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TRATAMENTO DE FERIDAS CUTÂNEAS DSENVOLVIDAS EM RATOS WISTAR ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO EXTRATOS DE MARACUJÁ (Passiflora edulis)

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TRATAMENTO DE FERIDAS CUTÂNEAS DSENVOLVIDAS EM RATOS WISTAR ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO EXTRATOS DE MARACUJÁ (Passiflora edulis)

Chirlaine Cristine Gonçalves

(1)

, Jaime José da Silveira Barros de Medeiros

(2)

, José Augusto Andrade Filho

(3)

, Isabella Barros de Almeida

(4)

, Vanina Cardoso Viana Andrade

(5)

.

(¹)

Doutora em Ciência e Tecnologia, Pro-Reitora de Pesquisa e Extensão do Instituto Federal de Sergipe, chirlaine.cris@gmail.com;

(²)

Doutor em Engenharia Agrícola, Docente do Instituto Federal de Sergipe, jaimesbn@gmail.com;

(3)

Doutor em Ciências da Com- putação e Matemática Computacional, Docente do Instituto Federal de Sergipe, augustoa@gmail.com;

(4)

Doutoranda em Ciências

da Saúde, Vínculo institucional Universidade Federal de Sergipe, bella.barrosalmeida@gmail.com;

(5)

Doutora em Engenharia de Processos, Docente do Instituto Federal de Sergipe, bella.barrosalmeida@gmail.com.

Resumo: A pele é o maior órgão do corpo, e cor- responde a aproximadamente 10% do peso cor- poral. A lesão da pele, ou ferida, pode atingir des- de a epiderme, até as estruturas mais profundas e, aproximadamente, 30% da população adulta apresentará lesão cutânea aguda e precisará uti- lizar algum dispositivo na lesão. Dentre os fito- terápicos utilizados no Brasil, a Passiflora edu- lis (maracujá amarelo) destaca-se por já possuir efeitos positivos na população. Assim, o objetivo da presente pesquisa foi: Desenvolver o extrato hidroalcóolico vegetal das folhas de passiflora edulis a 100% e a 50%. Testar o efeito positivo do extrato sobre cepas de Staphylococcus aureus.

Estudar a eficácia do extrato em relação a outros métodos de cicatrização de feridas cutâneas em ratos Wistar. Os resultados permitem concluir que o uso tópico do extrato de Passiflora edulis apresentou um efeito significativo na cicatriza- ção da pele de ratos em relação à área lesionada, sendo o extrato a 100% o que obteve melhores resultados. Observou-se também que, o uso tópi- co do extrato associou-se a diversos fatores que sugerem efeito benéfico do processo cicatricial, interferindo na celularidade, moderando a reação inflamatória, a qual favoreceu a aceleração da ci- catrização em ambas as fases (aguda e crônica).

Abstract: The skin is the largest organ in the body, and corresponds to approximately 10% of body weight. The skin lesion, or wound, may re- ach from the epidermis to the deeper structures.

Approximately 30% of the adult population will have an acute skin lesion and will need to use some device in the lesion. Among the phytothe- rapics used in Brazil, passiflora edulis (yellow passion fruit) stands out for already having a positive effect on the population. The main goal of the present work was to: Develop the vege- tal hydroalcoholic extract of passiflora edulis le- aves at 100% and 50%. Test the positive effect of the extract on staphylococcus aureus strains.

And, study the efficacy of the extract in relation to other wound healing methods in Wistar rats.

Results show the topical use of passiflora edulis

extract showed a significant effect on rat skin he-

aling regarding the injured area, and the extract

at 100%, achieved the best results. It was also

noted that the topical use of the extract was as-

sociated with several other factors that suggest a

beneficial effect of the healing process, interfe-

ring with cellularity, moderating the inflamma-

tory reaction, which favored the acceleration of

healing in both phases (acute and chronic).

(2)

INTRODUÇÃO

A pele, também conhecida como sistema tegumentar, é o maior órgão do corpo, e cor- responde a aproximadamente 10% do peso cor- poral. A lesão da pele, ou ferida, são utilizados como sinônimos de lesão tecidual, deformidade ou interrupção de continuidade da pele, porém, essas agressões podem atingir desde a epiderme, até as estruturas mais profundas, como fáscias, músculos, aponeurose, articulações, cartilagens, tendões, órgãos cavitários, ossos ou qualquer outra estrutura do corpo, de forma a desenvol- ver esses traumas de várias maneiras, que vão de agressões feitas por agentes físicos, químicos, térmicos e até mesmo biológicos (MALAGUT- TI; KAKIHARA, 2010).

Segundo Diccini (2009), 30% da popula- ção adulta apresentará lesão cutânea aguda e pre- cisará utilizar algum dispositivo na lesão.

Atualmente, tem-se no mercado uma gran- de variedade de curativos originados de diversas substâncias naturais como, alginato de cálcio, ácidos graxos essenciais, carvão ativado, papaí- na, celulose, entre outros.

O desenvolvimento, a demanda e a oferta dos fitoterápicos em curativos tem aumentado gradativamente com estudos científicos em di- versas áreas tecnológicas, com o intuito de bara- tear o material. Desse modo, surge a necessidade de conhecer novos insumos utilizados na rege- neração tecidual, principalmente os de origem vegetal, visto que estes compostos podem cons- tituir-se em importantes agentes de controle da cicatrização devido à fácil obtenção e utilização, e ainda minimizam os problemas apresentados pelos produtos químicos sintéticos.

Dentre os fitoterápicos utilizados no Brasil, a Passiflora edulis (maracujá amarelo) destaca-se por já possuir efeitos positivos na população em especial na região Nordeste onde concentra sua maior produção. Ainda há muito o que se explorar no maracujá no intuito de beneficiar a sociedade,

despertando assim o interesse em utilidades ci- catrizantes deste, diminuindo os custos elevados dos curativos biológicos atualmente existentes no mercado principalmente para as populações menos favorecidas da região Nordeste.

Para tanto, o desenvolvimento da pes- quisa científica com materiais que auxiliem no tratamento do tecido lesionado, assim, como o conhecimento teórico e prático dos fitoterápi- cos já disponíveis para essa finalidade, deve ser tema de relevante preocupação e estudo para os profissionais enfermeiros, tendo em vista que o acompanhamento das feridas deve ser realizado de forma sistematizada, tornando necessário que o enfermeiro tenha um profundo domínio sobre essa problemática.

É oportuno destacar que tal avanço só será possível através da interdisciplinaridade resultan- te da união e do desenvolvimento em conjunto de áreas como Ciências Biológicas, Ciências Médi- cas e Veterinária, concomitantemente com o pro- gressivo avanço tecnológico das Ciências Exatas e Engenharias, pois só assim é possível minimizar desconfortos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes portadores de lesões cutâneas.

De acordo com o entendimento acima, objetiva- -se, com este artigo: Desenvolver o extrato hidro- alcóolico vegetal das folhas de passiflora edulis a 100% e a 50%. Testar o efeito positivo do extrato vegetal das folhas de Passiflora edulis, sobre ce- pas de Staphylococcus aureus. Estudar a eficácia do extrato a 100% e a 50% em relação ao uso da água destilada e da clorexidina a 1% na cicatriza- ção de feridas cutâneas em ratos Wistar.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi desenvolvida em cinco ce-

nários específicos: No Laboratório de Armaze-

namento e Processamento de Produtos Agrícolas

(LAPPA) da Unidade Acadêmica de Engenharia

Agrícola (UAEA) do Centro de Tecnologia e Re-

cursos Naturais (CTRN), da Universidade Fede-

(3)

ral de Campina Grande (UFCG). No Laboratório de Microbiologia e Imunologia dos cursos de Medicina, Fisioterapia e Enfermagem da FCM e no Biotério da Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande, em Campina Grande, PB.

Teve ainda a Diagnovet (Centro de Análi- ses e Diagnóstico Veterinário Ltda) e o laborató- rio de patologia F. Diniz, ambos localizados no município de Campina Grande, PB.

O extrato natural utilizado nesta pesquisa, foi obtido a partir de 5 kg de folhas integras de Pa- siflora Edulis, coletas em um pomar da estação experimental do município de Lagoa Seca, per- tencente a Empresa Estadual de Pesquisa Agro- pecuária da Paraíba (EMEPA – PB), de plantas adultas no mês de setembro de 2012 (período ini- cial da pesquisa de campo).

O material coletado foi levado ao laborató- rio LAPPA, para passar por um processo de re- moção de impurezas com água corrente. Depois foi submetido a uma pré-secagem natural e, em seguida, secas em estufa à temperatura constante de 40 °C durante 24h, tendo um rendimento de 502,28 g de folhas secas de acordo com a Figura 02. Depois de seco, o material foi moído em moi- nho de faca da marca Tecnal até a formação de pó fino e pesado em balança de precisão, onde se ob- teve 487,45 g de pó, o qual foi guardado em re- cipiente estéril escuro até obtenção dos extratos.

Antecedendo o preparo do extrato, após a obtenção do pó, determinou-se a umidade do mesmo pelo método padrão de estufa a 105 ± 2

°C, com 3 subamostras de 20 g acondicionadas em recipientes metálicos, previamente secos, pe- sados e colocados em estufa pelo tempo de 24 h; após este período os recipientes foram retira- dos da estufa e postos em um dessecador, duran- te 45 min (BRASIL, 2009); em seguida, foram novamente pesadas obtendo-se a percentagem de umidade de 4,94%, expresso em base úmida bu.

O extrato hidroalcóolico foi obtido a partir do extrato em pó, o mesmo foi umedecido com

álcool etílico a 70% (v v-1) da marca Toscano fabricado em 20.12.2010 por DANQUÍMICA LTDA de lote no 72 com validade de 36 meses;

seguindo proporção de 1:4. Este pó umedecido foi aos poucos transferido para o interior do percola- dor (extrator), o qual continha pequena quantidade de algodão hidrófilo ao fundo. Logo em seguida foi adicionada uma rodela de papel filtro e sobre esta, um disco de metal perfurado sobre a massa, com o objetivo de evitar canais de escoamento do líquido extrator. Posteriormente, com o dispositi- vo (torneira) de saída do líquido extrator aberto, o solvente foi colocado dentro do percolador, pela parte superior, de maneira que ficasse de 2 a 3 cm de espessura até o início do gotejamento. Neste momento, a torneira foi fechada para que o mate- rial ficasse em repouso (maceração) por 24 horas e assim ocorrer a perfeita embebição da droga pelo solvente e a dissolução dos respectivos recons- tituintes. Passado este período, o macerado foi percolado, em velocidade moderada de aproxima- damente 20 gotas/minuto, até obter a porção dese- jada. O produto final foi identificado e guardado em frascos de vidro âmbar esterilizado em estufa, e cobertos com papel alumínio até o momento de serem utilizados nos experimentos. Para tais pro- cedimentos aplicou-se a metodologia descrita por Almeida et al. (2004).

As cepas bacterianas de Staphylococcus aureus (ATCC 3359T) foram incubadas em Bain Hart In- fusion (BHI). Segunda a ANVISA, o caldo Bain Hart Infusion, é um meio derivado de nutrientes de cérebro e coração, peptona e dextrose (BRA- SIL, 2012). A peptona e a infusão são fontes de nitrogênio, carbono, enxofre e vitaminas e a dex- trose é um carboidrato que os microrganismos uti- lizam para fermentação (BRASIL, 2012).

Tomando-se como referencial, o método

de difusão em agar, segundo Bauer et al. (1966)

e as recomendações do National Committee for

Clinical Laboratory Standart (NCCLS, 2002), o

meio foi pesado e hidratado conforme instruções

(4)

do fabricante (FIOCRUZ); em seguida foi distri- buído 3,0ml em tubos tampando os mesmo com chumaços de algodão estéreis, as cepas foram in- cubadas por 24h a 37oC, a interpretação foi feita

Figura 1 - Ilustração do método de difusão em agar, segundo Bauer et al (1966), das cepas bacterianas de Staphylococcus aureus, incubadas em caldo de Bain Hart Infusion.

Fonte: Arquivo da pesquisa, 2012.

A atividade antimicrobiana (AA) foi de- terminada pela técnica de poços por difusão em ágar, depositando 1ml de solução bacteriana e 50 ml de meio Ágar Mueller Hilton em placas es- téreis de 20 x150 mm, e homogeneizadas pelo método “Pour Plate” (que consiste em colocar a alíquota de 1ml da amostra com os microrganis- mos em uma Placa de Petri estéril sem o meio de cultura, pois esse será colocado por cima dos microrganismos na placa).

O meio de cultivo, foi mantido em banho- -maria a 50 ºC para impedir a solidificação do ágar, vertido sobre a amostra, que foi misturada por agitação suave da placa de petri. Após solidi- ficação do ágar, a placa foi incubada na tempera- tura de 37 °C. Nesse método o crescimento das colônias das bactérias ocorre dentro e na superfí- cie do meio de cultivo.

Após solidificação do meio, foram feitas cavida-

des de aproximadamente 6mm de diâmetro para depósito de 50 µl em cada amostra de extrato de Passiflora edulis, nas concentrações de 25%, 50%, 75%, 100%. Na pré-incubação as placas ficaram 2 horas na posição normal a 25oC, e de- pois completaram o período de 48 h em posição invertida.

Após a incubação, a leitura foi realizada considerando sensíveis os halos de diâmetro aci- ma de 10 mm, momento em que os halos onde fo- ram aplicado o extrato a 25%, não mostrou-se efi- caz (Figura 2-A), apresentando diâmetro inferior a 10mm, os halos onde foram aplicado o extrato a 50 e a 75% apresentaram diâmetro semelhante variando de 15 a 17 mm (Figura 2-B), e os halos onde foram aplicado o extrato a 100% apresentou o melhor comportamento apresentando diâmetro que variou de 18 a 23 mm (Figura 2-C). Utiliza- ram-se antióticos para controle positivo.

através da observação da cor original do meio:

amarelo claro, límpido. Depois deste período as

cepas foram resuspensas em solução fisiológica

obtendo-se turvação equivalente ao padrão 0,5

da escala Mac Farland.

(5)

Figura 2 - : Ilustração dos poços por difusão em Agar, após colocação do extrato de Passiflora edulis, confir- mando o efeito positivo do extrato sobre o Staphylococcus aureus

Fonte: Arquivo da pesquisa, 2013.

Fonte: Arquivo da pesquisa, 2013.

Tabela 1: Distribuição dos ratos Wistar a serem utilizados na pesquisa conforme grupos A etapa de acasalamento e gestação do es-

tudo foi realizada no Biotério da Faculdade de Ci- ências Médicas de Campina Grande, PB –FCM, em ambiente livre de microrganismos patogêni- cos, endoparasitos e ectoparasitos. Tal ambien- te apresentou filtrações eficientes com 10 – 15 trocas de ar por hora, de modo a não permitir a recirculação. Foi feita uma inspeção de tempera- tura diariamente para certificar que a temperatura de 22 °C ± 2°C, estava sendo mantida, visto se tratar da temperatura ideal para espécie utilizada na pesquisa.

Após a gestação, as proles foram mantidas com as mães por 21 dias para amamentação; em

A B C

seguida os animais foram separados por sexo e acondicionados em gaiolas contendo quatro ani- mais cada, até atingir o peso e a idade ideal para o experimento (90 dias). Destaca-se que ao trigé- simo dia todos os animais foram vermifugados.

Foram utilizados na pesquisa 28 ratos ma- chos da linhagem Wistar com idade de 90 dias e peso variando entre 350 a 420 g, provenientes do Biotério da FCM, de mães vermífugadas, com gestação sem complicações, onde se excluíram fêmeas e animais com ausência de saúde ou pro- blema congênito e que não atenderam a esses cri- térios, os quais foram aleatoriamente distribuídos em quatro grupos conforme a Tabela 1.

GRUPO QUANTIDADE SUBSTÂNCIA

Grupo experimental - GEC 7 Animais Clorexidine a 1%

Grupo Controle – GC 7 Animais Agua Destilada

Grupo Experimental - GE5 7 Animais Extrato vegetal Pasiflora edulis a 50%

Grupo Experimental- GE10 7 Animais Extrato vegetal Pasiflora edulis a 100%

Para o procedimento cirúrgico e abertura da lesão os animais foram sedados com anesté-

sicos dissociativos com xilasina a 2% mais que-

tamina a 5% na dosagem de 5 e 10 mg/kg via in-

(6)

traperitoneal. Confirmada a sedação dos animais, (os ratos foram considerados anestesiados quan- do se apresentavam imóveis e com perda do re- flexo corneano), o animal anestesiado foi fixado em decúbito dorsal, com fita adesiva na prancha cirúrgica de acrílico modelo padrão, que media 20 x 30 cm. Foi realizada a assepsia com clorexi- dina a 4%, para realização da tricotomia na área dorso-cranial. A área da tricotomia obedeceu a extensão de 5,0 cm de comprimento e largura.

Após a tricotomia procedeu a colocação de cam- po fenestrado estéril sobre o animal, expondo o campo operatório. A incisão da ferida foi confec- cionada com auxílio de um puche metálico com 2,5 cm de diâmetro, dessa forma toda a epiderme e a derme foi removida pondo à mostra apenas a fáscia muscular. Estes procedimentos foram acompanhados por uma médica veterinária, con- forme preconiza a resolução do CFMV (2008), Nº 879, de 15 de fevereiro de 2008.

Após realização das incisões, foi utilizada a bactéria Staphylococccus aureus (ATCC 3359T) ativa para contaminação da lesão, depois de 24h foi coletada de todas as lesões uma amostra com swab estéril, que foi incubada após 24h em BHI e observado a turvação, confirmando contamina- ção das lesões.

Avaliou-se os dados obtidos com uso do software ASSISTAT versão 7.7 (SILVA; AZE- VÊDO, 2009), através da análise de variância de anova, em um delineamento inteiramente ca- sualizado (DIC), em que os experimentos foram dispostos em esquema fatorial com 7 repetições, onde a média dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey a 1 e 5% de probabilidade.

Para análise histológica, foi utilizada a mes- ma metodologia, ou seja, de variância de anova, em um delineamento inteiramente casualizado (DIC), em que os experimentos foram dispostos em esquema fatorial, porém com 5 repetições, onde a média dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey a 1 e 5% de probabilidade.

No que se refere aos aspectos éticos o projeto, obteve parecer favorável a sua realiza- ção, pela CEUA – Comissão de Ética no Uso de Animais do Centro de Ensino Superior e Desen- volvimento – CESED, que obedece os critérios estabelecidos na Lei nº 11.794, de 8 de outubro de 2008 onde trata a criação e a utilização de ani- mais em atividades de ensino e pesquisa cientí- fica, em todo o território nacional e, também a Resolução Federal do Conselho Federal de Me- dicina Veterinária Nº 879, de 15 de fevereiro de 2008 a qual Dispõe sobre o uso de animais no ensino e na pesquisa e regulamenta as Comissões de Ética no Uso de Animais (CEUAs).

RESULTADO

Para análise macroscópica foi utilizado os dados coletados através da ficha de avaliação, bem como das imagens das lesões obtidas durante a pes- quisa. Foi sorteado um animal por grupo para análi- se, respectivamente do 7, 14 e 21° dia da pesquisa.

Tem-se para a Figura 9 o rato sorteado do grupo GE10, pode-se observar na Figura abaixo que este evoluiu consideravelmente bem até o séti- mo dia (Figura 3-A), aceitando dieta determinada/

recomendada, não apresentando na lesão nenhum tipo de secreção e odor. Em relação a coloração e aspecto da lesão foi observado que a mesma se en- contrava hiperemiada com presença de edema dis- creto, com pequenos coágulos sanguíneo e visivel- mente vascularizada, em destaque dos demais. O animal apresenta apenas tecido de granulação, ex- celente característica no processo de cicatrização.

No 14° a lesão continua evoluindo consi-

deravelmente bem (Figura 3-B), apresentando te-

cido de granulação sendo a cor da pele substituída

de hiperemiada para com aspecto rosada mostran-

do um ciclo normal de cicatrização, quanto a re-

generação total ou parcial do tecido lesado em sua

forma estrutural e funcional. Ao 21o dia o animal

conseguiu o fechamento quase que total da lesão.

(7)

A

A

B

B

C

C

Figura 3: Grupo GE10, imagens obtidas no 7 ,14 e 21° dia da pesquisa

Figura 4: Grupo GE5, imagens obtidas no 7 ,14 e 21° dia da pesquisa Fonte: Arquivo da pesquisa, 2013.

Fonte: Arquivo da pesquisa, 2013.

Para Camargo e Oliveira (2007) tecido de granulação é uma resposta à destruição tecidual, por isso, é extremamente vascularizado e futuramente no final do processo da cicatrização será substituído pela cicatriz final sendo avascular e acelular. Desta forma a inflamação é um mecanismo de defesa no processo de cicatrização onde o animal acima se- gue esse processo sem intercorrências.

Portanto podemos afirmar que o extrato de Passiflora Edulis teve um efeito inflamatório positivo nas lesões na concentração de 100%.

Estudos realizados por Silva et al. (2006) com- provam que a Passiflora Edulis possui efeito analgésico, anti-inflamatório e antipirético, efei- tos essenciais no processo de cicatrização, tais efeitos podem ter influenciado positivamente na presente pesquisa.

Observa-se que no tratamento do grupo GE5, houve uma evolução até o sétimo dia sem alterações significativas (Figura 4-A), assim como no grupo GE10. Por estar no 7° dia e já ter passado pelas primeiras 24 horas pós lesão, Coelho et al.

(2010) refere que já houve a ação dos mediadores químicos intermediando a reação inflamatória fa- zendo com que ocorra a migração celular de neu- trófilos, linfócitos, basófilos e eosinófilos atuando no processo inflamatório. Desta forma o potencial do extrato da Passiflora Edulis conclui a primeira fase do processo de cicatrização com saldo positi- vo seguindo pela fase proliferativa. No 14° dia ob- serva-se que a cor da pele permanece hiperemiada (Figura 4-B), com ausência de edema e secreção.

No 21°, observamos um fechamento parcial da le- são (Figura 4-C).

O grupo GC, agiu como um grupo controle do experimento, nesse grupo observa-se no 7° dia,

presença de secreção purulenta porem sem odor,

apesar de mostrar-se com coloração hiperemiada e

(8)

com tecido de granulação apresentou pequenos focos de necrose esbranquiçada, além de mostrar-se com edema discreto (Figura 5-A).

Segundo Camargo e Oliveira (2007) edema nada mais é que um acúmulo de liquido variando de acordo com sua localização. Em relação a necrose os mesmos conceituam como sendo um processo de morte celular de algum tecido por um agente agressor, que neste caso poderia ser o Staphylococcus aureus, inoculado na lesão.

Existem vários tipos de necrose a cerosa é bastante comum, onde macroscopicamente é esbran- quiçada e quebradiça como aspecto de massa de quei- jo, tal necrose foi a encontrada na lesão em análise.

No 14° dia, o grupo GC (Figura 5-B), visi- velmente possui um desenvolvimento semelhante tanto no tamanho quanto na cor da pele do gru- po GE5, permanecendo a pele hiperemiada com ausência de edema e secreção, em relação ao te- cido necrótico apenas o grupo de água destilada apresenta um pequeno ponto de necrose, não sen- do observado necrose no grupo GE5. Silva et al.

(2010), em estudo semelhante também encontrou focos de necrose no grupo controle, e referiu tal achado como sendo umas das principais manifes- tações nas lesões celulares consideradas irreversí- veis. No 21° dia, houve um fechamento parcial da lesão (Figura 5-C).

A B C

Figura 5: Grupo GC, imagens obtidas no 7 ,14 e 21° dia da pesquisa

Fonte: Arquivo da pesquisa, 2013.

O grupo mais preocupante no processo de ci- catrização é grupo GEC, devido a dois grandes fo- cos de contaminação com necrose e edema, levando ao que se chama de lesão escavada, que se apresenta discreta no 7° dia (Figura 6-A). A substância utiliza- da é um medicamento tópico de excelente aceitação pela sociedade pela sua ação antibacteriana. Estudos realizados por Sassone et all (2003) avaliando a ação da mesma substância utilizada no grupo GEC, mos- trou que a de melhor atividade antimicrobiana foi a de 1 %, até mesmo em relação ao Staphylococcus aureus. Resultados que divergem do encontrado na presente pesquisa, o que pode ser constato na Figura 6.

Segundo Maia et al (2008), em um estudo sobre o efeito antimicrobiano do extrato de Momor- dica charantia sobre Staphylococcus aureus multir-

resistentes, é fundamental a utilização de antissép- ticos no tratamento de feridas para que se tenha um retorno do aumento da resposta imune do paciente e redução da carga bacteriana. Tal efeito positivo também não foi observado na presente pesquisa.

No 14° dia, observa-se que apesar da le- são, mostrar-se com coloração rosada, a mesma apresenta pontos de necrose, havendo uma evo- lução da lesão escavada que foi encontrada no 7°

dia, apresentando-se na presente data, edemacia- da e com odor fétido (Figura 6-B).

Ao final do experimento, ou seja, no 21°

dia, a ação da substância utilizada no grupo GEC,

não foi tão eficaz nas feridas cutâneas dos ratos

wistar, tendo sido o grupo que obteve o menor

fechamento da lesão (Figura 6-C).

(9)

A B C

Figura 6: Grupo GEC, imagens obtidas no 7 ,14 e 21° dia da pesquisa

Fonte: Arquivo da pesquisa, 2013.

DISCUSSÃO

- Medidas horizontal e vertical das lesões A análise da variância dos dados das me- didas horizontal das lesões provocadas em ratos

Wistar, tratadas com quatro diferentes substân- cias durante um tempo de 21 dias, revelou efeito significativo para substâncias e tempo e não sig- nificativo para sua interação, indicando indepen- dência dos tratamentos (Tabela 2).

Fonte: Arquivo da pesquisa, 2013.

*

significativo a 5% de probabilidade (p ≤ 0,05);

**

significativo a 1% de probabilidade (p ≤ 0,01);

ns

não significativo (p ≥ 0,05)

Tabela 2: Análise de variância de medida horizontal de lesões em ratos Wistar tratadas com extratos hidroal- coolico de Passiflora Edulis, água destilada e clorexidina a 1% depois do 7°, 14°, e 21°, dia da aplicação.

F.V G.L S.Q Q.M F

Substâncias (S) Tempo (T)

S x T

3 2 6

85,16857 868,20644

49,57985

28,38952 434,10322

8,26331

4,2046

*

64,2921

**

1,2238

ns

Tratamentos

Resíduo 11

24 1002,95486

162,04900 91,1771

6,75204 13,5037

**

Total 35 1165,00386

De acordo com os resultados para media horizontal de lesões em ratos wistar apresenta- dos na Tabela 3, observa-se que as substâncias se comportaram de forma diferente quanto a essa variável, em que a o extrato hidroalcóolico das folhas de Passiflora edulis a 100% promoveu maior fechamento das lesões (15,49 mm), sen- do superior ao extrato a 50% e a água destilada que se igualaram estatisticamente (17,69 mm)

e foram superiores ao tratamento da clorexdi- na (19,83 mm), a qual se revelou como sendo a substância de menor eficiência no fechamento horizontal das lesões.

Com relação ao tempo, verifica-se maior

fechamento da lesão horizontal a medida que

este avança, em que ao final dos 21 dias a efici-

ência foi de 61,13% (11,66 mm) em relação ao

tamanho da lesão inicial (30 mm)

(10)

Fonte: Arquivo da pesquisa, 2013.

*

Tamanho da Lesão inicial = 30 mm; CV% = 14.70

Tabela 3: Valores médios de medida horizontal (mm) de lesões em ratos Wistar tratadas com quatro substância durante 21 dias.

Extrato a 100% 15.49000 b T

1

= 7 23.69500 a

Extrato a 50% 17.54333 ab T

2

= 14 17.66750 b

Água destilada 17.84111 ab T

3

= 21 11.66583 c Clorexdina 1% 19.83000 a

MEDIDA HORIZONTAL DE LESÕES EM RATOS WISTAR

SUBSTÂNCIAS TEMPO (DIAS

1

)

DMS = 3.37801 DMS = 2.64790

Na Tabela 4 observa-se a análise de variância da medida vertical das lesões em ratos Wistar trata- das com extratos hidroalcoolico de Passiflora Edulis,

água destilada e clorexidina, onde se observa efeito altamente significativo para tempo e não significativo para substâncias e a interação tempo com substância.

Fonte: Arquivo da pesquisa, 2013.

*

significativo a 5% de probabilidade (0,01 ≤ p ≤ 0,05);

**

significativo a 1% de probabilidade (p ≤ 0,01);

ns

não significativo (p ≥ 0,05)

Tabela 4: Análise de variância de medida vertical de lesões em ratos Wistar tratadas com extratos hidroalcool- ico de Passiflora Edulis, água destilada e clorexidina a 1% depois do 7°, 14°, e 21°, dia da aplicação.

F.V G.L S.Q Q.M F

Substâncias (S) Tempo (T)

S x T

3 2 6

20.96688 1616.53760

7.74613

6.98896 808.26880

1.29102

2.9176

ns

337.4227

**

0.5390

ns

Tratamentos

Resíduo 11

24 1645.25061

57.49007 149.56824

2.39542 62.4393

**

Total 35 1702.74068

Mediante os dados contidos na Tabela 5, para substâncias, o fechamento das lesões no sentido vertical não foi influenciado pelas subs- tâncias, isto é, o fechamento das feridas não so- freu interferência destas, indicando que tanto o extrato quanto a água ou a clorexidina 1% atuam

indistintamente. Por outro lado, quando se anali- sa o tempo, tem-se que a medida que esta avança a medida vertical da ferida diminui, tendo esta sida reduzida de 30 mm (inicial) para 6,32 mm (21 dias), representando uma eficiência de 79%

de fechamento vertical.

(11)

Fonte: Arquivo da pesquisa, 2013.

*

Tamanho da Lesão inicial = 30 mm; CV% = 11.08

Extrato a 100% 13.70889 a T

1

= 7 22.64083 a

Extrato a 50% 14.70333 a T

2

= 14 12.96083 b

Água destilada 12.84222 a T

3

= 21 6.32083 c

Clorexdina 1% 14.64222 a

MEDIDA VERTICAL DE LESÕES EM RATOS WISTAR

SUBSTÂNCIAS TEMPO (DIAS

1

)

DMS = 2.01203 DMS = 1.57716

CONCLUSÃO

Os resultados do presente estudo permitem concluir que o uso tópico do extrato de Passiflora edulis apresentou um efeito significativo na cica- trização da pele de ratos em relação à área lesiona- da, sendo o extrato a 100%, o que obteve melhores resultados, sendo a clorexidina a substância com menor eficiência no fechamento da lesão.

O melhor fechamento da lesão foi no sen- tido horizontal, o que foi confirmado através da análise de variância da média horizontal das le- sões, sendo também confirmado que com o de- correr do tempo há um maior fechamento da le- são tanto no sentido vertical como no horizontal.

O desbridamento mostrou-se uma técnica essencial durante o experimento, pois permitiu uma maior penetração das substâncias e melhor visualização da lesão durante a pesquisa.

Observou-se também que, o uso tópico do extrato de Passiflora edulis associou-se ao au- mento da proliferação vascular, fibroblástica, e melhor reepitelização no 21º dia de tratamento, e reação inflamatória leucocitária e colagenização mais intensa também no 21º dia, sugerindo efeito benéfico do processo cicatricial, interferindo na celularidade, moderando a reação inflamatória, a qual favoreceu a aceleração da cicatrização em ambas as fases (aguda e crônica).

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