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Do ver ao compreender as gravuras “fusiformes” do Vale do Sabor

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Academic year: 2021

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“fusiformes” do Vale do Sabor

PEDRO XAVIER1, 2, ARACELI CRISTO ROPERO2, JOSÉ MACIEL2, SOFIA SOARES DE FIGUEIREDO1, 2 1 UAUM, Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, Portugal. CITCEM, Centro de Investigação Transdisciplinar. 2ACE, Bento Pedroso Construções e Lena Engenharia – Estaleiro do Baixo Sabor, Lugar da Póvoa – 5160 – 021 Póvoa, Adeganha, Portugal.

RESUMO

O presente artigo visa ser um primeiro ensaio, ainda que nesta fase sobretudo de ect evgt" fkxwnicvkxq." fg" cniwpu" fqu" vtcdcnjqu" fgugpxqnxkfqu" pq" guvwfq" fc"Ctvg" Twrguvtg"ngxcfq"c"ecdq"pq"¤odkvq"g"pc" tgc"fg"chgevc›«q"fq"Crtqxgkvcogpvq"Jk/ ftqgnfievtkeq"fq"Dckzq"Ucdqt"*CJDU+0"Pguvg"ugpvkfq."rtqewtcoqu"kpekfkt"rctvkew/ nctogpvg"pwo"vkrq"fg"itcxwtcu"gurge Þ"ecu"c"swg"ug"eqpxgpekqpqw"fgpqokpct"fg" Ñitcxwtcu"hwukhqtoguÒ"g"uqd"qu"uwrqtvgu"tqejququ"swg"vgo"pguvcu"c"uwc"rtkpekrcn" oqfcnkfcfg" fg" tgrtgugpvc›«q0" Crtgugpvctgoqu" cuuko" cu" uwcu" rtkpekrcku" ectce/ vgt uvkecu."gpvtg"cu"swcku"qu"oqvkxqu"swg"qu"eqphqtoco."cu"uwcu"cuuqekc› gu"eqo" outras técnicas, a sua distribuição ao longo do vale, os resultados das sondagens fkcip„uvkeq"tgcnk|cfcu."gpvtg"qwvtqu"curgevqu0"Cu"eqpenwu gu"gzrquvcu"u«q"pgeguuc/ tkcogpvg"uwo tkcu"g"rtgnkokpctgu."woc"xg|"swg"qu"guvwfqu"guv«q"ckpfc"go"rngpq" desenvolvimento, guardandose para um futuro próximo a apresentação de dados ocku"ugiwtqu"g"fgÞ"pkvkxqu0"

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1. INTRODUÇÃO E

APRESENTAÇÃO DA ÁREA GEOGRÁFICA DO ESTUDO.

C" tgc" igqit Þec" fq" guvwfq" fg" Ctvg" Rupestre compreende o território de afectação da empreitada do AHBS, cujo início remonta ao ano de 2008. Com uma gzvgpu«q"fg"cndwhgktc"c"tqpfct"qu"82"mo." o AHBS, é limitado, a Norte, pelos con/ egnjqu"fg"Ocegfq"fg"Ecxcngktqu"g"Oqic/ fqwtq"g."c"Uwn."rgnq"eqpegnjq"fg"Vqttg"fg" Moncorvo.

Este empreendimento levou à imple/ mentação de um Plano de Salvaguarda do Património (PSP), tendo sido consti/ tuídas diferentes equipas de salvamento g"kpxguvkic›«q"cfuvtkvcu"c"x tkqu"rgt qfqu" etqpqn„ikequ." tgcu"igqit Þecu"qw"ocvg/ rialidades. Neste âmbito é de destacar, a integração, pela primeira vez, de um guvwfq"gurge Þeq"rctc"c"Ctvg"Twrguvtg." eqttgurqpfgpfq"cnk u."cq"¿pkeq"fgfkec/ do a uma materialidade, e não a um es/ rc›q"igqit Þeq"qw"rgt qfq"etqpqn„ikeq" particular.

O artigo que aqui apresentamos é consequência directa desse estudo e dos gngogpvqu" rcvtkoqpkcku" kfgpvkÞecfqu." ainda que direccionado a um tipo de itcxwtcu" gurge Þecu." eqpjgekfcu." gpvtg" qwvtcu"fgukipc› gu."eqoq"ÑhwukhqtoguÒ0" Uma pequena nota para realçar que os sítios/locais abaixo tratados se repor/ vct«q." uqdtgvwfq." u" tqejcu" itcxcfcu" cujos fusiformes consistem a principal modalidade de representação presente, dado que estes marcam presença, de modo mais residual e pontual, noutros suportes dominados por outras técnicas qw"rqt"qwvtcu"vgo vkecu0

Antes porém de nos debruçarmos directamente sobre as gravuras, preten/ demos traçar um breve retrato geomor/ hqn„ikeq"g"nkvqn„ikeq"fc"tgik«q"fg"Vt u/qu/ Montes Oriental.

Em termos físicos, a região trans/ montana é uma zona detentora de uma

uwduvcpekcn"cnvkvwfg"ofifkc."eqpÞiwtcfq" pelo encadeamento de um conjunto de planaltos, cujas altitudes rondam os 700 ogvtqu0" Eqo" vtc›qu" vqrqit Þequ" kf‒p/ vkequ"ug"ectcevgtk|co"cu"oqpvcpjcu"swg" encimam estes planaltos e onde abaixo fg"ÑfgugpjcoÒ"hwpfqu"xcngu"hqtocfqu" rqt"tkqu"qw"rqt"fgrtguu gu"vgev„pkecu0

A litologia do Nordeste Transmonta/ pq"fi"eqorquvc"rqt"hqtoc› gu"zkuvqucu"g" de xistos/quartzitos, ainda que as man/ ejcu" itcp vkecu" qewrgo." rqt" xg|gu." vg/ ttkv„tkqu" ukipkÞecvkxqu0"Cu" cewownc› gu" ugfkogpvqucu"xgtkÞecfcu"fwtcpvg"q"Rc/ leozóico (Precâmbrico/Câmbrico) con/ fw|ktco" "hqtoc›«q"fg"zkuvqu"g"tqejcu" cÞpu"swg"fwtcpvg"c"Qtqigpkc"Jgte pkec" hqtco"kpuvtw fqu"g"ogvcoqtÞ|cfqu"rqt" itcpkvqu." fgugpxqnxgpfq/ug" cvtcxfiu" fg" gzvgpuqu" càqtcogpvqu" *Cngpeq«q" et al. 2005:48). O Rio Sabor tem o seu início pc"ugttc"fg"Rctcfc."go"Gurcpjc."c"crtq/ zkocfcogpvg" 3822" ogvtqu" fg" cnvkvwfg." fgugpxqnxgpfq/ug."grosso modo, de Nor/ deste para Sudoeste. Num primeiro mo/ mento, corre num vale regular e pouco rtqhwpfq0"C"rctvkt"fg"Ikoqpfg." tgc"fg" hq|"fg"cniwpu"fqu"ugwu"càwgpvgu."cuuwog" wo"rgtÞn"ocku"ukpwquq."fguetgxgpfq"cn/ guns meandros, coincidindo com a pas/ sagem pelos xistos e quartzitos silúricos do planalto da Lombada. O vale eviden/ ekc"wo"rgtÞn"gpeckzcfq"go"ÑXÒ."ugpuk/ xgnogpvg"cvfi" " tgc"fg"eqpàw‒pekc"eqo" a ribeira da Vilariça, a curta distância da hq|."gurtckcpfq/ug"rqt"zkuvqu"etkuvcnkpqu" g" rtfi/e¤odtkequ." ocku" ukpwquq" g" cvqt/ ogpvcfq" pc" vtcxguukc" fq" càqtcogpvq" de quartzitos silúricos que se estende de Lagoaça para oeste (Taborda, 1987:48). De uma forma geral, é de salientar a sua vqrqitcÞc" dcuvcpvg" kttgiwnct." xgtkÞecp/ fq/ug" fkhgtgp›cu" cnvkofivtkecu" pc" qtfgo" dos 800 metros entre a base e o topo do Vale do Sabor (Silva et al., 1989). Junta/ mente com o Rio Côa, a Sul, o Sabor as/ uwog/ug"eqoq"wo"fqu"ocku"korqtvcpvgu" g"uwduvcpekcku"càwgpvgu"fq"Tkq"Fqwtq0

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2. AS GRAVURAS FUSIFORMES: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS. 2.1.Técnica

Swcpfq"pqu"tghgtkoqu"c"kpeku gu"Ñhwuk/ formes”, estamos a fazer menção a gra/ vuras efectuadas por abrasão, as quais se caracterizam por serem mais largos pq"ogkq."ciw›cpfq/ug"qw"chwpkncpfq/ug" nas extremidades. De uma maneira ge/ ral a largura do traço é proporcional à rtqhwpfkfcfg" fq" uwneq=" guvg." rqt" uwc" xg|." rqfg" crtgugpvct" wo" rgtÞn" qw" ug/ cção tanto em “V” como em “U”. A sua designação enquanto fusiformes resulta de uma analogia morfológica, para com os fusos, antigos instrumentos usados rctc"Þct0"Woc"qwvtc"fgpqokpc›«q"fi"q" de gravuras litotrípticas, da autoria de Ucpvqu"L¿pkqt."fg"swgo."cnk u."fkurqoqu" fg"wocu"fcu"ognjqtgu"fguetk› gu"rctc" guvcu"itcÞcu."Ñformados por sulcos fusifor-mes, grossos no meio e aguçados nas

pon-tas, mais fundos na parte média e subindo em rampa para as extremidades” (Santos L¿pkqt." 3;85<339+0" Qwvtcu" fgpqvc› gu." mais populares ou tradicionais, são as fg"Ñwpjcfcu"fq"fkcdqÒ"g"ckpfc"fg"Ñrq/ nkfqtguÒ"qw"ÑcÞcfqtguÒ0"

Esta variabilidade terminológica hc|/ug"kiwcnogpvg"ugpvkt"pqwvtcu"ncvkvw/ fgu0" Pc" Egtfcpjc" *tgik«q" ukvwcfc" pqu" Pirenéus Orientais, dividida entre a Gurcpjc" g" c" Htcp›c+" vcku" itcxwtcu" u«q" eqpjgekfcu" eqoq" ÑpcxkhqtoguÒ" *Eco/ roclq." 4227+=" rqt" qwvtq" ncfq." pwo" tg/ egpvg" vtcdcnjq" fg" gncdqtc›«q" fg" wo" Corpus de Arte Rupestre en Extremadura,, optam por uma designação mediante a vfiepkec"Ïvtc›q"kpekuq"itquuqÏ"cfqrvcpfq" de seguida uma descrição dos motivos de ordem eminentemente morfológica (Collado Giraldo, 2007).

Assim, estamos perante um pro/ blema de um designativo que, se por vezes envereda por argumentos de or/ Imagem 1. Mapa da Península Ibérica com nqecnk|c›«q"fc" tgc"igqit Þec"fg"guvwfq0

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fgo" vfiepkec." qwvtcu" xg|gu" cnkegt›c/ug" em termos morfológicos ou ainda de índole tradicional ou popular. De facto, a singularidade destas gravuras acaba rqt"lwuvkÞect"guvc"rtqhwu«q"fg"pqogp/ claturas. Disposta de forma isolada, a incisão fusiforme, independentemente da sua orientação, acaba por constituir apenas e só uma gravura linear e não necessariamente um motivo. Porém, di/ hgtgpvgu"cuuqekc› gu"gpvtg"kpeku gu"hwuk/ formes, acabam por conformar distintas morfologias, como reticulados, escalari/ formes, asteriscos, ângulos, armas ou mesmo antropomorfos.

2.2.Motivos

C" eqpukfgtc›«q" fg" oqvkxqu" tgxguvg/ug." rqt"xg|gu."fg"cniwoc"fkÞewnfcfg."xkuvq" que se trata de uma construção bastante subjectiva, inerente à mente e à concep/ tualização do próprio investigador. Esta ukvwc›«q"rqfgt "ugt"ckpfc"ocku"kpvtkpec/ da quando o objecto de estudo respeita

u" kpeku gu" hwukhqtogu." kuvq" fi." ukorngu" itcÞcu"nkpgctgu0"Pguvg"crctvcfq."rtgvgp/

fgoqu" cuuko." tghgtkt/pqu" u" fkhgtgpvgu" fkurquk› gu"qw"cuuqekc› gu"swg"ug"guvc/ dgngego"pq"Xcng"fq"Ucdqt"gpvtg"kpeku gu" fusiformes.

De uma maneira geral, a iconogra/ Þc" p«q" fi" rctvkewnctogpvg" tkec." ugpfq" swg"cu"kpeku gu"ug"gpeqpvtco"fkurquvcu" de forma isolada ou em conjunto nas ocku"xctkcfcu"fktge› gu"qw"qtkgpvc› gu0" Fguuc"hqtoc."fgrct oq/pqu"eqo"cniw/ ocu"cuuqekc› gu"gpvtg"hwukhqtogu."fgu/ de logo entrecruzados, paralelas, em “X”, perpendiculares, ângulos, em “V” e em “V” invertido, em cruz ou ainda ugvcu0" Cu" eqpegr› gu" ocku" gncdqtcfcu" acabam por corresponder aos frisos de kpeku gu"swg"gpeqpvtcoqu"pq"Gngogpvq" Rcvtkoqpkcn"*GR+"882"*Hkiwgktgfq"et al., 4235c+"qw"pq"GR"432:."kuvq"fi."uweguu gu" de fusiformes dispostas ao longo de um oguoq" gkzq" g" eqo" eqortkogpvqu" jq/ mogéneos (como se de um ordenamen/ to de caracteres/letras se tratassem) ou ao geométrico segmentado no interior kfgpvkÞecfq" pq" GR" 437" *Hkiwgktgfq" g" Zcxkgt."4235c+0

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A disposição dos fusiformes é prefe/ rencialmente vertical ou diagonal mar/ cando uma presença muito menor as de qtkgpvc›«q"jqtk|qpvcn0"

Reiteramos assim uma certa pobre/ |c" pq" tgrqtv„tkq" keqpqit Þeq" fqu" uw/ rqtvgu"tqejququ"eqo"hwukhqtogu"fq"Uc/ bor, relativamente a outros exemplares eqpjgekfqu."cniwpu"fqu"swcku"go"vgttk/ tório nacional, como são os casos da Ro/ ejc" fg" Tkfgxkfgu" *Ucpvqu" L¿pkqt." 3;85=" Abreu, 2007), Pedra Letreira de Góis (Nunes, Pereira e Barros, 1959), bem eqoq" q" càqtcogpvq" fg" Oqngknkpjqu" *Ewpjc." 3;;3+." pqu" swcku" gpeqpvtcoqu" itcÞcu"ocku"gncdqtcfcu."vcku"eqoq"cp/ tropomorfos, armas, escalariformes, al/ faias, utensílios agrícolas, entre outros. 3. OS SÍTIOS DO VALE DO SABOR 3.1- Distribuição

Qu"u vkqu"eqo"cu"fkvcu"Ñwpjcfcu"fq"fkc/ dqÒ"pc" tgc"fg"chgevc›«q"fq"CJDU"gu/ tão, de uma maneira geral e salvaguar/ fcu" cu" gzegr› gu." gpvtg" qu" swcku" q" GR"

3656."q"GR"845"g"q"GR"3748."tgncekqpcfqu" eqo"qu"ewtuqu"fg" iwc"ugewpf tkqu"fq" rio Sabor. Relativamente a aspectos de fkuvtkdwk›«q" g" ckpfc" swg" p«q" ug" vgpjc" xgtkÞecfq." cvfi" cq" oqogpvq." woc" tg/ àgz«q"owkvq"cvwtcfc"c"guvg"tgurgkvq."rq/ fgoqu"qdugtxct."cvtcxfiu"fc"Kocigo"5." uma possível divisão em dois núcleos: um primeiro, mais a jusante, contando eqo"q"GR"32;."GR"437."GR"53;."GR"847." GR"882."GR"432:"g"GR"4326."fkuvtkdw fqu" entre as duas margens do Sabor e, um segundo, mais a montante, posiciona/ fqu." "gzegr›«q"fq"GR"424."pqu"càwgp/ tes da margem direita e compreenden/ fq"q"GR"7:;."GR"7;2"GR"845."GR"845."GR" 3656"g"GR"37480"Eqoq"cekoc"fkuugoqu." este dois núcleos e os seus respectivos elementos patrimoniais, compreendem apenas aqueles suportes cujos fusifor/ mes consistem na principal modalida/ fg"tgrtgugpvcfc0"Woc"guecnc"fg"cp nkug" mais alargada, que integrasse qualquer suporte que comportasse estas gravu/ ras litotrípticas, independentemente da sua representatividade, conduziria, se/

Kocigo"50"Ocrc"fc"cndwhgktc"eqo"c"nqecnk|c›«q" dos EP com fusiformes e respectivos núcleos.

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iwtcogpvg."c"wo"cwogpvq"ukipkÞecvkxq" fq"ecorq"fg"cp nkug0

Gostaríamos ainda de realçar que, swcpvq" " kfgpvkÞec›«q" fg" pqxcu" ocvg/ tkcnkfcfgu" twrguvtgu." q" rcpqtcoc" guv " nqpig"fg"ug"gpeqpvtct"hgejcfq."woc"xg|" que as actividades de prospecção siste/ o vkec"swg"vkxgoqu"q"gpuglq"fg"ghgevwct." Þectco" hqt›qucogpvg" ektewpuetkvcu" u" eqvcu" fg" gpejkogpvq" fg" codqu" qu" gu/ ecn gu"fq"CJDU."ewlc"cnvkvwfg"o zkoc" fi"fg"456o0"Fguuc"hqtoc."pqxcu"rtqurg/ e› gu"gortggpfkfcu"go"nqecku"fg"ockqt" altimetria poderão conduzir a um enri/ quecimento do corpus detectado. 3.2- Suportes

Os suportes onde se detectaram “in/ eku gu" hwukhqtoguÒ" rqfgo." pwoc" rtk/ meira instância, ser divididos numa ele/ ogpvct"ugrctc›«q."gpvtg"o„xgku"g"Þzqu0" Ckpfc"swg"cvfi"cq"oqogpvq"p«q"vgpjco" ukfq" tghgtkfcu." guvcu" itcxwtcu" Þiwtco" igualmente em superfícies móveis como placas ou blocos. Relativamente u"rncecu."u«q"eqpjgekfqu"cniwpu"gzgo/ plos na imensa colecção recuperada no u vkq" rtqvq/jkuv„tkeq" fq" Ecuvgnkpjq." GR" 149. Também na necrópole do Laranjal, EP 148, adstrita ao período medieval, a rncec"57."rgtvgpegpvg"c"woc"fcu"nclgu"fg" uma sepultura, revela uma interessante eqpegpvtc›«q" fg" Ñwpjcfcu" fq" fkcdqÒ." não se excluindo a possibilidade de se tratar de um elemento reutilizado.

Relativamente aos blocos temos o gzgornq" fq" GR" 53;." wo" dnqeq" itcp vk/ eq" tgeqnjkfq" pwo" oqkpjq" fg" iwc" fg" ect evgt" uc|qpcn" ukvwcfq" pc" octigo" direita do rio Sabor. Neste bloco foram kfgpvkÞecfqu" wo" vqvcn" fg" pqxg" eqxkp/ jcu."lwpvcogpvg"eqo"fg|cuugku"kpeku gu" fusiformes (Figueiredo, Neves e Xavier, 4233c+0"C"cp nkug"fqu"pgicvkxqu"rgtokvkw" descortinar o emprego de instrumentos ogv nkequ"vkrq"gueqrtq"qw"rqpvgktq."rgnq" swg."pguvg"ecuq"rctvkewnct."q"ognjqt"fg/ ukipcvkxq"rctc"encuukÞect"qu"hwukhqtogu."

ugt " rtgekucogpvg" q" fg" ÑcÞcfqtguÒ0" ¡" sabido que, de modo a produzirem da hqtoc"rtgvgpfkfc."cu"o„u."swcpfq"Þec/ xco"fgocukcfq"rqnkfcu."vkpjco"fg"ugt" picadas para voltarem a adquirir a ca/ pacidade de moagem. Podemos assim guvct"rgtcpvg"woc"tqejc"qpfg"ug"cÞcxc" o instrumento que serviria depois para picar as mós (idem, ibidem).

Dirigindo agora a nossa atenção rctc"qu"uwrqtvgu"Þzqu."cuukuvkoqu"c"woc" swcug"gswkrctc›«q"gpvtg"cdtkiqu"g"càq/ ramentos ao ar livre, compreendendo os primeiros 42% do total, com os se/ gundos a rondarem os 50%, os quais podem ainda ser de disposição vertical qw"jqtk|qpvcn0"Tgncvkxcogpvg"c"guvgu"¿n/ timos e no âmbito do estudo praticado no AHBS, temos a assinalar apenas um exemplar, nomeadamente o EP 215, dis/ tinto dos seus congéneres verticais, em curgevqu" eqoq" c" ukvwc›«q" vqrqit Þec." dimensão e composição dos fusiformes, dgo"eqoq"pq"swg" "tqejc"uwrqtvg"tgu/ rgkvc."vtcvcpfq/ug"fg"wo"zkuvq"fg"eqnq/ ração mais escura e de maior dureza, quando comparado com o presente nos cdtkiqu"g"càqtcogpvqu0"

Ckpfc"tgncvkxcogpvg"c"càqtcogpvqu" gravados, podemos observar uma gran/ fg"ukoknkvwfg"gpvtg"q"GR"882"g"q"GR"432:." itcpfgu" rctgf gu" xgtvkecku" ukvwcfqu" lwpvq" cq" ngkvq" fg" tkdgktcu" ugewpf tkcu." ambos detentores de mais de trinta su/ perfícies gravadas (algumas das quais a mais de dois metros de altura) e onde os frisos de fusiformes são a princi/ pal característica quanto ao reportório gravado. Por outro lado, nos abrigos, xgtkÞecoqu" vcodfio" woc" gpqtog" uk/ militude entre o EP 109 (Figueiredo et al., 2011a) e o EP 202, ao qual se pode/ t "gxgpvwcnogpvg"cetguegpvct"q"GR"7:;" (Figueiredo et al., 2011b). Os pontos de contacto respeitam, desde logo às suas nqecnk|c› gu"go"|qpcu"kpvtkpecfcu"g"uk/ nuosas das respectivas ribeiras, e onde cu"kpeku gu"hwukhqtogu."eqorctvknjco"cu"

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tgcu"itcx xgku"* "gzegr›«q"fq"GR"7:;+" eqo"tguvqu"fg"rkpvwtc"oqpqetqo vkec0 3.3- Os Fusiformes e as Outras Técnicas Pcu" tqejcu" swg" vgoqu" xkpfq" c" tghgtkt" c" kpeku«q" hwukhqtog" cuuwog/ug" eqoq" a técnica dominante. Esta, por vezes, é omnipresente, como são os casos do EP 589 e EP 590 (Figueiredo, Neves e Xavier, 2011b), porém, noutros casos, eqoq" qu" l " ekvcfqu" GR" 32;" g" GR" 424." rctvknjc" q" tgrqtv„tkq" keqpqit Þeq" eqo" c"rkpvwtc"oqpqetqo vkec0"Qwvtc"eqcdk/ tação igualmente comum são os fusifor/ mes com picotados. Estes podem surgir kuqncfqu." eqoq" pcu" rt„rtkcu" kpeku gu" ou “invadindo” o próprio sulco, como constituem excelentes exemplos o EP 882"g"q"GR"432:0"Vcodfio"q"dnqeq"eqttgu/ rqpfgpvg" cq" GR" 53;." eqorqtvc." eqoq" xkoqu." pqxg" eqxkpjcu" tguwnvcpvgu" fc" aplicação da técnica de picotagem.

Um dos casos mais singulares diz tgurgkvq" u"cuuqekc› gu"xgtkÞecfcu"eqo" kpeku gu" Þnkhqtogu." vcpvq" pq" ecuq" fgu/ tas conformarem outros motivos ou itcÞcu." eqoq" swcpfq" ug" gpeqpvtco" c" ladear os fusiformes. Na primeira das ukvwc› gu"ogpekqpcfc."vgoqu"q"kpvgtgu/ ucpvg"ecuq"fq"GR"882."ewlqu"hwukhqtogu" se localizam, grosso modo, nos painéis de ockqt"pqvqtkgfcfg"tgngicpfq"qu"Þnkhqt/ mes, para superfícies mais recônditas e fg"ocku"kpvtkpecfc"kfgpvkÞec›«q0

Pc" ugiwpfc" fcu" ukvwc› gu" ogpekq/ pcfcu."qu"Þnkhqtogu"rqfgt«q"ugt"gpvgp/ didos enquanto estrias de execução, isto é, resultando directamente da rea/ nk|c›«q" fqu" hwukhqtogu" /eqpugsw‒pekc" directa do movimento repetido da téc/ pkec"cdtcukxc/."pwo"rtqeguuq"swg"ugtkc." ocku" qw" ogpqu." kpxqnwpv tkq0" Pqwvtc" rgturgevkxc." guvgu" vtc›qu" owkvq" Þpqu" podem, ao invés de acidentais, serem plenos de intencionalidade, procuran/ do conferir maior destaque ou signi/ Þecfq" u" kpeku gu" hwukhqtogu" swg" cu" apresentassem. Entre outros, o EP 2108,

cuuko" eqoq" q" GR" 3656" *Hkiwgktgfq" g" Fqo piwg|"Icte c."4235+"u«q"rt„fkiqu" pguvcu" ocpkhguvc› gu." cu" swcku" guv«q" perfeitamente ausentes, por exemplo, no EP 109 e EP 589. Não descartamos ckpfc" c" rquukdknkfcfg" fg" vcku" kpeku gu" Þpcu" guvctgo" tgncekqpcfcu" eqo" q" vkrq" fg"zkuvq."gxkfgpekcpfq/ug"ocku"rgtcpvg" wo"uwrqtvg"ocku"fwtq"g"ogpqu"htk xgn0" Contudo a ausência de um estudo lito/ n„ikeq"g"rgvtqit Þeq"p«q"rgtokvg."rctc" l ."c"xcnkfc›«q"fg"vcku"uwrquk› gu0

Igualmente presentes são as asso/ ekc› gu"eqo"kpeku gu"vfipwgu."v rkecu"fcu" kocigpu" twrguvtgu" fc" jkuv„tkc" tgegpvg" do Vale do Sabor, particularmente do período moderno e contemporâneo. Ectcevgtk|co/ug" rgnq" ugw" ect evgt" uw/ rgtÞekcn."cwu‒pekc"fg"uwneq"g"rtqhwpfk/ dade no traço, conformando uma técni/ ca de gravação pouco intrusiva. Neste contexto, é de particular relevância o EP 847"Ó*Hkiwgktgfq."Pgxgu"g"Zcxkgt."4234+." no qual os fusiformes se posicionam pc"dcug"fq"càqtcogpvq."Þecpfq"c" tgc" intermédia e superior “destinada” às marcas recentes, postulando momentos cronológicos distintos e, de certo modo, ÑtgurgkvqÒ"g"fghgt‒pekc"rgncu"itcxc› gu" mais ancestrais.

3.4- Sondagens Arqueológicas No domínio dos estudos de Arte Ru/ pestre desenvolvidos no AHBS, além de todo um leque de registos incidindo uqdtg"cu"ocpkhguvc› gu"itcxcfcu."hqtco" ainda levadas a cabo, sempre que julga/ fq"rgtvkpgpvg"g1qw"xk xgn."wo"eqplwpvq" de sondagens diagnóstico em determi/ nados elementos patrimoniais. O esta/ fq"fq"eqpjgekogpvq"cniq"fkhwuq"g"pgdw/ loso no que aos fusiformes concerne e a gxgpvwcnkfcfg"fg"q"oguoq"xkt"c"eqpjg/ egt"cniwoc"enctkÞec›«q."eqpfw|kw"c"swg" vt‒u" tqejcu1cdtkiqu" qpfg" guvcu" itcÞcu" assumem particular destaque fossem intervencionados: EP 202, EP 589 e EP 8820

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A este respeito, devemos recordar a execução de uma sondagem no abrigo 5 das Fragas do Diabo (conjunto de seis cdtkiqu"ewlc"rtkpekrcn"keqpqitcÞc"tgiku/ vcfc" u«q" wpjcfcu" fq" fkcdq+." ukvwcfcu" go" Oqicfqwtq." Vt u/qu/Oqpvgu." *Ng/ oqu"g"Octequ="3;:6+. Aqui, adicionado c"cniwpu"vgtoqencuvqu"g"fwcu"ocpejcu" fg"vgttc"Ïcq"swg"vwfq"kpfkec"xguv ikqu" fg" woc" cpvkic" nctgktc/." hqtco" tgeqnjk/ dos dois fragmentos de quartzo, pos/ ukxgnogpvg" vcnjcfqu." g" qwvtqu" fqku" fg" cerâmica, aparentemente de fabrico manual, embora o seu reduzidíssimo vcocpjq" p«q" vgpjc" rgtokvkfq" guenctg/ cer esta última questão. Com bastantes reservas foi avançada uma cronologia cfgpvtq"fc"Rtqvq/Jkuv„tkc."pwo"guv fkq" kpfgÞpkfq" fc" Kfcfg" fq" Dtqp|g" *kfgo." ibidem).

As sondagens por nós realizadas p«q"rtqrqtekqpctco"c"kfgpvkÞec›«q"fg" swckuswgt"p xgku"guvtcvkit Þequ"rtgugt/

vados, saindo goradas as expectativas de se estabelecer um contexto de rea/ lização/gravação das gravuras fusifor/ ogu0" Pq" GR" 7:;." pc" W0G0" ]427_." hqtco" recuperadas duas placas nas quais se qdugtxco"c"rtgugp›c"fg"cniwocu"nkpjcu0" Rqtfio." q" ect evgt" f¿dkq" fguvgu" vtc›qu" p«q" rgtokvkw" ejgict" c" woc" eqpenwu«q" ugiwtc"fg"swg"ug"vtcvctkco"fg"itcxc› gu" antrópicas intencionais ou de estrias de corte (Figueiredo et al., 2011b). Por sua xg|." pq" GR" 882." hqtco" tgeqnjkfqu" ugvg" peças líticas, dois fragmentos de cerâ/ mica manual, novamente em unidades guvtcvkit Þecu"rgtvwtdcfcu."korgfkpfq" qualquer relação com o reportório ar/ v uvkeq"fq"càqtcogpvq"*Hkiwgktgfq"et al., 4235+0"

Ckpfc" swg" qwvtcu" gzrnkec› gu" vgp/ jco"ukfq"hqtowncfcu."guvcoqu"eqpxgp/ ekfqu"fg"swg"c"rtqzkokfcfg"fcu"tqejcu" acima mencionadas para com os cursos fg" iwc"c"swg"ug"gpeqpvtco"uwdlcegpvgu" /hcevq"swg"cu"vqtpc"dcuvcpvg"uwuegrv xgku" c"ngkvqu"fg"ejgkc"g."eqpugswgpvgogpvg."c" swg"rgnq"ogpqu"rctvg"fq"ugw"gpejkogp/ to seja lavado e arrastado pela própria eqttgpvg/"."eqpuvkvwc"q"ctiwogpvq"ocku" x nkfq"rctc"c"kpgzkuv‒pekc"fg"p xgku"eqp/ servados e para a sóbria recuperação de espólio arqueológico (Figueiredo et al., 2011b). Noutra esfera de ideias, vcn" egp tkq" ÑfguqncfqtÒ" rqfgtkc" guvct" relacionado com a própria funcionali/ fcfg1ukodqnqikc" fq" nqecn." vtcvcpfq/ug" estes sítios de meros locais de passa/ gem e não propriamente de ocupação, onde teriam lugar actos de gravar pe/ dra, imbuídos ou não de alguma impli/ cância simbólica ou ritual, mas onde a permanência seria, em regra, exígua, e assim pouco propícia à acumulação e deposição de evidências.

4. ALGUNS PARALELOS IBÉRICOS Uma lista exaustiva dos possíveis pa/ tcngnqu" kdfitkequ" rctc" cu" ocpkhguvc› gu" Kocigo"60"Vtcdcnjqu"fg"guecxc›«q"pq"

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kfgpvkÞecfcu"pq"Xcng"fq"Ucdqt"p«q"vgo" lugar na exiguidade e no alcance des/ te artigo. Assim, esta exposição tem de ser necessariamente curta, relegando rctc" q" hwvwtq" wo" tqn" ocku" fgvcnjcfq" em ulteriores desenvolvimentos deste vtcdcnjq0

No território português é sobretudo pcu" tgik gu" fg" Vt u/qu/Oqpvgu" g" Dgktc" Alta que nos deparamos com suportes com fusiforme. Relativamente a esta última podemos referenciar a Pedra Letreira de Góis (Nunes, Pereira e Ba/ ttqu."3;7;+"g"Oqngnkpjqu"*Ewpjc."3;;3+." que consubstanciam as referências mais antigas às quais se vieram a adicionar, mais recentemente, a Fraga Marcada (Figueiredo e Figueiredo, 2008), a Pedra das Letras (Henriques e Caninas, 2009) e ainda as gravuras rupestres de Cabris *422:+0" ¡." eqpvwfq." go" Vt u/qu/Oqpvgu" swg"guvcu"kpeku gu"eqpjgego"woc"ockqt" expressão, desde logo através dos Abri/ iqu"fcu"Ciw›cfgktcu"*Ucpejgu."3;;4+."qu" cdtkiqu" fg" Xcng" fg" Gurkpjgktqu" *idem, ibidem+."Xcng"fg"Rcnjgktqu"*idem, ibidem) qw"qu"l "ogpekqpcfqu"Cdtkiqu"fcu"Htc/ icu" fq" Fkcdq" *Ngoqu" g" Octequ." 3;;6=" Ucpejgu." 3;;4+." c" Tqejc" fq" Rtcfq" fc" Rodela (idem, ibidem), bem como o fami/ igtcfq"Cdtkiq"fc"Uqnjcrc."go"Oktcpfc" do Douro, com uma grande variedade fg"oqvkxqu."fgufg"kpeku gu"hwukhqtogu." c" eqxkpjcu." jcnvgtkhqtogu" g" |qqoqthqu" *Oqwtkpjq." 3;94+0" Ocku" tgegpvgogpvg" hqk" kfgpvkÞecfq" q" fgpqokpcfq" Cdtkiq" da Foz do Tua (Teixeira, Valdez e San/ ejgu." 4232), combinando fusiformes eqo"rkpvwtc"guswgo vkec0"

Pc"xk|kpjc"Gurcpjc."p«q"u«q"kiwcn/ mente parcos os sítios com fusiformes. Cnfio"fcswgngu"swg"l "vkxgoqu"c"qrqtvw/ nidade de mencionar acima, não pode/ mos deixar de referir os dois complexos twrguvtgu"fg"nc"¥grc"fg"nc"Ugtgpc"g"fc" Comarca de las Hurdes (Collado e Gar/ e c" Eqqtfu0" 4229=" Ugxknncpq" g" Dfiectgu" 1997, 1998), bem como o monumental

conjunto de abrigos de Pena Cabrera, go"Ecucdgtoglc."O ncic."nqecn"qpfg"cu" kpeku gu"hwukhqtogu"ug"cuuqekco"c"vqfq" um enorme leque de motivos adscritos "rkpvwtc"guswgo vkec"*Ogfkpc"Nctc"g" Barroso Ruíz, 1982). Um dos casos mais ukpiwnctgu" rtgpfg/ug" eqo" q" cdtkiq" fg" La Viña (Astúrias), onde nas suas pa/ redes exteriores foram detectadas “in/ eku gu"rtqhwpfcu"igtcnogpvg"xgtvkeckuÒ" g" swg" rctgego" tgoqpvct" cq" Cwtkpjc/ cense (Fortea, 1994), visto que algumas fcu" kpeku gu" ug" gpeqpvtcxco" eqdgtvcu" por estratos arqueológicos, pertencente ao Solutrense Antigo (idem, ibidem).

O limitado alcance deste artigo não permite o desenvolvimento de uma re/ àgz«q"c"rtqr„ukvq"fg"etqpqnqikcu0"Eqp/ tudo, não podemos deixar de realçar que, relativamente à cronologia, estes motivos, conferem alguns problemas no momento de enquadrar este tipo fg" ocpkhguvc› gu" pwoc" hcug" vgorqtcn" concreta. Ainda que para a generalida/ de dos autores, a gravação deste tipo de motivos se encontre atribuída num grande intervalo de tempo representa/ fq" rgnc" Rtfi/Jkuv„tkc" Tgegpvg." " xqnvc" do III milénio a. C, entre o Calcolítico e a Idade do Ferro, a verdade, porém, é que os motivos fusiformes aparecem em outros contextos muito diferentes que fazem recuar as cronologias até períodos muito antigos do Paleolítico Uwrgtkqt0" Cuuko" ugpfq." q" ocku" rtqx / xgn" fi" guvctoqu" rgtcpvg" ocpkhguvc› gu" transversais no tempo, presentes desde c" Rtfi/Jkuv„tkc" cvfi" " cevwcnkfcfg." " ug/ ognjcp›c"cnk u."fcu"eqxkpjcu0

5. BREVES CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fcfq" swg" q" vtcdcnjq" fc" gswkrc" fg" Arte Rupestre, no âmbito do AHBS se encontra ainda em desenvolvimento, neste momento, são mais as dúvidas e cu"swguv gu"swg"ug"eqnqeco"fq"swg"rtq/

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priamente dados conclusivos, no que às gravuras fusiformes respeita.

Dessa forma, o remate possível des/ te artigo passa, sobretudo, pela indi/ cação de algumas vias de investigação que pretendemos seguir e desenvolver futuramente. Desde logo pretendemos aprofundar as eventuais diferenças/ ugognjcp›cu"gpvtg"cdtkiqu"g"càqtcogp/ tos e, no seio destes, entre os de dispo/ uk›«q" xgtvkecn" g" jqtk|qpvcn0" Pguvc" hcug." estamos convencidos que respondem a propósitos distintos, ainda que não ne/ cessariamente cronológicos. No mesmo sentido, urge investigar a relação de tão singulares “monumentos” rupestres eqo" cu" tkdgktcu" ugewpf tkcu" fq" Ucdqt." bem como a circunstância insólita de, no caso do EP 2108, encontrarmos su/ perfícies gravadas localizadas a quase três metros de altura relativamente ao nível do solo.

Relativamente a aspectos cronológi/ equ"g"ckpfc"swg"guvg"vgzvq"p«q"ug"vgpjc" egpvtcfq"uqdtg"guvg"curgevq."rctgeg/pqu" swg"ug"gpeqpvtc"dgo"fgÞpkfc"c"gpqtog"

transversalidade e diacronia apensa a guvcu"tgrtgugpvc› gu."rgnq"swg."cq"kpxfiu" de puder ser encarado como “fóssil di/ tgevqtÒ"fg"swcnswgt"rgt qfq"gurge Þeq." a cronologia dos fusiformes tem de ser gpectcfc"g"fgueqfkÞecfc."cvgpfgpfq"cq" eqpvgzvq" *igqit Þeq." rckuci uvkeq." gu/ vkn uvkeq"g."enctq"guv ."ctswgqn„ikeq+"go" que se encontram inseridos.

Gorados que foram os nossos es/ forços para constituir um quadro cro/ pq/ewnvwtcn"fg"itcxc›«q"rctc"qu"hwukhqt/ mes, recordando os escassos resultados fcu" uqpfcigpu." cu" swguv gu" fg" pfqng" interpretativa terão de passar, forçosa/ mente, pela tentativa de estabelecimen/ vq"fg"cniwocu"tgnc› gu"eqpvgzvwcku0"Ucn/ xciwctfcfcu"cniwocu"gzegr› gu."eqoq" q"GR"53;."kpugtkfq."ugo"itcpfgu"f¿xk/ das, num período contemporâneo, de/ fendemos, não sem algumas reservas, que a maioria dos EP do Vale do Sabor, rqfgt«q"ugt"gpswcftcfqu"pc"Rtqvq/Jku/ tória, sobretudo a tríade consubstancia/ fc"pq"GR"437."GR"882"g"GR"432:0" Imagem 5. Perspectiva do EP 2108.

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A proximidade física detida para eqo"q"GR"36;"ÓEcuvgnkpjqÔ."u vkq"hqtvkÞec/ do da Idade do Ferro, e as particulares tgnc› gu"xkuwcku"rctc"eqo"guvg"gzkuvgp/ tes a partir do EP 215 (como se um pos/ to de vigia se tratasse), constituem bons indícios para a inclusão dos fusiformes naquele período. Por outro lado, o re/ rqtv„tkq"keqpqit Þeq"fguvcu"vt‒u"tqejcu." não é susceptível de grandes conjectu/ tcu" swg" uwrqtvgo" guvc" jkr„vgug." ckpfc" swg" pq" GR" 432:" g" pq" GR" 882." cniwocu" kpeku gu" ug" eqplwtgo" hqtocpfq" ugvcu." Þecpfq"c"f¿xkfc"ug"guvcu"cfokvgo"woc" leitura cinegética (enquanto armas) ou apenas morfológico e descritivo. No mesmo sentido, os frisos de fusiformes presentes em cada um dos exemplos ci/ vcfqu."u«q"gswkrct xgku"c"cniwpu"gzgo/ rnctgu" fgvgevcfqu" pc" Egtfcpjc." ewlqu" mais antigos são atribuíveis à 2º Idade do Ferro e dos quais se proclama uma associação com a escrita ibérica (Camp/ oclq."4227="Ecoroclq"g"Etcdqn

, 2009).

Relação idêntica sucede entre o EP 3656"g"q"GR"3874"ÓRqxqcfq"fc"Swkpvc"fg" EtguvgnquÔ"*cqu"swcku"ug"rqfgt ."rqtxgp/ vwtc."cetguegpvct"q"GR"845"g"q"GR"3748+." igualmente atribuível à Idade do Ferro g" fg" eqpvqtpqu" ugognjcpvgu" fq" Ecuvg/ nkpjq."ugpfq"swg."woc"xg|"ocku."q"eqp/ texto, para os suportes gravados, é for/ pgekfq"rqt"wo"u vkq"hqtvkÞecfq"ukvwcfq" na margem oposto do Rio Sabor. Com efeito, no interior do dito povoado, fo/ tco" fgurkuvcfqu" fqku" càqtcogpvqu" qu" swcku" eqorqtvco" kpeku gu" hwukhqtogu." pqogcfcogpvg"q"GR"3886"g"GR"45980"

C"hgejct"iquvct coqu"fg"tghqt›ct"c" necessidade de se obterem contextos ctswgqn„ikequ" Þ xgku" fguvcu" ocvgtkc/ lidades através da execução de sonda/ igpu" g" guecxc› gu." rtghgtgpekcnogpvg." go" cdtkiqu1càqtcogpvqu" c" eqvcu" ocku" elevadas e mais afastados de cursos de iwc." okpqtcpfq" qu" rquu xgku" ghgkvqu" destes agentes naturais de transporte e erosão de sedimentos.

AGRADECIMENTOS

Os autores gostariam de agradecer a EDP, entidade promotora do Aprovei/ tamento Hidroeléctrico do Baixo Sabor, c"Dckzq"Ucdqt"CEG"/"Qfgdtgejv."Dgpvq" Rgftquq"eqpuvtw› gu"U0C0"g"Ngpc"eqpu/ vtw› gu." eqpu„tekq" eqpuvtwvqt." cq" ig„/ grafo João Monteiro pela elaboração da ectvqitcÞc"g"cq"hqv„itchq"Cftkcpq"Dqt/ igu"rgnc"egf‒pekc"fcu"hqvqitcÞcu0 BIBLIOGRAFIA

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Referências

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