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2. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: MIORRELAXANTES...6. A. Combinações de Miorrelaxantes + Analgésicos...13

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Índice

1. VISÃO GERAL ...3

1.1. Medidas não farmacológicas ...3

1.2. Estimulação elétrica funcional ...4

1.3. Órteses ...5

2. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: MIORRELAXANTES ...6

2.1. Miorrelaxantes de ação central ...7

A. ciclobenzaprina ...7

B. carisoprodol ...7

C. tiocolchicósido ...8

D. benzodiazepínicos ...9

E. baclofeno ...10

F. tizanidina ...11

G. orfenadrina ...12

2.2. Associações de fármacos ...12

A. Combinações de Miorrelaxantes + Analgésicos ...13

B. Combinações de Miorrelaxantes + Analgésicos e/ou AINEs ...14

(4)

2.3. Miorrelaxantes de ação periférica ...15

A. Toxina botulínica ...15

B. Dantroleno ...16

C. Neurólise com fenol ...17

3. TRATAMENTO CIRÚRGICO ...18

3.1. Neurocirurgia ...18

3.2. Cirurgia do sistema musculoesquelético ...18

RESUMO DO MÓDULO 3 ...19

(5)

1. VISÃO GERAL

Segundo o Consenso Brasileiro de Espasticidade

1

, quatro princípios que devem ser levados em consideração no tratamento da espasticidade:

1. Não existe um tratamento de cura definitiva da lesão.

2. O tratamento é multifatorial, visando a diminuição da incapacidade.

3. O tratamento deve estar inserido dentro de um programa de reabilitação.

4. O tempo de tratamento deve ser baseado na evolução funcional do paciente.

O tratamento da espasticidade deve ser realizado com uma combinação de medidas não farmacológicas e farmacológicas, descritas a seguir.

1.1. Medidas não farmacológicas

Crioterapia e Calor

A crioterapia consiste da aplicação de frio, que pode ser indicada como agente facilitador temporário da cinesioterapia (ver a seguir). O frio pode ser aplicado em diferentes temperaturas na forma de imersão, aerossóis e bolsas de gelo, por 15 a 30 minutos. Seu efeito dura cerca de 30 minutos a 2 horas.

O calor pode ser aplicado localmente na forma de banhos quentes, imersão, bolsas, forno de

bier e compressas sobre o espasmo muscular. O relaxamento muscular ocorre quando se atinge progressivamente temperaturas entre 38,5 e 40º C. Tanto o frio quanto o calor têm contraindicações relativas em pacientes que apresentem arterites

2

, distúrbios vasomotores e alterações de sensibilidade.

1

Fonte: http://jararaca.ufsm.br/websites/lan/download/Consensos/Espasticidade.pdf

2

ARTERITE - inflamação de uma artéria.

Forno de bier

(6)

Cinesioterapia

É uma modalidade terapêutica de amplo consenso para o controle da espasticidade. É aplicado por profissional especializado (fisioterapeuta) e envolve técnicas de posicionamento, mobilização, posturas e alongamentos, técnicas neuromotoras e sensitivo-motoras.

Mecanoterapia é a cinesioterapia com utilização de equipamentos para movimentação passiva, estimulação neuroproprioceptiva e no treino de funções, facilitando a atuação do fisioterapeuta e terapeuta ocupacional.

Biofeedback

O biofeedback consiste de técnicas instrumentais de retrocontrole visual ou auditivas, utilizando eletromiografia de superfície ou sensores articulares que podem favorecer a redução da espasticidade.

Terapia ocupacional

A terapia ocupacional tem como objetivo a capacitação do indivíduo nas atividades da vida diária e da vida prática. O paciente deve treinar e praticar para aprender as técnicas, possibilitando alcançar a independência e ou melhorar a função nas atividades de vida diária. Existem evidências que a terapia ocupacional é um recurso terapêutico válido para o desenvolvimento funcional de pacientes com espasmos musculares.

1.2. Estimulação elétrica funcional

Conhecida como FES (Functional Electrical Stimulation), a estimulação elétrica funcional é utilizada para melhorar a contração de músculos flácidos ou paralisados, mas também é indicada na espasticidade leve a moderada. É feita por meio de eletrodos aderidos à pele que aplicam pequenas correntes elétricas intermitentes nos músculos afetados. Os efeitos imediatos são relaxamento do

músculo espástico e estimulação sensorial; seus efeitos em longo prazo podem melhorar as propriedades musculares.

Estimulação elétrica funcional

(7)

1.3. Órteses

Órtese é um dispositivo permanente ou transitório, utilizado para auxiliar as funções de um membro, órgão ou tecido, evitando deformidades ou sua progressão e/

ou compensando insuficiências funcionais, por exemplo, joelheiras, tornozeleiras, bengalas, coletes especiais, cintas, apoios etc.

As órteses podem ser indicadas em todas as fases do processo de reabilitação, podendo ser modificadas, substituídas ou adaptadas conforme a idade, demanda funcional e evolução do quadro.

Além do tratamento não farmacológico, a espasticidade pode ser tratada por métodos

farmacológicos, principalmente com uso de miorrelaxantes, além de outras medicações auxiliares

como analgésicos e anti-inflamatórios.

(8)

2. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: MIORRELAXANTES

Existem no mercado diversos medicamentos utilizados para o relaxamento muscular - os chamados miorrelaxantes. Esses fármacos agem por mecanismos que diminuem a excitabilidade dos reflexos medulares, que incluem:

• Redução da liberação de neurotransmissores excitatórios pelos terminais pré-sinápticos de fibras aferentes;

• Inibição de interneurônios

3

excitatórios;

• Interferência com a contratilidade do músculo;

• Inibição dos impulsos nervosos aferentes excitatórios sobre os neurônios motores.

Os miorrelaxantes podem apresentar ação central (sobre mecanismos nervosos que levam à espasticidade) ou periférica, interferindo localmente com a função muscular.

Classes de Miorrelaxantes no tratamento da Espasticidade

3

INTERNEURÔNIO - neurônio de ligação entre uma fibra sensorial e uma fibra motora.

• ciclobenzaprina

• carisoprodol

• tiocolchicósido

• baclofeno

• Toxina botulínica A (TBA)

• Dantroleno

• Neurólise com fenol

• benzodiazepínicos

• tizanidina

• orfenadrina

AÇÃO CENTRAL AÇÃO PERIFÉRICA

(9)

4

Fonte para miorrelaxantes centrais: Dicionário Terapêutico Guanabara, 2009/10.

2.1. Miorrelaxantes de ação central

Os miorrelaxantes de ação central deprimem seletivamente a parte do sistema nervoso central que controla o tônus muscular, sendo usados para promover relaxamento dos espasmos musculares e em certos procedimentos ortopédicos.

O mecanismo de ação dos miorrelaxantes centrais não está totalmente esclarecido: acredita-se que a maioria atua bloqueando ou retardando a transmissão dos impulsos nervosos nas sinapses dentro da medula espinhal e no tronco cerebral, tálamo e gânglios basais do cérebro

4

.

Vamos ver a seguir os principais miorrelaxantes de ação central.

A. ciclobenzaprina

Descrição

A ciclobenzaprina é um miorrelaxante estruturalmente relacionado com os antidepressivos tricíclicos, com mecanismo de ação ainda não totalmente esclarecido. Está indicada para o tratamento de espasmos musculares juntamente com fisioterapia, e de afecções musculoesqueléticas como fibromialgia, lombalgias, torcicolos e periartrite.

B. carisoprodol

Descrição

O carisoprodol é frequentemente encontrado em formulações combinadas de miorrelaxantes e analgésicos (ver item 2.2), não sendo comercializado em monoterapia no Brasil. É um derivado do betabloqueador propranolol, indicado para alívio de sinais e sintomas de espasmo muscular localizado.

Sua ação inicia-se em cerca de 30 minutos e dura de 4 a 6 horas. É administrado, em geral, em doses 4 vezes ao dia.

A ciclobenzaprina será detalhada no Módulo 4 - MITRUL® E CONCORRÊNCIA

(10)

Contraindicações

Insuficiência hepática ou renal, porfiria

5

aguda intermitente, depressão do SNC.

Reações adversas

Pode provocar sonolência, tontura, náuseas, vômitos, sensação de queimação epigástrica, constipação, diarreia, ataxia

6

. Em casos raros pode provocar dependência psíquica.

C. tiocolchicósido

Descrição

O tiocolchicósido é um derivado da colchicina, indicado para contraturas musculares das síndromes neurológicas e afecções reumáticas, por via oral ou injetável. Promove uma atenuação ou supressão considerável da contração muscular de origem central: na hipertonia espástica, diminui a resistência passiva do músculo estriado e reduz ou suprime o aparecimento da contratura residual. Sua

ação miorrelaxante ocorre também sobre os músculos viscerais (notavelmente o útero), sendo contraindicado em gestantes.

Está indicado para o tratamento de contraturas musculares e torcicolo, inicialmente em 4 doses orais diárias, podendo ser aumentada progressivamente ao longo de 2-3 dias. O comprimido contém açúcar, devendo ser usado com cautela por pacientes diabéticos.

Por via intramuscular, a dose é de 2 ampolas ao dia.

Contraindicações

Hipersensibilidade aos componentes, gravidez e lactação. Não é recomendado para crianças abaixo de 15 anos.

5

PORFIRIA - termo geral para um grupo de doenças do sangue, caracterizado por produção excessiva de porfirinas, de origem genética.

6

ATAXIA - incapacidade de coordenar movimentos voluntários não relacionada com deficiência motora.

Produtos: COLTRAX® (Sanofi), MUSCORIL® (Sigma Pharma).

(11)

Descrição

Os benzodiazepínicos (BZD) formam uma classe numerosa de compostos usados como ansiolíticos (para reduzir a ansiedade), miorrelaxantes, anticonvulsivantes

7

e indutores do sono. O BZD mais usado como miorrelaxante é o diazepam, porém também o clonazepam pode ser usado.

Os BZDs têm efeito antiespástico, por facilitarem os efeitos pós-sinápticos do neurotransmissor inibitório GABA. Parecem ser eficazes para atenuar os reflexos profundos exacerbados e diminuir os espasmos dolorosos, assim como a resistência ao movimento passivo.

Assim como o baclofeno, os BZDs são utilizados preferencialmente na espasticidade de origem medular, porém seus efeitos colaterais, especialmente a sedação e amnésia, limitam a sua utilização.

Contraindicações

Hipersensibilidade aos benzodiazepínicos, glaucoma de ângulo fechado

8

, insuficiência respiratória grave, insuficiência hepática grave, síndrome da apneia do sono, miastenia grave

9

. Deve ser evitado o uso concomitante com álcool ou depressores do SNC.

Reações adversas

Por via oral, a reação adversa mais comum é diarreia e, por via injetável, ansiedade ou insônia. Pode desencadear crises convulsivas em pacientes epilépticos. Também pode provocar sonolência e reações alérgicas e anafiláticas (prurido, urticária, edema).

Alguns minutos após a injeção intramuscular, pode ocorrer síncope vasovagal (desmaio) em alguns pacientes.

D. benzodiazepínicos

7

ANTICONVULSIVANTE – medicamento usado no tratamento das epilepsias.

8

GLAUCOMA DE ÂNGULO FECHADO - tipo de glaucoma, síndrome caracterizada por aumento da pressão intraocular, que provoca alterações no nervo óptico e cegueira.

9

MIASTENIA GRAVE - doença caracterizada por esgotamento progressivo e rápido da força dos músculos esqueléticos, de causa desconhecida.

diazepam: VALIUM® (Roche), COMPAZ® (Cristália), genéricos.

clonazepam: RIVOTRIL® (Roche), CLOPAM® (Cristália), CLONOTRIL (Torrent), genéricos.

(12)

Reações adversas

Os BZDs podem provocar cansaço, sonolência, amnésia anterógrada

10

, reações paradoxais

(inquietude, agitação, agressividade, raiva, irritabilidade), visão turva, hipotensão, retenção urinária.

Não são adequados para tratamento prolongado, pois tem potencial de provocar dependência física, requerendo receituário controlado.

O uso dos BZDs na espasticidade é limitado pela sua perda da eficácia com o passar do tempo e pelos seus efeitos colaterais

11

.

E. baclofeno

Descrição

O baclofeno atua pela estimulação dos receptores GABA-B. Esta estimulação, por sua vez, inibe a liberação dos aminoácidos excitatórios glutamato e aspartato. A transmissão neuromuscular não é afetada pelo baclofeno, que também exerce efeito antinociceptivo (analgésico).

Está indicado no tratamento da espasticidade dos músculos esqueléticos na esclerose múltipla e dos estados espásticos nas afecções da medula espinhal de origem infecciosa, degenerativa, traumática, neoplásica ou desconhecida.

Seu início de ação é altamente variável, desde horas até semanas, sendo lentamente eliminado do sistema nervoso central. O baclofeno deve ser tomado durante as refeições, em 2 a 4 doses diárias, aumentadas lentamente até atingir a dose ideal. O tratamento deve ser descontinuado gradualmente.

Contraindicações

Hipersensibilidade aos componentes. Deve-se dar atenção especial a pacientes portadores de

epilepsia, já que pode ocorrer a redução no limiar de convulsão, havendo registros ocasionais de crises após a descontinuação do tratamento ou com superdose.

10

AMNÉSIA ANTERÓGRADA - condição de não se recordar do que ocorreu momentos ou horas antes da tomada da medicação.

11

Fonte: Lianza, Sérgio. Consenso Nacional de Espasticidade - Diretrizes para o Diagnóstico e Tratamento - SBMFR, 2001.

Produtos: LIORESAL® (Novartis), BACLON® (União Química).

(13)

Reações adversas

As reações mais comuns do baclofeno são sedação, sonolência e náuseas. Também pode ocorrer fadiga, confusão mental, distúrbios visuais, distúrbios gastrintestinais, erupção cutânea, depressão respiratória e cardiovascular, incoordenação motora e sudorese excessiva.

Na descontinuação abrupta do tratamento, especialmente por longo prazo, foram relatados casos de ansiedade e confusão mental, delírios, alucinações, convulsões (estado epiléptico), taquicardia

12

, febre e agravamento temporário de espasticidade

13

.

F. tizanidina

Descrição

A tizanidina é um derivado imidazólico de ação miorrelaxante central. Seu principal local de ação é a medula espinhal, onde evidências sugerem que, pela estimulação de receptores alfa2 pré-sinápticos, ocorre inibição da liberação de aminoácidos excitatórios que estimulam os receptores N-metil-D- aspartato (NMDA). Além das propriedades miorrelaxantes, também exerce um efeito analgésico central moderado.

Está indicada para o alívio de espasmos musculares dolorosos e espasticidade devida a distúrbios neurológicos (ex. esclerose múltipla, doenças degenerativas da medula espinhal, AVC e paralisia cerebral).

O tratamento deve ser iniciado com duas doses diárias, aumentando para 3 a 4 doses diárias e, adaptando a dose conforme a necessidade para cada distúrbio neurológico.

Contraindicações

Hipersensibilidade aos componentes, disfunção hepática grave, uso concomitante com fluvoxamina ou ciprofloxacino.

12

TAQUICARDIA - aumento da frequência cardíaca.

13

Fonte: Bula de LIORESAL.

Produtos: SIRDALUD® (Novartis).

(14)

Reações adversas

A principal reação adversa da tizanidina é a sonolência, podendo também provocar fadiga, tontura, náusea, boca seca, fraqueza muscular, insônia, problemas gastrintestinais, hipotensão ortostática, elevação das enzimas hepáticas e redução da pressão arterial.

Foram observadas hipertensão e taquicardia rebotes após a retirada repentina, quando este é

utilizado de maneira crônica, e/ou em altas doses diárias, e/ou junto com fármacos anti-hipertensivos.

Deve ser interrompida com redução gradual da dose, e não abruptamente

14

.

G. orfenadrina

O citrato de orfenadrina é um componente de várias combinações orais com analgésicos e cafeína (ver item 2.2), não sendo comercializado em monoterapia. No exterior, está disponível também por via injetável.

Seu mecanismo de ação é desconhecido, mas pode ser atribuído a propriedades analgésicas, pois não relaxa diretamente músculos tensos em seres humanos. Pode provocar boca seca, taquicardia, palpitação, constipação, visão turva e retenção urinária. Também tem potencial para abuso, pois pode produzir euforia mesmo em doses terapêuticas

15

.

2.2. Associações de fármacos

Existem no mercado várias combinações de miorrelaxantes, analgésicos, cafeína e anti-inflamatório não esteroide (AINE) sob prescrição médica ou de venda livre, usados no tratamento das dores musculares em geral.

A associação de fármacos tem a vantagem de combater os sintomas da espasticidade em várias frentes, porém também pode aumentar o leque de eventos adversos dos componentes somados.

14

Fonte: Bula de SIRDALUD

15

Fonte: RX-list: http://www.rxlist.com/norflex-drug/side-effects-interactions.htm

(15)

Nestas combinações acima, o miorrelaxante é combinado com um analgésico puro (dipirona ou paracetamol) + cafeína.

• O carisoprodol tem ação miorrelaxante central;

• A orfenadrina, como já foi dito, não demonstra propriedades relaxantes musculares em humanos. Seus efeitos são principalmente analgésicos;

• Os analgésicos aumentam a ação analgésica sobre os espasmos musculares, auxiliando no alívio da dor produzida pelo miorrelaxante;

• A cafeína é conhecida por potencializar a ação analgésica quando associada a miorrelaxantes e analgésicos, porém pode provocar agitação e insônia, especialmente se tomada antes de dormir, pois tem efeito estimulante do sistema nervoso central.

A. Combinações de Miorrelaxantes + Analgésicos

Produto Laboratório Composição

DORFLEX Sanofi

orfenadrina + dipirona + cafeína

ANA-FLEX Cristália

BENOFLEX P Sanofi orfenadrina + paracetamol + cafeína

MIONEVRIX Aché carisoprodol + dipirona + vitaminas do complexo B (tiamina + piridoxina +

cianocobalamina)

DORILAX Aché carisoprodol + paracetamol + cafeína

(16)

B. Combinações de Miorrelaxantes + Analgésicos e/ou AINEs

Produto Laboratório Composição

TANDRILAX Aché

carisoprodol + paracetamol + cafeína + diclofenaco

BESEROL Sanofi

FLEXALGIN Geolab

TRILAX Sandoz

MIOFLEX Farmasa carisoprodol + paracetamol + fenilbutazona

DOLAMIN

FLEX Farmoquímica ciclobenzaprina + clonixinato

MIOSAN CAF Apsen ciclobenzaprina + cafeína

Nestes casos, o miorrelaxante carisoprodol é combinado com o analgésico paracetamol e os anti-

inflamatórios não esteroides (AINEs) diclofenaco, clonixinato ou fenilbutazona; os AINEs reduzem

sintomas inflamatórios por inibição da síntese de prostaglandinas inflamatórias que provocam

inchaço, vermelhidão e dor. Na ausência de processo inflamatório associado à espasticidade,

contudo, a adição de AINE não produz efeitos notáveis e ainda aumenta a incidência de

eventos adversos gastrintestinais, tais como irritação gástrica, úlceras, sangramentos

gastrintestinais e problemas renais.

(17)

2.3. Miorrelaxantes de ação periférica 16 A. Toxina botulínica

Descrição

A toxina botulínica A (TBA) é uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum muito usada como relaxante muscular local em procedimentos estéticos, porém também apresenta vários usos terapêuticos. Age bloqueando a liberação de acetilcolina na terminação pré-sináptica das placas motoras e a contração muscular, porém não interfere na produção de acetilcolina e seu efeito é reversível.

É aplicada por meio de agulha fina no músculo afetado, em múltiplos locais do músculo afetado.

Seus efeitos iniciais podem ser observados de 3 a 10 dias após a aplicação e duram de 2 a 6 meses, quando precisa haver nova aplicação. Está indicada na hipertonia espástica em grupos musculares ou músculos localizados, e em caso de impossibilidade ou intolerância à medicação oral.

Contraindicações

Absolutas: Hipersensibilidade conhecida à TBA, infecção no local, gravidez. Relativas: Doença neuromuscular associada, coagulopatia

17

associada, falta de cooperação do paciente, contraturas fixas, lactação e uso de aminoglicosídeos.

Reações adversas

Localmente, a aplicação da TBA pode provocar dor, hematoma e infecção local. A toxina também pode provocar alergia, atrofia focal do músculo, alterações da produção de suor, sensação de perda de força muscular e formação de anticorpos anti-TBA levando ao surgimento de reações imunes.

Um tempo mínimo de 3 meses entre as aplicações é necessário para diminuir o risco da formação de anticorpos anti-TBA.

16

Fonte: Lianza, Sérgio. Consenso Nacional de Espasticidade - Diretrizes para o Diagnóstico e Tratamento - SBMFR, 2001.

17

COAGULOPATIA – termo genérico para doença que afeta a coagulação do sangue.

(18)

B. Dantroleno

Descrição

O dantroleno atua perifericamente em nível muscular, inibindo a liberação de cálcio intracelular e diminuindo, assim, a força de contração muscular. Não apresenta os efeitos de sedação e depressão central do diazepam ou do baclofeno. Por via intravenosa, está indicado somente no tratamento da hipertermia maligna e não da espasticidade.

Contraindicações

Hipersensibilidade aos componentes, lactação. Durante o tratamento não devem ser consumidas bebidas alcoólicas ou outros depressores do SNC.

Reações adversas

O dantroleno pode provocar náuseas, vômitos, letargia, tontura, cefaleia e diarreia.

Hepatotoxicidade

18

pode ocorrer em 1% dos pacientes, com uma incidência de 0,1-1,2% de hepatite fatal em pacientes tratados por mais de 60 dias. Pode provocar reações de fotossensibilidade, assim o paciente não deve se expor ao sol durante o tratamento.

Em pacientes com pouca força muscular, o dantroleno pode acentuar a fraqueza muscular. Também altera as habilidades mentais e físicas como operar máquinas e dirigir automóveis.

Produtos: DANTROLEN® (Cristália).

18

HEPATOTOXICIDADE – efeitos tóxicos para o fígado.

(19)

C. Neurólise com fenol

Descrição

O fenol é um agente empregado há mais de 50 anos para o tratamento da espasticidade: age como anestésico local nas fibras gama em concentrações de até 3%. Em concentrações superiores, destrói a bainha de mielina das fibras (neurólise) e interrompe a condução nervosa e o arco reflexo, diminuindo o tônus muscular.

Os procedimentos com o fenol são indicados na neurólise de nervos motores. Em caso de nervos mistos, a neurólise pode gerar um estímulo interpretado na forma de dor no território denervado em 10-30% dos pacientes.

A neurólise com fenol pode ser feita através da pele ou por exposição cirúrgica. É usado um eletroestimulador de corrente pulsante e agulhas revestidas de teflon, aplicando fenol a 3-6% no ponto afetado. Os efeitos podem ser sentidos quase que imediatamente ou algumas horas após o procedimento e duram entre 3-12 meses, tempo necessário para a regeneração da bainha de mielina.

O procedimento pode ser repetido, caso haja necessidade. A neurólise com fenol está indicada principalmente no tratamento de grandes grupos musculares espásticos pela relação custo-benefício.

Reações adversas

As mais frequentes são tonturas, náuseas, vômitos e fraqueza muscular. Se houver administração

venosa acidental, pode ocorrer tremor, convulsões, parada respiratória, cardíaca e necrose da parede

vascular com formação de trombo.

(20)

3. TRATAMENTO CIRÚRGICO

3.1 Neurocirurgia

Os procedimentos neurocirúrgicos estão reservados para os casos mais graves de espasticidade e incluem:

• Administração do baclofeno ou morfina intratecal, por meio de bomba de infusão - a morfina é um analgésico opioide com efeito sedativo que inibe os reflexos na medula espinhal;

• Rizotomia dorsal seletiva - lesão das raízes dorsais de nervos que produzem espasticidade;

• Neurotomia periférica - secção cirúrgica do nervo que leva à espasticidade, podendo levar a dor ou perda de função muscular;

• Mielotomia - consiste em separar a medula espinhal longitudinalmente em anterior e posterior, entre os segmentos L1 e L5, interrompendo o arco reflexo medular;

• Estimulação medular - técnica em que se implanta eletrodo para estimulação elétrica na região epidural cervical.

3.2. Cirurgia do sistema musculoesquelético

A maior parte das cirurgias em pacientes portadores de paralisia espástica é executada nos órgãos terminais (músculos e tendões). O ortopedista pode alongar ou transferir os músculos contraídos ou espásticos. Pela consequente alteração da tensão no fuso muscular, o estímulo de contrações futuras ficará teoricamente diminuído, diminuindo a espasticidade. Entretanto, o efeito na espasticidade é variável e imprevisível.

As cirurgias devem ter como objetivo o desenvolvimento motor, a melhora postural, o

desenvolvimento dos membros superiores e a qualidade da marcha, sempre buscando reduzir o gasto

de energia e facilitando a melhora da qualidade de vida.

(21)

Resumo do Módulo 3

Tratamento da espasticidade - Medidas gerais

Medidas não farmacológicas

• Crioterapia e Calor - aplicados de variadas formas sobre os músculos contraídos;

• Cinesioterapia - aplicado por profissional especializado (fisioterapeuta) e envolve técnicas de posicionamento, mobilização, posturas e alongamentos, técnicas neuromotoras e sensitivo-motoras;

• Biofeedback - consiste de técnicas instrumentais de retrocontrole visual ou auditivas.

Estimulação elétrica funcional (FES)

• É indicada na espasticidade leve a moderada;

• É feita por meio de eletrodos aderidos à pele que aplicam pequenas correntes elétricas intermitentes nos músculos afetados. Os efeitos imediatos são relaxamento do músculo espástico e estimulação sensorial.

Órteses Joelheiras, tornozeleiras, bengalas, coletes especiais, cintas, apoios, etc., usadas para auxiliar as funções de um membro, órgão ou tecido, evitando deformidades ou sua progressão e/ou compensando insuficiências funcionais.

Terapia

ocupacional O paciente deve treinar e praticar para aprender as técnicas, possibilitando

alcançar a independência e melhorar a função nas atividades de vida diária.

(22)

Miorrelaxantes de ação central - Resumo

Carisoprodol

• Frequentemente encontrado em formulações combinadas de miorrelaxantes e analgésicos;

• Indicado para alívio de sinais e sintomas de espasmo muscular localizado, em 4 doses diárias;

• Pode provocar sonolência, tontura, náuseas, vômitos, sensação de queimação epigástrica, constipação, diarreia, ataxia.

Tiocolchicósido

• Indicado para contraturas musculares das síndromes neurológicas e afecções reumáticas, por via oral ou injetável;

• Sua ação miorrelaxante ocorre também sobre os músculos viscerais (notavelmente o útero);

• Indicado para contraturas musculares e torcicolo, inicialmente em 4 doses orais diárias;

• Por via oral, a reação adversa mais comum é diarreia. Pode desencadear crises convulsivas em pacientes epilépticos.

Benzodiazepínicos

• O BZD mais usado como miorrelaxante é o diazepam, porém também o clonazepam pode ser usado;

• Eficazes para atenuar os reflexos profundos exacerbados e diminuir os espasmos dolorosos;

• Uso na espasticidade é limitado pela sua perda da eficácia com o passar do tempo e pelos seus efeitos colaterais - cansaço, sonolência, amnésia anterógrada, reações paradoxais;

• Em longo prazo pode provocar dependência física.

Baclofeno

• Indicado no tratamento da espasticidade na esclerose múltipla e dos estados espásticos nas afecções da medula espinhal;

• Deve ser tomado em 2-4 doses diárias junto com as refeições;

• Início de ação altamente variável, desde horas até semanas, sendo lentamente eliminado do sistema nervoso central;

• As reações adversas mais comuns são sedação, sonolência e náuseas. Pode reduzir o limiar de convulsões em pacientes epilépticos.

Tizanidina

• Além das propriedades miorrelaxantes, também exerce um efeito analgésico central moderado;

• Indicada para o alívio de espasmos musculares dolorosos e espasticidade devida a distúrbios neurológicos, em 3 a 4 doses diárias;

• A principal reação adversa é a sonolência, podendo também provocar fadiga, tontura, náusea, boca seca, fraqueza muscular, insônia, problemas GI, hipotensão ortostática, elevação das enzimas hepáticas e redução da pressão arterial.

Orfenadrina

• Componente de várias combinações orais com analgésicos e cafeína;

• Mecanismo de ação desconhecido, mas pode ser atribuído a propriedades analgésicas, pois não relaxa diretamente músculos tensos nos seres humanos;

• Pode provocar boca seca, taquicardia, palpitação, constipação, visão turva e

retenção urinária. Também tem potencial para abuso.

(23)

Miorrelaxantes de ação periférica - Resumo

Toxina Botulínica A

• Bloqueia a liberação de acetilcolina na terminação pré-sináptica das placas motoras e a contração muscular. É aplicada por meio de agulha fina em vários locais do músculo, com efeito que dura de 2 a 6 meses;

• Indicada na hipertonia espástica em grupos musculares ou músculos localizados, e em caso de impossibilidade ou intolerância à medicação oral;

• Pode provocar dor, hematoma e infecção local. Também pode provocar alergia, atrofia focal do músculo, alterações da produção de suor, sensação de perda de força muscular e formação de anticorpos anti-TBA.

Dantroleno

• Atua inibindo a liberação de cálcio intracelular e diminuindo a força de contração muscular;

• Pode provocar náuseas, vômitos, letargia, tontura, cefaleia e diarreia;

• Podem ocorrer hepatotoxicidade e reações de fotossensibilidade, assim o paciente não deve expor-se ao sol durante o tratamento.

Neurólise com fenol

• Em concentrações de 3-6%, destrói a bainha de mielina das fibras (neurólise) e interrompe a condução nervosa, diminuindo o tônus muscular;

• Pode ser feita através da pele ou por exposição cirúrgica. É usado um eletroestimulador de corrente pulsante e agulhas revestidas de teflon;

• Os efeitos podem ser sentidos imediatamente ou após algumas horas e duram entre 3-12 meses;

• Está indicada principalmente no tratamento de grandes grupos musculares espásticos;

• Os efeitos colaterais mais frequentes são tonturas, náuseas, vômitos e

fraqueza muscular.

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