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Brazilian
Journal
of
OTORHINOLARYNGOLOGY
ARTIGO
DE
REVISÃO
Position
statement
of
the
Brazilian
Academy
of
Rhinology
on
the
use
of
antihistamines,
antileukotrienes,
and
oral
corticosteroids
in
the
treatment
of
inflammatory
sinonasal
diseases
夽
Olavo
de
Godoy
Mion
a,∗,
João
Ferreira
de
Mello
Jr.
b,
Daniel
Lorena
Dutra
c,
Nilvano
Alves
de
Andrade
c,
Washington
Luiz
de
Cerqueira
Almeida
c,
Wilma
Teresinha
Anselmo-Lima
d,
Leonardo
Lopes
Balsalobre
Filho
e,
Jair
de
Carvalho
e
Castro
f,
Roberto
Eustáquio
dos
Santos
Guimarães
g,h,
Marcus
Miranda
Lessa
i,
Sérgio
Fabrício
Maniglia
j,
Roberto
Campos
Meireles
k,
Márcio
Nakanishi
a,l,
Shirley
Shizue
Nagata
Pignatari
m,
Renato
Roithmann
n,o,
Fabrizio
Ricci
Romano
p,
Rodrigo
de
Paula
Santos
f,
Marco
César
Jorge
dos
Santos
ce
Edwin
Tamashiro
qaUniversidadedeSãoPaulo(USP),DisciplinadeOtorrinolaringologia,SãoPaulo,SP,Brasil bUniversidadedeSãoPaulo(USP),FaculdadedeMedicina,SãoPaulo,SP,Brasil
cUniversidadedeSãoPaulo(USP),FaculdadedeMedicina,DepartamentodeOtorrinolaringologia,SãoPaulo,SP,Brasil dUniversidadedeSãoPaulo(USP),FaculdadedeMedicinadeRibeirãoPreto,DepartamentodeOtorrinolaringologia,Ribeirão
Preto,SP,Brasil
eUniversidadeFederaldeSãoPaulo(UNIFESP),CiênciasdaSaúde,SãoPaulo,SP,Brasil fUniversidadeFederaldeSãoPaulo(UNIFESP),Otorrinolaringologia,SãoPaulo,SP,Brasil
gUniversidadeFederaldeMinasGerais(UFMG),FaculdadedeMedicina,BeloHorizonte,MG,Brasil hUniversidadedeSãoPaulo(USP),FaculdadedeMedicinadeRibeirãoPreto,RibeirãoPreto,SP,Brasil
iUniversidadeFederaldaBahia(UFBA),FaculdadedeMedicina,DisciplinadeOtorrinolaringologia,Salvador,BA,Brasil jHospitalInstitutoParanaensedeOtorrinolaringologia,CentrodeRiniteeAlergia,Curitiba,PR,Brasil
kUniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro(UERJ),RiodeJaneiro,RJ,Brasil lUniversidadedeBrasília(UnB),FaculdadedeMedicina,Brasília,DF,Brasil
mUniversidadeFederaldeSãoPaulo(UNIFESP),DepartamentodeOtorrinolaringologiaeCabec¸aePescoc¸o,SãoPaulo,SP,Brasil nUniversidadeLuteranadoBrasil(ULBRA),FaculdadedeMedicina,Otorrinolaringologia,Canoas,RS,Brasil
oMountSinaiHospital,DepartmentofOtolaryngology,Toronto,Canadá
pUniversidadedeSãoPaulo(USP),FaculdadedeMedicina,Ciências,SãoPaulo,SP,Brasil
DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2017.01.002 夽
Comocitaresteartigo:MionOG,MelloJF,DutraDL,AndradeNA,AlmeidaWL,Anselmo-LimaWT,etal.PositionstatementoftheBrazilian AcademyofRhinologyontheuseofantihistamines,antileukotrienes,andoralcorticosteroidsinthetreatmentofinflammatorysinonasal diseases.BrazJOtorhinolaryngol.2017;83:215---27.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:ominon@uol.com.br(O.G.Mion).
ArevisãoporparesédaresponsabilidadedaAssociac¸ãoBrasileiradeOtorrinolaringologiaeCirurgiaCérvico-Facial.
qUniversidadedeSãoPaulo(USP),FaculdadedeMedicinadeRibeirãoPreto,DepartamentodeOftalmologia,
OtorrinolaringologiaeCirurgiadeCabec¸aePescoc¸o,RibeirãoPreto,SP,Brasil
Recebidoem16dedezembrode2016;aceitoem21dedezembrode2016 DisponívelnaInternetem16defevereirode2017
KEYWORDS
Rhinitis; Rhinosinusitis; Antihistamines; Glucocorticoids; Leukotriene antagonists
Abstract:
Introduction:Inflammatoryconditions ofthenoseandparanasalsinuses arevery prevalent inthegeneralpopulation,resultinginmarkedlossofqualityoflifeinaffectedpatients,as wellassignificantwork,leisure,andsocialactivitylosses.Thesepatientsrequirespecificand specializedtreatment.Awiderangeoforalmedicationsareavailable.
Objective:Thepresentdocumentisaimedtoclarify,forprofessionalstreatingpatientswith inflammatorysinonasaldiseases,bothspecialistsandgeneralpractitioners,specificoral thera-piesinnoninfectiousnasalinflammatoryconditions.
Methods:Themethodologyusedtocreatethisarticleincludedthesearchforthekeywords: oralcorticosteroids,antihistamines,antileukotrienes,rhinitis,rhinosinusitisintheMEDLINEand EMBASEdatabasesinthelast5years.Sincenorelevantarticlewasfoundforthetextonthe subjectofinterestinthelast5years,thesearchwasextendedforanother5years,andsoon, accordingtotheauthors’needs.
Results:Relevantliteraturewas foundregardingtheuseofantihistamines,antileukotrienes andoralcorticosteroidsintheseconditions.TheBrazilianAcademyofRhinologyemphasizes, afterextensivediscussionbythecollegiate,keypointsinthetreatmentwiththesedrugs.
Conclusion:Thereissupportintheliteraturefortheuseofthesedrugs;however,final consi-derationsabouttheroleofeachofthemhavebeenmade.
©2017PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofAssociac¸˜aoBrasileirade Otorrinolarin-gologiaeCirurgiaC´ervico-Facial.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBYlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
PALAVRAS-CHAVE
Rinites; Rinossinusites; Anti-histamínicos; Glicocorticoides; Antagonistasde leucotrieno
PosicionamentodaAcademiaBrasileiradeRinologiasobreousodeanti-histamínicos,
antileucotrienosecorticosteroidesoraisnotratamentodedoenc¸asinflamatórias
nasossinusais
Resumo
Introduc¸ão:Asafecc¸õesinflamatóriasdonarizedosseiosparanasaissãomuitoprevalentesna populac¸ãogeral,causamacentuadaperdadequalidadedevidadospacientesafetados,geram perdassignificativasdasatividadesdetrabalho,lazeresociais.Essespacientesnecessitamde tratamentoespecíficoeespecializadoeumaamplagamademedicac¸õesoraisestádisponível.
Objetivo:Opresentedocumentotemporobjetivoesclareceràquelesquetratamdasdoenc¸as nasossinusaisinflamatórias,tantoespecialistasquantogeneralistas,sobreasterapêuticasorais nasafecc¸õesinflamatóriasnasaisnãoinfecciosas.
Método: Ametodologiausadaparaelaborac¸ãodesteartigoincluiuabuscadaspalavraschave: corticosteroidesorais,anti-histamínicos,antileucotrienos,rinite,rinossinusitenosbancosde dadosMedlineeEmbasenosúltimos5anos.Comonãofoiachadoartigorelevanteparaotexto sobreoassuntodeinteressenosúltimos5anos,abuscafoiestendidapormais5anos,eassim pordiante,deacordocomanecessidadedosautores.
Resultados: Literatura relevante foi encontrada comrelac¸ão ao uso dos anti-histamínicos, antileucotrienosecorticosteroidesoraisnessasafecc¸ões.AAcademiaBrasileiradeRinologia ressalta,apósamplodebatedocolegiado,pontos-chavenotratamentocomesses medicamen-tos.
Conclusão:Há respaldo na literatura para o uso desses medicamentos, entretanto considerac¸õesfinaisacercadopapeldecadadelesforamfeitas.
Introduc
¸ão
Asafecc¸õesinflamatóriasdonarizedosseiosparanasaissão ogrupodedoenc¸asmaisprevalentesnapopulac¸ãoemgeral. Essasdoenc¸as,comoasrinitesalérgicasenãoalérgicas,as rinossinusitesagudasecrônicas,comesempoliposenasal, causamacentuadaquedadaqualidadedevidadospacientes afetados,geramperdassignificativasdasatividadesde tra-balho,lazeresociaisemgeral.Essespacientesnecessitam detratamentoespecíficoeespecializado.
Asmedicac¸õesoraissãodeextremaimportânciano tra-tamento das doenc¸as inflamatórias do nariz e nos seios paranasais,assimcomonotratamentodasdoenc¸as infecci-osasdasviasaéreassuperiores.Emboraalgumasclassesde medicamentos sejam usadashá décadas, novasmoléculas têmsidooferecidas.
Devido à prevalência dessas doenc¸as, existe um gasto direto e indireto muito grande associado ao tratamento, principalmente nosdelongadurac¸ão.O custoassociado a elesnãodeveserignoradoeousocorretodessasdrogaspode gerargastos menores tanto parao paciente e sua família quantoparaasaúdepúblicaeasociedade.
Opresentedocumentotemporobjetivoesclarecer àque-les que tratam das doenc¸as nasossinusais inflamatórias, tanto especialistas quantogeneralistas, sobreas terapêu-ticasoraisnasaisnessasdoenc¸asnãoinfecciosas.Pormeio deumarevisãodasevidênciascientíficas,aAcademia Bra-sileira de Rinologia vem proporcionar sua visão prática e atualizada sobre asmedicac¸ões orais nasais mais usadas, comexcec¸ãodasmedicac¸õesquetenhamantibimicrobianos nasuaformulac¸ão.
Ametodologiausadaparaelaborac¸ãodesteartigoincluiu a busca das palavras-chave: corticosteroides orais, anti--histamínicos, antileucotrienos, rinite, rinossinusite nos bancosdedadosMedlineeEmbasenosúltimos5anos.Senão fosseachadoartigorelevanteparaotextosobreoassuntode interessenosúltimos5anos,abuscaeraestendidapormais 5anos,eassimpordiante,deacordocomanecessidadedos autores.
O
papel
da
histamina
e
dos
leucotrienos
nas
doenc
¸as
inflamatórias
nasais
Histamina
A histamina tem um importante papel fisiológico e pode seligara4receptores1(tabela1).Atravésdessasligac¸ões atua na imunorregulac¸ão e inflamac¸ão alérgica. Na rinite alérgica,ahistamina liberada namucosanasalliga-se aos receptores H1 e desencadeia vasodilatac¸ão, aumento da
Tabela1 Osanti-histamínicosereceptoresdehistamina
Receptores ProteínaG Atividadeprincipal
H1 G␣q Atopia---Reac¸ãoTipoIdeGelleCoombs
H2 G␣s Tratodigestivo
H3 G␣i Sistemanervosocentral
H4 G␣i Quimiotaxiadeeosinófilosemastócitos
AdaptadodeIIIConsensosobrerinites.1
permeabilidade vascular, prurido, aumento da secrec¸ão glandulareestimulac¸ãodeterminac¸õesnervosas.
Osreceptoresdehistaminasãoclassificadoscomo recep-tores de proteína G e apresentam-se na forma ativa ou inativa. A histamina estabiliza sua estruturac¸ão ativa enquanto osanti-histamínicos,que atuam como agonistas inversos,estabilizamaconformac¸ãoinativa.2
Leucotrienos
Aevidênciadopapel dosleucotrienos nafisiopatologia da doenc¸a emerge de estudos das fases imediata e tardia em desencadeamentos com alérgenos. Isso não acontecia após o contato com a metacolina.3,4 Análise da secrec¸ão depacientes com rinite persistente mostrava altos níveis de leucotrienos cisteínicos C4 e D45 e o LTC4.6 Devido à intensacapacidadedosleucotrienosdecausarinflamac¸ão, compotênciamilharesdevezesmaiordoqueadahistamina, especulou-sequeaobstruc¸ãoeacongestãonasalestivessem diretamenteligadosaessaclassedemediadores7(fig.1).
Apolipose nasalé umadoenc¸ainflamatória crônicado tratorespiratóriosuperiorqueafeta2a4%dapopulac¸ãoe 2/3dos pacientescom asmasensível ao ácido acetil sali-cílico. A histologia dos pólipos é similar à da asma, com eosinófilosemabundância,mastócitosealtosníveisde cis-tenilleucotrienospró-inflamatórios.8
Tem sido proposto que uma das causas potenciais da rinossinusitecrônicacompóliposnasaissejamosdefeitosna viadoseicosanoides,maisfortementeassociadaà intolerân-ciaaoácidoacetil salicílico.9Especificamente,oaumento dasíntesedeleucotrienospro-inflamatórioseadiminuic¸ão dasíntesedeprostaglandinasanti-inflamatóriastêmsidoo mecanismoaceitonãosomenteparaarinossinusitecrônica compólipos nasaisem pacientes sensíveisao ácido acetil salicílicocomoparaaquelestolerantesaessadroga.10
Em relac¸ão aos leucotrienos e à rinossinusite crônica, existemmuitosdadosemrelac¸ãoàsuaatuac¸ãonareduc¸ão dainflamac¸ão,especialmenteemrelac¸ãoaoeosinófiloena viadoseicosanoides.11Omontelucastemostroureduc¸ãoda inflamac¸ãoeosinofílica,viabilidadeeproduc¸ãodecitocinas empóliposnasais.12Foidemonstradoqueoinfluxodecálcio (Ca+)paraomastócitopelaviadaativac¸ãodaliberac¸ãodos canaisdeCa+estimulaaproduc¸ãodeleucotrienosC4,oque porsuavezativaummaiorinfluxodeCa+.13
Anti-histamínicos
Osanti-histamínicossãoconsideradoscomoumamedicac¸ão padrão-ouronotratamentodarinitealérgica.2
Fosfolipase A2
ácido araquidônico
FLAP
Hidrolase
Trasportador transmembrana
Núcleo Zileuton
5-lipoxigenase
Leucotrieno A4 Leucotrieno C4
Leucotrieno C4 Leucotrieno B4
Leucotrieno D4
Receptor BLT
Quimiotaxia
Espaço
extracelular
Leucotrieno E4
Receptor CisLT1 Leucotrieno C
Montelucaste pranlucaste zafirlucaste
4 sintase
Membrana nuclear Membranas celulares
Via aérea
Figura1 Viadoseicosanoides,quelevaàformac¸ãodosleucotrienos.
ac¸ãodahistaminaemneurôniossensoriaisepequenosvasos. Inibemofatordetranscric¸ãonuclearKapa-betaereduzem tambéma apresentac¸ão antigênicaea expressãode cito-cinas e moléculas de adesão celular.Reduzem, ainda,de formadosedependente,aativac¸ãodosmastócitos.11
Osanti-histamínicosH1sãoclassificadosemdoisgrupos. Os de primeira gerac¸ão rapidamente ultrapassam a bar-reirahematoencefálicaeocupamreceptoresH1localizados namembranapós-sinápticadeneurônioshistaminérgicos.A maiorpartedessesanti-histamínicosfoiintroduzidano mer-cadoantesdanecessidadedeestudosfarmacológicosserem exigidospelasagênciasreguladoras,portantodadosde far-macocinéticaefarmacodinâmicanãoestãodisponíveispara amaiorpartedeles.11
Poroutrolado,osdesegundagerac¸ãoapresentammenor potencialde sedac¸ão (tabela 2) e osdadosde farmacoci-néticae farmacodinâmica forampublicados para diversos
Tabela2 Anti-histamínicosdesegundagerac¸ãoeefeitos nosistemanervosocentral
Droga Dosesmg Sedac¸ãoobservada
emestudosde riniteouurticária, isoladamente
Bilastina 20 1,8%a5,8%
Cetirizina 10 6%a8,5%
Desloratadina 5 1,1%a3,7%
Ebastina 10 1,4%a2,7%
20 <2%a3%
Fexofenadina 120 <2%a3%
180 1,7%a4,5%
Levocetirizina 5 0,7%a6,7%
Loratadina 10 2,2%a6,6%
Rupatadina 10 2,7%a10%
AdaptadodeSimonsFEetal.2
gruposcomoadultossaudáveis,idosos,crianc¸as,pacientes com insuficiência renal etc. (tabela 3). Da mesma forma conhecemossuainterac¸ãocomalimentoseoutrosfármacos. Ressalta-sequeapósaparadadesuaingestãoasupressão da resposta à histamina nos testes alérgicos dura de 1 a 5dias.11
Os potenciais efeitos adversos dos anti-histamínicos de primeira gerac¸ão podem ser divididos de acordo com sua ac¸ão sobre outros receptores, como mostrado na tabela4.
Existem fortes evidências científicas de sua ac¸ão na melhoriadossintomasdarinitealérgicaeda rinoconjunti-vitealérgica.2,11,14Osanti-histamínicosdesegundagerac¸ão previnem e melhoram os espirros, o prurido nasal e a rinorreia,quecaracterizamarespostaimediatadareac¸ão alérgicaTipoIdaclassificac¸ãodeGelleCoombs.Contudo, apresentambaixoefeitosobreacongestãonasal(fase tar-dia)(tabela5).Controlamaindaossintomasoculares,como eritema,lacrimejamento,pruridoeedema.2,11,14
SegundoaAcademiaAmericanadeOtorrinolaringologia eCirurgiadeCabec¸aePescoc¸oeoconsensoRiniteAlérgica eseuImpactonaAsma(AllergicRhinitisandItsImpacton Asthma)recomenda-seousodosanti-histamínicosoraisde segundagerac¸ãoparapacientescomrinitealérgica.Embora nãosejamtãoeficazesquantooscorticosteroides intrana-sais,noscasoslevesemoderadostêmavantagemdocusto, dorápidoiníciodeac¸ãoedamanutenc¸ãodaeficiênciaem usoregular.Seumaiorbenefícioécomousoregular,contudo aadministrac¸ão‘‘quandonecessário’’édegrandeutilidade comomedicamentoderesgate.2,14
As doses dos anti-histamínicos de primeira e segunda gerac¸ãoparaadultosecrianc¸asestãonatabela6.
Tabela3 Farmacocinéticaefarmacodinâmicadealgunsanti-histamínicosemadultos11
Gerac¸ão Tmax(h) Meiavida(h) Iniciodeac¸ão(h) Durac¸ãodeefeito(h)
clorfeniramina 1a 2,8 27,9 3 24
difenidramina 1a 1,7 9,2 2 12
hidroxizina 1a 2,1 20,0 2 24
bilastina 2a 1,2 14,5 2 24
cetirizina 2a 1,0 6,5 0,7 ≥24
desloratadina 2a 1-3 27 2-2,6 ≥24
fexofenadina 2a 1-3 11 1-3 24
levocetirizina 2a 0,8 7 0,7 >24
loratadina 2a 1,2 7,8 2 24
rupatadina 2a 0,75 6 2 24
AdaptadodeSimonsetal.2
Tabela4 Potenciaisefeitosadversosdosanti-histamínicosdeprimeiragerac¸ão2
Localdeac¸ão Efeito
ReceptorH1nosistemanervosocentral Sedac¸ãoereduc¸ãodaatenc¸ão,cognic¸ão,aprendizagem,memóriae desempenhopsicomotor
Receptormuscarínico Bocaeolhossecos,retenc¸ãourinária,taquicardiasinusal,midríasee constipac¸ão
Receptordeserotonina Aumentodeapetiteeganhodepeso Receptoralfa-adrenérgico Tonturaehipotensãopostural
Canaisiônicoscardíacos AumentodointervaloQTearritmiaventricular
AdaptadodeSimonsetal.2
Tabela5 Efeitodosmedicamentossobreossintomasderinitealérgica
Espirros Rinorreia Obstruc¸ãonasal Pruridonasal
Anti-histamínicosorais ++ ++ + +++
Descongestionantesorais +++
Antileucotrienos + + + +
ModificadodeIIIConsensosobreRinitesdaAcademiaAmericanadeOtorrinolaringologiaeCirurgiadeCabec¸aePescoc¸o.1
há melhoria em escores clínicos e endoscópicos nesses pacientes.8
Aingestãodeanti-histamínicosdeprimeiragerac¸ãopode ocasionalmente causar intensa tontura, confusão, delírio, comaedepressãorespiratória.Emcrianc¸as,poroutrolado, podemocorrerefeitosparadoxais,comoexcitac¸ão, irritabi-lidade,hiperatividade,insôniaealucinac¸ão.2
Diferentemente,osdesegundagerac¸ão,nasdoses usu-ais, praticamente são isentosde efeitos adversos sobreo sistemanervoso centrale ac¸ão nos receptores muscaríni-cos,deserotoninaealfa-adrenérgicos.11 Suaseguranc¸aem populac¸õesespeciaisencontra-sedescritanatabela7.
Descongestionantesassociadosaoanti-histamínicos
Os descongestionantes nasais são subdivididos em orais e tópicos.Porseremagonistasalfaadrenérgicos,seuprincipal efeitoéavasoconstric¸ão.1Apseudoefedrinaéo desconges-tionante maisusado em associac¸ão com anti-histamínicos (tabelas8e9).Aassociac¸ãotemmelhorefeitodoqueas drogas isoladas no controle dos sintomas nasais, contudo
aumenta-se a chance de efeitos adversos, como insônia, cefaleia, boca seca e irritabilidade.17,18 Seu uso reduz a hiperemia,oedemaeacongestãonasal.18 Suaseguranc¸aé conhecidaemdosesúnicasdiáriasdeaté240mgparao con-troledaobstruc¸ãonasalem rinitealérgicasazonal, outras alergiasrespiratóriaserinossinusites.18
UmestudorecentesolicitadopelaFoodandDrug Admi-nistration (FDA) para avaliar a eficácia da fenilefrina no controledaobstruc¸ãonasaldemonstrouqueelatemefeito semelhanteaoplaceboquandoadministradanadosedeaté 40mgacadaquatrohoras.19
Nãoháevidênciadeeficáciadousode descongestionan-tesemcasosderinossinusiteagudabacterianaemcrianc¸as ouadultos,assimcomoempacientescomrinossinusite crô-nica(comousempolipose).20,21
Tabela6 Apresentac¸ãoeposologiadosanti-histamínicos
AntiH1 Apresentac¸ão Posologia
Crianc¸as2-12anos 12anos
Clássicos(PrimeiraGerac¸ão)
Clemastina Xarope:5mg/mL
Comprimido:1mg
<1ano:2,5mL 12/12hs
1-3anos:2,5-5mL 12/12hs
3-6anos:5mL 12/12hs 6-12anos7,5mL 12/12hs
20mL12/12hs 1comprimido 12/12hs
Dexclorfeniramina Xarope:25mg/mL Comprimido:2mg Drágea:6mg
anos:1,2mL8/8hs 6-12anos:2,5mL 8/8hs
5mLou1
comprimido8/8hs Máximo12mg/dia
Hidroxizina Formuladaemxarope
oucomprimido
Até6anos:50 mg/dia
>6anos:até100 mg/dia
Até150mg/dia
Prometazina Xarope:5mg/5mL
Comprimido:25mg
1mg/Kg/dia2-3 vezes/dia
20-60mg/dia
Cipro-heptadina Elixir:2mg/5mL Comprimido:4mg
2-6anos:2mg 8/8hs
Máximo8mg/dia 6-12anos:4mg 8/8hs
Máximo16mg/dia
4mg8/8hs Máximo16mg/dia
NãoClássicos(SegundaGerac¸ão)
Loratadina Soluc¸ãooral:5mg/5
mL
Comprimido:10mg
>2anos<30Kg:5 mg/dia
>30Kg:10mg/dia
10mg/dia
Cetirizina Gotas:10mg/mL
Comprimido:10mg
2-6anos:2,5 mg/dose12/12hs 6-12anos:
5mg/dose12/12hs
10mg/dia
Rupatadina Comprimido:10mg - 10mg/dia
Epinastina Xarope:10mg/5mL
Comprimido:10mg Comprimido:20mg
6-12anos:5a10 mg/dia
20mg/dia
Levocetirizina Gotas:5mg/mL
Comprimido:5mg
anos:1,25 mg/dose12/12hs 6-12anos:5 mg/dia
5mg/dia
Desloratadina Soluc¸ãooral:2,5mg/ 5mL
Comprimido:5mg
2-5anos:1,25mg/d 6-11anos:2,5 mg/dia
5mg/dia
Ebastina Xarope:1mg/mL
Comprimido:10mg
2-6anos:2,5 mg/dia 6-12anos:5 mg/dia
10mg/dia
Fexofenadina Soluc¸ãooral:6 mg/mL
Cápsulas:60mg Comprimido:120mg
6meses-2anos: 15mg/dose12/12 hs
2-11anos:30 mg/dose12/12hs
60mg12/12hs 120mg/d
Bilastina Comprimido:20mg - 20mg/dia
Tabela7 Efeitosadversosempopulac¸õesespeciais11
1agerac¸ão 2agerac¸ão
Insuficiênciarenal/hepática Poucosestudos.Potencialmentepode estarassociadoaefeitosadversos.
Dadosavaliadosparacadadroga. Sugere-seconsultarbulaparapossíveis alterac¸õesdedoses.
Idosos Comprometeacognic¸ão,memóriae
atenc¸ão.Podegerarqueda,delírioe incontinência.
Dadosavaliadosparacadadroga. Sugere-seconsultarbulaparamaiores informac¸ões.
Gestante Adifenidraminaeclorfeniraminasão classificadascomoClasseBa(FDA). Foramrelatadosirritabilidadee sonolêncianoslactentes.
Acetirizinaeloratadinasãoclassificadas comoClasseBa(FDA).Desloratadina, fexofenadinaelevocetirizinaClasseCa (FDA).Nãofoirelatadoefeitoadverso noslactentes.
Neonatos Podegerarirritabilidade,sonolência edepressãorespiratória.
Semefeitosobresistemanervoso central.
Crianc¸as Potencialriscodeefeitosadversos. Foidemostradaaseguranc¸aporlongo prazoparacetirizina,desloratadina, fexofenadina,levocetirizinae loratadina.
AdaptadodeSimons.2
a Aclassificac¸ãodoriscodousodedrogasnagestac¸ãosegundoaFoodandDrugAdministration(FDA).CategoriaA---estudosadequados ebemcontroladosnãodemonstraramriscosaofetonoprimeirotrimestredagestac¸ão(nãoháevidênciaderisconosoutrostrimestres); B---Estudosnareproduc¸ãoanimalnãodemostraramriscoparaofetoenãoexistemestudosadequadosebemcontroladosemgestantes; C---Estudosnareproduc¸ãoanimaldemonstraramefeitosadversosnofetoenãoháestudosadequadosebemcontroladosemhumanos, contudoospotenciaisbenefíciospodemjustificarousodadrogaemmulheresgrávidasapesardosriscospotenciais;D---Existemevidências deriscoparaofetobaseadasemreac¸õesadversasdeestudosinvestigacionaisouestudospós-marketing,contudoospotenciaisbenefícios podemjustificarousodadrogaemmulheresgrávidasapesardosriscospotenciais;X---Estudosemanimaisouhumanosdemonstraram alterac¸õesfetaisouháevidênciaderiscoaofetohumanobaseadoemreac¸õesadversasdeestudosinvestigacionaisoupós-marketinge osriscosenvolvidosnousodadrogaemmulheresgrávidasnãojustificamospotenciaisbenefícios.FDAPregnancyCategories.Acessado em02deabrilde2016.Disponívelem:http://www.drugs.com/pregnancy-categories.html.
hipertireoidismo e devem ser evitados em pacientes com hipertrofiaprostáticae paraatletas, jáqueéconsiderado doping.23,24
Anti-histamínicosassociadosaosantileucotrienos
Recentementefoi lanc¸ada nomercado umaassociac¸ão de anti-histamínicocomantileucotrieno.Seuobjetivoé melho-raro efeitoclínico dasdrogas, quer sejapor somac¸ão ou potencializac¸ãodos mesmos.Além disso,podemelhorara adesãoaotratamentoporofereceremummesmo compri-midoduasclassesdiferentesdemedicamentos.
Algunsestudos,majoritariamentedirecionadosàrinite, mostraram que o montelucaste foi associado a variados anti-histamínicosdesegundagerac¸ão,comoloratadina,25,26 fexofenadina,27 desloratadina28 e cetirizina.29 Uma meta-nálise demonstrou que seu efeito clínico é superior ao do placebo.30 Outrosestudos revelam que a associac¸ão é superioraoanti-histamínicoouantileucotrieno isoladosno controledossintomasdarinitealérgica.29,31
São poucos os estudos que avaliaram a combinac¸ão levocetirizina e montelucaste, mas os resultados têm sido promissores, superam associac¸ões com outros anti--histamínicos.Aassociac¸ãodalevocetirizinaedo montelu-casteapresentouresultadossuperiores,comefeitoaditivo benéfico notratamento darinite alérgicapersistente.32,33 Alguns trabalhos mostram que tal combinac¸ão traz bene-fíciosna prevenc¸ão dos sintomasdepacientescom pouca
respostaàmonoterapiaenocontroledossintomas, princi-palmenteosnoturnos.34,35
Antagonistas
de
leucotrienos
Oantagonista de receptorde leucotrieno montelucasteé usadono controle das doenc¸as alérgicas, como a asma e a rinite, pois é um bloqueador de receptor que se liga comaltaafinidadeeseletividadeaosreceptorescisteínicos encontradosnasviasaéreas.36,37 Nãotemefeito broncodi-latador,masmelhoraafunc¸ãopulmonardepacientescom asmamoderadaegrave,38alémdemelhorarossintomasde rinite,39apneiadosono40econjuntivite,41epodeserusado comoterapiaadjuvantenaurticáriacrônica.42Asdiretrizes GINA(GlobalInitiativeforAsthma),43PRACTALL(Practicing Allergology)44 e ARIA (AllergicRihinitis and its Impact on Asthma)11recomendamousodomontelucastecomoagente terapêuticoparaocontroledaasmaedarinite.
Afinidadeeseletividadeparaoreceptorcisteínico
Tabela8 Associac¸ãodeanti-histamínicosdeprimeiragerac¸ãocomdescongestionantes1
Associac¸ão Apresentac¸ão Posologiacrianc¸as PosologiaAdultos
e>12anos
Azatadina+Pseudoefedrina Drágeas1mgazatadina +120mgpseudoefedrina Xarope0,5mg
azatadina+30mg pseudoefedrina/ml
>6anos:5mlde 12em12horas 1a6anos:2,5ml de12em12horas
1comprimidode 12em12horas 10a20mlde12 em12horas
Bromofeniramina+Fenilefrinaa Xarope5mlc/2mg bromofeniramina+5mg fenilefrina
Gotas1mlc/2mg bro-mofeniramina+2,5mg fenilefrina
Comprimido:12mg bromofeniramina+15mg fenilefrina
>2anos:2,5a 5mlde6em6 horas
>2anos:2gotas porkgdivididasde 8em8horas.
15a30mlde6em 6horas
1comprimidode 12em12horas
Bromofeniramina+Pseudoefedrina Xarope1mlc/0,2mg bromofeniramina+3mg pseudoefedrina Cápsulascom4mg bromofeniramina+60mg pseudoefedrina
>6meses:0,25a 0,30ml/kg/dose de6em6horas
20mlde6em6 horas
1cápsulade6em 6horas
Triprolidina+Pseudoefedrina Xarope:cada5ml 1,25triprolidina+30mg pseudoefedrina Comprimido:2,5mg triprolidina+60mg pseudoefedrina
2a5anos:2,5ml de6em6horas 6a12anos:5ml de6em6horas
10mlde6em6 horas
1comprimidode6 em6horas
AdaptadodeIIIConsensosobrerinites.1
aSemevidênciadeefeitoclíniconaobstruc¸ãonasal.
Tabela9 Associac¸ãodeanti-histamínicosdesegundagerac¸ãocomdescongestionantesorais1
Associac¸ão Apresentac¸ão Posologiacrianc¸as Posologiaadultose
maioresde12anos
Fexofenadina+Pseudoefedrina Comprimido 60mg+120mg pseudoefedrina
1comprimido12/12 horas
Loratadina+Pseudoefedrina Comprimido5mg loratadina+120mg pseudoefedrina Comprimido24horas 10mg
loratadina+240mg pseudoefedrina Xarope1mg loratadina+12mg pseudoefedrina/ml
Peso>30kg:5ml de12em12horas Peso<30Kg:2,5ml de12em12horas
1comprimido12/12 horas
1comprimido/dia
Ebastina+pseudoefedrina Cápsulas10mg ebastina+120mg pseudoefedrina
1
comprimido12/12hs
Desloratadina+pseudoefedrina Capsulas2,5 mg+pseudoefedrina
1
comprimido12/12hs Cetirizina+pseudoefedrina Capsulas5mg+120mg
pseudoefedrina
1
Tabela10 Efeitoscolateraisdosantileucotrienos48---59
Efeitosadversosdomontelucaste
Efeitosgerais Faringite,febre,infecc¸ão Comparáveisaoplacebo47
Efeitosnaviaaéreainferior Pioradaasma Comparáveisaoplacebo47 Efeitosnosistemanervosocentral Irritabilidade,
agressividade,alucinac¸ões Suicídio?
Relacionadasaoutrasdrogas usadasconjuntamente?Melhoria dossintomasapóssuspensãodo tratamento48---52
Sistemavascular SíndromedeChurgStrauss?
(vasculite) Angioedema
Nãototalmenteesclarecido53,54
Pele Urticária 53
Hepáticos Hepatite 53,55
Doseselevadasdeaté1000g Mal-estar,vômitos,dor abdominalehiperatividade
Semrelatograveemrelac¸ãoà superdosagem56,57
deformamaisintensadoquepranlucasteeoutros compos-tosequivalentes(LM-1507eLM-1484).45
Seguranc¸aeefeitoscolaterais
Montelucastetemsemostradoumadrogacomaltoperfilde seguranc¸aeérecomendadoparaotratamentodaasmaeda riniteporconsensosediretrizesglobais.11,44,45Aincidência geraldeefeitos adversosé consideradabaixa(tabela 10). AFundac¸ãoCochraneavaliouadrogacomomaissegurado queosbeta-2agonistasdelonga.46
Eficáciadomontelucastenarinitealérgica
Diversosestudos,desdeadécadade1990,têminvestigado apossíveleficáciadosantagonistasdeleucotrienosno tra-tamentodarinitealérgica.58,59
Em rinite alérgica foi avaliados o antagonista zafir-lucaste, que mostrou alguma protec¸ão,59 assim como o pranlucaste.60Ousodomontelucasteresultouemmaior efi-cácia, inclusive combom custo-benefício,61 apesarde ser menosefetivodoqueocorticosteroidenasal.35
Vários autores avaliaram a ac¸ão do montelucaste em estudoscommaisdemilpacientescomrinitesazonal62,63e persistente,64comprovaramamelhoriadetodosossintomas cardinaisdarinitealérgica,comefeitonosonoena quali-dadedosono,sintomasoculares,rinoconjuntivitealérgica enaqualidadedevidaemgeral.60,62---64
Aeficáciadosantileucotrienosnarinitealérgicaeasma, apósmaisde15 anosdeuso,é amplamentecomprovada. Omontelucastefoimuitobemavaliado paraotratamento para arinite alérgica sazonal e perene. Produzmelhorias significativasnossintomasnasaiseocularesentre1e3dias, sintomasnoturnos,qualidadedosonoequalidadedevida.60
Antileucotrienoserinossinusitecrônicacom esempóliponasal
A polipose nasal é uma doenc¸a inflamatória crônica do tratorespiratóriosuperiorqueafeta2a4%dapopulac¸ãoe 2/3 dos pacientes com asma sensível ao ácido acetil salicílico.8
Apesar de a fisiopatologia das rinossinusites crônicas sugeriro uso deantileucotrienos, osestudosclínicos ran-domizados duplo-cegos não apoiam tão claramente os estudos teóricos em relac¸ão à eficácia dos inibidores de leucotrienos.65
Osantagonistas deleucotrienos,comoo montelucaste, zafirlucaste e zileuton, foram avaliados em estudos que envolverampacientes comrinossinusite crônica com poli-pose nasal e AERD.66,67 Os resultados não foram claros. Muitosestudosabertos nãocontrolados sugeremo benefí-ciodosantileucotrienosnasintomatologia,notamanhodos póliposnasaisenosescorestomográficos.68 Outros resulta-dosincluemmelhoria significativadeescoresemsintomas de cefaleia, dor e pressão facial, desconforto auditivo, dordentária,secrec¸ão nasalpurulenta, gotejamento pós--nasal, congestão e obstruc¸ão nasal e também olfac¸ão.69 Esses estudosconcluem que medicamentos modificadores deleucotrienos,seadicionadosamedicac¸õespadrão, inclu-sive corticosteroides, resultamem melhoria dos sintomas nasais de pacientes com rinossinusite crônica com e sem polipose.70---72
Entretanto,osdadosdeestudosduplo-cegos, randomiza-dosecontroladosnãoapoiamconsistentementeobenefício daterapia com antileucotrienos em pacientes com rinos-sinusite crônica.66,73 Apesar de os antileucotrienos serem efetivosnospacientescomAERD,elesnãosãomaisefetivos doquenospacientestolerantesaoácidoacetilsalicílico.74,75 Emrelac¸ãoàassociac¸ãodomontelucastecomos corti-costeroidesintranasais,existemestudosquecomprovama eficáciadousocombinadonarinossinusitecrônica.O monte-lucasteadicionadoaoscorticosteroidesintranasaismelhora ossintomas dos pacientes comrinossinusite crônica, com perfildeseguranc¸aexcelente.76
Poresses motivos,aac¸ãodosantileucotrienos,quando analisada sob o ponto de vista da medicina baseada em evidências,revelaumlimitadoníveldeeficácia etemum baixograu derecomendac¸ãoem pacientesque sofremde rinossinusitecrônicacompoliposenasal.77
Tabela11 Equivalência,potênciaanti-inflamatóriaemeiavidadoscorticosteroides
Dosedeequivalênciaaproximadaemmg Potênciaanti-inflamatóriarelativaa Meia-vidabiológica(hrs)
Hidrocortisona 20 1 8-12
Prednisona 5 3,5-4,0 12-36
Prednisolona 5 4,0 12-36
Metilprednisolona 4 5,0 12-36
Dexametasona 0,75 30 36-72
Betametasona 0,6 30 36-72
Deflazacort 7,5 2,5-3,5 24-36
Adaptadodeanti-inflamatórioshormonais:glicocorticoides.80 aEmcomparac¸ãocomahidrocortisona(cortisol).
falamos de montelucaste é a sua alta seguranc¸a e tole-rabilidade, mesmo em crianc¸as.11 O que é claramente depreendidoé sua utilidadenos pacientes alérgicos, com asmaeoscomintolerânciaaoácidoacetilsalicílico.Esses sãoospacientescomrinossinusitecrônicaquedevemusar osantileucotrienoscomotratamento,sejacomoadjuvante ounão,parapós-operatórioemanutenc¸ão.
Corticosteroides
orais
Osglicocorticosteroides(GC)sãoumaclassededrogascom ac¸õesemdiversasfunc¸õescelulares,seuefeitoimportante nosmecanismosenvolvidosnainflamac¸ãoostornamumadas principaisviasdetratamentodedoenc¸asautoimunese infla-matórias,comoasma,alergia,artritereumatoide,esclerose múltipla,doenc¸asinflamatóriasintestinais.78 Essa caracte-rísticaproporcionatambémumpapelrelevantenasdoenc¸as inflamatóriasnasais.Entretanto,seusbenefícios terapêuti-cossãolimitadospelosefeitoscolateraisassociadosaoseu usoportempoprolongadoeemaltasdoses.
Essesefeitosincluemosteoporose,atrofiadepele, dia-betes,glaucoma,catarata,hipertensão,necroseavascular, infecc¸ãoeaumentodegorduraabdominal.79 Natabela11 encontramososprincipais GCsistêmicosusadosna prática clínica com sua tabela de equivalência e potência anti--inflamatória.80 Adotamos a terminologia corticosteroides (CS)comosinônimodosGC.
Os corticosteroides agem sobre a síntese proteica. Ao penetrar nas células ligam-se a receptores denominados receptores de glicocorticosteroides e direcionam-se ao núcleocelular,ondedesencadeiamseusefeitosgenômicos. Apresentamdoismecanismosdeac¸ão.Oprimeiroé denomi-nadodetransativac¸ão,quandoinduzasíntesedeproteínas comolipocortina-1,receptoresbeta-adrenérgicos,inibidor deleucoproteasesecretora.Apresentamtambémumaac¸ão detransrepressão, naqual há inibic¸ãodasíntese de cito-cinasinflamatóriasemoléculasdeadesãoentreoutras.Tal mecanismopareceseromaisrelevantenasdoenc¸as inflama-tóriasetambémomenosrelacionado aosefeitosadversos destaclassededrogas.1,81
Rinossinusiteagudabacteriana
UmarevisãoCochranerelatanãohaverevidênciaatual con-sistente para o uso de corticosteroides sistêmicos, como monoterapiaparaotratamentoderinossinusiteaguda.82Nos
pacientesnos quais houveassociac¸ãodos corticosteroides comantibióticossistêmicos,parecehaveralgumbenefício comoalíviosintomático,emboradadosatuaissejam limita-dos.Obenefícioem curtoprazoseverificacomareduc¸ão nosescoresdedor,parecehavermelhorianossintomasmais agudos de dor facial e cefaleia.82,83 Não há evidência de resultadosmelhoresemlongoprazo(acimade2semanas), apartirde10diasamelhoriaverificadaemgrupostratados comassociac¸ãodecorticosteroideseantibióticosse asseme-lhaaosgruposplacebo.83,84Dessaforma,oscorticosteroides podemtrazerumalíviosintomático em curto prazo como terapiaadjuvante.
Rinossinusitecrônica
Revisãosistemáticarecentesugerepapelimportanteparaos corticosteroidessistêmicosnasagudizac¸õesdas rinossinusi-tescrônicas(RSC)compólipos,éindicadoparatratamento intermitentecurto(1-3semanas).85Estapesquisacita3 revi-sões sistemáticaspréviasparausoem RSC,86---88 demonstra associac¸ãocomamelhoriadesintomas,dosquestionáriosde qualidadedevidaedoescoredepóliposcomparadocom pla-cebo,perfaz5ensaiosclínicoscontroladoserandomizados. Entretanto,osensaiosdemonstraram melhoriaapenasem curtoprazo,cercade2-3semanas,comseguimentolimitado de2a6meses.
Rinitealérgica
O uso decorticosteroides por umbreve períodopode ser umaopc¸ãoterapêuticanospacientescomrinitealérgicanão responsivosaoutrostratamentos.90 Aexistênciadeoutras opc¸õesdetratamentomuitoeficazesaliadaaopotencialde efeitosadversosdousodosesteroides,principalmentepor tempoprolongado,nãojustificaoseuusonarinitealérgica deformasistemáticaerotineira,portantonãosão conside-radoscomoprimeiralinhadetratamento.91
Considerac
¸ões
finais
Recomenda-sepreferênciaparao usodeanti-histamínicos desegundagerac¸ãoemdetrimentodosdeprimeiradevido aomelhorperfildeseguranc¸a.Noqueserefereasonolência ousedac¸ão,dentreosdesegundagerac¸ãodevemser con-sideradosdose,tempodeusoesensibilidadeindividualde cadapaciente.
Ousodedescongestionanteoralé útilnoalíviode sin-tomadeobstruc¸ãonasalaguda.Recomenda-secautelano seuusopelospotenciaisefeitoscolaterais.
Os anti-histamínicos associados a antileucotrieno assu-memrelevâncianafalhademonoterapia.
Osantagonistasdereceptoresdeleucotrienospodemser usadosemadultosecrianc¸ascomrinitealérgicasazonale em crianc¸aspré-escolarescom rinitealérgicapersistente, devido a eficácia, alta seguranc¸a e tolerabilidade.16 Essa linhade medicamentos podeaindaser usada como trata-mentoadjuvantenotratamentodasrinossinusitescrônicas. Oscorticosteroides oraissão úteis como medicac¸ão de resgate nas rinossinusites crônicas com pólipos, normal-mentesãousadosporperíodocurtode1a3semanas.Nas rinossinusitescrônicassempóliposaevidênciaparaseuuso émuitolimitada,dessaformaaanálisedeumpossível bene-fíciofrenteaospotenciaisriscosdeusodoscorticosteroides oraisdevenortearadecisãoclínica.Deformasemelhante, nasrinossinusitesagudasbacterianas,omédicodeveavaliar individualmentecadapaciente,determinaragravidadedos sintomas,osriscosdoscorticosteroidesoraiseponderarseu usocomoumaopc¸ãodealíviosintomático.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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