HERALDO
MACUCO
CAPELLA
ESTUDO
DA
EPILEPTOGÊNESE: EFEITOS
DA
A
CARBAMAZEPINA,
DO VALPROATO
E
DO
L-DEPRENIL
EM
UM
MODELO
EXPERIMENTAL DE
EPILEPSIA
DO LOBO TEMPORAL
FLORIANÓPOLIS
-sc
2000
HERALDO
MACUCO
CAPELLA
OESTUDO
DA
EPILEPTOGÊNESE: EFEITOS
DA
CARBAMAZEPINA,
DO
VALPROATO
E
DO
L-DEPRENIL
EM
UM
MODELO
EXPERIMENTAL
DE
`EPILEPSIA
DO LOBO TEMPORAL
Dissertação apresentada ao
Curso
de Pós-Graduação
em
CiênciasMédicas da
Universidade Federal de Santa Catarina,
para a obtenção
do
grau de Mestre.ORIENTADOR:
Prof. Dr.Tadeu
Lemos
FLORIANÓPQLIS
-sc
2000
CAPELLA, Heraldo Macuco. Estudo da epileptogênese: efeitos da
carbamazepina, do valproato e do L-deprenil em um modelo de epilepsia do
lobo temporal. Florianópolis, 2000.
XXp.
Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação
em
Ciências Médicas - Universidade Federal de Santa Catarina.
1. Epileptogênese 2. Epilepsia mesial temporal 3. Carbamazepina 4.
Universidade
Federal
de Santa
Catarina
Centro de
Ciências
da Saúde
Mestrado
em
Ciências
Médicas'T
,/.\/\ L
«vw
< ví,-1 C f/\/\_.\
HERALDO
MAC
O
CAP
A
”\
Êggâêâicz.
ESSA
DISSERTAÇÃO
FOIJULGADA
ADEOUADA
PAR/5:A
OBTENÇÃO DO
TÍTULO
DE
MESTRE
EM
CIENCIAS
MEDICAS
'REA
DE
CONCENTRAÇÃO
EM
CLÍNICA
MÉDICA
E
APROVADA
EM
SUA
COM
A
FORMA
FINAL
PELO
PROGRAMA
DE
PÓS
GRADUAÇÃO EM
CIENCIAS
MEDICAS
//1 /7 /1
/. /zf ,,
/ "/ _/ `_/
/
Vl/
:/§zL_í'
'JProf. Mário Sérgio Soares de Azeredo Coutinho
Coordenador do Curso
Banca Examinadora:
/
.I
.Í
Prof. i fadeu Lemos
Orientador “
Pr\ . João P eira Leite /3
Me
bfô Y `“ ' Prof Ro rWalz 'inbro \ A ‹,'vv"/tj/\f
7"nÍ› fseldt Bianchin `\. // T-°~/M
mbro Florianópolis, 01 de setembro de 2000. ><i ; ?<šTé Cam us Universitário CEP 88040-970 F lorianápolis - SC - Brasil
Hospital Universitário - Andar rreo - p
AGRADECIMENTO
Ao meu
orientador, Prof. Dr.Tadeu Lemos,
por seu apoio, estímulo esobretudo pela valorosa e contínua orientação
na
realização desta dissertação.À
Coordenadoria Especial de Farmacologia da Universidade Federal de SantaCatarina.
Aos
pós-graduandosdo Curso
dePós Graduação
em
Farmacologia,em
especiala Elizabeth
Waslawik.
'
Ao
academico
de Medicina,Andy
LuisEm
pelo auxíliona
realização da parteexperimental.
Ao
laboratório de Neurociências da Universidade Federaldo
Estado deSão
Paulo,
onde foram
processados os cérebros dos animais, para o estudo histológico.À
Jane eMayara,
por seuamor
e por suacompreensão comigo
ecom
minha
\
SUMÁRIO
LISTA
DE
FIGURAS E
TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
1.
INTRODUÇÃO
... _.2.
OBJETIVOS
... ..3.
MATERIAL
E
MÉTODOS
... ..3.1 Tratamento do período Silencioso
do
modelo
daPILO
... ..3.2 Pré-tratamento
com
do
L-deprenílna
indução domodelo
... ..3.3 Análise estatística ... _.
4.
RESULTADOS
... ..4.1 Efeito do tratamento
com
CBZ
eVPA
durante O período Silencioso4.2 Efeito do L-deprenil (selegelina) sobre a indução do
modelo
... ._5.
DISCUSSÃO
... ..5.1 Efeito
do
tratamentocom
CBZ
eVPA
... ..5.2 Efeito do L-depreníl (selegelina) sobre a indução do
modelo
daPILO
ó.
CONCLUSÃO
... _.LISTA
DE
FIGURAS
E
TABELAS
FIGURA
l- Fotomicrografia deum
corte horizontal daformação hipocampal
deum
rato adulto, corado por violeta-de-cresil ... .. 12
FIGURA
2 -Diagrama
das principaisconexões
intrínsecas daformação
hipocampal... .. 14
FIGURA
3 - Latência para a primeira crise (período crônico)do modelo
dapilocarpina en animais
com
salina, carbamazepinaou
valproato ... ..3OTABELA
1 - Incidência de crises epilépticasem
animais tratadoscom
salina,carbamazepina
e valproato durante o período silencioso domodelo
da pilocarpina,em
ratos ... ..3lFIGURA
4 - Freqüência total de crises espontâneas após o estado demal
epiléptico, induzido pela pilocarpina
em
ratos tratadoscom
salina, carbamazepina evalproato durante o período silencioso ... ..3l
FIGURA
5 - Freqüência de crises espontâneas após o estado demal
epiléptico,induzido pela pilocarpina,
em
ratos, durante os períodos de tratamento e póstratamento
com
salina, carbamazepinaou
valproato ... ..32FIGURA
6 - Freqüência de crises espontâneasno modelo
da pilocarpina,em
ratos,durante os períodos de tratamento
com
salina, carbamazepinaou
valproato ... ..33FIGURA
7 -Duração
das crises espontâneasno modelo
da pilocarpina,em
ratos,nos periodos de tratamento e pós tratamento
com
salina, carbamazepinaou
FIGURA
8 -Duração
das crises espontâneasno modelo
da pilocarpina,em
ratos,nos períodos de tratamento e pós tratamento
com
salina, carbamazepina ouvalproato ... ..35
FIGURA
9 - Fotomicrografia da região hipocampal,em
aumento
de 25 X, de ratosWistar adultos submetidos ao
modelo
da pilocaipina e tratados durante o períodosilencioso,
com
salina, carbamazepina ou valproato ... ..37FIGUIL'~\ 10 - Fotomicrografia do giro dentado
em
aumento
de 100X, de ratosWistar adultos submetidos ao
modelo
da pilocarpina e tratados durante o períodosilencioso,
com
salina, carbamazepinaou
valproato ... ..38TABELA
2 - Incidência de crises(
número
de animais/ grupo)no
períodoagudo do
modelo
da pilocarpinaem
animais pré-tratadoscom
salinaou
L-deprenil 20, 10ou
5mg/ Kg
i.p., ... ..39FIGURA
11 -Número
de crises induzidas pela pilocarpina360
mg
/Kg
i.p.em
ratos pré-tratados, 1 hora antes,
com
salinaou
L-deprenil nas doses de 20, 10ou
5mg/
Kg, i.p. ... ..40TABELA
3 - Incidência de crises tônicasno
períodoagudo do modelo
dapilocarpina,
em
animais pré-tratadoscom
salinaou
L-deprenil ... ..40FIGURA
12 - Latência para o estabelecimentodo
estado demal
epiléptico(EME)
no
modelo
da pilocarpina,em
ratos pré-tratadoscom
salinaou
L-deprenil 10ou
5mg/
Kg,
i.p. ... ..41TABELA
4 -Número
de óbitos induzidos pela pilocarpina360
mg
/Kg
i.p.em
RESUMO
Objetivos: Estudar o processo de epileptogênese, utilizando o
modelo
de epilepsiamesial temporal, induzido pela pilocarpina
em
ratos, avaliando os efeitos dacarbamazepina
(CBZ)
e do valproato(VPA),
administrados durante o períodosilencioso
do
modelo, e estudar o efeitoagudo do
L-deprenil sobre a indução de crisespela pilocarpina,
no
periodoagudo
do modelo.Material e
Método:
Ratos Wistar, adultos,machos, foram
submetidos ao estado demal
epileptico(EME)
induzido pela pilocarpina (360mg/Kg,
i.p.).No
primeiro estudo,aproximadamente 24
horas após o início doEME,
3 grupos de animaisforam
tratados,respectivamente,
com
solução salina (SAL),CBZ
ou
Vl°A, porum
periodo de56
dias,sendo monitorizados por
mais 56
dias, para a observação de crises espontâneas.Finalizada a observação os animais
foram
sacrificados e seus cérebros processadospara análise histológica da
formação
hipocampal.No
segundo
estudo, 4 grupos deanimais,
foram
pré-tratados, 1 hora antes da induçãodo
EME,
com
SAL
ou
L-deprenil5, 10
ou 20
mg/kg, i.p., sendo posteriormente observados por 10h, para a detecção decrises convulsivas.
Resultados:
A
CBZ
e oVPA
reduziram a freqüência total de crises, onúmero
e aduração das crises durante o tratamento, e
minimizaram
o padrão de lesão daformação
hipocampal.
No
grupoSAL
houve
uma
reduçãodo
número
e da duração das crisespós-tratamento.
O
VPA
reduziu a incidência de crise.O
L-deprenil,na
dose de 5mg/kg, reduziu a incidência de crise, o núrnero de crises,
impediu
a expressão decrises tônicas e reduziu a mortalidade.
Na
dose de 10 mg/kg,houve
um
aumento
dalatência para o
EME.
Conclusão:
A
CBZ
e oVPA
não impediram
o desenvolvimento da epileptogênese,mas
minimizaram
sua expressão.O
L-deprenil,na
dose de 5mg/kg
apresentou efeito anticonvulsivante.ABSTRACT
Aim:
This studywas
aimed
to address the epileptogenesisby
investigating the effectsof carbamazepine
(CBZ)
and
valproate(VPA)
treatment during the silent period of thepilocarpine
model
of epilepsy,and
the effects of L-deprenil pretreatment in the acuteperiod of this model.
Methods;
Adultmale
Wistar ratswere
submitted to status epilepticus (SE) inducedby
pilocarpine (360 mg.kg`1, i.p.)
24
h
after SE. Three animal groupswere
treated withsaline,
CBZ
orVPA
during56
days and their behaviourwere
monitored forup 60
days.
At
theend
of the experiments, histological analysis of thehippocampal
fonnationwas
performed. ln an another experiment, 4 groupswere
pretreated with saline or L-deprenil 5, 10 or
20
mg.kg'1, i.p., 1h
prior to pilocarpine administrationand
theanimals
were
observed for spontaneous seizures.Results:
CBZ
andVPA
reduced the seizures frequencyand
durationand
thehippocampal
formationdamage.
The
saline groupshowed
a decrease in thenumber
and duration of the seizures during treatment
compared
with post-treatment period inthe
same
group. Moreover,VPA
reduced seizures incidence. L-deprenil 5 mg.kg`1reduced incidence
and
number
of seizures, frequency of tonic seizures and mortality.At
the dose of 10mg.kg"
therewas
also an increase in the latency for the SE.Conclusion:
CBZ
and
VPA
treatment did not aboit the epileptogenesis, butminimised
the expression of seizures
and hippocampal
fonnationdamage.
L-deprenil 5 mg.kg`]LINTRODUÇÃQ
A
epilepsianão
éum
distúrbio único,compreende
diferentes doenças esíndromes que
causam
descargas excessivas, transitórias e recorrentes das célulasnervosas, detenninando disfunções temporárias de
uma
pequena
partedo
cérebroou
de áreas
mais
extensas, envolvendo os dois hemisférios cerebrais”.Embora
a epilepsia sejaum
dos distúrbio neurológicomais
comum,
inúmeros
obstáculos
impedem
que se possa conhecer a verdadeira situação epidemiológicadeste problema.
A
taxa de prevalência da epilepsia situa-se entre 3 a 9 por 1000habitantesz. Diversos fatores são responsáveis por esta variação, tais
como,
osmétodos
de determinação dos casos, a distribuição da faixa etária estudada e aprópria caracterização do distúrbio epiléptico.
Um
estudo neuroepidemiológico deepilepsia infantil,
no
município deOkayama, no
Japão, estimou a taxa de incidênciaanual de epilepsia
em
145 por 100.000 habitantes abaixo de 10 anos de idade.Quanto
à taxa de incidência anual, a maior foi de 378,9 por 100.000 habitantesno
primeiro ano de vida e a
mais
baixa foi de 65,1 por 100.000 habitantes, aos 9 anosde vida.
A
prevalência nesta população infantil foi de 8,2porl000
habitantes 2.Um
outro estudo epidemiológico, realizadoem
Rochester,Minnesota (USA), no
periodo de 1940 a 1980, determinou a incidência anual
média
em
85 casos paracada 100.000 habitantes,
na
faixa etária entre 0 a 9 anos, contrastandocom
as taxasde 45 por 100.000 habitantes para a população
em
geral.A
prevalênciana
população foi de 6,8 casos por
1000
habitantes, enquanto que para a populaçãoentre 0 a 9 anos foi de 2,7 casos para 1000 habitantes3. Estes dados indicam que a
epilepsia é
um
problema maior na
primeira infância eque
o diagnóstico precoce, otratamento
adequado
e, sobretudo, asmedidas
preventivas poderão reduzir aincidência desta condição.
Em
1981, aComissão
para Classificação e Terminologia da Liga lntemacionall(l
Internacional
League
Against Epilepsy, lLAE)4, propôsuma
classificação das crisesepilépticas
com
base na extensãodo comprometimento
cerebral. Assim,temos
ascrises generalizadas, que
envolvem
uma
grande parte do cérebrocom
comprometimento
precoce da consciência, ( deste grupotambém
fazem
as crisesmioclônicas conscientes) e as crises parciais, que se originam
em
uma
partedo
córtex e
podem
estarou não
associadas aum
comprometimento
da consciência.As
crises parciais simples, caracterizadas pela preservação da consciência,
podem
semanifestar
com
sinais e/oucom
sintomas motores, sensitivos,autonômicos
epsíquicos.
As
crises parciais complexas, cuja caracteristica é a alteração daconsciência,
podem
iniciarcomo
crise parcial simples e evoluircom
alteração daconsciência
ou
manifestar se por alteraçoes da consciência desde o início.Três categorias maiores de epilepsia são reconhecidas: (1) as epilepsias
idiopáticas
que
são definidas pelas características clínicas , eletrencefalográficas ede tendência genética; (2) as epilepsias criptogenéticas,
onde
se suspeita sersintomática, mas,
no
entanto, a etiologianão
é claramente determinada; (3) assintomáticas,
que
são conseqüência deuma
patologia cerebral conhecida.A
epilepsia sintomática
pode começar
em
qualquer fase da vida,pode
também
estarrelacionada à
doença
focalou
difusado
sistema nervoso e está freqüentementeassociada ao retardo mental.
O
eletrencefalograma interictal aparece geralmentealterado.
A
resolução espontânea das crisesnão
é usual,podendo
evoluircom
um
aumento do
número
e da duração dasmesmas
ecom
alterações anatomopatologicas- - - .. A -
- l
2ld1ClOIl81S, COIIIO COI'lSCql1CIlCla daS CI`lS€S ICCOITCIIÍCS .
Em
1989, aComissão
para a Classificação e Tenninologia daILAES
definiu asíndrome epiléptica
como
uma
desordem
epiléptica caracterizada porum
grupo desinais e sintomas
que
incluem diferentes tipos de crises,que
se diferenciam pelaetiologia, características anatômicas, fatores precipitantes, idade de início,
severidade das crises, cronicidade, influência
do
ciclo circadiano e prognóstico.A
partir desta definição foi elaborada a Classificação lntemacional de Epilepsias e
ll
topográfico, separando as epilepsias
com
crises generalizadas das epilepsiascom
crises parciais ; o segundo, considerando a etiologia e o prognóstico, distingue as
epilepsias sintomáticas das idiopáticas, e estas das criptogenéticas°.
Aproximadamente
40%
das epilepsiasdo
adulto são originárias do lobotemporal, e
compreendem
três síndromes: a síndrome da epilepsia temporalneocortical, a síndrome da epilepsia temporal familiar e a síndrome da epilepsia
temporal mesialó.
As
crises que se originamna
amígdala,no
hipocampo
eno
giropara-hipocampal
formam
um
padrão sindrômico específico. Este é baseadona
semiologia ictal;
nos
achados eletrencefalográficos, neurorradiológicos epatológicos;
na
resposta terapêutica eno
prognóstico, configurando a epilepsiatemporal mesial”.
A
semiologia ictal, nestaforma
de epilepsia, tende a seguiruma
seqüência de eventos relativamente
fixa
em
85 a93%
dos casos.Os
pacientesapresentam,
no
início, crises parciais simplescom
sintomatologia vegetativa,caracterizadas
mais
freqüentemente pormal
estar epigástrico ascendente, e/ou crisesparciais simples
com
sintomatologia psíquica (dismnésia e/oumedo
súbito).Em
seguida,
evoluem
para reação de parada,com
automatismo
simples de padrãoorolabial e alterações motoras contralaterais, tais
como:
postura distônicaou
paresia crítica contralateral e automatismos ipsilaterais ao foco e finahnente,
automatismo mais complexo ou
generalização secundán`a7.Em
mais
de90%
dospacientes, os eletrencefalogramas interictais apresentam espículas e/ou
ondas
agudas lateralizadas sobre a região temporal anterior.
Em
aproximadamente
40%
dos pacientes
há
descargas bitemporaisem
algum momentol.
Tipicamente, aepilepsia temporal mesial ocorre associada à esclerose hipocampalg, porém, outros
tipos de lesões estmturais
como
tumores, displasias corticais,hamartomas
emalformações
vasculares, desde que localizadosou
contíguos à região temporalmesial,
também podem
provocarum
quadro semelhanteó.A
formação hipocampal
(Fig.1) inclui quatro regiões citoarquitetonicamentepré-12
subiculo e para-subiculo) e o córtex entorrinal.
O
hipocampo
é divididoem
3 áreas:CA1,
CA2
eCA3 (CA
é a abreviação deCornus
Ammonis).9”'°=~w" rm?-¡,..**' _ .~ ~« zzxvf' . '4 ._~› . . .. « . A - k.: *wI_ . -"‹ "mz \,_` v :I ä' Q 'vv rf 4š¿z~" . ` ' '”i»‹..w , -4 ››-Ê Às? 1:) fã" *__ Y z{_I_\_=`z f`.~; 'là " 'k ..'¡`Íñ›=;`{h .šv ,#4 ir , 3? C
FIGURA
1 - Fotomicrografia deum
corte horizontal daformaçao hipocampal
deum
rato adulto, corado por violeta-de-cresil, retiradado
Atlas Estereotáxico dePaxinos e
Watson
(1998)“, representando ohipocampo (CA1,
CA2
eCA3),
o girodentado (GD), o
complexo
subicular [o subiculo (S), o pré-subiculo (PrS), o para-subiculo (PaS)] e o córtex entorrinal (CE). cp
=
camada
piramidal; co=
camada
oriens; cr
=
camada
radial;clm
=
camada
lacunar-molecular; cl=
camada
lúcida; cg=
camada
granular;cpm
=
camada
polimórfica;cm
=
camada
molecular.Baseado
em
Amaral
e Witter, 1995.10A
áreaCAI,
adjacente ao subiculum, éuma
dasmais
extensas e éformada
porneurônios piramidais
pequenos
e dispersos.A
áreaCA2
éuma
zona
distinta entreCAI
eCA3,
constituída por neurônios piramidais ovaisem
grande quantidade.A
área
CA3
está localizadana
curvado
hipocampo,onde
penetrano
giro dentado,sendo constituída por neurônios piramidais ovais
em
menor
quantidadedo
queem
CA2.
Os
neurônios piramidais sedispõem
deforma compacta
numa
camada
denominada
camada
piramidal (cp).Os
dendritos basais dos neurônios piramidaisformam
acamada
oriens (co), os segmentos proximais e distais das arborizaçõesdentríticas apicais
formam,
respectivamente, acamada
radial (cr) e acamada
v __
q
;¡` ø,”='¡ ,¡ ..,.,, ..z a \ 4' W ›W
.`›!f‹"'¿. J ] L ` 1 ~13
lacunar-molecular (clm).
Apenas
em
CA3,
logo abaixo dacamada
piramidal, existeuma
discreta zona acelularchamada camada
lúcida (cl).9'w (Fig.l)O
giro dentado (Fig.1) é divididoem
granular (cg),camada
molecular (cm) epolimórfica (cpm).
A
camada
granular é a principal, sendocomposta
por célulasgranulares e estando localizada
mais profundamente
em
relação acamada
molecular, a qual é
ocupada
por dentrítos das células granulares, de várias célulaspolimórficas e das células
em
cesto. Estas localizam-se entre as células granulares ea
camada
polimórfica.São
assimdenominadas
porque seus axôniosformam
plexospericelulares encestando o
soma
das células granulares.A
camada
mais
profunda, apolimórfica,
composta
poruma
variedade de tipos neuronais (sendo as célulasmusgosas
asmais
comuns)
constitui o hilodo
giro dentado.9'l°A
partirdo
córtex entorrinal (Fig. 2) origina-se a via perfurante,que
se projetapara as células granulares
do
giro dentado, sendo a principal aferência excitatóriaglutamatérgica para o hipocampo. Destas
partem
as fibrasmusgosas
quefazem
sinápses
com
as células piramidais deCA3
eramos
colateraisque
estabelecemsinápses excitatórias
com
as célulasmusgosas
(intemeurônios glutamatérgicos) dacamada
polimórfica.As
células musgosas, por sua vez, excitam as célulasem
cesto(intemeurônios inibitórios gabérgicos),
que
mediam
tanto a inibição da viaperfurante, quanto das células granulares.
Ramos
colaterais das células piramidaisde
CA3
(colaterais de Schaffer)fazem
sinápsescom
as células piramidais deCA1,
que
enviam
projeções axonais de volta ao córtex entorrinal. Assim, forma-seum
circuito excitatório constituído por
uma
via trissináptica (córtex entorrinal -› girodentado -›
CA3
-›CA1)
euma
variedade de sistemas modulatórios extn'nsecos eintrínsecos.
Um
destes sistemas,formado
pelas célulasem
cesto, protege 0hipocampo
deuma
hiperexcitação da via trissináptica decorrente da estimulação dasl-l›
. ._ D _
se
GD
5
.
na.
erturantg'_.`~usgosas
Ífzi l
/Í
ç ç¬..--wcflts
, az 2Ã-Í.
¬_ gi Í ll 2m
Colaterais ii* i de Schaffer ,fK;
.f` l IÉ
HIO
'h"°""*'
PrS
FIGURA
2 -Diagrama
das principaisconexões
intrínsecas daformação
hipocampal.
CE
=
córtex entorrinal;GD
=
giro dentado;CA3
eCA1
=
áreasdo
hipocampo;
S=
subiculo; PrS=
pré-subiculo;PaS =
para-subiculo.Adaptado
deAmaral
e Witter, 1995.9Como
mencionado
anteriormente, a epilepsia temporal mesial está associada àesclerose
hipocampal”.
A
característicada
esclerose mesialhipocampal
é amarcada
perda neuronalno
hilo do giro dentado(camada
polimórfica) e dosneurônios piramidais
em
CA1
eCA3,
com
relativa preservação das célulasgranulares e neurônios piramidais de CA26*g*12. Sabe-se que esta variação de
sensibilidade à lesão
no hipocampo, não somente na
epilepsia,mas também
em
outras condições patológicas, está intimamente relacionada à expressão diferencial
dos receptores glutamatérgicos excitatórios
NMDA
(N-metil-D-aspartato),em
CAI,
e cainato,
em CA3
e hilo do giro dentado13'l4*15.A
ativação desses receptorespennite o
influxo
neuronal de grande quantidade de íons cálcio,podendo
alcançarconcentrações lesivas, que
levam
a degeneração celular (exitotoxicidade).l6*'7Um
estudo anatomopatológico de300
casos, obtido a partir deum
programa
decirurgia para epilepsia, encontrou patologia
do
lobo temporalem
211 pacientes(70.33%). Destes, 132 pacientes
(62,56%)
apresentavam esclerose mesialhipocampal, caracterizada por perda neuronal e gliose
na
região mesial do lobol5
de pacientes
com
epilepsiado
lobo temporal intratável ecom
esclerose mesialhipocampal têm
antecedentes de crises focais, prolongadas e, muitas vezes,associadas
com
febre na infância19'2°. Esta observação sugere que as crisespodem
lesionar a região mesial do lobo temporal, produzindo a esclerose mesial
hipocampal, a qual, após
um
periodo de latência, produziria a epilepsia do lobotemporal. Estudos clínicos prospectivos de crianças
com
crises febris prolongadas,focais e repetitivas(crises febris complexas), utilizando a técnica de ressonância
nuclear magnética,
demonstraram
queuma
alteraçãoaguda no
hipocampo
pode
evoluir para atrofia
hipocampal”.
Por outro lado,há
referências deque
uma
parcelados pacientes
com
crises febriscomplexas pode
ter disfunção cerebral prévia” eque a recorrência das crises
nos
pacientescom
epilepsiado
lobo temporal determinalesão
hipocampal
e declínio cognitivo progressivo.23*24Grande
parte dos pacientescom
epilepsia do lobo temporal apresentamalteração
hipocampal aguda
e, posteriormente,evoluem
para o desenvolvimento decrises espontâneas, a epilepsiazl.
A
prevalência das epilepsias, sobretudo naquelespacientes que tiveram
um
insulto cerebral, reforça a necessidade de se buscarfonnas precoces de intervenção para evitar
ou
minimizar os supostosmecanismos
envolvidos
na
epileptogênese. Isto, portanto, constitui-seem
assunto de extremarelevância, que requer a utilização de
modelos
animais quemimetizem
o padrão daepilepsia
humana.
Um
modelo
ideal de epilepsia deve possuir as seguintes características: (1) odesenvolvimento de crises recorrentes e espontâneas; (2)
um
tipo de crisecom
fenomenologia
clínica semelhante a crise da epilepsiahumana;
(3)um
iníciodependente da idade,
como
é observado nas síndromes epilépticas generalizadasem
humanos;
(4) as crises clínicasdevem
estar associadas à atividade epilépticano
eletrencefalograma; (5) perfil farmacocinético das drogas antiepilépticas semelhante
ao
humano,
permitindo amanutenção
de nível sérico efetivo durante o tratamentocrônico; (6) concentração plasmática terapêutica semelhante a requerida ao controle
ló
Poucos
são osmodelos
experimentais que seaproximam
da descrição acima.Dentre eles, destacam-se dois
modelos
experimentais de epilepsia crônica, usadosno
estudo da epileptogenicidadedo
lobo temporal, omodelo
do abrasamento(kindling)26*27 e o
modelo
da pilocarpinazgm, sendo o segundo, aquele que,fenomenologicamente,
mais
seaproxima
da epilepsiahumana.
Modelo
da
PilocarpinaO
modelo
da pilocarpina, desenvolvidoem
ratos, foi inicialmente descrito porTurski e colaboradores.,
em
1983, emelhor
caracterizado por Leite e colaboradores,em
1990.2830 Ele consistena
administração sistêmica (intraperitoneal) de dose únicade pilocarpina,
um
agonista colinérgico muscarínico,que
induz ao estado demal
epileptico (status epilepticus
=
período agudo), seguido porum
período denormalidade
do comportamento
(periodo silenciosoou
de latência) e, tardiamente,por crises espontâneas e recorrentes (periodo crônico).
No
periodo agudo, imediatamente após a administração de pilocarpina (PILO),350
a380
mg/kg, os animais ficam imóveis,com
o olhar fixo, as patas recolhidas eevoluem
para episódios de tremores da cabeça e pescoço,com
salivação e cloniasdas patas anteriores (rearing). Este quadro pode, ainda, evoluir para crises
secundariamente generalizadas.
As
crises recorrem a cada 2 a 8 minutosprogredindo para estado de
mal
epiléptico(EME),
em
50 a60 minutos
após aadministração da
PILO.
Este periodo dura de 10 a24
horas.Uma
vez saindodo
EME,
os animais recuperam-se gradativamente, readquirindo o padrãonormal
decomportamento
(periodo silencioso). Este periodo dura,em
média, 14 dias.Todos
os anirnais sobreviventes passam, então, a apresentar crises epilépticas espontâneas
e recorrentes,
que
caracterizarn o período crônico. Este perdura por toda a vidado
animal,
que
apresenta,em
média, 2 a 3 crises por semana.As
crises sãocaracterizadas por
automatismo
facial, clonias das patas anteriores e perda do17
As
alterações eletrencefalográficas induzidas pelaPILO
surgem
após cincominutos,
quando
a atividade de base é substituída poruma
atividade rápida de baixavoltagem,
no
córtex e na amígdala, enquantoque no hipocampo
apareceum
ritmoteta regular de 6 a 7 Hz.
Após
os primeiros 10 minutos, esta atividade é substituídapor
um
ritmo rápido de alta voltagem,com
espículasno
hipocampo.A
atividadeespicular se difunde para o córtex e progride para crises eletrográficas, nos
primeiros trinta minutos após a administração da
PILO.
Em
aproximadamente
uma
hora, a atividade eletrográfica evolui para estado de
mal
epiléptico. Este padrão dealteração
do
eletrencefalograma dura 10 horas e é seguidopor
progressivanormalização, sendo que
48
horas após a administração da droga, o traçadoeletrencefalográfico
pode
ser considerado normal.Nas
primeiras crisesespontâneas, as alterações eletrencefalográficas são caracterizadas por
paroxismos
localizados
somente no hipocampo.
As
crises subseqüentesmostram
difusãoprogressiva da atividade paroxística
do
hipocampo
para o córtex,com
eventos ictaisde longa duração.
As
crises espontâneas são caracterizadas por trens de espículasno
hipocampo
com
propagação para o córtex,com
duraçãomáxima
de60
segundos.Segue-se
um
padrão de atividade de base deprimidacom
espículas interictaisfreqüentes.28`3'
Nos
animais quedesenvolvem
EME,
a análise histológica revelaum
padrãoseletivo de perda neuronal de
forma
dramáticana
regiãopolimórfica do
girodentado e nas áreas
CA3
eCAI
do
hipocampo28`32.Como
resultado da morteneuronal e da conseqüente perda de contatos sinápticos, ocorre
um
desequilíbrioentre inibição e excitação neuronal, estimulando fatores tróficos
que determinam
orebrotamento das fibras musgosas. Estes
vão
fazer sinápsescom
seus própriosdendritos e os de outras células granulares,
na
camada
molecular internado
giro18
Drogas
AntiepilépticasNa
ausência de conhecimentos mais especificos,em
algumas
epilepsiasou
síndromes epilépticas, o enfoque da terapia e necessariamente direcionado ao
controle dos sintomas, isto é, a supressão das crises.
Na
verdade todas as drogasatualmente disponiveis são anticonvulsivantes ("anticrises"), já que o tenno droga
antiepiléptica
somente
seriausado
para aquelas drogas que prevenissemou
tratassem a epilepsia e
não somente
os seus sintomas, as crises.As
drogas de uso clínico, difenil-hidantoina (fenitoina), carbamazepina,valproato de sódio (ácido valpróico), benzodiazepínicos ,etossuximida, fenobarbital
e primidona,
foram
desenvolvidas e introduzidas entre1910
e 1970.São
referidascomo
drogas anticonvulsivantes antigas (clássicas)ou
de primeira geração.Após
um
hiato de vinte anos, surgiramnovas
drogas,como
a vigabatrina, a gabapentina, ofelbamato, a lamotrigina, a oxicarbamazepina, a tiagabina e o topiramato. Estas
foram
introduzidasna
prática clínicacomo
anticonvulsivantesnovos ou
desegunda
geração.36Os
mecanismos
de ação das drogas anticonvulsivantespodem
ser agrupadasem
quatro classes: (1) aquelasque bloqueiam
canais de sódio dependentes devoltagem
e, conseqüentemente, os disparos repetitivos e sustentados dos potenciaisde ação, (fenitoína, carbamazepina, fenobarbital, valproato, benzodiazepínicos,
lamotrigina, oxicarbamazepina, topiramato e felbamato); (2) aquelas
que
potencializam a atividade gabaérgica (fenobarbital, valproato, benzodiazepínicos,
topiramato, felbamato, vigabatrina, tiagabina e gabapentina); (3) aquelas
que
bloqueiam
canais de cálcio do tipo "t" talâmicos (etossuximida); (4) aquelasque
têm
ação antiglutamatérgica (fenobarbital, topiramato e felbamato).36`45Até o
momento,
nenhuma
droganova
apresenta vantagens significativas sobre19
experimentais de epilepsia é de fundamental importância para 0 refinamento do
conhecimento
sobre as drogas existentes e para o desenvolvimento denovas
drogas.Com
relação aomodelo
da pilocarpina, as convulsões induzidas pelaPILO, no
período agudo, são controladas pela administração sistêmica de diazepam,
fenobarbital, valproato e trimetadiona, enquanto a fenitoína e a carbamazepina
mostram-se
inefrcazes nesta fase.46As
crises espontâneas (período crônico)têm
suafreqüência reduzida pelo tratamento
com
fenobarbital, carbamazepina, fenitoina eval roato, P sendo refratárias a etossuximida.47
O
efeitodo
tratamento farmacoló gl'co ,com
drogas anticonvulsivantes, durante o período de latência, aindanão
foiestudado.
Entre as drogas
mais
utilizadas para controle das crises parciaisdo
lobotemporal e que
têm
sido estudadasno
modelo
experimentalque mimetiza
estacondição clínica, estão a carbamazepina
(CBZ)
e o valproato(VPA)
A
CBZ,
desenvolvidana década
de 50, foi inicialmente utilizadano
tratamentodos distúrbios afetivos bipolares.
Vem
sendo utilizadacomo
anticonvulsivante amais
de20
anos para o controle de crises parciais e crises tônico-clônicasgeneralizadas. Apresenta estrutura química semelhante a dos antidepressivos
tricíclicos.
É
solúvelem
lipídeos e liga-se fortemente a proteinas plasmáticas. Sofremetabolização hepática, sendo que
um
de seus metabólitos, o 10,11-epóxido, éum
anticonvulsivante fraco. Esta droga é
um
poderoso
indutor enzimático, reduzindo osníveis plasmáticos de fenitoina,
VPA,
varfarina, esteróides e anticoncepcionais,além
de sofrer auto-indução, estimulando seu próprio metabolismo, apósadministrações repetitivas. Por isso, após 4 a 6
semanas
de tratamento, faz-senecessário o
aumento
da dose para amanutenção
do nível plasmático terapêutico(5-10 microg/ml).
Em
adulto, a dose demanutenção
varia entre400
a 1800 mg/dia.Pode
ser administrada duasou
três vezes por dia. Outros anticonvulsivantes,como
afenitoína, o fenobarbital e a primidona, afetam o
metabolismo da
CBZ,
reduzindo20
50 horas.
A
auto-induçãopode
reduzi-la para até 5 horas.Os
efeitos colateraismais
freqüentes são: sonolência, tonturas, falta de concentração, nistagmo e ataxia. Estes
estão, geralmente, relacionados à
dosefms
O
VPA
foi introduzidona
terapêutica antiepilépticaem
1964,podendo
serutilizado para controle de todos os tipos de crises.
É uma
droga que liga-sefortemente às proteínas plasmáticas, sofre metabolização hepática.
Tem
meia-vidacurta, de 12 a 14 horas , sendo administrado
uma
a três vezes aodia.
Seu
efeitoterapêutico é lento,
podendo
levar váriassemanas
para tornar-se 100%
efetivo.Uma
vez quenão
existeuma
correlaçãobem
definida
entre concentraçãoplasmática, efeitos e toxicidade e que a concentração plasmática sofre
ampla
variação diária, a monitorização
do
nível plasmático terapêuticotem pouco
valor.O
VPA
éum
inibidor enzimático, elevando os niveis plasmáticos de outras drogas,inclusive anticonvulsivantes. Inversamente, outros anticonvulsivantcs indutores
enzimáticos,
podem
reduzir seu nivel plasmático.Em
adultos, a dose demanutenção
deVPA
é de500
a3000
mg/dia.Os
efeitos colateraismais
comuns
sãodependentes da dose: tremor,
ganho
de peso, adelgaçamento, perda de cabelos eirregularidades menstruais.
Aproximadamente
20
%
dos pacientes apresentamhiperamonemia,
sem
dano
hepático, geralmente assintomática.42”48Catecolarninas e Epilepsia
O
papel das catecolaminas,em
especial dadopamina
e da noradrenalina, nasepilepsias
vem
sendo discutido desde 1954,quando
Chen
e colaboradores relataramque o tratamento
com
reserpina, drogaque
deplcta as reservas demonoaminas,
diminui o limiar para crises convulsivas
em
camundongos
(apud
Trindade Filho,2000).”
Grande
parte dos estudos sobre esta relação entre catecolaminas e epilepsiatêm demonstrado
uma
ação inibitória dessas arninas neurotransmissoras sobre a21
Recentemente, foi
demonstrado
que o L-deprenil (R-(-)-deprenil, selegelina),um
potente inibidor irreversível damonoamino
oxidasedo
tipoB
(MAO-B),
enzima
de degradação da dopamina,tem
um
importante efeito anticonvulsivanteem
diferentes testes realizados
em
ratos ecamundongos.
Löscher eHönack”
verificaram
que
o L-deprenil retardou o desenvolvimento do processo deabrasamento e
aumentou
o limiar para crisesem
ratos totalmente abrasados.Em
1996, Löscher e Lehrnamrsil avaliaram o perfil anticonvulsivante
do
L-deprenil edo
fenobarbital
em
camundongos,
utilizando os testes de determinação do limiar paracrises induzidas por eletrochoque, eletrochoque
supramáximo,
limiar para crisesinduzidas pelo pentilenotetrazol
(PTZ) endovenoso
e subcutâneo.O
L-deprenilaumentou
o limiar das crises mioclônicas e clônicas induzidas peloPTZ
endovenoso
e o limiar das crises tônicas induzidas por eletrochoque, sendo que apotência e o espectro de atividade foi semelhante ao
do
fenobarbital. Entretanto, oL-deprenil, comparativamente ao fenobarbital, foi ineficaz nos testes
do
eletrochoque
supramáximo
edo
PTZ
subcutâneo,ou
seja,não impediu
oaparecimento de crises tônicas.
Qual
seria, então, omecanismo
pelo qual o L-deprenil exerce sua açãoanticonvulsivante? `
_
Um
estudo sobre 0 efeito dado
L-deprenilna
transmissão glutamatérgica,em
neurônios da área
CAI
dohipocampo
de ratos,mostrou
que,na
concentração de 1uMol,
ocorreu redução desta neurotransrnissão. Este efeito estaria sendomediado
pela inibição da
MAO-B
e conseqüenteaumento
da doparnina endógena. Estaatuaria
em
receptores pré-sinápticosD2, que
modulam
a liberação de glutamatono
hipocampo.”
Outros estudos, in vitro, realizados porSuppes
e colaboradoressó eBarreta e colaboradores”,
demonstraram que
a estimulação dopaminérgica dohipocampo
determinaum
aumento na
amplitude e duração da fase dehiperpolarização que se segue ao potencial pós-sinático. Este efeito parece ser
7¬
um
aumento
dos níveis de cálcio intracitoplasmático e da condutibilidade dos canaisde potássio.
l
Assim, a ação anticonvulsivante do L-deprenil deve-se ao
aumento do
tonusdopaminérgico hipocampal,
modulando
a excitabilidade glutamatérgica por, pelomenos,
duas vias: a ativação de receptoresD2
pré-sinápticos,com
reduçãoda
liberação de neurotransmissores excitatórios, e a ativação de receptores
D1
pós-23
2.
OBJETIVOS
Com
o objetivo decompreender
o processo de epileptogênese e considerando aimportância de se buscar formas precoces de intervenção neste processo, visando
minimizar
ou
evitar o aparecimento de crises epilépticas, ena
relevância domodelo
de epilepsia parcial temporal induzido pela pilocarpina
em
ratos, o presente estudofoi delineado
com
os seguintes objetivos:0 Estudar os efeitos da carbamazepina e
do
valproato de sódio, administradosdurante o periodo silencioso
do modelo
da pilocarpina, sobre as crisesespontâneas(período crônico);
ø Estudar o efeito
agudo
da estimulação catecolaminérgica sobre a indução24
3.
MATERIAL
E
MÉTODOS
Foram
utilizados ratos Wistar machos, adultos,com
90
dias de idade,pesando
entre
250-300
g, fornecidos pelo Biotério Central da Universidade Federal de SantaCatarina e mantidos
no
Biotério Setorial da Coordenadoria Especial deFarmacologia.
Uma
semana
antes dos experimentos, os animaisforam
alojadosno
biotério
do
laboratório para ambientação.Tendo
livre acesso aágua
ecomida
eeram
mantidosem
ciclo claro-escuro de 12 horas,com
temperatura ambientevariando entre 19 e 23 °C.
3.1 - Efeito
do tratamento do
período silenciosodo
modelo
da
PILO
3.1.1 - Indução do
EME
3.1.1.1-
Drogas
- Cloridrato de pilocarpina
(PILO)
-Sigma
- Metil-escopolamina (metil-nitrato de escopolamina) -
Sigma
-
Diazepam
(7-cloro-1,3-diidro-1-meti1-5-feni1-2H-1,4-benzodiazepina-2-ona)Roche
Ambas
as drogasforam
dissolvidasem
solução salina0.9%(Ha1ex
Istar), estérile apirogênica, nas concentrações de
40
mg/rnl(PILO)
e 0.5mg/ml
(escopolamina).3.1.1.2 - Procedimento
Trinta minutos antes da administração da
PILO,
os animaisforam
pré-tratadoscom
metil-escopolamina,na
dose de 1mg/Kg,
por via subcutânea (s.c.), visandominimizar os efeitos periféricos da pilocarpina.
A
PILO
foi, então, administradana
25
Com
o objetivo de reduzir a alta taxa de mortalidade, os animaisreceberam
10mg/Kg
dediazepam
(Roche), i.p.,uma
hora após o início doEME.
A
partir dasvinte e quatro hora após a administração da
PILO, foram
alimentados, através deum
conta-gotas,com uma
solução contendo soro fisiológico a9%
e farelo de ração.Esse procedimento foi realizado até que se observasse
uma
procura espontâneado
animal pelo alimento.
3.1.2 - Tratamento do Período Silencioso
3.1.2.1-
Drogas
-
CBZ
(SH-dibenz{b,f}azepina-5-carboxamina) - Sigma. Foi dissolvidaem
solução de
Tween
80, a3%
(em
solução salina 0.9%).-
VPA
(ácido 2- propilpentanóico sódico) - Sigma. Foi dissolvidoem
soluçãosalina 0,9%.
3.1.2.2 - Procedimento
Vinte e quatro horas após o início do
EME,
foi iniciado o tratamentocom
asdrogas anticonvulsivantes
ou
solução salina.Os
animaisreceberam
CBZ
40
mg/Kg,
i.p., três vezes ao dia (20 animais),
ou
VPA
150mg/Kg,
i.p., três vezes ao dia (10animais)
ou
salina, i.p., três vezes ao dia (20 animais), durante 56 dias (8 semanas).3.1.3 - Análise
Comportamental
A
observação das manifestaçõescomportamentais
características das crisesconvulsivas induzidas pela
PILO,
foi realizada,no
períodoagudo
(EME)
duranteaproximadamente
10 horas.Nos
dias subseqüentes, os animais sobreviventes aoEME,
submetidos aosdiferentes tratamentos,
foram
observados diariamente das 8 às 16 horas, pormeio
de monitorização direta e auxílio de
um
sistema de vídeo-câmera,com
posterior26
latência para a primeira crise e durante o período crônica
foram
avaliados: (1) aincidência de crises, (2) a freqüência de crises e (3) a duração geral das crises, para
cada grupo tratado, durante,
no mínimo, 60
dias após o aparecimentodo
primeiroepisódio de crise.
3.1.4 - Análise Histológica do Cérebro
Terminado
o período de observação, os animaisforam profundamente
anestesiados e perfundidos.
Um
grupo de animais,não
submetido aEME,
também
foi processado,
com
o objetivo de servir de controle para a análise histológica.~ ~ ~
Para a realizaçao da perfusao, foi aberta a caixa torácica e exposto o coraçao
do
animal. Puncionou-se o ventrículo esquerdo para a infusão das soluções.
Após
apunção do
ventrículo, foi feitauma
incisãona
átrio direito, deforma
a pennitir asaída dos líquidos, após terem circulado pelo animal.
Foram
perfundidoscom
solução salina a 0.9
%,
durante 5 minutos, euma
solução de fonnol a 4%,
pormais
5 minutos.
Após
a perfusãoforam
decapitados, os cérebrosremovidos
earmazenados
em uma
solução de sacarose a30% em
formol4%,
por até30
dias.Foram
então processados e corados pelométodo
de Nissl.3.1.4.1 -
Método
de NisslOs
cérebrosforam
lavadosem
água corrente, desidratadosem
álcool e benzol einclusos
em
parafina a60
°C.Foram,
então, cortadosem
um
mícrótomo,em
secçõescoronais seriadas, de 10
um
de espessura e posteriormente, coradascom
violeta-de-cresil.
As
fatiasdo
cérebroforam
submetidas a análise histológicaem
microscópio27
3.2 - Efeito
do
L-deprenil (Selegelina) sobre aIndução
do
Modelo
3.2.1.
Drogas
- L-deprenil, (R-(-)- deprenil) - Selectchemie
-
PILO
-Sigma
- Metil-escopolamina -
Sigma
3.2.2 -
Procedimento
Os
animaisforam
pré-tratados, i.p,com
solução salinaO.9%
O\I=
27)ou
L-çdeprenil nas doses de 5
(N
=
20), 10(N
=
24)ou 20
mg/
Kg
(N
=
23),em
doseúnica, l hora antes da administração da
PILO.
A
pilocarpina foi, entãoadministrada, para indução
do
EME,
como
descrito anteriormente.3.2.3 -
Observação Comportamental
Os
animaisforam
observados durante 10 horas, após a administração de L-deprenil, e reavaliados
24
horasda
administraçãoda PILO.
Foram
observados osseguintes parâmetros: (1) incidência de crises, (2)
número
de crises, (3) incidênciade crises tônicas, (4) latência para o
EME
e (5) mortalidade.3.3 - Análise Estatística
Para a análise estatística dos dados, foi utilizado o
programa
GraphPad
InStatversão 3.00
para'Windows
95.58As
comparações
estatísticasforam
realizadas poranálise não-paramétrica (Teste de Kruskal-Wallis seguido
do
Teste deDurm)
paracomparações
entre 3ou mais
grupos; Teste de Fisher e Chi-quadrado para análisedos dados apresentados
em
tabelas de contingência; exceto para a análise da28
quando comparados
3 ou mais grupos, e o teste “t” de Student, paracomparação
entre dois grupos.
V
29
4.
RESULTADOS
4.1 - Efeito
do
Tratamento
com
CBZ
eVPA
Durante
oPeríodo
Silencioso4.1.1 - Avaliação
Comportamental
doModelo
da Pilo(Animais
Controle)Após
a administração daPILO,
os animais apresentaramautomatismo
facialassociado à salivação, à acinesia e aos tremores difusos.
Em
15 a20
minutos, estepadrão comportamental evoluiu
com
intensificação da salivação, clonias das patasanteriores (rearing) e,
finalmente
queda, seguida,na
maioria das vezes, por criseclônica generalizada.
Alguns
animais evoluíram para crise tônica, geralmentemorrendo no
periodo agudo.As
crises recorreram a cada 3 a 5 minutos,culminando
com
oEME, em
25 a30
minutos da administração daPILO.
A
duraçãodo
EME
variou entre 8 a 12 horas, sendo
que
os animaisficaram
comatosos
(não responsivosa estímulos ambientais) por até
24
horas. Progressivamente, após este periodo osanimais
começaram
a retomar ao seucomportamento normal
em
até24
horas.Os
animais sobreviventes aoEME
(20)passaram
porum
periodo de 17i
5 diassem
apresentar alterações comportamentais (período silenciosoou
de latência).Após
o período silencioso, todos os sobreviventes(100%)
apresentaram crisesespontâneas recorrentes,
na
freqüência de l a 2 crises por semana.As
crisesgeralmente ocorreram durante o período
em
que
os animaisestavam
donnindo.No
início de cada crise, os animais
ficaram
imóveis,com
discretamovimentação
dasvibrissas, evoluindo para
movimentos
mastigatórios e de piscamento dos olhos.Em
seguida, apresentaram clonias das patas anteriores.
Ao
finalizar, perdia a postura,caindo e desenvolvendo crise clônica generalizada
com
duração variável entre30
a30
4.1.2 - Efeito da
CBZ
edo
VPA
A
administração deCBZ
produziu sedação dos animais nos primeiros dias dotratamento, sendo que a
mesma
desapareceucom
as administrações subseqüentes.Dos
20
animais que iniciaram o tratamento, 8morreram
sem
completá-lo.O VPA
não
induziu sedação, porém, nos primeiros dias de tratamento,provocou
alteraçãoda atividade motora,
com
incoordenação e tremores, que desapareceucom
acontinuidade
do
tratamento.Dos
10 animais tratadoscom VPA,
trêsforam
a óbitono
decorrerdo
período de tratamento,ou
seja, 7 animaiscompletaram
este período.Destes, 5
morreram
ao longo do período de observação pós-tratamento, e apenas 2chegaram
ao final do estudo. _Apenas
oVPA
afetou a latência para a primeira crise, prolongando este períodoem
aproximadamente 100%,
em
relação ao grupo controle.A
CBZ
não
afetou esteparâmetro (Fig. 3).
Da mesma
forma,somente
oVPA
alterou a incidência de crises,reduzindo o
número
de animais que apresentaram crises espontâneas recorrentes(Tab. 1),
quando comparado
aogmpo
SAL.
40-
*
'A ' *T3 síí
UEL» «.~~à zv._ . V'
10- _. ' O .SAL
CBZ
VPA
LA1ENcA
PARA PR ME RA cR SE (D As /'\A
FIGURA
3 - Latência para a primeira crise (periodo crônico)do
modelo
dapilocarpina,
em
animaisem
tratamentocom
salina(SAL =
12/12),carbamazepina
(CBZ
=
9/12)ou
valproato(VPA
=
2/7).Os
dados representam amédia
i
erro31
TABELA
1 - Incidência de crises epilépticasem
animais tratadoscom
salina, carbamazepina e valproato, durante o períodosilencioso do
modelo
da pilocarpina,em
ratos.TRArAMENTo\cR1sEs
s1M
NÃo
TOTAL
Salina 12 0 12
Carbamazepina
9 3 12Valproato 2* 5 7
~
I1
S
L
Ç I*
p<0,0018
teste de Fisher,comparado
ao grupoSAL.
A
avaliação da freqüência de crises,mostrou
queambas
as drogasantiepilépticas,
CBZ
eVPA,
afetaram este parâmetro, reduzindo a freqüência totalde crises, comparativamente aos animais
que foram
tratadoscom
SAL
(Fig. 4).
20-C
ATOTAL DE CR SES 15-l
10-*
5... FREQUÊN X- O toín__
SAL
CBZ
VPA
FIGURA
4 - Freqüência total de crises espontâneas após o estado demal
epiléptico,induzido pela pilocarpina
em
ratos, tratadoscom
salina(SAL
=
12), carbamazepina(CBZ
=
12)ou
valproato(VPA
=
2) durante o período silencioso.Os
dadosrepresentam a
média
i
erro padrão da média. *p
<
0,05,KW
=
10,998 (Teste de32
Já, a avaliação,
em
separado, dos períodos de tratamento e pós-tratamento,mostrou
que esta redução ocorreu apenasno
período de tratamento (Fig. 5).12
[Il
Salinalí!
I
CBZ
VPA
× * 7‹ i‹ ›'‹ O i i13..
TRATAMENTQ Pós-TRATAMENTQ ' ES NCADECRS (N FREQÚÊ àFIGURA
5 - Freqüência de crises espontâneas após o estado demal
epiléptico,induzido pela pilocarpina,
em
ratos, durante os períodos de tratamento (56 dias) epós-tratamento (56 dias)
com
salina(SAL =
12), carbamazepina(CBZ
=
9)ou
valproato
(VPA
=
2).Os
dados representam amédia
i
erro padrão da média.**
p
<
0,01, ***
p
<
0,001;KW
=
20,394 (Teste de Kruskal-Wallis).Quando
à freqüência de crises, durante e após o periodo de tratamento, foiavaliada isoladamente
em
cada grupo de tratamento, foi encontrada diferença«“zzfeuSr.›â
M
.. . '_ l_ø_9
3W í__i1 Tratamento 12I
Pós-tratamento 8..*
4- FREQüÊNc|ADE
cR|sEsSALINA
5- líT
2- 1- g z._:
CARBAMAEPINA
1.0- 0.5- o.o--
VALPROATO
FIGURA
6 - Freqüência de crises espontâneasno modelo
da pilocarpina,em
ratos,durante os periodos de tratamento (56 dias) e pós-tratamento (56 dias)
com
salina(SAL
=
12), carbamazepina(CBZ
=
9) ou valproato(VPA
=
2).Os
dadosrepresentam a média
i
erro padrão da média. *p<
0,05;U
=
116,50 (Teste de34
Na
avaliação da duração das crises, tanto aCBZ
quanto oVPA,
em
comparação
ao grupo
SAL,
reduziram otempo
de duração das crises, apenas durante o periodode tratamento (Fig. 7).
II!
SalinaII!
CBZ
"` 50 __I
VPA
40 _ so * 2o * ` | _:..;': o i 2TRATAM ENTQ PÓS-TRÁTÀM ENTO
FIGURA
7 -Duração
das crises espontâneasno modelo
da pilocarpina,em
ratos, ou RAçÃo DAS cn ses secnos periodos de tratamento (56 dias) e pós-tratamento (56 dias)
com
salina(SAL =
12), carbarnazepina
(CBZ =
9)ou
valproato(VPA
=
2).Os
dados representam amédia
i
erro padrão da média.p
<
0,001; FQ23,=
30,067(ANOVA
+
teste deTukey-Kramer). I
Quando
a avaliação foi realizada individualmenteem
cada grupo,comparando-
se o periodo de tratamento
com
o período pós-tratamento, apenas o grupo tratado35
:J
Tratamento 50 _I
Pós-tratamento ~_;1-;_
4o- * 30- 20- 10- DuRAçÃo DAS cR|sEs (SEG)SALINA
40- 30ÍT
20- 10- 0 _ _.í__CARBAMAZEPINA
40- 30- 20- 10- 0 _.í.í_
VALPROATO
FIGURA
8 -Duração
das crises espontâneasno modelo da
pilocarpina,em
ratos,nos períodos de tratamento (56 dias) e pós-tratamento (56 dias)
com
salina(SAL =
12), carbamazepina
(CBZ
=
9)ou
valproato(VPA
=
2).Os
dados representam a36
4.1.1 - Análise histológica
As
figura 9 e 10, descritasem
conjunto,mostram
o padrão de alteraçõesneuropatológicas
do hipocampo
e giro dentado, de ratos tratadoscom
SAL,
CBZ
ou
VPA,
comparados
aum
rato controle,não
pilocarpinado.No
animal controleobserva-se o padrão normal da citoarquitetura destas estruturas,
com
preservaçãodas áreas
CAI,
CA2
eCA3
dohipocampo
e hilodo
giro dentado.Na
foto do animaltratado
com
SAL,
pode
ser claramente notadauma
alteraçãona
citoarquiteturahipocampal,
com
atrofiado hipocampo,
retração nas áreasCAI,
CA2_
eCA3
eno
giro dentado (desarranjo, ondulações e espessamento
no
delineamento dascamadas
piramidal e granular, respectivamente), dispersão das células
do
hilo e aparenteperda celular.
No
rato tratadocom
CBZ
observa-seuma
aparente preservaçãodo
tamanho do hipocampo,
com
maior
integridade dacamada
piramidal,embora
com
nítido
comprometimento
deCA3.
No
giro dentado, observa-se distorção eespessamento da
camada
granular e espessamentodo
hilo.Na
foto do animaltratado
com VPA,
parece haver,também,
uma
maior
preservação da citoarquiteturado
hipocampo
e giro dentado,com
alguma
retração e espessamento,mais
37
FIGURA
9 - Fotomicrografias daformação
hipocampal,em
aumento
de25X,
deratos Wistar adultos submetidos ao
modelo
da pilocaipina e tratados durante operíodo silencioso,
com
salina (SAL), carbamazepina(CBZ)
ou
valproato(VPA).
O
grupo controle refere-se a
um
animal,virgem
de tratamento,não
submetido aomodelo
da pilocarpina.Na
fotodo
animal controle observa-se o padrão normalda
citoarquitetura da região.
Em
SAL,
observa-se ocomprometimento
daforma
característica
do hipocampo
e giro dentado,com
atrofia das estruturas, retração,espessamento e ondulação das
camadas
CA1,
CA2
eCA3;
dispersão das célulasdo
hilo (setas).