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Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho. Textos de Apoio

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Academic year: 2022

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TEXTO DE APOIO Nº 1

As condições inseguras relativas ao processo produtivo são designadas por riscos de operação. Estão nestes casos, os riscos associados à movimentação de cargas, ao trabalho em altura, etc. As condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho são designadas, normalmente, por riscos ambientais. Estão nestes casos, as atmosferas ruidosas, com gases tóxicos, com poeiras nocivas, etc.

O conjunto de métodos e técnicas utilizados para a prevenção e controlo dos riscos de operação é normalmente integrado na disciplina "Segurança do Trabalho".

Resumidamente, e de um modo genérico, a Segurança do Trabalho dedica-se à prevenção de acidentes do trabalho.

O conjunto de metodologias não médicas destinadas ao controlo dos agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos componentes materiais do trabalho e susceptíveis de causar danos aos trabalhadores é, normalmente, integrado na disciplina "Higiene do Trabalho".

Poder-se-á então dizer que:

Segundo a American Industrial Hygiene Association a Higiene do Trabalho é a "ciência e a arte dedicadas ao reconhecimento, avaliação e controlo dos factores ambientais

A HIGIENE DO TRABALHO integra um conjunto de metodologias não médicas necessárias à prevenção das doenças profissionais, tendo como principal campo de acção o controlo dos agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos componentes materiais do trabalho. Esta abordagem assenta, fundamentalmente, em técnicas e medidas que incidem sobre o ambiente de trabalho.

in Acordo de Concertação Estratégica (1996-1999)

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requer daquelas ciências cooperação estreita, no sentido de identificar, avaliar e controlar os riscos de ambiente de trabalho, tendo como objectivo principal aumentar o bem-estar físico, psíquico e social e, simultaneamente, contribuir para a Produtividade e Qualidade do Trabalho.

A Medicina tem no âmbito daquela multidisciplinaridade, uma acção biunívoca, no sentido em que, introduz no sistema, dados sobre o reflexo na saúde humana, dos ambientes de trabalho nocivos e recebe as consequências da possível inoperacionalidade da Higiene do Trabalho, na medida em que tenta tratar ou controlar as Doenças Profissionais.

Segundo o Decreto-Regulamentar nº 12/80, entende-se por:

Este conceito foi completado no Decreto-Lei nº 248/99, em que são, ainda, consideradas:

DOENÇA PROFISSIONAL a doença provocada pelo trabalho ou estado patológico derivado da acção continuada de uma causa que tenha a sua origem no trabalho ou no meio laboral em que o trabalhador presta os seus serviços e que conste da Lista de Doenças Profissionais elaborada pela Comissão Nacional de Revisão da Lista de Doenças Profissionais.

DOENÇAS PROFISSIONAIS as lesões, perturbações funcionais ou doenças não incluídas na referida lista desde que sejam consequência necessária e directa da actividade exercida pelos trabalhadores e não representem normal desgaste do organismo.

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TEXTO DE APOIO Nº 2

RISCOS LIGADOS AOS PROTECTORES DE OUVIDO

Desconforto e incómodo durante o

trabalho

Falta de conforto para o utente:

- massa demasiado elevada;

- pressão demasiada;

- aumento da transpiração;

- estabilidade insuficiente.

Concepção ergonómica:

- massa;

- esforço e pressão de aplicação.

Limitação da capacidade de

comunicação acústica

- Deterioração da inteligibilidade da palavra, do reconhecimento, dos sinais, dos ruídos informativos ligados ao trabalho e da localização direccional.

- Variação da atenuação com a frequência, baixa das qualidades acústicas;

- Possibilidade de substituição de protectores auriculares por tampões;

- Escolha após experiência auditiva.

Acidentes e perigos para a saúde

- Compatibilidade deficiente;

- Falta de higiene;

- Materiais inadequados;

- Arestas vivas;

- Preensão dos cabelos, do couro cabeludo;

- Contacto com corpos incandescentes;

- Contacto com chamas.

- Qualidade dos materiais;

- Facilidade de manutenção;

- Possibilidade de substituição dos protectores de ouvidos, aplicação de tampões não reutilizáveis;

- Arestas e ângulos arredondados;

- Eliminação dos elementos de pressão;

- Resistência à combustão e à fusão.

Alteração da função de protecção devida ao envelhecimento

- Intempéries, condições ambientais, limpeza, utilização.

- Ininflamabilidade, resistência às chamas;

- Resistência do protector às agressões industriais;

- Permanência da função de protecção durante todo o período de utilização.

Insuficiente eficácia da protecção

- Escolha incorrecta dos protectores de ouvidos.

- Utilização incorrecta dos protectores de ouvido.

- Esmagamento, desgaste ou deterioração dos protectores de ouvido.

- Escolha dos protectores de ouvido, em função da natureza e da importância dos riscos e das imposições industriais:

- Respeito das indicações do fabricante (manual de utilização);

- Respeito da marcação dos protectores (por exemplo:

classes de protecção, marca correspondente a uma utilização específica);

- Escolha dos protectores em função de factores individuais ligados ao utente.

- Utilização correcta dos protectores de ouvido, com pleno conhecimento dos riscos;

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1. PRINCÍPIOS E DOMÍNIOS DA HIGIENE DO TRABALHO

1.1. INTRODUÇÃO

Ao longo da História, o Homem tem modificado o meio ambiente em que vive ao mesmo tempo que desenvolve mecanismos de adaptação, nem sempre ao ritmo das modificações introduzidas. Estas modificações são mais evidentes no desenvolvimento de actividades a que, normalmente, chamamos trabalho.

O organismo humano representa um sistema aberto que troca matéria e energia com o meio ambiente através de numerosas reacções, em equilíbrio dinâmico. O desequilíbrio momentâneo ou prolongado, durante as actividades laborais, deste sistema provoca riscos profissionais que são inerentes ao ambiente e ao processo produtivo das diferentes actividades.

2. NOÇÕES DE TOXICOLOGIA 2.1. INTRODUÇÃO

Muito embora se conheçam os venenos e os seus efeitos desde a Antiguidade, só no início do século XX a Toxicologia se constituiu como ciência. O seu desenvolvimento processou-se a par e passo com a Química moderna e a Anatomopatologia (ramo da Medicina).

O cruzamento dos saberes “Químico” e “Médico” faz todo o sentido se atentarmos nas definições de Toxicologia e tóxico.

Toxicologia é a ciência que se ocupa dos tóxicos, das suas propriedades, do seu modo de acção, da sua pesquisa e dos processos que permitem combater a sua acção nociva.

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A noção de tóxico está normalmente associada a uma substância de origem sintética ou natural, orgânica ou inorgânica, simples ou mistura, que actuando sobre o Homem provocam danos graves na sua saúde.

Hoje em dia a Toxicologia faz apelo a outros ramos da ciência, que vão desde a Microbiologia, à Higiene Industrial, à Biologia, à Bioquímica, etc. Este alargamento fica sobretudo, a dever-se, ao facto de, cada vez mais, se entender que a relação causa-efeito não é linear mas, pelo contrário, é influenciada por uma série de fenómenos que extravasam o conceito inicial simplista.

2.2. VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO

A penetração dos tóxicos no organismo efectua-se, regra geral, por uma das seguintes vias:

• Via respiratória • Via percutânea • Via digestiva

A absorção de tóxicos pelo organismo verifica-se, muitas vezes, não apenas através de uma destas vias, mas pode ocorrer, também, penetração por mais de uma via simultaneamente.

VIA RESPIRATÓRIA:

Diz-se que uma substância é um tóxico quando, após penetração no organismo em dose relativamente elevada, de uma só vez ou em várias vezes próximas umas das outras ou em pequenas doses repetidas durante muito tempo, provoca de um modo passageiro ou durável, perturbações de uma ou mais funções, que podem chegar à aniquilação completa e mesmo conduzir à morte.

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viram-se confrontados com tóxicos, não possuindo (pelo menos por enquanto) defesas que lhes permitam conviver com eles, sem preocupação para com os seus efeitos. Por essa razão, se reveste da maior importância o estudo da toxicologia no âmbito da Higiene do Trabalho.

O aparelho respiratório é uma porta de entrada no organismo para as partículas sólidas ou líquidas, em suspensão no ar. O mesmo se passa com os gases e vapores existentes no ambiente de trabalho. Os perigos de inalação são tanto maiores quanto mais elevada for a temperatura.

Poeiras: partículas esferoidais de pequeno tamanho, formadas pela desintegração mecânica de certos materiais.

Fibras: partículas aciculares provenientes da desagregação mecânica e cujo comprimento excede em mais de 3 vezes o seu diâmetro.

Fumos: partículas esféricas em suspensão no ar, procedentes de uma combustão incompleta (smoke) ou resultante da sublimação de vapores, geralmente depois da volatização a altas temperaturas de metais fundidos (fumes).

Aerossóis: suspensão no ar de gotículas cujo tamanho não é visível à vista desarmada e provenientes da dispersão mecânica de líquidos.

Neblinas: suspensão no ar de gotículas visíveis e produzidas por condensação de vapor.

Gases: estado físico normal de certas substâncias, a 25º C e 760 mm Hg de pressão.

Vapores: fase gasosa de substâncias que nas condições padrão (25 C e 760 mm Hg) se encontram no estado sólido ou líquido.

SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO

• POEIRAS

(ex.: sílica pura cristalina) • FIBRAS

(ex.: amianto) • FUMOS (ex.: chumbo)

• AEROSSÓIS (ex.: insecticidas) • NEBLINAS (ex.: açúcares)

• GASES (ex.: cloro) • VAPORES (ex.: mercúrio)

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No que diz respeito às partículas, nem todas elas penetram no interior do aparelho respiratório ou, se o fazem, nem todas conseguem atingir os mesmos níveis. O aparelho respiratório tem defesas, fruto da adaptação ao longo da evolução humana, que o protegem de uma parte das partículas nocivas para a sua saúde. A eficácia das defesas naturais está directamente relacionada com a dimensão das partículas.

Assim, as partículas de diâmetro entre os 10 µ e os 15 µ ficam retidas, mecanicamente, nas vias respiratórias superiores (fossas nasais), através dos cílios vibráteis e do muco nasal; regra geral, exercem um efeito local, que podendo ser nocivo, dificilmente será tóxico.

As partículas de menores dimensões, abaixo dos 10 µ, também chamadas partículas respiráveis, penetram pelas ramificações mais finas da árvore brônquica e atingem os alvéolos pulmonares, ocasionando lesões locais muito graves e pondo mesmo em risco a vida.

VIA PERCUTÂNEA (PELE E MUCOSAS):

A pele tem, essencialmente, um papel de protecção contra os diferentes agentes agressivos (físicos, químicos e biológicos). No entanto, os poros, as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas funcionam como portas de entrada naturais.

Por sua vez, a sudação facilita a penetração dos tóxicos na pele.

DIMENSÃO ( µµm) LOCAL

> 10 Nariz

4 - 10 Brônquios

2 - 4 Alvéolos pulmonares

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ultrapassar a barreira da pele e alcançar, ao nível da derme, a circulação geral. Estão neste caso os seguintes agentes tóxicos:

• nicotina,

• derivados nitrados e aminados aromáticos, • solventes clorados,

• tetraetilchumbo,

• ou mesmo de derivados puramente minerais, como por exemplo, os sais de tálio.

O contacto de tóxicos com as mucosas, em virtude da sua grande vascularização, é ainda mais perigoso do que com a pele. As mucosas dos olhos reagem energicamente com certos tóxicos, assim como a mucosa faríngea, sobretudo se está inflamada.

VIA DIGESTIVA:

Não é uma via habitual nas intoxicações relacionadas com o trabalho. No entanto, pode acontecer nas seguintes situações:

• manipulação incorrecta de produtos tóxicos (contaminação das mãos, boca, olhos);

• ingestão de alimentos erradamente guardados em locais de trabalho contaminados;

• deficiente higiene corporal, nomeadamente das mãos, após trabalhos relacionados com produtos tóxicos;

• fumar ou guardar tabaco nos locais contaminados.

A ingestão de substâncias tóxicas permite a passagem das mesmas para a corrente sanguínea (ao nível da boca, do estômago e do intestino); por outro lado a absorção dessas substâncias, com a passagem para a circulação sanguínea, pode provocar lesões graves em órgãos afastados (rins, fígado, etc.).

O processo de absorção por via digestiva pode ser mais ou menos rápido e, em certos casos, diferentes acções podem intervir para diminuir a toxicidade duma substância; é o que acontece com a absorção de certos tóxicos juntamente com os alimentos, com a formação de compostos insolúveis, com o aparecimento de vómitos e/ou de diarreias ocasionados por irritação da mucosa digestiva. A intervenção do fígado, transformando uma parte das substâncias antes da passagem destas para a corrente sanguínea, pode fazer diminuir a toxicidade das mesmas.

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OUTRAS VIAS:

As vias hipodérmicas e intravenosas são raras nas intoxicações laborais, não sendo por isso consideradas no âmbito deste Manual.

2.3. CONCENTRAÇÃO E DOSES LETAIS

2.3.1. CONCENTRAÇÃO DE UM TÓXICO

Reportando ao que os Gregos diziam na Antiga Grécia, "nada é veneno, tudo é venenoso", afirma-se, hoje em dia, que a toxicidade de uma substância ou produto no local de trabalho, depende de vários factores, nomeadamente:

• características da substância ou produto;

• trabalho executado;

• características do trabalhador exposto.

Relativamente à substância ou produto tóxico podem-se enunciar as seguintes características:

• composição química;

• concentração.

Dos factores atrás referidos, aquele que pode ser controlado, de forma segura e objectiva, é a concentração do tóxico.

Existem valores - limite de concentração para os tóxicos nos locais de trabalho, denominados TLV's (Threshold Limit Value) - concentração média ponderada para um dia de 8 horas e para uma semana de 40 horas - aos quais a maioria dos trabalhadores pode ser repetidamente exposta, dia após dia, sem ficar sujeita a efeitos prejudiciais para a sua saúde.

Referências

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