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Implantação da sistemática de avaliação das escolas públicas municipais: elementos para uma análise crítica

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(1)

IMPLANTACÃO DA SISTEMÁTICA Df AVAlIACÃO DAS

ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS: HfMfNTOS

PARA

UMA ANÁLISE CRíTICA

ludenilde: Guedes Batista

1

RESUMOnmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A n a liso sin tetica m en tezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAop ro cesso d e co n stru

-çã o -im p la n ta -çã o d a sistem á tica d e a va lia çã o d a s

es-co la s p ú b lica s m u n icip a is em F o rta leza , in vestig a n d o

a rela çã o en tre a co n cep çã o o licia l d a C o o rd en a d o ria

d e E d u ca çã o e a rea lid a d e co n creta d a E sco la M u n

i-cip a l d e E n sin o F u n d a m en ta l C u sta vo B a rro so .

Palavras-chave: Política educacional Reforma

-Participação - Avaliação.

BSlRhCT:lhe

lmplemenlciion

of the hssessment System

f Public Municipal Schools: data for a critical analysis

T h is stu cfy a n a !yses th e im p lem en ta tio n p ro cess

o f th e sssessrn en t systcm o f th e m u n icip a l p u b lic

sch o o ls in F o rta leza , in vestig a tin g th e rela tio n sh ip

b etw een th e o fficia l view o f th e C o o rd in a tio n o f

E d u ca tio n a n d th e co n crete rea li!y o f th e M u n icip a l

S ch o o l o f B a sic E d u ca tio n C u sta vo B a rro so .

ey-words: Political education - Reform -rticipation - Assessment.

Professora Substituta do Desartamento de Teoria e Pratka da Fa-Idade de Educação da Universidade Federal do Ceara' Mc::s;tr.mda - Programa de Pós-Graduação em Educação B ra

e Federal do Ceará e Supervisora da Escola Mt.:lllCl::::l3l

- reia Lima.

Um Pouco de História

. No período de 1990 a I 995, as

eouípes

pe-dagógicas do Departamento de Desenvolvimento

Curricular (DDC) da Secretaria de Educação e Cul-tura do Município de Fortaleza (SEDUC) iniciaram a

elaboração/implementação de propostas curriculares para a educação infantil e séries iniciais (Ia a 4a) do ensino fundamental. tendo por base a Teoria Psicogenética, de Piaget. Durante o período de cons-trução e instalação da ordem curricular, os técnicos

do DDC realizaram vários encontros pedagógicos com professores e especialistas das escolas públicas

patrimoniais, com o intuito de discutir a proposta curricular e os pressupostos teórico-metodológicos

Que garantissem. segundo o discurso oficial, a ação interdisciplinar, desde a pré-escola até a 43 série do

ensino básico. Nestas oportunidades foram colhidas

sugestões Que possibilitaram, no dizer dos técnicos, algumas alterações no documento, visando a

adequá-los à realidade da sala de aula.?

Surge, assim, a partir destes encontros, a ne-cessidade de a lg u n s p ro fesso res, so o cles m a is co n

s-cien tes e m a is seg u ro s d e su a p rá tica , d e rep en sa r a

sistem á tica d e a va lia çã o vig en te, p o r co n sid erá Ia in

-co m p a tível -co m a n o va o rd em cu rrica lsr Para

reali-zar tal intento, resolveram criar 02 (duas) comissões com 05 (cinco) representantes das áreas do

conhe-cimento do citado Departamento. para conduzirem a sistematização da nova proposta avaliativa, no Que se referia à estruturação do referencial teórico. Que

teve por base as contribuições de asconcelos, Hoffmann e Luckesi, e das modificações na Seção 111 do Regimento das Escolas íunid . e Fortaleza. do Processo de A -aliação.

2Diretrizes Básl

P%&Cumru~;~Ob~JOO~BA

Z iI. 1995. . 15.

3DroiaI3Ção dI~ !!:!1:3 t6:::Iúc<l

(2)

Os técnicos do DDC, mais uma vez, tomaram para si a responsabilidade de elaborar e implementar a propostautsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAavalíatíva das escolas públicas municipais,

deixando de fora os reais interessados, os

profissio-nais da escola, por entenderem Que comnmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAm u ita in

ter-ferên cia n ã o ia sa ir n a d a .

Qualquer semelhança com a concepção de ino-vação oficial do Governo Federal não é mera

coinci-dência, onde toda inovação, seja ela social, cultural ou pedagógica, será sem p re in icíâ tiva d e u m g ru p o

ilu m in a d o , m o d ern iza n te, Q u e a n tevê p o r o n d e d

e-vem a va n ça r a so cied a d e e o s cid a d ã o s e Q u e p

res-creve co m o a s in stitu içõ es so cia is têm d e ren o va r-se

e a tu a liza r-se, assumindo, assim, o papel dos

profis-sionais da escola: pensar e fazer educação. (ARROYO,

1999:

p.

133).

Neste sentido, participação coletiva na

discus-são, gestão e implementação da proposta avaliativa são entendidas como" in terferên cia ", como algo Que

não leva a lugar nenhum, e por isso, constituem ta-refas de poucos, os "escolhidos".

Arroyo fala da necessidade de revermos n o ssa

tra d içã o p o lítico -p ed a g ó g ica , Q u e d ivid e o sistem a

esco la r em três ca m p o s o s Q u e d ecid em , o s Q u e p en

-sa m e o s Q u e fã zem a ed u ca çã o - e Q u e> ;co m b a se

n essa d ivisã o , esp era Q u e a in o va çã o ed u ca tiva o co rra

a p a rtir d o s Q u e d ecid em e p en sa m (1999:

p.

145).

A reforma da sistemática da avaliação, bem

como a anterior a ela, realizou-se segundo esse

modelo de pensar as inovações. A participação das escolas na construção-implementação da

propos-ta avaliativa restringiu-se à pesquisa de opinião sobre a sistemática de avaliação em uso, à

partici-pação em seminário para repensar a avaliação e a palestras organizadas pelo Conselho de Educação do Ceará.

Estas iniciativas dão a falsa impressão de parti-cipação, o Que, segundo Arroyo, representa canais

criados para Que o s p ro fesso res d êem p a lp ites n o

m o m en to d e p la n eja r e ela b o ra r a s p ro p o sta s p a ra

Q u e se sin ta m m a is co m p ro m etid a s co m ela s e a s

a d a p tem à rea lid a d e esp ecíflca d e sua esco la e d e

sua tu rm a (1999: p. 134).

60 EDUCAÇÃO EM DEBATE

O

oue

mais me impressionou, nesse processo, foi a falta de um movimento de contestação organiza-do pelas escolas, no Que se refereà reforma em Ques-tão. Era perceptível o descontentamento dos

oue

faziam a escola Quando das reuniões do Conselho, e nas

con-versas particulares, mas nada se oficializou.

Como, então, conduzir uma reforma sem partir

da necessidade do conjunto dos educadores? Como

mudar a concepção de avaliação e seu sistema de fun-cionamento sem estarem os professores convencidos da necessidade de mudar e sem terem o domínio do referencial teórico Que a fundamentava?

Como discutirlredimensionar a prática

avaliativa sem a participação dos professores? E Qual foi a postura do conjunto dos

professo-res e dos sindicatos Que dizem repprofesso-resentá-Ios? Si-lêncio, desmobilização, falta de criticidade ete.

Onde estava a prática da d eso b ed iên cia co

leti-va , o rg a n iza d a , co n scien te? Essad eso b ed iên cia é u m

a to d e lu cid ez e d e criticid a d e, é o Q u e /ã z a ssu m ir

p o stu ra (GADOTTI, 1991: p. 54).

Os professores só se tornarão colaboradores,

co-participantes, su jeito s d o co n h ecim en to Q u a n d o

lh e d erm o s tem p o e esp a ço p a ra Q u e p o ssa m a g ir

co m o a to res a u tô n o m o s d e su a s p ró p ria s p rá tica s e

co m o su jeito s co m p eten tes d e su a p ro fissã o

(TARDIFF. 2000: p. 127).

Aliado ao "tem p o " e ao "esp a ço ", deverão

estar presentes nos educadores a consciência políti-ca, a luta nas diversas instâncias da sociedade civil. o

desejo e o compromisso de

lutar/Querer/sonhar/cons-truir uma sociedade mais justa e humana e o reco

-n h ecim e-n to d a esco la co m o u m lu g a r eco n ô m ico ,

so cia l e cu ltu ra l, rela cio n a d a à s Q u estõ es d e p o d er

d e co n tro le, co m o fo rm a s p a rticu la res d e seleçã o e

d e exclu sã o a p a rtir d a cu ltu ra g era l (GIROUX a p u d

ABRAHÃO, 2000).

Outras indagações me ocorrem: O Que foi

fei-to com as contribuições dos professores e especia-listas das 49 escolas Que participaram da

pesouísa

de opinião, Quando estes falavam da necessidade, entre outras, da promoção de en co n tro s co m p ro

-fesso res p a ra d iscu tir a s su g estõ es p ro p o sta s e a p

(3)

sen ta r o u tra s exp eriên cia s d iferen tes,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAassim como

ela-boração deu m d o cu m en to d e a va lia çã o so m en te a p ó s

se d iscu tir co m p ro fesso res e esp ecia lista s? E por

Que não foram acolhidas as pistas de ação sugeridas

pelos especialistas das escolas, por ocasião dos se-minários realizados com o intuito de repensar a

sis-temática de avaliação?

Algumas sugestões apontam para a necessi-dade da realização de en co n tro s co m o s p ro fesso

-res p a ra retlctir so b re o que,utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA'para quê e como

avaliar, visando uma mudança de postura do

educador, a realização de seminários (slC), em cada região, com a colaboração das

eouípes

da sEDUC para repensar a sistemática de avaliação de modo coletivo; P en sa r uma avaliação contínua e

diagnóstica; cria r g ru p o d e estu d o n a s esco la s p a ra

refletir a prática docente e adquirir fundamen-tação teórica (Grifes meus)!

O discurso dos professores e especialistas das escolas denota o desejo de participar da construção

da proposta avaliativa, Que se efetivaria dos "encon-tros coletivos" onde teriam espaço institucional para

debater, bem como propor novos encaminhamentos, novas experiências, a negação do instituído

oficial-mente ete. Estes espaços também serlam-aproveita-dos para (re)discutir, (re)dimensionar, (re)e1aborar, (re)

pensar e/ou potencializar a prática pedagógica para Que esta possibilite a to d o s o s ed u ca n d o s u m a a p ro

-p ria çã o a tiva d o s co n teú d o s esco la res (LUCKEsl,

1995: p. 65), Que Ihes ense]e crescer e se desenvol-ver nos aspectos cognitivos, psicomotor, sócio-afetivo

e político.

O pensamento dos professores e especialistas

aflui ao de Arroyo, Quando este fala de um novo es-tilo de experiências inovadoras, nas

ouaís

se privile-giam espaços coletivos, onde os professores dialogam, explicitam. sistematizam, registram seu

pen-4 Para maiores esclarecimentos. ver resultado da pesouísa realizada pela SEDUC junto a professores e especialistas das escolas. (1993: p. 1-2). Obs.: das 92 escolas consultadas. 49 responderam a pes-oulsa. o Que representou 5396 do universo.

SVer pistas de ação sugeridas no Seminário sobre A\'dliaÇio do pela SEDUC com orientadores educado • pc tores (1993: p. 4).

samento pedagógico, as razões e os valores Que ins-piram suas práticas, considerando a idéia de Quein o

-va r é d esco b rir co letiva m en te a d iversid a d e d e

p en sa m en to s e va lo res Q u e in sp ira m a d iversid a d e

d e p rá tica s (1999:

p.

154).

Nesta troca entre iguais é Que os professores

se dão conta da

noueza

Que existe na escola, no Q!Je diz respeito a práticas diferenciadas de trabalho, de

relacionamento com os educandos, com o conheci-mento, concepções diferentes de homem, mundo e sociedade. E é neste encontro Que os professores

dão os primeiros passos, ainda tímidos, relativamen-te à "tra n sg ressã o " do instituído oficialmente,

for-mulando propostas político-pedagógicas Que

comunguem com essa nova relação com o saber, com o poder instituído, com os homens e a sociedade.

Em abril de 1996, foi organizado pelos téc-nicos do DDC um encontro sobre avaliação nos

NURE's6 para apresentação, aos professores e pecialistas, da nova sistemática de avaliação das

es-colas patrimoniais, a Qual instituía uma avaliação contínua e progressiva do desenvolvimento do

alu-no, abrangendo os 03 (três) aspectos: sócio-afetivo, psicomotor e cognitivo, de modo a possibilitar a

verificação de mudanças Qualitativas no Que se re-fere a conhecimentos, habilidades e atitudes,

sen-do instituísen-do o registro individual do desempenho do aluno numa ficha individual, Que,

posteriormen-te e para efeito de promoção, seria transformada

em nota e registrada em documento oficial expedi-do pela SEDU C em duas etapas: no final expedi-do

primei-ro e segundo semestres, não havendo, para efeito de promoção, o somatório de notas, prevalecendo

a maior nota, sendo Que o padrão mínimo exigido na última etapa seria 06 (scls).?

Houve muita resistência dos professores e

téc-nicos das escolas com relação a alguns aspectos

pro-postos pelo no o Regimento. a saber:

• a promoção automática das classes de Edu-cação Infan '1 para a 13série - entendia-se

ional de Ensino.

Re,gj.mento das escolas municipais de Fortaleza. seção 111- Do esso de 'aiação(1995).

(4)

Que esta mudança iria refletir na Qualidade

do ensino das séries iniciais, onde o aluno

deveria ter um conhecimento condizente

com a série Que iria cursar;

• a sistemática de acompanhamento contínuo

dos educandos em fichas individuais - os

professores tinham dificuldade de entender

a sistematização dessa prática no cotidiano

das salas de aula com número excessivo denmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA alunos;

• o aproveitamento do aluno ser registrado

apenas em duas etapas: no final do

primei-ro e segundo semestres. Os pprimei-rofessores

en-tendiam Que o processo avaliativo só se

daria duas vezes ao ano, não

compreen-dendo QUe na nova lógica este faria parte

de um contínuo acompanhamento do

alu-no com vistas a desenvolver mudanças de

atitude, comportamentais e cognitivas.

O discurso dos professores e especialistas

in-dica Que a nova sistemática de avaliação não estava

sendo compreendida e aceita em suas concepções,

pelo fato de não estarem suficientemente

convenci-dos da necessidade de mudar e por estarem presos a

um entendimento de avaliação Que a compreendia

como algoutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAestanque. Que acontecia em momentos

específicos do ensino-aprendizagem.

Cole e Walker (a p u d N Ó V O A , 1997: p. 26)

retratam bem o sentimento dos professores, Quando

acentuam Que u m a d a s fo n tes m a is im p o rta n tes d e

stress é o sen tim en to d e Q u e n ã o se d o m in a m a s

situ a çõ es e o s co n texto s d e in terven çã o p ro fissio n a l

É p reciso u m tem p o p a ra a co m o d a r a s in o va çõ es e

a s m u d a n ça s p a ra refa zer a s id en tid a d es.

Um fncontro para Consolidar a Mudança

Após um encontro de abril de 1996,

nenhu-ma atividade foi desenvolvida pelo DDC junto às

es-colas para dar continuidade às ações desenvolvidas

durante a implementação da nova sistemática de

ava-62 EDUCAÇÃO EM DEBATE

liação, ficando a cargo de cada escola a responsabi-lidade de conduzir as discussões, os grupos de

estu-do e a implantação da proposta avaliativa. Sabemos

da necessidade de uma ação continuada na

implementação de novas propostas de trabalho. No

caso do DDC, a discussão e apresentação das

modi-ficações realizadas na sistemática de avaliação se

deram em apenas um dia.

Como se deseja mudar mentalidades e

práti-cas apenas através de decretos? As mudanças se

fa-zem a partir das pessoas. De nada adianta se cercar

de autores críticos e de propostas avançadas,

Quan-do o processo não permite a discussão, a reflexão

sobre a prática e a necessidade de mudá-Ia. O QUe

realmente aconteceu na escola, após essa reforma?

Para Gimeno Sacristán (a p u d CANDAU,

1999: p. 31), o discurso sobre as reformas está

inti-mamente relacionado ao projeto político daoueles

Que as propõem sob a alegação de estarem

contri-buindo para a rnelhoria da QUalidade da educação:

R efo rm a r d en o ta rem o çã o e isso d á certa n o

-to ried a d e p era n te a o p in iã o p ú b lica e p era n te

o s d o cen tes ( . .) C ria -se a sen sa çã o d e m o

vi-m en to , g era m -se exp ecta tiva s, o Q u e p a rece

p ro vo ca r p o r si m esm o a m u d a n ça (..) osim

-p les a n ú n cio d o m o vim en to ch eg a a a p a recer

co m o sin ô n im o d e in o va çã o , existem m u d a n

-ça s se p ro p õ em refo rm a s ( . .). E ssa u tiliza çã o

retó rica -p o lítica d a s refo rm a s fez co m Q u e

se-ja m rea lm en te p o u ca s a s Q u e d eixa m u m a m a rca

p ro fu n d a n o sistem a e co m Q u e o u tra s m u ita s

p reten sa s refo rm a s n ã o ten h a m o u tro va lo r

sen ã o oritu a l e a litu rg ia . P a ssa d o p o u co tem

-p o -p o d em o s p erg u n ta r-Ih es Q u e têm d eixa d o

a lém d e co n fu sã o e d esm o b iliza çã o .

Na realidade. a reforma na sistemática de

ava-liação contribuiu para dar mais "n o to ried a d e" aos

técnicos do DDC diante das instâncias superiores e

das escolas, onde eram percebidos como fazendo

parte da elite intelectual. do m o vim en to d e va n g u a

r-d a , a ca b eça p en sa n te d a S E D U C .

(5)

M a s, o lh a n d o p a ra a esco la , eu p erceb ia h a ver

a cen tu a d a d istâ n cia en tre a refo rm a p ro p o sta

e o s p ro b lem a s Q u e o s p ro fesso res en fren ta

-va m em seu co tid ia n ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(CANDAU, 1999).utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

Que realmente ficou de tudo o Q!1efoi pen-sado, gestado e proposto pelos técnicos do DDC na escola, além do estresse do descontentamento, co n

-fu sã o e d esm o b iliza çã o ?

C a n d a u a p o n ta Q u e ... u m d o s p rim eiro s d esa

-fio s Q u e se co lo ca m Q u a n d o n o s co n fro n ta

-m o s co -m o te-m a d a s refo r-m a s ed u ca cio n a is é

d esm istiflca r o seu n ecessá rio ca rá ter d e n o

vi-d a vi-d e e vi-d e a va n ço (1999:

p.

39).

Ao longo do Percurso, uma Pesquisa

De volta à escola." em virtude da reforma po-lítico-administrativa na gestão da Prefeitura

Muni-cipal de Fortaleza proposta pelo Prefeito juraci Magalhães no ano de 1997, comecei a perceber Que existia uma distância muito grande entre o

ní-vel de desenvolvimento cognitivo dos educandos

atendidos pela escola e a forma como o professor trabalhava os conteúdos das diversas áreas do co-nhecimento em sala de aula. Era comum

comentá-rio do gênero:

E u m o rro d e exp lica r e o s a lu n o s n ã o en

-ten d em n a d a . A h , b ich in h o s b u rro s! ... A h ,

euBAjá d csisttl?

O lh a a Q u i a red a çã o d esse a lu n o d a?série.

F a z verg o n h a ! C o m o eu p o sso fa zer u m b o m

tra b a lh o co m a lu n o s d este n ível? o

Para Luckesi,

8Fui lotada na Escola de Ensino Fundamental Gustavo Ba

de abrangência da SER I, como Supervísora Esc manhã, e professora de Educação Infantil noImo ca

9Declaração de professores.

10 Declaração da professora da 2" sé "c, c c supervísora da Escola.

EDUCAÇÃO EM DEBATE

.. .recla m a r d a n ã o existên cia d o s p re-rco u

isi-to s n o s ed u ca n d o s n ã o fa z co m Q u e eles a p a

-reça m . É p reciso construi-tos. p o is "a a va lia çã o

d everá ser a ssu m id a co m o u m in stru m en to d e

co m p reen sã o d o está g io d e a p ren d iza g em em

Q u e se en co n tra o a lu n o , ten d o em vista to m a r

d ecisõ es su ficien tes e sa tisfa tó ria s p a ra Q u e

p o ssa a va n ça r n o seu p ro cesso d e a p ren d iza

-g em "( 1995:

p.

81-149).

A fala de Luckesi é a Que está no discurso

ofi-cial. mas Que está muito longe de ser posta em

prá-tica, em virtude das concepções eouívocadas dos

educadores com relação ao ensino-aprendizagem, sistemática de avaliação e aouisiçâo do conhecimen-to pelo aluno. Há, portanconhecimen-to, uma enorme distância

entre o discurso oficial, dos técnicos e professores, e o Que de fato acontece na escola e na sala de aula.

Assim, foi tomando corpo a problemática da

pes-ouisa Q!1erealizei na Escola Gustavo Barroso, ouando da minha participação no Curso de Especialização em

Organização e Gestão da Educação Básica, da Uni-versidade Federal do Ceará,I I pois me lnouietava

bas-tante a construção-instalação da sistemática de

avaliação das escolas públicas patrimoniais, sem os

educadores estarem sensibilizados, convencidos, conectados e com domínio do referencial teórico Q!1e

dava suporte a esta nova sistemática, além das

conse-oüêncías disso para a prática avaliativa Que acontece-ria de fato na escola.

V asconcelos (1997) aponta como arefa

pri-meira, em oualouer intenção de mudança, o

resga-te do professor como agen e ra for ador, sendo preciso trabalhar na sua co s iê cia, o sen ido de

fazê-Io perceber co o e se do usado para ali-mentar u a es es a a e r esta

partici-ação é ed e e em um poder

as s.

a

FAllSl:.'L /uda''':::desGoedes. O m o d elo d a P ro p o sta d e A va lia çã o d 2(::-azgoz:kl'7õll:ltrii d e E á u ca çio d o M u n id p io d e F o rta leza e su a P rá

-de to fi nciona. Fortaleza, 1998 (Monografia de Especialização em Organização e Gestão da Educ:aç;-ioBásica - COGEB, da Universidade Federal do Ceará).

(6)

o

estilo de reforma utilizado pelos técnicos

do DDC difere danmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAco n cep çã o in o va d o ra d e refo rm a ,

de Que falaA rro ja , onde se parte de

... u m a visã o p o sitiva d a ed u ca çã o b á sica e d o s

p ro fesso res e o s reco n h ece co m o su jeito d e

in o va çã o e sem p re se in icia m p o r d iá lo g o en

-tre o s p ro fesso res, so b re su a p rá tica ,

p a ra ... d esco b rir co letiva m en te a d iversid a d e d e

p en sa m en to s e va lo res Q u e in sp ira m a d

iversi-d a iversi-d e iversi-d e p rá tica s.utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAO Q u e Ih es d á o rg u lh o d a

p lu ra lid a d e d e a çõ es em erg en tes, e a o m esm o

tem p o , a im p ressã o e in seg u ra n ça d ia n te d o

ca rá ter tra n sg resso r o u n ã o leg a l d e m u ita s

a çõ es (I 999:

p.

14 1- 155).

E sta s a çõ es em erg en tes d e ca rá ter tra n sg resso r

é o Q u e C a d o tti d en o m in a d e "d eso b ed iên cia

co letiva o rg a n iza d a ': a Q u a l sig n i/lca u m a to

d e lu cid ez e d e a tticid sd e. é o Q u e fá z a ssu

-m ir p o stu ra (1991:

p.

54).

A pesouísa Que me propus realizar foi

re-sultado de mais de um ano de observação,

análi-ses e ouestíonarnentos Que fui realizando, na

condição de professora e supervisara escolar,

ten-do por objetivo: analisar criticamente a relação

existente entre a concepção oficial de avaliação da

Coordenadoria de Educação 12 e a Que se vivencia de fato no cotidiano da escola de Ensino

Funda-mental Gustavo Barroso, procurando investigar se

os professores foram compreendidos pelos

técni-cos Que propuseram as mudanças na prática

avaliativa, como agentes fundamentais para

implan-tação de tais mudanças, assim como fazer um

res-gate histórico da avaliação enquanto um processo

global, sistemático, contínuo, participativo e

re-flexivo na prática educativa, buscando parâmetros

para uma melhor compreensão de sua aplicação

no sistema escolar e, por fim, propomos

encami-12A partir de janeiro de 2002 a Coordenadoria de Educação passou

a ser denominada Coordenadoria de Políticas Públicas da Educação.

64 EouCAç;.o EM DEBATE FORTAlEZA ANo 23 V. 2

nhamentos para uma prática comprometida com a

formação de cidadãos críticos, reflexivos e

ouestronadores.!'

O tipo de pesouísa utilizada no trabalho de

cam-po foi a pesouísa-ação, tendo como instrumentos a

observação e a análise da prática educativa no

cotidi-ano escolar, Questionários aplicados aos alunos e

en-trevistas com professores, supervisara escolar, diretora

e técnicas QUe participaram da

construção-implanta-ção da proposta de avaliaconstrução-implanta-ção oficial.

Achados da Pesquisa

A investigação constatou Que não há

consen-so entre os profesconsen-sores no Que respeita àconcepção

de avaliação, pois alguns a percebem de uma forma

mais aproximada da proposta oficial, enouanto, para

outros, avaliar é ...sa b er co m o o a lu n o se en co n tra . É

sa b er se ele en ten d eu o Q u e vo cê Q u is p a ssa r, bem

como ...m ed ir o s co n h ecim en to s d o a lu n o , a tra vés d o

co n teú d o Q u e fo i en sin a d o p a ra sa b er se ele a p ren

-d eu a lg u m a co isa .14

Comprovamos também Que, apesar dos

pro-fessores repetirem alguns aspectos do discurso

pa-drão, sua prática avaliativa continuava tradicional. com

o educando sendo avaliado para Que o professor

constatasse a retenção ou não do conteúdo

transmi-tido, assim como através do comportamento

mani-festo por estes na escola e na sala de aula, sendo a

prática avaliativa ...a tra vessa d a p o r Q u estõ es d

iscip lin a res, d e co n tro le d o s a lu n o s, d e ca stig o d e co n

-d u ta s so cia is Q u e estes a p resen ta m -d en tro e fo ra -d a s

sa la s d e a u la s(LUCKESI, 1995:

p.

73).

Algumas Questões me ocorrem:

Por Que existe uma discrepância entre o

dis-curso e a prática do professor? O Que está por trás

deste ocultamento? Como se deu na cabeça do

pro-13 BATISTA. idem. 14 BATISTA.ido

(7)

fessor esse processo de desconstrução e

recons-tituição da sua prática avaliativa? Quais as instâncias

construídas nesta transição? O QUecontribui para Que

haja concepções e práticas diferenciadas da avalia-ção posta oficialmente?

As categorias de alunos e técnicos da escola demonstraram ter uma visão tradicional de avaliação.

Avaliar na sua compreensãoBAé ...nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAm ed ir o s co n h

eci-m en to s d o s a lu n o s.

Surgem, pois as indagações: como os técni-cos, QUe representam a elite in telectu a l d a esco la

podiam contribuir para Que houvesse uma mudança

de mentalidadelpostura no conjunto dos

professo-res Quando eles próprios tinham uma concepção tra-dicional de avaliação? Como trabalhar com uma proposta Que não se conhecia e na Qual não se

acre-ditava? Como os educandos poderiam exigir do edu-cador uma prática avaliativa diferente da Que estava

posta se desconheciam sua existência?

A categoria de técnicos do extinto DDC

de-nota ter uma visão progressista de avaliação, Quando a conceitua como ump ro cesso co n tín u o (S /C ) e p ro

-g ressivo d e a co m p a n h a m en to d o a lu n o a b ra n g en d o

o s a sp ecto s sá d o -stc ttv o . co g n itivo e p sico m o to r

visa n d outsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAop er/ll d e a lu n o Q u e se d eseja a tin g ir,oQ u a l

d everá esta r d e/ln id o n o p ro jeto p ed a g ó g ico d a

cs-co la .ls O conceito aproxima-se das idéias de Luckesi,

para Quema a va lia çã o d a a p ren d iza g em esco la r s d

-Q u ireseu sen tid o , n a m ed id a em -Q u e se a rticu la co m o

u m p ro jeto p ed a g ó g ico e co m seu co n sco ü en tc p ro

-jeto d e en sin o (... ) pois esta

n ã o p o ssu i u m a /ln a lid a d e em si; ela su b sid ia

u m cu rso d e a çã o Q u e visa co n stru ir u m resu

l-ta d o p revia m en te d e/ln id o , sen d o su a fu n çã o

d estin a r-se a d a r en ca m in h a m en to s Q u e sirva m

d e b a se p a ra to m a d a s d e d ecisõ es Q u e p o

ssi-b ilitem co n stru ir co m e n o s c d u c s n d o s , co

-n h ecim e-n to s, h a b ilid a d es e h á b ito s Q u e

p o ssib ilitem o seu etetivo d esen vo lvim e o

(1995:

p.

85-86).

s BATISTA. id.

Essa aproximação, no entanto, só ocorreu no plano conceitual, porcue. na realidade, e nas etapas

de construção-instalação da proposta avaliativa em foco, não se fez nenhuma menção ao projeto

políti-co-pedagógico da escola, sendo este elaborado pos-teriormente pelos especialistas das escolas, sob a orientação da SEDUC.

Há um contra-senso no discurso das

técni-cas, Quando apontam o aspecto político do proje-to-pedagógico da instituição escolar, pois, nas Diretrizes Básicas para o Ensino Municipal de

For-taleza, nega-se oa to p o lítico d a ed u ca çã o Quando declaram Quea m elh o ria d a Q u a lid a d e d o en sin o se

vin cu la à m elh o ria d a competência técnica do

educador (grifos meus) (... ) Q u e g a ra n te a p erm a

-n ê-n cia d o s a lu -n o s -n a esco la e a co -n ti-n u id a d e d o

p ro cesso d e esco la riza çã o d o s m esm o s, onde oro m

-p im en to d e ta l co n tin u id a d e n ã o p o d e ser exp lica d o

exclu siva m en te a p a rtir d o s Is to rc s só cio -eco n ô m

i-co s d e o rig em extra -esi-co la r. E sta se d eve em la rg a

m ed id a , a o s p ro ced im en to s d id á tico -p ed a g ó g ico s,

Q u e d eterm in a m o in su cesso e o fra ca sso esco la r,

fu n cio n a n d o co m o m eca n ism o d e exclu sã o d a s

cri-a n çcri-a s d a s cla sses p o p u la res d o p ro cesso d e

esco la riza çã o (... ). É p a ra estes ú ltim o s p ro ced im en

-to s d id á tico -p ed a g ó g ico s, Q u e n o s co m p ete a ten ta r

c sp c a tic sm c n te . a té p o ro u e sã o eles Q u e p a ssa m a

sa n cio n a r o s efeito s d a d esig u a ld a d e s á c io c c o n ô

-m k s.í"

O alheamento dos técnicos do DDC relati oà dimensão político-social do ensino-aprendizagem

sempre me íntrígou/lnouíetou. pois não consigo per-ceber esse processo desvínculado de tal dimensão.

Isso poroue

oen sin o a re. iz 3 e. d e e esta m o s lã la n

-d o se ece csco e est.á situ a d a em

e. e. o, n m a cem ép o ca b

ts-e 5 ts-eP e o rien ta çõ es e d iretrizes d e

p :-lJ t~ .ÍO lla is · d a E d u ca çã o e d a s p o lítica s g o

-D;.-c:t;izes ,!l:ãsicas para o Ensino Municipal de Fortaleza. In: P ro -~ r.p. I -18.

(8)

vern a m en ta is. E sta s ú ltim a s têm u m a in ffu ên

-cia m u ito g ra n d e a tra vés d a leg isla çã o e d a s

n o rm a s Q u e a feta m a esco la . A lém d isso , g ra n

-d e p a rte -d o s esta b elecim en to s d e en sin o b á si-utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

co está d ireta m en te su b o rd in a d o a o E sta d o . T a m b ém , sa b em o s Q u e p ro fesso res e a lu n o s,

a u to res d e livro s, ed ito res Q u e p ro d u zem

li-vro s, ctc. sã o p esso a s rea is, Q u e vivem n u m

tem p o e n u m a cu ltu ra esp ecíflca . T êm p o

si-çõ es p o lítica s e so cia is Q u e sã o tra n sm ítíd a s

em seu s tra b a lh o s e n a s su a s rela çõ es co m a

esco la . O n d e esta p reten d e Q u e a s cria n ça s,

o s jo ven s e o s a d u lto s se e d u q u e m p a ra serem

m em b ro s p a rticip a n tes d a so cied a d e, co n

tri-b u in d o p a ra seu p ro g resso e d esen vo lvim en tozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(MASETTO, 1994: p. 41).

o

Que está por detrás do ocultamento/silencia-mento da dimensão política do ensino-aprendizagem, Quando se fala do desejo/compromisso de contribuir

para uma prática educativa comprometida com a luta das classes populares? Não seria significativo então

conceber Que o (re)dimensionamento da prática avaliativa vivenciada nas escolas passa pelo reconhe-cimento de seu caráter político e decontrlbuíção para

democratizar o ensino?

Dando continuidade ao trabalho de pesouísa,

realizei entrevistas com os professores e técnicos para saberouaís seriam os principais obstáculos oue

existi-am na escola para uma mudança consistente na avali-ação e coletar sugestões para superar estes obstáculos.

Vejamos os dados obtidos:

83% dos entrevistados responderam Que o

maior obstáculo a uma mudança consistente na prá-tica avaliativa diz respeito à resistência do professor

em mudar. E m a ceita r on o vo Q u e já n ã o é m a is n em

n o vo (citação de professora). Os 17% restantes

afir-maram Que o obstáculo maior é a palavrap ro va . O correto seria mudar para ta refln h a , poroue assim a

'3 mais trancüila. Também foram

menci-,culos a mudança constante de

ue o educador teria

com a nova sistemática de avaliação, bem como a necessidade de mais tempo para executá-Ia.17

Na realidade, tanto para os docentes como para

os técnicos, o professor acabou sendo o vilã o d a h

is-tó ria , não se conseguindo perceber alguns aspectos

Que inviabilizaram a nova sistemática de avaliação, tais como a forma abrupta como esta foi implantada nas escolas, sem os educadores estarem

sensibiliza-dos e com domínio do referencial teórico, falta de uma discussão aprofundada e continuada da temática

e de uma assessoria competente e sistemática por parte dos supervisores escolares e dos técnicos do

DOe, bem como a carência de um projeto político-pedagógico, construído coletivamente, Que norteasse

todo o trabalho escolar.

A resistência do professor à nova sistemática de avaliação aconteceu, mas é preciso reconhecer

Que uma metodologia de trabalho Que diz estar

ba-seada numap ersp ectiva d ia lético -lib erta d o ra , segundo Vasconcelos, d eve co m p reen d er a lg u n s elem en to s:

Partir da prática - ter a prática em Queestamos inseridos como desafio para a transformação.

Refletir sobre a prática - através da reflexão crítica e coletiva, buscando subsídios, procurar co-nhecer como funciona a prática, cuaís são suas

con-tradições, sua estrutura, suas leis de movimento,

captar sua essência, para saber como atuar no senti-do de sua transformação. Onde esta reflexão sobre a prática deverá ser feita em três dimensões:

Onde estamos (o oue está sendo)

• Para onde Queremos ir (como deveria ser)

• O Que fazer (o Que fazer para vir-a-ser).

Transformar a prática - atuar, coletiva e

organizadamente, sobre a prática, procurando

transformá-Ia na direção desejada (1995: p. 20-21).

E ainda:

A m u d a n ça n ã o se d á d e u m a vez (tu d o é já ),

vem o s a n ecessid a d e d e p a sso s p eo u en o s, a

(9)

su m id o s co letiva m en te, m a s co n creto s e n a d

i-reçã o certa , d esen ca d ea n d o u m p ro cesso d e

m u d a n ça co m a b ra n g ên cia crescen te: sa la d e

a u la , esco la , g ru p o d e esco la s, co m u n id a d e,

sistem a d e en sin o , so cied a d e civil, sistem a p o

-lítico , etc a p a rtir d a cria çã o d e u m a b a se

críti-ca en tre ed u críti-ca d o res, a lu n o s, p a is, ete. T ra ta -se

d e u m a lu ta d a ed u ca çã o , m a s a rticu la d a a o u

-tra s fren tes e seto res d a so cied a d e: d esd e n o

-va s p rá tica s n a esco la p a ssa n d o p o r m u d a n ça s

d e leg isla çã o , a té a co n stru çã o d e u m a n o va

so cied a d ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(I 995:

p.

20).

Luckesi compreende QUe, para Que haja a

a va lia çã o d ia g n ó stica , é n ecessá rio co m p reen d

ê-Ia e rea lizá -ê-Ia , co m p ro m etid a co m u m a p ro p o sta

p ed a g ó g ica h istó rico crítica , Q u e esteja a rticu la

-d a àp ersp ectiva d e Q u e o a lu n o d everá a p ro p

ri-a r-se criticri-a m en te d e co n h ecim en to s e h ri-a b ilid ri-a d es

n ecessá rio sBAàsu a rea liza çã o co m o su jeito crítico

d en tro d esta so cied a d e (1995:

p.

82).

E acrescenta:

~

U m a esco la , p a ra fu n cio n a r co eren tem en te, n

e-cessita d o p la n eja m en to e d a a çã o co letiva d o co

r-p o d o cen te, ju n ta m en te co m a s o u tra s in stâ n cia s

p ed a g ó g ica s e a d m in istra tiva s(1995:

p.

(48).

Fica evidenciado nas falas de Luckesi e

Vas-concelos Que mudar eXige vontade política,

compro-metimento e engajamento numa luta maior pela

democratização do ensino e, conseoüenternente. da

sociedade. E essa construção, esse caminho, não se

faz sozinho, mas em co m u n h ã o co m o s o u tro s nas

diversas instâncias da sociedade civil, não

adiantan-do, portanto, portarias, decretos e recursos outros

utilizados pelas instâncias superiores. pois. sem

pre-disposição interior para a mudança, para o no 'o,utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAnã

existirá crença e, conseoüentemente. nãohaverá ação.

sendo o diálogo o melhor caminho para se co ••.••.." •.."'

tal intento, pois entendo Que:

o

d iá lo g o é u m a eX ig ên cia existen cia l E se ele é o en co n tro em Q u e se so lid a riza o refletir e o

a g ir d e seu s su jeito s en d ereça d o s a o m u n d o a

ser tra n sfo rm a d o e h u m a n iza d o , n ã o p o d e

re-d u zir-se a u m a to d e d ep o sita r id éia s d e u m

su jeito n o o u tro , n em ta m p o u co to rn a rse sim

-p les tro ca d e id éia s a serem co n su m id a s -p elo s

p erm u ta n tes (FREIRE, (983).

Nessa mesma perspectiva, Mizukami

decla-ra Que a palavdecla-ra destituída de ação transforma-se

em verbalismo. Quando, porém, se enfatiza a ação,

sem reflexão, a palavra se converte em ativismo. E

a ação pela ação, ao minimizar a reflexão, nega a

práxís

verdadeira, impedindo o diálogo.

Qualouer

destas dicotomias gera distorções no pensamento

(1986:

p.

(01).

Para finalizar, cito Goldenberg (a p u d

VAS-CONCELOS, 1995: p. 50).

A s cen ten a s d e exp eriên cia s p ed a g ó g ica s

fei-ta s p elo s m a is d iferen tes g ru p o s (e co m a s m a is

d iferen tes m eto d o lo g ia s) sem p re co n seg u em

m elh o ra r su b sta n cia lm en te o ren d im en to

es-co la r d a s cria n ça s d e b a ixa ren d a . OQ u e ca

-ra cteriza essa s exp eriên cia s é Q u e sã o feita s

p o r p ro fesso res m o tiva d o s, p rep a ra d o s e o

ri-en ta d o s. P ro fesso res p rep a ra d o s, in teressa d o s

p o d em a d a p ta r cu rrícu lo s.

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Referências

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