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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA

TURISMO E CONSERVAÇÃO: A VALORIZAÇÃO AMBIENTAL DOS TURISTAS COMO FERRAMENTA PARA PROTEGER UMA ESPÉCIE CARISMÁTICA

Maria Iohara Quirino Amador

Natal, novembro 2017

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Turismo e conservação: a valorização ambiental dos turistas como ferramenta para proteger uma espécie carismática.

Monografia apresentada como pré-requisito para a conclusão do curso de graduação em Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Priscila Macedo Lopes

Coorientadora: MSc. Maria Clara B. T. Cavalcanti

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MARIA IOHARA QUIRINO AMADOR

Turismo e conservação: a valorização ambiental dos turistas como ferramenta para proteger uma espécie carismática.

Natal, 29 de novembro de 2017

BANCA AVALIADORA

_______________________________________ Prof.ª Dr.ª Priscila Macedo Lopes

Departamento de Ecologia

_______________________________________ Prof. Dr. Rafael Laia

Departamento de Ecologia

_______________________________________ MSc. Ludmila Damasio

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4 Dedico este trabalho à Grande Mãe, a Gaia, a Nut e a Geb, os principais motivos de eu ter escolhido a Ecologia para a minha vida

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Agradecimentos

Primeiramente a Aset que com seu amor incondicional guiou meus passos e me fez chegar até aqui. A Hekate com suas tochas e a Wotan com sua sabedoria, não saberia explicar em palavras o quanto é importante tê-los ao meu lado.

Ao corpo docente do curso de graduação em Ecologia que sempre apoia seus alunos e nos estimula a crescer intelectualmente com ética e dedicação. Ao laboratório de Ecologia Humana, o local que pude me encontrar academicamente e aprender infinitas lições sobre o ser humano e sua relação com o meio ambiente.

A Prof.ª Priscila Lopes que aceitou a ideia para este projeto e me estimulou a ir além do que eu imaginaria e que com paciência deu todo o suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas correções, sugestões e incentivos e pelo exemplo como profissional me proporcionando não apenas o conhecimento racional, mas a manifestação do caráter da educação no processo da formação profissional como cientista. A MSc. Clara Bezerra que deu todo o apoio moral e intelectual mesmo com tempo reduzido, pelas correções e ensinamentos. Aos professores Monalisa Rodrigues, Raquel Diniz, Adriana Carvalho, Alexandre Fadigas e Rafael Laia que foram essenciais para a minha formação acadêmica durante os anos na universidade, me fazendo compreender a Ecologia e o trabalho ambiental de uma forma diferente, possibilitando que eu pudesse enxergar além do padrão comum, terão meus eternos agradecimentos.

A minha família que me deu todo o apoio logístico necessário para a realização desta pesquisa, dedicando-se a ir comigo para as coletas em Pipa, em especial a minha irmã Iohane que esteve ao meu lado sempre que possível. A minha família espiritual que não deixou de me apoiar emocionalmente, levantando a minha moral nos momentos difíceis e compreendendo as ausências dedicadas ao estudo superior. A Jonathan Samael, Samile Dias, Wesley Menezes, João Paulo e Wildna Fernandes, pessoas maravilhosas que me auxiliaram nas entrevistas com os turistas, meus infinitos agradecimentos. Aos meus amigos da longa, gratificante e árdua caminhada universitária: Elizama, Thayná, Lorraine, Ernani, Elias e Thavilla, nossas conversas sempre me ajudaram a continuar na dedicação pelos estudos, nossos seminários apresentados e todas as situações difíceis e vitórias ficarão para a memória, agradeço pelos momentos divididos. A Úrsula, Samile e Bianca, mulheres incríveis que me acompanham desde o ensino médio, obrigada pelo apoio. Ao meu guia e irmão Selrik que se

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propõe a me ajudar todos os dias e no momento que eu precisei de auxílio para esta pesquisa não foi diferente. Ao meu companheiro Jonathan que sempre esteve ao meu lado em todos os períodos dessa jornada, que possamos continuar a auxiliar um ao outro.

E por último, mas não menos importante, agradeço a todos os cetáceos e em especial ao boto-cinza, sem esses animais eu não teria a inspiração necessária para me dedicar a pesquisa científica.

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Sumário

Resumo ... 8 Abstract ... 9 1. Introdução ... 10 2. Material e Métodos ... 13 2.1. Área de estudo ... 13

2.2. Animal foco do estudo ... 14

2.3. Seleção dos informantes ... 14

2.4. Coleta de dados ... 15

2.5. Análise de dados ... 16

3. Resultados ... 21

3.1. Perfil dos turistas que frequentam as praias de Pipa ... 21

3.2. Percepções sobre o boto-cinza ... 21

3.3. Fatores que influenciam a escolha dos cenários ... 23

4. Discussão ... 26 5. Referências bibliográficas ... 30 6. Apêndice ... 34 6.1. Apêndice 1 ... 34 6.2. Apêndice 2 ... 35 6.3. Apêndice 3 ... 36

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Resumo

O turismo ecológico tem crescido nos últimos anos, com destaque para aquele de observação de vida selvagem, como os cetáceos. Com isso, é importante entender como os turistas se relacionam com o meio ambiente, sendo possível desenhar ferramentas que promovam a conservação da biodiversidade local. Este trabalho visou justamente compreender o quanto o conhecimento e a valorização de uma espécie carismática influencia na vontade de conservar uma área, pressupondo-se que estes aspectos podem ser influenciados por fatores socioeconômicos e pela exposição prévia a espécie. A espécie considerada foi Sotalia

guianensis, popularmente conhecida como boto-cinza, que ocorre em regiões costeiras e pode

apresentar populações residentes, como as observadas na costa do Rio Grande do Norte (RN), nordeste do Brasil. Turistas que visitam o balneário de Pipa em Tibau do Sul (RN) foram entrevistados para coleta de informações: a) socioeconômicas b) conhecimento sobre o S.

guianensis; c) atitudes pessoais com relação à conservação do animal; e d) sua disposição a

pagar para conservar a espécie. Um modelo Multinominal Logit foi utilizado para identificar as variáveis que influenciam a disposição dos turistas a pagar pela conservação. Os turistas que vão a Pipa estão dispostos a conservar o S. guianensis especialmente quando: 1) já tenham pago por uma atividade recreativa de observação de golfinhos, 2) já apresentam maior conhecimento sobre o animal e 3) estão dispostos a não mais frequentarem o local caso saibam que as atividades turísticas estejam prejudicando o animal. Evidenciar o que determina atitudes pró-conservação é um passo importante para propor novas estratégias para a manutenção das espécies. Assim, o turismo de observação pode ser uma importante ferramenta da conservação, visto que aqueles que o praticam estão mais dispostos a arcarem financeiramente com ela. Além disso, também é importante divulgar amplamente o conhecimento ecológico correto, pois este também se destaca como um fator construtivo de atitudes pró-conservação.

Palavras-chave: turismo de observação; experimento de escolha discreta; boto-cinza;

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Abstract

Ecological tourism has grown in recent years, with emphasis on wildlife observation, such as cetaceans. However, some tourism activities may negatively influence certain species, which makes it important to understand how tourists relate to the environment. By understanding the relevance that the tourist attributes to wildlife and how this relevance is built, it is possible to design tools to promote the conservation of local biodiversity. This work aimed precisely to understand what makes tourists appreciate and value charismatic species, assuming that these aspects may be influenced by socioeconomic factors and previous exposure to these species. The species considered was Sotalia guianensis, popularly known as “Guiana dolphin”, which lives in coastal regions and may have resident populations, such as those observed on the coast of Rio Grande do Norte (RN), northeastern Brazil. Tourists who visits the beach of Pipa (RN) were interviewed to collect information on: a) socioeconomic variables; b) knowledge about S. guianensis; c) personal attitudes towards animal conservation; and d) individual willingness to pay for the species conservation. A Multinominal Logit model was used to identify the variables that influence the willingness of tourists to pay for conservation. The tourists who go to Pipa are willing to conserve S. guianensis especially when they have already paid for a dolphin-watching recreational activity, when they are more knowledgeable about the animal, and when they are willing to no longer visit the place if they know that the activities are harming the animal. Evidence of what determines pro-conservation attitudes is an important step towards proposing new strategies for species conservation. Thus, wildlife watching tourism can be an important conservation tool, since those who practice it are more willing to support conservation financially. In addition, it is also important to widely disseminate correct ecological knowledge, as this also stands out as a constructive factor of pro-conservation attitudes.

Key words: dolphin watching; willingness to pay; discrete choice experiment; guiana

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1. Introdução

Os ecossistemas marinhos experimentam uma perda cada vez mais acelerada de espécies, oriundas de pressões antrópicas, com consequências futuras amplamente desconhecidas (Worm et al, 2000). A redução da biodiversidade marinha compromete a capacidade de fornecimento de alimento e a manutenção da qualidade da água, além de ocasionar alterações estéticas no ambiente, gerando consequências desastrosas para milhões de pessoas que vivem próximas à costa (Worm et al, 2000). Tais consequências incluem: erosão e recuo de praias, poluição intensa, perdas de áreas de viveiros costeiros, aumento dos danos causados por tempestades, eutrofização e hipóxia (Martínez et al, 2007). Ainda assim, os ambientes marinhos costeiros ao redor do mundo têm vivenciado um aumento da demanda por seus serviços ecossistêmicos para satisfazer as necessidades humanas, como pesca e transporte (White et al, 1997). Também tem crescido significativamente a procura por atividades turísticas marinhas as quais têm seu potencial econômico reconhecido, por possuir a possibilidade de gerar maiores benefícios sociais, econômicos e ecológicos (Garrod e Wilson, 2003).

No Brasil em 2015, o turismo representava cerca de 3,6% do PIB do país, gerando melhorias sociais, empregos e um desenvolvimento limpo e sustentável (Neto, 2015). Os ambientes costeiros brasileiros, com suas belezas naturais, atraem um maior contingente de turistas para o país todos os anos (Melo et al, 2014). Entretanto, se por um lado o turismo contribui para o desenvolvimento e economia locais, este deve ser analisado com cautela. Neste sentido, surge o turismo ecológico ou ecoturismo, o qual propõe práticas turísticas sustentáveis realizadas em áreas não poluídas e conservadas para estudo, diversão e admiração da paisagem, de plantas e animais selvagens e de manifestações culturais (Orams, 1995).

O turismo de observação de mamíferos marinhos é um exemplo de atividade turística ecológica que tem crescido consideravelmente na última década em todo o mundo (Constantine, 2004). Esta atividade ocorre em mais de 119 países e tem uma taxa de aumento de 18% ao ano (New, 2015), podendo contribuir ativamente para o aumento do produto interno bruto de países em desenvolvimento (Kessler e Harcourt, 2010). Apesar desta opção de turismo apresentar uma proposta sustentável, pois não acarreta, necessariamente, na caça e/ou morte do animal (Honey, 2008), esta pode trazer impactos negativos ao recurso natural

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como mortalidade direta através de colisões entre navios e animais (Parsons, 2012), diminuição da atividade alimentar do animal (Carrera, 2004) ou mesmo em mudanças na sincronia da respiração na presença de embarcações, podendo causar consequências negativas a longo prazo (Hastie et al, 2003).

Uma das formas de assegurar que este turismo não gere ou gere menos consequências negativas é através da implementação de medidas adequadas de gestão da atividade, incluindo medidas específicas de conservação. No entanto, a implementação de medidas para conservar a biodiversidade marinha pode ser complicada pela variedade de pessoas, instituições e interesses comerciais envolvidos (Margules & Pressey, 2000). Nesse sentido, existem estratégias e atalhos tanto para driblar alguns problemas comuns em países em desenvolvimento que possuem recursos financeiros e conhecimento científico social limitados, quanto para manter a biodiversidade (Roberge & Angelstam, 2004). Uma das ferramentas que contribuem para a conservação da diversidade biológica é o próprio valor dos recursos naturais (Primack & Rodrigues, 2001). A atribuição de tais valores é uma forma de avaliar os benefícios ambientais utilizados pela população, pois os ecossistemas, através de seus recursos naturais, oferecem serviços ambientais distintos, sejam eles para provisão, regulação, suporte ou culturais (Romeiro & Maia, 2011). Este valor é determinado por uma variedade de fatores econômicos e éticos (Primack & Rodrigues, 2001), podem ser calculados por meio de métodos próprios de valoração, como por exemplo custos de viagem, preços hedônicos, disposição a pagar e valoração contingente (Motta, 1997).

Apesar da relação entre turismo e conservação ser dinâmica e complexa(Nyaupane e Poudel, 2011), a disposição a pagar da população turística pela conservação do ambiente que visitam acabou tornando-se um fator importante para manutenção da biodiversidade e contribuições econômicas nas áreas de proteção da natureza e também para os países onde essas áreas se encontram (Mcneely, 1994). Turistas que frequentam as áreas de proteção ambiental dão importância a este meio e pagam para usufruir do local se o valor pago for direcionado para a conservação (Batel et al, 2014). Estudos anteriores revelam que apesar de ser uma pequena parcela, turistas que tenham participado de atividades de lazer baseadas nos recursos ambientais, terão um melhor comportamento na conservação ambiental (Ballantyne e Packer, 2011).

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Uma medida que pode ser adotada para promover a conservação é estimular o contato com espécies carismáticas que atraem a atenção da maioria do público e de instituições, sejam elas governamentais ou não (Simberloff, 1998). Pressupõe-se que a proteção destas espécies, através do convencimento público, também termina por proteger outras espécies e ambientes associados, principalmente quando as espécies de interesse apresentam distribuições amplas (Walpole e Leader-Williams, 2001). A beleza e o carisma dos cetáceos fazem destes animais não apenas alvo de atividades turísticas, mas também de importantes ferramentas para promover a sua conservação e de outras espécies (Hoyt, 2011).

Neste sentido, o presente estudo busca entender o potencial conservacionista da

apreciação dos turistas com relação a um animal carismático em ambientes que atraem um alto contingente de turistas. Para tanto, buscou-se responder como: (1) os turistas identificam e apreciam o boto-cinza (Sotalia guianensis); (2) esta apreciação relaciona-se ao perfil socioeconômico do turista; e (3) o turista enxerga o próprio turismo e atividades de conservação. Ao final, estes três fatores foram relacionados às atitudes de conservação adotadas pelos turistas para proteger esta espécie carismática.

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2. Material e Métodos

2.1. Área de estudo

Esta pesquisa foi conduzida no distrito de Pipa (S 613043.7100, W 3502054.3900), localizado no município de Tibau do Sul, que dista 80 km de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte (Fig. 1). Este distrito abriga quatro principais praias (Praia do Amor, Praia do Madeiro, Baía dos golfinhos e Praia da Pipa), tem a paisagem formada por dunas e falésias. Devido a isso, Pipa tem experimentado um amplo desenvolvimento socioeconômico e crescimento populacional desde a década de 90 (Barros, 2015). É uma área de resort internacionalmente famosa que inclui também o turismo de observação de golfinhos (Manzan & Lopes, 2016). Seu contexto turístico é importante para o estado, já que apresenta uma expressiva rede hoteleira e de restaurantes que atendem a demandas de turistas nacionais e internacionais (Cardoso, 2009).

Possui quatro áreas de proteção: o Parque Estadual Mata da Pipa, a Reserva Particular do Patrimônio Natural Santuário Ecológico de Pipa, a Área de Proteção Ambiental Bonfim-Guaraíras e a Reserva Faunística Costeira de Tibau do Sul, com destaque para a conservação do boto-cinza na Praia do Madeiro e na Baía dos Golfinhos.

As entrevistas foram realizadas tanto nas praias quanto nos pontos de maior circulação de turistas no distrito.

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Figura 1. Mapa de localização do distrito de Pipa, município de Tibau do Sul, Nordeste do Brasil.

2.2. Animal foco do estudo

O Sotalia guianensis, popularmente chamado de boto- cinza ocorre na costa Atlântica neotropical, de Honduras até o sul do Brasil. A espécie possui habitat estuarino e costeiro e, atinge no máximo 2,1 metros de comprimento, com peso variando entre 70 e 100 kg. Este mamífero vive em grupos, os quais, podem chegar a abranger até 10 indivíduos, em estuários, e 100 em áreas abertas (Monteiro-Filho et al, 2013). Devido a algumas destas características,

em alguns locais, como no nordeste do Brasil, o boto-cinza tem sido alvo frequente de turismo de observação (Manzan e Lopes, 2016).

2.3. Seleção dos informantes

Para compor a amostra, foram selecionados os turistas brasileiros que frequentavam as áreas onde o estudo foi conduzido, incluindo tanto os que estão hospedados como aqueles que frequentam o distrito durante apenas um dia. Todas as pessoas entrevistadas possuíam 18 anos ou mais, e foram solicitadas a participar da pesquisa, seguindo os preceitos éticos dispostos na

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Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012, conjunto de diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos (Brasil, 2012).

2.4. Coleta de dados

Foram realizadas 286 entrevistas semiestruturadas (Silva et al, 2014), entre março e agosto de 2017. A pesquisa concentrou-se nos finais de semana, que possuem maior fluxo de turistas, de forma a obter um maior número de questionários por dia.

As entrevistas eram formadas por três diferentes componentes, em que para cada qual foi coletado um conjunto de variáveis. O primeiro componente correspondeu aos “Dados socioeconômicos” e, englobou perguntas básicas pessoais sobre os entrevistados e suas relações com o distrito de Pipa. O segundo componente, “Percepção sobre o boto-cinza”, incluiu perguntas para medir o conhecimento sobre o animal e o que sentem quando pensam ou veem o boto cinza). Especificamente, seis perguntas desse componente versaram sobre fisiologia e comportamento do boto-cinza: “Que tipo de animal é um golfinho? ”, “Você sabe como o golfinho respira? ”, “Do que o filhote do golfinho se alimenta? ”, “Quantos filhotes nascem por gestação? ”, “O golfinho vive em família ou sozinho? ” e “Golfinhos possuem comportamento de brincar?”. O terceiro componente da entrevista, “Turismo e atitudes para conservação”, foi composto por perguntas que relacionavam as atividades turísticas dos entrevistados às suas atitudes pessoais, visando a conservação da espécie (Tabela 1). Posteriormente, utilizamos uma abordagem de três cenários hipotéticos para avaliar a disposição dos turistas a pagar por um projeto de conservação fictício que viesse a proteger o boto-cinza e todo o ambiente que o permeia. O cenário 1 apresenta pequena população de boto-cinza, grande alteração na paisagem local (presença de qualquer tipo de barco e semelhantes), barracas e comércios na areia totalmente liberados, com pouca fauna marinha e grandes alterações na flora local, custando nada para o turista; o cenário 2 apresenta população média de boto-cinza, alteração na paisagem local (presença de barcos e semelhantes) com limitações de quantidade, poucas barracas de praia e comércios na areia, aumento da fauna marinha, pequenas alterações na flora local, custando R$5,00 (Reais) ao turista para manutenção da população de boto-cinza, toda a vez que ele for frequentar Pipa; o cenário 3 apresenta grande população de boto-cinza presente, nenhuma alteração na paisagem do local (ou seja, sem barcos e semelhantes), sem barracas de praia ou comércio na areia, fauna marinha presente e preservada e sem alteração na flora local, custando cerca de

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R$10,00 (Reais) ao turista para manutenção do ecossistema, toda a vez que o mesmo for frequentar Pipa. Neste método, os entrevistados deveriam escolher o cenário que mais os agradava (Apêndice 1).

2.5. Análise de dados

Todas as variáveis com resposta de natureza qualitativa foram categorizadas. A variável renda foi dividida em três categorias: baixa (até 2 salários), média (2,5 a 4 salários e 5 a 10 salários) e alta (11 a 20 salários e acima de 20 salários), considerando o valor de R$937,00 para o salário mínimo. Esta categorização baseou-se no estrato socioeconômico da renda média domiciliar do brasileiro em 2015/2016 (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, 2016).

A variável Percepção sobre Pipa foi dividida em três categorias, considerando a primeira imagem sobre Pipa que vem à mente do entrevistado: 1) “lazer”, incluindo festas e diversão; 2) “natureza”, correspondendo aos aspectos naturais em Pipa como o boto-cinza, praia, falésias, floresta, etc.; e 3) “outros”, respostas as quais não se encaixam nas anteriores e não são suficientes para formar uma categoria. A variável Motivo de visitar Pipa foi dividida em cinco principais categorias, de acordo com o motivo predominante da visita: 1) “para descansar”, 2) “pela natureza”, 3) “conhecer o distrito de Pipa”, 4) “participação em eventos” e 5) “participação em atividades recreativas” (esta última inclui atividades como surf, trilhas, passeios de barco e/ou lancha, stand-up paddle, etc).

A variável Sentimento sobre boto-cinza foi categorizada em cinco grupos: 1) “felicidade”, em que o turista observa o boto-cinza e sente felicidade, alegria, êxtase, excitação e animação; 2) “beleza” em que o turista observa o boto-cinza e atribui como sentimento a beleza e carisma dos animais; 3) “natureza”, em que o turista observa o boto-cinza e sente a natureza mais próxima; 4) “amor” em que o turista observa o boto-boto-cinza e sente amor, sentimentos relacionados a carinhos e cuidados e 5) “outros”, respostas variadas que não se encaixam nas outras categorias apresentadas, porém classificadas como sentimentos positivos. A variável Conhecimento sobre o boto-cinza é a somatória das respostas para seis perguntas feitas acerca da fisiologia e comportamento do boto-cinza. Para cada resposta correta foi somado 1 ponto, para cada reposta respondida pela metade foi somado 0,5 ponto e para cada resposta errada, não foi somada nenhuma pontuação.A variável

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perguntadas aos turistas o quanto concordavam com elas. Para cada afirmação havia níveis de concordância numa escala Likert de 1 a 5: “Para mim é importante ver o golfinho”, “É indiferente quando eu vejo um golfinho na água”, “Eu me assusto se estiver na água e ver um golfinho perto de mim”, “Fico feliz por ver um golfinho na praia, mas não gosto quando ele está perto de mim:”, “Me sinto emocionado quando vejo um golfinho perto de mim:” e “Sinto uma alegria indescritível e realizado por saber que tem golfinhos na água”, (Tabela 1).

A variável Pagamento para avistar o boto-cinza foi dividida em três diferentes categorias, “paguei” para aqueles turistas que realizaram atividades aquáticas recreativas variadas com o intuito de ver o boto-cinza entre outros objetivos, “pretendo pagar” para aqueles que não fizeram nenhuma atividade aquática para aproximação do boto-cinza mas pretendem e “não tenho interesse” para aqueles que não possuem nenhum tipo de interesse em fazer atividades recreativas aquáticas para ver o boto-cinza. A variável Valor pago para

turismo de observação é o valor por pessoa que o turista pagou para praticar o turismo de

observação com o boto-cinza.

Foram realizadas análises descritivas de todos os dados socioeconômicos através do programa estatístico R (R core Development team, 2016), a fim de obter uma caracterização do perfil dos turistas entrevistados.

Para verificar quais fatores influenciam nas atitudes para conservar o boto-cinza, foi utilizado o modelo Multinominal Logit – MNL (R core Development team, 2016). Neste modelo, as características socioeconômicas, a percepção dos turistas sobre o boto-cinzae as percepções sobre as atividades turísticas relacionadas ao boto-cinza foram inseridas como variáveis explicativas da disposição do turista a pagar pela conservação do boto-cinza e pela biodiversidade que o permeia através dos três cenários de preservação (Equação 1).

𝐶𝑗 = 𝑅𝑝𝑐𝑗+ 𝑃𝑔𝑏𝑡𝑗+ 𝐷𝑓𝑝𝑗 + 𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 + 𝐸𝑠𝑐 + 𝐶𝑏𝑡 + 𝑁𝑖𝑡

Equação 1.

Em que,

C1 a C3 = Cenários distintos de disposição a pagar pelo boto-cinza;

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Pgbt= Pagamento para avistar o boto-cinza;

Dfp= Deixaria de frequentar Pipa;

Idade = Idade dos turistas;

Esc = Escolaridade em anos de estudo formal;

Cbt = Conhecimento sobre o boto-cinza e

Nit = Nível de interesse dos turistas

Os diferentes níveis assumidos pelas variáveis são apresentados na Tabela 1.

As variáveis Esc, Rpc e Nit foram excluídas no modelo MNL por não se enquadrarem devido a um erro de matriz singular, que corresponde a variáveis que geram matrizes sem solução ou de soluções infinitas, provavelmente devido ao baixo número de respostas às diferentes categorias destas perguntas ou falta de variação nas respostas dentro das mesmas. Para não descartar definitivamente estas variáveis, as mesmas, foram correlacionadas com a variável “Disposição a pagar do turista pela conservação” através do método de correlação de Kendall, o qual é utilizado para dados não-paramétricos (Borcard, Gillet e Legendre, 2011). Esta análise foi realizada para entender se estas variáveis (Rpc, Esc e Nit) mesmo não entrando no modelo principal, possuem correlação com a disposição a pagar do turista. Adicionalmente, foi realizada uma análise descritiva dos grupos de renda, a fim de identificar qual a porcentagem de pessoas dentro de cada grupo optava por escolher os diferentes cenários.

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19 Tabela 1. Variáveis utilizadas no estudo inseridas em três diferentes, componentes com sua descrição e natureza.

Componentes Variáveis Descrição Natureza

Dados

socioeconômicos

Gênero Feminino ou Masculino. Categórica

Região de origem Local de origem do turista: regiões do Brasil, Nordeste, Norte, Sul, Sudeste ou Centro-Oeste. Renda per capita do turista Classes de renda: Até dois salários, 2 a 4 salários, 4 a 10 salários, 10 a 20 salários ou acima de 20

salários. Um salário corresponde ao salário mínimo em reais no ano de 2017 (R$ 937,00). Para as análises, as classes de renda foram divididas em três grupos: classe baixa, classe média e classe alta. Percepção sobre Pipa Característica de percepção dos turistas, quando estes relataram uma imagem qualquer à qual associavam

a primeira lembrança de Pipa.Esta percepção foi posteriormente classificada em lazer, natureza e outros. Motivo de visitar Pipa Qual a razão principal dos turistas terem ido a Pipa. “Para descansar”, “Pela natureza”, “Conhecer Pipa”,

“Eventos” e “Atividades recreativas”.

Pagamento de taxa adicional Respostas para a pergunta: “você pagaria uma taxa para entrar em Pipa”? Respostas possíveis: sim, não e talvez.

Frequência de visitas Quantidade de vezes que os turistas frequentam Pipa por ano.

Idade Idade do turista. Discreta

Filhos Número de filhos que o turista tem.

Escolaridade Número de anos de ensino formal que o turista estudou. Dias em Pipa Número de dias que o turista ficou em Pipa.

Percepção sobre o boto-cinza

Sentimento sobre boto-cinza Sentimento que o turista associava às fotos mostradas do boto-cinza. Classificado a posteriori em: felicidade, beleza, natureza, amor e outros.

Categórica Conhecimento sobre o boto-cinza Pontos acumulados de 0 a 6 para seis perguntas feitas com relação à fisiologia e comportamento do

boto-cinza (Apêndice 3). A cada pergunta foi atribuído 1 ponto se a questão estivesse certa, 0,5 se o informante acertasse parcialmente a questão e 0 se não acertasse. Quanto maior a pontuação, maior o conhecimento acerca do boto-cinza.

Nível de interesse dos turistas Média das escolhas dos turistas para seis afirmações feitas versando sobre satisfação dos turistas de estarem próximos ou não ao boto e a importância que os mesmos dão ao animal (Apêndice 2). Para cada afirmação havia níveis de concordância (escala de Likert), que variavam de 1 a 5. Quanto maior a numeração, maior a concordância com a afirmação feita pelo pesquisador.

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20 Turismo e atitudes

para conservação

Pagamento para avistar o boto-cinza Se os turistas pagaram ou pagariam para ver o boto-cinza ou não estariam interessados em ver o animal, durante atividades aquáticas, como passeio de lancha. Respostas: “paguei”; “pretendo pagar” ou “não tenho interesse”.

Deixar de frequentar Pipa Respostas para a pergunta: “Se soubesse que todas as atividades humanas prejudicam o boto-cinza, estaria disposto a deixar de frequentar as praias de Pipa para proteger o golfinho”? Respostas: “Sim”, “Não” e “Talvez”.

Disposição a pagar do turista pela conservação

Escolha dos turistas acerca do cenário que, de acordo com seu custo-benefício, era para eles o melhor para conservar o boto-cinza e Pipa. Respostas: cenário 1, cenário 2 ou cenário 3 (Apêndice 1). Quanto maior o número do cenário, maior o nível de conservação futura para o ambiente e maior o valor monetário empreendido pelos turistas a cada vez que for a praia.

Valor pago para turismo de observação Valor pago pelo turista para alguma atividade aquática com o objetivo de ver o boto-cinza.

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3. Resultados

3.1. Perfil dos turistas que frequentam as praias de Pipa

Dentre o total de turistas entrevistados, 54,9% (N = 157) são mulheres e 45,1% (N = 129) são homens. Cerca de 63,5% (N = 181) possuem filhos. A idade mínima encontrada foi 18 anos (pois é a menor idade selecionada para a entrevista) e a máxima 71 anos (com desvio padrão de ± 11,7). No que se refere à escolaridade, 41,95% (N = 120) (± 2,6) dos entrevistados possuem ensino superior completo, 57 (19,9%) estão completando o ensino superior e 45 (15,7%) possuem pós-graduação. A renda per capita dos turistas mais frequente (32,9%) variou entre 3 a 4 salários mínimos, ou seja, de R$2811,00 a R$3748,00. Os turistas que frequentam Pipa são oriundos de todo o Brasil, sendo a maior parte deles 74,2% da região nordeste, 15,4% do sudeste e 10,4% das demais regiões do Brasil.

Os turistas passaram em média 2,7(±3.8) dias em Pipa. Dentre os motivos que levaram os turistas a visitar o distrito destacam-se o descanso e a vontade de estar em contato com a natureza (Fig. 2a). A maioria dos entrevistados 97,5% (N = 279) afirmaram que pretendem voltar a Pipa para turismo. Destes, 29,7% (N = 85) estão visitando Pipa pela primeira vez, 17,8% (N = 51) visitam Pipa uma vez a cada ano e 17,5% (N = 50) visitam Pipa quatro vezes por ano. Quando os turistas pensam em Pipa, a primeira imagem que vem à mente de 70,9% (N = 203) deles é natureza, seguido de 21,3% (N = 61) que pensam no lazer proporcionado por este município. Cerca de 55,6% (N = 159) dos turistas estariam dispostos a pagar uma taxa para entrar no distrito de Pipa e 30,4% (N = 87) não pagariam, independentemente do valor.

3.2. Percepções sobre o boto-cinza

Os turistas relataram diferentes sentimentos quando foram submetidos à visualização das imagens do boto-cinza em seu habitat (Apêndice 2). O sentimento de felicidade ao ver o boto-cinza foi o mais representativo dentre os entrevistados, correspondendo a 42,7% (N =

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122) das pessoas (Fig. 2b). Quanto ao conhecimento acerca do boto-cinza, 91,0% dos turistas sabem que Pipa abriga populações do boto em suas praias. A grande maioria dos entrevistados (81,1%) já viram o boto-cinza pessoalmente, e, destes, 53,0% (N = 151) já o viram de perto (menos de 10 metros de distância). O nível de interesse dos turistas com relação ao boto-cinza, obteve uma mediana de 4,16 pontos, de um máximo possível de 5 pontos. Neste sentido, a maior parte dos turistas79,02% (N = 226)mostrou-se favorável à aproximação do boto-cinza e possui sentimentos como uma “alegria indescritível” ligados ao animal (Fig. 3).

O nível de conhecimento dos turistas para as perguntas sobre a fisiologia, taxonomia e comportamento do boto-cinza, obteve uma média de 4,03 pontos (± 1,24) de um máximo de 6 pontos. Destes, 51,4 % (N = 147) sabem que o boto-cinza possui pulmão e consequentemente respira fora d’água. A maior parte dos turistas 71,0% (N = 203) afirmaram que o boto-cinza é um mamífero, mas estes não souberam dar mais detalhes sobre a taxonomia do animal. Apenas 2,4% (N = 7) dos turistas disseram que o boto-cinza é um mamífero e cetáceo. Com relação à alimentação do boto-cinza, 43,7% (N = 125) dos entrevistados acreditam que o filhote se alimenta de leite materno e 34,2% (N = 98) acham que o filhote se alimenta de peixe. A maioria dos turistas (95,4%) sabem que o animal forma grupos como famílias e 96,8% acreditam que o comportamento de brincar é algo da natureza do boto-cinza.

Figura 2(a). Razões do turista para frequentar o distrito de Pipa. Figura 2(b). Sentimentos do turista ligados ao boto-cinza.

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Figura 3. Sentimentos do turista ligados ao boto-cinza. Concordância (escala de Likert: 1= discordância total; 5= concordância total) com afirmações feitas ao entrevistado, referentes à: Emoção (em ver o boto-cinza pessoalmente); Alegria (por saber que existe boto-cinza nas praias que ele frequenta); Indiferença (por saber que existem boto-cinza na praia); Susto (ao se depararem com o boto-cinza dentro d’água, independente de possuírem afinidade pelo animal); Distância (por preferir que o boto-cinza fique distante, gostando ou não do animal).

3.3. Fatores que influenciam a escolha dos cenários

O modelo MNL mostrou que as variáveis Pagamento para avistar o boto-cinza (Pgbt),

Conhecimento sobre o boto-cinza (Cbt) e Deixar de frequentar Pipa (Dfp) foram as melhores

preditoras da disposição dos turistas a pagar pela conservação do boto-cinza. Neste sentido, a variável Pgbt, na categoria “pagaram”, mostrou correlação significativa com o cenário 2 (Pr(>|t|) = 0,04) e o cenário 3 (Pr(>|t|) = 0,02), ou seja, aqueles que pagaram por atividades recreativas com o intuito de ver o boto-cinza são aqueles predispostos a escolherem cenários que implicam em algum pagamento para a conservação. A variável Cbt mostrou correlação positiva significativa com o cenário 3 (Pr(>|t|) = 0.04), o que significa que quanto maior o conhecimento acerca do boto-cinza, maior a probabilidade do turista escolher um cenário em que ele pague mais pela conservação dos botos. A variável Dfp, na categoria “sim”, apresentou uma correlação positiva e significativa com o cenário 2 (Pr(>|t|) = 0.001) e o

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cenário 3 (Pr(>|t|) = 2.563e-05), ou seja, aqueles que escolheram a opção de abdicar de frequentar Pipa para salvar o boto-cinza em um cenário hipotético onde o animal estivesse em perigo, têm maior probabilidade de escolherem os cenários onde eles pagariam pela conservação do bicho (Tabela 2).

Independentemente da renda, os turistas optaram por cenários que pagariam pela conservação em detrimento daquele em que nada seria pago. A maioria (73,1%; N = 19) dos turistas incluídos na categoria de renda alta optaram pela escolha do cenário 3, com o maior valor a ser pago para promover a conservação. Dos turistas pertencentes à categoria renda média, 52,5% (N = 150) escolheram o cenário 3, da mesma forma que 41,1% (N = 118) dos pertencentes à renda baixa optaram pelo cenário 3 (Fig. 4). Quando comparamos a renda dos turistas com o valor do que eles pagaram para avistar o boto-cinza, vemos que quanto maior a renda, maior o valor investido para ver o animal (Fig. 5).

A correlação das variáveis Rpc, Esc e Nit com a disposição do turista a pagar pela conservação mostrou que as mesmas se relacionam de forma positiva. Especificamente turistas de maior renda (τ = 0,16; p<0,05), maior escolaridade (τ = 0,19; p<0,05) e que apresentavam maior satisfação em avistar um golfinho (τ = 0,10; p<0,05) foram aqueles mais dispostos a pagarem pela conservação destes animais.

Tabela 2.Resultados do modelo de escolha para Multinomial Logit (MNL). As respostas de 286 turistas foram utilizadas nas estimativas estatísticas.

Variáveis do modelo Multinomial Logit C2 C3 categorias Pagamento para avistamento do boto-cinza pagaram Pr(>|t|) Estimativa Desvio Padrão Valor t 0.04 0.82 0.42 1.96 0.02 1.12 0.50 2.20 Conhecimento sobre o boto-cinza - Pr(>|t|) Estimativa Desvio Padrão Valor t - 0.04 0.37 0.18 1.97 Deixar de frequentar praia sim Pr(>|t|) Estimativa Desvio Padrão Valor t 0.001 1.19 0.36 3.23 2.563e-05 2.40 0.57 4.20 Frequência dos cenários

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 0.045455 0.444056 0.510490

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25 * McFadden R2=0.09; chisq = 46.5; p.value = 4.4246e-05

Figura 4. Porcentagem dos informantes, separados de acordo com sua faixa de renda (baixa, média e alta), que escolheram um dentre os três cenários de conservação do boto-cinza. Cada cenário exemplifica situações diferentes de conservação do boto-cinza e do ambiente em que ele se encontra. Quanto maior o cenário (1 a 3), melhor biodiversidade de fauna e flora e maior conservação, assim como maior o valor investido pelo turista para que a conservação ocorra.

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4. Discussão

O turista que está disposto a pagar mais pela conservação do boto-cinza, escolhendo o cenário 3, e pagando uma quantia módica sempre que frequenta o ambiente onde a espécie carismática está presente, é o turista que: possui maior renda, maior escolaridade, maior nível de satisfação ao ver o animal, pagou por uma atividade aquática para ver o boto de perto, está disposto a abrir mão de frequentar o local para salvar o boto-cinza se o mesmo estivesse em condição de risco, e que possui mais conhecimento sobre a fisiologia, taxonomia e comportamento do mesmo.

Independente do perfil socioeconômico e de suas pontuações sobre o conhecimento do boto-cinza, praticamente todos os turistas possuem sentimentos positivos relacionados ao animal do estudo e ao ambiente de forma geral. A natureza mostrou-se como um aspecto importante para os entrevistados na construção deste sentimento, pois é a primeira imagem que a maior parte deles visualiza quando pensa no local frequentado e é o segundo motivo pelo qual eles o frequentam. Este fato pode ser positivo pois pode configurar o primeiro passo para originar afinidade emocional, um dos fatores para preceder comportamentos conservacionistas (Kals et al, 1999). Cabe ressaltar também que a maioria dos turistas já viu o boto-cinza pessoalmente, o que tanto pode ser explicado pela frequência com que os grupos desse animal chegam perto da praia (Monteiro-Filho et al, 2013), quanto pela facilidade de acesso da indústria turística ao meio selvagem (Moorhouse et al, 2015). Este acesso, pode estimular os sentimentos relacionados ao boto-cinza, os quais tendem a ser positivos, em relação a animais carismáticos (Caro, 2010). Este carisma pode ter facilitado na acumulação de sentimentos positivos dos entrevistados, porque os turistas que obtiveram alto nível de satisfação com relação ao boto-cinza, estão dispostos a pagar pela conservação de um animal pelo qual possuem grande afeto (Barney et al, 2005).

Os turistas em geral obtiveram uma média alta em relação a seu conhecimento sobre a espécie estudada. Parte deste conhecimento pode ter sido obtido in loco, visto que duas das seis perguntas realizadas, (“O boto-cinza possui comportamento natural de brincar? ” e “O boto-cinza vive em grupo/família?”) versaram sobre características principais dos animais (Kuczaj e Eskelinen, 2014; Würsig, 1989) que chamam a atenção do turista e são facilmente observadas tanto da praia quanto dos passeios de observação. Todavia, aqueles turistas que obtiveram maior pontuação sobre aspectos de conhecimento do boto-cinza, e que escolheram

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o cenário que preza por uma melhor conservação mais conservacionista, possivelmente detêm um nível mais elevado de consciência ambiental, entendida como um fator importante para as pessoas conservarem um ambiente e/ou uma espécie (Pritchard, 1968; Togridou et al, 2006; Zeppel, 2008; Nyaupane, 2011; Moorhouse et al, 2015). Essa consciência ambiental pode ser desenvolvida pelo turismo de vida selvagem(Ballantyne et al, 2009)através da interação com guias, outros profissionais ambientais e com a própria comunidade local.

Os turistas que estão dispostos a abrir mão de frequentar um determinado local para proteger o boto-cinza possuem maior tendência para marcar os melhores cenários de conservação (2 e 3), o que de certa forma é algo esperado. Este turista valoriza especialmente a espécie carismática, mais que o ambiente em si. Este fato é inclusive apontado por muitos como um problema em se promover a conservação de espécies bandeiras, desvinculada de uma interpretação mais integrada da importância do ecossistema como um todo (Walpole e Leader-Williams, 2001). Os cenários mais conservacionistas também tenderam a ser escolhidos por turistas que já pagaram por uma atividade aquática para ver o boto-cinza. Uma possível explicação é que estes turistas podem ter desenvolvido no processo da atividade turística um vínculo emocional com o animal, corroborando estudos que analisam a importância do contato presencial com a vida marinha para contribuição de comportamentos nas ações de conservação (Zeppel, 2008). Além disso, turistas pagantes da atividade de observação têm a chance de notar falhas na atividade turística, como acúmulo de lixo humano (Wilson e Verlis, 2017), entre outros. Estes poderiam optar pelo cenário 3 que proíbe esta atividade. Ainda assim, cabe ressaltar que a sensibilidade dos entrevistados às consequências negativas do turismo não foi avaliada na pesquisa.

Há ainda que se destacar que turistas com maior renda são aqueles que estão mais dispostos a pagar pela conservação do boto-cinza. Provavelmente isto se deve ao fato de que os valores apresentados nos cenários sejam mais irrisórios a eles do que a outros, que também gostariam de conservar, conforme visto na preferência geral por cenários mais conservacionistas, mas possuem menor poder aquisitivo. Cabe ainda ressaltar que os de maior renda também pagam valores maiores para praticar a atividade de observação do boto-cinza. Passeios mais caros possivelmente aumentam a qualidade do mesmo no sentido do turista obter mais contato com o animal, o que pode ter sido um estímulo para marcarem os cenários mais aptos à conservação. Contudo, neste trabalho também não foi analisada a qualidade dos passeios de observação ao boto-cinza. Da mesma forma turistas com maior escolaridade

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tenderam a optar por cenários mais conservacionistas, provavelmente porque a escola deve proporcionar mais acesso e vivências sobre conscientização ambiental (Pritchard, 1968; MEC, 2007).

De forma geral os resultados deste estudo podem auxiliar na maneira como projetos ambientais e unidades de conservação utilizam o turismo como uma ferramenta para conservação. O estudo ressalta ainda o papel de espécies carismáticas que permitem a observação e contato direto, como o boto-cinza, como formas de promover o comportamento conservacionista. Ainda assim, cabem destacar dois pontos essenciais: o impacto da atividade de observação de vida selvagem no próprio animal e o foco demasiado na espécie carismática.

O ecoturismo pode ser uma atividade que traz impactos negativos à vida selvagem (Herrera-Silveira et al, 2009), especialmente através da: exploração, poluição, distúrbio e modificação do habitat (Knight e Gutzwiller, 1995). Todavia o turismo da vida marinha não precisa ser excluído do âmbito da conservação. Com esta atividade atingem-se importantes objetivos econômicos e ecológicos quando a gestão dos locais alvos de turismo é integrada à pesquisa científica, desenvolvimento de políticas e estratégias e o envolvimento de diferentes partes interessadas e das comunidades locais (Trave et al, 2017), visando o bem-estar dos animais observados (Papastavrou et al, 2017).

Por fim, cabe alertar sobre o foco excessivo na espécie carismática como mecanismo de conservação. Aqueles que utilizam os locais de importância ecossistêmica que são partes fundamentais para alcançar a conservação ambiental, não podem enxergar o animal carismático como o único recurso que deve ser protegido. As espécies carismáticas não devem ser retiradas de seu contexto; embora elas sejam importantes como atalhos ambientais para alcançar o apoio populacional mais rápido para a proteção de todo o ecossistema, esta não deve ser o único foco no trabalho conservacionista (White et al, 1997).

Os turistas devem receber educação ambiental e ter contato visual com as espécies carismáticas acessíveis, mas devem também aprender a valorizar o habitat e as outras espécies que interagem como um todo. Para isto, devem receber informações sobre a importância da manutenção do ecossistema para sobrevivência da espécie carismática. Visto isso, as espécies carismáticas podem ser além de um atalho, a chave para estimular comportamentos conservacionistas com o objetivo central de uma importante conservação em um local com constante atividade de turismo.

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29 Este trabalho traz uma abordagem necessária para elucidar a relação entre aspectos cognitivos (valorização ambiental) e o turismo ecológico, visto que entender estas percepções humanas sobre os ecossistemas e serviços que estes provêm é uma importante ferramenta para auxiliar na compreensão e manejo dos sistemas naturais (Blasiak et al, 2015).

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6. Apêndice

6.1. Apêndice 1

Cenários utilizados no experimento de disposição do entrevistado a pagar pela conservação do boto-cinza.

Foram utilizados três tipos de cenários. O primeiro, representado na 1ª coluna, era caracterizado com baixa abundância de boto-cinza, fauna e flora, com grande presença de atividades locais como barracas e comércio na areia e barcos, lanchas, canoas e afins na água. Aqui, o turista não auxilia em nada para a preservação local e do boto-cinza, e não há custo para o turista. O segundo cenário, representado na 2ª coluna, foi caracterizado com média abundância de boto-cinza, fauna e flora, com pouca presença de atividades locais como barracas e comércio na areia e barcos, lanchas canoas e afins na água, o turista auxilia com o valor de R$5,00 para cada vez que entrar nas praias do distrito em prol da preservação local e do boto-cinza. O terceiro cenário, representado na 3ª coluna, foi caracterizado com alta abundância de boto-cinza, fauna e flora, com nenhuma presença de atividades locais como barracas e comércio na areia e com proibição de barcos lanchas canoas e afins na água, o turista auxilia com o valor de R$10,00 para cada vez que entrar nas praias do distrito em prol da preservação local e do boto-cinza.

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6.2. Apêndice 2

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6.3. Apêndice 3

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Referências

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