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Correlatos perceptivos e acústicos de qualidade e dinâmica vocal na fala de crianças usuárias de implante coclear DOUTORADO EM LINGUÍSTICA APLICADA E ESTUDOS DA

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Academic year: 2019

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(1)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Aline Neves Pessoa

Correlatos perceptivos e acústicos de qualidade e

dinâmica vocal na fala de crianças usuárias de implante

coclear

DOUTORADO EM LINGUÍSTICA APLICADA E ESTUDOS DA

LINGUAGEM

(2)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Aline Neves Pessoa

Correlatos perceptivos e acústicos de qualidade e

dinâmica vocal na fala de crianças usuárias de implante

coclear

Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção de Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, sob a orientação da Professora Doutora Zuleica Camargo.

(3)

Pessoa, Aline Neves

Correlatos perceptivos e acústicos de qualidade e dinâmica vocal na fala de crianças usuárias de implante coclear. / Aline Neves Pessoa. - São Paulo, 2012. 200f.

Tese (Doutorado) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem - LAEL. Linha de Pesquisa: Linguagem e Patologias da Linguagem. Orientadora: Profa. Dra. Zuleica Camargo.

Perceptual and acoustic correlates of vocal quality and voice dynamics in cochlear implant children speech data.

(4)

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução parcial ou total desta dissertação através de fotocópias ou meios

eletrônicos.

________________________

Aline Neves Pessoa

(5)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada

e Estudos da Linguagem - LAEL

Coordenadora do Curso de Pós-Graduação:

(6)

Aline Neves Pessoa

Correlatos perceptivos e acústicos de qualidade e dinâmica

vocal na fala de crianças usuárias de implante coclear

Banca Examinadora:

Profa. Dra. Zuleica Camargo - Orientadora

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

(7)

“Às vezes ouço passar o vento; E só de ouvir o vento passar, Vale a pena(...) Fernando Pessoa por Alberto Caieiro

Dedicatória:

(8)

Agradecimento especial

À querida Orientadora Profa. Dra. Zuleica Camargo,

Pelo incentivo, oportunidades e experiências ao longo dos anos. Pelo apoio infinito na construção deste estudo. Pela confiança a mim depositada. Pelo envolvimento, rigor e cuidado. Por tudo o que me ensinou neste fascinante contexto.

(9)

AGRADECIMENTOS

À Profa. Dra. Zuleica Camargo, pelos inesquecíveis ensinamentos, atenção, rigor metodológico e exemplo de determinação. Por me oferecer novas descobertas e conhecimentos. Pelas inúmeras experiências que me fizeram aprender a cada nova oportunidade. Pela prontidão e apoio.

À Profa. Dra. Bia Novaes, tão especial em minha vida. Fundamental para realização deste estudo. Muito obrigada pelas reflexões e incentivo. Pelo exemplo que é, por me guiar, pela supervisões, atenção e confiança. Pelo que representa na minha formação como fonoaudióloga.

À Profa. Dra. Sandra Madureira, tão afável, pelos ensinamentos. Especialmente pelas contribuições no exame de qualificação deste estudo e nas apresentações de dados preliminares em congressos internacionais.

À Profa. Dra. Cecilia Bevilacqua, preciosidade da Fonoaudiologia. Pela excelência de seus conhecimentos. Tê-la como banca examinadora é uma honra.

À Profa. Dra Valéria Goffi pelo brilhantismo e atenção como banca examinadora deste estudo.

Ao Prof Dr. Koji, pelo incentivo à atuação fonoaudiológica. Pelas contribuições como banca examinadora desta pesquisa.

À Dra. Liege Tanamati, pela atenção, disponibilidade e contribuições.

Ao Prof. Dr. Plinio Barbosa, pela disponibilização do Script ExpressionEvaluator, pelos ensinamentos valiosos e que foram fundamentais para este estudo. Pelo auxílio na banca de qualificação do projeto. Pelas reflexões durante a disciplina realizada na Unicamp e encontros científicos.

Ao Prof. Dr. Luiz Carlos Rusilo, pela assessoria em estatística. Pela disponibilidade, atenção e cuidado com os dados de fala das crianças.

(10)

À Profa. Dra. Bia Mendes, pelo incentivo, prontidão, admirável dedicação e competência. Aos meus queridos Orientadores de Iniciação Científica, Prof. Dr. Gilberto Gattaz e Profa. Dra. Maria Cecília Trenche, Pelo despertar de pesquisadora.

À Profa. Dra. Clay R. Balieiro, pela ternura, pelas discussões, pelos grandes momentos de supervisão clínica. Às queridas Claudia Azevedo, Fernanda Andrade, Marina Bastos, Profa Dra Luisa Barzaghi-Ficker e Prof Dra Lila Pupo.

Marilú e Fátima: obrigada pelo carinho, preocupação e cuidado. Obrigada Ernesto, Alípio e Ronaldo (Laboratório de Rádio- Faficla). À Claudia Perrota e Marcelo Scarabeli, pela revisão do texto. À Jane, pela formatação. Ao Marcelo Barbosa, pela revisão do resumo em inglês.

Ao Sergio, pelo amor, cumplicidade e apoio. Aos meus pais, Elcio e Rita, exemplos na minha vida. Pelo respeito e confiança. Ao Leonardo, Aline, Estela e Esther. À Conceição, tão eficiente, pelo carinho e cuidado com meus importantes papéis rabiscados e espalhados.

À amiga Lilian Kuhn Pereira: sempre comigo. Pela amizade, parceria, palavras de carinho e pelos infinitos momentos de companheirismo. Pelas tantas experiências compartilhadas nesta etapa que vivenciamos juntas.

À amiga Bruna Marcondes Ribeiro Casson, por saber o que estou pensando só de falar comigo ao telefone, pela lealdade, carinho, por me escutar sempre, pelo apoio e anos de transparência.

Ao Grupo de Pesquisa de Estudos sobre a Fala do LIAAC: querida Maria Augusta Svicero, tão atenciosa e competente. Ma Fabiana Bonfim, doce amiga. Fabiana Gregio, que bom ter sua amizade. Luciana Oliveira, pelo carisma e experiência clínica. Cristina Canhetti, Roberta Cury, Renata Queiroz, Andrea Sacco, Marilea Fontana, Francisco Ordem, Solange Lapastina, Paulo Menegon, Sergio Mauad, Fernanda Allegro, Janaína Santos, Alice Crochiquia, Thamires Freitas e Perpétua Coutinho. À Vanessa Medina, agradeço o auxílio nas coleta de dados com os juízes, pela atenção e disponibilidade.

(11)

Audição na Criança-Derdic. À Profa. Dra. M Angelina Martinez e Profa Dra Dóris Lewis, Prof Dr. Alfredo Tabith, Profa Dra. Vera Cury.

Às crianças que participaram desta pesquisa: falantes do meu coração, que tanto me ensinaram. Tão especiais. Meu eterno agradecimento às queridas famílias.

(12)

LISTA DE ABREVIATURAS

DA Deficiência auditiva

AASI Aparelho de amplificação sonora individual

Sistema FM Sistema de Frequência Modulada

IC Implante coclear

dBNA Decibel de nível de audição

Int.Cf Intervalo de Confiança

LAEL Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem

VOT Voice Onset Time

GRBAS/RASAT Escala de avaliação vocal

VTI Grau de correlação com o índice de turbulência vocal

NHR Ruído harmônico

SPI Índice de fonação suave

RDLS Reynell Developmental Language Scales

IT-MAIS Escala de Integração Auditiva Significativa

FDA Food and Drug Administration

(13)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Roteiro Vocal Profile Analysis Scheme adaptado para o português

brasileiro (VPAS-PB) ...42

Figura 2. Planilha oferecida aos juízes para marcação dos julgamentos das amostras de fala quanto à naturalidade, precisão e facilidade de

compreensã da fala. ...42

Figura 3. Janela de visualização dos dados gerados pelo script

ExpressionEvaluator quando aplicada ao softwarePraat. ...44

Figura 4. Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e

acústicos (script ExpressionEvaluator) para as amostras do Falante 1 ...51

Figura 5. Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e

acústicos (script ExpressionEvaluator) para as amostras do Falante 2. ...54

Figura 6. Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e

acústicos (script ExpressionEvaluator) para as amostras do Falante 3 ...57

Figura 7. Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e

acústicos (script ExpressionEvaluator) para as amostras do Falante 4 ...60

Figura 8. Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e acústicos (script ExpressionEvaluator) para as amostras do Falante 5 - momento 1 ...62

(14)

Figura 10. Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e acústicos (script ExpressionEvaluator) para as amostras do Falante 5 - momento 3 ...67

Figura 11. Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e acústicos (script ExpressionEvaluator) para as amostras do Falante 6 - momento 1 ...70

Figura 12: Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e acústicos (script ExpressionEvaluator) para as amostras do Falante 6 - momento 2. ...73

Figura 13. Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e acústicos (script ExpressionEvaluator) para as amostras do Falante 6 - momento 3. ...76

Figura 14. Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e acústicos (script ExpressionEvaluator) para as amostras do Falante

7. ...79

Figura 15. Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e acústicos (script ExpressionEvaluator) para as amostras do Falante

8. ...81

Figura 16. Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e acústicos (script ExpressionEvaluator) para as amostras do Falante

9. ...84

Figura 17. Box plot da média dos graus dos julgamentos perceptivos de naturalidade, precisão e facilidade de compreensão de fala dos

(15)

Figura 18. Box plot do desvio padrão dos graus dos julgamentos perceptivos de naturalidade, precisão e facilidade de compreensão de fala dos

falantes 1 a 8. ...88

Figura 19. Box plot da moda dos graus dos julgamentos perceptivos de naturalidade, precisão e facilidade de compreensão de fala dos

falantes 1 a 8. ...88

Figura 20. Síntese dos achados referentes ao perfil de qualidade vocal e dinâmica vocal (VPAS-PB), julgamentos quanto à naturalidade, precisão e compreensão de fala e medidas acústicas dos falantes 5 e 6 nos três diferentes momentos de cada criança. ... 106

Figura 21. Gráfico de centróides da análise discriminante do perfil de qualidade vocal e dinâmica vocal por meio do Roteiro VPAS-PB para os três

momentos de coleta do falante 5 ... 108

Figura 22. Gráfico de centróides da análise discriminante dos julgamentos de naturalidade, precisão e facilidade de compreensão para os três

momentos de coleta do falante 5 ... 109

Figura 23. Gráfico de centróides da análise discriminante das medidas acústicas para os três momentos de coleta do falante 5 ... 110

Figura 24. Gráfico de centróides da análise discriminante do perfil de qualidade vocal e dinâmica vocal por meio do Roteiro VPAS-PB para os três

momentos de coleta do falante 6 ... 111

Figura 25. Gráfico de centróides da análise discriminante dos julgamentos de naturalidade, precisão e facilidade de compreensão para os três

momentos de coleta do falante 6 ... 112

(16)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Falantes, início do uso de AASI (idade cronológica), inserção do IC (idade cronológica) e tipo de IC (unilateral ou bilateral), momento da

gravação (idade cronológica e idade auditiva: ano; mês) ...38

Quadro 2. Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras

do falante 1. ...50

Quadro 3. Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras

do falante 2. ...52

Quadro 4. Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras

do falante 3. ...55

Quadro 5. Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras

do falante 4. ...58

Quadro 6. Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras

do falante 5 - momento 1. ...61

Quadro 7. Agrupamentos da analise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras

(17)

Quadro 8. Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras

do falante 5 - momento 3. ...66

Quadro 9. Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras

do falante 6 - momento 1. ...68

Quadro 10. Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras do falante 6 - momento 2. ...71

Quadro 11. Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras do falante 6 - momento 3. ...74

Quadro 12. Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras do falante 7. ...77

Quadro 13. Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras do falante 8. ...80

Quadro 14. Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultantes do processamento dos julgamentos perceptivo-auditivos pelo roteiro VPAS-PB (qualidade e dinâmica vocal) para as amostras do falante 9. ...82

Quadro 15. Matriz de confusão do perfil de qualidade vocal e dinâmica vocal por

(18)

Quadro 16. Matriz de confusão dos julgamentos de naturalidade, precisão e facilidade de compreensão para os três momentos de coleta do

falante 5 ... 109

Quadro 17. Matriz de confusão das medidas acústicas para os três momentos de coleta do falante 5 ... 110

Quadro 18. Matriz de confusão do perfil de qualidade vocal e dinâmica vocal por meio do Roteiro VPAS-PB para os três momentos de coleta do

falante 6 ... 112

Quadro 19. Matriz de confusão dos julgamentos naturalidade, precisão e facilidade de compreensão para os três momentos de coleta do

falante 6 ... 112

Quadro 20. Matriz de confusão das medidas acústicas para os três momentos de coleta do falante 6 ... 113

Quadro 21. Matriz de confusão dos julgamentos de qualidade vocal e dinâmica

vocal por meio do Roteiro VPAS_PB dos falantes 4 e 9... 114

Quadro 22. Matriz de confusão das medidas acústicas para os falantes 4 e 9 ... 115

Quadro 23. Matriz de confusão do julgamento de naturalidade, precisão e

(19)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas

pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do falante 1... 50

Tabela 2 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo

script ExpressionEvaluator para as amostras do Falante 1. ... 51

Tabela 3 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo

script ExpressionEvaluator para as amostras do Falante 2. ... 53

Tabela 4 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas

pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do falante 2. ... 53

Tabela 5 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas

pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do falante 3... 56

Tabela 6 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo

script ExpressionEvaluator para as amostras do Falante 3. ... 56

Tabela 7 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas

pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do falante 4... 59

Tabela 8 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo

script ExpressionEvaluator para as amostras do Falante 4. ... 59

Tabela 9 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do falante 5 -

momento 1 ... 61

Tabela 10 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do falante 5 -

(20)

Tabela 11 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do

falante 5 - momento 2. ... 64

Tabela 12 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do Falante 5 -

momento 2. ... 64

Tabela 13 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do

falante 5 - momento 3. ... 66

Tabela 14 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do Falante 5 -

momento 3. ... 66

Tabela 15 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do

falante 6 - momento 1. ... 69

Tabela 16 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do Falante 6 -

momento 1. ... 69

Tabela 17 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do

falante 6 - momento 2 ... 72

Tabela 18 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do Falante 6 -

momento 2. ... 72

Tabela 19 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do

(21)

Tabela 20 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do Falante 6 -

momento 3. ... 75

Tabela 21 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do

falante 7 ... 78

Tabela 22 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo

script ExpressionEvaluator para as amostras do Falante 7. ... 78

Tabela 23 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do

falante 8. ... 80

Tabela 24 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo

script ExpressionEvaluator para as amostras do Falante 8. ... 81

Tabela 25 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas pelo script ExpressionEvaluator para as amostras do

falante 9 ... 83

Tabela 26 - Agrupamentos da análise aglomerativa hierárquica de cluster resultantes do processamento das medidas acústicas geradas pelo

script ExpressionEvaluator para as amostras do Falante 9. ... 83

Tabela 27: Dados de média desvio padrão, moda e intervalo de confiança (Int. Cf.) dos julgamentos perceptivos quanto à naturalidade, precisão e facilidade de compreensão da fala apresentados individualmente,

(22)

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - pais e/ou

responsáveis pelos sujeitos participantes da pesquisa ... 161

Anexo 2 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - juízes ... 163

Anexo 3 - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa PUC-SP ... 165

Anexo 4 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para uso do script

ExpressionEvaluator (Barbosa, 2009) ... 166

Anexo 5 - Escala de envolvimento familiar ... 167

Anexo 6 - Matriz de confusão para os dados de validação cruzada dos

(23)

RESUMO

CORRELATOS PERCEPTIVOS E ACÚSTICOS DE QUALIDADE E DINÂMICA VOCAL NA FALA DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR

Introdução: contextualizada na clínica fonoaudiológica que se dedica ao atendimento de crianças com deficiência auditiva (DA) e usuárias de implante colear (IC), esta pesquisa aborda aspectos da percepção e da produção de fala tendo como base as Ciências Fonéticas. Enfoca a variabilidade de padrões contidos na fala de crianças e apresenta a descrição prosódica a partir do detalhamento dos ajustes de qualidade vocal e elementos de dinâmica vocal. Objetivo: descrever os correlatos perceptivo-auditivos e acústicos da fala de crianças com DA usuárias de IC a partir da qualidade e dinâmica vocal, considerando: fatores relacionados à predição de desfecho clínico conforme as particularidades de cada criança, as mudanças ao longo de um período de terapia e a comparação de dados de criança DA usuária de IC com criança ouvinte.

Métodos: foram audiogravadas e analisadas amostras de fala semi-espontânea de 8 crianças com DA e usuárias de IC, que tinham entre 2 anos e 10 meses a 7 anos e 7 meses anos de idade cronológica, durante fonoterapia e de uma criança ouvinte (de 7 anos e 7 meses de idade). O corpus foi digitalizado na frequência de amostragem 22050 Hz e 16 bits, extensão wav, a partir do software Sound Forge Edit (v7.0). A análise perceptivo-auditiva foi realizada por meio do roteiro Vocal Profile Analysis Scheme (VPAS-PB), a partir de julgamentos de qualidade e de dinâmica vocal. Tais amostras também foram julgadas quanto à naturalidade, precisão e facilidade de compreensão de fala por meio da escala de diferencial semântico. A análise acústica foi conduzida a partir da aplicação do script ExpressionEvaluator ao software Praat

v.10. Os dados de análises perceptivo-auditiva e acústica foram analisados estatisticamente, por meio do software XLStat, a partir de análise aglomerativa hierárquica de cluster análise de correlação canônica e análise discriminante;

Resultados: da análise conjugada de dados perceptivos e acústicos, foi possível destacar ajustes de qualidade vocal e elementos de dinâmica vocal, os quais permitem detalhar o perfil de fala das crianças DA usuárias de IC. Em relação aos ajustes de qualidade vocal, os achados de maior grau de hiperfunção laríngea, de diminuição de extensão de lábios, mandíbula e língua, além de corpo de língua recuado e abaixado combinaram-se a elementos de elevação do pitch habitual, diminuição de extensão e variabilidade de pitch e loudness, suporte respiratório inadequado e aumento ou diminuição na taxa de elocução. Tais ajustes e mobilizações correlacionaram-se a medidas acústicas, especialmente aquelas relativas à variabilidade de f0 e de declínio espectral. Conclusão: da descrição detalhada dos elementos prosódicos foi possível estimar a influência de alguns fatores que possam estar relacionados à predição de desfecho clínico, tais como presença/ausência de IC e tipo de IC, seguido de idade cronológica, dos momentos de coleta e, finalmente, da idade auditiva.

(24)

ABSTRACT

PERCEPTUAL AND ACOUSTIC CORRELATES OF VOICE QUALITY AND VOICE DYNAMICS IN COCHLEAR IMPLANT CHILDREN SPEECH DATA.

Introduction: in the context of speech therapy and audiology devoted to the assistance of hearing impairment children (HI) and users of cochlear implants (CI), this research approaches perceptual and production aspects of speech based on the Phonetic Sciences. It focuses on the variability of patterns within the speech of children and presents the prosodic description by detailing the voice quality settings and the voice dynamics elements. Objective: to describe the perceptual correlates of the speech signal of children with HI and users of CI through the voice quality and voice dynamics, taking into account: factors related to clinic prediction of outcomes according to particularities of each child, the resulting changes throughout the therapy and data comparison of HI children and users of CI with normal hearing children. Methodology:

the data is composed of audio recordings of semi-spontaneous speech samples of 8 children with HI and users of CI within the chronological age range of 2 years and 10 months and 7 years and 7 months. The corpus was digitalized with sampling frequency of 22050 Hz and 16 bits and recorded as wav extension through the Sound Forge Edit

software (v7.0). The perceptual analysis consists on voice quality and voice dynamics jugdgements performed through of the Vocal Profile Analysis Scheme for Brazilian Portuguese (VPAS-PB). Those samples underwent also an auditory judgement taskconcerning the naturalness, accuracy and easiness of speech comprehension through a deferential semantic scale. The acoustic analysis was conducted through the

ExpressionEvaluator script applied to the software PRAAT v.10. The perceptual data underwent also a statistical analysis through the software XLStat by using analysis of agglomerative hierarchical cluster, canonical correlation and discriminating analysis.

Results: from the combined analysis of acoustic and perceptual data it was possible to highlight voice quality settings and elements of voice dynamics, which enabled the creation of a detailed profile of the HI children and users of CI. In relation to the vocal quality settings, the findings of high level of laryngeal hyperfunction, minimized range of lips, jaw, and tongue body, as well as retracted and lowered tongue body, combined with elements showing an elevation of habitual pitch, minimized pitch and loudness extension and variability, slow or fast rate and inadequate respiratory support. Such settings and movements were influenced and correlated to acoustic measures, especially those related to f0 and spectral slope. Conclusion: from the detailed description of prosodic elements it was possible to estimate the influence of some factors that may be related to the outcomes such as: presence/absence of CI and type of CI, followed by chronological age, from the moment of collection and finally the auditory age.

(25)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 9

3 MÉTODOS ... 35 3.1 SUJEITOS ... 36 3.2 GRAVAÇÃO, EDIÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DO CORPUS ... 39 3.3 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS... 40 3.4 A ANÁLISE PERCEPTIVO-AUDITIVA POR MEIO DO ROTEIRO

VPAS-PB ... 40 3.4.B ANÁLISE PERCEPTIVO-AUDITIVA QUANTO À NATURALIDADE,

PRECISÃO E COMPREENSÃO DA FALA... 42 3.4.C ANÁLISE ACÚSTICA ... 43 3.5 ANÁLISE INTEGRADA DE DADOS PERCEPTIVOS E ACÚSTICOS ... 46

4 RESULTADOS ... 48 4.1 CORRELATOS PERCEPTIVOS E ACÚSTICOS DE QUALIDADE E

DINÂMICA VOCAL DE CRIANÇAS COM DA USUÁRIAS DE IC E

CRIANÇA OUVINTE ... 49

4.1.1 Perfil de qualidade e de dinâmica vocal dos falantes ... 49

4.1.2 Dados de julgamentos perceptivos da quanto à naturalidade,

precisão e facilidade de compreensão da fala ... 85

4.1.3 Indicadores de desfecho clínico a partir de correlatos

perceptivos (Roteiro VPA-PB e julgamentos de naturalidade,

precisão e compreensão de fala) e medidas acústicas ... 89

4.1.3.1 Dados perceptivo-auditivos ... 89

4.1.3.1.a Dados de qualidade e dinâmica vocal - VPAS-PB ... 89

(26)

4.1.3.1.c Correlação entre os dados perceptivos (julgamentos de

qualidade e dinâmica vocal pelo roteiro VPAS-PB e julgamentos

de naturalidade, precisão e facilidade de compreensão da fala)... 92

4.1.3.2 Dados das medidas acústicas ... 97

4.1.3.2.a Dados das medidas acústicas do Script ExpressionEvaluator ... 97 4.1.3.2.b Correlação entre os dados perceptivos e acústicos ... 98 4.2 A EVOLUÇÃO CLÍNICA DE CRIANÇA COM DA E USUÁRIO DE IC:

CORRELATOS PERCEPTIVOS E ACÚSTICOS DE QUALIDADE E

DINÂMICA ... 103

5 DISCUSSÃO ... 116

6 CONCLUSÃO ... 145

7 BIBLIOGRAFIA ... 148

(27)
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Contextualizada na clínica fonoaudiológica que se dedica ao atendimento de crianças com deficiência auditiva (DA) e usuárias de implante colear (IC)1, esta pesquisa aborda aspectos da percepção e da produção de fala tendo como base as Ciências Fonéticas.

Especialmente em bebês e crianças pequenas, a plasticidade neuronal é aliada ao processo de diagnóstico e acompanhamento da evolução clínica, que devem acontecer simultaneamente e de maneira contínua (Connor et al., 2006; Artières et al., 2009; Bevilacqua et al., 2009). Com o diagnóstico de DA e a intervenção precoces, desde a maternidade, cresce a necessidade de definição de procedimentos e descritores de habilidades auditivas e de linguagem, visando, sobretudo, o desenvolvimento da oralidade (Dawson et al, 1995; Yoshinaga-Itano, 2003; Cox, 2004; Fabry, 2005; Eisenberg et al., 2006; Pratt et al., 2007; Nasralla et al, 2009; Kaplan & Puterman, 2010; Sininger et al. 2010; Tanamati et al., 2011).

As condutas fonoaudiológicas de seleção e de adaptação de dispositivos eletrônicos vão ao encontro do desenvolvimento de tecnologias de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) e/ou ICs, os quais oferecem, cada vez mais, o aperfeiçoamento no acesso aos sons da fala (Yoshinaga-Ytano, 2003; Costa et al., 2006; Moeller, 2007; Moret et al., 2007; Sininger et al., 2010; Novaes e Mendes, 2011). Neste campo, também se destacam recursos oferecidos por tais dispositivos, como regras prescritivas, que detalham em resolução espectral e temporal os sistemas de estimulação acústica (no caso dos AASIs) e elétrica (no caso dos ICs), bem como outros assessórios acoplados, como o Sistema de Frequência Modulada2.

Em consonância, as estratégias adotadas durante o processo podem otimizar a construção e o aperfeiçoamento de habilidades auditivas e de

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IC é um tipo de dispositivo eletrônico que proporciona ao usuário a sensação de audição via estimulação elétrica no sistema auditivo. É composto por uma parte externa (um microfone, um microprocessador de fala e um transmissor) e uma parte interna (receptor e estimulador, um eletrodo de referência e um conjunto de eletrodos que são inseridos cirurgicamente dentro da cóclea - orelha interna - e/ou nas vias auditivas neurais). Tem por objetivo levar os sinais acústicos decodificados eletricamente para o encéfalo, onde serão decodificados e interpretados como sons.

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linguagem oral, desde que o planejamento terapêutico seja condizente com as demandas de cada falante, o que favorece a adoção de métodos que possam predizer o desfecho clínico.

Delimitar evidências e indicadores de desfecho clínico tem sido o grande desafio nos estudos que relacionam as esferas envolvidas na percepção e produção de fala. Por meio das inovadoras tecnologias oferecidas pelo IC, tem se alcançado um bom desempenho na acuidade auditiva, revelando falantes com excelente qualidade de detecção, discriminação e reconhecimento para sons de fala de uma ampla faixa de frequências (atingindo mais altas) e até as mais fracas intensidades, o que pode ser observado por meio de respostas consistentes aos estímulos sonoros. Tais falantes revelam bons resultados em tarefas específicas de percepção de sons de fala (vocálicos e segmentais), comprovando, assim, a eficiência da tecnologia da estimulação elétrica do IC.

Assim, no que diz respeito às habilidades auditivas, o IC tem propiciado um importante avanço. Ao mesmo tempo em que garante acesso aos sons da fala, descortina a demanda de que somente “falar” já não é o

suficiente para esse grupo de falantes e seus familiares. As expectativas de que as condições oferecidas pelo avanço tecnológico deveriam conduzir ao

desfecho clínico de “falar bem” são, constantemente, colocadas em discussão,

não somente pelos pacientes, mas também pelos terapeutas, que se questionam sobre o enfoque terapêutico a ser adotado.

No entanto, as habilidades comunicativas dos falantes usuários de IC não determinam linearmente os fenômenos envolvidos nas habilidades de percepção dos segmentos de fala (Buder et al., 2007; Pessoa et al., 2012). Comumente, busca-se identificar fatores que possam predizer o “bom”

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consideradas de forma exclusiva para definição e mensuração do desempenho comunicativo daquele falante em particular.

Pergunta-se, então: quais aspectos da fala devem ser considerados para que o falante com DA usuário de IC desenvolva uma boa habilidade para entender a mensagem, bem como ser entendido por seus interlocutores? Para além da condição de percepção e produção de sons consonantais e vocálicos, como descrever e qualificar o perfil de fala de cada um?

Com respaldo na natureza dinâmica dos processos de percepção e de produção da fala, este estudo propõe, então, transpor a abordagem do campo segmental da fala, considerando os aspetos prosódicos.

No que diz respeito ao conjunto de fenômenos da fala que incluem a variabilidade de frequência, intensidade e duração em longo termo, ressalta-se a variação concernente ao campo em que, segundo Barbosa (2010), cabe a análise das unidades fônicas e de suas relações, desde a sílaba até o texto oral. A prosódia permite definir a modalidade do enunciado (declarativa, interrogativa ou exclamativa); organizar estruturalmente por meio de encadeamento e de proeminência, interagindo com a sintaxe; oferecer função pragmática (integração da mensagem a seu contexto); definir atitudes no ato de fala e, portanto, estabelecer a relação entre os falantes; expressar emoções e até mesmo caracterizar o falante (social e fisicamente, por exemplo) (Barbosa, 2010). Os elementos prosódicos, desde as primeiras vocalizações e balbucios de bebês e crianças pequenas, têm papel fundamental na percepção e produção dos sons da fala, sendo articulados ao desenvolvimento simbólico e cognitivo que permeia a relação entre som e sentido.

Trata-se de um desafio metodológico empreender estudos de base fonética que considerem as múltiplas variáveis envolvidas para delimitar o corpus de pesquisa, explorando contextos de gravação de amostras de fala em enquadres terapêuticos, e sem comparar com o padrão do adulto. É possível não depender de um corpus padronizado, oferecendo condições de análises de trechos de fala espontânea (Pessoa et al., 2010; Pessoa et al., 2011; Pessoa et al., 2012).

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(2012), e com o intuito de abordar aspectos ainda pouco enfocados no que diz respeito à prosódia, o enfoque deste estudo é a qualidade e a dinâmica vocal.

Neste contexto, são considerados aspectos de longo termo da emissão do falante, os quais derivam da ação conjunta da laringe e do trato vocal supralaríngeo, caracterizando o conjunto de ajustes de longo termo, que, estando presentes de modo recorrente (Laver, 1980), conferem características particulares ao sinal de fala. A partir da concepção do modelo fonético de descrição de qualidade vocal, o presente estudo explora as interfaces das modalidades de análise perceptivo-auditiva e acústica de fala.

A fonoterapia oferece o contexto de fala semi-espontânea provida de mobilizações a partir da plasticidade do aparelho fonador (Camargo, 2012). As manobras e habilidades em termos do refinamento das produções articulatórias adotadas pelo falante neste momento podem sinalizar marcos de prováveis tentativas de atingir os alvos acústico-articulatórios. Tais marcos, em combinações particulares em cada indivíduo, definem o perfil do falante.

Diante disto, do ponto de vista perceptivo-auditivo, a adoção do roteiro VPAS-PB (Camargo & Madureira, 2008) tem permitido a descrição perceptiva com base fonética dos elementos prosódicos de qualidade vocal (resultado da ação conjunta da laringe e do trato vocal supralaríngeo, emergindo da combinação dos ajustes de longo termo na fala) e dinâmica vocal (pitch, loudness, uso de pausas, taxa de elocução e suporte respiratório). Ou seja, todas as tendências de longo termo da produção da fala que caracterizam um falante em particular, produtos das atividades respiratória, laríngea/fonatória e supralaríngea/articulatória. Do ponto de vista acústico, aspectos de qualidade e de dinâmica vocal têm sido explorados por meio da combinação de um grupo de medidas acústicas referentes à frequência fundamental (f0), primeira derivada de f0, intensidade, declínio espectral e espectro de longo termo-ELT, gerado pelo Script ExpresionEvaluator (Barbosa, 2009). As correlações das duas esferas têm propiciado discussões acerca da fala em longo termo em corpus de produção espontânea (Pessoa et al., 2010; Rusilo et al., 2011; Pessoa et al., 2012; Camargo et al., 2012).

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Descrever os correlatos perceptivo-auditivos e acústicos da fala de crianças com DA usuárias de IC a partir de ajustes da qualidade vocal e elementos de dinâmica vocal, considerando:

(A) Fatores relacionados à predição de desfecho clínico em termos de habilidade de produção de fala;

(B) Mudanças ao longo do tempo na habilidade de produção de fala, em diferentes momentos;

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São aqui apresentados os modelos teóricos do campo das Ciências Fonéticas que permitem a exploração dos dados de produção de fala de crianças com DA e usuárias de IC. De forma complementar, são também abordados as variáveis e os preditores que visam identificar os fatores de desfecho clínico.

A. Aspectos perceptivo-auditivos e acústicos da qualidade vocal e da dinâmica vocal: modelos e instrumentos adotados

Das bases físico-acústicas da fala, especialmente a proposição da teoria acústica de produção da fala (Fant, 1970), destacando a atividade das estruturas glóticas, subglóticas e supraglóticas, , identifica-se a possibilidade de associação à concepção do modelo fonético da qualidade vocal, proposto por Laver (1980). Tal modelo teórico propõe uma abordagem que considera a complexa e dinâmica relação de combinações de ajustes laríngeos e supralaríngeos da fala.

Assim, considera-se qualidade vocal como a ação conjunta da laringe e do trato vocal supralaríngeo, emergindo da combinação dos ajustes de longo termo, que ocorrem de modo recorrente na fala do indivíduo (Laver, 1980) e que definem uma característica individual do falante (Kent, 1993; Abercombrie, 1967)

A partir do referido modelo teórico, desenvolveu-se um protocolo de análise denominado VPAS (Voice Profile Analysis Scheme) (Laver et al, 1981; Laver, 1980; Laver, 2000; Laver e Mackenzie-Beck, 2007).

O roteiro VPAS-PB, utilizado neste estudo, foi desenvolvido a partir do julgamento técnico de habilidade perceptivo-auditiva de juízes (treinados no uso do referido instrumento) em julgar as vozes enquanto combinações de ajustes complementares. Adaptado para o PB por Camargo e Madureira (2008), parte de conhecimentos atuais da fisiologia do aparelho fonador para uma descrição detalhada de combinações de ajustes complementares, de natureza fonatória (laringe) e articulatória (trato vocal).

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sistema de referência da variedade de modalidades analíticas permite a investigação de manobras e ajustes decorrentes de tentativas de produção de fala ou até mesmo de compensações para casos da clínica fonoaudiológica, nos quais vários estudos identificaram (Cukier et al., 2004; Gregio, 2006; Oliveira 2011; Fernandes, 2011; Lima-Silva, 2012; Queiroz, 2012) compensações da situação fisiológica limitante de produção vocal, como nos casos de patologias que envolvem DA (Nuss, 2010).

O modelo fonético de avaliação da qualidade vocal fundamenta-se em análises articulatórias, fisiológicas, acústicas e auditivas (Camargo et al., 2004) e considera a qualidade vocal como resultado de fatores intrínsecos - referente às características da anatomia do aparelho fonador do próprio falante - e extrínsecos - que consistem em ajustes musculares de longo termo do aparelho fonador (Laver, 1980, 2000; Camargo, 2001).

Tais ajustes extrínsecos, denominados settings (e referidos no PB como ajustes), denotam a unidade analítica do modelo fonético: trata-se de mobilizações recorrentes do trato vocal, que ocorrem em consequência de um ou mais ajustes musculares de longa duração (Abercrombie, 1967; Laver, 1978, 1981, 2000), sendo assim um traço recorrente na posição do trato vocal, resultante de um ajuste muscular de longa duração.

Assim, essas características podem também trazer inferências sobre as características físicas, psicológicas, sociais e de expressividade do falante (Camargo, 2008).

A descrição da dinâmica vocal por meio do VPAS-PB permite realizarmos o julgamento perceptivo dos parâmetros de evolução da frequência, da intensidade e da duração (variabilidade e extensão de pitch, loudness, pausa e taxa de elocução).

A unidade de referência proposta pelo modelo teórico que fundamenta tal análise, o ajuste, que corresponde à postura fonoarticulatória intermediária, realizada entre os extremos de tensão e relaxamento, permite avaliação e compreensão dos ajustes durante a produção vocal e a qualidade vocal gerada, sem que tal configuração de determinado ajuste, denote uma

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normalidade, nem mesmo como uma situação de normalidade ou de repouso do aparelho fonador, mas uma condição de referência para as análises de qualidade vocal (Camargo et al., 2003; Camargo & Madureira, 2008), e, revela a influência dos níveis orgânico e fonético detectada ao longo de variações momentâneas relacionadas aos segmentos, característica esta que passa a ser tomada como relevante para descrição dos processos de aquisição de linguagem em crianças (Pessoa et al., 2010; Pessoa et al., 2011, Pessoa et al., 2012).

O enfoque da variabilidade de padrões contidos na fala e das complexas interações entre mecanismos de percepção e de produção são considerados a partir do modelo dinâmico da fala (Boothroyd, 1986; Fujimura & Hirano, 1995; Lindblom, 1990; Barbosa, 2006; Barbosa, 2007; Barbosa, 2009; Xu, 2011; Hirst, 2011; Fourcin & Abberton, 2008).

A partir da variedade de ajustes possíveis e previsíveis permite-nos perceber minuciosas combinações resultantes de compensações, fato este justificável e correlacionado pela esfera acústica, que se fundamenta no funcionamento interdependente das estruturas do trato vocal laríngeo e supralaríngeo (Cukier, 2006; Gregio et al., 2006) a partir de conhecimentos da fisiologia de produção da fala.

Assim, destaca-se o refinamento da ação do trato vocal à fonação e das variadas compensações que podem ocasionar devido à sua plasticidade.

Identifica-se, no grupo dos ajustes laríngeos, os tipos simples de ajustes denominados modal, falsete, cochicho e vocal fry, crepitância, e os ajustes laríngeos compostos, identificados na composição de dois ou mais ajustes fonatórios simples.

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podem ser classificados pela tensão do trato vocal (hiperfunção ou hipofunção) e tensão laríngea (hiperfunção e hipofunção) (Camargo & Madureira, 2008).

Os elementos de dinâmica vocal são considerados em relação ao pitch (médio, extensão e variabilidade), ao loudness (médio, extensão e variabilidade), em relação ao tempo no que diz respeito à continuidade, à taxa de elocução e elementos de suporte respiratório (Camargo, 2002).

A técnica de aplicação do VPAS-PB é realizada em etapas. Primeiramente o avaliador estabelece a distinção entre ajuste neutro e não neutro, conhecido como primeira passada. Na segunda etapa de análise, conhecida como a segunda passada, o avaliador atribui graus.

Com relação aos graus de manifestação de cada ajuste, o roteiro apresenta a divisão de seis graus de escala no qual os três primeiros graus seriam referência à situação de ajustes plausíveis e previstos no contexto fonético e os demais à situação patológica ou extremo paralinguístico de expressão da emoção. Desta maneira, o grau 1 designa uma pequena diferença em relação ao ajuste neutro, o grau 2, leve diferença em relação ao ajuste neutro e, o grau 3, moderada diferença em relação ao ajuste neutro. Da situação patológica ou extremo paralinguístico de expressão da emoção, o grau 4 mostra notável diferença em relação ao ajuste neutro, o grau 5 severa diferença em relação ao ajuste neutro, e, o grau 6 extrema diferença em relação ao ajuste neutro.

Ajustes que ocorram em menor frequência em relação aos demais

podem ser registrados com a inscrição de “i”, significando que tal ajuste

apresenta-se de maneira intermitente (Laver, 2000).

Os julgamentos perceptivo-auditivos por meio do Roteiro VPAS-PB tem sido discutidos em relação à fundamentação e aplicabilidade do roteiro, apontando, em ordem decrescente, consenso para os grupos de ajustes supralaríngeos transversais, longitudinais, velofaríngeos e fonatórios. Assim, a validade de aplicação do roteiro de descrição fonética da qualidade vocal vem sendo reforçada a partir do estudo de Camargo & Madureira (2008).

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Madureira, 2009; Rusilo et al., 2011). A extração de medidas acústicas de longo termo por meio do script ExpressionEvaluator (Barbosa, 2009) gera dados de medidas de mediana de frequência fundamental (f0), semi-amplitude entre quartis de f0, quantil 99,5% de f0, assimetria de f0, média de primeira derivada de f0, desvio padrão de primeira derivada de f0, assimetria de primeira derivada de f0, assimetria de intensidade, média de declínio espectral, desvio padrão de declínio espectral, assimetria de declínio espectral, e, desvio padrão de ELT (espectro de longo termo) - LTAS. Tais medidas são extraídas de trechos de fala, não sendo necessária a etiquetagem de segmentos. Desta maneira, esta modalidade de análise não demanda amostra de fala padronizada e é aplicada à análise de correlatos acústicos de ajustes de qualidade e dinâmica vocal.

As correlações perceptivo-auditivas (por meio do Roteiro VPAS-PB) e acústicas (por meio do script ExpressionEvaluator), pautadas em modelos dinâmicos e procedimentos metodológicos de Fonética Experimental, permitem a abordagem da produção da fala em contextos de falantes com e sem alteração de fala. Tais instrumentos, que abordam a fala espontânea, permitem discorrermos sobre a produção sem que caracterize uma dicotomia entre normal e patológico. Metodologicamente, as situações experimentais controladas são, indiscutivelmente necessárias e, tal controle experimental sistemático, pode ser indispensável em nossa busca para compreender os mecanismos subjacentes à fala. No entanto, com o advento dos estudos prosódicos, especialmente os de expressividade, tais procedimentos podem comprometer e dificultar o reconhecimento de fatores que contribuem para descrição e entendimento de elementos particulares à natureza da fala humana (Xu, 2010).

Neste campo, outra possibilidade de enfoque, e de composição de corpus por parte de fonoaudiólogos reside em registros de trechos de sessões de terapia ou contextos escolares, profissionais, dentre outros que que não os de laboratório. Assim, a fonoaudiologia tem interpelado as Ciências Fonéticas e traz enriquecedores dados que mostram a utilização da fonética para contexto clínicos.

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medidas acústicas (Barbosa, 2006, 2007, 2009) referentes à frequência fundamental (f0), primeira derivada de f0, intensidade, declínio espectral e espectro de longo termo (Camargo & Madureira, 2010; Pessoa et al., 2010, Pessoa et al., 2010; Rusilo et al., 2011; Pessoa et al., 2012; Lima-Bonfim, 2012; Camargo et al., 2012; Queiroz, 2012).

B. A fala em crianças usuárias de IC: indicadores de desfechos clínicos envolvidos na caracterização em longo prazo

Sabe-se que os primeiros estudos com IC foram desenvolvidos no final da década de 50, na França. A aprovação para o uso clínico ocorreu em 1982, pela Food and Drug Administration (FDA), em pacientes adultos. Na década de 90 a inserção do IC em crianças foi aprovada pelo FDA nos Estados Unidos, e em 1990 o IC chegou ao Brasil. Trata-se de um recurso considerado eficaz para o tratamento das deficiências auditivas em casos nos quais os benefícios com amplificação sonora individual (AASI) convencional são limitados (Moret et al., 2007).

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estimulando fibras nervosas específicas nas várias regiões da cóclea, promovendo assim a sensação da audição. Assim, o dispositivo oferece a possibilidade de captação do som do ambiente e sua conversão em um sinal elétrico (Costa et al., 2006; Moret et al., 2007; Bento et al., 2005; Bevilacqua et al., 2009).

A programação do dispositivo é realizada a partir de diferentes algoritmos oferecidos pelas diferentes empresas fabricantes. Diversos estudos (Coelho, 2011; Magalhães et al., 2012; Goffi-Gomez et al., 2012) tem sido realizados para detalhar o efeito de diferentes algoritmos de processamento sonoro. Diferentes regras prescritivas, estratégias de decodificação e outros parâmetros de programação são fatores relevantes envolvidos nos critérios adotados pela equipe de programação e reabilitação do paciente. Essa programação é reajustada esporadicamente pela fonoaudióloga responsável pela programação do dispositivo. Os algoritmos são reajustados com as medidas psicoacústicas conforme aumenta a capacidade do indivíduo em detectar, reconhecer, discriminar e responder com bom desempenho o estímulo sonoro.

As condições de processamento do sinal acústico, no caso do IC, tornam-se assunto cada vez mais discutido atualmente. Fabricantes dos dispositivos buscam aprimorar algoritmos que relacionam a codificação temporal e tonotópica dos sons nos processadores de fala visando oferecer melhores condições do usuário perceber e produzir as diferentes combinações entre os níveis segmentais e prosódicos do modo mais natural possível.

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Tradicionalmente os estudos fonéticos para descrição da fala de sujeitos com DA usuários de IC utilizam os fundamentos de base articulatória para entender os fenômenos da fala.

ouAchados articulatórios para descrição associada de dados acústicos, de sons vocálicos ou consonantais de sujeitos com DA, usuários de AASI e/ou IC, em relação aos formantes dos sons vocálicos, apresentam achados referentes à uma tendência à dispersão de medidas acústicas, que, quando organizadas em representação de trapézio acústico - nos quais os valores costumam apresentar-se mais dispersos ou em sobreposição - dificultam a caracterização precisa das vogais, especialmente as posteriores (Mendes, 2003; Serkhane et al., 2006). Tais achados indicariam uma dificuldade relacionada ao controle e precisão dos movimentos articulatórios na fala desses indivíduos. A imprecisão articulatória é pior em indivíduos usuários de AASI do que em indivíduos usuários de IC (Horga & Liker, 2006), e ainda, em comparação com crianças com a mesma idade e ouvintes. Mesmo a voz do sujeito com DA e usuário de IC se diferem acentuadamente, sobretudo em variações de intensidade e características dos formantes, além de diferenças em aspectos de duração e ritmo (Perrin et al., 1999).

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de idade. Indicaram que crianças com DA pré-linguais que recebem um IC antes de seu quarto aniversário podem atingir um melhor controle acústico de fala.

Seifert et al (2002) discorreram, a partir da análise acústica dos três primeiros formantes como parâmetro da articulação e comparação em crianças com desenvolvimento de fala normal, que crianças implantadas até os 4 anos não apresentam desvio significativo em sua frequência fundamental, enquanto que uma diferença significativa foi documentada em crianças que eram mais velhas no momento da implantação. A relação entre F1 e F2 era considerada dentro dos parâmetros de normalidade em crianças que foram implantadas com a idade de até 4 anos e mais centralizada em crianças que eram implantadas após os 4 anos (Seifert et al., 2002; Galvin et al., 2007).

Metodologicamente, a abordagem de estudos fonéticos de vogais também é explorada em sujeitos com outras alterações da clínica fonoaudiológica. Em respiradores orais- RO, por exemplo, como exposto por Oliveira (2011), ao descrever a caracterização do padrão formântico das vogais orais de um grupo de crianças RO em comparação à indivíduos sem alterações respiratórias, revelou diferenças estatísticas em termos dos parâmetros de frequência e intensidade. No caso da frequência, F1 revelou-se rebaixado nas vogais abertas e semiabertas do grupo RO, enquanto F2 revelou-se rebaixado nas vogais anteriores do grupo RO. Sugeriu, a partir dos dados acústicos, diminuição da movimentação de língua (no eixo da altura e do deslocamento ântero-posterior) e da abertura da mandíbula em crianças RO. Metodologicamente, além das medidas fomânticas, ressalta-se a atual importância que se tem dado à utilização das medidas de intensidades formânticas (I1, I2 e I3) - achado que foi relacionado por esta autora aos efeitos de ajustes de tensão laríngea (hiperfunção) e de modificações na dimensão da cavidade oral consequentes ao quadro de respiração oral, tais como palato duro alto e estreitado.

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medidas de f0 apresentam-se aumentadas, as medidas da frequência do F2 diminuídas, e, que os achados de redução de harmônicos e alterações nas medidas de índice de turbulência vocal - VTI e índice de fonação suave-SPI

revelam aspectos da dinâmica glótica, compatíveis com o achado de nódulos de pregas vocais (Cukier & Camargo, 2006). No geral, as crianças com DA usuárias de IC apresentaram problemas visíveis com tensão e ressonância. Há dificuldades com relação ao ritmo, intensidade e alterações fonatórias (Lenden & Flipsen, 2007), e, tais padrões de qualidade vocal, quando alterados (aspereza, tensão, aumento de pitch e loudness), podem acarretar nódulos vocais em crianças (Nuss, 2010). Ubrig et al. (2011) observaram redução estatisticamente significativa na gravidade geral, tensão, loudness e instabilidade em análise perceptivo-auditiva. Na análise acústica vocal, encontraram redução estatisticamente significativa na frequência fundamental (F0) valores (em participantes do sexo masculino) e F0 variabilidade (em ambos os sexos). O grupo controle não apresentou alterações estatisticamente significativas na maioria dos parâmetros vocais avaliados, além de campo e f0 (em participantes do sexo feminino apenas). Sujeitos do sexo masculino apresentaram diferenças significativas de alterações de tensão, e os valores de instabilidade, e a redução na f0 e sua variabilidade.

Giusti et al. (2001), ao apresentarem dados de comparação de vozes de crianças com DA e crianças ouvintes, por meio da análise da produção de fala nas emissões sustentadas das vogais: [a], [i], [u], encontraram valores acústicos de média de f0 aumentada e uma grande variabilidade na sustentação (13 semitons), quando em comparação com os ouvintes normais (que apresentaram um semitom de variabilidade). Há ainda, segundo esses autores, pobre controle laríngeo e uma importante instabilidade fonatória.

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observaram, a partir destas medidas, a tendência à diminuição na f0 e nasalidade, e escassa precisão para a produção de vogais em crianças com DA usuários de IC, em comparação ao grupo controle de ouvintes.

Valero Garcia et al. (2010), referiram, a partir do conjunto de medidas referido no estudo anteriormente citado, que os parâmetros de qualidade de voz de crianças com DA usuárias de IC é alterado. Particularmente em relação a f0 e brilho, os valores foram estatisticamente significantes na diferenciação entre os dados de fala desses sujeitos em comparação a um grupo controle de sujeitos ouvintes na mesma faixa etária. Com relação a medidas de jitter, as diferenças encontradas foram menores em comparação com o grupo controle. No entanto, ressaltaram que os resultados atuais mostram que os perfis de qualidade vocal das crianças com DA e usuárias de IC são mais semelhantes aos alcançados pelo grupo de controle de ouvintes.

Estudos que utilizam análises perceptivo-auditivas e medidas acústicas a partir de emissão de vogal sustentada, contagem de números ou de produção de sílabas são comumente utilizados na literatura (Soderrsten et al., 2005; Evans & Delinski, 2007; Braga et al., 2009; Valero Garcia et al., 2010). Testes e escalas para julgamentos de percepção auditiva diante de produções de segmentos são comumente utilizados para avaliação de índices de alteração da voz e avaliações de reconhecimento e inteligibilidade de segmentos.

O estudo de Coelho et al. (2009) apontou para relações estreitas entre as habilidades de reconhecimento de consoantes e características de qualidade vocal. Observou que, quanto maior o reconhecimento de consoantes, menor o desvio geral da qualidade vocal e da ressonância.

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materna (Moret et al., 2007; Novaes & Mendes, 2011). As diferentes etapas precursoras da produção das primeiras palavras seriam identificadas pelas diferentes fases (Oller et al., 2007; Moeller, 2007) que envolvem condições do bebê imitar e reduplicar sequências de produções vocais em diferentes momentos da brincadeira com o interlocutor (Novaes & Mendes, 2011).

Os aspectos prosódicos são presentes e relatados como fundamentais nos balbucios. Shon et al. (2007) compararam aprendizagem de línguas com base em sequências de gestos motores e ajustes de voz em sequências cantadas. Tiveram como hipótese que, as relações entre os aspectos musicais concomitantemente com as informações linguísticas permitem melhorar o início de desenvolvimento de fala. Bebês apresentam maior facilidade em aprender a partir de variações melódicas. Mais importante ainda, os resultados atuais mostram que para a aprendizagem de uma nova língua, especialmente na fase de aprendizagem, é preciso relacionar as propriedades segmentais com as musicais. Apontam para a ideia de que canções de ninar e canções infantis pode ter não só uma função emocional (comunicativa), mas também facilitar o processamento linguístico, devido à sua estrutura variada e repetitiva.

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do sujeito são criadas no sentido de oferecer maiores vivências e possibilidades de ajustes e hipóteses (Novaes e Mendes, 2011) acerca dos sons de uma língua, no caso o PB, além de outros fatores que envolvidos no contexto terapêutico são: acústica do ambiente, distância entre o falante e o ouvinte (incluindo posicionamento em relação ao lado do dispositivo, no caso de usuários de IC unilateral), e controle de ruídos de brinquedos.

Em relação à articuladores, Smith & Goffman (2004), a partir da análise de produções de sílabas repetidas por 15 vezes, em crianças de 4 e 7 anos, inferiram que os graus de movimentação e desempenho de uma tarefa produzida, refletem trajetórias de movimento que convergem para um determinado padrão. Crianças mais novas produziram trajetórias de movimento menos estáveis. Numa segunda etapa de análise, as medições normalizadas referentes ao padrão de amplitude e velocidade de pico foram feitas por abertura e fechamentos de movimentos de lábios. Estas medidas sugeriram que, em relação ao tamanho das suas estruturas orais, as crianças têm grandes gamas de movimento na fala. Além disso, as crianças tendem a articular com uma velocidade menor. Este estilo de movimento de grande amplitude e de baixa velocidade pode refletir diferentes processos de controle subjacentes. Finalmente, em uma outra análise, esses autores, centrados em sequências de abertura e fechamento do movimento associado com duas palavras no enunciado, calcularam a onda acústica normalizada das sequências de abertura e fechamento, que revelou que crianças e adultos produzem trajetórias de movimento igualmente distintos para as duas sílabas. Tomados em conjunto, estes resultados preliminares sugerem que as mudanças não lineares e não uniformes ocorrem nos componentes do sistema motor de fala.

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perspectiva, considerando entre os fatores movimentação de língua e mandíbula, onde o segundo parece desempenhar um papel menor nesta exploração (Serkhane et al., 2006), esses autores afirmam que, se considerarmos bebês, a mandíbula tem um papel dominante nos movimentos, determinando grande contraste, abertura e fechamento e diversificação de medidas, especialmente de F1, associada no espaço ressonantal. Nesta mesma perspectiva, utilizando os padrões formanticos de sons vocálicos, Boysson-Bardies et al. (1999) propuseram uma investigação da influência do balbucio para diferentes línguas e evidenciaram diferenças entre crianças com diferentes línguas maternas. Tais diferenças são comparáveis àquelas encontradas na fala de adultos nos idiomas correspondentes, e por isso, as experiências advindas do balbucio, desde idades precoces, são evidenciadas.

Ainda sobre dados articulatórios desde as primeiras experiências com balbucio, Meier et al (1997) destacam como sendo fundamental, nos primeiros meses de vida, uma oscilação mandibular. A criança é estimulada a abrir e fechar a mandíbula a partir de contrastes percebidos na configuração do trato vocal. Referiram que o período de maior extensão na abertura de mandíbula foi observado, quando essas crianças tinham idades entre 8-13 meses.

Em relação aos ajustes fonatórios e de ressonância, Lendel & Flipsen (2007) verificaram que, no geral, crianças com DA e usuárias de IC têm alterações no controle do ritmo, intensidade e tensão laríngea, mas em menor proporção do que em crianças usuárias de AASI. Inferiram que os IC podem oferecer alguns benefícios significativos para as crianças com DA em termos de prosódia, mas que ainda seriam necessários estudos mais aprofundados para discorrer sobre os aspectos suprassegmentais.

No caso do balbucio em bebês e crianças pequenas, evidências apontam para a importância da criança descobrir habilidades do trato vocal e aprender as relações entre movimentos e perceptivo a partir da sequência de gestos motores e ajustes a partir de feedback auditivo (Meier et al. 1997; Bailly, 1997; Boysson-Bardies et al., 1999; Serkhane et al., 2006; Iverson et al., 2007).

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caracterização de aspectos referentes à coordenação de movimentos de tal forma que ele pronuncia sequências significativas de sons pertencentes a uma determinada língua (Bailly, 1997). Este processo de aprendizagem complexo é realizado em quatro etapas principais: (a) uma fase de balbucio, onde o dispositivo oferece construção de um modelo que é áudio-visualmente um mapeamento, (b) uma fase de imitação, onde ele tenta reproduzir um conjunto limitado de sequências de sons por informações auditiva, visual e articulatória (c) uma "fase de moldagem", em que os fonemas são associados com a mais eficiente representação sensório-motora disponível e, finalmente, (d) um rítmico, que significa a fase onde se aprende a coordenação adequada das ativações, essas metas sensório-motoras (Bailly, 1997; Carter, 2002)

As informações audiovisuais têm sido utilizadas e consideradas importantes em complemento aos dados perceptivo-auditivos e acústicos. Segundo Iverson et al. (2007), com o surgimento do balbucio, há mais oportunidades para pareamento de atividades vocais com atividades motoras, inclusive manuais (gestos, por exemplo) que podem levar ao aumento da probabilidade de coordenação entre tais atividades. Identifica-se até mesmo uma justificativa de base cognitiva e neuromotora à coleta de corpus de fala em terapia fonoaudiológica e contextos nos quais a gravação de fala ocorre em contexto semi-espontâneo. A importância da relação entre o gesto e o balbucio é citada por esses autores no sentido da produção de fala ser construída no curso da atividade cotidiana das crianças, como vocalizar e mover seus corpos. O acoplamento entre a atividade vocal e manual e a capacidade para coordenar comportamentos nos dois sistemas pode, então, para esses autores, ser cooptado e influenciar as habilidades de produção de fala.

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Figura 1. Roteiro Vocal Profile Analysis Scheme adaptado para o português brasileiro (VPAS- (VPAS-PB)
Figura 3. Janela de visualização dos dados gerados pelo script ExpressionEvaluator quando  aplicada ao software Praat
Tabela 1 - Dados de média e de desvio-padrão das medidas acústicas geradas pelo  script ExpressionEvaluator para as amostras do falante 1
Figura 4. Diagrama circular resultante da análise de correlação canônica dos dados perceptivo- perceptivo-auditivos (julgamentos pelo roteiro VPAS-PB) e acústicos (script ExpressionEvaluator) para as
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