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Open Movimento de acesso aberto no brasil: contribuição do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia a partir da implementação do Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

PABLO MATIAS BANDEIRA

MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO NO BRASIL:

contribuição do Instituto Brasileiro de Informação em

Ciência e Tecnologia a partir da implementação do Sistema

Eletrônico de Editoração de Revistas

(2)

PABLO MATIAS BANDEIRA

MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO NO BRASIL:

contribuição do Instituto Brasileiro de Informação em

Ciência e Tecnologia a partir da implementação do Sistema

Eletrônico de Editoração de Revistas

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de

Pós-graduação em Ciência da Informação do Centro de

Ciências Sociais da Universidade Federal da Paraíba

como requisito final para obtenção de título de mestre em

Ciência da Informação.

Orientadora: Profa. Dra. Isa Maria Freire

Linha de Pesquisa: Ética, Gestão e Políticas de

Informação.

(3)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Biblioteca Central - Campus I - Universidade Federal da Paraíba

B221a Bandeira, Pablo Matias

Movimento de Acesso Aberto no Brasil: contribuição do

Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

a partir da implementação do Sistema Eletrônico de

Editoração de Revistas

/

Pablo Matias Bandeira.

João

Pessoa, 2017. 106 p.: il.

Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Ciência

da Informação)

Centro de Ciências Sociais Aplicadas.

Universidade Federal da Paraíba, 2017.

Orientador: Profa. Dra. Isa Maria Freire

1. Comunicação Científica. 2. Periódicos Científicos. 3.

Editoração Científica. I. Título.

(4)

PABLO MATIAS BANDEIRA

MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO NO BRASIL:

contribuição do Instituto Brasileiro de Informação em

Ciência e Tecnologia a partir da implementação do Sistema

Eletrônico de Editoração de Revistas

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de

Pós-graduação em Ciência da Informação do Centro de

Ciências Sociais da Universidade Federal da Paraíba

como requisito final para obtenção de título de mestre em

Ciência da Informação.

Orientadora: Profa. Dra. Isa Maria Freire

Linha de Pesquisa: Ética, Gestão e Políticas de

Informação.

FOLHA DE APROVAÇÃO

(5)

AGRADECIMENTOS

Inicialmente a DEUS, pela bênção da vida e por ter me conduzido nesta jornada.

Aos meus pais Pedro e Marilucia, pela educação, amor e confiança dedicada a mim

desde a infância.

A Lidiana, minha companheira de vida, luz de todas as manhãs, inspiração, pelo

incentivo nos momentos de desânimo e por tantos momentos de aprendizado e

crescimento.

Ao meu irmão Petrucci pelo companheirismo de sempre.

Ao meu pequeno sobrinho Miguel, que tão cedo chegou neste mundo, mas que já

me inspira a construir um mundo cada vez melhor.

Aos meus quatro anjos da guarda: Liliana, Lalinho, Pepe e Maria Paçoca pela

inocência e amor incondicional.

A todos os demais familiares pelo carinho e incentivo.

A minha orientadora e segunda mãe que me acompanha desde os primeiros passos

na graduação, Profa. Isa Maria Freire, por ter me acolhido e acreditado em mim

mesmo nos momentos em que eu não correspondia como deveria.

A Professora Elza Régis de Oliveira, pelas orientações acadêmicas e pela

inestimável amizade, sempre me aconselhando aos cuidados do caminho que trilho.

Aos Professores Gustavo Henrique de Araújo Freire, Alzira Karla Araújo da Silva e

Fábio Mascarenhas e Silva, pela sua disponibilidade e valiosas contribuições para

realização desta pesquisa.

(6)
(7)

RESUMO

Analisa os resultados da implementação do Sistema Eletrônico de Editoração de

Revistas (SEER), customização do

Open Journal System

pelo Instituto Brasileiro de

Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), enquanto dispositivo de uma política

de acesso livre à informação científica, no Brasil entre 2003 (ano de sua criação) e

2016. Propõe-

seΝtecerΝumΝcontextoΝaΝpartirΝdoΝconceitoΝdeΝ“acessoΝaberto”,ΝreunindoΝ

os fios conceituais da "comunicação científica", entrelaçado ao da "editoração

científica", que por sua vez está entremeado à "disseminação da informação

científica e tecnológica", para a qual se propõe uma política de acesso mediante

adoção de tecnologia colaborativa e livre. O estudo permitiu levantar características

importantes dos periódicos científicos brasileiros. Hoje no Brasil existem grandes

desafios no Movimento de Acesso Aberto: a convergência de interesses e

necessidades dos editores dos periódicos do SEER/OJS por redes de cooperação; a

ampliação no compartilhamento e sistematização das experiências de sucesso de

periódicos com altos índices de impacto e, talvez o mais importante desafio atual é a

integração dos portais de periódicos eletrônicos com os repositórios institucionais. O

Brasil junto a rede de preservação Cariniana tem tido significativos avanços nessa

integração.

Palavras-chave:

Comunicação Científica. Periódicos científicos. Movimento de

(8)

ABSTRACT

To analyze the results of the implementation of the Electronic Journaling System

(SEER), the Open Journal System customization by the Brazilian Institute of Science

and Technology Information (IBICT), as part of a policy of free access to scientific

information in Brazil between 2003 (Year of its creation) and 2016. It is proposed to

create a context based on the concept of "open access", combining the conceptual

threads of "scientific communication", intertwined with "scientific publishing", which in

turn is interwoven with " Dissemination of scientific and technological information ",

for a qualification of an access policy through the adoption of collaborative and free

technology. The study allowed to raise important characteristics of Brazilian scientific

journals. Today there are no major challenges in the Open Access Movement: a

convergence of interests and needs of the editors of the SEER / OJS journals by

cooperation networks; An enlargement without sharing and systematizing the

successful experiences of journals with high impact indexes, perhaps the biggest

challenge today is the integration of data from electronic journals with institutional

repositories. Brazil along with the Cariniana preservation network has made

significant progress in this integration.

(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1

Rede conceitual: abordagem do movimento de acesso aberto no Brasil 23

(10)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1

Periódicos criados no SEER/OJS por ano (2004-2016) ... 55

Gráfico 2

Periódicos criados no SEER/OJS por região (2004-2016) ... 56

Gráfico 3

Periódicos criados no SEER/OJS por área do conhecimento

(2004-2016) ... 57

(11)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

C&T - Ciência e Tecnologia

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

DOAJ - Directory of Open Access Journals

Fapesp

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

FGV - Fundação Getúlio Vargas

GNU - General Public Licence

IBBD - Instituto Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

IES

Instituições de Ensino Superior

Latindex - Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de

América Latina, el Caribe, España y Portugal

MySQL- Sistema de gerenciamento de banco de dados que utiliza Linguagem de

Consulta Estruturada (SQL)

OAI-PMH -Open Archives Initiative - Protocol for Metadata Harvesting

OHS - Open Haverset Systems

OJS - Open Journal Systems

PHP - Personal Home Page/ Hypertext Preprocessor

PKP - Public Knowledge Project

Redalyc

Sistema de Información Científica Redalyc Red de Revistas Científicas de

América Latina y el Caribe, España y Portugal

SciELO - Scientific Electronic Library Online

SCOPUS - bibliographic database containing abstracts and citations for academic

journal article

(12)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

... 12

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ... 15

1.2 JUSTIFICATIVA ... 15

2 QUADRO TEÓRICO

... 19

2.1 O CAMPO CIENTÍFICO ... 19

2.2 A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA ... 23

2.3 O PROTOCOLO DO ACESSO ABERTO ... 29

2.3.1 Sistema de Editoração Eletrônica de Revistas (SEER)

... 33

2.3.2 Relevância do periódico científico moderno

... 37

2.4 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO ... 39

3 METODOLOGIA

... 42

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ... 42

3.2

CORPUS

DA PESQUISA ... 42

3.3 UNIVERSO E AMOSTRA ... 43

3.4 CATEGORIAS DE ANÁLISE ... 45

3.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA, TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ... 45

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

... 47

4.1

AÇÕES DO IBICT PARA O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO NO BRASIL 47

4.2 A REDE CARINIANA E A PRESERVAÇÃO DOS PERIÓDICOS DE ACESSO

LIVRE USUÁRIOS DO SEER/OJS ... 50

4.3 OS PERIÓDICOS NO SEER/OJS: RESULTADOS DA IMPLANTAÇÃO ... 53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

... 60

REFERÊNCIAS

... 63

BIBLIOGRAFIA ... 63

FONTES ... 66

(13)

1 INTRODUÇÃO

As tecnologias de informação contribuem para que a comunicação científica

se efetive de maneira dinâmica, promovendo a melhor interação entre editores,

leitores, autores e seus pares. A editoração científica, que anteriormente dependia

do método manual que demandava maior tempo, recursos financeiros e muitas

vezes limitava-se a espaços, como região ou país, ganham novos espaços (virtuais)

na contemporaneidade com a editoração eletrônica somada a iniciativa do acesso

aberto.

Diante dessa mudança no processo de produção, acesso e uso da

informação, que se deram de maneira coletiva no âmbito das comunidades virtuais,

redes sociais e aplicativos da web, permitem aos usuários serem cada vez mais

consumidores e produtores de informação. Destacam-se nesse contexto, os

movimentos de democratização do acesso a informação, tendo em vista sua alta

relevância para o desenvolvimento social e econômico.

Desde os últimos anos do século XX, pesquisadores tem discutido questões

acerca do acesso aberto (

open access

) à literatura científica, como por exemplo, o

que o governo brasileiro tem feito ou discutido em favor desse movimento. Nesse

mesmo processo, outra preocupação se fez presente: a institucionalização do

acesso aberto ao conhecimento científico por meio da criação de repositórios e

periódicos científicos em universidades, que fossem de acesso aberto. Mas, no que

isso exatamente consiste?

De acordo com Costa (2008, p. 219-220), que toma por base as declarações

de Berlim (2003), Bethesda (2003) e Budapeste (2002):

[...] o termo acesso aberto à literatura científica foi consensualmente

definidoΝ comoΝ acessoΝ àΝ ‘literaturaΝ queΝ éΝ digital,Ν online,Ν livreΝ deΝ

custos, e livre de restrições desnecessárias de copyright e licenças

deΝuso’.ΝAcessoΝaberto,ΝnesseΝsentido,ΝdeveΝremoverΝtant

o barreiras

de preço quanto de permissão (de uso).

(14)

estará visível para seus pares, podendo ser avaliado e citado por outros

pesquisadores da área.

Diante do conceito de acesso aberto, uma importante questão foi ressaltada

por Castells (2003) acerca da denominada sociedade da informação, ou sociedade

em rede:

de que modo as pessoas podem ter amplo e livre acesso aos benefícios

das tecnologias de informação e comunicação (TIC), apoiadas no uso da Internet?

Suaiden (2006, p. 7) sugere

queΝ“

Governos e instituições nacionais e internacionais

devem não somente proporcionar a infraestrutura tecnológica, de comunicação e de

informação, mas também formular e concretizar políti

casΝcomΝestaΝfinalidadeΝ[...]”.

No início da década de 1950, a UNESCO escolheu a Fundação Getúlio

Vargas (FGV) para a criação de um Centro Nacional de Bibliografia, devido o fato da

FVG, a época, estar realizando importantes atividades na área de bibliografia e

documentação. Nessa época foi criado o Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).

Em 27 de fevereiro de 1954, pelo Decreto do presidente da República n° 35.124, o

Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD), passou a integrar a

estrutura organizacional do CNPq. (IBICT, 2014).

Na década de 1970 o Brasil passou por uma reorganização das atividades de

ciência e tecnologia transformando o Conselho Nacional de Pesquisa em Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, transformando-se em uma

fundação ligada à Secretaria de Planejamento da Presidência da República.

O IBBD passa a ser chamado de Instituto Brasileiro de Informação em Ciência

e Tecnologia (IBICT). Segundo a Resolução Executiva do CNPq nº 20/76 o IBICT

passa a coordenar as atividades de informação em C&T no país (IBICT, 2014). Hoje

o Instituto destaca-se pelo desenvolvimento das atividades referenciadas ao

movimento de acesso livre ao conhecimento científico.

Em julho de 2003 foi formado um grupo no Instituto Brasileiro de Informação

em Ciência e Tecnologia, configurando os primeiros passos no uso de uma

tecnologia chamada

Open Journal Systems

(OJS), cuja criação datava de um ano

antes.

O

Open Journal System

(OJS) é um sistema desenvolvido pelo

Public Knowledge Project

da

University of British Columbia

no

(15)

editorial, a publicação e o acesso por parte do editor; ele define as

etapas do processo editorial, de acordo com a política definida pela

revista, mas dispondo de assistência e registro on-line em todas as

fases do sistema de gerenciamento. Na etapa de submissão, o

sistema disponibiliza um espaço para comunicação com o editor e

permite também o acompanhamento da avaliação e editoração do

trabalho. (MÁRDERO ARELLANO et al., 2005, p. 76).

No âmbito do IBICT, mais especificamente dentro do projeto Biblioteca Digital

Brasileira, o OJS foi customizado e traduzido para o português, sendo distribuído

com o titulo de Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER) desde 2004

(MÁRDERO ARELLANO, 2005). Com a distribuição do SEER, foi possível a

digitalização e a gestão de todo processo de editoração de publicação periódica

científica.

O propósito, com o presente estudo, surge da necessidade de analisar os

resultados da implementação do Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas/

Open

Journal System,

pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

(IBICT), enquanto dispositivo de uma política de acesso livre à informação científica,

no Brasil entre 2003 (ano de sua criação) e 2016. (Deixar para citar quando

apresentar os objetivos)

Os objetivos, a seguir, descrevem, especificamente, a temática que se

destaca neste estudo, no contexto do Movimento de Acesso Aberto, revelando a

trama da rede conceitual que constitui a abordagem do campo da pesquisa:

 Descrever, teoricamente, a política pública de acesso livre à informação

científica, no Brasil, e o Movimento Acesso Aberto do IBICT;

 Percorrer o processo histórico da comunicação entre pares e editores em

periódicos científicos, acerca do movimento de acesso aberto no contexto

mundial e no Brasil;

 Mapear as ações de acesso à informação científica, implantadas pelo IBICT,

no período de sua criação até os dias atuais (2003-2016);

 Caracterizar os periódicos brasileiros usuários do SEER/OJS quanto ao ano,

região, área, instituição e título.

Aqui, propõe-

seΝ tecerΝ umΝ contextoΝ aΝ partirΝ doΝ conceitoΝ deΝ “acessoΝ aberto”,Ν

(16)

informação científica e tecnológica", para a qual se propõe uma política de acesso

livre mediante adoção de tecnologia colaborativa e livre.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

A partir das discussões acerca do Acesso Aberto, contextualizadas na

sociedade em rede e objeto de políticas públicas de informação em nível

internacional, surgem questões-chave para o estudo:

 De que maneira o Movimento de Acesso Aberto chegou ao Brasil?

 Qual foi a contribuição do IBICT no processo de apropriação e

implementação dessa tecnologia de acesso aberto e sua transferência aos

editores científicos brasileiros?

 E quais são os resultados dessa contribuição?

Nesse sentido, propõe-se analisar os resultados da implementação do

Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas/

Open Journal System

enquanto

dispositivo de uma política de acesso livre à informação científica, no Brasil.

Essas ações de informação, nesse contexto, representam as políticas

institucionais do IBICT, peça fundamental no cenário de políticas nacionais de

acesso aberto, o qual tem incentivado, instrumentado e capacitado instituições na

criação de portais de periódicos eletrônicos, com a adoção do SEER/OJS.

1.2 JUSTIFICATIVA

A motivação da pesquisa se deve, antes de tudo, pela importância do

periódico científico para a ciência, sendo ele uma ferramenta indispensável e um

canal imprescindível para a comunicação da ciência, uma vez que confere ao

pesquisador prestígio, status, visibilidade, legitima e garante credibilidade a pesquisa

(MEADOWS, 1999; MÜELLER, 1999). Em segundo lugar, porque o SEER/OJS

contempla os requisitos de acessibilidade e usabilidade de acesso pleno a todas as

ferramentas do gerenciador digital de conteúdo.

O interesse por essa pesquisa tem sua origem nas atividades como bolsista

de Iniciação Científica do CNPq. Fomos iniciados no ofício de arquivista por meio do

projeto:

Publicação da Revista Pesquisa Brasileiro em Ciência da Informação e

(17)

do Laboratório de Tecnologias Intelectuais (LT

i

)

da Universidade Federal da

Paraíba.

1

A fonte e o objeto principais da investigação eram as etapas de editoração

da revista (PBCIB) Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia

por meio da tecnologia SEER

Sistema de Editoração Eletrônica de Revistas,

baseado no (OJS)

Open Journal System

, bem como a estratégia de busca para

uma maior aproximação com os usuários que representam o campo da Ciência da

Informação.

Posteriormente, como atividade final da bolsa de Iniciação Científica, tivemos

a oportunidade de aprofundar a reflexão inicialmente esboçada, na prática com a

editoração da revista PBCIB, sobre a proposta dessa pesquisa que tão logo

evidenciou a necessidade de um investimento mais detido em uma série de

aspectos do problema que não foi possível explorar nos limites do espaço-tempo

daquele projeto.

Ao final do projeto de Iniciação Científica já era tempo de conclusão do curso,

o que resultou numa monografia sobre a comunicação científica

intitulada:Ν“OΝCasoΝ

daΝEditoraçãoΝdaΝPBCIB:ΝumΝolharΝdoΝarquivistaΝsobreΝaΝeditoraçãoΝcientífica”

; Para

o desenvolvimento da pesquisa de conclusão de curso realizamos um levantamento

bibliográfico que abordou periódicos científicos usuários do SEER e que, por sua

vez, estivessem relacionados com as áreas de Ciência da Informação e

Biblioteconomia, tendo em vista o campo de observação do referido periódico

estudado. O primeiro passo na pesquisa foi conhecer a tecnologia editorial da revista

PBCIB, visto tratar-se de instrumento que foi abordado ao longo do trabalho com

certa ênfase. Compreendido o processo de edição, precisávamos atualizar os

links

indexados publicados na revista. Feito isto, tivemos uma melhor compreensão do

funcionamento da tecnologia de edição do sistema. (BANDEIRA, 2013).

Esta monografia foi fruto, portanto, da elaboração teórica fundamentada no

contato direto entre a editoração científica, prática comum ao universo

teórico-prático da Biblioteconomia, bem como o

metier

do arquivista, visto que somos,

também, responsáveis pelas práticas de organização de informação em ambientes

tecnológicos. Nesse sentido, por que não na editoração? Como principal objetivo,

promovemos a transferência da Revista PBCIB para o Portal de Periódicos da

UFPB. Nesse sentido propomos e alcançamos inovações editoriais e gerenciais para

1

(18)

a revista nos seguintes objetivos: gerar fluxogramas detalhados dos processos de

edição de uma revista de publicação secundária; desenvolver relatórios editoriais

detalhados de gerência como inovação ao sistema OJS/SEER; atualização

tecnológica e de links, pela atribuição de novos recursos e da atualização dos links

existentes na página na ocorrência de algum problema técnico; avaliar e reformular

o layout da revista, tendo em vista os padrões de arquitetura da informação.

(BANDEIRA, 2013).

Tendo sido realizadas estas ações, os resultados foram: publicação de novos

números; melhoria na qualidade dos descritores de assuntos, tornando a

recuperação da informação mais fácil e relevante; facilitando a disseminação da

informação através das redes sociais; alcançando classificação da revista como B1

no Qualis da Capes; promovendo a inovação tecnológica; e mantendo o formato da

revista de acordo com as atualizações do Portal de Periódicos da UFPB. A partir

destes procedimentos construímos esta monografia, o qual apresentou a história da

revista PBCIB e descreveu sua estrutura, produção e estratégia de comunicação

com o público-alvo, na perspectiva do profissional arquivista.

Por meio da experiência com a PBCIB, usuária do SEER/OJS, houve uma

extensa aproximação, em formas de capacitação, do autor no ofício editorial,

especialmente do produto aqui descrito.

(19)
(20)

2 QUADRO TEÓRICO

O quadro mais recente dos avanços obtidos em relação ao tema ou objeto de

estudo inicia-se, por pesquisas relacionadas, produzidas no Brasil e fora dele e que

tenham dirigido seu foco para o processo histórico que evidencia a Comunicação

Científica. O quadro teórico do estudo está estruturado conforme as subseções a

seguir.

2.1 O CAMPO CIENTÍFICO

Em relação ao campo científico no Brasil, esse estudo busca promover e

evidenciar uma política de informação criada no país pelo IBICT, a partir da

customização e distribuição do OJS/SEER. É importante destacar que, dentro da

área da Ciência da Informação, o campo e objeto da pesquisa estão na

comunicação científica, na qual se contextualiza a questão dos periódicos na

contradição entre o mercado capitalista e o direito à informação como insumo ao

desenvolvimento científico, tecnológico e, como corolário, econômico.Os periódicos,

nesse sentido, são relevantes no campo da comunicação científica.

Selecionaram-se também documentos e artigos relacionados às origens e

fundamentos da Comunicação Científica no Brasil e no Mundo para que fosse

possível entender como se processou a aludida sucessão teórica e conceitual.

A década de 1970 marca a reorganização das atividades de ciência e

tecnologia Brasil, com o CNPq, a criação do IBBD, atualmente IBICT. Não é por

acaso que nesse período essas ações se efetivaram. As últimas décadas do século

XX representam uma profunda remodelação na organização da sociedade e da

economia, em nível mundial, com o desenvolvimento e disseminação das

tecnologias digitais de informação e comunicação, em especial do computador e da

Internet. Para Castells (1999, p.49), desde então,

[...] estamos vivendo um desses raros intervalos na história. Um

intervaloΝ cujaΝ característicaΝ éΝ aΝ transformaçãoΝ deΝ nossaΝ ‘culturaΝ

material’ΝpelosΝmecanismosΝdeΝumΝ

novo paradigma tecnológico que

se organiza em torno da tecnologia da informação.

(21)

[Atualmente] As tecnologias se desenvolvem para permitir o homem

atuar sobre a informação propriamente dita, ao contrário do passado

quando o objetivo dominante era utilizar informação para agir sobre

as tecnologias, criando implementos novos ou adaptando-os a novos

usos.

A segunda característica apontada diz respeito aos efeitos das tecnologias,

que possuem

alta penetrabilidade social

, pois a informação é parte integrante de

todas as atividades humanas, individuais e coletivas e, todas essas atividades

tendem a ser afetadas diretamente pelas tecnologias. Como aponta González de

GómezΝ(2002,Νp.30),Ν“fenômenos,Νprocessos,ΝatividadesΝdeΝinformaçãoΝpassaramΝaΝ

ser reconhecidos como um plano constitutivo de todas as atividades e

manifestações econômicas, sociais e culturais, de um modo como nunca antes o

tinhamΝsido”.Ν

A

flexibilidade

é a terceira característica desta forma de organização social,

pois a tecnologia favorece processos reversíveis, permite modificação por

reorganização de componentes e tem alta capacidade de reconfiguração. (GÓMEZ,

2002). Aqui, um processo que se destaca diz respeito à crescente

convergência de

tecnologias de comunicação e informação

.Ν ParaΝ WertheinΝ (2000,Ν p.72),Ν “oΝ pontoΝ

central aqui é que trajetórias de desenvolvimento tecnológico em diversas áreas do

saber tornam-se interligadas e transformam-se em categorias segundo as quais

pensamosΝtodosΝosΝprocessos”.

O

predomínio da lógica de redes

, isto é, sua estrutura básica em redes, é

também característica fundamental da sociedade informacional. A Internet é a

infraestrutura tecnológica e o meio organizativo que permite o desenvolvimento de

uma série de novas formas de relação social, que não têm sua origem na Internet,

mas que não poderiam desenvolver-se sem ela, como ressalta Castells (1999).

Podemos citar, as redes sociais, classificados de emprego, anúncio de eventos,

relações de trabalho entre outros. Sendo um processo de transformação social e

cultural, a sociedade em rede representa a materialização do paradigma que emerge

quando a informação assume papel de fator-chave no desenvolvimento das forças

produtivas,Ν poisΝ “emboraΝ aΝ informaçãoΝ tenhaΝ sempreΝ desempenhadoΝpapel

crucial

para a economia, torna-se, agora, o próprio

produtoΝ doΝ processoΝ produtivo”Ν

(22)

Para o campo da informação, as redes transportam mensagens produzidas

por pessoas que, por sua vez, têm intenções ao comunicar e estão inseridas em

uma estrutura socioeconômica. Então, como esclarece Santos (1997, p.

222):Ν “asΝ

redes são técnicas, mas também são

sociais”.ΝNesseΝsentido,ΝLévyΝ(1999,Νp.23

, grifo

nosso) comenta que o milagre do nosso tempo é conjugar a presença, a narrativa

oral, o gesto e o movimento, na troca comunicativa à distância:

As verdadeiras relações, portanto, nãosão c

riadasΝ entreΝ ‘aΝ

tecnologia’Ν(queΝseriaΝdaΝordemΝdaΝcausa)ΝeΝ‘aΝcultura’Ν(queΝsofreriaΝ

os efeitos), mas sim entre um grande número de

atores humanos

que inventam, produzem, utilizam e interpretam de diferentes formas

as técnicas.

Formam-se entre os atores uma rede de comunicação, no sentido de facilitar

o acesso a grande quantidade de informações e a troca de experiências entre os

seus participantes, o que torna o processo de participação mais rico e significativo.

Essa troca de experiências valoriza o capital intelectual dos usuários e tem grande

repercussão na produção e circulação de informação entre os participantes.

As oportunidades criadas pelas redes de comunicação se multiplicaram com a

emergência do ciberespaço, a partir das tecnologias digitais de comunicação e

informação.

Uma rede de comunicação virtual propicia a troca de informações e

experiências em grande escala, oferecendo aos participantes informações

atualizadas de todos os tipos e permitindo aos usuários construir uma visão

multi-referencial sobre um mesmo assunto. Essa dinâmica permite uma visão para

resolução dos problemas a partir de diferentes possibilidades e perspectivas de

solução, oferecendo aos participantes um papel cada vez mais ativo na busca,

produção e disseminação de informação. (FREIRE, 2016).

Nessa ambiência, a possibilidade de interação e compartilhamento de

informação e conhecimento de uma rede de comunicação torna-se potencializada

pelas tecnologias digitais de comunicação da informação, que fazem com que esse

processo aconteça de maneira rápida, com pessoas de qualquer lugar do mundo e a

qualquer momento.

(23)

teoria, o contexto possuiria um grau de organização superior ao de um conjunto de

proposições tomadas ao acaso, podendo ser negadas ou combinadas sem que

desse processo resultem proposições estranhas ao próprio contexto.

[...] Um contexto serve, então, de matéria-prima para elaboração de

teorias, uma vez que obteremos cada uma destas selecionando

proposições do contexto e, em particular, guardando tão somente

aquelas que constituam um conjunto coerente (não contraditório).

(BUNGE, 1980, p.160)

O autor esclarece que o contexto em si contém a possibilidade da teoria,

oferecendo tanto uma explicação para eventos e relações observados em um dado

campo de pesquisa quanto uma previsão para a ocorrência de eventos e relações

ainda não observados, com base nos seus próprios princípios explanatórios.

Todavia, toda teoria, e por extensão todo contexto, são relativos a uma

problemática, o que significa que devem se referir efetivamente à realidade que

visam interpretar. Pois, conforme Popper (1972 citado por SARACEVIC, 1996, p.40)

“nãoΝsomosΝestudantesΝdeΝassuntos,ΝmasΝestudantesΝdeΝproblemas.ΝEΝosΝproblemasΝ

constituem os recortes de qualquer assunto ou discipli

na”.

Nosso exercício relaciona os constructos dos

periódicos

, especialmente os

de

acesso livre

, resultados da iniciativa do IBICT na distribuição do customizado

OJS/SEER no contexto Brasil, não deixando de lado, os contextos da

história da

comunicação científica,

e nesse sentido conglomera possíveis narrativas (do país e

de fora dele) resgatadas na bibliografia acerca das primeiras iniciativas da

comunicação da ciência até os tempos atuais, que se configura o

movimento de

(24)

Figura 1

Rede conceitual: abordagem do movimento de acesso aberto no Brasil

[ambiência]

[contexto]

OJS/SEER

(dispositivo de política pública)

Fonte: Adaptado de Freire (2001) e Wersig (1993).

Na rede é tecida no espaço sócio-histórico da contemporaneidade, visto que o

pilar deste estudo é a

analisar os resultados da implementação do SEER/OJS pelo

IBICT enquanto dispositivo da política pública de acesso livre a informação científica

por esta instituição, formalizada na “Web”.

Nesse modelo, as redes de comunicação mediadas pela internet, no âmbito

dos periódicos científicos usuários do SEER, permitem o processo de editoração

eletrônica, o desenvolvimento de competências entre editores, autores e leitores

para apropriação, produção e compartilhamento de informações na web.

2.2 A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

Na segunda metade do século XVII, mais especificamente em 28 de

novembroΝdeΝ1660,ΝoΝ“

invisible college”

de filósofos naturais e médicos realizaram a

primeiraΝreuniãoΝchamadaΝ“sociedadeΝaprendidas”

2

e em seguida uma palestra na

Gresham College

com Christopher Wren

3

. Também participaram Robert Boyle

4

e

2

Termo original:

learned society.

3

Conhecidamente como maior Arquiteto da Inglaterra no século XVII. Também era astrônomo, geômetra e

Movimento de

Acesso Aberto

Periódicos científicos

(ações e

dispositivos/artefatos)

Web

IBICT e demais atores

sociais envolvidos

Comunicação

Científica formal

Regime de informação

Rede conceitual

(25)

John Wilkins

5

. O evento conquistou a aprovação (patrocínio) real de Carlos II, então

Rei da Inglaterra. (ROYAL SOCIETY, 2016).

É importante destacar que a Inglaterra mercantilista do século XVII, mais

especificamente até 1640, foi dominada pela dinastia dos Stuarts, e o

intervencionismo era a regra, dando seguimento as políticas elisabetana: privilégios,

monopólios, protecionismo, tudo que pudesse evitar a evasão monetária,

favorecendo a produção e desenvolvimento do comércio. Contudo, os excessos

desse intervencionismo, associados às manipulações de grupos políticos

dominantes gerou grandes protestos que resultou na Revolução Puritana. No auge

da revolução, o Rei Carlos I foi assassinado no Palácio de Whitehall em 30 de

janeiro de 1649. Com efeito, os revolucionários deram início a uma nova fase:

abolição do intervencionismo e abertura para a livre iniciativa dos cidadãos em todos

os setores. (FALCON, 1981).

Carlos II foi proclamado Rei pelo parlamento escocês, mas foi vencido por

Oliver Cromwell que o derrotou na Batalha de Worcester, em 3 de setembro de

1651. Exilou-se e retornou a Inglaterra em 29 de maio de 1660, após a morte de

Oliver Cromwell. A monarquia foi restituída, mas com diversas liberdades para os

indivíduos. Era possível nessa sociedade, mesmo com uma monarquia restituída, a

mudança das iniciativas dos indivíduos que dela pertenciam. A criação da

Royal

Society

foi uma delas, visto que a intervenção econômica da monarquia antes da

revolução atendia diretamente os interesses de um governo que era

caracteristicamente feudal e de pensamentos escolásticos. Mas as mudanças

permitiram avanços significativos para o processo de industrialização que viria no

século XVIII, a qual na Europa se destacou. Nesse sentido a

Royal Society

teve

papel fundamental no desenvolvimento científico e econômico da Inglaterra.

(FALCON, 1981).

Nos primeiros anos da

Royal Society

viram-se os avanços revolucionários da

comunicação científica.

Os membros da sociedade se deslocavam para vários

lugares em busca de informações de interesse para debates. Foi realizada a escolha

de membros que não residissem em Londres e que por sua vez, comunicariam os

progressos da

Royal Society

para outros lugares. O controle era realizado pelo

projetista. (THE REAL SOCIETY, 2016).

4

Filósofo natural, químico e físico irlandês e também contemporâneo de Christopher Wren e John Wilkins.

5

(26)

secretário da sociedade que guardava as correspondências dos membros externos.

Mas isso gerou um alto volume de informações coletadas e que precisariam ser

distribuídas. A solução para a racionalização da divulgação dos debates foi uma

publicação impressa. (FALCON, 1981).

Na França, por sua vez, havia um movimento parecido. Tratava-se da

comunicação das notícias que aconteciam no país. Foi lançado em 5 de janeiro de

1665, o primeiro periódico moderno do mundo: o

Journal de Sçavans

. Esse fascículo

foi lido parcialmente na

Royal Society

, e isso permitiu a criação da

Phillosophical

Transactions.

Foi definido que a mesma fosse publicada toda primeira segunda-feira

de cada mês. Os dois periódicos foram criadas na mesma época, mas elas se

diferenciavam no que dizia respeito ao conteúdo. Publicada pela primeira vez em 30

de novembro de 1665, o periódico

Philosophical Transactions

foi pioneiro em

conceitos de prioridade científica e análise por pares. Foram publicadas pesquisas

importantes, como a de Robert Hooke e a micrografia, trazendo a inovação das

observações microscópicas;

Principia Mathematia

de Isaac Newton; o experimento

com a pipa de Benjamin Franklin demonstrando a natureza elétrica de um raio.

(ROYAL SOCIETY, 2016).

As atividades do

Journal de Sçavans

estavam ligadas a cultura em geral. Não

era temática e seu leitor não era especializado. Seus principais objetivos eram:

[...] catalogar e resumir os livros mais importantes que eram

publicados na Europa, descrever os progressos científicos e

técnicos, registrar as principais decisões jurídicas e em geral cobrir

todos os tópicos de interesse dos homens letrados, entre outros.

Com o passar do tempo, ele foi deixando de publicar um leque de

assuntos de interesse geral e foi concentrando sua publicação em

temas ditos não científicos na concepção da matemática, física,

química, entre outros ramos. (ALVES, 2011).

Para Meadows (1999) o

Journal de Sçavans

foi o primeiro dos periódicos da

área de humanidades. A

Phillosophical Transactions

foi precursora dos periódicos

das áreas exatas e biológicas. Somente a partir do século XIX que os trabalhos

colaborativos começaram a ganhar amplitude. De acordo com Vilan Filho

el al,

(2008, p. 3):

(27)

planejadas. Embora a prática de trabalho em colaboração,

envolvendo equipes maiores e diversificadas ganhou mesmo impulso

após a Segunda Guerra Mundial, especialmente nas chamadas

big

sciences

[...].

As mudanças que a ciência passou no século XIX deram espaço a

transformação da comunicação científica, cuja maneira de compartilhar os

resultados de pesquisa e comunicações passou a ser por pares. Acredita-se que o

avanço do conhecimento científico, foi um fenômeno europeu, especialmente a partir

da França e Inglaterra como ilustrado anteriormente. Objetivava-se vincular a ciência

e a técnica para ampliar as descobertas e gerar resultados para a indústria inglesa e

agricultura francesa. (MATHIAS, 1972). De acordo com Weisman (1972,

apud

SILVA, 2005, p. 21),

[...] no inicio do século XIX existiam cerca de 100 periódicos, em

1830 este número aumentou para 500 e em 1850 registram-se 1000

títulos. No ano de 1900 o número atingiu 10.000 títulos e, segundo

uma avaliação feita pela

Library of Congress

dos Estados Unidos,

por volta da década de 1960 eram publicados no mundo cerca de

30.000 títulos de periódicos técnicos científicos.

Segundo Souza (2006, s/p.),

A produção científica vem crescendo de uma maneira extraordinária

nas últimas décadas. O número de artigos publicados em periódicos

científicos em 1981 foi de 440.286, no mundo inteiro, e de 1.887, no

Brasil. Já em 2002, houve um aumento expressivo, passando para

872.018 publicações nas várias áreas do conhecimento, em todo o

mundo, e o Brasil com 11.285 [3,5]. Este crescimento quantitativo foi

acompanhado por um aumento da participação da ciência brasileira

nas bases indexadas do ISI -

Institute for Scientific Information

. Em

1981, as publicações nacionais representavam 0,28% do total da

literatura mundial e, em 1999, saltaram para 1,02%. Em 2005, o

Brasil atingiu 16.950 trabalhos científicos indexados, sendo, assim,

responsável por 1,8% dos artigos indexados em revistas científicas

internacionais, representando 44,4% de toda produção

latino-americana.

(28)

Mais dois periódicos importantes surgiram nessa época:

A Gazeta do Rio de

Janeiro

(1808-1821) e

Idade d’ Ouro do Brasil

(1811-1823), este último publicado na

Bahia. A dedicação à ciência ainda era tímida. Surgiram também

O Correio

Brasiliense

e

O Investigador Português

, destinados a auxiliarem em alguma medida

os assuntos científicos da corte. Era comum a prática da cópia de artigos oriundos

de periódicos da Europa. (SOUZA, 2006).

Era peculiar no Brasil, durante o século XIX, que seus periódicos tinham como

característica principal o pragmatismo científico. Os temas estudados a época eram:

agronomia, astronomia, botânica, demografia, educação, física, geografia, história

natural, medicina, química, zoologia etc. Buscava-se o fortalecimento da produção

nacional e a redução da importação. Entre os anos de 1831 e 1840, por conta do

período regencial, que marcou a luta entre liberais, conservadores e monarquistas,

as produções da época ganharam mais atenção política que científica. Entretanto,

as primeiras sociedades técnico-científicas foram criadas. Destacaram-se os

periódicos:

Semanário da Saúde Pública, Diário da Saúde, das Ciências Médicas e

Naturais do Brasil e Revista Médica Fluminense

. (FIOCRUZ, 2009).

No Segundo Império, a partir de 1840, começaram as preocupações em

relação à crise econômica e política que incentivou o culto as ciências e os

conhecimentos úteis. Houve ampliação da imprensa nacional e de sua conexão com

a Europa por meio de um cabo submarino, que permitia que as notícias chegassem

mais rapidamente. Houve aumento das publicações e dos estabelecimentos

tipográficos. Os principais periódicos dedicados a divulgação da ciência eram:

Revista Médica Brasileira, Anais de Medicina Brasiliense, Minerva Brasiliense e

Guanabara

,

revista mensal artística, científica e literária

, este último, tornou-se em

1857 à

Revista Brazileira

Journal de Sciencias, Letras e Artes

, trimestral e dirigida

por Cândido Baptista de Oliveira. A partir dos anos de 1950 é que houve uma

intensificação da produção científica no mundo, cujas preocupações com a ciência e

tecnologia se tornaram inerente ao mundo industrial inaugurado pela Europa. O

Brasil, obviamente, operava em escala bastante modesta, mas também foi atingido

por essa onda. (FIOCRUZ, 2009).

(29)

chamada

The Public-Access Computer Systems Review,

por Charles W. Bailey Jr.

(FAUSTO, 2013).

Embora os periódicos tenham enfrentado redução significativa nos finais do

século XIX e nos primeiros anos do XX, as atividades de divulgação científica no

Brasil experimentaram um verdadeiro

boom

na década de 1920, cuja intensa

atividade de divulgação científica era realizada por meio de jornais, periódicos,

livros, e também através de conferências públicas e pelo rádio. Pode-se dizer que a

comunidade científica no Brasil, começou a se formar nos anos 1920 com a

institucionalização da pesquisa no país. Destacavam-se na época médicos e

engenheiros, de maioria da classe média alta. Algumas iniciativas podem ser

destacadas, como: a criação da Associação Brasileira de Educação (ABE) de 1924 e

a Rádio Sociedade de 1923, comprometidos com a divulgação científica de suas

áreas. (FAUSTO, 2013).

Nas décadas de 1930 a 1950 os periódicos científicos tornaram-se

extremamente relevantes para o próprio desenvolvimento da ciência, vindo a se

tornar, também, parte da vultosa indústria editorial. Nesse processo, a informação

contida nos periódicos científicos adquiriu alto valor de mercado, sendo restrita a

pesquisadores e bibliotecas que pudessem arcar com os custos das assinaturas. Em

um cenário mundial, percebia-se um crescente custo dos principais periódicos

científicos, o que causava uma grande dificuldade para a comunidade envolvida com

a criação do conhecimento no ciclo de comunicação científica tradicional. Surge

então, nesse contexto um movimento de acesso aberto à informação científica.

A partir de 1931, com o objetivo de obter informações sobre as

inovações tecnológicas desenvolvidas no exterior, foram publicados

diversos periódicos secundários que buscavam apresentar resumos

de pesquisas científicas realizadas na URSS e internacionalmente,

muitas no campo industrial e da metalurgia. Algumas dessas

publicações seriam centralizadas nas

Notícias de Literatura de

Engenharia

, publicadas entre 1936 a 1953. (MIKHAILOV; CHERNYI;

GILYAREVISKYI, 1967, p. 19).

(30)

por diversas razões, uma delas é à expectativa da obtenção de lucro pelos editores,

contudo não é mais importante, visto que com o acesso aberto e repositórios

digitais, ampliou-se a disseminação de informações de interesse científico por meio

desses canais; e uma razão mais geral, é a crença de que novas descobertas,

sejam elas divulgadas em periódicos, permitem o debate coletivo. Vemos, nesse

sentido, o embrião das sociedades científicas e também dos colégios invisíveis.

Percebe-se que o objetivo principal é a necessidade de uma comunicação mais ágil

e eficiente a um público selecionado (MEADOWS, 1999). De acordo com Suaiden

(2007, p. 31):

O acesso à informação científica tem sido um grande desafio para

países em desenvolvimento, como o Brasil. Com a crise dos

periódicos, surgida em função dos altos custos na manutenção das

assinaturas das revistas científicas, o acesso à informação científica

ficou bastante limitado. Embora essa crise tenha começado em

meados dos anos 80, ainda hoje não existe nenhuma solução

definitiva. O surgimento das novas tecnologias da informação e da

comunicação possibilitou a constituição da iniciativa de arquivos

abertos (

Open Archvies Initiative

), a qual define um modelo de

interoperabilidade entre bibliotecas e repositórios digitais. Esse

modelo vem proporcionando a construção de alternativas para a

comunicação científica.

Em meados de 1980, os periódicos científicos entraram em crise, esta que já

vinha sendo anunciada desde 1970. O que permitiu essa crise, tão logo, foi a

impossibilidade das bibliotecas universitárias manterem as coleções de periódicos,

bem como a demanda de usuários. O financiamento já não dava conta das contas

que apresentavam as editoras. (MÜELLER, 2006).

2.3 O PROTOCOLO DO ACESSO ABERTO

(31)

de preservar o material. Isso, claramente já são motivos suficientes para perceber

que a iniciativa reduziu barreiras para acessar uma determinada obra.

Surge nesse momento o movimento do acesso livre à informação científica

6

que partiu de uma reação contra os aumentos crescentes da assinatura de

periódicos científicos na década de 1990, praticados por editoras comerciais, fato

que provocou a chamada crise dos periódicos. (ARAÚJO, 2012).

Esse movimento defendeu e defende a gratuidade de acesso a literatura

científica, disponibilizada por periódicos científicos e repositórios digitais que

permitem, na prática, que qualquer pessoa possa ler, copiar, distribui, modificar ou

utilizar o conteúdo de qualquer forma, desde que com objetivo legal, sem que haja

barreiras financeiras, legais ou técnicas, a não ser a própria conexão a Internet.

O mais firme dos argumentos dos que defendem o acesso aberto é que os

resultados das pesquisas publicadas nos meios formais de comunicação científica,

principalmente quando estes são fruto de financiamento público, devem estar

amplamente acessíveis para a sociedade que viabilizou os recursos de sua

realização através de impostos. As discussões sobre o acesso aberto são

recorrentes no âmbito da comunicação científica, tendo em vista, ser esta uma

agenda bastante tratada na comunidade científica. (SANTOS, 2014).

Em 1991, foi realizada uma experiência no Laboratório de Los Alamos, com a

implementação do repositório

ArXiv,

lançado pelo físico teórico Paul Ginsparg

.

Este

é um serviço de e-prints (projeto de artigo ainda não publicado em periódico) de

artigos científicos nos campos da matemática, física, ciências da computação,

biologia quantitativa e estatística, que podiam ser acessados via internet. Em 1999

em Santa Fé, foi criado o protocolo OAI (

Open Archives Initiative

), o qual, segundo o

Open Archives Forum

(2010), representa:

Uma

iniciativa

para desenvolver e promover padrões de

interoperabilidade para facilitar a eficiente disseminação de

conteúdos. O termo "

archive

" no nome

Open Archives Initiative

,

reflete a origem da OAI, na comunidade de

e-prints

onde esse termo

é geralmente aceito como um sinônimo para repositórios de

papers

científicos. A OAI usa o termo

archive

no seu sentido mais amplo:

como um repositório para armazenar informação. (Grifo nosso)

As tecnologias digitais de informação e comunicação, especialmente a web,

causaram mudanças significativas no cenário das publicações periódicas científicas.

6

(32)

As principais ideias dos

Opens Archives

são a auto publicação, sistemas de

armazenamento em longo prazo, política de gestão observando normas de

preservação de objetos digitais, uso de padrões e protocolos com vista à solução de

interoperabilidade entre as bibliotecas digitais, e o uso do software

open source

.

Segundo Müeller (2006), essa mudança traz um enorme desafio à

comunidade científica, pois a partir deste amplo sucesso de disseminação da

informação facilmente ocorrerão mudanças no sistema de comunicação científica

porΝmeioΝdosΝperiódicos.ΝParaΝOliveiraΝ(2008),Ν“esseΝnovoΝmodeloΝdeΝcomunicaçãoΝ

científica pressupõe o uso de ferramentas, estratégi

asΝ eΝ metodologias”Ν eΝ

compreende, inclusive, outras questões, tais como: o uso de software aberto (ou

livre), arquivos abertos, para interoperabilidade em nível global e disseminação

ampla e irrestrita de resultados da pesquisa científica. De fato essas iniciativas

asseguram com mais propriedade o acesso livre à informação, na medida em que

democratizamΝaΝinformaçãoΝemΝciênciaΝeΝtecnologia.ΝEstaΝéΝaΝpropostaΝdeΝumΝ“novoΝ

círculoΝvirtuoso”

para a comunicação científica.

O processo de submissão de artigos tradicionalmente realizado por meio do

envio dos textos manuscritos, gráficos e figuras impressas via correio, passa a ser

feito de forma totalmente eletrônica, por meio da Internet. Com o uso do OAI, a

editoração científica instalou-se no ciberespaço. De acordo com Lévy (2001, p. 51),

[...] o ciberespaço será o epicentro do mercado, o lugar da criação e

da aquisição de conhecimentos, o principal meio da comunicação e

da vida social. A internet representa simplesmente o estado de

reagrupamento da sociedade que se sucede à cidade física.

Todo contato entre autores, editores, editores da área e avaliadores estão

sendo realizados por meio dos mais diversos sistemas para gestão de periódicos,

que permitem a troca de mensagens eletrônicas entre quem faz o usuário e o

produtor do periódico. Com a edição eletrônica em rede, fica garantido o

recebimento mais rápido das informações compartilhadas entre autores e corpo

editorial, e entre este último e os avaliadores, resultando então numa crescente

facilidade de comunicação e uma maior agilidade e velocidade das publicações.

(33)

elaboração dessas ferramentas de acesso, visando ter informações precisas e

atuais.

A Internet beneficiou a disseminação, a transferência e o armazenamento da

informação, entretanto cresce uma necessidade de se organizar o imenso conteúdo

de recursos eletrônicos por meio de repositórios de dados confiáveis para facilitar

seu acesso e manuseio.De acordo com, Alves (2012, p. 66):

O movimento do acesso livre vem procurando tornar possível a

comunicação científica entre milhares de pesquisadores espalhados

pelo mundo, quebrando assim as barreiras geográficas e facilitando a

disseminação da literatura científica, constituindo-se como meio

essencial para a construção do conhecimento, que compreende a

produção, a comunicação (disseminação do conhecimento) e a

aplicação do conhecimento gerado na criação de novos conceitos.

É nesse contexto que se insere o software livre, uma ferramenta que os

usuários terão a liberdade de executar, copiar, distribuir, estudar, modificar e

aperfeiçoar o software. Ele usualmente é disponibilizado já com uma licença

anexada e com o código fonte disponível, o que não acontece com os softwares

proprietários.

O código fonte é um grupo de palavras ou símbolos de forma

ordenada, contendo linguagem de programação. Esse conjunto de

palavras determina comandos padronizados da linguagem que foi

escolhida para obedecer a critérios de execução (software). (FREIRE

et al

, 2010, p. 78).

Segundo o

General Public Licence

(GNU, 2011), pode-se dividir esta

liberdade em quatro níveis:

a) A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito

(liberdade n

o

. 0);

b) A liberdade de estudar como este funciona, e adaptá-lo às

necessidades do usuário (liberdade n

o

. 1). Acesso ao

código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade;

c) A liberdade de redistribuir cópias de modo que se possa ajudar o

próximo (liberdade n

o

. 2);

d) A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus

aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie

(liberdade n

o

. 3). Acesso ao código-fonte também é um

pré-requisito para ela. (FREE SOFTWARE FUNDATION, 2013).

(34)

sem a necessidade prévia de comunicar isto ao desenvolvedor ou a qualquer outra

entidade em especial. Assim, é incorreta a utilização de termos como software

“dado”ΝouΝ"grátis",ΝporqueΝestesΝimplicamΝemΝquestõesΝrelaci

onadas a preço e não à

liberdade de uso da ferramenta para criar inovações tecnológicas.

Nesse universo dos softwares livres, as inovações tecnológicas são

características imprescindíveis para a evolução da Ciência da Informação, grande

área de estudo dessa pesquisa, que segundo Gónzalez de Gómez (2004) é uma

“disciplinaΝ queΝ estudaΝ fenômenos,Ν processos,Ν construções,Ν sistemas,Ν redesΝ eΝ

artefatosΝdeΝinformação”

. Nesta linha, a autora define a informação como ações de

informação.

2.3.1 Sistema de Editoração Eletrônica de Revistas (SEER)

Pesquisadores estão habituados a conferirem as novidades de sua área em

periódicos científicos disponíveis na web, seja pela facilidade de acesso ou pela

exclusividade de suporte da revista, nesse caso online. Certamente, uma estratégia

adotada por periódicos para reduzir custos e até mesmo o desperdício de papel para

impressão.

No Brasil o contexto é semelhante, e se destaca pelo número de periódicos

em acesso aberto, que em 2003 ganhou um importante aliado, o SEER.

Todavia, o SEER é uma ferramenta relativamente recente se comparada com

o histórico das primeiras TICs e do crescimento da política de acesso aberto. A

concepção de se criar periódicos eletrônicos começou a ser desenvolvida junto com

os primeiros computadores, em 1960, embora só tenha massificado um pouco mais

com a popularização dessas maquinas em 1970, quando surgiram os

microcomputadores. Esses modelos de periódicos sofriam duras críticas acerca dos

problemas de acessibilidade, interface pouco amigável, a forte cultura pela leitura do

papel, e principalmente a frágil conexão com a internet, este último ainda um

problema, tendo em vista que vários lugares do mundo, muitos periódicos ainda

mantém os formatos eletrônicos e impresso. Vale lembrar, que muitos periódicos, já

no século XXI ainda distribuíam seus fascículos em CD-ROM (tecnologia em

desuso).

(35)

1990, com a iniciativa de publicações em

preprint

(versões sem avaliação por pares

que não foi publicada em revista) para agilizar a comunicação científica. As editoras

comerciais, também aproveitaram a oportunidade e passaram a investir em

infraestrutura para se beneficiarem da interatividade prometida pela web aos

pesquisadores, como o uso de hiperlinks e conteúdo multimídia, reduzindo, também

seus custos, mas não seus altos lucros. Até então essa é uma discussão para o

acesso aberto, que foi consolidado em 2002 com a declaração de

Budapest Open

Acess Initiative

(BOAI).

“AcessoΝ aberto”Ν àΝ literaturaΝ científicaΝ revisadaΝ porΝ paresΝ significaΝaΝ

disponibilidade livre na Internet, permitindo a qualquer usuário ler,

fazer

download

, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar ou referenciar o

texto integral desses artigos, recolhe-los para indexação,

introduzi-los como dados em software, ou usá-introduzi-los para outro qualquer fim

legal, sem barreiras financeiras, legais ou técnicas que não sejam

inseparáveis ao próprio acesso a uma conexão à Internet. As únicas

restrições de reprodução ou distribuição e o único papel para

o

direito autoral

neste domínio é dar aos autores o controle sobre a

integridade do seu trabalho e o direito de ser devidamente

reconhecido e citado. (BOAI, 2016).

Mas, ainda que tenha sido o marco do acesso aberto, o debate sobre as

publicações e ferramentas abertas já ocorria desde os anos de 1990, com a

convenção de Santa Fé nos Estados Unidos, que originou o

Open Acess Initiative

(OAI) a fim de promover uma interoperabilidade entre máquinas, ou seja, sistemas

abertos que consigam se comunicar com outros sistemas, a exemplo dos periódicos

e repositórios acadêmicos, como ficou conhecido o

Open Archives Iniciative Protocol

for Metadata Harvesting

(OAI/PMH).

Nesse panorama que John Willinsky fundou, em 1998, o PKP, que mantinha

esforços para melhorar a gestão e a comunicação científica na ainda incipiente

internet naqueles anos, e entre esses projetos, em 2001 foi desenvolvido o SEER.

A plataforma SEER, Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas, é

desenvolvida no âmbito do

Public Knowledge Project

(PKP), uma iniciativa de

universidades internacional (Universidade de Stanford, Universidade de British

Columbia e Universidade Simon Fraser) fundada pelo educador e ativista canadense

John Willinsky em 1998 na Faculdade e Educação da UBC com apoio financeiro da

(36)

desenvolvimento de

softwares

livres buscando alcançar a melhoria das publicações

acadêmicas.

O SEER/OJS é um software livre e possui como requisitos básicos para sua

instalação, Servidor Apache, o qual trata-se de servidor de web livre, criado em 1995

por Rob MeCool. Este servidor é compatível com o protocolo

http

(base sobre a qual

a web se sustenta) versão 1.1. Suas funções são mantidas por meio de uma

estrutura de módulos, permitindo que o usuário escreva seus próprios módulos.

Outro requisito é o MySQL, conhecido como um sistema de gerenciamento de banco

de dados que utiliza Linguagem de Consulta Estruturada (SQL) como interface, e

por fim, o PHP que é uma linguagem de programação de computadores

interpretada, livre, utilizada para gerenciar conteúdo dinâmico na

Word Wide Web

, e,

todos estes, operam dentro do protocolo OAI-PMH, um mecanismo de transferência

de dados entre repositórios digitais. Este protocolo tem duas interfaces:

interoperabilidade e extensibilidade

.

A

interoperabilidade

decorre da obrigatoriedade

embutida no protocolo para implementação do padrão

Dublin Core

(um padrão de

metadados); já a

extensibilidade

, advém da oportunidade de também se criar ou

utilizar padrões de metadados diferentes do Dublin Core. O objetivo deste é o

intercâmbio de dados (metadados). (FREIRE et el, 2010).

De acordo com Bergamaschi e Duarte (2012) definem as seguintes funções

para os membros da equipe editorial:

 A função de Editor Gerente [...] possui acesso a todas as opções

de configuração da sua revista, poderes para cadastrar, bloquear

usuários, delegar funções e exercer a função de Editor e outros

papéis.

 O Editor fica encarregado de supervisionar o processo editorial,

designando as submissões aos editores de seção. É ele quem

gerencia e cria as edições, agenda submissões, organiza o

sumário e assume a publicação, oferecendo acesso livre,

imediato ou adiado, com controle de assinaturas. Além disso, o

editor arquiva, faz o registro completo das submissões aceitas ou

rejeitadas e distribui os trabalhos para os avaliadores, trocando

ideias, também, com os autores.

Imagem

Figura 1  –  Rede conceitual: abordagem do movimento de acesso aberto no Brasil
Figura 2 - Location of journals using Open Journal Systems
Gráfico 1  –  Periódicos criados no SEER/OJS por ano (2004-2016)
Gráfico 2  –  Periódicos criados no SEER/OJS por região (2004-2016)
+3

Referências

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