dia) (Adan et al., 2012).

Há evidências que sugerem que a tipologia circadiana é influenciada por fatores individuais, como a idade e o género (Adan et al., 2012), bem como outros fatores, biológicos, psicológicos e hereditários (Crowley, Acebo, & Carskadon, 2007). Estima-se que a preferência circadiana Estima-seja 50% hereditária (Barclay, & Gregory, 2013; Curtis et al., 2014).

No que diz respeito à idade, estudos mais recentes com jovens e adultos, apontam algumas mudanças no seu cronótipo (Smith et al., 2002; Cavallera & Giudici, 2008). A primeira mudança ocorre em idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos onde se observa uma alteração do tipo matutino para uma tendência mais acentuada no tipo vespertino (Tonetti et al., 2008; Adan et al., 2012), alcançando este tipo o seu expoente máximo aos 20 anos (Roenneberg et al., 2004), comprovando que após o fim da adolescência, os índices de matutinidade tem tendência a aumentar com a idade (Adan et al., 2012). No entanto, é a partir dos 50 anos que ocorre novamente outra mudança de ET para MT, tornando-se estes indivíduos com maior preferência em deitar-se e acordar cedo (Cavallera & Giudici, 2008), comprovando assim, que quanto mais velhos, maior é a tendência do seu cronótipo em refletir-se no tipo matutino e que

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as preferências individuais circadianas podem variar e os indivíduos podem pertencer aos diferentes tipos de cronótipos ao longo da sua vida.

Existem também diferenças entre os géneros. Um estudo de Chelminski et al. (1997), comprovou que as mulheres apresentam uma tendência mais forte para a matutinidade do que os homens (Cavallera & Giudici, 2008). Outras investigações foram de encontro do resultado anterior, apontando uma maior tendência para o tipo vespertino nos homens do que nas mulheres (Schimdt, Collette, Cajochen, & Peigneux, 2007).

Para além das diferenças mencionadas, a propensão dos indivíduos para a

matutinidade e vespertinidade está também relacionada com fatores como, o humor, temperamento, a produtividade, os seus interesses pessoais, o consumo de cafeína e ainda a sua temperatura interna (Andershed, 2005; Preckel et al., 2011). Dados fisiológicos apontam ainda que as diferenças entre os dois tipos de cronótipo, MT e ET, alcançam a acrofase (fase em que a variável rítmica atinge o valor máximo) da temperatura na segunda metade do dia. No entanto, o tipo MT alcança 1 a 3 horas mais cedo que os indivíduos do tipo ET (Natale & Alzani, 2001; Cavallera & Giudici, 2008), sendo que os ritmos circadianos são assim identificados através de marcadores biológicos acima referidos.

Fatores psicológicos como a personalidade, são, para além dos fatores referidos, aspetos que diferem entre indivíduos matutinos e vespertinos (Tsaousis, 2010; Curtis et al., 2014). Vários estudos apontam a existência de dois traços de personalidade que parecem estar intimamente associados às preferências circadianas dos indivíduos, como a conscienciosidade e agradabilidade (Curtis et al., 2014). Segundo vários autores, pessoas mais conscienciosas, têm um trabalho mais duro, são confiantes e menos impulsivas. Pessoas mais agradáveis são cooperativas, amigáveis e menos agressivas (Curtis et al., 2014). Para estes autores, altos níveis dessas caraterísticas estão associados a uma preferência matinal, enquanto baixos níveis estão associados a uma preferência noturna (Hogben, Ellis, Archer, & Von Schantz, 2007; Curtis et al., 2014).

Quando se trata de medir preferências circadianas, há uma variedade de métodos que podem ser utilizados. Embora essas preferências possam ser medidas fisiologicamente através da temperatura corporal ou pela produção de cortisol (Curtis et al., 2014), a maioria dos investigadores utilizam questionários de autorrelato. Entre todas as medidas de autorrelato, o questionário mais utilizado é o Morningness-Eveningness Questionnaire (MEQ), elaborado por Horne e Ostberg (1977).

Cronótipo e desempenho

As diferenças individuais produzidas por cada cronótipo, provocam diferentes níveis de desempenho em determinadas tarefas, nomeadamente se forem executadas em diferentes horas do dia.

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Os efeitos do cronótipo e da hora do dia, têm sido estudados em diversos domínios cognitivos como, as funções executivas, atenção e a memória (Schimdt, Collette, Cajochen & Peigneux, 2007), neste sentido, vários autores concluíram que as performances cognitivas eram mais eficazes quando a hora das tarefas executadas estava em sincronia com o pico de alerta correspondente ao tipo de cronótipo de cada indivíduo, chamando-lhe o efeito de sincronia (May & Hasher, 1998; Adan et al., 2012). Afirmam ainda, que os indivíduos que estão mais alerta da parte da manhã, tendem a ter um melhor desempenho de manhã, correspondendo ao tipo matutino. O contrário acontece com os que estão mais alertas ao fim da tarde ou á noite, nomeadamente, indivíduos cujo seu cronótipo traduz-se vespertino (Adan et al., 2012). Isto é corroborado também por outros estudos do desempenho cognitivo em diferentes tarefas, concluindo os mesmos que o desempenho nas tarefas depende da sincronia entre o cronótipo dos indivíduos e a hora do dia em que são executadas (May & Hasher, 1998; Yoon, May, & Hasher, 2000).

Dados que suportam o efeito de sincronia foram selecionados segundo uma série de tarefas cognitivas, incluindo, a falsa memória, reconhecimento e recordação, categorização, distração e memória de trabalho (Hornik & Miniero, 2009; Adan et al., 2012). É possível concluir que em condições de dia e noite normais, tarefas que requerem uma carga operacional elevada, podem envolver um ajuste cognitivo e motivacional que pode compensar a diminuição da eficiência induzida por mudanças de alerta. Segundo vários autores, isto pode ser explicado pelo facto de tarefas que envolvem uma gama mais ampla de recursos cognitivos não apresentarem diferenças relevantes entre as duas tipologias circadianas (Adan et al., 2012). Roberts e Kyllonen (1999), concluíram que indivíduos vespertinos eram mais propensos a executar bem as tarefas de memória, velocidade de processamento e de capacidade cognitiva (Preckel et al., 2011).

Indivíduos que têm como preferência horários da parte da manhã para realização de tarefas, podem vivenciar falhas cognitivas nos horários mais tardios e o mesmo é expectável que se verifique quando indivíduos com preferência em horários da parte da tarde e/ou noite executam tarefas na parte da manhã. Sendo que a participação em atividades numa hora do dia não correspondente à tipologia circadiana individual pode reforçar preferências diurnas individuais (Mecacci, Righi, & Rocchetti, 2004). Perante isto, vários autores referem que podem ser esperadas falhas cognitivas ocorrentes em horas do dia diferentes, uma vez que grande parte dos estudos demonstram que os níveis de desempenho, qualidade e os tipos de erros estão relacionados com a hora do dia a que diferentes tarefas são desempenhadas (Broadbent, 1971; Folkard & Monk, 1985; Monk, 1991; Mecacci, Righi, & Rocchetti, 2004), concluindo que, indivíduos do tipo matutino, apresentam falhas cognitivas especialmente quando desempenham tarefas nas horas das noite e quanto ao tipo vespertino, verificam-se falhas quando desempenham tarefas durante o dia (Meccai, Righi, & Rocchetti, 2004).

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Reconhecimento de faces e o processamento holístico/local

O reconhecimento facial é um dos aspetos mais estudados da cognição humana (Duchaine & Nakayama, 2006), e geralmente é abordado a partir da perspetiva de distinguir rostos. Dentro da categoria homogénea de faces, as diferenças subtis na aparência das pessoas diferentes, permite-nos identificar milhares de rostos com sucesso (Andrews, Jenkins, Cursiter, & Burton, 2015).

Segundo diversos autores como, Jenkins, White, Montford, & Burton (2011), para que seja possível identificar rostos com sucesso é necessário codificar informações que sejam estáveis em diferentes instâncias da mesma pessoa (Andrews, Jenkins, Cursiter, & Burton, 2015), sendo que em condições aparentemente normais, o reconhecimento facial ocorre com facilidade quando o rosto é conhecido, caso contrário a identificação desconhecida torna-se mais difícil (Clutterbuck & Johnston, 2005; Andrews, Jenkins, Cursiter, & Burton, 2015). O reconhecimento de faces está assim vinculado ao mecanismo do processamento de informações invariáveis e que permite a identificação de uma face familiar (Gomes, 2013).

O desempenho no reconhecimento facial pode variar consoante a idade e o género dos indivíduos. Vários autores descobriram que o avanço da idade está associado ao declínio da perceção facial (Benton, Hamsher, Varney, & Spreen, 1983; Mittenberg, Seidenberg, O’Leary, & DiGiulio, 1989; Schretlen, Pearlson, Anthony, & Yates, 2001). Num estudo baseado numa amostra de adultos entre os 20 e os 92 anos, revelou que o reconhecimento facial de desconhecidos diminui com o avanço da idade, sob luz variada e com diferentes condições de exposição. Isto, torna-se consistente com Benton et al. (1983) e Mittenberg et al. (1989) (Schretlen, Pearlson, Anthony, & Yates, 2001). Para além do fator idade, existem ainda aspetos que dificultam a identificação de faces como, a iluminação e a mudança de expressão que podem induzir os indivíduos em erro durante o processo de identificação facial (Burton, White, & Mcneill, 2010; Andrews, Jenkins, Cursiter, & Burton, 2015).

Um dos testes usado para o reconhecimento facial é o Teste de Reconhecimento Facial de Benton (Benton Facial Recognition Test-BFRT), onde são apresentadas simultaneamente uma face alvo e seis faces de teste. Inicialmente, os participantes devem escolher uma face correspondente à inicial e após alguns ensaios, devem escolher três faces que correspondem à face alvo inicial (Duchaine & Nakayama, 2006). O reconhecimento de faces envolve um processamento mais holístico do que o reconhecimento de objetos (Eysenck & Keane, 2017). O processamento holístico consiste na integração simultânea de múltiplas partes da face dentro de uma única representação percetual (Rossion, 2013), considerando um todo tendo em conta todas as partes. Esta representação corresponde a uma perceção visual, ou seja, não apenas uma sensação, mas uma interpretação do estímulo visual baseado no conhecimento interno (Gregory, 1997; Rossion, 2013). O processamento holístico pode ainda ser generalizado

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para objetos não faciais, através do mesmo mecanismo (Chua et al., 2015; Zhao et al., 2016).

Segundo uma das teorias do processamento de informação de Navon (1977), as pessoas podem responder a um acontecimento de duas formas, ou olham para o todo do acontecimento, ou apena para a parte (foco nos detalhes) (Navon, 1997). Neste estudo foram utilizadas as letras de Navon (1977), uma vez que o desempenho nesta tarefa está relacionado com o processamento holístico/local dos indivíduos.

A tarefa usada por Navon (1977) envolve a apresentação de um estímulo composto, geralmente por uma letra, que possui uma forma maior (global) composta por elementos menores (local). No desenho tradicional desta tarefa, os participantes são orientados para responder à letra global ou às letras locais pequenas existentes no estímulo, geralmente pressionando uma tecla do computador (Andres & Fernandes, 2006). Segundo vários autores, os participantes que executam esta tarefa, tendem a ser mais rápidos e precisos na identificação global do estímulo, e a diminuição no desempenho de ensaios congruentes (idênticas nos níveis globais e locais) a incongruentes é maior na tarefa direcionada localmente do que a tarefa orientada globalmente, indicando que o nível global interfere quando os participantes são solicitados a responder ao nível local, enquanto este interfere muito pouco no processamento global (Kimchi, 1992; Andres & Fernandes, 2006).

Esta tarefa envolve a atenção divida dos indivíduos, entre os níveis local e global do estímulo, pois é necessário que seja identificado se o alvo está ou não presente em qualquer nível do estímulo (Watson, 2013).

Objetivo

O objetivo principal deste estudo é determinar se a hora-do-dia tem efeito na execução de uma tarefa de reconhecimento facial bem como numa tarefa de processamento holístico/local e qual a sua relação com o cronótipo, tendo em conta duas faixas etárias diferentes (jovens e idosos).

De acordo com a literatura já existente, coloca-se a hipótese de que a

hora-do-dia em que as tarefas são executadas tem efeito no desempenho da tarefa, controlando o efeito do cronótipo, tanto na tarefa de reconhecimento facial como na tarefa de processamento holístico/local. Outra hipótese que é colocada é se o desempenho na tarefa de reconhecimento facial nos jovens e nos idosos será melhor nos indivíduos do tipo matutino quando a tarefa é realizada nas horas da parte da manhã. E se os indivíduos do tipo vespertino, obtêm melhores resultados na tarefa de reconhecimento facial ao fim da tarde/início da noite. Por último, outra hipótese colocada é se os jovens obtêm melhores resultados na tarefa de processamento holístico/local nas horas ótimas correspondentes ao seu tipo de cronótipo.

Este estudo é pertinente uma vez que, poderá ser importante na aplicação de teste psicológicos/neuropsicológicos e avaliações de casos que possam ter suspeita de comprometimento ou lesão cerebral.

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Metodologia Participantes

Os participantes foram selecionados consoante a sua faixa etária e tendo em conta alguns critérios de exclusão como, a desistência da sua participação ao longo do processo de recolha de dados e o limite de idade estipulada (jovens com idades superiores a 25 anos e idosos com idades superiores a 87 anos).

A amostra de jovens foi recrutada na Universidade de Aveiro através da divulgação via email do estudo para as secretarias dos departamentos da instituição, ou por contacto direto. A sua participação no estudo foi marcada consoante a sua disponibilidade e os horários pretendidos para o estudo. Quanto aos participantes idosos, foram recrutados através de contacto feito com diversas instituições do distrito de Aveiro, como lares, centros de dia e universidades séniores.

Realizada a análise descritiva da amostra (ver Tabela 1), verifica-se que a amostra total é constituída por 69 participantes, 40 dos quais correspondem à amostra da faixa etária jovem e 29 à amostra de idosos.

Na amostra de jovens, os participantes tinham idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos, com uma média de 21.92 (DP= 2.54), sendo 77.5% do sexo feminino e 22.5% do sexo masculino. No que diz respeito às habilitações literárias desta amostra, a maioria tinha a licenciatura, seguindo-se do 12ºano e por fim o mestrado, sendo que maioritariamente eram solteiros. Quanto aos grupos horários a que realizaram as tarefas, encontra-se a mesma quantidade de participantes nos diferentes grupos horários.

Na amostra de idosos, os participantes tinham idades compreendidas entre os 65 e os 87 anos, com uma média de idades de 74.45 anos (DP= 6.15), sendo a maioria do sexo feminino (82.8%). Quanto ao estado civil, a maioria dos participantes eram casados e tinham apenas o 4º ano de escolaridade. No que diz respeito aos grupos horários a que participaram na tarefa, os indivíduos escolheram maioritariamente (n=12) o terceiro grupo horário das 14 horas às 16h30, havendo apenas 6 participantes no segundo horário e 11 no primeiro. Não se verificou a presença de nenhum participante no quarto horário, das 16h30 às 19 horas.

Na amostra verificou-se ainda que a maioria dos participantes da faixa etária jovem, relativamente ao cronótipo, eram moderadamente vespertinos (52.5%), 32.2% da amostra eram do tipo indiferente e 15% do tipo moderadamente matutino. Quanto aos participantes da faixa etária idosa, demonstraram na maioria, ser do tipo indiferente (44.8%), seguindo-se do tipo moderadamente matutino (27.8%), 20.7% definitivamente matutino e 6.9% moderadamente vespertinos.

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Tabela 1: Variáveis de caraterização da amostra

Jovens (n=40) Idosos (n=29)

Min/Máx Média/DP Min/Máx Média/DP

Idade 18-25 21.92 (2.54) 65-87 74.45 (6.15) n % n % Género Masculino 9 22.5 5 17.2 Feminino 31 77.5 24 82.8 Estado Civil Solteiro 39 97.5 2 6.9 Casado 1 2.5 12 41.4 Divorciado - - 4 13.8 Viúvo - - 11 37.9 Habilitações Literárias 4ºAno de Escolaridade - - 15 51.7 6ºAno de Escolaridade - - 3 10.3 9ºAno de Escolaridade - - 1 3.4 12ºAno de Escolaridade 16 40.0 1 3.4 Licenciatura 17 42.5 2 6.9 Mestrado 7 17.5 1 3.4 Doutoramento - - - - Outra - - 6 20.7 Grupo Horário 9h00 às 11h30 10 25.0 11 37.9 11h30 às 14h 10 25.0 6 20.7 14h às 16h30 10 25.0 12 41.4 16h30 às 19h00 10 25.0 - - Cronótipo Moderadamente vespertino (ME) 21 - 2 - Indiferente (IN) 13 - 13 - Moderadamente Matutino (MM) 6 - 8 - Definitivamente matutino (DM) - - 6 -

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Materiais

Questionário de Matutinidade-Vespertinidade de Horne e Ostberg (MEQ)

Para avaliar o cronótipo, foi utilizada a versão portuguesa do Questionário de Matutinidade-Vespertinidade de Horne e Ostberg (Morningness-Eveningness Questionnaire- MEQ) (Silva et al., 2002), para avaliar as preferências individuais ao longo de 24 horas, determinando o índice de matutinidade de cada um dos indivíduos. O objetivo de questionário de autorrelato para avaliar o cronótipo é avaliar as preferências individuais para a realização de determinadas atividades, através de respostas do tipo de Likert e escalas horárias. Para além da fase circadiana, o ritmo circadiano pode ser classificado pela amplitude e estabilidade do ritmo (Folkard et al., 1979; Rodrigues et al., 2018).

Este questionário é composto por 16 itens que por sua vez se encontram distribuído em 5 fatores: Fator 1: Hábitos de sono-vigília (itens 2,10 e 12); Fator 2: Ativação (itens 4,5,6 e 7); Fator 3: Independência face à homeostasia (itens 3,13 e 14); Fator 4: Desempenho (itens 11,15 e 16); Fator 5: Consciência do tipo diurno (itens 17,18 e 19) (Silva et al., 2002; Silva et al., 2003). Este instrumento apresenta uma consistência interna boa, sendo o seu Alfa de Cronbach de .75 (Bravo & Potvin, 1991; Silva et al., 2003), o que se verificou na amostra recolhida (α=.82), demonstrando boa consistência interna.

Quanto à sua classificação, os autores definiram: Definitivamente vespertino (DE): total inferior a 31; Moderadamente Vespertino (VE): total entre 31 (inclusive) e 42 (inclusive); Indiferente (IN): total entre 43 (inclusive) e 53 (inclusive); Moderadamente Matutino (MM): total entre 54 (inclusive) e 59 (inclusive); Definitivamente Matutino (DM): total superior a 59 (Silva et al., 2003).

Teste de Reconhecimento Facial de Benton (BFRT)

Para avaliar o reconhecimento de faces, foi utilizada uma versão computorizada do Teste de Reconhecimento Facial de Benton (Benton Facial Recognition Test- BFRT) (Benton et al., 1983), tendo como principal objetivo medir a capacidade de processamento da face humana (Benton & Van Allen, 1968; Milner, 1968; Rossion & Michel, 2018), o seu desempenho no mesmo depende dos mecanismos de perceção e memória dos participantes (Duchaine & Nakayama, 2006).

Segundo alguns autores, o BFRT é provavelmente o mais utilizado em avaliações clínicas e neuropsicológicas, avaliando o comprometimento do reconhecimento facial individual (Busigny & Rossion, 2013; Rossion & Michel, 2018).

Esta tarefa foi programa no software OpenSesame 3.2.6 de forma a se tornar numa tarefa computorizada e aplicável através do computador. Ao iniciar a tarefa eram apresentadas as instruções da mesma no ecrã do computador e era pedido aos participantes para as lerem até ao fim e procederem ao que lhes era pedido. No entanto, na amostra de idosos nem sempre isso foi possível e teve de ser necessário fornecer instruções da tarefa de forma verbal.

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Numa primeira fase da tarefa, após a leitura das instruções, é apresentada no ecrã, durante 5 segundos, uma face isolada de pessoas desconhecidas. Seguidamente, aparecem seis imagens em simultâneo numeradas de 1 a 6 e apenas uma delas corresponde à face vista anteriormente de forma isolada, os participantes devem assim, indicar apenas uma das seis faces, selecionando o número correspondente no teclado. Depois aparecerá novamente uma face isolada e o procedimento repete-se por 6 ensaios. O BFRT tem secções com níveis de dificuldade diferente e itens de teste com novas visualizações das faces alvo (Duchaine & Nakayama, 2006), uma vez que na segunda fase da tarefa os participantes visualizam novamente uma face isolada por 5 segundos, mas terão de selecionar três faces que correspondem à face da pessoa que viram anteriormente de forma isolada, sabendo que serão fotos diferentes da mesma pessoa, este procedimento repete-se ao longo de 16 ensaios. Nesta fase as imagens contêm alterações na orientação da cabeça e nas condições de iluminação (Rossion & Michel, 2018).

A pontuação total no BFRT é de 54 pontos, sendo que uma pontuação acima de 40 (76%), é considerada uma evidência normal na capacidade de correspondência do rosto. De 39-40, corresponde a uma pontuação limítrofe, 37-38 reflete um nível de deficiência moderada (Benton et al., 1983; Rossion & Michel, 2018).

Tarefa de Processamento Global-Local

Para avaliar a perceção visual, foi utilizada a tarefa de processamento Global Local (Global Local Task), desenvolvida por Navon (1977). A tarefa foi executada no software E-Run (2.0.10.356), inicialmente surgem no ecrã as instruções, onde é explicado aos participantes que, vão aparecer letras grandes no ecrã, correspondendo ao nível global constituídas por letras pequenas, sendo que estas correspondem ao nível local. Na tarefa, foram dadas instruções aos participantes para apenas identificarem as letras “H” e “O”, tanto maiúsculas como minúsculas. É pedido aos participantes que caso identifiquem o estímulo pedido, respondam “sim”, pressionando a tecla “S” e caso surgisse no ecrã outra letra maiúscula constituída por outra letras minúsculas do alfabeto, que não correspondesse à pedida (H ou O), respondam “não”, pressionando a tecla “N”, uma vez que não era percecionado o estímulo pedido.

Os participantes foram ainda instruídos que deveriam responder o mais rápido possível e que na primeira fase de ensaios, após a sua resposta ser-lhes ia dado feedback em relação à mesma, sendo que caso a resposta estivesse correta aparecia uma cara contente de cor verde o contrário acontecia caso a respostas fosse errada, aparecendo uma cara vermelha, triste.

Após a fase de ensaios, aparecem novamente as instruções da tarefa, no entanto, nesta fase não é dado qualquer feedback em relação à respostas dada pelos participantes.

Para além disto, os participantes preencheram ainda a Escala melhorada da estabilidade matutina e vespertina (Morningness-Eveningness Stability Scale Improved- MESSI) (Rodrigues et al., 2018), adaptada à população portuguesa para idades compreendidas dos 18 aos 35 anos, a versão portuguesa da Escala Hospitalar de

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Ansiedade e Depressão (Hospital Anxiety and Depression Scale- HADS) (Ribeiro et al., 2007), a Escala de Alexitimia de Toronto (TAS-20) (Prazeres, Parker, & Taylor, 2000). E no caso da amostra de idosos foi ainda aplicada a versão portuguesa do Montreal Cognitive Assessment (MOCA) (Freitas et al., 2010). No entanto, os dados obtidos com os últimos instrumentos referidos não foram utilizados para o âmbito desta dissertação, sendo reservados para estudos futuros.

Procedimento

Este estudo teve, como já referido a participação de indivíduos de faixas etárias diferentes, dos 18 aos 25 anos e dos 65 aos 87 anos.

Os participantes da faixa etária mais jovem, realizaram uma sessão de recolha de dados, podendo escolher um dos quatros grupos horários disponíveis para objeto de estudo: 9h às 11h30, 11h30 às 14h, 14h às 16h30 e das 16h30 às 19h;

Inicialmente, foi fornecido aos participantes um pedido de colaboração (Anexo 1) e o consentimento informado (Anexo 2) com o objetivo de esclarecer a finalidade da recolha de dados que iria ser realizada, o tempo de duração e a confidencialidade dos dados recolhidos.

Após a aceitação das condições de participação, foi pedido aos participantes o

preenchimento de vários questionários, nomeadamente, o questionário

sociodemográfico, seguido do preenchimento da versão portuguesa do Morningness-Eveningness Questionnaire (MEQ) para avaliar o grau de matutinidade e vespertinidade dos participantes. De seguida foi lhes pedido ainda o preenchimento da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), a Escala de Alexitimia de Toronto de 20 itens (TAS-20) e foi pedida aos participantes a execução da tarefa de Reconhecimento Facila de Benton, numa versão computorizada. Após a realização desta tarefa, foi realizada outra, de atenção e perceção visual, nomeadamente de processamento global-local. Para finalizar a recolha de dados foi pedido o preenchimento da versão portuguesa da Morningness-eveningness Stability Scale Improved (MESSI).

A recolha de dados com a amostra de participantes mais idosos compreendeu ligeiras mudanças. Numa fase inicial, foi fornecido o pedido de colaboração (Anexo 3) e consentimento informado.

De seguida foi feito o preenchimento do questionário sociodemográfio e visto, que esta era uma população com maior faixa etária, foi-lhes aplicado o Montreal Cognitive Assessment (MOCA), com o objetivo de perceber a existência ou não de um declínio cognitivo. Após isto, foi pedido aos participantes a realização da tarefa computorizada de reconhecimento fácil (Tarefa de reconhecimento facial de Benton). Para além das instruções inseridas nas tarefas e visualizadas pelos participantes, foi ainda lhes explicado como teriam de executar a tarefa. Nesta amostra foi ainda dada alguma ajuda no funcionamento do computador caso fosse necessário.

Após a realização da tarefa anteriormente mencionada, foi fornecido aos participantes a versão portuguesa do Morningness-eveningness Questionnaire (MEQ)

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para preencherem. De seguida tal como na recolha de dados à amostra jovem, foi lhes pedido que preenchessem também, a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) bem como, a Escala de Alexitimia de Toronto de 20 itens (TAS-20) e a Morningness-Eveningness Stability Scale Improved (MESSI).

A sessão realizada pelos participantes da amostra da faixa etária mais elevada teve uma duração aproximada de 1 hora. Já a recolha feita aos participantes mais jovens teve uma duração de 30 a 45 minutos. Estes participantes fizeram a recolha numa sala devidamente equipada no Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro, sendo que foi possível ter vários indivíduos em simultâneo a participar na mesma recolha de dados. Na amostra de idosos, não se verificou o mesmo, tendo por isso sido realizada de uma forma individualizada numa sala disponibilizada pela instituição correspondente ao participante, isolada e com poucos fatores de distração.

Análise de Dados

Os dados foram introduzidos informaticamente numa folha de cálculo do programa Microsoft Office Excel, versão 2018, e posteriormente para se realizar a análise estatística dos dados, foram também introduzidos no programa IBM SPSS Statistics, versão 24.

Inicialmente foi feita a análise descritiva dos diferentes grupos etários que constituem a amostra total. Para averiguar o efeito do grupo horário no número de respostas corretas e tempos de respostas corretas (apenas na tarefa Global/Local) nas tarefas executadas, controlando o efeito do cronótipo de acordo com a pontuação do MEQ, recorreu-se à análise de covariância (ANCOVA), em que a variável independente corresponde ao grupo horário que os indivíduos realizam a tarefa, a variável dependente corresponde aos resultados nas tarefas e como covariável a pontuação total do MEQ, correspondendo ao tipo de cronótipo dos participantes. Esta análise foi realizada após a verificação dos pressupostos, tanto para a amostra de jovens como para a de idosos.

Com o objetivo de perceber qual a relação entre as variáveis de desempenho com a pontuação total obtida no MEQ, nos diversos grupos horários, procedeu-se a análises de correlação.

Resultados

Efeito da hora-do-dia no número de respostas corretas na Tarefa de Reconhecimento Facical de Benton na amostra de jovens e idosos

O efeito do grupo horário em relação ao número de respostas corretas na tarefa de Reconhecimentos Facial de Benton, foi avaliado com uma ANCOVA, usando a pontuação do MEQ como covariável. Os pressupostos foram avaliados e foram cumpridos, seguindo-se assim para a realização da ANCOVA.

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Na amostra de participantes jovens, verificou-se que a covariável, a pontuação total do MEQ e a hora-do-dia, não tem efeito no desempenho da tarefa, verificando a

inexistência de uma relação significativa, F(1,35)= 1.22, p= .28, = .037 e F(3,32)=

1.81, p=.17, = .145, respetivamente. Quanto ao grupo horário, não existiu nenhum

efeito significativo com o número de respostas corretas na tarefa de reconhecimento facial de Benton. No entanto, os jovens, que executaram a tarefa no grupo horário das 9h00 às 11h30, obtiveram um maior número de respostas corretas (ver Figura 1), (M= 47.40, DP= 2.80).

Figura 1: Média de respostas corretas na BRFT dos jovens nos diferentes grupos horários

Quando comparados os diferentes grupos horários entre si na amostra de jovens nesta tarefa, verifica-se a existência de uma diferença significativa (p= .036, p <.05) do horário das 9h00 às 11h30 com o das 16h30 às 19h00.

Na amostra de idosos, verificou-se que a pontuação total do MEQ, que diz respeito ao cronótipo, e a hora do dia não têm efeito significativo no número de

respostas corretas na tarefa de reconhecimento facial, F(1,25)= 0.053, p= .819, =

.002 e F(2,25)= 2.34, p= .12, = .16, respetivamente.

Ainda assim, verifica-se que nesta amostra, idosos que executaram a tarefa no horário das 14h00 às 16h30, obtiveram um maior número de respostas corretas (M= 35,25, DP= 2,96) (ver Figura 2). Por isso, quando comparados os horários nesta amostra, verifica-se a tendência de uma diferença significativa entre o grupo horário das 9h00 às 11h30 e o das 14h00 às 16h30 (p= .055).

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Figura 2:Média de respostas corretas na BRFT dos idosos nos diferentes grupos horários

Efeito da hora-do-dia na percentagem de respostas corretas na tarefa de processamento global-local na amostra de jovens

Nesta análise verificou-se que a pontuação obtida no MEQ, correspondente ao tipo de cronótipo dos indivíduos e a hora-do-dia, não tem qualquer efeito na

percentagem de respostas corretas na tarefa F(1,35)= 2.13, p= .15, = .057 e

F(3,35)=.30, p=.83, =.03.

Na Figura 3, pode observar-se as médias existentes de todos os grupos horários (9h00 às 11h30, 11h30 às 14h00, 14h30 às 16h00 e 16h30 às 19h00), na tarefa de processamento global-local, nomeadamente na percentagem de respostas corretas.

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Figura 3: Média da percentagem de respostas corretas (ACC) na tarefa de processamento global-local

Ainda nesta análise, não se verificou diferenças significativas, quando comparados todos os grupos horários.

Efeito da hora-do-dia no tempo de respostas na tarefa de processamento global-local na amostra de jovens

Quanto ao efeito da hora-do-dia no tempo de respostas dos participantes na tarefa de processamento global-local, verificou-se que a covariável e a hora-do-dia a que a tarefa é desempenhada não tem efeito significativo sobre o tempo de respostas na

tarefa, F(1,35)= 0.11, p= .74, = .003 e F(3,35)=0.96, p=.43, = .075.

No entanto, verificou-se a existência de maiores média tempos de resposta (ver Figura 4) no horário das 11h30 às 14h00 (M= 988.87, DP= 365.55) e no das 16h30 às 19h00 (M= 987.33, DP= 225.13), ou seja, os participantes que executaram a tarefa nestes grupos horários demoraram mais tempo a responder ao que pedia a tarefa, sendo que o grupo horário em que os jovens demoram menos tempo a executar a sua resposta foi no horário das 9h00 às 11h30 (M= 816.35, DP= 193.12).

Quando comparados todos os grupos horários entre si, não existe nenhuma diferença significativa. No entanto confirma-se a existência de uma tendência de diferença no primeiro grupo horário, das 9h00 às 11h30 quando comparado com o último grupo horário, das 16h30 às 19h00 (p= .092).

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Figura 4: Média do tempo de resposta (TR) na tarefa de processamento global-local

Correlação da pontuação total do MEQ e o desempenho nas tarefas, na amostra de participantes jovens, nos diferentes grupos horários

Devido ao tamanho da amostra, para perceber se existia uma relação entre a pontuação obtida no MEQ e o desempenho nas tarefas realizadas, procedeu-se a análises de correlação não paramétricas de Spearman, separadamente para os diferentes grupos horários. Os resultados desta análise encontram-se apresentados na Tabela 2.

Ao analisar a pontuação do total no MEQ e o desempenho na tarefa de reconhecimento facial de Benton, no grupo horário das 9h00 às 11h30, verificou-se que, existe uma fraca correlação negativa ( = -.35) entre estas variáveis, o que significa que quando maior é a pontuação obtida no MEQ, menor é o desempenho na tarefa de reconhecimento facial. No entanto esta correlação não foi significativa.

O contrário se verificou com a relação entre a pontuação do MEQ e a percentagem de respostas corretas na tarefa de processamento Global Local (Global Local-ACC Total), no mesmo grupo horário, demonstrando que estas variáveis se correlacionam positivamente entre si, de forma moderada ( = .46), sendo que à medida que a pontuação do MEQ aumenta, também a percentagem de respostas corretas aumentam na tarefa Global Local. No mesmo grupo horário, verificou-se que a pontuação total do MEQ e o tempo de respostas dadas na tarefa Global Local (Global Local- TR Total) têm uma correlação negativa fraca. Ambas correlações não foram significativas.

Por fim, analisando o último grupo horário (16h30 às 19h00), quando se relacionam as variáveis de desempenho das diferentes tarefas com a pontuação total do MEQ, verifica-se que esta, correlaciona-se positivamente de intensidade forte e

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significativa ( =.7) com o desempenho na tarefa de reconhecimento facial, sugerindo que aumentando o nível de matutinidade, aumenta também o número de respostas corretas na tarefa referida. Quanto à percentagem de respostas corretas na tarefa do Global Local, verificou-se uma correlação de média intensidade ( =.35) e o mesmo se verificou quando se correlaciona o tempo de resposta na tarefa de processamento global local, mas de fraca intensidade ( =.17) quando correlacionada com o nível de matutinidade obtido no MEQ. Estas duas últimas correlações não foram significativas.

Tabela 2: Correlações do desempenho das tarefas com a pontuação do MEQ na amostra de jovens

Benton (nº de respostas corretas) Global-Local (% de respostas corretas-ACC) Global-Local (tempo de resposta-RT) 9h00 - 11h30 -.35 (p=.32) .46 (p=.18) -.079 (p=.83) 11h30 - 14h00 .43 (p=.22) .06 (p=.87) -.06 (p=.87) 14h00 – 16h30 .08 (p=.83) -.02 (p=.94) .07 (p=.83) 16h30 – 19h00 (p=.02) .35 (p=.32) .17 (p=.63)

Correlação da pontuação total do MEQ e o desempenho na tarefa de reconhecimento facial, na amostra de participantes idosos, nos diferentes grupos horários

Quando relacionada a pontuação total do MEQ e o desempenho na tarefa de reconhecimento facial de Benton nos diferentes grupos horários para a amostra de idosos (ver Tabela 3), verificou-se que, no horário, das 11h30 às 14h00, existe uma correlação positiva forte ( = .60), embora não significativa, demonstrando que quanto maior é o nível de matutinidade dos indivíduos maior é o número de respostas corretas na tarefa. As outras correlações como se pode verificar na Tabela 3 foram muito fracas. Nesta amostra, não se verificou a existência de correlações significativas.

Tabela 3:Correlações do desempenho na tarefa de reconhecimento facial de Benton com a pontuação do MEQ na amostra de idosos

Benton (nº de respostas corretas) 9h00 - 11h30 -.03 (p=.92) 11h30 - 14h00 .60 (p=.21) 14h00 – 16h30 -.02 (p=.93)

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Discussão

Este estudo teve como finalidade perceber qual o efeito da hora do dia, no desempenho de uma tarefa de reconhecimento facial, concretamente, qual o efeito no número de respostas corretas, bem como numa tarefa de processamento holístico e local, nomeadamente na percentagem de respostas corretas e no tempo de resposta dos participantes. Para além disso, pretendeu-se também perceber qual a sua relação com o tipo de cronotipo dos participantes.

Neste sentido, foram efetuadas análises dos dados recolhidos pelos participantes em diferentes grupos horários (9h00 às 11h30, 11h30 às 14h00, 14h00 às 16h30 e das 16h30 às 19h00), consoante as duas faixas etárias analisadas, jovens e idosos.

Após a análise, verificou-se que os resultados deste estudo não corroboram a hipótese inicial, pois não se verifica efeito da hora do dia em que os indivíduos realizam as tarefas, no desempenho das mesmas, nas duas amostras analisadas. Com a análise dos resultados também não se verificou nenhuma relação do tipo de cronótipo, correspondente com a pontuação total obtida no MEQ na eficácia do desempenho das tarefas executadas.

No entanto, na amostra de jovens quando comparados todos os horários, verificou-se a existência de uma diferença entre o grupo horário das 9h00 às 11h30 e o das 16h30 às 19h00. Esta diferença ficou comprovada pelo facto de estes participantes terem obtido melhores resultados na tarefa de reconhecimento facial nos horários mais tardios do que no horário inicial. Seria esperado o contrário, uma vez que a maioria destes indivíduos corresponderam ao tipo vespertino, o que seria de esperar que tivessem melhor desempenho no horário mais tardio e não no horário da parte da manhã, como se verificou também na tarefa de processamento global local.

Vários estudos (Matchock & Mordkoff, 2009), demonstraram existência de efeitos de sincronia, quando se realizam determinadas tarefas, os resultados obtidos neste estudo vão de encontro com a inconsistência encontrada em diversos autores (Natale et al., 2003) acerca da sincronia no desempenho, pois também nos participantes idosos em estudo se verificou um melhor desempenho na tarefa de reconhecimento facial no horário mais tardio (14h00 às 16h30) do que no horário da parte da manhã (9h00 às 11h30), ao contrário do que seria de esperar. Isto poderá ser explicado pela ocorrência do efeito de assincronia (Dickinson & Mcelroy, 2012).

Embora, em menor número, outras investigações, indicam que durante o momento não ótimo do dia (assincronia), o desempenho dos tipos diurnos pode ser melhor em determinadas tarefas que envolvam processos de tomada de decisão (Dickinson & Mcelroy, 2012). Segundo um estudo de Rothen e Meier (2011), com tarefas de memória, verificaram que de acordo com o cronótipo, os tipos matutinos e

vespertinos, apresentaram melhor desempenho no momento não ótimo

comparativamente ao momento ótimo do dia.

Além do referido, estes resultados podem ser explicados pela hipótese de que tarefas que envolvam respostas mais simples (processamento automático), tanto nos indivíduos matutinos como nos vespertinos possam beneficiar de uma redução nos processos de inibição nos momentos não ótimos do dia (May & Hasher, 1998).

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A ausência de efeitos, pode ser explicada pelo facto de os efeitos da hora do dia não dependerem apenas da complexidade da tarefa, mas também da maneira como é executada (Folkard, 1990). De acordo com Adan et al., (2012), o desempenho cognitivo é modelado por mecanismos compensatórios, como expetativas ou fatores motivacionais que quando relacionados podem determinar o efeito do tempo, o que pode explicar também a ausência de efeitos observados no presente estudo.

Neste estudo foi ainda analisada, uma possível existência de relação entre a pontuação total do MEQ com o desempenho nas tarefas para os diferentes grupos horários, e é de salientar que no grupo horário da manhã (9h00 às 11h30), quanto maior é o nível de matutinidade, menor será o desempenho na tarefa, ou seja, menor será o número de respostas corretas, o que poderá ser explicado pelo facto de os participantes jovens do estudo serem do tipo vespertino, havendo assim uma tendência para terem melhor desempenho na tarefa nos horários mais tardios. O contrário verificou-se com a percentagem de respostas corretas na tarefa de processamento global-local, uma vez que quanto maior é o nível de matutinidade, maior é a percentagem de respostas corretas nesta tarefa, isto poderá ser explicado pelos indivíduos ainda estarem despertos, mantendo assim maiores os seus índices de atenção e concentração no desempenho da tarefa.

Para além disso, foi encontrada uma correlação positiva forte e estatisticamente significativa na pontuação obtida no MEQ com o número de respostas corretas na tarefa de reconhecimento facial no grupo horário das 16h30 às 19h00, demonstrando que quando o nível de matutinidade aumenta, maior é o número de respostas corretas na tarefa mencionada.

Numa perspetiva global, verifica-se uma tendência para a existência de diferenças nos grupos horários, nomeadamente no primeiro grupo horário e o último, tanto na amostra de idosos como na de jovens.

Com isto, é possível identificar algumas limitações do estudo. Uma vez que não se verificou nenhum efeito da hora-do-dia no desempenho das tarefas, isto poderá ser explicado com a reduzida amostra de participantes nas duas faixas etárias, o que também pode explicar a reduzida presença de correlações significativas, uma vez que a amostra subdivida entre os horários disponíveis torna-se bastante reduzida, sendo que seria necessário obter mais participantes para um resultado mais robusto. Ainda na amostra de idosos, outra limitação foi a falta de disponibilidade de participação no grupo horário final, das 16h30 às 19h00 e a complexidade da tarefa de processamento global-local para estes indivíduos, tendo por isso sido alterado o procedimento para esta população comparativamente à população jovem.

Para resultados mais robustos e futuros, deveria ter sido feito um levantamento do horário e padrões de sono dos participantes, sendo que estes poderão influenciar o desempenho dos indivíduos ao longo do dia.

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Conclusão

Embora não se tenham verificado efeitos da hora-do-dia no desempenho das diferentes tarefas nem relação com o cronótipo nas duas amostras de participantes, quando comparados os grupos horários entre si, verifica-se que existe uma tendência para pequenos efeitos entre horas da parte da manhã com hora da parte da tarde/noite no reconhecimento facial, tanto na amostra de jovens como na de idosos. Seria de prever que tantos na amostra de jovens como de idosos em estudo, apresentassem um melhor desempenho nas tarefas quando testados na sua hora ótima do dia, comparativamente com a hora não ótima. No entanto, os jovens demonstraram melhor desempenho nas tarefas no horário da manhã, tratando-se da sua hora não ótima. O mesmo se verificou nos idosos, desempenhando melhor a tarefa no horário mais tardio e não no horário da parte da manhã, como era esperado. Perante isto, é possível colocar a hipótese da existência do efeito de assincronia. Nos idosos para além do efeito de assincronia, estes resultados também podem ser explicados pelo facto de estes sujeitos, serem na sua maioria do tipo de cronótipo indiferente, tendo melhor desempenho, tanto nos horários da manhã como nos mais tardios.

Comprovou-se ainda uma forte relação significativa, entre a tarefa de reconhecimento facial e o cronótipo no horário mais tardio, na população mais jovem, demonstrando que quanto maior é o nível de matutinidade destes indivíduos, melhor é o seu desempenho na tarefa, nomeadamente maior é número de respostas corretas. Relativamente à tarefa de processamento global-local, não se verificou efeito da hora-do-dia, no seu desempenho a amostra de jovens.

Apesar das limitações já referidas, este estudo é pertinente para o futuro, uma que vez que se tornou numa contribuição para o avanço do conhecimento nas áreas da cronobiologia e do reconhecimento facial e no que toca ao processamento global-local torna-se um ponto de partida para investigações futuras uma vez que ainda existem poucas investigações sobre o mesmo. De sugerir também que, no futuro se desenvolvam mais investigações dos efeitos da hora do dia e o desempenho em determinadas tarefas, pois podem não seguir um padrão baseado em sincronia.

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Anexos

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Anexo 1- Pedido de colaboração da população jovem Pedido de Colaboração

Este estudo insere-se no âmbito das Dissertações de Mestrado em Psicologia da Saúde e Reabilitação Neuropsicológica da Universidade de Aveiro das estudantes Daniela Pinto e Lara Pereira, sob orientação da Professora Doutora Isabel Santos.

Esta investigação tem como objetivo perceber a influência do cronótipo e da hora do dia no reconhecimento de faces e emoções em diferentes grupos etários. A recolha de dados decorrerá em uma sessão , com a duração de aproximadamente de 45 minutos. Para além do preenchimento de alguns breves questionários, realizará algumas tarefas computorizadas que envolvem a identificação de letras, reconhecimento de faces, memorização e identificação de faces emocionais.

Para tal pedimos a sua colaboração voluntária, sendo que a sua participação não apresenta quaisquer riscos para si. Tem direito a não querer participar e poderá desistir a qualquer momento do estudo. Caso pretenda desistir, tal não terá quaisquer consequências para si e os dados já recolhidos serão de imediato destruídos.

As informações fornecidas ao longo deste estudo serão mantidas em confidencialidade e usadas somente para fins de investigação. Os dados que iremos recolher serão tratados, analisados e divulgados de modo anónimo e apenas em grupo, nunca individualmente.

Os dados recolhidos serão utilizados em duas dissertações de mestrado e poderão ser publicados em revistas científicas e apresentados em eventos científicos, sempre de forma anónima.

Caso deseje obter informações adicionais sobre o trabalho poderá contactar as investigadoras responsáveis, que estarão disponíveis para esclarecer qualquer dúvida ou questão relacionada com o estudo.

Contacto das investigadoras: Daniela Pinto (danielafrp@ua.pt) e Lara Pereira (larapereira@ua.pt).

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Anexo 2- Consentimento Informado

Consentimento Informado

Eu_________________________________________________________ (nome

participante) declaro que aceito participar voluntariamente no presente estudo.

Declaro ainda ter compreendido a explicação que me foi fornecida acerca da investigação, bem como da minha participação na mesma. Foi-me ainda dada a oportunidade de fazer todas as perguntas, para as quais obtive resposta satisfatória. Além disso, foi-me afirmado que tenho o direito de recusar em qualquer momento a minha participação na pesquisa, sem que isso possa ter qualquer prejuízo pessoal. Foi-me assegurada a confidencialidade da informação recolhida, sendo os dados tratados anonimamente e utilizados apenas para os fins descritos.

Do presente consentimento informado são redigidos dois exemplares, um dos quais ficará em minha posse e o outro na posse das alunas responsáveis por esta investigação que também o assinaram.

Aveiro, ____ de _____________________ de _______ O/A Participante, ________________________________________________________ As Alunas, ________________________________________________________ ________________________________________________________

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Anexo 3- Pedido de colaboração da população idosa

Pedido de Colaboração

Este estudo insere-se no âmbito das Dissertações de Mestrado em Psicologia da Saúde e Reabilitação Neuropsicológica da Universidade de Aveiro das estudantes Daniela Pinto e Lara Pereira, sob orientação da Professora Doutora Isabel Santos. Esta investigação tem como objetivo perceber a influência do cronótipo e da hora do dia no reconhecimento de faces e emoções em diferentes grupos etários. A recolha de dados decorrerá em uma sessões, com a duração de aproximadamente 1 hora. Para além do

preenchimento de alguns breves questionários, realizará algumas tarefas

computorizadas que envolvem a identificação de letras, reconhecimento de faces, memorização e identificação de faces emocionais.

Para tal pedimos a sua colaboração voluntária, sendo que a sua participação não apresenta quaisquer riscos para si. Tem direito a não querer participar e poderá desistir a qualquer momento do estudo. Caso pretenda desistir, tal não terá quaisquer consequências para si e os dados já recolhidos serão de imediato destruídos.

As informações fornecidas ao longo deste estudo serão mantidas em confidencialidade e usadas somente para fins de investigação. Os dados que iremos recolher serão tratados, analisados e divulgados de modo anónimo e apenas em grupo, nunca individualmente.

Os dados recolhidos serão utilizados em duas dissertações de mestrado e poderão ser publicados em revistas científicas e apresentados em eventos científicos, sempre de forma anónima.

Caso deseje obter informações adicionais sobre o trabalho poderá contactar as investigadoras responsáveis, que estarão disponíveis para esclarecer qualquer dúvida ou questão relacionada com o estudo.

Referências

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