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DIREITO DO TERCEIRO SETOR

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Academic year: 2022

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DIREITO DO TERCEIRO SETOR

Unidade 03

Marina Eugênia Costa Ferreira

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Unidade 3 | Introdução

O Terceiro Setor faz parte da cadeia produtiva da humanidade no mundo globalizado e o seu crescimento exponencial nas últimas décadas vem atraindo cada vez mais profissionais. Seu papel principal é a evolução social, que ocorre através da redução de desigualdades sociais, bem como proteção da dignidade da pessoa humana.

Fonte: Pixabay

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Unidade 3 | Objetivos

 Identificar e conceituar os principais atores do Terceiro Setor, suas características em comum e diferenças, mais especificamente as associações, fundações e organizações religiosas;

 Compreender o estatuto, o raio de atuação e as limitações de uma associação;

 Compreender o estatuto, o raio de atuação e as limitações de uma fundação;

 Compreender o estatuto, o raio de atuação e as limitações de uma organização religiosa.

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Associações, fundações e organizações religiosas

A essência desses atores é o fato de praticarem atos mediante concessão de personalidade, diferente das pessoas físicas que as compõem. Cada país denomina de modo diverso essas entidades, mas independente do termo, a pessoa jurídica deve ser compreendida como o conjunto de esforços humanos ou patrimoniais, que tem objetivo lícito e específico, sendo constituída de acordo com o ordenamento jurídico vigente (FIGUEIREDO, 2013).

Fonte: Pixabay

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Semelhanças entre associações, fundações e organizações religiosas

Quando pessoas decidem destinar recursos estrategicamente para uma finalidade, cresce a importância em averiguar o tipo de organização que será criada. A escolha em criar uma associação ou fundação, por exemplo, é etapa essencial nesse processo, pois a reflexão deve enquadrar a melhor

opção dentro da realidade a ser atendida. Fonte: Pixabay

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Uma grande vantagem ao optar por criar uma organização é a de que os fundadores criam todas as bases da entidade, determinando valores e delineando missão, visão, foco de atuação, objetivos, entre outros. No entanto, uma associação ou fundação demanda custos anuais fixos, que incluem a manutenção da estrutura em funcionamento; e variáveis, como a alocação de quantias para programas e projetos.

Em razão dessa realidade, é importante avaliar o valor que uma entidade pretende investir para evitar o risco de a maior parte das quantias disponíveis serem empregadas nos custos administrativos da organização. Isso porque não faz sentido iniciar uma organização que implemente mais verbas na sua manutenção do que alocações em suas finalidades, o que geraria sua culminação.

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Uma característica comum entre as organizações, fundações e organizações religiosas é a inexistência de finalidade lucrativa. Como já explicado, o lucro pode até existir, sendo importante sua presença, muitas vezes, a fim de viabilizar as atividades sociais. O que é vedado nessas entidades é o objetivo lucrativo e divisão de eventual lucro entre os seus membros.

As associações têm fins próprios e alteráveis, conforme definido pelos associados na forma prevista em seus estatutos, já que os associados podem alterar ou adaptar as finalidades segundo seus interesses. Ademais, é preciso notar que as atividades exercidas por essa forma de pessoa jurídica de direito privado independem de expressa previsão legal.

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As fundações têm fins alheios, de acordo com a volição do instituidor, mas imutáveis, visto que não pode ser alterado após a escolha. É permitida a mudança de regras no estatuto quando não afetam os objetivos estipulados. Essas viáveis alterações serão deliberadas pela maioria absoluta dos órgãos de administração e dependem da aprovação do Ministério Público. É essencial perceber que as finalidades das fundações estão especificadas no Código Civil.

As associações independem de patrimônio inicial ou de recursos mínimos para sua constituição, pois é um instrumento de gestão constituído ao longo da vida da associação. Já as fundações têm patrimônio, sendo um componente essencial alocado pelo criador. Esse patrimônio inicial precisa ser o suficiente para atender os objetivos sociais e essa análise de viabilidade é essencial para a perpetuação da entidade.

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Associações: fundamentação legal

As associações são entidades constantemente criadas na realidade brasileira. O estatuto associativo constitui e rege as associações abarcando a denominação, os fins, a sede da associação, os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados, os direitos e deveres de seus membros, além de diversas

outras estipulações. Fonte: Pixabay

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O art. 54 do Código Civil brasileiro prevê que o estatuto das associações deve conter as fontes de recursos para sua manutenção, isto é, as estratégias para percepção de verbas mantenedoras da estrutura de atividades da entidade, advindas recorrentemente das contribuições prestadas pelos seus associados (BARROS, 2002).

Outros pontos que precisam estar dispostos no estatuto das associações são não só os requisitos para modificação das cláusulas estatutárias e para a dissolução da entidade, mas também a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. Logo, os administradores precisam atuar nos limites fornecidos para sua função, respondendo individualmente quando ultrapassarem suas atribuições.

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Não se pode esquecer da inscrição do estatuto no registro civil de pessoas jurídicas, de acordo com a Lei nº 6.015/1973, que regulamenta os registros públicos. Após criada a associação, é possível anular esse ato nos próximos três anos, contados do registro, em razão de algum defeito no ato praticado, nos termos do art. 45, parágrafo único do CC/02 (BARROS, 2002).

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Raio de atuação

O art. 44, I do CC/02 dispõe sobre as associações como um dos tipos previstos para as pessoas jurídicas de direito privado. No entanto, os arts.

53 a 61 desse título é que estipulam as regras de organização dessas entidades, que são constituídas através da reunião de pessoas que se unem com finalidade não econômica (BARROS, 2002).

Fonte: Pixabay

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Nesse sentido, as associações são pessoas jurídicas de direito privado por meio das quais indivíduos se juntam com o intuito de executar alguma atividade, mas sem projetar a obtenção de lucro. Apesar desse enquadramento, não se pode olvidar que mesmo sem lucrar, as associações têm patrimônio, já que esse é necessário para viabilizar a persecução de seus objetivos.

Algumas exigências características das associações precisam estar presentes a fim de que venham usufruir as isenções fiscais. O art. 14 do Código Tributário Nacional dispõe sobre essas obrigações a serem preenchidas, como a não distribuição de patrimônio nem renda, a aplicação no Brasil de todos os seus recursos nas suas finalidades e a manutenção da escrituração de suas receitas e despesas (BRASIL, 1966).

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Diretoria Executiva é o órgão responsável pelo gerenciamento da associação, podendo ser formada apenas pelo presidente, mas pode vir a ter vários diretores, financeiro, administrativo, entre outros, variando de acordo com o tamanho e volume das atividades realizadas. Assim, sua extensão é indefinida, pois o estatuto poderá organizar de acordo com as necessidades.

O estatuto social é um documento essencial para as associações porque além de dispor sobre pontos preestabelecidos no ordenamento jurídico brasileiro, também poderá ser utilizado para determinar cláusulas que seus membros considerem importantes para alcançar os objetivos institucionais.

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Fundações: fundamentação legal

As fundações são pessoas jurídicas de direito privado ou de direito público, nos termos do código civil brasileiro, caracterizadas como uma universalidade de bens para persecução de determinado fim social ou de interesse público e coletivo.

Fonte: Pixabay

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A fundação de direito público é uma espécie que não é disciplinada pela lei civil brasileira porque é instituída mediante lei formal e recebe previsão específica na Constituição Federal, arts. 71, II e 163, II. É o direito administrativo que abrange esse tipo de pessoa jurídica em sua esfera, apesar de haver divergências sobre a natureza jurídica das fundações de direito público.

Os elementos que caracterizam as fundações são o patrimônio e a finalidade a que se destinam, que não pode ser econômica, determinados pelo seu instituidor através de uma escritura pública ou testamento. A aquisição da personalidade jurídica, por sua vez, ocorre no momento do registro do estatuto social aprovado no cartório civil de pessoas jurídicas (FIGUEIREDO, 2013).

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Raio de atuação

As fundações, sob a mesma lógica das associações, são pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, cujo caráter social é nítido. Uma grande diferença entre elas, no entanto, é a finalidade da entidade.

Fonte: Pixabay

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As fundações de direito privado, reunindo uma universalidade de bens, realizam determinado fim social, de interesse público ou coletivo. Para consecução de seus objetivos são necessárias a sua criação, observando todo o procedimento formal intrínseco, a definição de sua atividade principal e a fiscalização de seu trabalho.

A fiscalização das fundações é realizada pelo Ministério Público Estadual, ainda quando essas entidades possuam abrangência nacional, sendo a competência de um ou mais estados, a depender de onde está localizada a fundação. Desse modo, o órgão ministerial será encarregado de realizar esse controle, a fim de garantir a transparência.

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Organizações religiosas: conceito e tratamento jurídico

Sem desrespeitar as normas civis, o estatuto social das organizações religiosas precisa adequar-se às leis canônicas, haja vista ser insuficiente a obediência apenas ao diploma civil. Isso decorre de a necessidade dos atos constitutivos respeitarem todo o ordenamento jurídico vigente.

Fonte: Pixabay

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O estatuto precisa dispor expressamente sobre a denominação, os fins, a sede e o tempo de duração, o qual, como regra, é indeterminado, de acordo com a natureza das funções, o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores e dos diretores, o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente a organização religiosa. Geralmente, o presidente e o vice-presidente constam como representantes da organização.

O estatuto precisa prever também se pode vir a ser reformado quanto à sua administração e de que modo e se os associados respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações sociais. Usualmente, os estatutos preveem não terem os associados qualquer responsabilidade patrimonial em relação à organização religiosa. Ademais, os estatutos preveem, ainda, as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio (BARROS, 2002).

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Raio de atuação

As atividades realizadas por essas organizações visam incentivar as relações entre os seres humanos e o divino, através de princípios superiores. Existem as mais diversas variações, mas como pontos semelhantes promovem adorações, orações, meditações, doutrina, curas e bem-estar espiritual a partir de revelações, textos e princípios (BECKFORD, 2004).

Fonte: Pixabay

Referências

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