PROPOSTA DE
SISTEMÁTICA
PARA MELHORIA
DO
DESEMPENHO AMBIENTAL
EM
PROCESSOS HOSPITALARES
Dissertação/Tese
submetida à
Universidade Federalde Santa Catarina
para
aobtenção
do
Grau
de Mestre/Doutor
em
Engenharia.Mzmco
ANTÓNIO sENA
mz:soUzA
ENGENHARIA
DE PRODUÇAO
PROPOSTA
DE
SISTEMÁTICA
PARA
MELHORIA
DO
DESEMPENHO
AMBIENTAL
EM
PROCESSOS
HOSPITALARES
MARCO
ANTÔNIO
SENA
DE
SOUZA
Dissertação
apresentada
ao
Programa
de
Mestrado
em
Engenharia
de
Produção
da
Universidade Federal
de
Santa
Catarina
-
UFSC,
como
requisitoparcial
para a
obtenção
do
títulode
mestre.
FLoRiANÓPoL|s
PROPOSTA
DE
SISTEMÁTICA
PARA
MELHORIA
DO
DESEMPENHO
AMBIENTAL
EM
PROCESSOS
HOSPITALARES
Esta Dissertação
foijulgada
aprovada
para
a obtenção
do
títulode
Mestre
em
Engenharia
de Produção no Programa de
Pós-
Graduaçäo
em
Engenharia
de Produção da
Universidade Federal
de
Santa
Catarina.
Florianópolis,
2
Julho
de
2001.
4
Prof.
Ricardo
Mi.
da
Bària,
Pnõf"
E
Coor
do
Cu
ro
BAN
A^EXAMINADORA
/(/D
Prof.Os
rossamai,
Dr. Ori ntador.A/la//V»
Prof.
Alexandre
de
Áviln
Leríplo, Dr.
_
As
pessoas e entidadesenumeradas
a seguir,
em
ordem
alfabética, contribuírampara
que
este trabalho pudesse ser realizado.No
intuitode
demonstrar-se sinceragratidão a todos, registra-se aqui
o
fratemo agradecimentodo
autor.0
A
Deus, por sua misericórdia para conosco e por nos dar a capacidade de “crescer” .0
A
meus
dedicados pais; aminha
esposa.0 Diretora Geral
do
Campus
deFoz do
Iguaçu, Professora Idvani V.Sena
deSouza
Grabarschi, irmã e companheira de tantas lutas comuns. `
0 Diretoria Hospital Itacolomy
- Grupo
Amesp, São
Bemardo
do
Campo
-SP
0 Drs. Sandra Sulamita , Alexandre Lerípio e esposa, (“Patrimônios”da
UFSC)
pelosauxílios esclarecedores.
0 Enfermeira Luciana Winter, pela irrestrita ajuda.
0 Funcionárias Adriana e
Delma, Departamento
deLimpeza
Públicada
Prefeitura deCuritiba.
0 Funcionários
do
Hospital Itacolomy-
S. B.do
Campo,
HospitalSão Miguel
-São
Miguel
-PR,
Hospital Costa Cavalcanti e SantaCasa
Monsenhor
Guilherme
-
Foz
do
Iguaçu -PR.
0
Médico
Dângelo
Ivo deCampos.
0 Professor Dr.
A
. Cunha, por suas avaliações.0 Professores José Afonso, Carlos
Moro,
Deise Gutierres, Liliana Cwicla, eRegina
Coeli,
UNIOESTE
-FOZ,
pelo apoio, incentivo e amizade.0 Sr. Darley S.
Din
Carneiro.0 .Sr.Clóvis Ultramari, Arquiteto - Universidade Livre
do
Meio
Ambiente, Curitiba.0 Sr.
Neron
Berghause, pelo companheirismo, cada vez mais dificilem
nosso meio.0 Sra.“Belinha”,
Chefe
do
RecursosHumanos
Hospital Santa Casa.0 Stafi"
da
Unioeste, àminha
querida Ciça, Eliane, Elisângela e Lucilene.0
Todos
os colegas de curso. '0
Todos
os gestores das clínicas médicas consultados.LISTA
DE FIGURAS
VIIILISTA
DE
TABELAS
IXX
L|sTA
DE
QuAnRos
usm
os
Renuçoes
xiResumo
xu
ABSTRACT
xm
'°:'*.'*#r*:'*"" hwpzvle-L N...\ UI NAINTRoouçÃo
Relevância
do
Tema
Objetivos
do
Trabalho
Objetivo
Geral
Objetivo
Específicos
-Organização
do
Trabalho
Metodologia
_ IHOSPITAIS
E
OS
RESIDUOS DE SERVIÇOS DE
SAUDE
7
2.1
Serviços
Hospitalares
11
2.2
Conceituação
dos
Resíduos
Hospitalares
`
14
2.3
O
que
e
por
que
trataros Resíduos
Hospitalares
16
2.4
Classificação
dos
Residuos
Hospitalares
22
2.5
Formas de
Descarte e Disposição
dos
Resíduos
23
2.6
Composição
Fisica
e
Química
do
Resíduo
Hospitalar
29
2.7
Legislação
Ambiental
aplicávelaos
Hospitais
'
30
2.7.1
Normas
Técnicas complementares da
ABNT
36
2.8
Taxa
de Geração
de Residuos
39
2.9
Síntese
do
capítulo
42
3
GERENCIAMENTO
AMBIENTAL
E
QUALIDADE AMBIENTAL
44
3.1
Avaliação
da
Qualidade
'44
3.2Qualidade Ambiental
47
3.3O
Gerenciamento
do
Processo
51
3.4O
Sistema
de
Produção
54
3.5Sistema
da
Qualidade
57
3.6
Hospital
como
Sistema
59
3.7
NBR
ISO
14.000
62
3.8
Aspectos
e
Impactos
Ambientais,
Normas
ISO 14000
e 14031
64
3.9
Síntese
do
Capítulo
I68
4
PROPOSTA
DE
SISTEMATICA
PARA
MELHORIA
DO
70
DESEMPENHO
AMBIENTAL DE
PROCESSOS
HOSPITALARES
4.1
Elementos da Pesquisa
71
4.1.1Plano
de
Trabalho
'75
4.1.2Procedimento Padrão
84
4.2Síntese
do
capítulo
85
5
DIAGNÓSTICO
DOS PROCESSOS
HOSPITALARES
86
5.1
Estrutura Administrativa
do
Hospital
86
5.2
Análise
das
entradas
e
saídas
dos
serviços
hospitalares
88
-L
010!
5.2.1 .2 5.2.1.3 5.2.1.4 5.2.1 .5 5.2.1.6 5.2.1.7 5.2.2 5.2.3 5.2.3.1 5.2.3.2 5.2.3.3 5.2.3.4 5.2.3.5 5.2.3.6 5.2.4 5.2.4.1 5.2.4.2 5.2.4.3 5.2.5 5.2.5.1 5.2.5.2 5.2.5.3 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7 5.8 5.9
5.10
5.115.12
5.12.1 5.12.2 5.12.3 5.12.4 5.12.55.13
5.14
6
6.1 6.2Atendimento
Ambulatorial
Assistência
Dbstétrica
Neonatologia
Unidade de
Terapia
Intensiva
Unidade de lntemação
Centro
Cirúrgico
e
Anestesiologia
Diagnóstico e Terapia
Apoio
Técnico
Enfermagem
Farmácia
Nutrição e
DietéticaServiço
de
Arquivo Médico
e
EstatísticaComissão
de
Controle
Interno
de
Infecção Hospitalar
- CCIH
Serviço
Social
Processamento
e
Abastecimento
Lavanderia
Central
de
EsterilizaçãoCentral
de
CaldeirariaApoio
Administrativo
Administração
IDireção
Hospitalar/
Segurança
Geral
Manutenção
Higiene
Hospitalar
Avaliação
Qualitativae
Quantitativa
dos
resíduos
Situação
Atual
do
Hospital
AAnálise
complementar dos
processos
Metodologia
de
Diagnóstico
_Resultado encontrado
Priorização
dos
Processos
Lavanderia
Hospitalar
Caracterização
da
Lavanderia
Análise
das
entradas
e
saídas
dos
serviços
prestados
Avaliação
Financeira
Custo
com
energia
Custo
com
água
e
esgoto
Custo
com
geração de vapor
Custos
com
mão-de-obra
Resumo
geraldos
custos
operacionais
da
lavanderia
RECOMENDAÇOES
DISCUSSAO
DOS RESULTADOS
~CONCLUSOES
E
RECOMENDAÇOES
PARA TRABALHOS
FUTUROS
Conclusões
Sugestoes
para trabalhos
futuros
REFERENCIAS
BIBLIOGRAFICAS
BIBLIOGRAFIA
ANEXO
91
91
92
92
92
93
93
93
94
94
94
95
95
95
95
96
96
96
97
97
97
97
98
101
105
106
117
120
122
122
127
130
132
133
135
138
139
141
146
148
148
150
151
157
159
Figura 3
Figura
4
Figura
5
Figura
6
Figura
7
Figura
8
Figura 9
Figura 10
Figura
11
Figura 12
Figura 13
Figura 14
Figura 15
Figura 16
Figura 17
Figura 18
ft'-'igura19
Figura
20
Figura
21
Figura
22
Modelo
de Transformação de
O
Sistema e seus
Componentes
Sistema
e
Subsistemas
Organizacionais
Normas
ISO
de
Gestão
Ambiental
Modelo
de Sistema de Gestão
Ambiental para
Norma
ISO
14.001
Fluxograma
do
Plano de
Trabalho
Macroprocesso
Assistência
Médica
Macroprocesso
Diagnóstico e Terapia
Macroprocesso Apoio
Técnico
Macroprocesso
Processamento
IAbastecimento
Macroprocesso Apoio
Administrativo
Fluxograma
do
processo de
prestação
de
serviço
-
Tratamento
cirúrgico
Resultado
da
avaliação
dos
Macroprocessos
Circuito
das
roupas
no
hospitalDescrição
geral
do
processo
Microprocesso
lavanderia
Custos
com
horas
extras
Roupa
lavada
x horas
extras
Desdobramento
simplificado
em
fluxograma
Avaliação
dos
processos
55
56
63
63
74
89
89
89
90
90
100
106
123
1.26 127
138
139
165
173
Tabe
a
2
Tabela 3
Tabea
4
Tabezla5
Tabela 6
Tabe
a
7
Tabela 8
Tabela 9
Tabela 10
Tabela
11
Tabela
12
Tabela 13
Tabela 14
Tabela 15
Tabela
16
Tabela 17
Tabela
18
Tabela 19
Tabela
20
Tabela
21
Tabela
22
Tabela
23
Tabela
24
Tabela
25
Tabela
26
Tabela
27
Tabe
fa28
Tabela
29
Tabela
30
Tabe
a
31
Tabela
32
Tabela
33
Tabe*
a 34
Tabela
35
Tabela
36
Taxas de
Serviços
de Saúde
Indicadores
de
Desempenho
Ambiental
-
exempliflcação
Ficha
de
Avaliação Ambiental
Escala
de
valores
para
matriz
de
decisão
Gravidade
dos
critériosAdoção
de
critériose
seus correspondentes
Matriz
de Decisão
Distribuição
dos
leitosdo
hospital
'Média
dos
serviços
prestados
Ocupação
do
hospital -Janeiro a Julho
2000
-(SUS)
Ocupação
do
hospital -Janeiro
a
Julho
2000
-convênios
Levantamento
dos
resíduos
gerados
no
hospital
Levantamento de
resíduos
por
macroprocessos
Situação
atualdos
resíduos
e pós-segregação
Ficha
de
avaliação
ambiental
Avaliação
do
processo
críticoAnálise
de
entradas
das
principais atividades
Análise
de
saídas
das
principais atividades
Análise
de
aspecto e
impacto
ambiental
da
atividade
lavagem
-Custos
com
produtos
de lavagem -lavadora
100
Kg
Custos
com
produtos
de lavagem
-
lavadora 50
Kg
Custo
mensal
com
produtos
de
lavagem
Custo
mensal
com
produtos por
tipode
sujidade
Custos
operacionais
com
energia
elétricaCustos
operacionais
com
esgoto
Custos
com
produção
de
vapor
Custos
operacionais
com
vapor
Resumo
geraldos
custos operacionais
da
lavanderia
Resumo
dos
custos
variáveis
e
fixos
plcálculo
do
“Ponto
de
Equilíbrio”Valores
apurados por
carga
de
máquina de 100Kg
de
capacidade
Avaliação
de
Impacto
Ambiental
Avaliação
de
Impacto Ambiental
-a
atividade
Avaliação
de
Impacto
Ambiental
-a
ocorrência
Avaliação
de
Impacto Ambiental
-a probabilidade
~Quadro
3
Quadro 4
Quadro
5
Quadro
6
Quadro
7
Quadro
8
Quadro
9
Quadro
10
Quadro
11Quadro
12
Quadro
.13
Procedimentos
para
os Resíduos
provenientes
dos
Serviços
de
Saúde
.'
Sistema
de Produção
e
o
Sistema da Qualidade
Principais
Necessidade
dos
Clientes
do
Sistema
Hospitalar
Setores
que
compõe
o
Hospital
e respectivos resíduos
gerados
_Setores
que
compõe
o
hospital
e
respectivos resíduos
gerados
Aspectos e impactos
ambientais
significativose
Legislação
aplicável
.Zonas
de
trabalho
do
processo
Avaliação
preliminar
do
microprocesso
'Responsabilidade
dos
processos
Plano
de ação
de
avaliação
ambiental
-detalhamento das
atividades
SIGLAS
ABNT
Associação
Brasileirade
Normas
Técnicas
AMECIH
Associação
Mineira
de
Estudos
e Controle
de
Infecções
Hospitalares
ATSDR
Agency
for
Toxic
Substances
and
Disease
Registry
CCIH
Comissão
de
Controle
de
Infecção Hospitalar
CEMPRE
Compromisso
Empresarial
EIA
Estudo de Impacto
Ambiental
EPA
En
vironmental
-Pro tectionAgency
CONAMA
Conselho
Nacional
de
Meio
Ambiente
ISO
lntemational
Organization For
Standardization
IPT
`
lnâtitum
de Pesquisas
Técnicas
NBR
Norma
BrasileiraNTUH
National
University
Hospita
SISNAMA
Sistema
Nacional
do
Meio
Ambiente
RIMA
Relatório
de Impacto
Ambibiental
SIGLAS
ABNT
Associação
Brasileirade
Normas
Técnicas
AMECIH
Associação
Mineira
de
Estudos
e Controle
de
Infecções
Hospitalares
AT
SDR
Agency
for
Toxic
Substances
and
Disease
Registry
CCIH
Comissão
de
Controle
de
Infecção Hospitalar
CEMPRE
Compromisso
Empresarial
EIA
Estudo de Impacto
Ambiental
'
EPA
Environmental
-ProtectionAgency
CONAMA
Conselho
Nacional
de
Meio
Ambiente
ISO
lntemational
Organization
For
Standardization
IPT
E
Instituto
de Pesquisas
Técnicas
NBR
Norma
BrasileiraNTUH
National
University
Hospita
SISNAMA
Sistema
Nacional
do
Meio
Ambiente
RIMA
Relatório
de Impacto
Ambibiental
RESUMO
A
questão ambiental, inicialmente tratada e operacionalizadano meio
industrial,passa a ser objeto de importância para as instituições prestadoras
de
serviço,uma
vezque
a internacionalização dos padrõesde
Qualidade Ambiental, deverá intensificar asexigências
no que
se refere à preservaçãodo meio
ambiente.A
própria avaliaçãoda
Gestão
da
Qualidade Ambiental,tem
portanto,um
papel de destaqueem
fimção
de sua importância para a qualidadede
vida das populações. Para instituições hospitalares, acarência
de
estudos relacionados à melhoria de seus processos, dificultam aimplementação
de práticas gerenciaisque atendam
a estanova
ordem. Ressalta-se que,a prerrogativa
da
variável .ecológicano
contexto organizacionalnão
éum
simplesmodismo,
mas
sim,uma
tendência das organizaçõesmodemas
eda
sociedadedo
futuro.Assim,
o
objetivo deve sero de
estabeleceruma
sistemáticade
melhoria dos processos hospitalares, visandoum
aprimoramentodo
desempenho
ambiental.Para a isto, foram utilizadas práticas de gerenciamento de processos, análise
de
aspectos e impactos das atividades, estabelecimento de critérios
que
contempleo
graude
importância dos processos para instituição segundo filosofias de controlepreconizadas pela
Comissão
de Controlede
Infecção Hospitalar, avaliação financeirado
processo,
de forma que
a metodologia interprete aempresa
e seus componentes, eestabeleça
uma
hierarquização dos processosque
irão ser inicialmente tratados e quaisserão posteriormente.
Nesse
estudo, encontrou-seo
setor de lavanderia,como
a áreamais
crítica parao
hospitalem
questão, podendo,no
entanto, existirem diferentes resultados,quando da
utilização dessa sistemáticaem
outras instituiçõesde
saúde.ABSTRACT
The
environmental question, initially treated and operated in the industrial area,becomes
a very important subject to the services institutions,once
theinternationalization
of
the patternsof
Environmental Quality, it should intensify thedemands
on
the environment preservation.The
evaluationof
theEnvironment
Quality,has
an
important roledue
to its importance to the qualityof
lifeof
the population.F_or the hospital institutions, the lack
of
studies and researches related to theimprovement of
its processes,make
the implementation of managerial practices thatattend this
new
order very hard.Also
the prerogativeof
the ecological variable in theorganizational context is not a simple fashion issue, but it is indeed, a natural tendency
of
themodem
organizations and thefiiture society. .Therefore, the objective should
be one
to establish animprovement of
the hospitalprocesses, aiming
an
environmental improvement. For this tobe
possible,some
managerial practices
of
the processeshave been
used, analysesof
the aspects andimpacts
of
the activities, establishmentof
criterias that foresee the degreeof
importanceof
the processes for the institutions according to the philosophiesof
controls dictatedby
the Hospital Infection ControlComity
, financial evaluation of the process ,making
the
methodology
translate thecompany
and
its components, and establish a degree ofimportance to detennine
which
issues willbe
dealt with instantlyand
the ones that willbe
dealt with later. In this study, the laundry sectorwas
considered themost
critical,but it is also possible to exist other results
when
this system is used in other healthA
problemáticados
resíduos decorrentesdo
processode
urbanização crescente e desordenado e a concentraçãoda
população sobreo
mesmo
espaço constituem hojenuma
preocupação mundial, objeto de recentes formulações teóricas.Como
na
prática os problemas referentes aomeio
ambiente jávinham
ocorrendocom
certa intensidade,começaram
a surgir sériasdificuldades, dadas as suas complexidades, para a reflexão teórica
do pensamento
científico.Essa preocupação
com
a questão urbano ambientaltem
se revelado, dentre outras, pormeio
de
estudos relativos à capacidade suporte dos ecossistemas, através de pesquisas sobre ospoluidores
do
ar,da
água, sonoros, radioativos, nas quais se constata de maneira muito rápida asaturação dos
mesmos,
tendocomo
conseqüências,além
dos desdobramentos nos própriosaspectos ambientais, os aspectos econômicos, sociais e legais.
Muitas organizações, percebendo este cenário,
começaram
a se mobilizarno
intuitode
compreender
este processo e a investirnuma
mudança, de
talforma que
possam
setomar
maiscompetitivas, além, é claro,
de
sustentarem a longevidade de seus negócios mediante asadequações necessárias
ao
meio
em
que
vivem. Inclui-se nesta discussão,como
forma
minimizadorados
efeitos fi1turos relacionados aos resíduos, a adoção (por parte das organizaçõesde
administraçãomoderna) de
práticas, padrões ede
ferramentasda
qualidade proposta edisseminadas. Isto decorre
na medida que
esses sistemas referenciais(como
ISO
9000,ISO
14000),
além de
modificarem
aforma
de gestão e organização das empresas, afetam diretamenteos aspectos psicosociais dos públicos envolvidos e,
conforme
já citado,servem
também como
ente
de
sustentaçãode
seus negócios, Tendo-se, portanto, considerado estefimdamento, o
mesmo
se constituirianuma
alternativaque
as empresastêm
para administrarmelhor
os impactosambientais que seus resíduos produzem, atitude
que
é fi'utodo amadurecimento
de seu processoprodutivo e reconhecimento da extensão
de
sua responsabilidade social.Há
que se considerarneste contexto,
que
a faltade
informaçõesda
avaliação ambientalde
seus processospode
resultarNo
setor de saúde, emais
especificamente,no
ambiente hospitalar, vê-se que muitas dessaspráticas administrativas estão à beira
da
inexistência, poiso
focodo
processo está mais voltado àsatividades curativas
do que
propriamenteo
gerenciamento total de seus processos.Ainda no
que
tange aos hospitais, esses são localidades que, por sua natureza, concentram grande público,que
apresenta as mais variadas patologias clínicas e que, conseqüentemente, caracterizamo
localcomo
uma
fonte potencialna
proliferação de infecções.A
Seus
resíduos necessitam, portanto,de
um
tratamentoou acompanhamento
especial,em
que
há
presença de materiais contendo resíduos e fluidos corpóreos, material farmacêutico, químicos,dentre outros, e seu descarte poderia ser considerado
um
processo sob controle, caso estesistema
de produção
obedecesse a padrões de referência.É
importante frisarque o
resíduo hospitalar gerouuma
polêmicaem
tomo
de si,em
fimção
de
que
alguns pesquisadoresdefendem
seu tratamentocomo
um
resíduo urbanocomum,
enquantooutros, por sua vez, e
em
sua maioria,o
distinguemcomo
um
resíduoque
necessitade
tratamento diferenciado dos outros devido à sua periculosidade e risco à saúde pública_
De
maneira geral,há poucas
iniciativasno
Brasil quanto ao tratamento dos resíduosde
saúde,
o que
significaao menos,
um
grandeacúmulo de
microorganismos patogênicosem
localidades variadas, fato este
que
vem
a agravarum
dado
estatístico apresentado peloIBGE
(2000) ( Instituto Brasileiro de
Geografia
e Estatística ) deque
47,5%
de
municípios brasileirosnão
possuem
ou fazem
coletade
resíduo domiciliar _ .O
que
dizer entãodo
resíduo hospitalar.O
esgoto sanitário das unidadesde
saúde,também
se encontranuma
situaçãoque
carecede
maiores e melhores cuidados, haja vista
que
os efluentes líquidospodem
estar sendo 'lançadosde
forma
inadequada nos riosou
córregos.Isto
vem
ocorrendoem
fimção
de fatores de variadas circunstâncias,como
por exemplo:-
não
quantificar os impactos ambientais gerados nas operações dessas unidades,mesmo
porque,em
geral,não
hámecanismos ou
preparo das organizações prestadoras de serviços de saúde paratal intento ;
gerencial das unidades de saúde;
- produtos químicos são lançados nas redes de
drenagem de
efluentes líquidos ou, atémesmo,
diretamente nos corpos d'água;
-
não há
rigorno
sistemade
segregação dos resíduosno
local de trabalhocomo
também
em
todos os setores
da
unidade,com
posterior misturacom
resíduos não-infectantes, dificultandoqualquer trabalho posterior
de
minimização na geração devolumes
de resíduos infectantes;-
queima de
resíduos a céu abertoou
em
equipamentos condenados pelos órgãosde
controleambiental, nas cercanias das unidades,
em
confronto clarocom
a legislação aplicável;- falta
de
áreas apropriadas para acondicionamento dos resíduos, haja vistaque
a maioria dasinstituições visitadas
além
de
possuíremuma
área restrita, são compostas por prédios antigos,cuja a distribuição
ao
longo desta área,não
obedeceu a critériosde
distribuiçãoou
mesmo
aum
plano
de
expansãoda
unidade;- muitas unidades são alvos de multas e ações junto ao Ministério Público
sem
que, para isso,esbocem
atitudes para saírem concretamente da inércia gerencialque
predomina;H
- a falta
de
metodologiano
controle ambiental leva os administradores a desconhecerem alegislação vigente;
- utiliza-se
de mão-de-obra
não~qualificada parao
manuseio
e controle ambiental, isto decorre,conforme
anteriormente citado,em
virtude da ausênciade
uma
estrutura mais preparada,que
vislumbre as questões ambientais
com
mais
interesse;- processos inadequados para acondicionamento e disposição;
- falta denprocedimentos
de
coleta e transporte dos resíduos dos serviçosde
saúde;- infra-estrutura local inadequada;
- aguardo
na
orientaçãode
assessoriade
órgãos para resoluçãode
problemas intemos, jáque há
uma
dependência de responsabilidadesde
competênciacom
as Regionaisde Saúde
e órgãoscomo
a Vigilância Sanitária dos municípios;~ parcos recursos financeiros;
-
não
realizaçãode
controleda
qualidade da água,uma
medida
simples que,em
geral, não épadronizada nestas instituiçoes;
na qual se inserem os hospitais e todas as demais unidades
de
saúde,um
desconhecimentogeneralizado de seus processos e
da
sua inter-relaçãocom
o
processode
gestão ambiental.A
análise de suas atividades, considerando os aspectos mais críticos e seus prováveis impactos,
condicionariam estas instituições a
uma
situação iniciadorade
seu processo de gestão ambiental,além de
cooperaçãocom
as autoridadesbem como
a sociedadede
um
modo
geral.É
fatoque
estas 'alusõestambém
estão relacionadas diretamente à maturidadeda
visãoadministrativa a longo prazo destas instituições,
no
processode
minimizaçãoda
geração dessesresíduos,
além
do
aprendizado organizacional (pois muitas questõesnão fazem
parteda
cultura edo
dia-a-diada
maioria das corporações) e da adoção de parâmetros e padrões de melhoria dosprocessos.
De
uma
forma
pacífica, isto auxiliaria, dentro deum
contextomais
amplo, a proteçãoambiental,
que
éum
deverdo
Estado que, por sua vez,tem
tratado este assunto através deextensas leis e portarias ambientais, executadas pelos órgão públicos e interpretadas pela Justiça
na linguagem
jurídica.De
fato, “é correto que a proteção ambiental custa dinheiro.Mas
étambém
corretoque
a renúncia à proteção ambiental custa dinheiroda
mesma
forma,freqüentemente até mais”
(DYLLICK:2000,
p.23). .Há
também
no
setor ambientaluma
grande diversidadede
gruposde
reivindicação, segundoDYLLICK
e outros autores (2000,p.23)como
legisladores, órgãos públicos, _ circunvizinhos,organizações ambientalistas e
de
consumidores, mídia, públicoem
geral (Stakeholders),que
fazem
valer suas reivindicações através de ações dos próprios órgãos públicos, pressãoda
sociedade, testes
de
empresas e produtos, reportagens, alteraçõesna
leida
procura, taxasde
seguros, encarecimentos
de
créditosou
prejuízo àimagem.
No
casode
um
hospital público, gerenciado através de parcos recursos, setoma
crucialo
aspecto
da
suaimagem
institucional,em
função dos vários problemas deque o
mesmo
éacometido.
O
estabelecimento dos aspectos e impactos ambientais segundo critérios e a detenninação desua
ordem
configuramuma
postura administrativa, que estas instituiçõesassumem
peranteuma
sociedade, e
determinam
um
conjuntode
ações lógicas, queminorem
as circunstânciasou
1.2.1 - Objetivo
Geral
O
objetivo geraldo
presente trabalho é apresentaruma
sistemática de melhoria dos processoshospitalares, visando a
um
aprimoramento do
desempenho
ambiental.Para se estabelecer este objetivo, têm-se
como
pressupostos básicos, a diminuição dasemissões através
da
identificação do(s) processo(s) cn'tico(s),o que
fazcom
que
tal sistemáticade
avaliação de processos, sirvacomo
um
fatorde
auxílio à gestão ambientalem
sistemasde
saúde,
como também
elemento catalisadorda
percepçãode
valor agregado aos serviçosprestados.
Também,
que
a atividadeda
avaliação ambiental, éum
dos parâmetros indicadoresdo
desempenho
ambiental das organizações, eque
a identificação dos aspectos ambientais éuma
dasetapas mais importantes para
o
estabelecimentode
estratégias, orientações emecanismos
debusca de soluções, previstos
em
norma. Portanto,o
foco principal, expressoconforme
títulodo
trabalho, está
em
apresentar e orientaro caminho
parao
iníciode
um
projeto decunho
ambiental, pois
há que
se considerarque não há
segurança para se despender esforços nessesentido,
mesmo
porque
são claros os casos de desconhecimentoda
missão dessas instituições,bem
como
da
responsabilidade socialque
amesma
desempenha.Desta
maneira, a pesquisa deveatender
ao
questionamento decomo
definirum
procedimento para identificar os aspectos eimpactos ambientais das atividades de
um
hospital de acordocom
os requisitosda
norma
NBR
ISO14001,
item 4.3.1. .1.2.2 - Objetivos Específicos
Há
a necessidadede
se consolidar a caracterização da empresa ede
seus aspectos ambientais,determinando seu status quo,
bem
como
maneiras detambém
consolidarum
modelo de
gestãoambiental, atendendo ao item 4.3.1
da
NBR
IS01400l que
se consubstanciacomo
a basedo
sistema . Assim, os passos a serem seguidos na busca de se alcançar
o
objetivo geral descritoa situação dos resíduos dentro
de
cada processo produtivo hospitalar para se estabelecerposteriormente
uma
planilha para análises de aspectos e impactos ambientais;- identificar os processos críticos
da
instituição hospitalar dentroda
perspectiva ambiental;~ desenvolver e aplicar
uma
propostade
melhoriado desempenho
ambientalque
considereprioridades, sob
o
ponto de vistada
relevânciana
procura pela melhoria contínua dos processos dessas organizações prestadoras de serviços.1.3 -
Organização
do
Trabalho
Este trabalho está estruturado
em
seis capítulos.No
Capítulo 2 discute-se a questão dosresíduos hospitalares interfaceando
com
os Serviços hospitalares,bem como
a sua complexidadede
gerenciamento e seu estadoda
arte.No
Capítulo 3, a questãoda
Qualidade Ambiental éavaliada e considerada dentro
de
um
sistema constituido, estandoo
mesmo
a interagircom
osprocessos produtivos
de
um
hospital.O
Capítulo4
tratado modelo
aplicável, considerando eestabelecendo critérios e variáveis
do
sistema produtivo hospitalar.No
Capítulo 5 é testada estasistemática,
com
posterior conclusão erecomendações no
Capítulo 6.1.4
-
Metodologia
A
metodologiade
pesquisa aplicada a este trabalho, constitui-se dos seguintes passos:- revisão bibliográfica sobre os
temas
em
questão (Gerenciamentode
Processos e ResíduosHospitalares);
- formulação
de
um
modelo de
gerenciamento ambiental;- aplicação
do modelo
em
um
hospital;O
e
qualificam
as rápidas transformações conjunturaisque
amesma
sociedadevem
sofiendo,na
qual empresas
começam
a integrarem
suas estratégias estas novas orientações e postulados,em
que
a proteção e conservaçãodo meio
ambiente sãouma
tônica(DONAIRE,
1995;SADLER,
1995;
WILLUMS
eGOLÚKE,
1992). Enfatiza-seque
devem
ser considerados elementoscomo
fatores coercitivos (regulamentações, multas, etc.), fatores
econômicos
como
oportunidades denegócios e melhoria
da
imagem
institucional,além da
própria conscientizaçãoda
mesma
quantoà sua missão
ou
propósitode
sua responsabilidade social.Tais elementos
devem
ser vistoscomo
mecanismos
paraque
estas instituiçõesconsigam de
certa maneira vencer a inércia
ou
miopia gerencial,o
que, portanto, leva-nos a admitir aexistência de organizações
que possuem
uma
“tradiçãode
serem socialmente responsáveis,tomando
a dianteirana
resposta aodesafio
ambiental”(KINLAW,
l997,p.XVI), enquanto outras,logicamente,
procuram
amanutenção de
sua existência via buscade
oportunidades e eliminaçãode
barreiras, e outras há, ainda,que
simultaneamentebuscam
a ambos.Reconhece-se atualmente
uma
demora
em
perceber oportunidadesde
melhoria de seudesempenho
ambiental,em
detrimentode
uma
falsa polaridadeque
colocao
trabalho e a vidacomo
oponentes, “sugerindo consequentementeque
devemos
eliminar as empresas para salvaro
meio
ambienteou que devemos
continuar a trabalhar ao custoda
perdado meio
ambiente”(KINLAW,
l997,p.XVII). ProssegueKINLAW
com
a concepçãode
que
a questãoque
pressionahoje todo tipo
de empresa
pública e privada é ade
como
permanecer viável e continuar operandode forma
amigávelcom
o meio
ambiente. Para tanto, todoum
processoou
metodologia deveajudar
uma
empresa
a gerenciar, medir e melhorar os aspectos ambientaisde
suas operações,como
também,
uma
“mudança
cultural àmedida que
práticas gerenciais ambientaisforem
sendoincorporadas nas operações gerais
do
negócio” (TIBOR
&
FELDMAN,
l996,p.2l) .Então, este agravamento
ou
o
conhecimentoda
problemática ambiental, relacionado aosefeito residual dos
mesmos, quando
descartadosou
liberadosno
meio, acabarão, portanto, sendo incorporado às preocupações quotidianas.Estes resíduos das atividades
humanas
são caracterizados por tudoque não
encerra maisvalor
de
uso a seu proprietário,mas
ocupam
importante papelna
estrutura de saneamentode
uma
comunidade
e, conseqüentementenos
aspectos relacionados à saúde pública. Seu processo derecolhimento e disposição final
obedece
auma
necessidadede
prevenção lógica,de
agravos àsaúde
bem
como
amanutenção de
aspectos estéticos ede
bem-estar parauma
comunidade, poisos
mesmos
possuem
composição
e características propícias à proliferação de organismospatogênicos. Parte das preocupações
também advém
das possibilidadesde
contaminaçãoambiental,
da água
superficial e subterrânea,do
ar edo
solo, decorrentesda
falta de disposiçãofinal
adequada
ou
da falta deum
trabalho administrativode
gestão destes resíduos.Estes
recebem
classificaçõesde
várias entidades preocupadasnão
sócom
o
estudoem
sí,mas
primordialmentecom
a criseque toma
proporções significativas pela faltade
domíniocomum
sobre esta questão.Dentro
deste contexto, encontra-seum
componente
representativoque
são os resíduosde
serviçode
saúde, caracterizados pelo seu potencial riscocomo
fontede
microorganismos patogênicos, decorrentes de suas
fiações
componentes,bem
como
da
prováveldisseminação
de
doenças infecto-contagiosas.Para os hospitais pertencententes à região circunscrita e gerenciada pela 9° Regional de Saúde,
que compreende
uma
região entre os municípios de Ramilândia ede
Foz
do
Iguaçu,no
Paraná,boa
parte desses resíduos* são organizados e acondicionadossegundo
prescriçãode
suasComissões
de Infecção Hospitalar,porém
as considerações quanto aos aspectos e impactosambientais são praticamente nulos, haja vista que
o
perfil das instituições visitadasdemonstram
que
asmesmas
não sabem onde
incorremem
falhas,como
o casode
nãoconhecerem
seuspróprios resíduos os aspectos legais e
que
há fatores de reduçãode
custos dos processos,mesmo
porque
a própria gestão ambiental necessita deum
planejamento mais rigoroso das operações dosprocessos,
como
também
não
sabem
que
existeuma
demonstração de-vantagem públicaquando
da adoção de
práticasconcementes a
esta temática.A
gestão ambiental há trêsou
quatro décadas atrás estavaao
largo da sociedade, poismundo
em
francaexpansão
desenvolvimentista, apesar deque
raras exceçõesbuscavam
ebuscam
um
posicionamentomuito
objetivo.Conforme
citação anterior, algumas organizaçõestambém
postergavam e se
omitiam
até chegar a esta preocupação efetiva e atual,com
os recursosnão
renováveis; preocupação esta presente
em
todas as áreas e setores econômicos, por causa,primeiramente,
da
legislaçãoque
restringe e estabelecenovos
padrões operacionaiscomo
também
por contada
percepção deque
isto possa alavancar mercados.O
termo percepçãotambém
se mostrauma
proficua
áreade
conhecimento,na medida
quetrata
do
“estudodos
processos mentais relativos à percepção ambiental, básica paracompreender
melhor
as inter-relações entreo
homem
eo meio
ambiente-, suas expectativas, julgamentos econdutas”(RI0,0LIVEIRA,
1999, p.IX). Quantas vezes as nossas ações sobreo meio
ambiente, seja ele naturalou
construído,geram
conseqüênciasque
ignorávamos por completo eque
afetarão a qualidadede
vidade
várias gerações?E
toda atividadehumana
está relacionada aum
grau- de variaçãode
percepção e de impactoambiental,
que
édefinido
porSULAMITA
(1999)como
sendo “as interferências, alterações,obstruções
ou
intercorrências provocadas pela açãodo
homem
sobreum
ecossistema,sensibiiizznâo z sua qualidade e
0
seu zqui1ibn'‹›”.`
Estas avaliações dos impactos surgiram
com
maior ímpetona
áreada
indústria, jáque
osdanos provocados por suas atividades são por demais visíveis, principalmente os efeitos
provenientes de acidentes
na
indústria química.No
entanto, deve-se recordarque
outrossegmentos
econômicos
como
a agroindústriatambém
o causa tanto quanto,bem como
atividadede prestação de serviço
na
qual se inserem hospitais, laboratórios, veterinárias, farmácias, dentreoutros. Portanto, as organizações prestadoras serviço são fonte geradora
de
impactos e por isso,segundo
BRAGA
(2000),“devem
recebero
mesmo
tratamentoque
a indústria”,na
busca de seuspróprios sistemas
de
gestão ambiental.A
Segundo o
mesmo
palestrante, “dascem
empresas certificadascom
aISOl4000, dependendo
dos critérios, sete são eminentemente prestadoras de serviço”.
Na
área.de
prestação de serviço, avisão ainda
que
subjetiva,de bons
emaus
serviços prestados, existem órgãosde
acompanhamento
e fiscalizaçãocomo
o
Procon,que
estabelece e assegurauma
sistemáticade
na média
dificilmente se falaou
se discute de maneira rotineiraou
setem
como
algo inseridoem
nosso quotidiano a questão
da
qualidadedo
ar, as praias banháveis, áreasonde o
solo estácontaminado, e assim por diante.
As
organizações prestadorasde
serviçopossuem
oportunidades extraordinárias,em
funçãodo
universode
interfacesque
possam
apresentar.Uma
empresa
com
seus clientes,uma
universidadeatuando na formação de “opinião”, a rotulagem de produtos atingindo via produto
o
consumidor, sãoexemplos
destas interfaces. Diante dessas circunstâncias,GROTHE-SENF
(2000),estabelece
que
“a eficiênciana
utilizaçãode
recursos éo componente
motivador para as empresasprestadoras de serviço”,
como também
o é
para as demais organizações,porém 0
acompanhamento
de ações corretivasna
prestação de serviço éextremamente
crítica, pois osimpactos advindos desta atividade
não
encontram respaldona
opinião pública,podendo
determinar
o
fim
quaseque
imediatode
uma
atividade.Empresas
industriais, vários são os exemplos, aindadispõem de
alternativasque fazem
com
que
os limites temporais e espaciais,de onde
ocorre a situação, sejam flexibilizados.Outros aspectos
como
a intemalização e vivência de conceitos referentes à área ambientalainda são carentes na prestação
de
serviços hospitalares.O
mais simplesexemplo pode
sermencionado
pelo fato deque
muitos dos profissionais contactados durante este trabalhodesconhecem,
em
sua grande maioria,como
é feita a disposição final de seus resíduos,o
mesmo
ocorrendo sobre os processos mais críticos de
um
sistema hospitalar.Narra
amédica
BELLO
(2000)que
em
1998o
Banco
Interamericanode
Desenvolvimento-
BID
eo
Ministério daSaúde dispunham
deuma
linha de crédito para os Estados, para ampliaçãoe readequação tecnológica de suas instalações de prestadoras
de
serviços de saúde (maternidades,postos de saúde, hospitais, etc...).
Todos
os Estados se inscreveram, entretanto, poucosforam
beneficiados, haja vistaque
uma
das exigências para a vinda desses recursos relacionava-se à argüição quanto aos impactos
ambientais que estas ampliações ocasionariam. Inicialmente, para a palestrante,
não
há culturano
meio
para responder à questão, obrigando cada' Estado, a imprimir esforçosno
sentidode
melhor
avaliar este quesito,mesmo
porquetambém
não há
clara evidência dos processos maisnovos empreendimentos
e projetos nestecampo devem
passar pelo crivo ambiental , avaliando-sedesde
o
licenciamento (licenças prévias,de
instalação ede fimcionamento)
até a gestãodo fluxo
de resíduos
que
ocorre dentroda
unidade, deforma
a incorporaro
conceitode
eco-eficiência,que,
segundo
LERÍPIO
(2000), trata “deuma
nova forma
de avaliar a eficiência organizacional apartir
de
princípios ambientais”. Esse princípiosconseguem
um
respaldo normativosfundamentado
nasnormas
ISO
14.000 ( 14031-
EnvironmentalPerformance
Evaluation), queinduzem
ao desenvolvimentode
indicadores dedesempenho
produtivo, social e ambiental.Ao
buscar a qualidade ambiental, tanto os hospitais,
como
todas as outras organizações prestadorasde
serviço, estarão se livrandodo
fardodo
impacto a ele relacionado.Na
intenção de seestabelecer
novas
ferramentas, este capítulo trata sobre as variáveis relacionadas aos aspectosqualitativos dos resíduos gerados
em
estabelecimentos prestadoresde
serviçosde
saúde,bem
como
elenca os elementos necessários para avaliaçãodo problema
e suas influências.2.1 - Serviços Hospitalares
A
importânciaque
as atividades de serviçoassumem
nos dias de hojepode
sercomprovada
pela posição
econômica que
asmesmas
ocupam
principalmentecomo
ente geradorde
empregos
e,
também,
pelo extraordinário papelque exercem
como
um
diferencial competitivo(CONTADOR,l997,p.455).
Um
movimento
que
refleteuma
tendênciano
mundo
empresarial,no
qual tudoo
que
é feitodeve
alcançar níveis de excelência, seja por necessidadeou
poroportunidade.
Os
serviçossurgem
exatamenteda
interação cliente/recursos produtivos,na
qualsimultaneamente ocorre
o
efeitoou
situação de percepçãoda
qualidade pelo cliente,ou
seja, aavaliação
que
o
cliente faz, duranteou
apóso
términodo
processo,que
sedá
atravésda
comparação
entreo que o
cliente esperavado
serviço eo que
ele percebeudo
serviço prestado(CONTADOR,l997,p.463).
ALBRECHT
(l992,p.27)também
nos apresenta importantecontribuição
que
versa sobre a sustentabilidade dos negóciosem
qualquer atividade relacionadaaserviços, falando-nos das
“Horas da
Verdade,quando
em
qualquer episódiono
qualo
cliente entraem
contatocom
qualquer aspectoda
organização eobtém
uma
impressãoda
qualidadede
seu serviço”.
E
esta revoluçãoou
mudança
de paradigma
é ricamente avaliadatambém
em
obras
como
de
Levitt (1972), Grönrros (1993), Gianesi&
Corrêa (1996).Em
meio
a estecontexto estão os hospitais, instituições
que avançaram
muito, sejano
campo
das pesquisasmédicas,
no
treinamento proñssional específico parao
pessoal desta área ,na
nutrição, dentreoutros (Berwick:l994).
Porém
, essa indústria recebe severas críticas por deficiências, que sediferencia de outros processos produtivos (serviços) por trabalhar
com
vidas humanas. Apesarde
se tratar deuma
informação lugar-comum,o
fato éque
estes serviços são muito sensíveis avariações e são marcados,
de
uma
maneira geral, pela faltade
estratégiade
seus processosadministrativos.
A
inércia gerencialna
melhoria dos processos acontece justamente por sedesejar
margens
confortáveisde
desafios, nas quais problemas rotineirosde
atendimento sãopreferidos,
ao
invésde
termos, paralelamente,um
regime demedição de
performanceque
vislumbre a melhoria dos processos
em
sentidoamplo
das atividades desenvolvidas.Portanto,
o choque do
advento Qualidade nos sistemas produtivosde
um
hospital é evidentee inevitável.“O
potencialda
administraçãoda
qualidade vai muitoalém nos
hospitais.A
segurança dos pacientestem
de
dependerda
confiabilidade dos sistemas que lhesprestam atendimento.
A
propriedade e eficiência das decisões aque
osmédicos
chegam
têm
de
dependerda
fidelidade dos sistemasque
entregam informações, treinamento,suprimentos e opções aos médicos.
Tem
de ser verdadeiroque
um
atendimento técnicoque
seja imediato, apropriado, efetivo eque
respeite os pacientes, seja mais efetivoem
organizações médicas cujos processos sejam otimizados, cuidadosamente projetados,
continuamente melhorados e receptivos às necessidades tanto dos pacientes
como
dosfuncionários
do
serviço de saúde. Contudo, essas áreas ainda estão à espera deuma
exploração completa.”
(BERWICK,l994,27)
.Nas
últimas décadas, váriosforam
os projetosque
objetivarama
melhoriada
qualidade dosprocessos,
ao
mesmo
tempo
em
que
reduziam custos ao pacienteou
usuáriodo
serviço, que porsua vez ostenta olhar cada vez mais critico;
porém
são remotas a nível nacional, experiênciasecasos factíveis
de
constatação,de
instituições dessa área,que
tenham
trabalhado a questão dosresíduos gerados provenientes de seus processos.
Uma
exceção,que
deve ser lembrada, éo
Hospital Itacolomy, pertencenteao
grupoAmesp
deEncontram-se nos hospitais os melhores e mais caros materiais utilizados rotineiramente
na
vida
em
sociedade,podendo
osmesmos
se converteremem
fontede
rendaquando
da utilizaçãode
um
sistemade
esterilização/reciclagem.Mas
o que
chama
a atenção,na
adoção de sistemasda
qualidade ambiental para esta área, resideno
fato da adequação às legislações,com
intuito deredução
de
custos,como
conseqüência das pesadas multas, ede
uma
melhoria daimagem
econquista
de
mercado, consideradas atualmentecomo
atitudes pró-ativas.Segundo
SLOAN
eCHMEL
(1996,p.07),“um
sistemade
saúde, radicalmente modificadopela excelente aplicação
da
Qualidade nos processo,pode
economizar bilhões de dólares por anonos
custos dos serviçosde
saúde”,podendo
oportunamente ser incluído aqui, a visãoda
qualidade ambiental. Prossegue
o
mesmo
autor:“Trabalhamos
para restabelecer a saúde,sabendo
que
uma
população saudável imporia grande transformaçãoem
nosso estilo de vida”.Para enfatizar esta colocação,
VALLE
(l995:contra-capa) propõe que,“o meio
ambiente nãodeve
serum
problema, pois é partede
uma
solução maior, a Qualidade Total.A
partir destacolocação, os conceitos
não
mais se contradizem eo
debate passa a incorporar as noções deDesenvolvimento
Sustentável,Atuação
Responsável e Qualidade de Vida.Com
isso, a proteçãoambiental adquire
uma
conotação positiva”. '.
Evidentemente
que
estes postulados estão de acordocom
o
propósito das instituições hospitalaresque
podem
sermelhor
apreciados através da Políticada
Qualidade eMeio
Ambiente
do
Hospital Itacolomy:“A
políticade
nossaempresa
é atender seus clientesem
conformidadecom
padroes-técnicos
da
medicina,com
ética e qualidade.Reconhecemos
no
nosso cliente nossoprincipal foco de atuação e por isso
o
incentivamos a manifestar suas expectativas sobrea
qualidadedo
trabalhoque
realizamos.Buscamos
condições lucrativas nos nossosnegócios,
o
desenvolvimento e competência dosmembros
de nossa equipemultiprofissional e
um
relacionamento construtivocom
nossos fomecedores.É
nossocompromisso
a preservaçãodo meio
ambiente e a prevençãode
poluição, atravésda
melhoria contínua de nossos processos, atendendo as legislações e
normas
aplicáveis”Tratando-se
de
hospitais, as primeiras referências à existência dosmesmos
remontam o
anode
325,quando
os bispos reunidosno
Concílio de Nicéia foram instruídos para construí-los aolado das catedrais,
de donde
havia grande disseminação de doenças infecciosas, causada pelaDaí
para frente, descobertas,como
ade
Pasteur,Kock
e Listen,promoveram
considerávelmelhora
nas condições sanitárias (RODRIGUES,l.997,p.
18-21).RODRIGUES
(1997,p.56-57) colocaque
“onovo
contexto ecológico para os hospitais,têm
como
meta
deixar tais hospitais, pacientes e as equipesque
trabalhamem
dado
local cientesda
importância
da
diminuiçãoda
poluiçãodo meio
ambiente”. Contudo, isto necessita deum
controle de higiene e tempo, planejado e racionalizado
afim
de que
todospossam
engajar nestasituação,
que
seriauma
filosofia de
trabalho adotada até então.Advoga
o
mesmo
autorque
são pouquíssimas as infecções hospitalaresque
podem
seratualmente transmitidas por estes resíduos, algo
em
tomo
de
3%
do
totaldo
lixo contaminado.Porém,
ressaltatambém
(1997,p.26-27)que
“o surgimento dos patógenos multirresistentescomo
Acinetobacter,
Pseudomonas, o
gigante adormecido vírusda
hepatite C, e outras adversidadesconhecidas
ou que
estão por vir”, farãocom
que
muitas posturas sejam reavaliadas.2.2 -
Conceituação dos Resíduos
HospitalaresComumente
os resíduos gerados das atividades produtivas são tratadoscom
a terminologialixo, sendo esta definição
marcada
pela contradição, jáque segundo
QUEIROZ
LIMA
(l995,p.l1), lixo seria “todo e qualquer resíduo que resulte das atividades diárias
do
homem
na
sociedade”,
o que
implicaem
dizerque
estas sobrasdo
sistema variamde
acordocom
hábitoslocais, conjuntura econômica, condições climáticas, etc. Para
o
IPT/CEMPRE
(1995,p.24) essesresíduos se constituem
em
“objetos inúteis e indesejáveisou
descartáveis, dos quais apresentam-se
em
estados sólidos, semi-sólidosou
sernilíquidos(com
conteúdo líquido insuficiente paraque
este líquido possa fluir livremente)”. Este
mesmo
resíduo encontrauma
classificação sustentadaem
pressupostos teóficos, formulados ainda peloIPT/CEMPRE
(dentre as várias classificaçõescomo
aNBRIOOO4) como
sendo:- domiciliar;
- comercial;
- público;
- serviços de saúde e hospitalar;
- portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários;