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Cultura e política na Revolução Cubana: a importância de Lunes de Revolución

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Academic year: 2021

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“Cultura e política na Revolução Cubana: a importância de Lunes de

Revolución”

Silvia Cezar Miskulin

A revolução cubana é um marco na história contemporânea da América Latina. Com a revolução, iniciaram-se em Cuba transformações em todos os âmbitos da sociedade, inclusive no campo cultural. Entre 1959 e 1961, desde a vitória da revolução até o momento de definição pública do seu caráter socialista, travou-se em Cuba um intenso debate entre a intelectualidade, cineastas, artistas e dirigentes da revolução cubana sobre a definição do caráter da arte revolucionária, a liberdade de produção e expressão do artista. Esse debate foi de enorme relevância, já que decidiu os rumos posteriores da política cultural cubana.

A pesquisa que estou desenvolvendo1 está centrada na análise do suplemento cultural Lunes, encarte semanal do jornal Revolución, publicado em Cuba entre 1959 e 1961, que traz à tona aspectos deste debate. A produção literária, artística e intelectual editada no suplemento Lunes é o objeto desta pesquisa, que pretende entendê-la no contexto de conformação de uma política cultural revolucionária.

A opção por analisar Lunes de Revolución encontra-se intimamente ligada à importância que este suplemento cultural teve no desenvolvimento da revolução cubana, no que diz respeito à definição de uma política cultural do governo revolucionário. A trajetória de Lunes serviu como marco entre os intelectuais e artistas cubanos, refletindo uma disputa política e ideológica sobre os rumos e espaços culturais na revolução.

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Em 1959, com a fuga de Batista e a vitória do Exército Rebelde, Franqui passou a se dedicar exclusivamente ao jornal, já que estava disposto a realizar uma revolução na cultura cubana. Acreditava que os meios de comunicação eram imprescindíveis para seu desenvolvimento e estava determinado a construir uma enorme força intelectual em torno do periódico.

Revolución atraiu um grupo de escritores, fotógrafos e repórteres, sendo o porta voz

do Movimento 26 de julho. Tinha como diretor gráfico Ithiel León, que realizou uma renovação no design gráfico do jornal, tornando-o de grande impacto visual por sua primeira página com fotos e modernos grafismos. Jesse Fernández, fotógrafo cubano que trabalhou na Life, colaborou na área de fotografia, juntamente com Corrales, Korda, Salas e Mayito. Havia jornalistas profissionais, como Barbeito, Hernández, Constantín, Benítez, Vasquez Candela, Arcocha. Pino Santos era o diretor da área econômica. Vicente Baez e Mateo gerenciavam a parte financeira do jornal.

Segundo Carlos Franqui, “O Revolución foi uma agradável surpresa para todos. Começou a informar, engajar-se em polêmicas, instigar o pensamento e criticar. A Cuba oficial se manteve em silêncio. Che e Camilo nos visitaram um vez ou duas, mas Fidel manteve distância. Os antigos grupos clandestinos haviam encontrado seu lugar. As revistas oficiais e os órgãos dos partidos eram estéreis, não eram lidos. E se o Revolución não era o porta-voz de nenhuma ideologia, era e se tornou o jornal da revolução. Isso constituía um desafio.”2

Lunes surgiu como um suplemento semanal de cultura ao jornal Revolución em

março de 1959. Para dirigir este suplemento, Carlos Franqui convidou Guilhermo Cabrera Infante, jornalista, crítico de cinema e escritor, que esteve na direção de Lunes durante quase todo o período de vigência do suplemento, de setembro de 1959 a novembro de 1961. Pablo Armando Fernández, poeta e jornalista, era o subdiretor da publicação.

A circulação de Revolución era de quase 200 mil exemplares e Lunes se aproveitou desta situação. Publicando produções de intelectuais e escritores cubanos, com

1 Esta apresentação é parte da pesquisa de mestrado em Historia Social da USP, que conta com o apoio da

bolsa de estudos da FAPESP.

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colaborações estrangeiras, este suplemento cultural abriu espaço para artigos, poesia, prosa e reportagens de diversos escritores, poetas e jornalistas.

Participaram deste suplemento colaboradores como Virgilio Piñera, escritor e dramaturgo, um dos destaque do grupo; José Baragaño, poeta surrealista que retornara de seu exílio em Paris; Antón Arrufat, dramaturgo; os poetas e escritores Lezama Lima, Óscar Hurtado, Heberto Padilla, Calvert Casey, Severo Sarduy, Rine Leal, Edmundo Desnoes e Nicolás Guillen. Havia também contribuições do exterior ao suplemento, através da publicação de textos de Carlos Fuentes, Jean Paul Sartre, Jorge Luis Borges, Miguel Ángel Asturias, Pablo Neruda, Pablo Picasso, André Breton e obras póstumas de García Lorca.

Para muitos destes escritores Lunes representou a abertura de um espaço livre de debates entre escritores e literatos. Travou-se uma discussão sobre os rumos da cultura em Cuba, através de análises da situação anterior e posterior à revolução cubana.

A cultura popular era uma preocupação presente em Lunes, que buscava fortalecer a cultura negra como elemento central da cultura cubana, ressaltando a rumba, a conga, o carnaval, as cerimônias religiosas. Esta valorização fazia parte de uma concepção de cultura que visava integrar a cultura branca e negra, erudita e popular: “O Lunes fora muito polêmico desde o início. Nossa tese era de que tínhamos de pôr abaixo as barreiras que separavam a cultura de elite da cultura de massa. Queríamos levar a melhor qualidade cultural a centenas de milhares de leitores. Estávamos motivados por um lema que aproveitamos direto de José Martí: “Cultura traz liberdade”. Assim publicamos grandes edições com quadros e textos de Marx, Borges, Sartre, Neruda, Faulkner, Lezama Lima, Martí, Breton, Picasso, Miró, Virginia Woolf, Trotski, Bernanos e Brecht. Também publicamos questões de protestos sobre colonialismo cultural em Porto Rico, América Latina e Ásia. Colocamos em debate todos os lugares comuns da história e literatura cubanas. Até a tipografia do Lunes era um escândalo para as vestais de esquerda e de direita. Jogávamos com as letras da mesma forma que Apollinaire, os futuristas, os dadaístas e os surrealistas haviam feito. E incluíamos as tradições populares negras e cubanas também. Tentávamos traduzir a cultura cubana em símbolos visuais.”3

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Rapidamente Lunes conquistou um grande espaço, conseguindo criar uma editora,

Ediciones R, dirigida por Cabrera Infante e posteriormente por Virgilio Piñera de 1960 a

1964. Sua primeira publicação em 1960 foi uma compilação de poesias de José Baragaño intitulada Poesía, revolución del ser. Na época era a única editora independente que restava em Cuba, já que as outras haviam sido nacionalizadas pela editora estatal

Imprenta Nacional, sob a direção do escritor Alejo Carpentier. A televisão também abriu

um espaço em horário nobre, onde realizaram o programa “Lunes en TV” e uma gravadora, Sonido R, foi fundada pelo grupo. Revolución também ampliou seu espaço fundando um estúdio de televisão.

Revolución fazia críticas constantes ao PSP, sendo contrário à participação dos

mesmos nas decisões sobre os rumos da revolução, uma vez que estes não haviam aderido ao movimento desde a época da guerrilha na Sierra Maestra. As críticas aos comunistas também ocorriam devido à pressão que exerciam sobre Fidel Castro para que ele estabelecesse um acordo com a URSS. A estrutura burocrática soviética era vista criticamente pelo grupo de Revolución, bem como o realismo socialista, estética revolucionária oficial que ditava os parâmetros aceitos na arte. Estes ataques faziam com que Carlos Franqui se indispusesse cada vez mais com os dirigentes do governo revolucionário4, que estavam a cada dia buscando mais apoio na aliança com os comunistas. As críticas de Revolución atingiam ainda o Icaic, Instituto Cubano de Arte y

Industria Cinematográfica, que tinha em seus membros jovens comunistas e era dirigido

por Alfredo Guevara, também comunista.

A censura e apreensão de “P.M.” em junho de 1961, documentário de Saba Cabrera Infante e Orlando Jimenez-Leal, patrocinado por Lunes, foi uma ruptura no âmbito cultural da revolução. O documentário, cujo nome era a abreviatura de

Post-meridiem, mostrava a noite de Havana: restaurantes, bares e seus frequentadores, num

estilo chamado na época de free cinema. Foi realizado com o financiamento de Lunes, nos estúdios de televisão de Revolución.

Para conseguir a licença de exibição pública foi preciso levar o documentário para a

4 CHANAN, Michael. The Cuban image: cinema and cultural politics in Cuba. Indiana University Press,

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Comissão revisora do Icaic, órgão responsável pela autorização de veiculação dos filmes. O Icaic proibiu a exibição pública do documentário, acusando-o de contra-revolucionário tanto política como esteticamente e apreendeu a cópia do filme. “P.M.” foi analisado como sendo um filme licencioso, lascivo, fragmentador da realidade social cubana. O

Icaic por sua vez também não tinha uma boa relação com Lunes de Revolución, já que

seus membros o consideravam um suplemento decadente, burguês, vanguardista e cosmopolita; esta disputa pode ter influído na decisão.

Lunes saiu em defesa de “P.M.”, recolhendo assinaturas para protestar contra a

proibição e apreensão do filme e acusando Icaic de fazer arte realista socialista, voltada exclusivamente para os alfabetizadores e milicianos. Por outro lado, Icaic importava filmes de Holywood e da Inglaterra que não eram considerados contrários aos ideais revolucionários.

Reuniões do comitê cultural foram realizadas em Havana nos dias 16, 23 e 30 de junho de 1961, na Biblioteca Nacional com a participação da comunidade artística e intelectual cubana. Fidel Castro, o presidente Dorticós, os ministro da cultura Armando Hart, Haydée Santamaría, presidente da Casa de las Americas (instituição cultural inaugurada em 1959, que passou a editar uma revista em 1960), Carlos Rafael Rodríguez, Edith García Buchaca, dirigente cultural do governo, Vicentina Antuna, chefe do conselho de cultura e Alfredo Guevara, presidente do Icaic, eram os principais participantes e representantes do governo. Estavam presentes também a equipe do Lunes, Carlos Franqui, Lezama Lima e outros escritores.

Estas reuniões seriam uma prévia do Congresso de Escritores de Havana e deliberaria sobre o caso “P.M.”. A censura ao documentário foi ratificada e Lunes e

Revolución foram atacados por Alfredo Guevara e outros membros do Icaic: “Eu acuso o Lunes e o Revolución de tentarem dividir internamente a revolução; de serem inimigos

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forças armadas.” 5 Acusavam-se o jornal e o suplemento de contra-revolucionários, além do próprio documentário. Carlos Rafael Rodríguez atacando somente o Lunes, afirmou que textos modernos, novos e herméticos deveriam ser publicados lentamente, para que as pessoas pudessem ser educadas a lê-los, sem que houvesse um desperdício de papel.

Diversos escritores e intelectuais pronunciaram-se na defesa de Lunes e Revolución, como Carlos Franqui, Virgilio Piñera, Lezama Lima, Pablo Armando Fernández, Roberto Fernández Retamar, Lisandro Otero, Haydée Santamaría manifestando-se contra qualquer tipo de censura e direcionamento na cultura e defendendo o caráter revolucionário do jornal.

No fechamento do encontro Fidel Castro realizou o discurso histórico “Palavras aos Intelectuais”6. Ao tratar da questão da liberdade de expressão em Cuba, questiona as críticas dizendo que existe um espaço para escritores e artistas revolucionários : “Dentro da Revolução, tudo; contra a Revolução, nada.” Fidel realiza ainda uma defesa do trabalho de desenvolvimento cultural realizado pelo Consejo Nacional de Cultura, liderado por antigos dirigentes comunistas, pela Imprenta Nacional e pelo Icaic. A necessidade de existência de uma revista cultural foi ressaltada, mas criticou o fato de

Lunes estar sendo controlado por um grupo particular.

O Primeiro Congresso Nacional de Escritores e Artistas, realizado em agosto de 1961, refletiu a postura adotada pelos dirigentes da revolução. Fidel Castro declarou que o conteúdo das obras de arte devia estar vinculado com as necessidades da revolução, aproximando-se do conceito de arte do realismo socialista da União Soviética. Criou-se um novo organismo profissional, a Union de Escritores y Artistas de Cuba, Uneac, presidida por Nicolás Guillen. Sua primeira função foi a publicação de um jornal de debates culturais Gaceta de Cuba.

Em 11 de outubro de 1961, a polícia prendeu as prostitutas e os prováveis homossexuais que se encontravam em Havana velha, no bairro Colón, numa noite que ficou conhecida como la noche de las tres P (pederestas, prostitutas e proxenetas) iniciando-se a repressão contra os homossexuais. Virgilio Piñera foi preso no dia seguinte

5 FRANQUI, Carlos. Op. Cit. p. 133, nota 2.

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quando saía de sua casa, denunciado por membro do Comite de Defensa de la

Revolución. Foi solto no mesmo dia, por influência de Carlos Franqui e Edith García

Buchaca. Quando voltou a sua casa, Piñera a encontrou lacrada pelo Ministério do Interior, como se ele fosse um fugitivo ou contra-revolucionário. O presidente do Comite

de Defensa de la Revolución, que residia em frente à sua casa o denunciara, porque queria

ocupar a casa de Virgilio Piñera.

Os Comites de Defensa foram criados nacionalmente, em setembro de 1960, em todos os quarteirões da cidade, nos quais uma família revolucionária tinha a função de vigiar ações de sabotagem, descobrir contra-revolucionários e auxiliar em objetivos como a alfabetização. Sua atuação foi estendida ao exercer controle sobretudo de jovens que não trabalhavam, ou eram homossexuais, ou agiam de forma considerada contra-revolucionária, delatando-os ao governo.

O encerramento de Lunes foi efetuado em novembro de 1961: o motivo oficial alegado foi a falta de papel. É fundamental indagar as razões extra-oficiais de seu fechamento, para entender como um suplemento cultural inovador estética e literariamente perdeu espaço na revolução cubana e passou a ser considerado um suplemento decadente, burguês, vanguardista e cosmopolita, todos adjetivos apresentados negativamente.

Em 1965, Revolución também deixou de circular, juntamente com Hoy (órgão do Partido Socialista Popular desde 1938, dirigido por Carlos Rafael Rodríguez). Este momento foi anunciado como uma fusão dos dois jornais para dar origem a Granma, o jornal do Partido Comunista de Cuba, periódico oficial da revolução cubana.

A censura ao documentário ‘P.M’, o fechamento de Lunes de Revolución e a repressão aos homossexuais foram analisados por alguns estudiosos como um momento de ruptura ideológica no processo revolucionário. Este momento seria um primeiro marco no cerceamento da liberdade de expressão e criação artística e intelectual em Cuba, pois se definia que a produção cultural estaria voltada estritamente aos interesses do governo revolucionário cubano.

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primeiros atos de censura do governo revolucionário. Para os intelectuais e artistas, significou o direcionamento da arte através de parâmetros do realismo socialista. Para os homossexuais, um cerceamento da liberdade sexual e para setores da juventude rebelde significou o cerceamento das liberdades civis.

Jimenez-Leal relaciona a censura do documentário com uma política stalinista e dogmática da revolução cubana. “Cuando en 1961, mi película P.M. fue prohibida y requisada bajo los auspicios de la burocracia de turno, dando origem a una célebre controversia y al conseguiente escándalo político cultural, ni Saba Cabrera - coautor del filme - ni yo, podíamos imaginarnos que estabamos siendo sancionados por lo que más tarde se conocería como ‘Conducta impropia’”7

Para denunciar esta perseguição, que mais tarde se intensificaria com os campos de concentração da Umap, Unidades militares para el aumento de la produción, e as leis repressivas do Congresso de Educación y Cultura de 1971, que reprimiam não só os homossexuais, mas também todos os dissidentes, os hippies, os religiosos e os intelectuais, Nestor Almendros e Jimenez-Leal filmaram o documentário

Conducta-Impropia. As filmagens e os depoimentos registrados para este filme foram realizados

fora de Cuba, com exilados cubanos8.

José Benitez, jornalista, editor internacional do Granma e professor da Escola de Jornalismo da Universidade de Havana, explicita a intensa luta ideológica que se travou em Cuba com a vitória da revolução, primeiramente com a imprensa burguesa cubana e depois com os meios de comunicação norte-americanos. Com o desaparecimento da imprensa burguesa a luta ideológica continuou sendo travada no plano interno. Com a propriedade estatal dos meios de comunicação fez-se necessário diminuir o número de veículos em funcionamento, devido ao bloqueio econômico norte-americano que forçava uma racionalização de recursos, segundo os dirigentes revolucionários.

Uma política cultural foi se definindo e delimitando o papel da imprensa e dos

7 ALMENDROS, Néstor; JIMENEZ-LEAL, Orlando. Conducta impropia. Madrid, Editorial Playor, 1984,

p.9.

8 Escritores cubanos como Heberto Padilla, Reinaldo Arenas, Carlos Franqui, Juan Arcocha, Carlos Alberto

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intelectuais: “Estes propósitos implicaram na eliminação do supérfluo e do frívolo, na exclusão de temas que distraíssem os trabalhadores da tarefas fundamentais e atrasassem a superação ideológica, política e cultural das massas. O conteúdo da imprensa cubana teve que ser modificado: desapareceu o chamado sensacionalismo policialesco, a crônica social e aquele tipo de notícia que estimulava as tendências retrógadas dos seres humanos, que propiciavam uma fuga das obrigações e das responsabilidades, ou que criavam um mundo de fantasias e de aparências...”9 A imprensa revolucionária segundo o autor analisa, foi convertida numa arma revolucionária poderosa, tanto na educação, orientação política e ideológica das massas, como na construção econômica e social do socialismo.

A análise de Lunes de Revolución será uma forma de responder à questão: de que forma os diversos intelectuais participaram do debate político em torno do desenvolvimento cultural da revolução cubana, como este debate foi conduzido e de que maneira um importante suplemento cultural interveio nesta situação.

Esta pesquisa também visa analisar como foi se construindo a política cultural oficial da revolução e quais foram os motivos que desencadearam conflitos com Lunes. O estudo de documentos como o discurso de Fidel Castro, Palabras aos Intelectuais, pronunciado em encontro na Biblioteca Nacional em junho de 1961, resoluções do

Consejo Nacional de Cultura, do Icaic, da Uneac (Union de escritores y artistas de Cuba) e do I Congresso Nacional de Escritores e Artistas, realizado em agosto de 1961,

serão necessários para compreender a política cultural do governo.

Teriam havido confrontos de ordem moral entre as opiniões expressas por Lunes e pelo governo? Lunes fazia uma defesa do homossexualismo? Quais as disputas ocorridas em torno das distintas propostas de política cultural? Entender as razões do fechamento de Lunes em novembro de 1961, num momento decisivo da revolução, pouco tempo após a batalha da Playa Girón e da definição por Fidel Castro do caráter socialista da revolução constitui-se, portanto, no cerne deste trabalho de pesquisa.

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Bibliografia

ALMENDROS, Nestor; JIMENEZ-LEAL, Orlando. Conducta Impropia. Madrid, Editorial Playor, 1984.

ARENAS, Reinaldo. Antes que anoiteça. Trad. Irène Cubrie. Rio de Janeiro, Record, 1995.

BARRETO, Teresa Cristófani. A libélula, a pitonisa: revolução, homosexualismo e

literatura em Virgilio Piñera. São Paulo, Iluminuras, 1996.

BENITEZ, José. Jornalismo em Cuba. São Paulo, Com-Arte, 1990.

BLANCO, Abelardo; DORIA, Carlos Alberto. Revolução cubana: de José Martí a Fidel

Castro (1869-1959). São Paulo, Ed. Brasiliense, 1983.

CABRERA INFANTE, Guillermo. Mea Cuba. Trad. Josely Vianna Baptista. São Paulo, Cia das Letras, 1996.

CARPENTIER, Alejo. Literatura & Consciência Política na América Latina. São Paulo, Global editora.

CASTRO, Fidel. Palabras a los intelectuales. Havana, Ediciones del Consejo Nacional de Cultura, 1961.

CHANAN, Michael. Cuban Image: Cinema and Cultural politics in Cuba. London, British Film Institute, 1985.

FAGEN, Richard R. The transformation of political culture in Cuba. California, Stanford Univ. Press, 1969.

FERNANDES, Florestan. Da guerrilha ao socialismo: a Revolução cubana. São Paulo, Queiros, 1979.

Referências

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