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FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM MATEMÁTICA À DISTÂNCIA NO BRASIL

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM MATEMÁTICA À

DISTÂNCIA NO BRASIL

Liamara Scortegagna, Marcio Luiz Bunte de Carvalho

Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

liamara@ice.ufjf.br, mlbc@ufmg.br

1. Introdução

Faltam professores em todos os níveis no Brasil: desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. O déficit atual chega a quase 300 mil professores, em torno de 15% do total das salas de aula, segundo dados da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE) (Cne, 2012). Na área de exatas, esse déficit relativo é ainda maior. As perspectivas para a solução deste problema não são muito animadoras: a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) (Capes, 2014) do Ministério da Educação (MEC) indica que, nos últimos 15 anos, as universidades formaram 110 mil professores de matemática, entretanto, desse total, apenas 43 mil estão em sala de aula.

As razões para que esse contingente de licenciados não esteja nas salas de aula são muitas! Vão desde a desvalorização da carreira até a insegurança de que a universidade não lhes subsidiou para desenvolver, junto aos alunos, os conteúdos de matemática correspondentes a cada ano de escolaridade.

Para amenizar essa situação crítica, o MEC tem desenvolvido várias políticas públicas. Entre elas, destacamos a Universidade Aberta do Brasil (UAB).

A UAB consiste num sistema de âmbito nacional de ensino superior à distância que conta com a participação de Instituições públicas de educação superior em parceria com Estados e Municípios.

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apenas 3,1% nos cursos presenciais; um grande número dos matriculados no ensino superior a distância cursa licenciaturas (40,4%).

A EAD possibilita que seu aluno consiga desenvolver grande parte de suas tarefas mediadas pelas tecnologias da informação, sem a necessidade de se deslocar diariamente para uma sala de aula. A possibilidade de cursar uma licenciatura sem deixar de trabalhar ou mudar de cidade tem sido a principal justificativa para que professores se tornem alunos.

Este trabalho se propõe a apresentar um panorama da EAD no Brasil, o sistema UAB ressaltando seus impactos na formação de professores e, concluindo, relatar a experiência de duas instituições de ensino públicas do Brasil que fazem parte do sistema UAB na formação de professores de Matemática à distância, apresentando dados e informações.

2. Educação a Distância no Brasil

A educação a distância - EAD, é ofertada no Brasil desde o século XIX, mas somente nas últimas décadas assumiu o status que a coloca hoje no auge das atenções pedagógicas de um número cada vez maior de países. A urgência da universalização da formação no ensino superior, o imperativo da atualização permanente, a necessidade crescente de habilitações específicas, a impossibilidade de situar uma sala de aula, com todo o seu entorno pedagógico, profissional e financeiro, em cada lugar onde muitos querem e precisam aprender, constituem um conjunto complexo e inesgotável de exigências para a educação a distância.

O desenvolvimento tecnológico recente possibilitou que sejam desenvolvidas tecnologias e metodologias cada vez mais sofisticadas que permitem criar ambientes particularmente propícios para as atividades de ensino e aprendizagem.

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No período entre 1922 e 1925, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro utiliza a radiodifusão como forma de ampliar o acesso à educação. E, em 1939 a EAD por correspondência teve o seu ápice, com a criação do Instituto Monitor e do Instituto Universal Brasileiro em 1941. A partir deste período surgiram outras instituições que utilizaram a correspondência e o rádio para estruturar sua metodologia para a EAD, entre eles o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) em 1946 e a Fundação Padre Landell de Moura em 1957.

Na década de 60 a Universidade de Brasília (UnB) faz a iniciação do uso da Tecnologia Educacional com utilização do ensino programado e individualizado no ensino superior. Mais tarde, nas décadas de 70 e 80 com o advento da televisão no Brasil, instituições privadas e organizações não governamentais iniciam a oferta de cursos supletivos à distância, no modelo de teleducação, com aulas via satélite ou canal aberto de TV, complementadas por materiais impressos, dando assim, o início da maior expansão da modalidade de EAD, começando a ser construído um novo cenário, a princípio um pouco confuso, mas que fica mais claro nas décadas seguintes.

A maioria das Instituições de Ensino Superior mobiliza-se para a EAD com o desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação e de informação principalmente na década de 90, com a expansão destas tecnologias e mais especificamente da Internet no ambiente universitário.

A primeira referência a EAD na legislação brasileira se deu com o advento da Lei nº 9.394 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB), aprovada em, de 20 de dezembro de 1996 que traz no seu artigo 80 que “o Pode Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada” (Brasil, p.15, 1996).

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A regulamentação do artigo 80 foi feita em 1998 pelo decreto 2.494/98, somente após esta é autorizado o primeiro curso de graduação de EAD, porém em caráter experimental, oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e dirigido para a formação em nível superior de professores da rede pública.

A legislação foi evoluindo e permitindo o desenvolvimento de uma ampla gama de documentos que abordaram as especificidades da modalidade e também definiram os instrumentos de acompanhamento do Ministério de Educação para avaliação, autorização e funcionamento desta modalidade de ensino e aprendizagem. Destaca-se a criação dos referencias de qualidade para EAD disponíveis no site do Ministério da Educação (MEC) no ano de 2002, este documento foi fruto de um amplo debate com a comunidade, transformando-se em um guia em prol da qualidade da EAD.

A entrada do século XXI foi marcada com amplos debates sobre a EAD, pelo fato de já existir uma massa crítica fruto das experiências publicas e privadas que acabaram por gerar um grande volume de publicações nos congressos específicos de EAD, bem como no meio acadêmico em geral, demonstrando que esta modalidade de educação esta em franca expansão e criação do seu referencial científico.

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distância, em uma ação de indução aos programas ministeriais de formação de professores, em especial ao “Pró-Licenciatura”, coordenado pela SEED.

Todo este desenvolvimento ainda não tinha sido suficiente para demonstrar a uma parcela da comunidade educacional, que considerava esta modalidade de ensino diminuída ou sem qualidade, que a realidade era outra. Porém, os resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), as instituições de Educação a Distância tem conquistado melhor rendimento ao se comparar com as instituições presenciais. A EAD tem sido considerada sinônimo de qualidade e modernidade de ensino, em decorrência da utilização de diversas ferramentas de apoio ligadas as novas Tecnologias de Informação e Comunicação.

No ENADE de 2010, a maior nota obtida foi de um aluno matriculado em um curso a distância e a média geral das notas dos alunos EAD foi maior do que a dos presenciais. Para consolidar a EAD no Brasil, foi necessário um trabalho ainda mais efetivo por parte do Ministério da Educação que entre os anos de 2007 a 2009 enfatizaram a revisão dos Referenciais de Qualidade e a criação de diversas Portarias Ministeriais, apontando procedimentos e critérios que normatizaram a regulamentação e avaliação desta modalidade de ensino no país.

Ainda, recentemente uma reestruturação no órgão que regulamenta e supervisiona a EAD no Brasil foi realizada. Essa responsabilidade foi repassada à Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES) que regulamenta e supervisiona instituições públicas e privadas de ensino superior e cursos superiores de graduação do tipo bacharelado, licenciatura e tecnológico, na modalidade presencial ou a distância. E ainda, criou o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (INSAES) que, faz a gestão de todo o processo avaliativo através do Projeto de Lei nº 4.372/2012.

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2.1 Dados da EAD no Brasil

Os dados referentes à Educação a Distância no Brasil apresentados neste trabalho, tem como fonte o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, órgão oficial do Brasil para coleta e apresenta dados referentes à educação, seja ela presencial ou na modalidade à distância que objetiva retratar a educação superior brasileira, disponibilizando informações para a sociedade em geral, incluindo gestores, pesquisadores, administração pública, além de organismos internacionais.

Os dados mais recentes que foram divulgados pelo INEP (2013) foi feito através de um censo apresentam elementos e informações com referência ao ano de 2012 que, mostram grandes avanços no sentido de maior democratização do acesso à educação superior à distância.

Atualmente o Brasil tem 2.365 Instituições de Ensino Superior, das quais 284 são públicas e 2.081 privadas. Nesse número, 190 são universidades, 131 centros universitários, 2.004 são faculdades e 40 Institutos Federais (IFS) e Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETS) que oferecem ensino presencial e à distância.

Em 2012, totalizou 7.037.688 alunos matriculados em cursos de graduação. Deste número, 5.923.838 alunos estão matriculados no ensino presencial e 1.113.850 na EAD que, corresponde a 15% das matrículas no ensino superior do país.

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Dos alunos matriculados no ensino superior a distância, 72% estudam em universidades e a maioria (40,4%) cursa licenciatura. Os que optaram por bacharelados são 32,3%, e por cursos tecnológicos, 27,3%.

Mesmo assim, apesar do número considerável de alunos matriculados nos cursos de licenciaturas na modalidade EAD, o censo de 2012 confirmou um cenário preocupante. Os cursos destinados à formação de professores para as próximas gerações, não acompanharam a tendência de expansão e ficaram estagnados.

2.2 A EAD pública no Brasil

O expressivo aumento da EAD no ensino superior na última década no Brasil se deve principalmente pela oferta de cursos por instituições privadas. Porém, a necessidade de educação superior gratuita e de qualidade no Brasil e a formação de professores, fez com que o Ministério da Educação - MEC trabalhasse fortemente em políticas públicas para a ampliação e organização desta modalidade de ensino.

O Ministério da Educação, criou em 1996 a Secretaria de Educação a Distância (SEED), que, tinha como objetivo desenvolver programas que incentivavam a implantação de infraestrutura tecnológica nas escolas públicas, bem como, a regularização e acompanhamento da EAD no país.

Um dos primeiros programas desenvolvido pela SEED foi o Proformação, um curso à distância, em nível médio, com habilitação para o magistério na modalidade Normal, realizado pelo MEC em parceria com os estados e municípios que capacitou 30 mil professores.

No ano de 2000 foi criado da Universidade Virtual Pública do Brasil (UNIREDE), consórcio formado inicialmente por 70 instituições públicas de ensino superior, com o propósito de democratizar o acesso ao ensino superior por meio da educação a distância.

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Parcerias notáveis entre o Poder Público estadual e municipal criaram no Estado do Rio de Janeiro, o Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro - CEDERJ que, reuniu seis universidades públicas no estado. Outro exemplo de parceria é o Projeto Veredas, da Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais, com instituições, públicas e privadas, articuladas à oferta de graduação à distância em Pedagogia.

Dentre muitas ações e programas que desenvolveram e promoveram a inclusão digital da sociedade brasileira e a melhoria da educação do país, desenvolvidas pela SEED, destaca-se a oferta de ensino superior à distância, por meio do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).

2.3 Universidade Aberta do Brasil (UAB): política para formação de professores

A Universidade Aberta do Brasil, criada no ano de 2005 consiste num sistema nacional de ensino superior à distância que conta com a participação de instituições públicas de educação superior e em parceria com Estados e Municípios. A prioridade da UAB é oferecer formação inicial de professores em efetivo exercício da educação básica pública que ainda não têm graduação, porém, também oferece cursos superiores para população que têm dificuldades de acesso à formação universitária. Tem como objetivos: Ampliar o acesso à educação superior pública, em especial nas regiões remotas do Brasil; Induzir e fomentar nas instituições públicas de ensino superior a educação a distância, a pesquisa e produção de inovações e Promover a formação inicial e continuada de professores da educação básica.

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mais de uma IES. O terceiro ator é o MEC, responsável pela articulação, financiamento, acompanhamento e avaliação.

A figura 1 exemplifica o funcionamento da UAB exemplificando os polos e as instituições que oferecem os cursos.

O que é um polo de apoio presencial UAB?

Os polos de apoio presencial são as unidades operacionais para o desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a distância pelas instituições públicas de ensino superior no âmbito do Sistema UAB. Mantidos por Municípios ou Governos de Estado, os polos oferecem a infraestrutura física, tecnológica e pedagógica para que os alunos possam acompanhar os cursos a distância.

O polo de apoio presencial também pode ser entendido como "local de encontro" onde acontecem os momentos presenciais, o acompanhamento e a orientação para os estudos, às práticas laboratoriais e as avaliações presenciais.

O objetivo dos polos é oferecer o espaço físico de apoio presencial aos alunos da sua região, mantendo as instalações físicas necessárias para atender aos alunos em questões tecnológicas, de laboratório, de biblioteca, entre outras (UAB, 2014).

Figura 1: Funcionamento da UAB Fonte: UAB (2014)

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Posteriormente foram lançados novos editais buscando a ampliação da rede de Instituições e polos de apoio presenciais, bem como, o aprimoramento da infraestrutura física e de recursos humanos destes.

A concessão dos auxílios através de editais procurou contemplar a demanda expressa pelos solicitantes e também induzir a expansão, atendendo critérios geográficos, econômicos e suprindo a necessidade por qualificação.

Segundo dados do SISUAB (plataforma de suporte para a execução, acompanhamento e gestão de processos da Universidade Aberta do Brasil) a UAB possui 2.190 polos de apoio presenciais (ativos) em todo o território nacional, através de acordo operacional com Instituições Públicas de Ensino Superior, sendo Universidades Federais, Universidades Estaduais e Institutos Federais de Educação Tecnológica (Uab 2014). Para a consolidação do sistema UAB, em 2007 foi criado a Lei 11.502 com complementações em 2009 e 2011, que modificou a estrutura organizacional da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), permitindo uma maior institucionalização da UAB e consequentemente maior autonomia e infraestrutura, com isso, a UAB expandiu sua área de atuação e está atuando no país de Moçambique.

A Diretoria de Educação a Distância da CAPES é hoje responsável pela coordenação de vários projetos para a formação de professores se utilizando da EAD, além da UAB. Em particular, no contexto deste evento, destacamos o PROFMAT, que é um programa de Mestrado Profissional em Matemática a distância, integrado por Instituições de Ensino Superior participantes da UAB (Capes, 2014).

2.4 UAB além das fronteiras do Brasil

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A graduação de professores e a qualificação de quadros técnicos do governo de Moçambique estão sendo desenvolvidas pelas universidades federais de Juiz de Fora - UFJF, de Goiás - UFG, Fluminense - UFF e do Rio de Janeiro - UNIRIO, filiadas à Universidade Aberta do Brasil e integrantes do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) do Ministério da Educação.

3. Licenciatura em Matemática à distância no Brasil

Os primeiros cursos de formação de professores em matemática, em termos de licenciatura, surgiram no Brasil nos anos 30 (séc. XX) de lá, até os dias atuais muito tem se discutido e desenvolvido em prol da formação docente.

Políticas públicas como a UAB, se apresentam como uma alternativa para o incentivo na formação de docentes em matemática para tentar suprir um deficit apontando como “apagão” de profissionais, principalmente na Educação Básica da rede pública no Brasil.

A oferta do curso de Licenciatura em Matemática através da UAB, teve início no ano de 2005 e já foram ofertadas mais de 40.000 vagas sendo que, atualmente possui 15.281 alunos matriculados em mais de 1.000 polos de apoio presenciais distribuídos em 39 Instituições de Ensino Superior em todo o território brasileiro.

Objetivando apresentar o funcionamento da oferta do curso de Licenciatura em Matemática, bem com os dados desta, vamos compartilhar a experiência de duas IFES que fazem parte do sistema UAB e que, possuem experiência na formação docente na modalidade EAD.

3.1 Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

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Além dos cursos de graduação e de pós-graduação presenciais, a Instituição atua com cursos na modalidade de EAD, visando a universalização e democratização do acesso ao conhecimento, através do sistema UAB.

São ofertados na modalidade à distância sete cursos de graduação, sendo um bacharelado e seis licenciaturas, além de seis especializações e dois cursos de aperfeiçoamento, totalizando 6.600 alunos (Ufjf, 2014).

O curso de Matemática é uma das licenciaturas ofertadas na modalidade EAD. Teve início no ano de 2008 em 12 polos diferentes. Possui periodicidade de oferta a cada dois anos com um número de 240 vagas (por oferta) distribuídas por turmas nos polos definidos e aprovados pela coordenação do curso, conjuntamente com o Centro de Apoio de Educação a Distância - CEAD da UFJF e CAPES.

Desde seu início, a Licenciatura em Matemática da UFJF ofertou 1.200 vagas em 12 polos, sendo que possui atualmente 229 alunos matriculados e já formou 32.

O Curso possui estrutura curricular com 2.910 horas/aula, compreendendo em 1.890 horas de conteúdos específicos, 420 horas de prática como componente curricular, 400 horas de estágio e 200 horas de aproveitamento de estudos, e visa a diplomação dos alunos após o cumprimento das exigências da proposta curricular, baseada em uma duração de 8 semestres letivos ou 4 anos.

A metodologia do curso conta com: atividades presenciais obrigatórias (avaliação presencial e palestras ou aulas de exercícios) que, ocorrem preferencialmente aos sábados e atividades a distância que, são apoiadas no ambiente virtual Moodle. Uma vez por semestre são oferecidas, de modo presencial, palestras ou aulas de exercícios de disciplinas selecionadas, preferencialmente as que apresentam uma maior dificuldade por parte dos alunos.

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O aluno que tiver direito a avaliação de segunda chamada, após o deferimento do devido requerimento, a fará no próprio polo no caso em que a justificativa comprovada for de natureza médica (ou seja, por problemas de saúde). O aluno sem justificativa médica poderá ter que realizá-la fora de seu polo, ou seja, em outro polo ou na própria UFJF.

O material didático que compõem o curso é gerenciado pelos professores e procura explorar todas as possibilidades de mídias digitais e impressas. O material impresso das disciplinas (apostilas) que, formão a base para exposição de conteúdos e reflexões sobre os objetivos, são desenvolvidos por instituições parceiras da UAB e utilizadas pelo curso.

Para o acompanhamento do aluno, o curso disponibiliza em cada disciplina: um professor, tutores à distância e presenciais, além da estrutura de secretaria, coordenação e apoio EAD, pedagógico e tecnológico.

3.2 Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

A Universidade Federal de Minas Gerais, foi criada em 1927 e está situada na cidade de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais. A UFMG oferece atualmente 75 cursos de graduação, 76 cursos de especialização, 72 mestrados e 62 doutorados, totalizando 32.000 alunos.

Além dos cursos presenciais, a UFMG também oferta a modalidade de EAD e faz parte do sistema UAB. São ofertados 5 cursos de graduação, sendo 1 bacharelado e 4 licenciaturas, além de 4 especializações e vários cursos de aperfeiçoamento e atualização totalizando 2.379 alunos (Ufmg, 2014).

A licenciatura em matemática é um dos cursos ofertados no sistema UAB e teve início no ano de 2009 com a oferta inicial de 200 vagas distribuídas em 4 polos de apoio presenciais. Novas ofertas foram feitas nos anos seguintes, totalizando desde seu início um número de 788 vagas. Hoje a instituição atuam em 8 polos, possui 269 alunos matriculados e já formou 2.

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conteúdos específicos, 870 horas de estágio e práticas pedagógicas e 240 horas de aproveitamento de estudos.

O curso possui momentos presenciais e a distância. Os momentos presenciais são organizados pela coordenação do curso. Os alunos participam de atividades programadas de acordo com os objetivos do curso: plantões pedagógicos, videoconferências, fóruns de discussão e avaliações da aprendizagem. As aulas são transmitidas por videoconferência semanalmente (aos sábados) para os polos de apoio presenciais, onde os alunos se encontram, assistem as aulas e podem em tempo real conversar com os professores que ficam na sede da UFMG.

Os plantões pedagógicos presenciais são realizados pelos tutores locais (polos) que, disponibilizam horários semanais para atendimento personalizado ou em pequenos grupos aos alunos.

Além das aulas por videoconferência, o curso disponibiliza material impresso (fascículos, livros e artigos), desenvolvido pelos professores da UFMG, material digital, vídeos disponibilizados pelo ambiente virtual Moodle.

A avaliação do aluno é realizada em três etapas: 1) atividades de autoavaliação que se encontram no material didático, sendo uma forma de auto-observação e de autoconhecimento, elas permitirão que o aluno avalie o seu progresso; 2) trabalhos práticos frequentes que correspondem a cerca de 20% da nota do aluno. Neste trabalhos o aluno é auxiliado pelo tutor presencial. Os trabalhos são entregues no ambiente virtual Moodle do curso e corrigidos pelos tutores a distância ou professor da disciplina que dão um retorno para o aluno acerca dos ponto que devem ser melhorados; 3) atividades avaliativas presenciais que correspondem a cerca de 80% da nota da disciplina, nas disciplinas de matemática. Estas avaliações são elaboradas na UFMG e aplicadas pelos tutores a distância que se deslocam aos polos para isto. Elas são corrigidas e pontuadas pelos tutores a distância/professores em Belo Horizonte.

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O aluno é acompanhado por uma equipe composta de professor especialista da disciplina, tutores á distância e presenciais, além da estrutura de secretaria, coordenação e suporte EAD, pedagógico e tecnológico da instituição.

3.3 Considerações sobre as experiências apresentadas

A partir das informações das instituições sobre a oferta do curso de Licenciatura em Matemática na modalidade EAD através do sistema UAB, ó possível observar de forma clara que cada uma delas possui diferenças, principalmente na estrutura curricular, metodologia e material didático, com isso, é possível verificar que cada uma delas possui total autonomia na forma de oferta do curso.

No Brasil, as estruturas curriculares seguem normas e conteúdos estabelecidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a partir disto, cada instituição é livre para incluir novos conteúdos e cargas horárias complementares. Da mesma forma, ao se tratar da modalidade de educação a distância. A CAPES, órgão que regulamenta esta modalidade de ensino, estabelece normas e padrões mínimos que as instituições devem seguir e a partir destas, cada uma fica livre para o uso criativo de recursos pedagógicos e tecnológicos que, sejam mais adequados à metodologia aplicada.

Ao analisar as duas instituições, notoriamente a UFMG possui uma estrutura de cursos e alunos maior que a UFJF, porém o número de vagas ofertadas do curso de Licenciatura em Matemática pela UFJF é maior. A definição de vagas não baseia-se exclusivamente na estrutura de cada instituição, mas sim, nos objetivos que cada uma delas possui em relação a oferta de cursos na modalidade EAD e ainda, na estrutura disponibilizada para o atendimento aos polos de apoio presenciais que se encontram distantes da cidade sede de cada instituição, incluindo corpo docente, número de tutores e equipe técnica administrativa destinadas para cada oferta.

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A UAB ao fazer as parcerias com as instituições de ensino no Brasil, conhece a respeita as especificidades de cada uma delas, bem como, da região em que estas estão inseridas. Pois num país de dimensões imensas como o Brasil, é impossível ofertar um curso com um mesmo formato, porque existem diferenças socioculturais e estas devem ser observadas.

4. Conclusões

O crescimento do ensino superior no Brasil demonstra o grande avanço no setor educacional que estamos vivendo. Apesar da enorme extensão territorial do nosso país, os investimentos e a persistência por um ensino de qualidade e gratuito faz com que possamos comemorar uma das melhores fases da “era da educação”.

A atual configuração do ensino superior comprova que a modalidade de EAD é a possibilidade mais adequada e viável para atingir o grande número de pessoas que querem e necessitam de um curso superior. Bem como, para a democratização e a inclusão social de milhões de brasileiros que estão hoje à margem da exclusão.

O modelo da UAB é um exemplo concreto de que o ensino superior à distância é possível. A união de esforços emanada por um grupo de instituições e poder público neste programa, concretiza o objetivo da democratização do ensino superior público e a melhoria constante da educação no país.

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Cabe ressaltar que, a UAB além dos benefícios inerentes à população, se apresenta com um referencial de estrutura e de qualidade em EAD para as demais IES dos pais, contribuindo assim, com o desenvolvimento desta modalidade de ensino.

A UFJF e a UFMG como parte integrantes do sistema UAB, mesmo com suas especificidades, colaboram de forma ativa na formação do docente em matemática.

5. Referências bibliográficas

Brasil (1996). LDB: Lei de Diretrizes e Bases. Brasil.

Capes (2014). Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Acessado em 10 janeiro, 2014, em http://www.capes.gov.br/.

Cne (2012). Conselho Nacional de Educação: Câmara de Educação Básica. Acessado em 05 janeiro, 2014, em http://portal.mec.gov.br/cne/.

Cunha, L. A. (2003). Ensino Superior e universidade no Brasil. In: Lopes, E. M. T.; Filho, L. M. F. e Veiga, C. G. 500 anos da educação no Brasil. 3 edição. Belo Horizonte. Editora Autentica.

Inep (2013). Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Acessado em 10 janeiro, 2014, em www.inep.gov.br.

Mec (2013). Ministério da Educação. Acessado em 10 janeiro, 2014, em www.mec.gov.br. Teatini. J. C (2012). Gestão e Políticas em EAD no Sistema Universidade Aberta do Brasil –

UAB. IV SEPEaD. UFSC. Florianópolis – SC.

Uab (2014). Universidade Aberta do Brasil. Acessado em 05 janeiro, 2014, em www.uab.mec.gov.br.

Ufjf (2012). Projeto pedagógico Licenciatura em Matemática – modalidade à distância. Juiz de Fora. UFJF.

Ufjf (2014). Curso de Licenciatura em Matemática – UFJF. Acessado em 15 fevereiro, 2014 em http://www.ufjf.br/mat/.

Ufmg (2012). Projeto Pedagógico Licenciatura em Matemática – modaliade à distância. Belo Horizonte. UFMG.

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