MODELOS E PRÁTICAS DE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES
Profa. Dra. Veridiana Xavier Dantas
Teoria e Prática de Avaliação
A avaliação deve ser entendida como parte integrante do processo de ensino e aprendizagem.
Segundo Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem é um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos. Na avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das provas periódicas, geralmente de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas observações diárias, de caráter diagnóstico.
O professor, que trabalha de forma interativa, tem noção, ao longo de todo o ano, da participação e produtividade de cada aluno. A “prova” é uma formalidade do sistema escolar.
Teoria e Prática de Avaliação
A Origem da Avaliação
Avaliar vem do latim a + valere, que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo. Portanto, avaliar é atribuir um juízo de valor sobre um processo para a aferição da qualidade do resultado.
A compreensão do processo de avaliação inserida no processo de ensino e de aprendizagem tem sido pautada pela lógica da mensuração. Assim associa-se o ato de avaliar ao de “medir” os conhecimentos adquiridos pelos alunos.
Teoria e Prática de Avaliação
A avaliação tem sido estudada desde o séc. XX,
porém, em 1897 existem registros de pesquisa avaliativa utilizada para estabelecer a relação entre o tempo de treinamento e o rendimento em ortografia, revelando que a ênfase em exercícios não levava a um melhor rendimento.
As duas primeiras décadas do séc. XX foram marcadas pelo desenvolvimento de testes padronizados para medir as habilidades e aptidões dos alunos. Nessa época, as pesquisas avaliativas voltavam-se para a mensuração de mudanças do comportamento humano. Várias destas pesquisas foram realizadas nos anos 20 para medir efeitos de programas de diversas áreas sobre o comportamento das pessoas. Ex.: medida da produtividade dos operários;
da eficácia de programas de saúde pública; de atitudes de alunos e outros...
Teoria e Prática de Avaliação
A avaliação da aprendizagem tem seus princípios e características no campo da Psicologia.
As duas primeiras décadas do século XX foram marcadas pelo desenvolvimento de testes padronizados para medir as habilidades e aptidões dos alunos.
Teoria e Prática de Avaliação
“A avaliação escolar hoje só faz sentido se tiver o intuito de buscar caminhos para melhorar a aprendizagem”
Jussara Hoffmann
Teoria e Prática de Avaliação
Alguns conceitos sobre Avaliação Escolar
O conceito de avaliação foi se alterando conforme a história da educação foi se transformando buscando novas teorias e práticas.
Avaliar é buscar informações sobre o aluno: sua vida, sua família, sua comunidade, seus sonhos... É conhecer o sujeito em sua totalidade com seu jeito próprio de aprender.
Avaliar é um processo abrangente da existência humana, que implica numa reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus
avanços, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos.
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Verificar é diferente de Avaliar
Verificação
É Pontual: interessa o aqui e o agora. Ex.: vestibular.
É Classificatória: tem uma escala de notas, o aluno fica classificado de acordo com a nota ou conceito.
É Seletiva: exclui boa parte da população. Ex.: concursos.
Para que examinar?
Para analisar, interpretar os resultados, tomar decisões replanejar e reorganizar as estratégias de ensino.
Teoria e Prática de Avaliação
Avaliação
É Processual: considera o processo de ensino e aprendizagem
Considera: - os objetivos a serem atingidos;
- os avanços do aluno durante o processo;
- os resultados parciais.
Avaliando o que se aprendeu avaliamos o que se ensinou.
Teoria e Prática de Avaliação
A avaliação deve envolver todos os integrantes do processo, ultrapassando os
limites da sala de aula.
Teoria e Prática de Avaliação
Possibilidades de Avaliação
1. Avaliação Diagnóstica – É realizada geralmente no inicio do processo de aprendizagem visando conhecer o aluno.
2. Avaliação Formativa – É realizada no momento da aprendizagem, ou seja, durante o processo de ensino e aprendizagem (contínua).
3. Avaliação Somativa – É realizada em um determinado momento da aprendizagem, geralmente no final, visando classificar o aluno.
Teoria e Prática de Avaliação
A avaliação descreve quais conhecimentos, atitudes ou aptidões os alunos adquiriram, ou seja, que objetivos do ensino já atingiram num determinado ponto do percurso e quais são as dificuldades reveladas.
Esta informação é necessária ao professor para que ele procure meios e estratégias visando auxiliar os alunos na resolução dessas dificuldades. Para os alunos a informação é útil para que percebam suas próprias dificuldades e tentem ultrapassá-las.
Neste sentido a avaliação tem uma intenção formativa.
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Avaliação Diagnóstica
É também chamada de inicial. Ela proporciona informações acerca das capacidades do aluno antes de se iniciar um processo de ensino e aprendizagem. Ela busca a determinação da presença ou ausência de habilidades e pré- requisitos, bem como a identificação das causas das dificuldades na aprendizagem.
Função: A avaliação diagnóstica pretende averiguar a posição do aluno face a novas aprendizagens e
também sobre as aprendizagens anteriores que servem de base as futuras aprendizagens.
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Avaliação Formativa
Visa constatar se os alunos estão, atingindo os objetivos, durante o processo. Isto permite que o aluno conheça seus próprios erros e acertos através de um feedback tanto pessoal como para o professor. Assim o docente poderá identificar deficiências na forma de ensinar, podendo rever o seu trabalho. Essa avaliação informa o professor e o aluno sobre o rendimento da aprendizagem no decorrer das atividades, localizando as deficiências na organização do ensino permitindo a correção e a recuperação.
A avaliação formativa determina o sucesso do aluno ao longo de uma unidade de ensino, identificando as dificuldades e propondo soluções.
Teoria e Prática de Avaliação
Avaliação Somativa
Tem como objetivo, determinar o grau de domínio do conteúdo pelo aluno em uma área de aprendizagem. Visa classificar os alunos ao final de um período, ou de uma unidade de aprendizagem, conforme seu aproveitamento.
A este resultado serão somados resultados já colhidos por outras avaliações. Esse modelo corresponde a um balanço final, de todo o processo, que até então
só havia sido avaliado em parcelas.
Teoria e Prática de Avaliação
Diferenças entre avaliação Formativa e Somativa
Avaliação Formativa Avaliação Somativa
Funções Para que....
Obter informação (feedback) ao longo do processo de ensino e aprendiz.:
1. Para o Professor:
a.) Para avaliar o nível de aprendizado, o
método, o ritmo,
visando mudanças e novas propostas de aprendizagem.
Tem como função certificar o nível do aluno ao término de um determinado período de
aprendizagem (parte de um curso, curso....) Outra função é avaliar a eficácia de um
método, de um sistema.
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Avaliação Formativa Avaliação Somativa
Funções Para que....
b.) Para remediar as deficiências pessoais.
Essa avaliação tem caráter diagnóstico.
Processo de interpretação- intervenção
2. Para o Aluno:
Traz informações para a sua auto-avaliação visando informar, orientar, motivar e facilitar a aprendizagem.
Ênfase na classificação dos alunos de acordo com os níveis de
aproveitamento e a comunicação dos resultados finais. Os exames finais
convencionais
pertencem a esse tipo de avaliação.
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Avaliação Formativa Avaliação Somativa
Quando
Frequência....
Várias vezes ao longo do curso. Ex.: ao
término de uma
unidade didática, de um tema,... Ou quando se julgar conveniente
(exercícios, estudo orientado, tarefas de casa). Quanto mais frequente, melhor.
No final do curso ou de acordo com o projeto da instituição. Podem ocorrer várias
avaliações somativas.
Ex.: provas mensais, exames, práticas
laboratoriais,....
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Avaliação Formativa Avaliação Somativa
Como
Métodos...
Métodos simples e
informais. Ex.: correção de exercícios em sala de aula, leitura,
seminário...
Método rigoroso, rígido, com etapas pré-
determinadas.
Critérios de Avaliação O melhor critério são os objetivos atingidos. Ex.:
por temas, etapas, ...
Vários critérios que podem estar
combinados. Ex.:
objetivos, resultados,....
Atribuição de Notas Preferencialmente não se atribuem notas, ou minimiza-se a
importância dela. O objetivo é formar.
As notas são atribuídas sendo a finalidade
maior da avaliação.
diagnóstica formativa
Determinar a presença ou ausência de
habilidades e/ou pré- requisitos
Identificar sucessivas dificuldades de
aprendizagem Comportamento cognitivo e/ou psicomotor
No início da proposta educativa e/ou qdo o aluno apresentar alguma dificuldade
Informar professor e aluno sobre o
rendimento da aprendizagem
Localizar deficiências Comportamento cognitivo afetivo e psicomotor
Durante o processo educativo
Questionário, pré-teste, auto- avaliação
Fóruns, auto-
avaliação, trabalhos participativos
somativa
Classificar os alunos, segundo níveis de aproveitamento.
Geralmente comportamento cognitivo, às vezes psicomotor e
ocasionalmente afetivo.
Ao final do processo educativo
Prova ou exame final
Quando?
Como?
Pra quê?
Autoavaliação
Na autoavaliação o sujeito (aluno) participa de maneira mais ampla e ativa no processo de aprendizagem, uma vez que tem a
oportunidade de analisar seu progresso nos estudos, suas atitudes e comportamento
diante do professor e colegas. A
autoavaliação é a melhor forma de conduzir ao aperfeiçoamento.
(HAYDT, 1988, p. 147-148)
Teoria e Prática de Avaliação
O sentido da Avaliação segundo a atual LDB nº 9394/96
Art.V. “A verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a. avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b. possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;”
c. possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado
Teoria e Prática de Avaliação
DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS DA AVALIAÇÃO
A mudança da avaliação implica em mudanças na própria concepção do que é avaliação. Isto envolve a revisão do seu conteúdo, sua forma e intencionalidade.
Como conseqüência deveremos ter mudanças nos aspectos relacionados a:
- a prática pedagógica como um todo - vínculo pedagógico, conteúdo e metodologia;
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Avaliação Institucional
Objetivo: Obtenção de melhorias na qualidade de ensino
Ex.: SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica, tem por objetivo a definição de prioridades e a melhoria da qualidade de ensino, fornecendo informações sobre a qualidade, a equidade, e a eficiência da educação nacional, de forma a permitir o monitoramento das políticas publicas brasileiras . PROVINHA BRASIL (2º ANO EF) E PROVA BRASIL
(5º E 9º ANO EF)
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- ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio é destinado aos alunos concluintes ou que já tenham concluído o ensino médio.
O artigo 9º da atual LDB estabelece que compete a União autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar os cursos das instituições de educação superior.
- SINAES- (ENADE) Exame Nacional de Cursos, também conhecido como Provão , é um dos
componentes da avaliação dos cursos superiores de graduação. É um exame obrigatório para os estudantes de ensino superior que
estejam cursando o último ano letivo do curso.
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Avaliação das Instituições de Educação Superior
A Avaliação Institucional é um dos componentes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e está relacionada:
à melhoria da qualidade da educação superior;
à orientação da expansão de sua oferta;
ao aumento da sua eficácia institucional, acadêmica e social;
ao aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das instituições de educação superior, por meio da valorização de sua missão pública, da promoção dos valores democráticos, do respeito à diferença e à diversidade, da afirmação da autonomia e da identidade institucional.
Teoria e Prática de Avaliação
Em seu conjunto, os processos avaliativos devem constituir um sistema que permita a integração das diversas dimensões da
realidade avaliada, assegurando as coerências conceitual, epistemológica e
prática, bem como o alcance dos objetivos dos diversos instrumentos e modalidades.
(Dados obtidos em www.inep.gov.br)
Teoria e Prática de Avaliação
A avaliação deverá considerar as diferenças individuais dos alunos bem como o projeto
político pedagógico da instituição escolar
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Referencias
AFONSO, A. J. Avaliação educacional: regulação e emancipação. São Paulo:Cortez, 2005.
ESTEBAN, M.T. Que sabe quem erra? Reflexões sobre avaliação e fracasso escolar. São Paulo: Cortez, 2006.
HOFFMANN, J. Avaliação mediadora. Porto Alegre:Mediação, 2007
HOFFMANN, J. Avaliação: mito e desafio. Porto Alegre: Mediação, 2009 HOFFMANN, J. Avaliar: respeitar primeiro educar depois. Porto Alegre:
Mediação, 2003
HOFFMANN, J. O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Mediação. 2005 LUCKESI, C. Avaliação da aprendizagem na escola. São Paulo: Cortez, 1995
Teoria e Prática de Avaliação
MIRAS, M. e SOLÉ, I. A avaliação da aprendizagem e a avaliação no processo de ensino e aprendizagem. In: Coll, C.; Palacios, J. e Marchesi, A.
Desenvolvimento psicológico e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
MORALES, P. Avaliação escolar: o que é, e como se faz. São Paulo: Loyola, 2003.
PERRENOLD, P. Avaliação: da excelência a regulação das aprendizagens:
entre duas lógicas. Porto Alegre:Artmed, 1999
SILVA, JANSEN F.; HOFFMANN J. e ESTEBAM, M.T. Praticas avaliativas e aprendizagens significativas. Porto Alegre: Mediação, 2005