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Motivação nos alunos do 12º ano na disciplina de Educação Física nos diferentes cursos (Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades, Cursos Profissionais) relacionando com o IMC

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Academic year: 2021

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Motivação nos alunos do 12ºano na disciplina de Educação Física nos

diferentes cursos (Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades, Cursos

Profissionais) relacionando com o IMC

Relatório Final de Estágio

Mestrado em Ensino de Educação Física no Ensinos Básico e

Secundário

Carlos Daniel Alves Almeida

Prof. Doutor Jorge Soares

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Motivação nos alunos do 12ºano na disciplina de Educação Física nos

diferentes cursos (Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades, Cursos

Profissionais) relacionando com o IMC

Relatório Final de Estágio

Mestrado em Ensino de Educação Física no Ensinos Básico e

Secundário

Carlos Daniel Alves Almeida

Prof. Doutor Jorge Soares

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Relatório Final de Estágio

II

Relatório elaborado com vista à obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundário, na Universidade de Trás os montes e Alto Douro, em conformidade com o Artigo 20.º, alínea b) do Decreto-Lei nº 79/2014 de maio, sob orientação do Professor Doutor Jorge Soares.

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Relatório Final de Estágio

III

Agradecimentos

Esta última etapa académica não seria possível sem a ajuda de todas as pessoas que me apoiaram.

Assim, começo por agradecer à Direção do Agrupamento de Escolas do Búzio – Vale de Cambra pela oportunidade de poder realizar o estágio.

Ao orientador da universidade, Professor Jorge Soares pela disponibilidade, ajuda e compreensão demonstrada.

Um especial obrigado ao Professor orientador da escola, Rui Cardoso, por toda a disponibilidade demonstrada desde o primeiro até ao último dia e por toda a informação transmitida, contribuindo assim para a minha evolução tanto a nível profissional como pessoal.

Aos meus colegas de estágio, Sandra Fernandes e Manuel Ribeiro, pela sinceridade, partilha de informação e entreajuda ao longo de todo o estágio. Sem dúvida dois pilares para que tudo se tornasse possível.

Ao núcleo de Professores de Educação Física por me receber de braços abertos sempre prontos a ajudar no que fosse preciso.

Aos alunos, pela colaboração, compreensão e desafios a que fui sujeito, ajudando assim na minha evolução enquanto Professor.

Às funcionárias sempre prontas a ajudar, pelo carinho e simpatia a que fui contagiado.

À minha Mãe e António, peças fundamentais neste caminho, onde sempre me apoiaram e incentivaram em todo o meu percurso académico, pela oportunidade de realizar um sonho. Sem eles, este curso não seria possível.

Por último, aos meus familiares e amigos por estarem sempre presentes nos momentos difíceis, como também nos momentos de alegria.

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Relatório Final de Estágio

IV

Resumo

Este Relatório de Estágio está integrado no plano de estudos do 2º Ciclo em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundários da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Após o Estágio Pedagógico realizado no Agrupamento de Escolas do Búzio – Vale de Cambra, este relatório tem como objetivo compilar todas as tarefas por mim desempenhadas ao longo do ano letivo 2015/2016. Através da aplicação de todo o conhecimento adquirido anteriormente ao estágio e consequente aplicação da mesma aprendizagem na prática pedagógica, resultou na recolha de todos os processos descritos neste relatório. Através de um pensamento crítico, foi possível transmitir um conjunto de experiências, dificuldades, estratégias e soluções no decorrer do processo evolutivo ao longo do estágio.

No primeiro capítulo, estágio pedagógico, é abordado as minhas expetativas em relação ao estágio, as atividades desenvolvidas (planos de aula, unidades didáticas, prática de ensino supervisionada, atividades do grupo de Educação Física e estudo de turma. Por último é apresentada uma descrição sumária do estágio onde são referidas as principais dificuldades e formas de resolução.

O segundo capítulo, é referente a um estudo científico intitulado “Motivação nos alunos do 12º ano na disciplina de Educação Física nos diferentes cursos (Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades, Cursos Profissionais) relacionando com o IMC”. Participaram neste estudo 157 alunos do 12º ano de três cursos diferentes.

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Relatório Final de Estágio

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Abstract

This Training Report is integrated in the study program of master's thesis in Teaching Physical Education in Basic and Secondary years at the University of Trás-os-Montes e Alto Douro.

After pedagogical stage held at the Agrupamento de Escolas do Búzio - Vale de Cambra, this report aims to compile all the tasks performed by me during the school year 2015/2016. By applying all the knowledge acquired prior to the stage and the consequent application of the learning in pedagogical stage, resulted in gathering all the processes described in this report. Through critical thought, it was possible to transmit a set of experiences, difficulties, strategies and solutions in the course of evolutionary process over the stage.

In the first chapter, pedagogical stage, is approached my expectations in relation to the stage, the activities (classes’ plans, teaching units, supervised teaching practice, group activities of Physical Education and group study. Finally it is presented a brief description of the stage where the main difficulties and forms of resolution are mentioned.

The second chapter refers to a scientific study entitled "Motivation in the students of the 12th grade in Physical Education in the different courses (Science and Technology, Languages and Humanities, Professional Courses) relating to BMI." The study included 157 students of the 12th year of three different courses. As an assessment instrument was used Questionnaire for Motivation in Physical Education (QMEF).

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Relatório Final de Estágio

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Índice Agradecimentos ... III Resumo ... IV Abstract... V Introdução ... 1 Capítulo I ... 2

1. Enquadramento Pessoal/ Expetativas em relação ao estágio ... 3

2. Tarefas de Ensino Aprendizagem ... 4

2.1 Unidades didáticas ... 4

2.2 Planos de Aula ... 5

2.3 Prática de Ensino Supervisionada ... 6

3. Tarefas de Estágio de relação Escola-Meio ... 7

3.1 Atividades do núcleo de Educação Física... 7

3.2 Estudo de Turma ... 8

4. Reflexão Crítica do Estágio ... 10

Capitulo II ... 12 Estudo Científico ... 12 Resumo ... 13 Abstract... 14 1. Introdução ... 15 2. Metodologia ... 20 2.1 Amostra ... 20

2.2 Questionário para a Motivação em Educação Física ... 20

2.3 Procedimento e recolha de dados... 21

2.4 Tratamento Estatístico ... 21

3. Apresentação, Análise e Discussão de Resultados ... 22

3.1 Apresentação e Análise de Resultados ... 22

3.2 Discussão de resultados ... 26

4. Conclusões ... 29

5. Referências ... 30

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Relatório Final de Estágio

VII

Índice de Tabelas

Tabela 1- Amostra dos alunos que participaram no estudo ... 20

Tabela 2 - Valores da média e desvio padrão (x ± DP), fatores e ordenação dos itens do QMEF. ... 22

Tabela 3 - Cotação do QMEF entre os sexos e entre os cursos. ... 23

Tabela 4 – Análise comparativa dos fatores do QMEF entre todos os alunos. ... 23

Tabela 5 - Análise comparativa dos fatores do QMEF entre sexos. ... 24

Tabela 6 - Análise comparativa dos fatores do QMEF entre cursos. ... 24

Tabela 7 - Associação entre os fatores de motivação e o IMC [Spearman (rho) e nível de significância(p)] no total da amostra. ... 25

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Relatório Final de Estágio

VIII

Lista de Abreviaturas

UD – Unidade Didática

PES – Prática de Ensino Supervisionada IMC – Índice Massa Corporal

AF – Atividade Física

QMEF – Questionário para a Motivação em Educação Física SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

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Relatório Final de Estágio

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Introdução

Este Relatório de Estágio está inserido no âmbito da disciplina Estágio I e II, integrado no plano de estudos do 2º Ciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundários da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, sendo este referente ao Estágio realizado no Agrupamento de Escolas do Búzio – Vale de Cambra. Comigo estavam mais dois elementos a realizar o mesmo estágio, a Sandra Fernandes e Manuel Ribeiro, formando o Grupo de Estágio, supervisionado pelo Professor Jorge Soares e o Professor Rui Cardoso como professor cooperante.

Durante o ano letivo, fiquei responsável pelo processo de ensino-aprendizagem da turma B do 12ºano (curso de Ciências e Tecnologias) sempre com supervisão do professor orientador cooperante.

Era minha intenção, aplicar toda a aprendizagem e conhecimento adquirido nos anos anteriores, para assim transformar esse conhecimento teórico em prático quando inicia-se o estágio pedagógico, estando sempre aberto a críticas e sugestões favoráveis à minha evolução enquanto estagiário. Terminada esta etapa, percebi que adquiri maiores competências e conhecimentos o que me fizeram crescer a nível profissional e pessoal.

Com isto, este documento compila todas as atividades desenvolvidas durante o estágio pedagógico, nomeadamente no capítulo I onde podemos encontrar as minhas expetativas em relação ao estágio, as atividades desenvolvidas (planos de aula, unidades didáticas, prática de ensino supervisionada, atividades do grupo de Educação Física e estudo turma. Por último é apresentada uma descrição sumária do estágio onde são referidas as principais dificuldades e formas de resolução.

Já o capítulo II é de caracter científico onde foi realizado um estudo científico com o objetivo de determinar os níveis de motivação nos alunos do 12ºano na disciplina de Educação Física nos diferentes cursos (Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades, Cursos Profissionais) e relacionar com os valores de IMC dos alunos.

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Capítulo I

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Relatório Final de Estágio

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1. Enquadramento Pessoal/ Expetativas em relação ao estágio

Após adquirir toda a informação e competência nos anos da minha Licenciatura em Ciências do Desporto na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, decidi frequentar o Mestrado do Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário novamente na mesma Universidade. Quando chegou a altura de decidir o local de estágio, decidi optar por estagiar no Agrupamento de Escolas do Búzio – Vale de Cambra, que se localizava perto da minha residência e onde já tinha realizado o meu ensino secundário. Apesar do local de estágio ser distante de Vila Real foi possível juntar três pessoas para completar o grupo de estágio, permitindo assim a entreajuda de todos os elementos do grupo, no entanto se o mesmo fosse realizado sozinho essa entreajuda não seria possível.

No início do ano letivo, deparei-me com algumas dificuldades, a escola estava a terminar as obras de remodelação, o que causou um atraso na lecionação das aulas de Educação Física e consequente reajustamento na organização e calendarização das aulas.

Era minha intenção, aplicar toda a aprendizagem e conhecimento adquirido nos anos anteriores, para assim transformar esse conhecimento teórico em prático quando inicia-se o estágio pedagógico. Seria uma realidade bastante diferente do que tinha vivenciado nos anos anteriores, pois apesar de abordarmos algumas componentes práticas no primeiro ano do mestrado, o meio Escolar seria completamente diferente, mais diferente ainda a passagem de aluno para professor.

No entanto a expetativa era alta, iria enfrentar uma realidade completamente diferente, novos desafios, novos colegas de trabalho, novos alunos, tudo isto me motivava para superar todas as dificuldades que poderia encontrar, aprender cada vez mais, melhorando assim de dia para dia tanto a nível acadêmico como pessoal. Contudo um dos motivos mais importantes também era a oportunidade de poder ensinar e ajudar da melhor forma possível todos os alunos que futuramente estivessem sob o meu supervisionamento.

Defini que no meu ano de estágio pedagógico teria como objetivos cooperar com o meu grupo de estágio, permitindo a troca de informação através dos relatórios e balanços de aula que ajudariam a melhorar de dia para dia cada elemento do grupo, aprender com o professor orientador cooperante ouvindo todas as correções e sugestões que permitiam a minha evolução como professor, participar nas reuniões internas do Grupo de Educação Física permitindo um contacto mais direto na organização e dificuldades a que o grupo se depara.

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No final iniciei o meu estágio com a expetativa em alta, motivado e com a vontade de me superar ao fazer o que mais gosto, ensinar e fomentar o gosto pela prática de atividade física nos alunos.

2. Tarefas de Ensino Aprendizagem

2.1 Unidades didáticas

Antes da lecionação das aulas, é necessária a construção das Unidades Didáticas, estas são o início do processo de ensino-aprendizagem e são de grande importância na planificação das aulas de modo a atingir os objetivos definidos.

De acordo com Évora (2005, p.16), “uma U.D. é, ou representa uma unidade de matéria apresentada no plano anual, ou seja, são planos de amplitude média correspondentes a extensão de cada um dos blocos de aprendizagem considerados nos planos a longo prazo”. O mesmo autor diz-nos que o professor, no processo de planificação, estará sempre confrontado com o programa de ensino, com as características sociais e culturais da população, as expetativas dos alunos como também os recursos disponíveis na escola e pelas orientações descritas e definidas no projeto curricular da escola.

As U.D. foram elaboradas antes do início das aulas, juntamente com o supervisionamento do professor cooperante que posteriormente eram procedidas a aprovação ou alteração juntamente com o grupo de estágio.

Na sua construção, obedeceu-se a uma estrutura lógica, onde se procurou perceber as características da população alvo, quais os recursos materiais, temporais e humanos. Esta fase inicial é essencial pois é possível ficar com a informação de qual o ano de escolaridade dos alunos que vamos lecionar, o espaço e material disponível na lecionação das aulas e também o número de aulas onde será abordado os conteúdos programáticos.

De seguida, foi definido os objetivos de domínio socio-afetivo, cognitivo e por último os objetivos de domínio psicomotor. Posteriormente também foi definido os conteúdos a serem abordados no decorrer das aulas. No entanto, depois de realizada a primeira aula de avaliação diagnóstica, foi observado o nível psicomotor dos alunos como as principais dificuldades da turma. Posteriormente foi realizada algumas alterações em alguns pontos da U.D. devido à

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avaliação diagnóstica, tais como a decisão de abordar num período maior ou menor certos conteúdos.

Posteriormente, foi produzido os planos de aula em função dos objetivos da mesma, o planeamento de estratégias, a preocupação da escolha de exercícios que promovam o ensino-aprendizagem e potenciem o tempo de ensino-aprendizagem motora, isto sempre com a preocupação do processo evolutivo contínuo dos alunos.

No final da U.D., era realizado um balanço final onde referíamos quais as estratégias a manter e quais deveria alterar, as principais dificuldade e aspetos referentes ao desempenho dos alunos.

Ao todo foram realizadas quatro Unidades Didáticas, Futebol, Voleibol, Corfebol e Badminton.

2.2 Planos de Aula

A elaboração de um plano de aula é uma tarefa realizada por parte do professor, tendo como objetivo a preparação e organização antecipadamente da aula de acordo com os objetivos, conteúdos e estratégias a utilizar. Este é fundamental no processo de ensino-aprendizagem pois permite escolher os exercícios mais adequados, as melhores estratégias e a melhor organização da turma. De salientar que o plano de aula terá que apresentar uma estrutura correta, onde se verifique uma evolução sequencial e progressiva no decorrer das várias fases da aula.

Segundo Januário (1996) citado por Évora (2005, p.8), “para algumas disciplinas como é o caso da Educação Física (…) As instalações – cobertas ou descobertas, recintos desportivos, polivalentes ou específicos e ainda os balneários representam apenas a sala de aula privilegiada da Educação Física.” Percebemos assim que também os recursos existentes na escola, constituem um elemento relevante na planificação e no desenrolar da aula.

Évora (2005, p.12) define planificação como “refletir, debater e tomar decisões fundamentadas sobre o que se pretende ensinar”.

Baseado em toda esta informação, no início do estágio foi elaborada uma estrutura para o plano de aula onde este seguia as normas propostas durante o meu percurso académico, definidas em várias Séries Didáticas publicadas pelos docentes. Este estava estruturado e

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dividido em três partes: primeira parte ou inicial onde estava contida a informação referente à aula (data, turma, ano, U.D., aulas), objetivos específicos, função didática, conteúdos. Uma segunda parte ou fundamental onde era apresentada as tarefas de forma sequencial, o tempo de duração de cada tarefa, as estratégias e organização (esquemas) adotadas. É nesta fase onde se encontra aspetos relativos à organização, instrução, ao controlo de aprendizagem a partir de feedbacks e questionamento e ainda ao posicionamento do professor. A terceira parte ou final consistia na elaboração do balanço final da aula, no questionamento sobre os objetivos, conteúdos e critérios de êxito abordados na aula e transição dos conteúdos futuramente lecionados na aula seguinte.

Este plano de aula é um elemento essencial na preparação do professor para as aulas, no entanto no decorrer das mesmas existem situações inesperadas que leva a que o professor seja obrigado a tomar decisões no momento da aula, obrigando assim que o professor tenha capacidade em adaptar o plano, mantendo sempre os objetivos definidos para a aula.

Os planos de aula eram elaborados durante o ano letivo e sempre antes das aulas, no entanto ao longo do tempo fui melhorando e adequando as minhas estratégias sempre com o objetivo de melhorar a organização, reduzir o tempo de instrução, melhorar o comportamento e aprendizagem da turma criando assim uma maior motivação e fluidez nas aulas.

No final de cada aula, é realizado um balanço onde era apresentado o sucesso ou insucesso das estratégias adotadas, procedido de uma análise crítica e reflexão completado por um aperfeiçoamento e sugestões a melhorar para a próxima aula.

2.3 Prática de Ensino Supervisionada

Tal como o título em cima refere, PES ou prática de ensino supervisionada indica a vivência do estagiário com a realidade educativa, mais propriamente o contacto com as aulas e a responsabilidade do professor. Este processo é também conduzido e supervisionado através do professor cooperante, o que traduz numa ajuda e orientação por parte do mesmo, sempre com a análise do trabalho do estagiário reconhecendo as suas dificuldades com o objetivo de ajudar, aconselhar e orientar o estagiário para superar essas mesmas dificuldades.

A PES consistia na realização no mínimo de 45 aulas a serem lecionadas pelo estagiário, no meu caso foi atribuído o 12ºano, assistir às aulas do orientador cooperante cumprindo a tarefa

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de observação das 20 aulas, assistir e elaborar relatórios no mínimo a 45 aulas de cada colega e realizar os balanços escritos das aulas por mim lecionadas.

Crucial foi também as observações realizadas pelos meus colegas de estágio, Sandra Fernandes e Manuel Ribeiro, que no final de cada aula recolhiam a informação necessária para mais tarde tomarem as decisões no momento da avaliação e escrita do relatório.

As observações das aulas, eram utilizadas maioritariamente os seguintes instrumentos: registo anedótico em ordem ao tempo, onde registava-se a descrição dos diversos acontecimentos da aula como instrução inicial, atividade motora, períodos de organização/transição e respetivamente o tempo de duração de cada acontecimento. Era também importante o registo das estratégias utilizadas, os tipos de feedbacks e o posicionamento do professor. Posteriormente, era verificado se o tempo de atividade motora seria superior a 70% do tempo total de aula, percentagem mínima para a aula ser considerada boa.

Um outro instrumento utilizado tratava-se de uma ficha de observação de aula mais direcionado para a avaliação do professor estagiário, sendo este baseado em dez parâmetros Segundo Aranha (2007) designados como: (i) introdução da aula; (ii) mobilização dos alunos para as atividades; (iii) organização, controlo e seguranças das atividades; (iv) Gestão dos recursos; (v) instrução/introdução das atividades; (vi) regulação das atividades; (vii) linguagem utilizada; (viii) sequência da aula; (ix) conclusão da aula; (x) concordância com o plano de aula/adaptabilidade na aula. A classificação de cada parâmetro era classificada de 0 a 3 valores, posteriormente realizava-se a soma de todos os pontos.

Por vezes era também utilizado um outro instrumento onde tinha como objetivo garantir a pertinência e a qualidade da informação – Instrução, também esta baseada na ficha de registo de Agata (2007).

3. Tarefas de Estágio de relação Escola-Meio

3.1 Atividades do núcleo de Educação Física

Ao longo do estágio pedagógico, surgiu a oportunidade de participar em algumas atividades realizadas na escola, como também fora desta. Estas participações foram bastante enriquecedoras pois permitiram-me vivenciar novas experiências na interação com alunos de várias idades e de diferentes escolas, uma oportunidade de aumentar a minha integração com

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o meio escolar como também desenvolver a entreajuda entre todos os professores do grupo de Educação Física na organização das várias atividades desenvolvidas.

Estas atividades têm como objetivo promover aos alunos hábitos de vida saudável através da atividade física, aumentar o envolvimento dos alunos em diversos desportos, fomentar as regras e valores na interação das crianças e por último dinamizar a comunidade escolar.

Foram várias as atividades realizadas na escola. Quanto a minha participação, em alguns momentos era parcial e em outros era total, no entanto esta participação era sempre realizada com o máximo de empenho e dedicação. Entre elas foram realizadas o torneio de Badminton e Ténis de mesa destinados aos alunos do 3º Ciclo e Secundário, encontros de Desporto Escolar nomeadamente da modalidade de Voleibol e Orientação. O Dia Aberto, que foi proposto pelo Agrupamento, foi destinado aos alunos do 4º ano, onde os alunos tiveram a oportunidade de experienciar as modalidades de Ginástica, Badminton e Basquetebol. Por último, houve a participação no dia Mundial da Criança destinado as crianças do Pré-Escolar e Ensino Primário realizado fora da escola. Estava previsto pelo grupo de Ed. Física um maior número de atividades (torneios de basquetebol, futebol e corta-mato), no entanto devido ao mau tempo e ao estado do piso do pavilhão o mesmo não aconteceu.

Todas as atividades ajudaram-me a aumentar as minhas capacidades de organização de diferentes contextos, gestão de recursos, envolvimento com crianças de várias idades, organização do material, etc.

Por último, a nível institucional houve também a minha participação nas reuniões do grupo de Educação Física onde era discutida toda a informação que envolvia a escola, os professores e os alunos.

3.2 Estudo de Turma

O objetivo da realização de um Estudo de Turma foi conhecer de uma maneira mais profunda os alunos. Uma recolha detalhada de determinados aspetos individuais ou gerais de uma turma, pode ser muito importante para o professor na lecionação das aulas, de modo a adaptar e melhorar a intervenção pedagógica nas aulas. Através da recolha e análise dos dados, o professor pode adaptar estratégias adequadas à população alvo consoante as suas características, procurando assim o desenvolvimento global e evolução individual na sua aprendizagem.

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O conhecimento da turma é essencial para o bom funcionamento das aulas, estas devem estar bem estruturadas e organizadas proporcionando assim um maior empenho e motivação em todos os alunos, estabelecendo como objetivo a prática de exercício físico, sucesso escolar e interação dos alunos entre si.

Os inquéritos foram aplicados aos alunos do 12º Ano da turma B, do Agrupamento de Escolas do Búzio- Vale de Cambra. Foram inquiridos apenas os alunos que estão inscritos à disciplina de Educação Física, formando estes um total de 19 alunos, dos quais dez (10) são do sexo masculino e nove (9) são o sexo feminino, com uma média de idades de 17,5.

Os inquéritos abordavam questões de caracterização individual onde tratavam os seguintes parâmetros: dados pessoais, rotina diária, saúde, educação física, atividades extracurriculares, desporto federado e ensino superior. Relativamente ao tratamento de dados os mesmos foram tratados na folha de cálculo do Microsoft Office Excel 2007 e no programa online Piktochart. Os resultados foram apresentados sobre a forma de tabelas, gráficos e esquemas.

Depois da análise dos respetivos inquéritos, verificou-se a existência de um caso específico que requer uma intervenção especializada, neste caso de um aluno que apresenta necessidades educativas especiais. O professor deve aplicar estratégias de estimulação e de integração, nunca deixando que este se sinta à parte do resto da turma.

Em relação às aulas de Educação Física, existe um maior número de alunos que gostam da disciplina mas dependendo da modalidade, ou seja os alunos apenas se sentem motivados em algumas modalidades. Assim, tive que melhorar a motivação dos alunos nas restantes modalidades para que o seu empenho seja igual durante todo o ano letivo. Concluiu-se que a Ginástica é a disciplina em que existe maior dificuldade dentro da turma, cabe ao professor diminuir essa dificuldade e aumentar o sucesso dos alunos, através de métodos e estratégias pedagógicas.

Apenas um aluno pretendia frequentar o Ensino Superior num curso ligado à área do Desporto, este aluno mereceu assim especial atenção pois a nota à disciplina de Educação Física seria contabilizada na sua média final, contrariamente aos restantes alunos.

Relativamente às atividades fora da escola, tanto extracurriculares como desporto federado, observou-se que não existe uma maioria a praticar estas atividades. Conclui-se assim que cabe

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também ao professor incutir hábitos para a prática de exercício físico, despertando assim desporto federado ou apenas a prática de atividade física.

4. Reflexão Crítica do Estágio

O Estágio Pedagógico foi o momento onde consegui aplicar o conhecimento adquirido anteriormente de uma forma mais direta e específica, como igualmente o mais importante na minha evolução como futuro professor de Educação Física. Sem dúvida que as experiências vivenciadas no contexto escolar, as competências adquiridas, as dificuldades sentidas durante todo o ano letivo foram cruciais para a minha evolução.

Percebi que o trabalho realizado pelo professor/educador tem um papel essencial na formação, desenvolvimento humano e social dos alunos, sendo o professor um exemplo e uma referência que muitos alunos procuram.

Após todas as reuniões realizadas antes do início do ano letivo, percebi que as tarefas a serem desenvolvidas no que diz respeito aos planos de aulas, U.D., reflexões, relatórios de observação, lecionação das aulas, seriam um desafio pelo qual estava motivado a enfrentar com a finalidade de superar os meus medos e dificuldades.

Com isto, inicialmente deparei-me com uma situação onde fui obrigado a adaptar-me. Com o pavilhão ainda em obras, as aulas de Educação Física estavam suspensas, o que apenas permitiu a lecionação das aulas práticas no início do mês de Novembro. Esse tempo foi aproveitado para a realização do Estudo de Turma.

Depois de conhecermos a turma e observado inicialmente o trabalho do professor coorientador, estávamos de certa forma preparados para o planeamento das aulas. Houve algumas dificuldades na elaboração do plano de aula relativamente a quais os exercícios mais adequados relativamente às dificuldades e capacidades dos alunos, pois foi percebido que havia alunos em diferentes estágios de aprendizagem motora.

No entanto, com o passar do tempo, houve uma menor dificuldade na elaboração dos planos de aula, tendo sido definido os exercícios mais apropriados com o objetivo das aulas. Também referente ao plano de aula, no início estava bastante focado em seguir todo o processo que estava delineado no plano de aula, o que por vezes me impedia de estar com uma maior atenção ao que se passava na aula, ou até mesmo uma maior atenção aos alunos.

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Com o passar do tempo, entendi que o plano de aula era apenas uma base de informação que deve de ser transmitido para aula, mas que durante a mesma pode ser modificado dependendo das situações ocorridas durante a aula. Assim consegui melhorar a gestão do tempo de aula, a minha circulação pelo espaço da aula e principalmente aumentei os feedbacks individuais e à turma.

Ao longo das aulas, uma das principais dificuldades sentidas por mim foi o controlo de um grupo de alunos que manifestavam alguns comportamentos perturbadores no decorrer das aulas como também baixos níveis de motivação. Foi necessário criar novas estratégias para alterar esses comportamentos tais como, separar o grupo de alunos nos exercícios, intervir com mais seriedade para com eles e introduzir exercícios de competição para melhorar a motivação.

Relativamente à prática de ensino supervisionada, senti me confortável ao ser constantemente avaliado, uma vez que já conhecia os meus colegas de grupo de estágio como também o professor coorientador. Mais importante ainda, sentia-me confiante na maioria das aulas, devido ao trabalho realizado anteriormente através de um planeamento adequado na organização das aulas, consolidado com o debate entre o grupo de estágio sobre quais as melhores estratégias a adotar nas futuras aulas.

Fora das aulas propriamente ditas, houve outros aspetos que ajudaram na adaptação ao meio escolar, como o relacionamento com os restantes professores do grupo de Educação Física sempre dispostos a ajudar no que fosse preciso, os funcionários da escola sempre presentes e com enorme simpatia crucial na facilidade de integração logo de início. Quanto ao relacionamento com os alunos fora das aulas, procurava ter um relacionamento saudável mas não com excessos de confiança, criando assim respeito mútuo entre alunos e estagiários. Também a presença nas atividades fora das aulas em que participei, foram importantes na interação com outras pessoas, novas experiências e realização de funções fora do contexto de aula, beneficiaram na minha evolução enquanto estagiário.

Realizada uma análise a todos os aspetos vivenciados, posso concluir que no estágio consegui visualizar e presenciar muitas das funções realizadas pelo professor, preenchendo assim todas as minhas expetativas na transição de aluno para professor estagiário, contudo existe ainda muitos aspetos na lecionação das aulas que quero vir a superar num futuro próximo.

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Capitulo II

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Resumo

Este estudo teve como objetivo analisar os níveis de motivação dos alunos participantes nas aulas de Educação Física, comparar as diferenças entre os alunos dos diferentes cursos do 12º ano e relacionar esses mesmos níveis de motivação com os valores de IMC dos alunos. A amostra foi constituída por 157 alunos dos cursos de Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades e Cursos Profissionais do Agrupamento de Escolas do Búzio – Vale de Cambra. Para a recolha de dados, foi utilizado o Questionário para a Motivação em Educação Física (QMEF) (Pereira, et al., 1998), estadiómetro e balança para determinar os valores de IMC. No tratamento estatístico foram realizados testes de comparação não paramétricos (Kruskal-Wallis) e para verificar as associações existentes foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman, onde o nível de significância foi mantido em p≤0,05. Após a análise dos dados, foi observado que os alunos se encontram motivados para as aulas de Educação Física, uma vez que o score final foi de (40,11±6,37), em um total de 56 valores. Relativamente à comparação entre cursos, não se encontraram diferenças estatisticamente significativas (p=0,444). No entanto no fator “Realização” existem diferenças significativas entre os cursos de Humanidades e Ciências, (p=0,026) sendo que o curso de Humanidades apresenta uma maior motivação neste fator. Em relação ao sexo, também não se encontram diferenças estatisticamente significativas nos níveis de motivação (p=0,250). Contudo, foi observado diferenças significativas nos fatores “Prática desportiva” e “Desenvolvimento de capacidades” (p=0,001) e (p=0,001), respetivamente, sendo que os rapazes apresentam valores mais elevados. Concluímos que os alunos sentem-se motivados para a prática das aulas de Educação Física. Não se encontram diferenças estatisticamente significativas na motivação entre os três cursos, no entanto o curso de Humanidades apresenta valores médios mais elevados, seguido dos cursos Profissionais e por último os cursos de Ciências. Não existe relação entre o IMC e a motivação dos alunos, ou seja níveis do IMC não influenciam a motivação dos alunos.

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Abstract

This study aimed to analyze the level of motivation of students participating in physical education classes, compare the differences between students of different courses of the 12th year and relate these same levels of motivation with the BMI of students. The sample consisted of 157 students of Science and Technology courses, Languages and Humanities and Professional Courses of Agrupamento de Escolas do Búzio - Vale de Cambra. For data collection it was used the Questionnaire for Motivation in Physical Education (QMEF) (Pereira et al., 1998), stadiometer and balance to determine the BMI. In the statistical analysis were performed nonparametric comparison tests (Kruskal-Wallis) and to verify the correlation was used Spearman's correlation coefficient, where the significance level was kept at p ≤ 0.05. After analyzing the data, it was observed that students are motivated for physical education classes, once the final score was (40.11 ± 6.37), in a total of 56 values. Concerning the comparison made between courseswere not found statistically significant differences (p=0.444). However the factor "realization" there are significant differences between the humanities and science courses (p=0.026) and the course of Humanities has a higher motivation in this factor. On relation to gender, is also not find statistically significant differences in motivation levels (p=0.250). However, it observed significant differences in factors "Sports Practice" and "Skills development" (p=0.001) (p=0.001), respectively, being that boys have higher values. We conclude that students are motivated to practice of physical education classes. Do not be found statistically significant differences in motivation between the three courses, however the course of Humanities presents higher average values, followed by Professional courses and finally the science courses. There is no relationship between BMI and motivation of students, meaning BMI levels do not influence student motivation.

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1. Introdução

Nas últimas décadas, a prevalência de obesidade infantil tem vindo a apresentar um aumento significativo, podendo se caracterizar como uma epidemia mundial (Oliveira & Fisberg, 2003).

Neste sentido, têm sido associadas à obesidade alterações metabólicas, como a hipertensão e intolerância à glicose, sendo estes fatores de risco para o diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Um problema que está constatado é que estas doenças têm sido observadas na população mais jovem, o que anteriormente apenas era verificado nos adultos (Oliveira & Fisberg, 2003).

De acordo com Rosenbaum (citado por Oliveira & Fisberg, 2003), fatores genéticos, fisiológicos e metabólicos estão presentes na origem da obesidade, no entanto as mudanças no estilo de vida (diminuição da prática de exercício) e dos hábitos alimentares (consumo de alimentos ricos em açúcares simples e gorduras com alta densidade energética) parecem ser os fatores mais associados à obesidade. Também Oliveira et al. (2003) refere o meio ambiente como um fator importante no desenvolvimento da obesidade, mencionando a falta de atividade física sistemática, a presença de tecnologias nas residências, como também o baixo consumo de verduras.

Relativamente ao excesso de gordura, Carmo et al. (2008), refere que este excesso resulta de vários balanços positivos, em que a quantidade de energia ingerida é superior à quantidade de energia despendida. Riebe et al. (2002), citado por Silva (2011) justifica que o aumento da obesidade, principalmente em jovens-adolescentes, está associado a fatores, ambientais e comportamentais. Nestes fatores estão incluídos os estilos de vida sedentários e o constante consumo de comidas rápidas processadas e hipercalóricas. O autor também refere que estas variações e aumento de peso não podem ser justificados pelas alterações genéticas, pois estas ocorrem muito lentamente.

Tendo tudo isto em consideração, os desequilíbrios no peso corporal parecem estar associados a fatores genéticos, metabólicos, ambientais e corporais (Silva M. 2011).

Num estudo realizado por Sardinha et al. (2010) em crianças e adolescentes portugueses entre os 10 e os 18 anos de idade, observou-se que 17% das raparigas eram pré-obesas e 4,6% obesas, já nos rapazes os valores foram de 17,7% e 5,8% respetivamente.

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De acordo com Guerra, citado por Pinto (2008, p.1), “na população infanto juvenil, a obesidade e o excesso de peso estão associados a baixos níveis de Atividade Física (AF)”. De forma a combater os hábitos sedentários desta população, o mesmo autor, Pinto (2008) citando McArdle et al. (1994) refere que a prevenção e a participação regular em programas de AF, é uma das opções a tomar para a redução e tratamento do excesso de peso e obesidade.

Com isto, e para estimular as crianças, é nas escolas que deveriam ser implementadas e criadas condições para promover o aumento da participação de crianças na realização de AF. Muitas vezes é apenas na escola que as crianças têm a oportunidade de participar nestas AF estruturadas, sendo estas supervisionadas por um professor, originando assim uma responsabilidade na integração das crianças no exercício físico por parte dos professores e das escolas. A disciplina de Educação Física juntamente com a AF poderá assim resultar em benefícios à população infanto-juvenil (Azevedo, E. et. al, 2003).

É importante obtermos uma informação e perceção referente ao nível de obesidade de cada individuo podendo assim, através do índice de massa corporal (IMC) definir a prevalência de excesso de peso, utilizando tabelas específicas destinadas a crianças e adolescentes ajustadas para a idade e sexo (Duarte, J. et al., 2012).

Num estudo realizado por Friedrich RR et al. (2012), referente ao controlo e prevenção da obesidade, concluiu-se que a combinação entre uma educação nutricional com AF apresenta melhores resultados na redução do IMC em jovens adolescentes do que se estas forem aplicadas isoladamente. Segundo Ekelund (2004), citado Azevedo, E. et. al, (2003) por diz-nos que foram realizados vários estudos envolvendo crianças e adolescentes, em que estas realizam um maior tempo de AF moderada ou vigorosa, apresentam valores de IMC e massa gorda mais baixos.

Como foi referido anteriormente, a AF e o exercício físico têm um papel importantíssimo na prevenção da obesidade, Caspersen (1985, p.16), define AF como “todo movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, que resulte em um gasto energético maior do que os níveis de repouso, independentemente do tipo de atividade e do contexto em que se realiza (no lazer, no trabalho, no desporto) ”. O autor salienta também a importância da duração, frequência e intensidade que é realizada a AF. Já o exercício físico, é entendido como toda a AF que seja realizada de forma intencional, planeada, estruturada, repetida, procurando assim melhorar ou manter componentes da aptidão física.

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O local onde as crianças passam grande parte do seu tempo é nas escolas, sendo as aulas de Educação Física uma oportunidade de as crianças realizar AF. É por isto que Azevedo citando Seabra et al. (2004), numa visão direcionada para a saúde, refere que nos programas de Educação Física, os programas referentes às aprendizagens de habilidades desportivas deveriam ser menos abordadas relativamente às componentes da AF (aspetos cognitivos, afetivos e comportamentais).

Nas escolas, mais especificamente nas aulas de Educação Física, é comum a encontrar alunos com excesso de peso e obesidade dentro do mesmo espaço a participar em atividades com alunos em níveis de peso considerados normais. Sendo que aqui, o papel do professor é fundamental para a integração de todos os alunos nas atividades, evitando qualquer tipo de descriminação ou preconceito por parte dos outros alunos (Balbinotti et al., 2011).

A obesidade não afeta apenas o individuo a nível de saúde mas também a nível psicológico, mais propriamente consequências na imagem individual de cada um. Segundo Brunch (1973), citado por Pereira (2004) os jovens com problemas de peso tendem a esconder-se quando a realização de AF, para assim não serem alvo de algum tipo de humilhações a que podem estar sujeitos. Com isto, estes jovens perdem muitas experiências associadas a um desenvolvimento mental saudável. Perturbações na imagem corporal consequentemente originam uma baixa autoestima e numa autoeficácia negativa (Pereira, 2004).

De acordo com Cash e Pruzinsky (1990), citado por Reche et. al, (2010, p.285) “a imagem corporal é uma construção multidimensional que descreve as representações internas da estrutura corporal e da aparência física de si e dos outros, ou seja, é a ilustração ou figura que se tem na mente do tamanho, imagem e forma do corpo. Pessoas com distúrbios na perceção da imagem corporal superestimam em maior grau a sua imagem corporal”.

Segundo Reche et. al, (2010), a insatisfação corporal pode afetar aspetos da vida de uma pessoa, tais como o comportamento alimentar, a autoestima, desempenho psicossocial, físico e cognitivo.

Um dos aspetos estudados para além da imagem corporal do individuo com excesso de peso foi a motivação. Balbinotti & Saldanha, (2011) referem que diferentes alunos (obesos, com sobrepeso, e eutróficos), podem apresentar diferentes níveis de motivação para a prática regular de atividades físicas e/ou desportivas.

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A Motivação, de acordo com os autores Schultz & Schultz, (2002) cit por Gonçalves (2010, p.126), define-se como “um processo psicológico básico que auxilia na compreensão das diferentes ações e escolhas individuais, é um dos fatores determinantes do modo como uma pessoa se comporta”.

Eccheli (2008) citando Nérici (1993), diz que a motivação é o processo que está presente no interior de uma pessoa impulsionando a mesma a agir de uma forma mental, física ou em função de algo. A pessoa perante esta motivação encontra-se disposta e determinada em alcançar os seus objetivos. O mesmo autor também diferencia motivação de incentivo, sendo este definido como “o estímulo exterior que visa despertar no indivíduo vontade ou interesse para algo”.

Diferentes teorias explicam a construção da motivação. Uma delas é a Teoria da Autodeterminação, onde esta se designa como uma macroteoria da motivação onde apresenta uma relação com o funcionamento e desenvolvimento da personalidade em contextos sociais. A mesma teoria analisa as ações realizadas pela própria pessoa, comprometendo-se com essas ações de forma voluntária. Assim, o individuo pode ser motivado sobre duas vertentes, intrinsecamente ou extrinsecamente, satisfazendo assim as suas necessidades o que posteriormente leva atingir a autodeterminação (Ryan & Deci, 2007).

Vallerand & Rousseau (2001), citado por Lourenço (2012), sugere uma perspetiva mais detalhada da motivação intrínseca, extrínseca e da desmotivação. Assim, na motivação intrínseca está presente o prazer e satisfação ao realizar uma determinada atividade. Dentro desta motivação intrínseca podem ser encontrados 3 tipos: motivação para o saber, simplesmente para procurar e entender algo de novo; para realizar, na satisfação de experimentar ou criar algo; por último para estimular experiências, onde é encontrado sensações agradáveis aos próprios sentidos. Já na motivação extrínseca refere-se à realização de algo como meio para atingir um fim, não tendo como objetivo a satisfação e prazer da própria pessoa, ou seja é feito pelo reconhecimento e não proporcionando prazer. Já na desmotivação pode provocar sensações de incompetência aos indivíduos.

Como este estudo é aplicado a jovens adolescentes praticantes das aulas de Educação Física é importante referir a motivação direcionada para o Desporto. Segundo Brito (1994), a motivação vai influenciar todo o empenho, esforço e persistência no comportamento do individuo, para que este possa atingir um fim ou objetivo. O autor define que nas motivações

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intrínsecas inclui-se a necessidade de movimento; o prazer; a satisfação na realização; o contato com a natureza; a sensação de domínio do corpo, dos gestos e dos materiais. Na motivação extrínseca é observado o desejo de vencer; a admiração dos outros; a satisfação de estar incluído num grupo; o desejo de liderar; a ligação entre o próprio com os resultados (bens materiais, fama).

Transferindo a motivação para as aulas de Educação Física, Xavier (1986), citado por Folle et. al, (2005), refere que a motivação e o tipo de habilidade são os fatores mais importantes nos métodos de ensino que podem ser utilizados nas escolas, sendo que a motivação é o fator mais importante para a aquisição de uma determinada habilidade motora. É de salientar que a prática de uma atividade sem qualquer motivação é totalmente ineficaz, isto porque é a própria motivação que direciona a atenção e o esforço no aluno, na aprendizagem de uma determinada habilidade motora.

Segundo López (2001), citado por Folle et. al, (2005), outro fator importante da motivação é a presença da mesma no processo ensino-aprendizagem dos alunos. Estes alunos ao sentirem prazer e desejo na participação das aulas origina consequências boas, tornando o aluno mais ativo, uma maior atenção e consequente questionamento sobre a informação que está a ser transmitida, maior cooperação com os colegas e um sentimento de querer aprender mais nas aulas de Educação Física.

Com este estudo pretende-se determinar os níveis de motivação nas aulas de Educação Física nos alunos dos diferentes cursos do 12º ano do Agrupamento de Escolas do Buzio-Vale de Cambra e relacionar com valores de IMC dos alunos.

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2. Metodologia

2.1 Amostra

O presente estudo teve como participantes os alunos do 12º ano dos cursos de Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades e Cursos Profissionais do Agrupamento de Escolas do Búzio – Vale de cambra. A respetiva amostra é constituída por um total de 157 alunos, em que 73 são do sexo Masculino e 84 são do sexo Feminino, com idades compreendidas entre os 17 e os 21 anos. Relativamente ao valor médio do IMC (Kg/m2) nos alunos este é de 22,89±4,08. Dos 157 alunos, 19 alunos apresentavam baixo peso e 44 alunos apresentavam excesso de peso.

Tabela 1- Amostra dos alunos que participaram no estudo

Sexo

Curso Masculino Feminino Total Percentagem

Ciências e Tecnologias 37 49 86 54.8%

Línguas e Humanidades 4 13 17 10.8%

Cursos Profissionais 32 22 54 34.4%

Total 73 84 157 100%

Percentagem 46.5% 53.5% 100%

2.2 Questionário para a Motivação em Educação Física

Como instrumento para a recolha de dados foi utilizado o Questionário para a Motivação em Educação Física (QMEF) desenvolvido por Pereira, et al. (1998). Este questionário avalia 3 fatores de motivação: fator 1 - Prática desportiva ou da disciplina de educação física (gostar de exercício físico, querer mais aulas de educação física); fator 2 - Desenvolvimento de capacidades e habilidades motoras (aprender novas técnicas, melhorar as capacidades motoras); fator 3 - Realização (ter um estatuto elevado dentro da turma, ser importante, obter recompensas). Os fatores constantes do questionário são pontuados numa escala que varia entre 1 e 4 (1 = discordo totalmente; 2 = concordo pouco; 3 = concordo e 4 = concordo totalmente). Desta forma, a pontuação de cada item varia entre 1 e 4, o que define que os valores da escala de motivação se podem encontrar entre o mínimo de 14 e o máximo de 56, sendo que quanto mais elevado for o valor maior será a motivação do aluno e vice-versa.

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2.3 Procedimento e recolha de dados

A recolha dos dados do questionário foi realizada na sala de aula do pavilhão desportivo no final da aula. Já a recolha do peso e altura foi realizada individualmente durante as aulas de Educação Física.

A altura foi medida através de um estadiómetro, sendo os valores registados em centímetros. Para avaliar o peso foi utilizada uma balança de marca TANITA, modelo BC-730. Foi realizada com os sujeitos descalços e imóveis e os valores foram registados em Kilogramas. Quanto ao nível de obesidade dos sujeitos, foi analisado através do cálculo dos valores de Índice de Massa Corporal (IMC).

2.4 Tratamento Estatístico

Os dados resultantes da aplicação dos inquéritos, foram posteriormente submetidos a um tratamento estatístico no programa SPSS (IBM SPSS Statistics 20). Foi realizada uma análise exploratória para verificar a distribuição das variáveis. Considerando que as variáveis não apresentavam distribuição normal recorreu-se a testes não paramétricos. Foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis de forma a comparar os valores entre os sexos, entre os cursos do mesmo ano de escolaridade e entre os fatores. Para verificar possíveis associações entre as variáveis foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman. O nível de significância estabeleceu-se em p<0,05 em toda a análise.

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3. Apresentação, Análise e Discussão de Resultados

3.1 Apresentação e Análise de Resultados

Tabela 2 - Valores da média e desvio padrão (x ± DP), fatores e ordenação dos itens do QMEF.

Item Ord. Descrição x ± DP Fator

13 1 Gosto das aulas de educação física. 3,38±0,60 1 1 2 Penso que nas aulas de educação física o tempo passa

depressa. 3,37±0,59 1

4 3 Gosto de fazer exercício físico. 3,25±0,72 1

10 4 Gosto de aprender novas técnicas nas aulas de

educação física. 3,17±0,63 2

5 5

Sempre que um colega consegue realizar corretamente uma tarefa difícil na aula de educação física, eu admiro-o.

3,09±0,75 3

2 6 Nas aulas de educação física eu sou empenhado. 3,08±0,60 1 6 7 Quando vou para as aulas de educação física sinto-me

contente. 2,96±0,69 1

14 8 Gosto das matérias ensinadas nas aulas de educação

física. 2,93±0,63 3

11 9

Para mim é importante que as aulas sejam relativamente intensas para melhorar as minhas capacidades motoras.

2,90±0,81 2

9 10 Se na escola aumentassem o número de horas

semanais de educação física ficava contente. 2,80±0,95 1 8 11 Gosto que o professor proponha tarefas difíceis

durante as aulas de educação física 2,75±0,85 2 12 12 Para mim a disciplina de educação física é tão

importante quanto as outras. 2,68±0,92 3

7 13 Obter uma boa nota na disciplina de educação física é

algo que me preocupa. 2,59±0,87 3

3 14

Obter melhores resultados (correr mais, etc.) que os meus colegas na disciplina de educação física é para mim importante.

2,25±0,80 3

Como apresentado na tabela 1, podemos observar a distribuição dos itens do QMEF pelos fatores e a sua ordenação. Os fatores encontram-se numerados de 1 a 3 em que o 1 corresponde ao fator “prática desportiva ou da disciplina de educação física”, o 2 ao fator “desenvolvimento de capacidades e habilidades motoras” e o 3 ao fator “realização”.

Após a análise da tabela 1, podemos verificar que o item que apresenta a média mais elevada e consequente maior motivação, é o número 13 “Gosto das aulas de Educação Física”

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(3,38±0,60), seguindo-se do fator 1 “Penso que nas aulas de educação física o tempo passa depressa” (3,37±0,59). O item com uma média inferior e consequente menor motivação, é o fator 3 “Obter melhores resultados (correr mais, etc.) que os meus colegas na disciplina de educação física é para mim importante.” (2,25±0,80).

A média e desvio padrão (x±DP) do valor do score de todas as perguntas é de (40,11±6,37), uma vez que o valor máximo é de 56, verifica-se que os alunos encontram-se motivados para as aulas de Educação Física.

Tabela 3 - Cotação do QMEF entre os sexos e entre os cursos.

x±DP P Total Feminino 40,11±6,37 0,250 Total Masculino 42,47±6,63 Total Ciências 40,83±6,84 0,444 Total Humanidades 43,06±6,34 Total Profissional 41,22±6,22 [Média e desvio padrão (x±DP) e nível de significância (p)].

Podemos observar na tabela 2, que todos os grupos estão motivados para as aulas de Educação Física, uma vez que o valor máximo de pontuação é de 56. O sexo que apresenta valores médios de resposta mais elevados é o sexo masculino (42,47±6,63), seguido do sexo feminino (40,11±6,37), tendo como significância estatística (p=0,250) na diferença dos respetivos valores. Relativamente ao curso, o curso de Humanidades apresentou valores médios de resposta mais elevados (43,06±6,34), no entanto embora superiores não são estatisticamente significativos, seguido dos cursos profissionais (41,22±6,22) e por último o curso de ciências (40,83±6,84). Quanto à comparação entre os diferentes cursos, não se encontram diferenças estatisticamente significativas (p=0,444).

Tabela 4 – Análise comparativa dos fatores do QMEF entre todos os alunos.

Fator x±DP

1-Prática desportiva ou da disciplina de educação física 3,14±0,41 2-Desenvolvimento de capacidades e habilidades motoras 2,94±0,49

3-Realização 2,71±0,42

[Média e desvio padrão (x±DP)].

Observando a tabela 2, podemos afirmar que os alunos atribuem mais importância ao fator “Prática desportiva ou da disciplina de educação física”, seguindo-se o fator “Desenvolvimento de capacidades e habilidades motoras” e por último ao fator “Realização”.

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Tabela 5 - Análise comparativa dos fatores do QMEF entre sexos.

Feminino Masculino

Fator x±DP x±DP P

1-Prática desportiva ou da disciplina de educação

física 3,02 3,28 0,001

2-Desenvolvimento de capacidades e habilidades

motoras 2,79 3,11 0,001

3-Realização 2,73 2,69 0,647

[Média e desvio padrão (x±DP) e nível de significância (p)].

Relativamente à comparação da pontuação dos valores médios indicados na tabela 3, verificou-se que o sexo masculino obteve uma pontuação mais elevada nos fatores “Prática desportiva ou da disciplina de educação física” e no “Desenvolvimento de capacidades e habilidades motoras”, enquanto que o fator “Realização” encontra-se mais elevado no sexo feminino. Também podemos observar que apenas no fator “Realização” não existem diferenças estatisticamente significativas (p=0,647).

Tabela 6 - Análise comparativa dos fatores do QMEF entre cursos.

Ciências Humanidades Profissional

Fator x±DP x±DP x±DP P

1-Prática desportiva ou da disciplina

de educação física 3,14 3,22 3,13 0,816

2-Desenvolvimento de capacidades

e habilidades motoras 2,97 2,96 2,89 0,768

3-Realização 2,62 2,98 2,76 0,026

[Média e desvio padrão (x±DP) e nível de significância (p)].

De acordo com o apresentado na tabela 4, podemos observar que apenas no fator “Realização” existe diferenças estatisticamente significativas (p=0,026), mais propriamente entre os cursos de humanidades e ciências, sendo que o curso de humanidades apresenta uma média mais elevada. Relativamente aos fatores 1 e 2 não existem diferenças estatisticamente significativas, (p=0,816) e (p=0,768) respetivamente.

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Tabela 7 - Associação entre os fatores de motivação e o IMC [Spearman (rho) e nível de significância(p)] no total da amostra.

F1 F2 F3

IMC rho ,000 -,043 ,105

P ,997 ,590 ,192

*Nível de significância estabelecido para 0.05.

Através da leitura dos dados podemos observar que não existe uma relação estatisticamente significativa entre a motivação e o IMC, ou seja, não há influência do IMC nos fatores da motivação nas aulas de Educação Física nesta amostra.

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3.2 Discussão de resultados

Após uma análise dos dados, podemos verificar que em todos os cursos os alunos estão motivados para as aulas de Educação Física, não havendo uma diferença estatisticamente significativa nos níveis de motivação entre cursos. Também podemos afirmar que não existe uma relação estatisticamente significativa entre a motivação e o IMC.

Através de uma recolha de informação, ficou definido a utilização neste estudo de um questionário de motivação dirigido à disciplina de Educação Física. No entanto, não são de elevado número os estudos que aplicam este Questionário para a Motivação em Educação Física (QMEF), mas sim outros mais orientados para a vertente da motivação em atividades físicas. Como o estudo foi aplicado a alunos dos diferentes cursos do 12ºano, participantes nas aulas de Educação Física, pensou-se ser pertinente a aplicação deste questionário.

Realizada a apresentação dos resultados e consequente análise, podemos afirmar que os alunos, na sua generalidade, estão motivados para as aulas de Educação Física, tal como é apresentado no quadro (2) o valor de score do questionário é de 40,11±6,37 num valor máximo de 56. Em outros estudos que utilizaram este questionário, nomeadamente Pereira et

al. (1998), Mendes (2012) e Lourenço (2012), também concluíram que os alunos estavam

motivados para as aulas de Educação Física.

Relativamente à importância que os alunos dão a cada fator, o fator “prática desportiva” é o que aparece em primeiro lugar, seguido do fator “desenvolvimento de capacidades” e por último o fator “realização”. Estes resultados foram ao encontro das conclusões tiradas por Lourenço (2012) e Mendes (2012) nos seus estudos. Esta ordem de resultados, onde o fator “prática desportiva” aparece como fator mais motivante, pode ser explicado pelo facto de os alunos sentirem prazer em realizar exercício físico e encontram na disciplina de Educação Física uma oportunidade de o fazer, já que nas outras disciplinas isto não acontece. Relativamente ao fator “realização”, este aparece em último devido aos alunos darem menos importância aos resultados obtidos na disciplina, assim como os alunos optarem por dar mais importância às restantes disciplinas. Uma outra explicação será devido ao facto de a nota de Educação Física não contar para a média final, que por consequência automaticamente diminui os níveis de motivação no fator “realização”.

Analisando agora a motivação segundo o sexo, foi observado que embora não existindo diferenças estatisticamente significativas entre sexos, os rapazes tiveram um valor

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ligeiramente mais alto. Esta mesma conclusão é observada no estudo realizado por Mendes (2012). Lourenço (2012) também concluiu que os rapazes sentem-se mais motivados, havendo contudo uma diferença significativa entre ambos os gêneros.

Relativamente aos fatores, tanto os rapazes como raparigas apresentam como fator mais motivante a “prática desportiva”, seguido do “desenvolvimento de capacidades” e por último o fator “realização”. Apenas no fator “prática desportiva” e no “desenvolvimento de capacidades” é observada uma diferença estatisticamente significativa, onde os valores são mais elevados nos rapazes. Este resultado pode-se dever ao facto de aulas de Educação Física privilegiarem os desejos dos rapazes e os seus objetivos aumentando assim a sua motivação nas aulas. No entanto o mesmo não ocorre nas raparigas, onde estas não conseguem atingir os seus desejos e objetivos, diminuindo assim o nível motivacional comparativamente aos rapazes (Rocha, 2009). Referenciando as conclusões de outros estudos, apenas no estudo realizado por Lourenço (2012) a distribuição dos fatores é igual nos rapazes, diferenciando nas raparigas. No outro estudo realizado por Mendes (2012), em nenhum dos sexos a ordem de importância dos fatores é a mesma que no presente estudo. Uma justificação para esta variedade de resultados poderá ser pela localização geográfica dos diferentes estudos, pela educação dirigida aos alunos presente em cada ensino escolar, na própria disciplina ou pela influência do professor.

Foi também estudada a relação e níveis de motivação existente nos alunos dos diferentes cursos do 12ºano, onde podemos verificar que todos os alunos dos três cursos sentiam-se motivados, sendo que os do curso de Humanidades apresentam uma maior motivação, seguido dos cursos Profissionais e por último o curso de Ciências, não havendo diferenças significativas entre os sexos. Estes resultados não vão ao encontro do esperado, pois o curso de Ciências estando dividido em disciplinas mais orientadas para a vertente das ciências e do corpo humano, era esperado que os alunos estivessem mais motivados para a disciplina de Educação Física que os restantes cursos.

Posteriormente foram analisados os fatores motivacionais nos diferentes cursos, havendo apenas diferenças estatisticamente significativas, entre os alunos dos cursos de humanidades e ciências no fator “realização”, sendo que o curso de humanidades apresenta uma média mais elevada. Podemos observar que estes alunos sentem-se mais motivados ao admirarem um colega que realiza uma tarefa difícil, o gosto pela matéria lecionada e consideram a disciplina

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de educação física tão importante quanto as outras como também a importância de obter uma boa nota na disciplina e obter bons resultados na aula do que o curso de ciências. Já no fator “prática desportiva”, é novamente o curso de Humanidades que apresenta estar mais motivado, estes gostam das aulas e dos exercícios realizados em Educação Física e também estão mais empenhados nas aulas, seguidamente vem o curso de Ciências e por último os cursos Profissionais. No fator “desenvolvimento capacidades”, o curso de Ciências apresenta-se mais motivado, gostam de aprender novas técnicas e novas matérias, aulas mais intensas e difíceis com o objetivo de melhorarem as suas capacidades motoras, posteriormente o curso de Humanidades e os cursos Profissionais.

Através da pesquisa feita não foram encontrados estudos relativamente à variável motivação dos alunos nos diferentes cursos, o que impossibilita de fazer qualquer relação com outros estudos. Foi esta uma das justificações apresentadas para a realização do estudo, percebendo assim os diferentes níveis de motivação nos diferentes cursos, possibilitando aos professores uma maior informação no planeamento e na lecionação das suas aulas da forma mais adequada possível.

Os dados recolhidos referentes ao IMC dos alunos mostraram que não existe uma relação estatisticamente significativa entre a motivação e o IMC, ou seja, não há influência do IMC nos fatores da motivação nas aulas de Educação Física. Um das justificações na obtenção deste resultado poderá estar relacionado com o número reduzido de alunos com os níveis de IMC fora do normal, ou seja alunos com excesso de peso ou com baixo peso. Necessitaríamos então de uma amostra com maior número de alunos nestas condições para que o resultado pudesse ser mais expressivo.

Uma outra justificação mais direcionada para a imagem corporal poderá ser referida através do estudo realizado por Balbinotti et al. (2011), em que é referido que o perfil motivacional dos alunos com excesso de peso está mais direcionada para a dimensão saúde do que para a dimensão prazer e estética, ou seja os alunos sentem-se mais motivados em ter uma boa saúde do que propriamente estarem mais preocupados com a estética.

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4. Conclusões

De acordo com os resultados obtidos, verificamos que os alunos, de uma forma geral, sentem-se motivados para a prática das aulas de Educação Física. O sentem-sexo masculino apresentem-senta-sentem-se mais motivado em relação ao sexo feminino, existindo apenas uma diferença estatisticamente significativa no fator prática desportiva e no fator desenvolvimento de capacidades.

Relativamente aos cursos, todos os alunos dos três cursos apresentavam-se motivados, no entanto não foram verificadas diferenças estiticamente significativas na motivação dos alunos nos diferentes cursos. Apenas no fator realização existe uma diferença significativa entre os cursos de Humanidades e Ciências, sendo que o curso de humanidades apresenta uma média mais elevada.

Na relação entre o IMC e a motivação dos alunos, sendo este um dos objetivos do estudo, não se verificou uma relação estatisticamente significativa. Também não houve relação do IMC com a motivação nos alunos da amostra estudada, ou seja os níveis do IMC não influenciam a motivação dos alunos.

Imagem

Tabela 1- Amostra dos alunos que participaram no estudo
Tabela 2 - Valores da média e desvio padrão (x ± DP), fatores e ordenação dos itens do QMEF
Tabela 3 - Cotação do QMEF entre os sexos e entre os cursos.
Tabela 5 - Análise comparativa dos fatores do QMEF entre sexos.
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Referências

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