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A inserção da temática indígena no currículo escolar

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Academic year: 2022

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A inserção da temática indígena no currículo escolar

Igor Meireles Bagdadi Viviani Anaya

Resumo:

O presente trabalho tem como propósito apontar questões sobre a temática indígena e a sua inserção dentro do currículo educacional e abordar superficialmente a questão do poder no que se refere a essa temática na educação. O objetivo da pesquisa é mostrar a necessidade da inclusão da temática indígena na educação para a formação de um cidadão coletivo e os entraves para o alcance desse objetivo.

Palavras Chave: Temática Indígena; Educação; Currículo Educacional; Ensino Médio.

Abstract:

The purpose of the present work is to point out issues related to the indigenous theme and its insertion within the educational curriculum and to superficially approach the question of power when it comes to this theme in education. The objective of the research is to show the need for the inclusion of the indigenous theme in education for the formation of a collective citizen and the obstacles to the attainment of this objective.

Key Words: Indigenous Thematic; Education; Educational Curriculum; High School.

Introdução:

Se tivesse que definir Currículo, atualmente, em uma frase, diria que é uma política educacional que seleciona a (as) cultura (s) social (is) que/como serão abordadas em

instituições com fins educativos. Por si só, essa rasa definição já retrata como a sociedade se comporta com a questão indígena, seja nas instituições educacionais ou fora delas.

Definir currículo não é tarefa fácil, considerando sua complexidade, tanto em termos prescritos quanto na aplicabilidade em sala de aula, em relação à questão indígena a

dificuldade emerge potencializada. O currículo engloba toda a prática escolar, desde a carga horária a ser cumprida até a contratação de novos profissionais. Portanto, ações

administrativas e pedagógicas. É um artefato tão complexo que podemos “[...]encontrar-se com perspectivas diversas que selecionam pontos de vista, aspectos parciais, enfoques

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alternativos com diferente amplitude[...]” (SACRISTÁN, 2017, p. 14), diferentes formas de abordagem para sua definição. Porém, podemos dizer que o currículo educacional é um conjunto de práticas que tem como fim funções sociais e culturais dentro de uma intuição de educação, formando, portanto, intrinsecamente, um sistema social, com particularidades e especificidades, a considerar as diferentes instituições de ensino, com funções sociais e culturais selecionadas, a partir desses diversos subsistemas.

Se a questão curricular é o principal pilar de sustentação educacional, sendo elaborado de acordo com a cultura e sociedade onde se insere, visto que toda a educação é um recorte cultural, a pressão que tal instituição sofre de agentes externos para compô-lo nos aponta que esse artefato não é neutro. Todas as temáticas que provocam inquietações para compreender a realidade, de alguma maneira estão ligadas ao currículo, estando ou não presente nele.

Compreender essa dinâmica nos fornece elementos para entendermos a estrutura educacional que afeta o debate da temática indígena, como componente curricular, bem como elemento cultural e social.

Análise e Discussão de Dados:

Professores, alunos, pais, agentes administrativos, governo, agentes sociais, influenciam na montagem do currículo, em âmbito nacional ou institucional; todos nós somos agentes influenciadores curriculares, sempre em conflito com valores dominantes ou dominados da sociedade. A ideologia adotada por cada instituição se reflete na estrutura curricular e na forma como esses conhecimentos serão reverberados para seu público, interno e externo à escola, enquanto projeto educacional. Ilustrando, escola religiosa, em geral, terá em seu projeto educacional, um ensino religioso que se adeque a suas crenças, enquanto um colégio militar terá aulas de cunho pedagógico militar, em uma perspectiva hierarquizada.

“[...]no mundo educativo, o projeto cultural e de socialização que a escola tem para seus alunos não é neutro. De alguma forma, o currículo reflete o conflito entre interesses em uma sociedade e os valores

dominantes que regem os processos educativos. ” (SACRISTÁN, 2017, p. 17)

Por tanto, em um país pluricultural, onde a maioria das crianças, adolescentes e jovens, têm acesso à cultura dentro do ambiente educacional, devemos a todo momento questionar que cultura é essa, adotada como única a ser ensinada e qual cultura foi desprezada e por quê. Por quais motivos, a despeito de um preceito legal, o ensino de História e Cultura afro-brasileiras e indígenas é minimizado frente aos conteúdos que contém a cultura europeia, abordando, detalhadamente, acontecimentos, nomes de diversos povos, países, pessoas em destaques e diversas datas precisas de acontecimentos, todavia, existe uma lacuna em relação ao saber básico da temática africana e indígena, sobretudo. Frise-se, essas temáticas são, em geral,

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inexistentes nas disciplinas das áreas de exatas e biológicas da educação básica e, não raro, no superior, em cursos de formação de professores.

Ter conhecimento das culturas, inclusive a europeia, que originou esse país multicultural é muito importante, mas não podemos negar que há um planejamento de valorização de

algumas e de apagamento em relação a outras. Quando pressionadas pela sociedade para esse aprofundamento em ambientes escolarizados, são tratadas como cultura rebaixada, uma outra cultura distante da nossa, não pertencente a um “normal” civilizatório.

Importante frisar que a Educação e o currículo, isoladamente, não são capazes de resolver problemas estruturais sociais de uma sociedade (SACRISTÁN, 2017), a considerar que a escola e, consequentemente, o currículo, refletem e retratam escolhas sociais e culturais, formadora da sociedade. Outro aspecto se refere, propriamente, aos conteúdos escolares organizados para a formação em nível superior. Abordar, apenas, questões acadêmicas relevantes, somente de forma introdutória, fere o preceito maior de formação para formar o formador. Parece jogo de palavras, mas a formação docente começa com conteúdos

curriculares, que darão a base para a atuação docente, em espaços concretos. Contextualizar esse debate é fundamental para o desenvolvimento crítico e autônomo do professor.

A cultura no Brasil é extremamente diversificada, não sendo tarefa fácil fazer as escolhas curriculares. O que ensinar? Como ensinar? Quando ensinar? Como atender às necessidades da sociedade atual? O entrave não está somente no currículo, mas em seus agentes sociais, que determinam o que é importante ensinar. Um sistema enraizado em uma cultura

eurocêntrica, determina que os agentes sociais não imprimam as mudanças necessárias para abarcar temáticas outras, sem muito apelo social e secundarizadas no cômputo de tantos conteúdos curriculares.

Superar o currículo estabelecido nunca foi e não será uma tarefa fácil, será sim algo complexo, é impossível criar um currículo comum nacional para um país do tamanho do Brasil e com a diversidade cultural existente nele, sem que debata a questão curricular básica com todos aqueles que estejam diretamente ligados como agentes influenciadores do

currículo, sem considerar as desigualdades existentes no país e sem uma boa formação pedagógica e igualitária, no quesito cultural, dentro dos cursos de licenciatura? Quando uma cultura estabelece um certo predomínio em cima da outra, os privilegiados se ligam com a cultura dominante enquanto os menos favorecidos tendem a, de forma forçada, distanciarem do mundo cultural, e se não tivermos cuidado, qualquer material didático, inclusive o próprio professorado se tornará o espelho da cultura dominante. Podemos encontrar uma solução para um currículo nacional, porém não comum, em quesito conteúdo, em Anaya e Teixeira (2007, p. 14) quando dizem “[...]propostas de flexibilização do currículo como forma de favorecer e otimizar a afirmação da cultura local[...]”, ressaltando a “[...]necessidade de situar a

aprendizagem de saberes em conexão com a experiência dos alunos. ”

Há diversas formas de abordar a diversidade cultural que vai além do básico dentro das instituições educacionais, como por exemplo o uso de atividades extracurriculares, visando

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também o ensino integral onde elas aconteceriam no contra turno. Matérias optativas também é uma forma interessante, onde na grade horária normal seria estabelecido um horário para várias matérias oferecidas onde os alunos teriam a liberdade de escolher qual iria querer cursar. Uma outra forma é a inclusão dessas temáticas dentro de uma mesma matéria já existente, como por exemplo, quando se fala sobre a Era Vargas, o docente iria introduzir a questão dos povos originários, ou até mesmo quando se falar da perseguição política dentro do período da Ditadura Militar, falaria também da perseguição contra esses povos nativos.

Mas para essas abordagens se tornarem eficientes, é necessário um debate entre todos os agentes diretos das escolas, ou seja, professores, administração pedagógica, alunos e pais, sobre a ampliação do currículo, que implica necessariamente em reformular o sentido dos saberes clássicos e se realmente são necessários em toda a sua totalidade, ou se poderiam ser ensinados de formas diferentes.

Na maioria das vezes, esse tipo de ação desencadeia, não só em pais, mas também em professores, a discussão sobre o valor de cada conteúdo, normalmente parte de uma cultura julgada como herança valiosa, mas que muitas vezes foram impostas de formas violentas a tempos, que nem se quer é possível reconhecer, sem muitos estudos, essa violência, fazendo acreditar em um “natural”. Sacristán (2017) nos fala sobre o que é considerado

“conhecimento valioso” por professores e pais, fazendo com que até os alunos embarquem nessas ideias, e como que esse pensamento atrapalha na evolução curricular que consiste na sua mudança já que docentes e principalmente responsáveis “têm expectativas mais altas para que seus filhos sigam estudos secundários e temem que o novo currículo possa lhes tirar possibilidades. ” (p. 66).

Existe uma grande diferença entre a forma do currículo do ensino básico e do superior, mas quando se trata dos cursos de licenciatura, os dois batem em um mesmo problema, a lentidão de sua evolução. Quando uma escola demora para incorporar um novo sistema curricular, ou retarda a aprovar um novo currículo mais moderno, suas práticas entram em contradições, enquanto em um lado está dito para serem conduzidas certas práticas, do outro, o corpo docente, está trabalhando através de atividades extracurriculares dentro do horário dedicado para as atividades curriculares, tentando encaixar uma nova prática dentro da velha, quando na verdade a velha deveria ser desfeita para a entrada da nova.

No Brasil, temos diversas políticas públicas educacionais, que direcionam os currículos, tanto das escolas públicas quanto das particulares e nelas podemos entender melhor como a

questão indígena, apesar de conquistar seu espaço, continua apagada por um sistema conservador e culturalmente dominante existente dentro da educação brasileira.

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Podemos pegar como exemplo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), que é de 1996 e continua atual com algumas modificações. Focando na questão indígena, tema dessa pesquisa, temos em um certo momento que essa política pública diz que quando ensinado a temática de História do Brasil, o professor deverá abordar as contribuições culturais e étnicas de matrizes indígenas, africana e europeia. O que vemos acontecer na maior parte durante a prática, é que os professores acham que falar sobre a escravidão negra e indígenas aldeados, já estão falando da contribuição dessas matrizes e depois focam

totalmente na europeia, o indígena só é indígena até a chegada dos africanos, depois se tornam aldeados e “civilizados”, os negros só são negros enquanto são escravizados e depois se tornam trabalhadores e pobres. Conseguimos perceber que na teoria, temos algo e na prática é feito diferente, isso reflete muito sobre a formação dos professores, não só dentro da universidade, mas como foram educados no ensino básico, antes do profissionalizante, e passaram a ver o mundo.

A única presença sobre a questão indígena na educação de pessoas não indígenas na Lei de Diretrizes e Bases da nossa educação, é que precisamos utilizar as contribuições culturais e étnicas. Ou seja, além de incluir somente a História do Brasil, e no caso da lei 11.645 destacar Artes, Literatura e História, a LDB deixa de lado a importância da contribuição da cultura indígena das áreas da Física, Matemática, Química, Biologia, Geografia, Sociologia e diversas outras que podemos incluir, de forma direta, levando à falsa interpretação do corpo docente ao achar que não devem falar sobre a história e cultura indígena em suas aulas.

A BNCC (Base Nacional Comum Curricular), dá mais detalhes sobre o que será dado na questão cultural e étnica, quando falamos da questão indígena. Na educação infantil, podemos ver em vários momentos a questão da cultura, de saber respeitar a diversidade cultural, mas nada especificamente na questão indígena, lembrando que na educação infantil é onde temos um dos piores momentos de ensino sobre a cultura indígena, o “Dia do Índio”, que costumeiramente vemos crianças utilizando pinturas dos povos nativos do nosso país, às vezes com pinturas que nem existem e outras com pinturas com significados religiosos e importantes que pode ser lido com desrespeito ao fazê-la sem orientação de um líder indígena, levando em consideração que cada povo tem sua pintura e que, durante essas

“representações” nunca é especificado que pintura é aquela, com qual significado e da onde pertence. Muitas vezes os educadores justificam essas ações com a alegação de inclusão e respeito a diversidade cultural, sendo que os próprios indígenas consideram essa atitude um desrespeito a sua cultura e que não conseguem se ver inclusos em uma sociedade com pessoas não indígenas utilizando sua cultura de forma banal, natural, enquanto que eles sofrem preconceitos e até agressões verbais e físicas por praticarem livremente a sua cultura.

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Quando entramos na questão do Fundamental, encontramos, nos anos iniciais e finais, a temática indígena, pouco abordada, nas matérias de Língua Portuguesa (abordando a variedade linguística no Brasil, não somente indígena), Artes (abordando a questão artística de todas as culturas brasileiras, incluindo a indígena). Educação Física (somente nos anos iniciais, abordando jogos esportivos e danças), nas ciências da natureza podemos encontrar uma orientação para abordar outras formas de conceber o mundo como o conhecimento indígena, mas nada mais especificado como nas outras matérias, em Geografia (somente no 4° e 7° anos, sobre a questão da territorialidade dos povos originários), no Ensino Religioso também encontramos orientações para o destaque de religiões de matriz indígena, em História podemos ver uma grande variedade de assuntos, como a questão das pinturas, a forma de contagem (que poderia ser utilizada em Matemática), a migração de povos, a forma de enxergar a passagem do tempo em diversas culturas diferentes, entender os hábitos sociais e culturais dos indígenas não só do Brasil, as formas de organização política, sobre a FUNAI, sobre as políticas de extermínio indígena e etc.

Isso tudo somente nos anos iniciais e finais do Fundamental, podemos ver que há uma carga massiva em cima do ensino de História, a matéria que foca intensivamente no passado, enquanto que em matérias que normalmente visam o presente e o futuro como Ciências, não são encontrados ou encontramos somente alguma orientação de ser abordado alguma questão, porém sem especificação como é feito em outras matérias como a de História. Ao analisar a BNCC do Fundamental, podemos concluir que há uma construção curricular para deixar a história dos povos indígenas no passado, reforçando um estereótipo de que os indígenas tradicionais são aqueles que vivem no meio da floresta, com somente o que a natureza pode lhes oferecer em matéria bruta e sem contato com uma civilização urbana, e que quando uma pessoa que pertencente a algum desses povos decide ir pra cidade, fazer faculdade, morar fora de sua aldeia, ele passa de povo nativo para pessoa “normal” ou “civilizado”, deixando de ser indígena.

Quando paramos para observar a parte do Ensino Médio não vemos muitas diferenças, podemos encontrar na Área de Linguagens e Artes falando sobre a questão cultural artística e a Língua Portuguesa falando sobre a questão literária, o problema é que na prática, ao invés de se utilizar literatura indígena para se ensinar sobre a questão dos povos nativos, é utilizado livros como Iracema de José de Alencar. Já na Área de Matemática e Ciências da Natureza, não encontramos nenhuma especificidade ou orientação. Na Área das Ciências Humanas e Sociais, encontramos a questão indígena inclusa na questão da construção de pensamentos, na questão econômica, socioambiental e sobre protagonismos políticos dos povos.

Vemos que no Ensino Médio já começamos a encontrar algo ligado ao presente, mesmo ainda enraizando demais o passado, porém ainda encontrando a exclusão desses povos das

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Áreas da Natureza e Matemática, levando ao aluno crer que esses povos não obtiveram esse conhecimento antes da ciência europeia, ou então a crer que eles tinham de alguma forma, porém primitiva. A BNCC define os direitos e objetivos de aprendizagem de ensino dos níveis educacionais do país, sejam eles públicos ou privados, porém as especificidades ficam a cargo de suas administrações, sejam elas grupos privados educacionais, da escola, do governo estadual ou municipal, fazendo com que algumas áreas como a de Ciências no Fundamental que só tem uma orientação de aplicar uma visão de mundo indígena, deixe um vácuo enorme do que se deve ensinar nesse momento, fazendo com que muitas vezes não sejam nem mesmo cumpridas.

Foi percebido que a discussão sobre PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) e BNCC (Base Nacional Comum Curricular) no decorrer da pesquisa é a mesma, e para não haver uma redundância dentro da pesquisa e continuar batendo no mesmo assunto, podendo entrar rapidamente em outras questões, a pesquisa irá se reportar somente a BNCC.

O currículo e as políticas públicas educacionais e curriculares, são uma expressão de práticas e orientações pedagógicas baseadas em experiências culturais e sociais devidamente

selecionadas e sequencializadas para a formação de um cidadão que atenda aos interesses do Estado. Com base no que foi visto anteriormente, podemos notar qual cidadão o Estado pretende formar frente a história, cultura e realidade indígena.

Na nossa tradição histórica, temos uma necessidade de controle educacional e cultural, como ensinar e o que ensinar. Isso reflete na questão indígena quando esse tipo de ensino era inexistente e após a lei de 2008, o ensino virou obrigatório, porém, ainda de forma controladora e reforçando preconceitos, concluindo então que na nossa sociedade “[...] as decisões sobre currículo tem sido patrimônio de instâncias administrativas que

monopolizaram um campo que, nesta sociedade, sob a democracia, deveria ser proposto e gestionado de forma bem diferente da qual se tem conhecimento. ” (SACRISTÁN, 2017, p.

10), com isso, não podemos ver um ensino da temática indígena na educação básica que atinja a democracia.

A posição do governo brasileiro, em nível federal, estadual ou municipal, adotada frente a cultura indígena é de um controle para permanecer em uma visão inferior na nossa sociedade, a grande diferença de antes e depois da lei de 2008 é que os alunos passaram a conhecer mais sobre a existência desses povos, porém ainda em uma visão colonial, ou seja, se passaram séculos que os portugueses chegaram e colonizaram esse território, séculos que a colônia acabou, séculos que a escravidão física e cultural não é mais permitida, e mesmo assim os povos indígenas continuam sendo vítimas de tentativas de colonização pela nossa sociedade e a escola, em geral, reforça esses valores legitimando a permanência de uma sociedade doente

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e preconceituosa, ao invés de fazer seu papel de formar um cidadão que respeite, aceite e conviva com outras formas de viver e ser.

Nenhuma pessoa, com algum senso de coletivismo, nem mesmo aqueles que não tão ligados diretamente a área educacional, negaria que a inclusão de cada vez mais cultura distintas dentro do ensino é essencial, principalmente quando a maior parte do público atingido, os alunos de escolas públicas, não continuarão para um ensino superior, onde aprofundariam o aprendizado em áreas específicas. Mas ao mesmo tempo quando se tenta mudar o currículo, aumentando ou diminuindo certas áreas não mais consideradas necessárias ou atuais, há grandes problemas, primeiro com os educadores que insistem em continuar com um ensino tradicional e conservador, por simplesmente estarem acomodados com a atual situação ou por terem aprendido a darem aula somente de uma forma e como se ela fosse a única correta, e em segundo, com os pais que podem achar que irá prejudicar seu filho futuramente ou que a cultura inserida tem um, o que Sacristán (2017, p. 66) chama de, “valor de troca” menor do que a anterior, por isso se entende, novamente, que não é uma tarefa fácil a alteração do currículo, principalmente quando se trata da questão indígena, mas é necessário fazê-la para podermos viver em uma sociedade mais igualitária e respeitosa com toda a pluralidade nela existente.

Cada vez mais podemos ver que é mais fácil encontrar conhecimento sobre cultura e atualidade indígena em atividades e meios extraescolar, ou seja, formas como meios de comunicação, redes sociais, visitas a museus, a aldeias abertas ao turismo, revistas científicas e muitas outras formas, e a pergunta que fica no ar é por qual motivo então continuamos com todos os problemas frente a cultura e vivência dos povos originários na nossa sociedade e principalmente nas instituições escolares básicas?

A escola cada vez mais obsoleta frente a alguns temas e culturas é também um projeto curricular, o cidadão médio, médio alto e alto tem grande acesso à cultura externa a instituição escolar, ou estudam em instituições de ponta que dão conhecimento além do básico para esses alunos, fazendo com que o acesso a essa cultura seja limitado e selecionado para certas classes. Outra questão é a terceirização dos meios de obtenção desses temas, quando a escola deixa de abordar esses temas e culturas, outros meios irão fazer, muitas vezes sem uma abordagem pedagógica ou com bases científicas, porém de forma muito mais atrativa, fazendo com que o aluno de classe baixa, média ou alta, quando acessam esse conteúdo podem estar correndo risco de não estar sendo trabalhado uma consciência crítica e sim só sendo mais um elemento de alienação e consumo.

Livros, vídeos, televisão, internet “[...]todos esses meios podem competir com uma grande vantagem com a instituição escolar, porque são muito mais atrativos que os livros-texto ou os

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métodos dos professores e o pobre material de que a maioria das escolas dispõe. ”

(SACRISTÁN, 2017, p. 72) e a culpabilidade está nos gestores públicos que permanecem com um currículo atrasado, fazendo com que haja um esvaziamento escolar e tornando a instituição educacional, a partir de um certo momento, somente um local obrigatório até completar seu ciclo, pois o conhecimento obtido por fora é muito maior a mais atrativo do que dentro dos ambientes educacionais. Esse tipo de projeto aumenta a evasão escolar e o desinteresse do aluno pelo local de educação básica.

O currículo é montado de tal forma, com elementos sociais e culturais, que poderíamos dizer que ele reflete uma organização social, por isso não existe análise de currículo de forma imóvel ou neutro, mas sim como algo em movimento que se altera e de adequa para a realidade dos seus componentes ativos, como professores, alunos, pais, forças sociais, governo e grandes pensadores.

A interferência do Estado na organização da vida social passa pelo currículo, a ordenação de conhecimento, o que cada uma vai aprender, o que é considerado o mínimo essencial para ser ensinado e aprendido, tudo isso passa pelo governo nacional, e se uma classe social obtém mais aprendizado do que a outra, isso reflete muito do que o poder federal projeta para sua sociedade. Podemos ver o resultado disso muitas vezes no mercado de trabalho, aqueles que pertencem a classe intelectual ou de profissões consideradas de classe social alta,

normalmente vieram de instituições escolares de alto nível, ou de classes sociais mais abastadas. Ao vermos aqueles que, em sua maioria, trabalham em áreas que necessitam um maior esforço braçal ou consideradas profissões longe de atingirem a classe alta, são ocupadas por classes médias e baixas. Essa questão do conhecimento, de onde vai estar o saber, a classe intelectual e a classe braçal, influencia até mesmo quem vai ingressar na universidade e quem ficará de fora. A democratização do saber é um projeto que passa pelo currículo, ela existe, porém, está longe de atingir o mínimo aceitável.

Não haverá forma de mudança da sociedade pela educação se não houver uma alteração curricular, e isso não passa somente pelo ensino básico, mas também pela formação de professores, o currículo do ensino superior dos cursos de licenciaturas também necessita de mudanças e de um entrelaçamento com a educação na prática. Por isso é muito importante analisarmos também os professores frente a questão curricular.

Tornar o estudo de currículo como matéria obrigatória de todas as licenciaturas é uma forma de reafirmar e evidenciar a importância desse saber para esses profissionais e a relação da escola e educação com a cultura. “Não existe política mais eficaz de aperfeiçoamento do professorado que aquela que conecta a nova formação àquele que motiva sua atividade diária:

o currículo” (SACRISTÁN, 2017, p. 10), ou seja, o principal realizador das práticas

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curriculares não ter estudo sobre o que é de fato currículo e como ele influencia até mesmo em como é organizada sua sala de aula, é uma lacuna que deve ser preenchida rapidamente.

Podemos ver o que acontece quando professores têm consciência do peso de saber sobre a questão curricular e como aplicar a cultura na instituição que trabalha. Quando o docente detém esse conhecimento, ele consegue, junto com seus colegas, fazer pressão no corpo administrativo da escola ou governo, seja como forma de manifestação ou dentro de sala de aula, descumprindo partes do currículo vigente, fazendo com que sofra mudanças.

O que podemos nos questionar é, uma dessas pressões que foi feita, ajudou a gerar o

resultado da Lei n° 11.645/08, que agrega a Lei n° 10.639/03, que antes obrigava o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira e agora tem também a história e cultura indígena.

Mas, será que mesmo após essa mudança curricular, obrigando esse ensino, nós vemos mudanças eficazes? Que há mudança não podemos negar, os jovens hoje em dia que

passaram pela educação básica desde 2008 tem um olhar diferente para a questão indígena do que aquelas que concluíram antes da lei, mas será que esse olhar é o adequado?

Sabemos que não é só nosso ensino básico que tem uma visão eurocêntrica, a formação do profissional de História como professor também, já que somos ensinados não só com uma carga altamente pesada de questões europeias como somos ensinados a analisar muitas partes da história do nosso país pela visão do europeu, por exemplo quando analisamos período colonial e imperial, principalmente, pela visão dos colonos e da família real, descartando ou quase não mencionando a questão indígena e suas resistências, é uma forma de apagar parte da nossa história ou atrelá-la necessariamente a uma visão exclusivamente europeia, prova disso é que o próprio professor de história saberia dizer mais nomes de europeus que marcaram nossa história do que de personagens indígenas, ou acontecimentos em que se estabeleceu vitória europeia durante a colonização e não saber falar das vitórias indígenas.

Inclusive o pesquisador dessa pesquisa.

Por isso a importância de mencionar o aperfeiçoamento da formação de professores, de História ou outra matéria, de assuntos como a questão curricular que obriga o formando a questionar, desde sua formação universitária, o sistema educacional, e mostra para ele formas de lutar por uma evolução do ensino. O verdadeiro valor do currículo para o aluno é aquilo que o professor interpreta dele e passa para o educando. Por isso que o aperfeiçoamento das práticas pedagógicas do educador frente ao que é expressado no sistema curricular adotado é de extrema importância, não se limitando a um campo específico de conhecimento e sim a um plano completo que abarque todo o necessário para a estruturação do conhecimento do discente. Sacristán (2017) nos mostra como o trabalho pedagógico curricular é muito complexo, sendo definido a primeiro nível a instâncias políticas, definindo as grandes áreas pedagógicas, depois ainda tem a instituição educacional fazendo suas escolhas individuais de

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ordem social e cultural que afetam diretamente a sua comunidade escolar, e várias outras fases até chegar na aplicabilidade do mesmo em sala pelo professor. Por isso é muito

importante que o professorado tenha noção do que vem prescrito antes do seu contato com os componentes curriculares para compreenderem a montagem dos diversos conteúdos e

atividades que engloba sua sala de aula, para assim saber como aplicá-la e quando deve modificá-la e como fazer isso.

Mesmo que um professor tenha especialidade em uma certa área específica, pegamos o exemplo de um professor com muitos estudos na temática indígena do Brasil, a carga intelectual que exige esse professor obter para que ele possa utilizar desse conhecimento de forma que ainda seja aceitável dentro da matriz curricular selecionada pela escola é muito grande. Se o professor de História tiver que dar Era Vargas, e tiver especialização na temática dos povos originários brasileiros, ele terá que saber como organizar o conteúdo da dita

“Marcha para o Oeste brasileira” com a questão populista, trabalhista e industrial que tem que ser dita nas aulas dessa temática para poder estar dentro dos conteúdos curriculares, sem mencionar as habilidades e competências que terão de ser abordadas.

Porém, não se pode pôr nas costas do professor toda a carga conteudista que ele necessita passar para seus alunos de diversos segmentos e instituições diferentes e de matrizes curriculares, muitas vezes, distintas. Além disso, tanto o professor quanto o seu curso de formação não conseguem se adequar na mesma rapidez que a informação e pesquisa do mundo atual, por isso temos os materiais didáticos. Eles são uma ponte do conteúdo, das habilidades e das competências entre o currículo e o professor, que deve ser usado com muito cuidado entre o professor e o aluno.

Se o conteúdo cultural é o que constrói o ensino, temos que analisar a matéria que está presente nesses materiais didáticos, em especial o livro didático, que é o material mais utilizado pelos professores para se apoiarem, principalmente, nas temáticas que não tem muito aprofundamento ou especialização. Levando em conta que grande parte da parcela populacional do nosso país tem acesso a culturas diferentes em ambientes educacionais, quais culturas e como essas culturas são abordadas nesses materiais para os alunos.

A nossa cultura é muito diversificada, não somente em questões regionais, mas também étnicas, e por isso existe uma grande discussão sobre o que é considerado componente de um conhecimento valioso para ser dado como ensino básico. Quando surge pesquisas científicas que comprovam algum erro no que é ensinado, por exemplo, quando pesquisas históricas reconhecem que o bandeirismo foi genocida, e que as terras exploradas no interior do Brasil por eles e a riqueza levada para São Paulo e a corte portuguesa através de rios de sangue e escravidão promovidos pelos bandeirantes, os livros didáticos deveriam alterar as falas que

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mostram eles como heróis desbravadores e conquistadores de grandes riquezas que “apesar dos pesares”, fizeram um bom trabalho para sociedade.

Mas alterar esse conteúdo e da forma que ele é abordado pode ser o início de uma discussão, necessária, porém cansativa, entre responsáveis e professores que reconhecem esse tipo de conteúdo como “natural”, e acreditam que é o “certo” ou então que mudar trará prejuízos conteudista para as gerações que estão estudando essa temática ou as futuras. Muitas vezes essa crença de que conteúdos que já não refletem a área de conhecimento nos dias de hoje são

“corretos”, vem de uma criação, uma cultura individual de família ou classe, que de nada soma com a construção de uma sociedade justa e com igualdade nos direitos coletivos e individuais.

As disciplinas e seus conteúdos que formam a área do saber curricular básico, muitas vezes são selecionadas de forma arbitrária, sem consenso com o corpo de professores e outros que estão ligados diretamente a instituição escolar, quando falamos de educação pública, essa decisão muitas das vezes não levam em conta a parcela da população que vive naquele município, estado ou país. Essas decisões estão refletidas nos materiais didáticos e o livro ele traz isso com ele, de forma não atrativa para o aluno, mas sim para a escola e aqueles que têm poder sobre ela.

Como já foi dito, é um absurdo achar que o professor deve conter todos os conteúdos de forma aprofundada dentro do seu intelecto, não só por ser muita informação, mas também pelo fato de estarmos tratando de ciências e os conteúdos científicos não são estagnados, estão em completo movimento e se alterando a todo momento, não tem como um professor dar conta sozinho de todo o conteúdo atualizado de sua disciplina e ao mesmo tempo preparar aulas e botá-las em ação. Mas por outro lado não podemos depender somente de um material pedagógico específico. O livro didático é muitas vezes criticado, principalmente por

profissionais da História, e no caso dessa matéria por trazer um revisionismo ou estar totalmente desatualizado, porém poucos são aqueles que se utilizam de diversos materiais didáticos em suas aulas.

Segundo Sacristán (2017, p. 151) “A necessidade de elaborações intermediárias do currículo para os professores, sendo uma necessidade conjuntural, não pode nem deveria se converter numa prática de controle e desprofissionalização dos professores, mas ser um meio entre outros possíveis e necessários. ”, por tanto, existe atualmente uma dependência do

professorado a certos materiais didáticos que refletem o currículo e tracem as estratégias e a programação de ensino, que deveriam ser traçadas pelo próprio professor. Esse tipo de ação faz com que, com o tempo, esses meios controlem a prática profissional dos docentes, e regulam as mensagens culturais passadas em sala de aula, refletindo muitas vezes no modo de

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pensar até mesmo dos professores, que teoricamente já passaram pela obtenção de conhecimento, habilidades e competências básicas.

Devemos lembrar que muitos dos materiais pedagógicos, como os livros didáticos, são obtidos através do mercado, logo, através de empresas que produzem esse material com um ideal mercadológico e que nem sempre tem incluso um ideal pedagógico. Ou seja, se tal material continua vendendo bem, mesmo que atrasado culturalmente, não existe motivos para suspender suas vendas e renová-los, na verdade em uma política mercadológica, vale mais vender tanto o livro atrasado tanto o atualizado, a fim de lucrar cada vez mais, pois o capital financeiro é mais importante do que o capital intelectual produzido na maioria das salas de aula brasileiras, ou seja, escolas públicas. Sempre é bom entender também a importância do livro didático, como já foi dito, um professor necessita dele para suporte em suas atividades pedagógicas, porém é necessário entender a lógica mercantil por trás desses materiais a fim de converter situações como a que vivemos hoje nos livros de História, principalmente as que abordam a História do Brasil e a temática indígena presente nesses livros.

A prática da utilização de materiais intermediários do currículo não pode anular a profissão do docente. O professor não é somente aquele que transmite um conhecimento já pressuposto em materiais didáticos com um “dom” da explicação. Se tornar professor é aquele que

reconhece as práticas pedagógicas envolvidas no seu meio e saber dialogar com o material didático presente. Não podemos deixar que esses intermediários curriculares se convertam em controladores do que será dado dentro de sala de aula pelos professores. Aí que entram certas políticas curriculares que deveriam fiscalizar e aumentar a diversidade dos materiais didáticos utilizados, tornando-os eficazes tanto no auxílio dos professores dentro de sala de aula, quanto em sua formação profissional.

Conclusão:

Permitir que a lógica mercantilista permaneça dentro das raízes da educação, é permitir que poderes privados regulem de alguma forma o currículo e a produção e distribuição de materiais didáticos que contém temáticas, como a indígena, que influenciam na visão de mundo cultural e social de alunos e, de certo modo, professores. Algo que nunca terá fim se levarmos em conta o sistema político econômico que vivemos, onde o lucro financeiro sempre estará acima do intelectual, social e cultural. O conservadorismo e o liberalismo são um câncer em estágio terminal dentro do sistema educacional, que no início parece que está tudo bem, que está melhorando, até que decretamos o fim de uma educação de qualidade e igual para todos.

(14)

“A educação obrigatória, desde uma ótica democrática, não tem a função de ser hierarquizadora dos alunos para que continuem pelo sistema escolar, mas a de proporcionar uma base cultural sólida para todos os cidadãos, seja qual for seu destino social. Mas a tradição histórica seletiva e

hierarquizadora, que afeta muito diretamente o professorado, configurada pela tradição academicista e pela ideologia dominante nos sistemas educativos seletivos, é um produto da função dominante que os currículos vêm desempenhando.

Mentalidade que se transferiu para a educação básica, que são mais amplos quanto a aspectos culturais, exigem uma

transformação nessa concepção, nos processos metodológicos e mudanças importantes especialmente no professorado, que é seu principal mediador. Caso contrário, serão os velhos esquemas os que darão significado concreto a qualquer inovação que se introduza. ”

(SACRISTÁN, 2017 p. 67)

A citação acima é uma parte do pensamento de José Gimeno Sacristán que reflete de forma ímpar ao pensamento sobre educação nessa pesquisa, onde mostra que nossa educação é hierárquica, que reforça o poder de uma cultura, eurocêntrica, predominante em detrimento de outra, no caso desta pesquisa a indígena, e que não teremos mudanças significativas sociais caso não se mude a formação profissional desses professores, que precisa ser

anticolonial e contra os velhos esquemas que comandam a educação brasileira a muito tempo e que mantém o poder em uma esfera específica e longe do povo, seja ela de qualquer etnia ou raça.

Referências:

ANAYA, Viviane; TEIXEIRA, Regina Célia. A sociedade contemporânea e a flexibilidade curricular das escolas Plural e Kanamari: os estudos culturais e sua importância no

currículo oficial . Revista e-Curriculum, v. 2, n. 2, junho de 2007.

BRASIL. Lei n° 10.639, de 09 janeiro de 2003. Brasília: MEC, 2008.

___________. Lei n° 11.645, de 10 março de 2008. Brasília: MEC, 2008.

___________. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.

___________. LDBN 9394/96. Brasília: MEC, 1996.

COSTA, Luís César Amad; MELLO, Leonel Itaussu A. História do Brasil. 11 ed, São Paulo: Scipione, 2001.

(15)

COSTA, Luís César Amad; MELLO, Leonel Itaussu A. História Geral e do Brasil: da Pré- história ao século XXI. São Paulo: Scipione, 2008.

DORIGO, Gianpaolo; VICENTINO, Cláudio. História para o Ensino Médio: História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, Série Parâmetros, 2007.

DORIGO, Gianpaolo; VICENTINO, Cláudio. História para o Ensino Médio: História Geral e do Brasil. 2 ed, São Paulo: Scipione, Série Parâmetros, 2005

DORIGO, Gianpaolo; VICENTINO, Cláudio. História Geral e do Brasil. São Paulo:

Scipione, 2010.

DORIGO, Gianpaolo; VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José. História: Parte 1. São Paulo: Scipione, 2014.

DORIGO, Gianpaolo; VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José. História: Parte 2. São Paulo: Scipione, 2014.

SACRISTÁN, José Gimeno. O Currículo, 3 ed, Porto Alegre: Penso, 2017

Referências

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