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AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO, INCIDÊNCIA DE FERRUGEM E CERCÓSPORA EM POPULAÇÃO F DE  Coffea arabica  SUBMETIDAS À SELEÇÃO RECORRENTE

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Academic year: 2022

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  AVALIAÇÃO  DE  PRODUÇÃO,  INCIDÊNCIA  DE  FERRUGEM  E  CERCÓSPORA  EM  POPULAÇÃO F

DE Coffea arabica SUBMETIDAS À SELEÇÃO RECORRENTE 

G.A.Souza  ‐  Mestranda  em  Fisiologia  Vegetal‐UFLA;  A.  Madeira  ‐  Engenheira  Agrônoma  ‐  Epamig; 

M.G.Ferreira ‐ Mestrando em Fisiologia Vegetal‐UFLA;, F. Cerqueira ‐ Mestrando em Fitotecnia ‐ UFLA; J.L. 

Machado  ‐  Graduanda  em  Agronomia  (6°  período)  Departamento  de  Agricultura  –  Setor  de  Cafeicultura  UFLA‐ janaine‐lopes@hotmail.com; S.P. de Carvalho‐Professor Departamento de Fitotecnia ‐ UFLA 

O  cafeeiro  é  uma  planta  perene,  pertencente  à  família  Rubiaceae  e  ao  gênero  Coffea. 

Dentre as espécies conhecidas somente duas são exploradas comercialmente, Coffea arabica L., e  Coffea  canephora  Pierre  ex  froehne,  seus  produtos  são  designados  como  café  arábica  e  café  robusta,  respresentam  cerca  de  70  %  e  30  %  do  mercado  internacional,  respectivamente  (Fazuoli, 1986), as cultivares arábica apresentam qualidade de bebida superior à de robusta. O  sucesso  da  cultura  do  café  deve‐se,  em  parte,  ao  trabalho  de  melhoramento  genético  dessa  cultura.  As  cultivares  atualmente  utilizadas  comercialmente  produzem  cerca  de  quatro  a  cinco  vezes  mais  do  que  a  primeira  cultivar,  introduzida  no  país,  de  acordo  com  experimentos  realizados  comparando‐a  com  as  cultivares  Mundo  Novo  e  Catuaí  Amarelo  (Matiello  2005),  sendo  o  Brasil  o  país  com  maior  número  de  pesquisas  relacionadas  ao  melhoramento  do  café,  contando  com  várias  empresas  de  pesquisa.  Grande  parte  da  produção  brasileira  provém  das  cultivares  Mundo  Novo  e  Catuaí,  suscetíveis  à  ferrugem  alaranjada  do  cafeeiro,  causada  pelo  fungo  Hemileia  vastratrix  Berk.  Et  Br.  Essa  doença  é  considerada  o  principal  problema  fitossanitário da cultura e ocorre em quase todas as lavouras do país e pode ocasionar redução de  até 50% da produção, em regiões com condições climáticas favoráveis e na ausência de medidas  de controle (Zambolim et al. 1999). Como medida de controle mais utilizada tem‐se os produtos  químicos, que embora eficientes oneram em muito o custo de produção, além de riscos a saúde a  ao meio ambiente. Por essa razão buscam‐se atualmente métodos alternativos para controle da  ferrugem.  O  café  também  sofre  com  a  presença  da  cercosporiose,  conhecida  como  mancha‐de‐

olho pardo, causada pelo fungo Cercospora  coffeicola  Berk & Cooke, esta doença assim como a  ferrugem ocorre em todas as regiões cafeicultoras brasileiras (Godoy et al, 1995). Neste trabalho  tem‐se a pretensão de identificar diferentes indivíduos dentre a população de Coffea arábica, que  apresentem  superioridade  em  relação  à  produtividade  e  menor  sensibilidade  à  incidência  de  ferrugem e a cercóspora. 

Foram Avaliadas 42 progênies de Coffea arábica L., plantadas em dezembro de 2002, na  área  experimental  do  Departamento  de  Agricultura  da  Universidade  Federal  de  Lavras.  A  metodologia aplicada é uma adaptação do modelo de seleção recorrente para cafeeiro proposta  por Ramalho (1999). A população inicial foi obtida a partir de cinco grupos de genitores. Sendo  quatro  Catuaí  (LCH‐2077‐2‐5‐02,  LCH‐2077‐2‐5‐10,  LCH‐2077‐2‐5‐17,  LCH‐2077‐2‐5‐62,  LCH‐

2077‐2‐5‐99),  Icatú  (MG‐3282,  MG‐4040,  MG‐4042,  MG‐2942,  MG‐2944,  MG‐4040‐179,  MG‐

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4042‐222), Topázio MG‐5002 e Rubi MG‐1192, foram cruzadas seguindo esquema de um dialelo,  no qual cada parental foi cruzado duas vezes. A cultivar Acaiá LCP‐474‐19 foi cruzada em outro  dialelo com Catuaí (LCH‐2077‐2‐5‐17, LCH‐2077‐2‐5‐62, LCH‐2077‐2‐5‐62‐99), e com Rubi MG‐

1192.  Foram  obtidas  40  populações,  e  acrescentadas  as  cultivares  testemunhas  para  a  seleção  das  famílias  dentro  de  cada  população  selecionada  (  Catuaí  vermelho  LCH‐2077‐2‐5‐15,  LCH‐

2027‐2‐5‐44, LCH‐2077‐2‐5‐144, LCH‐2077‐2‐5‐99, Mundo Novo LCP‐379‐19, LCP‐388‐17, Acaiá  LCP‐474‐19, Icatu MG‐3282, MG‐2942, MG‐2944 e Rubi MG‐1192). A hibridação artificial entre  estes materiais foi realizada em 1997 e as sementes F1 obtidas foram utilizadas para a formação  das  mudas,  no  viveiro  de  café  do  setor  de  cafeicultura  da  UFLA.  As  mudas  obtidas  foram  plantadas  em  campo  experimental  do  Departamento  de  Agricultura‐  Setor  de  Cafeicultura,  da  UFLA,  em  Lavras,  Minas  Gerais.  Os  híbridos  foram  plantados  no  campo  em  linha  com  espaçamento  de  2,0m  x  0,7m.  A  área  apresenta  solo  classificado  como  Latossolo  Vermelho  Amarelo,  textura  média  com  relevo  levemente  ondulado.  A  calagem,  as  adubações  de  solo  e  foliares  estão  sendo  feitas  de  acordo  com  a  5°  aproximação  da  CFSM.  As  sementes  F2  foram  coletadas em 2001 e a produção das mudas e seu plantio foram realizados em 2002, no Campus  da  Universidade,  em  parcelas  com  25  plantas  de  cada  material  com  quatro  repetições,  usando  espaçamento  de  2,0m  x  0,5m.  Em  relação  à  produção,  esta  foi  coletada  e  pesada,  os  dados  transformados  em  produção  em  sacas/ha,  em  2005  e  2006.  Para  avaliação  de  ferrugem  foram  coletadas 10 folhas por planta do terceiro ou quarto par, sendo cinco de cada lado da linha e no  terço  médio  das  plantas,  totalizando  40  folhas.  A  incidência  foi  estimada  pela  contagem  do  número de folhas com sintomas da doença dividindo‐se pelo número total de folhas da amostra. 

Para  a  cercóspora  foi  avaliada  apenas  presença  e  ausência  em  cada  repetição.  O  delineamento  experimental foi de blocos casualizados.  

 

Resultados e conclusões 

Estatisticamente  pode‐se  verificar  que  em  relação  à  produção  o  tratamento  42  não  diferiu  dos  tratamentos  40;  41;  39;  13;  3  e  35,  mas  foi  inferior  aos  demais  tratamentos.  Não  houve,  em  geral,  diferença  estatística  entre  a  maioria  dos  tratamentos  em  relação  à  produção,  mas  nota‐se  visualmente  diferença  na  quantidade  de  sacas  produzidas  por  hectare,  sendo  necessária a utilização dos dados de incidência de ferrugem e cercóspora para a identificação das  plantas com as características desejadas. Na avaliação da incidência de ferrugem, esta foi menor  nas cultivares 1; 12; 40 e 42  e maior nas cultivares 11; 9; 19 e 20. Para cercóspora as cultivares  que apresentaram maior ocorrência foram 24; 40 e 8 e 35. Confrontando os dados de produção,  incidência  de  ferrugem  e  cercóspora    pode‐se  identificar  as  plantas  de  maior  potencial  em  relação as características avaliadas para sua permanência no programa de seleção, sendo as mais  promissoras as cultivares 4; 6; 7; 8; 9; 12; 14; 18; 19; 21; 23; 25; 27; 32 e 37. Como resultado foi  possível  concluir  que  outros  trabalhos  buscando  confirmar  a  escolha  das  plantas  aqui  consideradas  mais  promissoras  são  necessários,  ressaltando  ainda  que  para  a  incidência  de 

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ferrugem  e cercóspora foi encontrada uma variabilidade  nos dados obtidos, o que possibilita a  identificação e uma posterior seleção de plantas mais resistentes à essas doenças. 

Referências

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