A Visão Sistêmica do Saneamento Ambiental Urbano e sua Relação com os Recursos
Naturais
Prof Luiz Sergio Philippi/UFSC
I Congresso Baiano de
Engenharia Sanitária e Ambiental - COBESA
11 a 16 de julho de 2010
Salvador BA
Questão Ambiental
Questão ambiental Æ complexa Æ Tratamento exige conhecimento de diversas disciplinas --Æ(Não reducionista) = sistêmica
Abordagens
Bases da natureza Bases da sociedade
Sistemas ambientais Æ evolutivos = não deterministas, não lineares, irreversíveis e com estado de desequilíbrio constante Teológico-cultural
Econômica Ambiental
Físico-química Biológica
Sociais Culturais
Era de Sistemas
Segundo Gerald Weinberg
Ciência e a engenharia: incapazes de prever efeitos colaterais de segunda ordem, produzidos por vitórias de primeira ordem
Exemplos
Destruição ambiental e mudança climática
Acúmulo de lixo (incluindo o nuclear)
Poluição (ar, água, etc.)
Diminuição da camada ozônio
Extinção de espécies
Explosão populacional e criminalidade
Sistema Æ syn, que significa "junto" e thesis, com significado de "união“
Seu sentido literal é de uma "construção solidária".
Um sistema
Representa um todo
Perde propriedades sinergéticas se decomposto (como exige a análise)
Não pode ser entendido apenas por análise
Síntese: do todo para as partes (caminho inverso da análise)
Identifica o sistema cuja unidade é uma parte Explica propriedades/comportamento do sistema
Explica propriedades da unidade como uma parte ou função do sistema
Enfoque Sistêmico
Considera totalidade
Produtos da tecnologia precisam dessa visão
Caráter transdisciplinar
Teoria Geral de Sistemas pretende superar
Fragmentação do conhecimento
Isolacionismo implícito em especialismos científicos
Com isso
Atender mundo crescentemente complexo
Sistema e Seus Componentes
Sistemas: primeira classificação
Sistemas emergentes (Bottom-up)
Brotam naturalmente, surgem
Como os ecossistemas, por exemplo
Sistemas teleológicos (top-down)
São planejados, dirigidos por objetivos
Sistema de controle de temperatura de geladeira,
Sistema de tratamento de água,
Habitações humanas, por exemplo
SAÍDAS Informação
Energia Recursos Materiais PROCESSAMENTO
RETROAÇÃO
AMBIENTE
ENTRADA Informação
Energia Recursos Materiais
Modelo Genérico dos Sistemas Abertos
INPUTS OUTPUTS
Visualizar cenários
Sem isso, nada se projeta
Concepção feita na mente
Cada idéia pode ser depurada sem efeitos colaterais
Importância da visualização de cenários
E, para isso
Precisa-se de visão sistêmica
Visualizar cenários
Pesquisas sobre temas complexos
Visão sistêmica obrigatória
Capacidade de visualização de cenários
Relembre
Um sistema é composto por componentes interrelacionados levando a um todo com algum tipo de funcionalidade
Bottom-up ou top-down
Visão sistêmica
Visões macro e micro
Em geral, olhos não alcançam
Precisa-se
Formas alternativas para compreensão
Toda ajuda é benvinda
Incluindo métodos de outras disciplinas
Trabalho inter-, multi- e trans-disciplinar
Teoria Geral de Sistemas visa isso
Os sistemas urbanos não são constituídos de elementos (subsistemas) isolados nem a resultante de um somatório deles.
Na verdade o que há são sistemas
abertos,constituídos de subsistemas que se integram de forma sinérgica, em
constantes transformações físicas,
químicas, biológicas, energéticas, sociais,
culturais e políticas.
PRINCIPAIS FASES DA AGUA NO MEIO
URBANO
Saúde Pública
Saneamento Básico
Recursos Hídricos
As Interfaces
Fonte: Prosab
Urban Waters Management
Water
Supply Sanitation
Solids
Stormwater
Urban Waters Institutional:
legislation and managing
Land Use Planning
Goals:
Quality of Live and environment conservation
Fonte: Carlos E. M. Tucci
para que o município possua um gerenciamento do sistema urbano- social-ambiental sustentável é necessário que este se desenvolva de
forma integrada.
Dentro desse ideal quatro são as esferas da gestão ambiental-urbana, que devem estabelecer relações necessárias entre si:
1. Conhecimento/Ambiente:
entender o sistema ambientalurbano-social e suas relações locais e globais;
2. Gestão urbano-social-ambiental pública: necessidade de órgãos com
boa capacidade técnica integrados com a sociedade, a economia e outros órgãos de gestão;
3. Educação Ambiental e Informação/Cultura: a educação deve ajudar a compreensão dos cidadãos quanto a complexidade do sistema urbano-social-ambiental;
4. Participação dos Cidadãos/Sistema de Governo e Democracia: o sistema de governo deve ser democrático, humanista e culturalmente tolerante, onde a comunidade possa participar.” (MENEGAT e ALMEIDA, 2004)
NECESSIDADE DE ARTICULAÇÃO
A Política Federal de
Saneamento Básico (Lei nº.
11.445/2007) previu a
necessidade de integração das infraestruturas e serviços com gestão eficiente dos recursos hídricos (art. 2º, XII), e que os planos de saneamento básico deverão ser compatíveis com os planos das bacias hidrográficas em que estiverem inseridos
Planos Nacionais de
Saneamento e de Recursos Hídricos -> PLANSAB - PNRH
Plano de Bacia Enquadramento dos
corpos d’água Plano de
Saneamento
Plano Diretor Municipal
Fonte: Conejo, J.G. L. in Latinosan 2010
By Prof. Dr. Winfried E.H. Blum
Saneamento sustentável
critérios de sustentabilidade:
1. Saúde e higiene
2. Ambiente e recursos naturais
3. Tecnologia e funcionamento
4. Questões financeiras e econômicas
5. Aspectos sócio-culturais e institucionais
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Princípios de Bellagio
Saneamento Sustentável/2000
1. nível de dignidade humana, a qualidade de vida e segurança no ambiente doméstico deve estar no centro de qualquer
abordagem de saneamento.
2. Em consonância com os princípios da boa governança, a tomada de decisão deve envolver a participação de todos os
interessados, especialmente os consumidores e os prestadores de serviços.
3. Os resíduos devem ser considerados um recurso, e sua gestão deve ser holística e fazem parte integrada dos recursos hídricos, o fluxo de nutrientes e os processos de gestão de resíduos.
4. O domínio em que os problemas são resolvidos no
saneamento ambiental deve ser mantido para o tamanho mínimo possível (família, vizinhança, comunidade, cidade, distrito, bacia hidrográfica, município).