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Vidas Secas, de Graciliano Ramos:

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Academic year: 2021

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Vidas Secas ,

de Graciliano Ramos

Vidas Secas ,

de Graciliano Ramos:

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www.graciliano.com.br

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POR ELE MESMO

http://www.graciliano.com.br/grporelemesmo.html

Nasceu em 1892, em Quebrangulo, Alagoas.

Casado duas vezes, tem sete filhos.

Altura 1,75.

Sapato n.º 41.

Colarinho n.º 39.

Prefere não andar.

Não gosta de vizinhos.

Detesta rádio, telefone e campainhas.

Tem horror às pessoas que falam alto.

Usa óculos. Meio calvo.

Não tem preferência por nenhuma comida.

Não gosta de frutas nem de doces.

Indiferente à música.

Sua leitura predileta: a Bíblia.

Escreveu "Caetés" com 34 anos de idade.

Não dá preferência a nenhum dos seus livros publicados.

Gosta de beber aguardente.

É ateu. Indiferente à Academia.

Odeia a burguesia. Adora crianças.

Romancistas brasileiros que mais lhe agradam: Manoel Antônio de Almeida, Machado de Assis, Jorge Amado, José Lins do Rego e Rachel de Queiroz.

Gosta de palavrões escritos e falados.

Deseja a morte do capitalismo.

Escreveu seus livros pela manhã.

Fuma cigarros "Selma" (três maços por dia).

É inspetor de ensino, trabalha no "Correio do Manhã".

Apesar de o acharem pessimista, discorda de tudo.

Só tem cinco ternos de roupa, estragados.

Refaz seus romances várias vezes.

Esteve preso duas vezes.

É-Ihe indiferente estar preso ou solto.

Escreve à mão.

Seus maiores amigos: Capitão Lobo, Cubano, José Lins do Rego e José Olympio.

Tem poucas dívidas.

Quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas.

Espera morrer com 57 anos.

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VIDAS SECAS

“Lançado originalmente em 1938, é o romance em que o mestre Graciliano — tão meticuloso que chegava a comparecer à gráfica no momento em que o livro entrava no prelo, para checar se a revisão não haveria interferido em seu texto — alcança o máximo da expressão que vinha buscando em sua prosa.

O que impulsiona os personagens é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro.” [www.graciliano.com.br]

Edições:

Última edição brasileira: 112ª (2010)

Editado também

na Espanha (em catalão), desde 2010 na Argentina, desde 1958

na Polônia, desde 1950

na República Tcheca, desde 1959 na Rússia, desde 1961

na Itália, desde 1961 em Portugal, desde 1962

nos Estados Unidos, desde 1965 em Cuba, desde 1964

na França, desde 1964

na Alemanha, desde 1965 na Dinamarca, desde 1966 na Romênia, desde 1966 na Hungria, desde 1967 na Bulgária, desde 1969 em Flamengo, desde 1971 na Espanha, desde 1974 na Turquia, desde 1985 na Suécia, desde 1993 na Holanda, desde 1998

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“O que sou é uma espécie de Fabiano, e seria Fabiano completo se a seca

houvesse destruído a minha gente, como V. muito bem reconhece. ”

Graciliano Ramos

(apud CANDIDO, 1992, p. 8)

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Narrada em terceira pessoa, a obra Vidas Secas trata de uma família de retirantes do sertão brasileiro condicionada a sua vida

subumana, diante de problemas sociais como

a seca, a pobreza, a fome. Em consequência,

no caleidoscópio de sentimentos e emoções

que essa sua condição obriga essa família a

viver e a procurar meios de sobrevivência,

cria-se uma ligação ainda muito forte com a

situação social do Brasil hoje. É considerada a

obra mais importante de Graciliano Ramos.

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Estrutura da obra

• Narrador onisciente, em terceira pessoa;

• Personagens principais: Fabiano, Sinhá Vitória e os demais (os filhos, inominados, Baleia, o papagaio);

• 13 capítulos titulados e não numerados;

• É construída rigorosamente segundo o modelo clássico da narrativa realista-naturalista;

• Os eventos se desenrolam no sertão, numa região não nominada (mas, obviamente, o Nordeste, pois o cangaço existe), assolada pela seca, da qual as personagens fogem rumo ao Sul.

• O período de tempo ao longo do qual a ação se desenvolve também é indefinido, estendendo-se pelo menos por um ano (de uma seca a outra), podendo abarcar, porém, vários anos, já que os dados contidos no texto são contraditórios ou, pelo

menos, pouco claros, pois, por exemplo, ao mesmo tempo em que se fala em “um ano”, Baleia envelhece e tem de ser

sacrificada, o que não é compatível com tão curto período.

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Quanto à época...

• Há pelo menos um dado seguro: ela deve ser o final da década de 1940, já que Fabiano vê o cangaço como alternativa para sua situação e porque pode-se adotar a data em que as

forças públicas (estaduais, possivelmente) passaram a utilizar fardamento da cor

amarela. Entretanto, o texto não fornece

outros dados que permitam maior precisão.

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Os retirantes. Cândido Portinari.

Fabiano estava contente e acreditava nessa terra, porque não sabia como ela era nem onde era [...]. E andavam para o sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes.

(RAMOS, 2010, p.127).

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Vidas Secas é frequentemente

classificado como romance social ,

por tratar de uma família de retirantes que foge da seca. O leitor acompanha as

agruras dessa família que sofre com a

pobreza e falta de oportunidade. Vê-se

então a própria representação

da realidade brasileira.

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“Na obra, o autor narra, então, a luta desses viventes para sobreviverem apesar de. Apesar da seca, apesar da falta de estudos, apesar da falta de

comunicação entre os membros da família, apesar do abuso de poder, apesar das perdas,

apesar da falta de perspectivas futuras, apesar de suas próprias vidas . . . secas.

A angústia toma conta da história. Os sonhos são pequenos. Seus nomes são pequenos. Seus filhos são pequenos. Seus vocábulos são pequenos, seus sons guturais, secos de certas palavras, assim como de palavras

certas. Secas são suas vidas. Secas estão suas esperanças. Seca e dura

é a cama de Sinhá Vitória. Secos são os sentimentos de Fabiano.

Seca é a terra. Seco é o céu. Seca é a história sobre os viventes.”

(BARRETO, 2005, pág. 583)

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Vidas Secas e “Reflexões sobre o Moderno Romance Brasileiro”, de Benedito Nunes

Sobre o romance de 30: “romance do Nordeste, incidindo, como

reconheceu Antônio Cândido, numa ‘espécie de Neo-naturalismo desenvolvido sem influência direta dos modernistas...’”

“(...) Utilizando a linguagem culta, a ficção dessa fase, socialmente empenhada,

admitiu particularidades léxicas e sintáticas do falar brasileiro, segundo as expressões localistas, num sentido documental, para autenticar o caráter regional da narrativa.”

[Os Condenados – Oswald de Andrade]

“(...) a secura da linguagem ,

a sua limpeza retórica, a sua mimese ascética e empática, desfazem a

diferenciação localista do regional, na

medida em que a região, onde transita

a família de Fabiano, converte-se no

marco de uma situação humana de

universal concretude.”

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A obra é feita de ausências: de água, de

nomes, sobrenomes, de palavras, de dinheiro, de respeito. O silêncio fala muitas vezes por eles e, Graciliano mostra, a partir de comparações entre homens e animais, a zoomorfização dos homens ― Fabiano se compara,

intermitentemente, a um bicho, assim como seu filho ― e a

antropomorfização do animal ― Baleia, embora cachorra, possui as

sensações mais humanas da história e cabe a ela também o momento

mais dramático da narrativa. A ela, Graciliano provê alegrias e tristezas,

vida e morte; aos demais personagens, cabe apenas a sobrevivência.

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Falar de Vidas Secas envolve também refletir sobre a

problemática que reside na questão do termo Regionalismo , pois, por vezes, as obras que recebem tal classificação são analisadas por seu valor documental e a composição literária é deixada em segundo plano. Porém, a obra de Graciliano Ramos merece outro olhar, mesmo que vinculado ao Regionalismo, já que isso depende de uma obediência a

critérios historiográficos duvidosos.

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Fisher afirma no seu ensaio Provocação: Regionalismo é a mãe! que:

“Graciliano soube fazer sua linguagem descarnada passear por aquele mundo árido e raso de tudo, sem doutrinar, sem explicar, sem desculpar: aí está seu acerto. E vêm os caras me falar de

“regionalismo”?”

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O regionalismo é o pé de fogo da literatura. Mas a dor é universal, porque é uma

expressão de humanidade.

E nossa ficção incipiente não pode competir com os termos cultivados por uma inteligência mais requintada: só interessará por suas revelações, pela originalidade de seus aspectos despercebidos.

(ALMEIDA, 2009, p.38)

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É a articulação entre realidade e representação que serve como pista para a caracterização do romance moderno brasileiro. Em Graciliano Ramos, essa relação é complexa, já que encontra, na linguagem codificada do escritor, a possibilidade de atingir seus limites.

Graciliano articula a realidade da seca aos meios literários, não só

entrelaçando motivo e forma, mas fundindo-os, o que faz com que o termo

Regionalismo possa parecer uma mera classificação

para sua obra.

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VIDAS SECAS:

recepções contemporâneas do romance de Graciliano Ramos:

- Fotografia

- Ilustração

- Cinema

- Teatro

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Na fotografia: Vidas Secas, por Evandro Teixeira

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Na fotografia: O chão de Graciliano

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No cinema:

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Na ilustração:

Imagens de: Marcelo Grassman, que ilustram algumas edições de Vidas Secas.

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No teatro:

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Nos quadrinhos:

Projeto piloto de: Jefferson Eblack

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Projeto de: Rodrigo Rosa

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Vídeo:

Mestres da literatura: Graciliano Ramos

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Referências:

BARBOSA, João Alexandre. A modernidade do romance. In: PROENÇA FILHO,

Domício (org.). O livro do seminário 1

a

. Bienal Nestlé de Literatura Brasileira. São Paulo:

LR Editores, 1982.

BARRETO, Cintia C. Subjetividade da linguagem em vidas secas: discurso popular e identidade. In: V Congresso de Letras: Discursos e Identidade Cultural. CENTRO

UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA. maio de 2005.

CANDIDO, Antonio. Ficção e confissão: ensaios sobre Graciliano Ramos. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.

DACANAL, José Hildebrando. Romances brasileiros II. Porto Alegre: Novo Século, 2001.

NUNES, Benedito: Reflexões sobre o moderno romance brasileiro. In: PROENÇA FILHO, Domício (org.). O livro do seminário 1

a

. Bienal Nestlé de Literatura Brasileira. São Paulo: LR Editores, 1982.

SANTIAGO, Silviano. Fechado para balanço: (Sessenta anos de Modernismo). In:

Nas Malhas da Letra. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

WEBER, João Hernesto. Modernismo, dependência e Memórias sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade. In: O Romance Modernista: tradição literária e contexto histórico. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1990.

www.graciliano.com.br

Referências

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