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DINHEIRO DÁ EM ÁRVORE SIM!

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Academic year: 2022

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ESPECIAL

DINHEIRO DÁ EM ÁRVORE SIM!

INVESTIMENTOS EM EMPREENDIMENTOS FLORESTAIS SÃO SEGUROS E

COM BOA RENTABILIDADE, MAS É PRECISO SABER O QUE ESTÁ FAZENDO

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Essa é a opinião de quem entende do assunto.

Mas apesar de rentável e principalmente seguro, não dá para apostar de olhos fechados. Os investimentos em plantios devem ser estudados com cuidado e o mane- jo florestal sustentável precisa ser bem dimensionado.

Conversamos com especialistas que apontaram quais são as perspectivas de retorno, tendências de mercado e quais são os pontos mais importantes que devem ser observados para quem deseja lucrar ao investir em um negócio florestal.

A pessoa que está interessada em investir em flores- ta sabe que o retorno vem em longo prazo. “Esse é o tipo de investimento que, por mais que não dê um retor- no muito grande, sempre vai ser bem sucedido. A ação sobe e desce, o mercado pode desmoronar de uma hora para outra”, considera Fábio Brun, diretor-executivo da RMS do Brasil. Por outro lado a relação risco-retorno de um investimento florestal está entre um dos menores do mercado, ou seja, é seguro.

O primeiro passo para se implantar um projeto flo-

regional, incluindo a situação atual e as perspectivas dos próximos anos, englobando os aspectos de custos, preços, oferta, demanda, disponibilidade de recursos humanos, materiais e etc. “Os cenários futuros são mui- to importantes tendo em vista a característica de longo prazo de um projeto florestal”, ressalta Marcio Funchal, diretor de consultoria da Consufor.

Existem fatores essenciais que devem ser observa- dos e que têm impacto direto na relação investimento e retorno: o crescimento biológico, que é afetado pela tecnologia de plantio, material genético, fatores adver- sos (fogo, pragas) e pelos tratamentos silviculturais; e o mercado, que é afetado pela oferta e demanda, fatores intra e extrassetoriais e desenvolvimento tecnológico e produto. “Além desses aspectos deve-se levar em con- sideração a escala mínima, logística para transporte, espécie, financiamento e outros elementos”, completa Jefferson Dorigon Garcia, consultor sênior e gerente de projetos da Stcp Engenharia de Projetos.

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ESPECIAL

EUCALIPTO

Finalidade da madeira: Uso múltiplo na região de Uberlândia (MG).

Foi considerado ciclo de 12 anos, desbastes aos 5 e 8 anos com preços médios de terra R$ 8 mil/ha.

Implantação (Ano 0) = R$ 4.000/ha Manutenções (Anos 1 ao 5) = R$ 3.330/ha Manutenções (Anos 6 ao 12) = R$ 1.100/ha

Total = R$ 8.430/ha

*Os valores incluem fornecimento de mudas e transporte até o local. Os custos consideram ainda atividades terceirizadas por empresa de alto nível tecnológico.

PLANTADAS

A espécie mais plantada no Brasil é o eucalipto, cer- ca de 5,5 milhões de ha (hectares). Cada região e caso possuem taxas de investimento e retorno diferentes. A TMA (Taxa Mínima de Atratividade) é o indicador que mostra ao investidor os ganhos financeiros. Uma das for- mas de se analisar um investimento é confrontar a TIR (Taxa Interna de Retorno) com a TMA do investidor. Pode parecer meio complicado o economês, mas acredite é possível entender.

Considerando uma TMA de 8% a.a. (ao ano) no caso das plantações de eucalipto (como no exemplo em des- taque), o VPL (Valor Presente Líquido) alcançou em mé- dia R$ 2.395 e a TIR 13,5%. “Nesse caso é recomendável o investimento no projeto”, avalia Jefferson.

Para o caso das plantações de pinus (como no box em destaque) com a mesma TMA (8% a.a.), o VPL alcan- çou R$ 1.420 e a TIR 10,5%. Apesar de retorno menor do que o eucalipto o investimento ainda vale a pena. “Esses dois exemplos significam que o fluxo de entradas de in- vestimento é maior que o de saída”, resume o consultor.

Segundo Marcio, os retornos reais (acima da infla- ção) variam conforme a região e regime de manejo ado- tado. “De modo geral, os retornos devem ficar entre 8%

e 12% em termos reais”, informou o executivo.

É importante ter em mente que o valor da terra de- pende muito da região e de suas características. Enquan- to em Tocantins o valor bruto do ha para plantio florestal

está próximo de R$ 2 mil, no Rio Grande do Sul, mercado ainda com potencial de crescimento, o valor supera R$

4 mil. “Os próprios custos de silvicultura poderão variar significativamente de acordo com a região, tipo de solo, topografia e etc”, elenca Marcio. Em média, nas regiões consolidadas, o custo de eucalipto para os 7 anos, en- globando plantio mais manutenções, se aproxima de R$

6 mil, já o pinus não passa de R$ 4 mil. “Cabe lembrar que esses custos são desembolsados ao longo do ciclo de produção, e não apenas no ano inicial”, completa o diretor da Consufor. Além do custo da terra e silvicultura não se pode esquecer do custo de gestão do plantio, que irá variar de acordo com a estrutura fixa de cada empre- endimento.

PINUS X EUCALIPTO

Apesar das duas espécies serem exóticas e terem se adaptado muito bem no Brasil, quando se fala em inves- timento, as diferenças entre pinus e eucalipto existem e não são poucas. Elas já começam pelo tipo de solo e clima necessários para cada gênero florestal. O consumi- dor final, variável fundamental, também é bastante dife- rente. “Enquanto o foco do pinus é ciclo longo (15 a 25 anos) para produzir madeira fina para celulose e painéis reconstituídos, madeira grossa para serraria e lâminas/

compensados, o eucalipto tem foco no ciclo curto (6 a 7 anos) para produção de madeira para celulose, carvão, energia e madeira tratada (mourões, cercas, palanques

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ESPECIAL

e etc)”, compara o executivo da Consufor.

Nem tudo é regra. Algumas regiões do país usam eucalipto para produtos de madeira sólida, “mas ainda não é um mercado estabelecido como o pinus e o foco continua no ciclo curto”. De acordo com Marcio, as re- giões mais indicadas para o pinus, do ponto de vista de mercado já estabelecidos, são a região sul e sul de São Paulo. Para o eucalipto o que predomina, além da região sul, estão sudeste, Mato Grosso do Sul e Bahia. Todas essas já possuem consumo estabelecido, cada uma com condições específicas. A região chamada de nova fron- teira (Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Maranhão e Piauí) tem se apresentado como uma oportunidade futura.

“Os plantios já estão ocorrendo, mas ainda a demanda futura dependerá da capacidade dessas regiões atrair as indústrias consumidoras necessárias”, completa.

RETOMADA

Para Fábio da RMS do Brasil, apesar das quedas de

retorno ainda vale a pena investir em floresta no Brasil.

A empresa gerencia ativos florestais nos EUA (Estados Unidos da América) onde controla um milhão de ha, além de China, Nova Zelândia e Austrália. A maior parte dessas florestas é de pinus. Está atuando no Brasil desde 2008 e gerencia áreas em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. “A floresta no Brasil é de alta qualidade e produ- tividade, existe um mercado sólido, principalmente na área de pinus”, opina Fábio. Para ele, isso é o que faz valer a pena investir no Brasil, apesar da falta de suporte governamental, alta tributação e burocracia exagerada.

De acordo com Fábio, está em fase de recuperação.

“Pra se ter uma ideia, agora estamos tendo produto com o preço nominal que chegou ao patamar do que era ven- dido em 2007.” Ele avalia que houve uma retomada nos últimos dois anos bem evidente. Boa parte disso tem a ver com o mercado externo. “Começamos a exportar mais, teve uma recuperação dos EUA, apesar de fraca, mas está ajudando o Brasil”, aponta o executivo da RMS.

Foto: divulgão

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PINUS

Finalidade da madeira: Uso múltiplo na região de Tunas do Paraná (PR).

Foi considerado ciclo de 21 anos, com desbastes aos 9, 12 e 18 anos. Preços de terra (médios) = R$ 5 mil/ha.

Custos consideram atividades terceirizadas por empresa de alto nível tecnológico, que atuam normalmente em diferentes regiões do país. Os valores incluem fornecimento de mudas e transporte até o local.

Implantação (Ano 0) = R$ 2.823/ha Manutenções (Anos 1 ao 5) = R$ 3.039/ha Manutenções (Anos 6 ao 21) = R$ 2.700/ha

Total = R$ 8.562/ha

*Os valores incluem fornecimento de mudas e transporte até o local. Os custos consideram ainda atividades terceirizadas por empresa de alto nível tecnológico.

demanda por isso o valor não está o ideal.

O consultor da Stcp ressalta que é preciso diversi- ficar o mercado. “Não acredito que a manutenção de apenas um comprador seja uma estratégia interessante, mesmo com contratos firmados de longo prazo”, consi- dera Jefferson. A melhor forma é atuar com diferentes tipos de indústria de acordo com o manejo da floresta (fornecimento de madeira de diferentes dimensões) com preços diferenciados.

A boa notícia é que a necessidade em aumentar a área plantada é crescente em todo o mundo. Os plan- tios são fundamentais para atender a demanda futura de madeira. “Como macro tendências tem-se: aumento de área e da produtividade, concentração em poucas es- pécies, o aparecimento de novos investidores ganhará mais importância, novas fronteiras (regiões e países), surgimento de uma nova indústria mais competitiva, além de aumento da importância ambiental”, aponta

adicionais de pinus e eucalipto em escala mundial. “O Brasil como um país com disponibilidade de terra, clima favorável resultando nas maiores produtividades flores- tais do mundo e know-how acumulado ao longo dos últimos 60 anos, certamente será responsável por boa parte dessa expansão.”

MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL

O manejo florestal leva em conta diversos aspectos que vão além somente do fator econômico. Um dos grandes avanços nesse sentido foi a criação da conces- são de florestas públicas que permitiu o uso sustentá- vel dos recursos florestais em forma de manejo. “Em primeiro lugar deve-se obter a visão do grande negócio que é implementar e desenvolver um projeto florestal em áreas de concessões florestais”, pondera Arlei Fon- toura, diretor executivo da FRM Brasil, sucursal da FRM internacional, sediada na França.

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ESPECIAL

De acordo com ele, o governo necessita reordenar suas Unidades de Conservação, para a gestão segundo os pilares de sustentabilidade, com desenvolvimento econômico, social e ambiental. De outro lado está o se- tor madeireiro que utiliza espécies nativas, necessita da garantia contínua da matéria-prima de origem segura, que, até então, desenvolve suas atividades com grande dificuldade para obtê-la.

“Entendendo a necessidade de ambas as partes, po- demos compreender o interesse em promover e estabe- lecer uma atividade econômica sustentável nas florestas públicas, tornando-se um verdadeiro equilíbrio para a Amazônia”, contextualiza Arlei.

Para iniciar a elaboração de um PMF (Plano de Ma- nejo Sustetável) é preciso compreender a proposta go- vernamental das concessões florestais, montar cenários com a taxa de valorização dos produtos madeireiros e não madeireiros ao longo dos próximos 10 a 20 anos, além de criar parcerias para assegurar a boa gestão do ativo florestal e sua valorização. Essa é a orientação do diretor executivo da FRM Brasil.

Para ele a concessão florestal é um processo irrever-

sível a exemplo do que ocorre em outras áreas como no setor rodoviário, ferroviário, transporte, portos e aero- portos. Outra vantagem desse modelo é a redução de risco. “As concessões florestais são novas somente para o Brasil, pois já existem há mais de 20 anos em outros países.” Todas as atividades, sejam operacional, trans- formação e comercialização, são práticas existentes e consolidadas, já dispondo de modelos padrões de ges- tão.

Como toda atividade florestal existem os custos fi- xos e variáveis que devem ser levados em consideração.

“Para tanto precisamos de uma escala mínima de super- fície para estabelecer a rentablidade econômica”, afirma Arlei. Os gestores públicos das concessões florestais, após longos debates técnicos e econômicos com o setor, compreenderam que concessões com porte mínimo de superfície tendem a apresentar taxas de riscos maiores, devido aos custos fixos de operacionalização e a manu- tenção social e ambiental exigida.

Por isso, o setor público, que são os promotores das concessões, mantiveram as unidades com tamanhos pequenos, médios e grandes nos editais de licitação,

“Como macro tendências tem-se: aumento de área e da produtividade, concentração

em poucas espécies, o aparecimento de novos investidores ganhará mais importância, novas fronteiras (regiões e países), surgimento de uma nova indústria

mais competitiva, além de aumento da importância ambiental”

Jefferson Dorigon Garcia

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“Os cenários futuros são muito importantes tendo em vista a característica de longo prazo de um

projeto florestal”

Marcio Funchal, diretor de consultoria da Consufor

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ESPECIAL

mas incrementaram a possiblidade dos candidatos de concorrer e assinar contratos de duas unidades de con- cessões na mesma Unidade de Conservação, permitindo dessa forma um equilíbrio em superfície para manter uma produtividade ideal.

É importante ter em mente que os custos nas con- cessões são mais elevados. “É natural e não poderia ser diferente, pois a proposta é o comprometimento máximo do conceito sustentável, portanto as questões sociais e ambientais exigem maiores investimentos”, de- fende Arlei. Mas ele acredita que não se pode dizer que seja impactante negativamente, pois obter a garantia da matéria-prima contínua, em médio e longo prazo e pro- movendo a real sustentabilidade, trará maior agregação de valor aos produtos, além de ser uma resposta a preo-

cupação do mercado com a legalidade.

A boa notícia é que o mercado de madeira nativa está em alta. As exportações estão quentes e o merca- do interno sempre foi comprador. “Atualmente está em déficit de produto”, aponta Arlei, indicando que é um bom momento tanto pela procura quanto pelo preço. O Estado do Pará está bem representado como a região de maior importância para o desenvolvimento do setor florestal madeireiro em concessões florestais.

De acordo com Arlei, a tendência das concessões e por consequência do manejo florestal sustentável de se tornar um atrativo econômico está em curso, se identifi- cando como projetos ordenados e seguros para investi- mentos, mas com o peso de atender demandas sociais e de sustentabilidade.

“Os próprios custos de silvicultura poderão variar significativamente de acordo com a região, tipo de solo, topografia e etc”

Fábio Brun

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INDISCUTIVELMENTE LÍDER EM PICADORES

Referências

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