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A CIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PESQUISADORES MESTRES E DOUTORES.

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Academic year: 2021

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A CIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PESQUISADORES MESTRES E DOUTORES.

Ana Maria Pereira Erik Yudi Horiye

RESUMO

O presente projeto de pesquisa investigará a produção científica de uma área de conhecimento, que propõe uma ruptura epistemológica com a atual Educação Física, a Ciência da Motricidade Humana. Objetiva-se realizar o levantamento da produção, desde o final do século XX até o presente momento do século XXI, produção esta referente aos artigos produzidas e existentes disponíveis em revista e periódicos on line ou impressos. Há uma preocupação em identificar, de forma rigorosa e de conjunto o estado da arte, ou seja, o que se tem produzido de conhecimento em Motricidade Humana. Desse modo justifica-se o presente estudo, pois realizaremos o levantamento da produção desta área de conhecimento, seguido da análise dos principais objetivos destes estudos, tendo em vista o agrupamento por categoria dos mesmos. Para alcançar tal propósito realizar-se-á uma pesquisa de natureza qualitativa e quantitativa, primeiramente de caráter documental (Gil, 1988), visando o levantamento da produção acadêmica. E, posteriormente, se atendo a análise dos conteúdos dos resumos dessa produção (Bardin, 1977), tendo em vista a organização do banco de dados por temáticas afins.

Palavras-chave: Motricidade Humana; Pesquisa Científica; Conhecimento.

1- INTRODUÇÃO – PROBLEMATIZAÇÃO

A Ciência da Motricidade Humana

Nas últimas décadas, designadamente a partir da década de 70, temos observado uma quantidade considerável de produção de conhecimento em

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Educação Física. Entretanto, a esmagadora maioria desses trabalhos não apresenta uma sólida investigação epistemológica, desconhecendo o paradigma científico no qual se fundamentam.

A Educação Física, ainda não agregou, num paradigma comum e de forma generalizada, o jogo, o esporte, a luta, a ginástica e a dança. Aliás, se não laboramos em erro grave, é Manuel Sérgio o primeiro autor, em língua portuguesa, que além de levantar a questão da necessidade de uma investigação epistemológica, para determinar qual o paradigma em que se assenta a teorização das práticas anteriormente citadas, propôs um objeto de estudo para a área. O objeto de estudo é a Motricidade Humana, motricidade esta pautada no homem que se-movimenta intencionalmente, rumo à sua transcendência.

O fato é que no final do século passado toda a Educação Física entrou em crise e passou por um processo de crítica, seguido de revisão de seus pressupostos e fundamentos epistemológicos, ontológicos e metodológicos.

A Educação Física tem reclamado por mudanças e por revisão no que se refere à conceituação de sua identidade, à definição do objeto de estudo, à sua nomenclatura que remete somente a educação de um físico, e, também, à re-significação do campo de atuação e da intervenção metodológica.

A Educação Física questionou a sua práxis imitativa, decorrente da concepção de humano centrado no dualismo cartesiano e, ainda, de seu marco teórico oriundo das ciências médicas e de sua prática advinda do militarismo. Há que considerar uma tendência com novas proposições no âmbito da Educação Física, sendo esta mais consistente, abrangente, complexa e legítima às questões referentes à história, à filosofia, à política e à cultura, para refutar o tradicional, pautado nos biologismos do físico tão só, nos dualismos ontológicos e da falta de uma definição epistemológica.

O processo de mudanças ocorre desde a década de 70 e com mais intensidade na década de 80 do século XX. Observa-se a trajetória de alguns autores internacionais, os franceses Jean Le Boulch (1961, 1987) e Pierre Parlebas (1987), o espanhol José Maria Cagigal (1974), o português Manuel Sérgio (1986). E no âmbito nacional os brasileiros Victor Marinho de Oliveira (1980), João Paulo Subirá Medina (1984), João Bosco da Silva (1995) e

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Claudia Guedes. Todos estes preocupados com a identidade e o objeto de Estudo da Educação Física.

Manuel Sérgio, diz que “só está em crise o que está vivo”. Portanto, a crise, na Educação Física, deveria entender-se como um sinal de vida e de transformação.

Nota-se que atualmente os profissionais da área não se preocupam mais com crise do passado recente. Parece não ser relevante as discussões do objeto de estudo e de sua identidade, mas o assunto ainda não foi resolvido. Nós profissionais da Educação Física estamos nas universidades, nas escolas, nos clubes, nas academias, ou seja, lá onde, a fazer cada um a sua parte e de olhos vendados para o todo complexo.

Várias interrogações já foram respondidas: A Educação Física é um produto do cartesianismo, assentada numa ontologia em que considera o humano dilacerado em corpo e mente; está assentada e legitimada na educação de um físico tão só. Portanto, o objeto de estudo da Educação Física é o próprio físico. Ora, a Educação Física já morreu! Entretanto, nós profissionais estamos agarrados em premissas de ordem corporativa e temos medo da mudança radical, rigorosa e de conjunto.

Vamos mudando aos poucos. Aliás, a comunidade científica já diz que temos a Educação Física Tradicional e a Nova Educação Física, que é aquela que estuda o movimento humano consciente e intencional. Entretanto, toda a sociedade em geral e a comunidade científica de outras áreas do conhecimento ainda nos vêem como “instrutores de físico”. Mudanças ocorrem vagarosamente e é preciso como diz Edgar Morin que haja o equilíbrio entre o antigo e o novo.

Há, de fato, dúvidas a resolver. A crise ainda existe não tão evidente, mas presente. E, por isso, não é de se estranhar a necessidade da investigação de caráter epistemológico.

Temos algumas propostas para a Educação Física, tendo em vista a sua “cientificação”. As propostas com impacto no meio acadêmico na atualidade tem se denominado como Ciências do Esporte, Movimento Humano e Ciência da Motricidade Humana.

O estudo em questão não é novo. Entretanto, não está desatualizado. Esta questão tem incomodado há algum tempo. A Educação Física carece de

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maiores debates de caráter epistemológico e a Ciência da Motricidade Humana é uma teoria em que seus pressupostos e fundamentos podem consolidar avanços para a área em questão.

Estes aspectos apontados nos remetem a alguns questionamentos: Como está o trato acerca da Ciência da Motricidade Humana, nos Institutos de Ensino Superior e/ou Faculdades de Educação Física? Qual a produção científica neste campo de estudo? O que está sendo publicado nos artigos científicos que versam sobre a Ciência da Motricidade Humana, teoria defendida pelo filósofo português Manuel Sérgio?

A produção do conhecimento em Educação Física no Brasil.

Observa-se que a geração da produção do conhecimento em Educação Física no Brasil está atrelada aos programas de pós-graduação, principalmente os de Strito Sensu. O interesse dos professores de Educação Física no sistema de pós-graduação ocorreu devido à necessidade de formação de recursos humanos. (Castellani Filho, 1991) explica que o início desta formação ocorreu por meio dos acordos entre Brasil e Estados Unidos, especificamente o convênio MEC-Usaid e, também, com a Alemanha.

No Brasil, nos anos de 1980, os programas de pós-graduação começaram a ser organizados pelas Universidades de São Paulo e Federal de Santa Maria e, na seqüência, por outras instituições, uma vez que até então, a formação de recursos humanos ficavam reduzidas ao exterior ou a programas de pós-graduação em educação.

Todavia, destacamos que nos últimos 20 anos a produção do conhecimento cresceu muito, no âmbito da Educação Física, e está produção é realizada em sua maioria em universidades públicas, sendo estas federais e estaduais. Evidencia-se o crescimento da produção atrelada ao movimento de crescimento da área, em que se materializou na atualidade por volta de 1000 cursos de graduação em Educação Física.

Constata-se a inclusão da Educação Física no âmbito de pós-graduação materializada sua presença no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão governamental responsável pela política científica e tecnológica do país.

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A questão para refletirmos aqui neste trabalho não se restringe apenas ao crescimento das pesquisas em Educação Física, mas sim no tipo de produção científica que está sendo desenvolvida em áreas preocupada com estudos epistemológicos, nomeadamente, a Ciência da Motricidade Humana. É nesse sentido que centra o nosso interesse, o de saber o que está sendo produzido no âmbito da pesquisa científica sobre a Ciência da Motricidade Humana. De outro modo, o que apontam as pesquisas científicas em Motricidade Humana?

Faz-se necessário realizar o levantamento da produção científica de determinada área do conhecimento, tendo em vista conhecer a realidade da Motricidade no Brasil.

2- JUSTIFICATIVA

Considerando a relevância da pós-graduação Strito-Sensu na produção do conhecimento no Brasil faz-se necessário realizar um levantamento da produção, desde o final do século XX até o pressente momento do século XXI, produção esta referente aos artigos produzidas e existentes disponíveis em revista e periódicos on line ou impressos.

O interesse pela temática está relacionado ao nosso percurso acadêmico, desse modo esta pesquisa nos permitirá um contato direto com a produção científica desenvolvida pelos professores mestres e doutores em Educação Física, ou até mesmo em Educação.

O propósito de reunir e sistematizar identificará as contribuições trazidas destas pesquisas desde o final do século XX até o presente momento. O agrupamento dos artigos, num banco de dados, por temas convergentes, identificando, as temáticas, os objetivos, os resultados e as propostas desses estudos favorecerão o crescimento da área em questão.

3- OBJETIVOS

Objetivos Gerais

Levantar a produção do conhecimento em Ciência da Motricidade Humana, nomeadamente, desde o final do século XX até o pressente momento

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do século XXI, produção esta referente aos artigos produzidas e existentes disponíveis em revista e periódicos on line ou impressos

Analisar os artigos dos periódicos, com fins de identificar, as temáticas, os objetivos, os resultados e as propostas destas pesquisas.

Objetivo Específico

Sistematizar a produção em um banco de dados agrupando os artigos por temáticas e objetivos convergentes.

4- METODOLOGIA

Para alcançar tal propósito realizar-se-á uma pesquisa de natureza qualitativa e quantitativa, primeiramente de caráter documental (Gil, 1988), visando o levantamento da produção acadêmica sobre a Ciência da Motricidade Humana. E, posteriormente, dedicaremos a analise dos conteúdos dos resumos e da introdução dessa produção (Bardin, 1977).

Utilizaremos os documentos existentes na Base de Dados da Plataforma Lattes do CNPq, nomeadamente, do Banco de Currículos, que nos permitirá acesso aos artigos publicados pelos professores mestres e doutores, artigos estes resultados de pesquisas concluídas que versam sobre a temática Ciência da Motricidade Humana.

Para acessar aos documentos existentes na Base de Dados da Plataforma Lattes do CNPq, nomeadamente, do Banco de Currículos será consultado o site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, (http://www.cnpq.br), utilizando computador com software de navegação 6.0.

Na página inicial do site acessar ao link Plataforma Lattes. (http://lattes.cnpq.br/). Posteriormente, acessar ao link Buscar Currículo.

(http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do?metodo=apresentar). Será realizada a Busca de pesquisadores, nas bases de pesquisadores mestres e doutores, opção de Busca Simples sem aplicação de filtros específicos. Na lacuna de pesquisa digitaremos as palavras-chave da temática em questão, que é Motricidade Humana.

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Posteriormente, far-se-á a compilação de todo o material levantado e catalogado (Lakatos & Marconi, 1991). O agrupamento da produção do conhecimento contido nesses documentos será feito por meio de impressão ou de fotocópias e também on line. E assim, de posse de todo o material, à medida que as fontes de referências forem organizadas e reunidas, passar-se-á para elaboração do banco de dados.

5- CONCLUSÕES PROVISÓRIAS

O presente estudo ainda está em andamento, por isso, não temos as conclusões em definitivos. No entanto, apresentaremos o cronograma de desenvolvimento deste trabalho, abrangendo o período de 01/08/2012 a 31/07/2013.

No primeiro semestre:

- Realizamos o levantamento dos artigos dos mestres e dos doutores referente à temática do projeto;

- Elaboramos e submetemos trabalhos científicos decorrentes do estudo, sob a forma de temas-livres, para eventos científicos diversos;

- Fizemos a leitura de todos os artigos levantados na fase I deste referido projeto.

No segundo semestre:

- Estamos a analisar os artigos dos pesquisadores, com fins de identificar, as temáticas, os objetivos, os resultados e as propostas destas pesquisas.

- Estamos começando a redação do relatório final da pesquisa. - Participar do encontro de iniciação científica para bolsista IC/UEL.

- Elaborar e submeter trabalhos científicos decorrentes do estudo, sob a forma de temas-livres, para eventos científicos diversos;

- Redigir e submeter um artigo científico para periódico indexado;

5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CASTELLANI FILHO, L. Educação Física no Brasil: a história que não se conta. 2º ed.

Campinas, SP: Papirus, 1991.

GIL. A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1988.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos da metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.

MARTINS, J. A pesquisa qualitativa. In: FAZENDA, I. et al. Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 1989.

MASINI, E. F. S. Enfoque fenomenológico de pesquisa em educação. In: FAZENDA, I. et al. Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 1989.

MORIN, Edgar. Ciência com consciência. Portugal: Publicações Europa - América, 1990.

SERGIO, M. Educação Física ou ciência da motricidade humana? Campinas: Papirus, 1989.

________. Motricidade humana: um paradigma emergente. In: Moreira V.W. Educação física e esporte: perspectiva para o século XXI. Campinas: Papirus, 1993.

________. Filosofia das atividades corporais. Lisboa: Compendium, 1981.

________. A prática e a educação física. 2ed. Lisboa, Compendium, 1978.

________. Um corte epistemológico: da educação física a motricidade humana. Lisboa, Instituto Piaget, coleções epistemologia e sociedade, 1999.

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________. Motricidade humana: contribuições para um paradigma emergente. Lisboa, Instituto Piaget, coleções epistemologia e sociedade, sd.

________. Epistemologia da motricidade humana. Lisboa. Edição faculdade de motricidade humana, 1996.

TOJAL, João Batista A. G. Motricidade humana: o paradigma emergente. Campinas, S.P.: Editora da Unicamp, 1994.

Universidade Estadual de Londrina

Erik Yudi Horiye

Rua: Constantino Pialarissi, 225. Apto 21. Cidade Universitária Bloco N. Bairro Alto da Colina, Londrina, PR. CEP 86055-070 – erik_zard@hotmail.com

Ana Maria Pereira

Rua: Ernani Lacerda de Athayde, 188. Apto 13. Residencial Costa Esmeralda BII. Bairro Gleba Palhano. Londrina, PR. CEP 86055-630 – apereira@uel.br

Linha: Fundamentos históricos, filosóficos, e culturais da educação na Educação Física.

Referências

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