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Descritores: Manejo. Cateter totalmente implantados. Enfermagem. Oncológico.

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Academic year: 2022

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ONCOLÓGICOS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA1

Andressa Oliveira Matias2 Denise Monteiro dos Santos Batista3 Max José Pimenta Lima4

RESUMO: Paciente oncológicos destacam-se por submeterem-se a tratamentos prolongados, que necessitam de uso constante da rede venosa, ocasionando em algum momento em uma fragilidade vascular periférica. Este dispositivo é recomendado para todos aqueles pacientes que possuem difícil acesso venoso periférico e irão se sujeitar a terapias intravenosas prolongadas. Com o intuito de analisar os principais cuidados de enfermagem com os cateteres totalmente implantados em pacientes oncológicos. Foi realizada de uma pesquisa bibliográfica de caráter integrativo, através de um levantamento de artigos científicos na base de dados Scielo. Após o cruzamento dos descritores, 15 artigos foram selecionados e fichados, sendo adaptados 09 artigos que estavam diretamente ligados ao tema escolhido para a confecção desta análise. A partir da leitura das publicações e reflexões, articulando o referencial teórico aos dados encontrados, os artigos foram categorizados em: Punção do cateter acesso venoso central, curativos dos CVC – TI, complicações relacionado à estes dispositivos. Após análise do material coletado, constatou-se que a complexidade da assistência de enfermagem no manuseio desses dispositivos. Portanto, executar corretamente a técnica de manuseio desses dispositivos, evitando obstrução, infecção, extravasamento, exteriorização, além de outras complicações relacionadas ao cateter venoso central totalmente implantado. Além de ser de fundamental importância, ter habilidades em identificar, prevenir, e tratar as possíveis complicações precocemente.

Descritores: Manejo. Cateter totalmente implantados. Enfermagem. Oncológico.

1Artigo apresentado a Atualiza Cursos, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Enfermagem em Oncologia. Salvador, 2014.

2 Bacharel em Enfermagem pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – EBMSP.

E-mail:andressa.o.matias@hotmail.com

3 Bacharel em Enfermagem pela Faculdade São Tomaz de Aquino – FACESTA. E-mail: dmls155@gmail.com

4 Professor adjunto da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e Atualiza Cursos.

Email: maxjpl@hotmail.com

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1 INTRODUÇÃO

Paciente oncológicos destacam-se por submeterem-se a tratamentos prolongados, que necessitam de uso constante da rede venosa, ocasionando em algum momento em uma fragilidade vascular periférica (PIRES; VASQUES, 2014; VASQUES et al, 2009).

Juntamente com esse fator, a quimioterapia tem como característica ser uma droga irritante e/ou vesicante, o que pode ocasionar em uma fragilidade e enrijecimento vascular, dificultando a visualização e a punção venosa.

A administração de quimioterápicos requer, comumente, varias punções venosas ao longo do tratamento. Sendo assim, é importante eleger recursos que viabilizem acesso venoso de longa permanência, seguros e confiáveis para o tratamento oncológico, este pode ser obtido por meio do uso de cateter venoso central (VASQUES et al, 2009; PIRES; VASQUES, 2014;

HONÓRIO et al, 2009; MARTINS; CARVALHO, 2008; OLIVEIRA et al, 2008;

MASTALIR et al, 2001). Em uma pesquisa realizada por Martins e Carvalho (2008), todos os pacientes entrevistados relataram que após o implante do dispositivo facilitou o tratamento, por diminuir o número de punções, a administração de quimioterápicos tornarem-se menos dolorosas e estressantes, e mais seguras.

Existem duas grandes categorias de cateter venoso central de longa duração, os cateteres percutâneo parcialmente implantável, Broviac-Hickman; e o cateter totalmente implantável (MARCONDES et al, 2000). Os avanços na hematologia e oncologia têm fornecido novas opções de tratamento, a inserção do cateter venoso central totalmente implantado (CVC-TI) vem sendo cada vez mais aplicado na prática hospitalar de pacientes oncológicos; esse dispositivo é empregado desde 1983.

Para o implante do CVC-TI é necessário realizar um procedimento cirúrgico; constitui de um cateter, cujo seu material é de silicone, ou poliuretano; e sua extremidade distal se aloja a uma câmera puncionável que permanece sob o tecido subcutâneo, essa câmera é de titânio coberto por um septo de silicone, onde irá ocorrer a punção (PIRES; VASQUES, 2014;

VASQUES et al, 2009; HONÓRIO et al, 2009; MASTALIR et al, 2001).

Este dispositivo é recomendado para todos aqueles pacientes que possuem difícil acesso venoso periférico e que irão se sujeitar a terapias intravenosas prolongadas; pode ser utilizados entre aqueles que serão submetidos à quimioterapia por um período superior a seis meses; por múltiplos ciclos; infusão de quimioterápicos vesicantes; quimioterápicos com tempo de infusão superior a oito horas; pacientes que possuam linfedema intenso; que

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induzam a aplasia medular grave; pacientes submetidos à mastectomia bilateral; e obesos com acesso venoso difícil (PIRES; VASQUES, 2014).

Através do cateter pode realizar a administração de medicamentos, como analgésico, antibióticos, quimioterápicos; infusão de hemocomponentes/hemoderivados, e nutrição parenteral, assim como a realização de coleta de amostras de sangue para exames laboratoriais (PIRES; VASQUES, 2014; HONÓRIO et al, 2009; CARVALHO et al, 1999; CUNHA;

LEITE, 2008). Martins e Carvalho (2008), ressaltam que a decisão sobre o implante dos CVC-TI, além de considerar o tipo de tratamento, as condições da rede venosa, e a questão econômica, deve ponderar os aspectos emocionais, relacionado à auto-imagem corporal, e o desempenho das atividades de vida diária.

A opção do implante não é exclusiva da equipe multidisciplinar, cabe ao paciente auxiliar no tipo de escolha e local da inserção, afim de que, reduza os sentimentos de alteração da auto-imagem corporal, além de proporcionar o conhecimento das limitações que o tratamento impõe.

O objetivo do estudo constitui em analisar os principais cuidados de enfermagem com os cateteres totalmente implantados em pacientes oncológicos.

O estudo constitui-se de uma pesquisa bibliográfica de caráter integrativo, optou-se pela proposta de Ganong, na qual permeia as seguintes etapas: a identificação da questão norteadora – elaboração de uma problemática pelo pesquisador de maneira clara e objetiva, seguida da busca pelos descritores ou palavras-chaves; Seleção da amostragem – determinação dos critérios de inclusão ou exclusão; Categorização dos estudos – definição quanto à extração das informações dos artigos revisados com o objetivo de organizar tais informações; Avaliação dos estudos – a análise crítica dos dados extraídos; Discussão e interpretação dos resultados – momento em que os principais resultados são comparados e fundamentados; Apresentação da revisão integrativa e síntese do conhecimento – contemplar as informações de cada artigo revisado de maneira sucinta e sistematizada demonstrando as evidências encontradas.

Foi realizada uma busca por artigos científicos na base de dados Scielo, coletando material no período compreendido entre os anos de 1999 e 2014, em língua portuguesa, que encontrava-se disponível na íntegra seu conteúdo; a restrição efetuada a área geográfica e a literatura nacional justifica-se pela necessidade de traçar um panorama sobre o manejo de cateteres totalmente implantados pelos enfermeiros no âmbito brasileiro.

Foram utilizados os seguintes Descritores de Ciências da Saúde: manejo, cateter totalmente implantados, enfermagem, oncológico; os artigos foram coletados entre setembro e

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outubro de 2014. Após o cruzamento dos descritores, 15 artigos foram selecionados e fichados, porém apenas 09 artigos estavam diretamente ligados ao tema escolhido para a confecção desta análise.

A partir da leitura das publicações e reflexões, articulando o referencial teórico aos dados encontrados e tendo como eixo norteador o objetivo da pesquisa, os artigos foram categorizados em: Punção do cateter acesso venoso central, curativos dos CVC – TI, complicações relacionado à estes dispositivos.

2. DESENVOLVIMENTO

Após uma leitura criteriosa dos trabalhos encontrados na íntegra, procedeu-se ao fichamento dos nove artigos selecionados, dispostos no Quadro 1, considerando o título do artigo, autores, revista, classificação, conclusão do estudo, e ano de publicação. Dos artigos selecionados 44,4% foram publicados em revistas cujo nível de classificação é A2; 22,2%

com nível B3 e sem classificação, e 11,1% com nível B1. Quanto ao ano de publicação 33,3%

foram publicados em 2008, 11,1% dos artigos selecionados foram publicados em 1999, 2000, 2001, 2009, 2011 e 2014.

Articulando o referencial teórico aos dados encontrados e tendo como eixo norteador o objetivo da pesquisa, os artigos foram categorizados em: Punção do cateter acesso venoso central, curativos dos CVC – TI, complicações relacionado à estes dispositivos.

Quadro 1 – Artigos selecionados que se enquadram nas categorias de classificação para o estudo

Autores Título Revista Ano Conclusão Qualis Vasques C. J.,

Reis P. E. D.

dos, Carvalho E. C. de.

Manejo Do Cateter Venoso Central Totalmente Implantado Em Pacientes Oncológicos:

Revisão Integrativa

Acta Paul Enferm

2009 Evidenciou a complexidade que envolve a assistência de enfermagem à paciente oncológicos relacionado ao manuseio dos CVC-TI, ressalta-se ainda que um manejo errôneo pode implicar em complicações graves, sendo de fundamental importância o conhecimento pela equipe de enfermagem.

A2

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Pires N. N., Vasques C. I.

Conhecimento De

Enfermeiros Acerca Do Manuseio De Cateter

Totalmente Implantado

Texto Contexto

Enferm

2014 Os relatos dos enfermeiros entrevistados apontaram que mesmo em uma unidade referência em oncologia, estes possui um conhecimento deficitário quanto ao manuseio dos CVC-TI. A revisão sistematizada realizada pelo autor notou-se que as publicações referentes à temática com baixo nível de evidência.

A2

Honório R. P.

P., et al.

Validação de procedimentos operacionais padrão no cuidado de enfermagem de pacientes com cateter totalmente implantado

Rev Bras Enferm

2011 A validação de instrumentos que padronizem os cuidados com o CVC- TI é de fundamental importância, para uniformizar a assistência prestada, embasada em evidência cientificas seguras, e assim, oferecer subsidio aos enfermeiros para melhorar a assistência prestada. O déficit maior destes profissionais estar relacionado à heparinização dos cateteres, e a troca do primeiro curativo após a punção.

A2

Martins F. T.

M., Carvalho E. C. de.

A percepção do paciente referente a ser portador de um cateter de longa

permanência

Rev. esc.

enferm.

USP

2008 Os pacientes portadores de CVC-TI relataram sua percepção quanto ao dispositivo, apontaram uma maior independência durante a infusão de quimioterapia, restrições em algumas atividades diárias, insatisfação quanto a imagem corporal, embora apontaram o cateter como facilitador do tratamento oncológico, por reduzir aspectos desagradáveis da terapia.

A2

Marcondes C.

R. R., et a.

Complicações Precoces E Tardias Em Acesso

Venoso Central.

Análise De 66 Implantes

Acta Cir.

Bras

2000 Observou-se um alto índice de infecção tardia, reforçando a necessidade de interação entre as equipes multidisciplinares, e maiores cuidados de assepsia na manipulação dos CVC-TI por parte de toda equipe multiprofissional, assim como o próprio paciente.

-

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2.1 PUNÇÃO DO CATETER ACESSO VENOSO CENTRAL TOTALMENTE IMPLANTADO

Oliveira S. C.

V. de, et al.

Cateteres totalmente implantáveis em pacientes oncológicos:

Análise de 178 casos

Arquivos Catarinens

es de Medicina

2008 Os CVC-TI proporcionaram acesso vascular prolongado e apresentam um baixo risco de complicação durante a inserção e remoção, fácil manutenção.

Este tipo de dispositivo produz um maior conforto e segurança para o paciente oncológico.

B3

Cunha M. A.

de L. C., Leite J. L.

O ser portador de um cateter venoso central:

A percepção do cliente e a contribuição de

enfermagem

Rev.

Brasileira de Cancerolo

gia

2008 Quando inicialmente é sugerido o implante dos CVC-TI, os pacientes demonstram assustados, mas após o implante do dispositivo, eles relatam que estes representam um maior conforto e segurança.

B3

Mastalir E. T., et al.

Cateteres Venosos Totalmente Implantáveis Em Pacientes Com

Neoplasia Hematológica

E Não

Hematológica

Rev. Col.

Bras. Cir

2001 O uso de CVC-TI por pacientes com neoplasias hematológicas não aumentam o risco de complicações, se comparados com os pacientes com doença oncológica não hematológica.

Desde que considere o valor sérico mínimo de plaquetas (50.000/mL) e a técnica cirúrgica apropriada, independente da técnica cirúrgica utilizada – dissecção ou punção – são seguras, haja visto o tempo cirúrgico semelhante entre elas.

B1

Carvalho R.

M., et al.

Acesso Venoso

Central De Longa

Duração.

Experiência

Com 79

Cateteres Em 66 Pacientes

Rev.

Medicina

1999 Os CVC-TI estão sendo cada vez mais utilizados na prática hospitalar, é um procedimento relativamente seguro, com mínimo de complicações graves.

A manutenção adequada em longo prazo depende dos cuidados multiprofissionais.

-

(7)

Para realizar a punção do cateter, destaca-se a importância para o manuseio, de forma estéril, e asséptica. A utilização do campo fenestrado deverá ser utilizado durante a punção do dispositivo, pois seu uso possibilita maior liberdade de ação para o enfermeiro na execução da atividade, reduzindo o risco de contaminação do material utilizado. (VASQUES; REIS;

CARVALHO, 2009; HONÓRIO; CAETANO; ALMEIDA, 2011).

Estudo realizado por Pires e Vasques (2014) com um grupo de enfermeiro de um hospital de referência em oncologia, no setor de clinica médica, apontou que os sujeitos da pesquisa, tinham duvidas quanto qual seria o ângulo de introdução da agulha no momento da punção, assim como a confirmação do correto posicionamento da agulha após a punção (PIRES; VASQUES, 2014).

Deve-se optar preferencialmente por agulha do tipo não cortante para a punção, afim de, preservar o silicone do reservatório, caso opte-se pela agulha hipodérmica, há uma maior probabilidade em fissurar o septo de silicone. Um aspecto importante a ser considerado diz respeito à rotação do local de inserção da agulha, a fim de evitar trauma na pele sobre o reservatório. Ressalta-se, ainda, que a inserção da agulha deve obedecer ao ângulo de noventa graus e ser introduzida no septo do silicone até tocar o fundo do reservatório. É importante verificar a extremidade da agulha após a retirada, observando a integridade, sinais de coágulos, oclusão (PIRES; VASQUES, 2014; VASQUES; REIS; CARVALHO, 2011).

A confirmação do posicionamento é visto como passo importante durante a execução da técnica de punção, através do teste de retorno venoso. Retira-se de 2 a 3 ml de sangue do cateter. Outra forma de confirmação é por meio da infusão de forma fácil, indolor e sem resistência. Quando há ausência do retorno venoso, resistência à infusão e/ou dor à infusão, o profissional deve interrompê-la e avaliar o posicionamento adequado da agulha.

Quanto à troca da agulha é recomendado que sua permanência estabeleça por um período máximo de sete dias. Uma pesquisa realizada com pacientes que infusão prolongada de quimioterapia, teve uma variação de troca da agulha entre sete a 50 dias, dentre eles nenhum dos casos apresentaram complicações devido ao tempo da permanência da agulha;

apontou ainda que, a agulha pode ser mantida por um tempo médio de 28 dias. Entretanto, não foi encontrada outra pesquisa que confirme esse resultado. Assim, permanece indicada a troca da agulha a cada sete dias (HONÓRIO; CAETANO; ALMEIDA, 2011; PIRES; VASQUES, 2014; VASQUES; REIS; CARVALHO, 2009).

Após a implantação cirúrgica do cateter, o único fator limitante para a punção do dispositivo é a dor. Se o paciente estiver com queixas álgicas que impossibilite a punção, deve-se aguardar um período de 24 a 72 horas para a realização. Caso seja necessário o uso

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imediato do dispositivo, este deve ser puncionado ainda no centro cirúrgico. Pires e Vasques (2014) Honório, Caetano, Almeida (2011) preconizam que para realização da punção do cateter é necessário verificar anteriormente o número de plaquetas do paciente, e esta deve-se encontrar com um valor mínimo de 50.000 plaquetas/mm.

2.2 CURATIVO DOS CVC – TI

Um estudo desenvolvido por Pires e Vasques (2014) apontou que ainda há desconhecimento de alguns enfermeiros quanto qual substância pode ser utilizada para realizar a anti-sepsia na troca do curativo, e ainda sobre à periodicidade de troca do curativo.

Após a punção, o sítio de inserção, a agulha e toda sua extensão é indicado a cobertura com um curativo, sendo o mais indicado uma cobertura transparente, afim de que, possibilite um melhor monitoramento.

Sempre que o cateter estiver sendo utilizado é indicado que o local de inserção da agulha seja protegido por curativo, que também tem por finalidade estabilizar a agulha. A troca deste curativo deve ser realizada sempre que houver necessidade, devido à sujidade, úmido ou não estiver aderido; excluindo estas situações, recomenda-se troca no período máximo de 48 horas, quando utilizado gaze estéril e, a cada sete dias, quando for utilizada película transparente; em contrapartida, Vasques, Reis e Carvalho (2009) defendem que quando há infusão prolongada, a média de troca do curativo transparente seja entre três a cinco dias, e sempre que necessário.

Honório, Caetano e Almeida (2011) contemplam ainda que curativo convencional (com gaze estéril) devem ser utilizados para aqueles pacientes com sangramento ou exsudação excessiva no local.

Enquanto para os demais pacientes o curativo semipermeável é mais indicado, visto que, possui a vantagem de visualizar continuamente o local de inserção da agulha e a facilidade durante a higiene corporal, já que não há a necessidade de impermeabilizar o local.

No entanto, este recurso é considerado de alto custo hospitalar. Acreditam ainda na necessidade em datar o curativo, para facilitar a visualização da necessidade da troca do curativo e assim otimizar a comunicação entre as equipes. A solução recomendada para desinfecção da área, devido seu maior efeito residual sobre a pele, é a clorexidina alcoólica (PIRES; VASQUES, 2014; VASQUES; REIS; CARVALHO, 2009).

2.3 COMPLICAÇÕES RELACIONADO AO CVC-TI

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Nesta categoria foram considerados: manutenção do cateter a fim de evitar a obstrução, infecção, extravasamento, exteriorização do cateter venoso central totalmente implantado, além de outras complicações relacionadas ao cateter venoso central totalmente implantado.

2.3.1 MANUTENÇÃO DO CATETER A FIM DE EVITAR A OBSTRUÇÃO

A obstrução do CVC TI é outro tipo de complicação bastante frequente, esta pode acontecer devido à precipitação de drogas dentro do lúmen do cateter, formação de trombos, ou fibrina de modo progressivo até a oclusão total.

Quanto maior for o tempo de formação e permanência do coagulo, mais difícil será sua remoção, podendo comprometer a utilização do dispositivo. Assim, para se inibir a coagulação do sangue nos procedimentos com circulação extracorpórea, usa-se a substancia anticoagulante, a heparina, escolhida por conter poucos efeitos colaterais, além de ser bem tolerada pelo organismo, ser usada sem inconvenientes, por longos períodos.

Em caso de obstrução do cateter, deve-se realizar o diagnostico diferencial entre cateter mal posicionado, mau posicionamento da agulha, oclusão com coagulo, precipitação de drogas, dobras do cateter e outras oclusões mecânicas (VASQUES; REIS; CARVALHO, 2009; HONÓRIO; CAETANO; ALMEIDA, 2011).

Uma pesquisa realizado por Pires e Vasques (2014) apontou que a manutenção da permeabilidade do CVCTI é um tema que gera bastante dúvidas. Demonstraram desconhecer sobre o tipo de solução usada para esta finalidade, assim como a concentração de heparina e, ainda, em relação à periodicidade de heparinização.

A principal conduta para prevenir a obstrução do dispositivo, após o termino da infusão de qualquer medicamento, lavar o cateter entre 10 á 20 ml de solução fisiológica.

Assim como, após a infusão de sangue e hemocoponentes manter a irrigação com 20 mL de solução salina, devido a sua viscosidade.

O selo com solução de heparina quando o cateter não está sendo utilizado, a dose de heparina pode variar de 10 a 1.000 UI/ml, sendo a concentração de 100 UI/ml, num volume de 2ml, o mais comumente utilizado. Quanto a periodicidade de heparinização, os fabricantes indicam que o mesmo seja realizado a cada 30 dias. Entretanto, alguns estudos retrospectivos afirmam que não houve prejuízo na manutenção da permeabilidade entre cateteres que foram

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heparinizados em 30 dias ou 60 dias (PIRES; VASQUES, 2014; VASQUES, REIS, CARVALHO, 2009; HONÓRIO, CAETANO, ALMEIDA, 2011).

Outro fator questionado pelos sujeitos da pesquisa foi sobre quais condutas devem ser adotadas em caso de obstrução. Ao identificar obstrução, deve-se confirmar o retorno venoso e, em seguida, tentar infundir soro fisiológico. Ressalta a importância de avaliar possíveis oclusões mecânicas, como: dobras, mau posicionamento do cateter/agulha.

Quando for decorrente do depósito de fibrina ou trombo, os agentes fibrinolíticos têm sido amplamente utilizados para desobstrução, desde que com acompanhamento médico, devido os risco de complicações que a droga possui (PIRES; VASQUES, 2014).

2.3.2 INFECÇÃO

A complicação mais frequente, relacionado ao uso de cateter é a infecção. Pode ocorrer ao longo do túnel subcutâneo onde o cateter está inserido, quanto na loja subcutânea, na qual o port está instalado. O risco de um paciente com infecção de foco de CVC TI, evoluir para uma quadro de Sepse é bastante elevado devido à comunicação direta do cateter com a circulação central (PIRES; VASQUES, 2014; VASQUES; REIS; CARVALHO, 2009).

Pires e Vasques (2014) questionaram alguns enfermeiros sobre a identificação de complicações, a exemplo da infecção no CVC-TI, e quais condutas a serem tomada, apenas um enfermeiro afirmou que não saber como identificar, ou quais condutas adotaria.

Os demais informaram que após detecção de sinais flogísticos na região do cateter, solicitam avaliação médica. Quando há a suspeita de infecção nesses dispositivos é necessário comparar exame de hemocultura colhida do cateter, com uma hemocultura coletada por via periférica. Após a confirmação do sítio de infecção e do microorganismo, deve-se instituir a antibioticoterapia adequada, pelo médico responsável.

Nos casos em que o paciente não responde à terapêutica, a retirada do cateter pode ser indicada. Cabe ressaltar que a retirada do cateter é recomendada em caso de persistência do quadro infeccioso após o uso de antibióticos antibioticoterapia ou detecção de infecção por Candida spp ou Staphylococcus aureus. A melhor forma de prevenir é através da utilização de técnica estéril durante o manuseio do cateter; respeitando o prazo estabelecido para troca de agulha, conexão e equipos.

Estudo realizado por Pires e Vasques (2014) revelou que os enfermeiros têm dúvidas quanto ao preparo da pele para punção, a maioria dos entrevistados relataram usar álcool a 70%. Estudos apontam que a punção do cateter deve ser realizada por meio de técnica

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asséptica. O preparo da pele é um passo importante da técnica de punção e para tal, o antisséptico de escolha, é a clorexidina alcoólica, que é mais efetiva, uma vez que a ação microbicida mantém efeito residual na pele por tempo superior ao álcool e polvidine alcoólico, prevenindo a recolonização da pele.

É importante destacar que a antissepsia da pele deve ser realizada por meio de movimentos em espiral, de dentro para fora, a partir do centro do porte que devem ser executados por, pelo menos, três vezes antes da inserção da agulha (PIRES; VASQUES, 2014; VASQUES; REIS; CARVALHO, 2009).

2.3.3 EXTRAVASAMENTO

A causa do extravasamento é multifatorial, os fatores mais habituais para o extravasamento, a formação de trombo ou fibrina na ponta do cateter, e o fragmento do dispositivo; ainda pode ter como fator predisponente a inserção incompleta da agulha no port, deslocamento da agulha decorrente de manipulação e mudança no posicionamento constante, e desconexão entre o cateter e o reservatório.

As medidas de prevenção estão voltadas para o controle desses fatores, como: o uso de agulha de tamanho adequado; completa inserção da agulha tipo Huber no momento da punção; curativo bem aderido ao tecido tissular, onde proteja inteiramente a agulha, evitando o tracionamento dos equipos conectados ao cateter; seringas com o calibre inferior a 5 mL exercem forte pressão nos cateteres, portanto devem-se utilizar seringas com calibres superior a 5 mL; monitorar frequentemente o local de punção; antes de iniciar a infusão medicamentosa, confirmar retorno venoso; orientar ao paciente que evite o tracionamento de equipos conectados ao cateter, assim como a manipulação do curativo (VASQUES; REIS;

CARVALHO, 2009).

2.3.4 EXTERIORIZAÇÃO DO CATETER

A exteriorização do CVC TI é um evento incomum, acontece quando não há a rotação do local de punção; ou perda da viabilidade do tecido sobre o cateter, devido à perda de peso acentuada; lesão na pele sobre a câmera e suas estruturas circunjacentes ao dispositivo, principalmente por deiscência da incisão cirúrgica (VASQUES; REIS; CARVALHO, 2009).

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2.3.5 OUTRAS COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO CATETER VENOSO CENTRAL TOTALMENTE IMPLANTADO

As complicações imediatas associadas ao implante do cateter são: hematomas, alterações do ritmo cardíaco, complicações decorrentes do ato anestésico, lesão venosa, embolia gasosa, tamponamento cardíaco, intolerância ao cateter, necrose da pele após o implante. Alem das complicações tardias como a estenose ou trombose da veia jugular interna, infecção, obstrução do cateter, extravasamento de líquido, migração do cateter, exteriorização, ruptura ou fratura do sistema.

As complicações observadas evidenciaram a necessidade de maiores cuidados em relação à manipulação dos cateteres, baseados em ações cientificas, e imprescindível a elaboração e utilização de procedimento operacional padrão (POP) (HONÓRIO; CAETANO;

ALMEIDA, 2011; RIBEIRO; MARTINS; CARVALHO, 2008).

O índice de complicações pós-operatório analisados em pacientes oncológicos hematológicos e não hematológicos não se observou complicações precoces, apenas complicações inerentes ao procedimento cirúrgico. As desordens hematológicas não aumentam o risco de complicações quando do uso de cateteres totalmente implantáveis, desde que utilizem as técnicas assépticas, e registro de toda e qualquer alterações na área ou com o cateter (MASTALIR et al, 2001).

3. CONCLUSÃO

O implante de cateter venoso central tem sido cada vez mais adotado na prática hospitalar em cliente com neoplasias, onde é preciso ter um acesso vascular seguro para a realização de um tratamento prolongado. Os achados apresentados por este estudo evidenciam a complexidade que envolve a assistência de enfermagem relacionada ao manuseio dos CVC- TI, em pacientes oncológicos.

Portanto, executar corretamente a técnica de manuseio desses dispositivos, evitando obstrução, infecção, extravasamento, exteriorização, além de outras complicações relacionadas ao cateter venoso central totalmente implantado. Além de ser de fundamental importância, ter habilidades em identificar, prevenir, e tratar as possíveis complicações precocemente.

Constatou-se nesta análise que os estudos a respeito do manuseio de cateteres totalmente implantados em pacientes oncológicos pela equipe de enfermagem, publicados

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possuíam baixo nível de evidencia. Contudo, acredita-se que este panorama tende a modificar-se devido à maior adesão do implante de cateter venoso central na prática hospitalar, e o aumento da incidência de pacientes com neoplasias.

Torna-se imperativo a divulgação e o debate sobre esse tema, pois é evidente a necessidade desses profissionais de saúde em obterem conhecimento prévio e específico sobre o manuseio do CVC-TI. Esse aprimoramento permitirá uma melhor intervenção individualizada, por toda a equipe de enfermagem, frente ao paciente oncológico que utilize este dispositivo, o que produzirá menores índices de complicações, e maior tempo de sobrevida do cateter.

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MANAGEMENT FULLY IMPLEMENTED IN CATHETERS CANCER PATIENTS BY NURSING STAFF: A LITERATURE REVIEW

Abstract: Include cancer patient to undergo a prolonged treatments, require constant use of the venous network, causing at some point a weakness in peripheral vascular disease. This device is recommended for those patients who have difficult peripheral venous access and will be subject to long-term intravenous therapy. Aiming to analyze the main nursing care with totally implanted catheters in cancer patients. We performed a literature search of integrative character, through a survey of scientific articles in database Scielo. After crossing descriptors, 15 articles were selected and filed, being adapted 09 articles that were directly linked to the chosen analysis for making this topic. From reading the posts and thinking, articulating the theoretical data found, items were categorized into: Puncture of central venous access catheters, dressings for CVC - TI, complications related to these devices. After data analysis, it was found that the complexity of nursing care in handling these devices.

Therefore, to properly perform the technique of handling these devices, avoiding obstruction, infection, leakage, externalizing, and other complications related to the totally implanted central venous catheter. Besides being of fundamental importance, have skills to identify, prevent, and treat possible complications early.

Keywords: Management. Totally implanted catheter. Nursing. Oncology.

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REFERÊNCIAS

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MARCONDES, C. R. R. et al. Complicações precoces e tardias em acesso venoso central.

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Referências

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