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Permanecer na Justiça é Permanecer em Jesus

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Academic year: 2022

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Permanecer na Justiça é Permanecer em Jesus

Por Silvio Dutra

Set/2019

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A474

Alves, Silvio Dutra

Permanecer na justiça é permanecer em Jesus

Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019.

45p.; 14,8 x21cm

1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé I. Título.

CDD 252

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As Escrituras ensinam claramente que a única justiça que agrada completamente a Deus é aquela decorrente da nossa união com Jesus.

Temos declarado diretamente pelo Senhor Jesus que é por permanecermos nele que Ele permanece em nós, e que é somente por esta condição que podemos ser atendidos por Deus em tudo o que lhe pedirmos, e que seja segundo a Sua santa vontade.

“3 Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado;

4 permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.

5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

6 Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.

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7 Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.

8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.

9 Como o Pai me amou, também eu vos amei;

permanecei no meu amor.

10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.” (João 15.3-10).

Quando a alma se encontra em um bom estado em razão da operação de Deus nela, pela presença de Jesus, pelo Espírito Santo, que a torna habilitada para a comunhão com Deus, então há toda uma inclinação voluntária e amorosa para a obediência a toda a vontade de Deus expressada em Seus mandamentos.

Não existe outro modo para se atingir este objetivo senão este único que é ensinado claramente nas Escrituras.

Quando o crente vive deste modo, andando no Espírito e cumprindo os mandamentos de Deus, há a manifestação das três pessoas da Trindade

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em Sua vida, pois a consequência de tal modo obediente de viver pela justiça de Jesus sempre há de operar este resultado.

“20 Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós.

21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.

22 Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-te a nós e não ao mundo?

23 Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.

24 Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14.20- 24).

Observe que Jesus abre as palavras deste discurso dizendo que o crente saberá que “eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós.”

Há aqui uma unidade designada para o que crê com a unidade que há entre Deus Pai e Deus

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Filho. E isto se tornou possível porque o crente foi justificado pela graça, mediante a fé.

“1 Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora;

glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti,

2 assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste.

3 E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.

4 Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer;

5 e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.

6 Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra.

7 Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti;

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8 porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste.

9 É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;

10 ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado.

11 Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti.

Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós.

12 Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.

13 Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o meu gozo completo em si mesmos.

14 Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.

15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.

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16 Eles não são do mundo, como também eu não sou.

17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.

18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.

19 E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade.

20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra;

21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.

22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos;

23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.

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24 Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.

25 Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste.

26 Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja.” (João 17.1- 26).

Observe que o tema central na oração sacerdotal de Jesus pelos crentes é no sentido de que eles devem participar da unidade em amor que há na Trindade, por meio da santificação de suas vidas.

Somente isto ode atender à demanda completa da justiça divina porque o homem foi criado para ser à imagem e semelhança de Deus.

Nada que for menor do que isto poderá ser aceito por Deus para que Ele esteja perfeitamente satisfeito com aqueles que criou para tal propósito.

É muito comum de se ver mesmo entre os crentes a noção incorreta de que eles sempre

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agradam a Deus independentemente da condição em que vivam, pelo argumento de que foram salvos pela graça.

Este pensamento é alimentado pela ideia de que Jesus veio até eles pelo Espírito Santo e os perdoou de seus pecados para sempre, e que agora tudo quanto devem fazer é apenas afirmar que creem que ele é o salvador deles.

Este modo de pensar está baseado na imaginação de que a salvação consistiu em uma vinda de Jesus até eles em determinado dia, tendo realizado a salvação deles, e que e agora em diante tudo o que precisam é ir de vez em quando a Ele sempre que tiverem alguma necessidade especial para ser atendida, sobretudo nos momentos de aflição.

Mas permanência, constância, perseverança em estar unido em espírito a Jesus é tudo o que se exige dos crentes para o agrado de Deus, e a conclusão da sua obra de santificação em suas vidas.

A comunhão com Deus e a Sua vontade não podem ser realizadas sem esta permanência, pois de outro modo, não é cumprida toda a justiça.

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É certo que nossa justiça não vem de nós mesmos, pois é o próprio Jesus Cristo a nossa justiça. Mas isto, em vez de nos conduzir à independência, ao contrário, nos conduz à completa dependência dEle. Não é sem motivo que nos é ordenado a orar sem cessar e a meditar na Palavra dia e noite, vigiando em todo o tempo, porque a carne é fraca.

A prática do hábito da santificação deve ser aperfeiçoado a ponto de podermos dizer juntamente com o apóstolo Paulo:

“19 Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo;

20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gálatas 2.19,20).

Está designado por Deus que o justo viverá pela sua fé, mas esta fé não é algo nocional, mas um poder que nos é dado por Ele como um dom, para ser aumentado e aperfeiçoado nas tribulações, de modo que o nosso ego seja crucificado para que Jesus tome o inteiro comando de nossa mente e coração.

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A vida de fé é uma vida de obediência e comunhão com Deus, assim como a teve o nosso pai na fé, Abraão.

O Reino de Deus tem a sua justiça que é a única justiça que há de prevalecer na Terra depois da volta de Jesus.

“buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6.33).

“17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.

18 Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens.”

(Romanos 14.17,18).

Ainda que sejamos justificados pela graça, mediante a fé, instantaneamente no dia mesmo da nossa primeira conversão a Jesus, sendo o ato da justificação um ato declarativo, imputativo da justiça de Cristo sendo atribuída a nós, para sermos aceitos como filhos de Deus, importa, entretanto caminhar de modo justo pelo exercício da mesma graça e fé que nos justificou, para a nossa santificação.

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Esta é a razão de muitos crentes serem sujeitados a duras repreensões e disciplina da parte de Deus, por não procederem segundo a justiça divina que os salvou.

“1 De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?

2 Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis;

3 pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.

4 Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.

5 Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?

6 Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.

7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.

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8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração.

9 Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza.

10 Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” (Tiago 4.1-10).

Todo este empenho para viver em um procedimento santo não é para ser justificado, porque isto já aconteceu na vida do crente no passado quando ele se converteu, mas é para que se atenda ao propósito da justificação que é este de que o crente viva de modo justo e santo a partir de então, crescendo em graus cada vez maiores desta justiça e santificação, que é o resultado da aplicação da Palavra em sua vida pelo Espírito Santo.

“5 Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,

6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado

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seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;

7 porquanto quem morreu está justificado do pecado.

8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos,

9 sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele.

10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.

11 Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.

12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões;

13 nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça.

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14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós;

pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.

15 E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum!

16 Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça?

17 Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues;

18 e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.

19 Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.

20 Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça.

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21 Naquele tempo, que resultados colhestes?

Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais; porque o fim delas é morte.

22 Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna;

23 porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6.5-23).

Destacamos a seguir algumas citações de Thomas Boston sobre este assunto:

A lei exigia a santidade da natureza como condição da vida, na medida em que condenando o pecado original, diz: "Não cobiçarás", concluindo que todos os homens por natureza são filhos da ira. Por Deus ser essencialmente santo, por necessidade da natureza, nada pode ser tão contrário a Deus como uma natureza profana; porque, embora pessoas ou coisas de natureza semelhante possam ser contrárias em alguns pontos, ainda assim eles nunca podem ser tão contrários um ao outro, como aqueles de naturezas opostas. Mas as partes contratadas na aliança da graça, tendo sua natureza totalmente

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corrompida e sendo incapaz de purificá-la ou de limpar seu coração, Prov. 20: 9; é evidente, que eles não poderiam de maneira alguma responder a essa exigência da lei por si mesmos.

Portanto, para a satisfação da lei neste ponto, foi estabelecida como um artigo condicional da aliança da graça, que Cristo, o segundo Adão, representando-os, deveria ser um homem perfeitamente santo, puro e de natureza imaculada, respondendo por eles pela santidade e perfeição de natureza exigida pela lei.

O artigo contém duas cláusulas.

I. "Que ele, como o segundo Adão, deve ser concebido e nascido santo, por e em vez deles corruptos em sua natureza, concebidos e nascidos em pecado ".

Havia uma natureza santa dada a Adão como a raiz da humanidade, para ser mantida e transmitida à sua posteridade, no caminho da geração natural. E com base nisso, a lei exige que todos os homens nasçam santos, declarando-os impuros e filhos da ira, pelo contrário, Jó 14: 4; Efésios 2: 3. Mas como essa demanda poderia ser atendida por pecadores? Eles nascem em pecado: eles não podem entrar novamente nos ventres, e nascer

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uma segunda vez, sem pecado. Não, eles não podem: e ainda a lei não retira essa demanda por vida. Portanto, é previsto que Cristo, como pessoa pública, representando sua semente espiritual, deve nascer perfeitamente santo; que, enquanto eles trouxeram uma natureza corrupta pecaminosa para o mundo com eles, ele deve trazer uma natureza humana sagrada para o mundo com ele. E então ele foi o último Adão, 1 Cor. 15:45, santo e imaculado, Heb. 7:26, "aquele ente santo nasceu", Lucas 1:35. E o efeito disso com respeito a essa exigência de lei para a vida é que todos os crentes têm um acerto de contas na lei, sendo nascidos santos no segundo Adão, assim como eles foram criados santos no primeiro Adão. Por isso se diz expressamente que ele foi crucificado nele, Colossenses 2:11, o que pressupõe claramente que nasceram nele. E é em virtude de terem nascido legalmente santos em Cristo, quando ele nasceu, que, estando unidos a ele no tempo dos amores, eles realmente nascem de novo, e são aperfeiçoados; mesmo em virtude de serem legalmente contaminados em Adão, quando ele pecou, eles são realmente contaminados em suas próprias pessoas, vindo ao mundo: a natureza santa sendo realmente comunicada a eles de Cristo, sua cabeça espiritual, em quem eles nasceram legalmente piedosos; mesmo quando a corrupção da

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natureza lhes é transmitida de fato em Adão, sua cabeça natural, em quem pecaram, segundo as leis.

2. A outra cláusula é: "Que Cristo, como o segundo Adão, retenha a santidade da natureza inviolada até o fim, para eles e em seu nome ".

A lei, ou pacto de obras, exigia, como condição da vida, que a santidade da natureza, dada à humanidade em Adão, deve ser preservada pura e incorrupta. Mas estava perdida: e colocando o caso, que havia sido restaurada, eles não poderiam tê-lo retido, em suas próprias pessoas, sem manchas em meio a muitas armadilhas. Portanto, para satisfazer a demanda legal neste ponto, foi desde que, no homem Cristo, como pessoa pública representativa de sua semente, sua natureza deve ser mantida perfeitamente santa até o fim, sem a menor mancha ou contaminação: Isa. 42: 4, "Ele não falhará;" ou "ele não deve ser fraco", ou ter rugas, como a pele quando a umidade é esgotada.

Aí o primeiro Adão falhou. Ele brilhou na pureza da natureza, quando veio das mãos do Criador:

mas ele falhou, ficou fraco; a santidade de sua natureza foi esgotada pelo pecado, toda a humanidade nele perdeu sua espiritualidade, beleza e ficou enrugada.

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Mas agora que o segundo Adão não falhou, mas preservou a santidade da natureza humana até o fim de sua vida; os restos da corrupção da natureza dos crentes não lhes é imputada, Romanos 4: 8; mas tão contaminados quanto eles estão em si mesmos, através daqueles restos que se apegam a eles, ainda que em Cristo, sua beleza é fresca, e não estragada, de acordo com Cantares 4: 7: "Tu és toda formosa, meu amor, não há ruga em ti."

Isto também a lei insistia como condição de vida; e justamente: porque Deus deu a Adão, e toda a humanidade nele, uma lei a ser obedecida em todos os pontos; não apenas em virtude do vínculo do dever natural, mas em virtude do vínculo de uma aliança para a vida: mas que nunca foi cumprida por eles.

O primeiro Adão começou de fato, o curso da obediência; mas ele rapidamente caiu disso, com toda a sua semente natural nele. Agora, sendo inconsistente com a honra da lei, que o prêmio, a saber, a vida eterna, deve ser obtido sem a corrida que foi executada; ele ainda insistia, dizendo: "Se você deseja entrar na vida, guarde os mandamentos", Mateus 19:17. No entanto, éramos fracos, imóveis, sem força para correr essa corrida. Portanto, foi estabelecido como outro artigo condicional da aliança entre

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o Pai e o Filho, "Que Cristo, como pessoa pública, representada por quem ele contratou, deveria começar e aperfeiçoar o curso da obediência à lei na justiça da vida." E consequentemente, ele se tornou obediente até a morte, Filipenses 2: 8.

A lei, que era a regra dessa obediência, exigida dele, era a mesma lei dos dez mandamentos, que foi dada a Adão, e era vinculativa a nós como debaixo dela: porque ele foi criado sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, Gal. 4: 4, 5.

“4 vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,

5 para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” (Gálatas 4.4,5).

Para que possamos compreender mais claramente este artigo condicional da aliança da graça, pode ser observado que ele compreende estas três coisas seguintes.

1. "Que ele, como o segundo Adão, deve obedecer a toda a lei, em nome daqueles que ele representava." Esta era uma dívida devida por todos eles; e foi exigida deles pela lei, como condição de vida: Gal. 3:10. "Maldito é todo

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aquele que não continua em todas as coisas que estão escritas no livro da lei para fazê-las."

Mas a resposta a essa demanda foi bastante além do seu alcance. O homem, na queda no pecado, tendo perdido muito de seu conhecimento da lei, havia perdido de vista muitos dos deveres exigidos nela: no entanto, a ignorância da lei não dispensa homem algum. Seu coração era avesso e estava em inimizade contra a lei, Romanos 8: 7. E ele estava sem força para desempenhar as funções nela exigidas, cap. 5: 6. De modo que, pela razão de ignorância, aversão e impotência nesse assunto, a obediência de toda a lei não era para ser deles. Portanto, foi fornecido, que Cristo, como seu representante, deve obedecer por todo o mundo a lei para eles; que ambas as tábuas da lei e cada mandamento delas, deve ter a devida obediência dele; que a lei está sendo estabelecida diante dele em sua espiritualidade e extensão total, ele deve responder plenamente, em obediência interna e externa, em sua mente, vontade e afetos, em pensamento, palavra e ação; que ele deveria se conformar com toda a lei natural e a todas as instituições divinas, cerimoniais ou políticas, de modo a ser circuncidado, guardar a páscoa, ser batizado, ser servo ou sujeito a governantes, prestar homenagem a quem fosse devido, e

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similares: em uma palavra, que ele deve realizar toda a vontade de Deus, significada em sua lei;

para que, com a segurança da honra da lei, seu povo possa ter vida.

No que o primeiro Adão falhou, o segundo Adão cumpriu. E isso eu tomo ser representado para nós, no caso do primeiro e do segundo rei de Israel, ou seja, Saul e Davi, Atos 13:22. "Encontrei Davi, filho de Jessé, um homem segundo o meu coração, que cumprirá toda a minha vontade."

No qual há uma visão clara de Saul, que era parcial em sua obediência à vontade de Deus (1 Sam. 15) e, nesse ponto, perdeu o reino para si e para os dele.

2. "Que toda parte dessa obediência seja levada ao mais alto tom e grau. " Isto a lei exigia deles, como condição de vida; como o próprio Senhor mostrou ao doutor da lei em Lucas 10:27:

"Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, e com toda a tua alma, e com toda a tua força e com toda a tua mente; e teu próximo como a ti mesmo." Verso 28, "Faça isso, e você viverá." Mas era uma demanda que eles nunca poderiam ter respondido, já que Adão havia desperdiçado seu estoque de habilidades, e deixou-os sem força.

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Por isso foi acordado que Cristo deveria, em seu nome, obedecer à lei nessa perfeição, sendo feito sob a lei, como estava sob ela, Gal. 4: 4, 5; que toda sua ação deveria suportar, não apenas a bondade do assunto, mas também e com perfeição; que o amor a Deus e ao homem deveria acender a chama em sua santa alma humana, ao máximo tom exigido pela lei; e para que a dívida devida por sua semente possa ser liquidada por ele, atuando como homem público em seu nome.

3. Por fim, "que tudo isso deve continuar até o fim, sem a mínima falha em um ou dois trechos ou graus de obediência". Essa também foi uma condição de vida declarada no primeiro pacto; Gal. 3:10, "Maldito seja todo aquele que não continua em todas as coisas que estão escritas no livro da lei para fazê-las." Mas era uma exigência a que eles não podiam de forma alguma responder; a natureza do homem está tão viciada pela queda, que se mil infernos fossem deitados sobre ele, o melhor da terra não poderia manter-se perfeitamente certo uma hora.

Portanto, foi acordado que o segundo Adão deveria, em nome daqueles que ele representou, continuar em todas as coisas escritas na lei para fazê-las, até o fim; que ele não

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deve falhar em seu curso iniciado de obediência, mas correr até o final da corrida diante dele; que desde o útero até a sepultura, seu coração e sua vida devem brilhar na perfeição da santidade. Tudo o que ele cumpriu, sendo obediente até a morte, Filipenses 2: 8.

Até aqui as palavras de Thomas Boston.

Nós entendemos pela exigência do acordo da aliança da graça feita entre o Pai e o Filho, antes mesmo da fundação do mundo, para a salvação de pecadores, que Cristo, como o representante e última cabeça da raça humana, designado para ser o gerador de uma nova natureza espiritual nos que creem, deveria ser obediente até o fim, e permanecer em santidade eternamente para poder sustentar as vidas de todos os eleitos nele, como sendo o maior argumento para a própria permanência, constância e perseverança dos eleitos em santidade de vida. Ainda que eles venham a falhar nisto, todavia não cairão da aliança, porque Cristo é o Fiador deles e quem responde por todas as falhas deles perante o Pai, pois, na aliança, Ele é o Substituto deles em todas as coisas. Jamais foi previsto na nova aliança feita entre o Pai e o Filho que eles permaneceriam como filhos somente no caso de apresentarem uma obediência permanente e perfeita, porque jamais poderiam fazê-lo por si

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mesmos, de modo que isto foi designado ao Filho para cumpri-lo como exigência no lugar deles.

Em assim sendo, em qualquer condição ou circunstância, a justiça do crente sempre será contada por sua permanência em Cristo e não por suas próprias obras, porque Jesus foi designado na aliança para ser a justiça de todos os que nele creem.

Não é sem motivo que somente as boas obras que são feitas nEle e por Ele, trazem glória ao nome de Deus Pai.

Ninguém será aceito ou aprovado pelo Pai a não ser por meio de Jesus, que é o único Mediador entre Deus e os homens.

Por isso todas as nossas orações devem ser feitas em nome de Jesus, pois sem este fundamento jamais serão atendidas pelo Pai, porque assim como o Filho Honra o Pai, o Pai em tudo honra o Filho.

Agora, isto não deve ser entendido que podemos ter um viver descuidado uma vez que nos encontramos salvos por uma aliança de graça, porque o ato de permanecer em Jesus significa sobretudo permanecer em santificação, pois

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sem santidade de vida, não é possível permanecer em comunhão com Ele.

Se vivermos segundo a carne, e não segundo o Espírito, entristecemos o Espírito Santo e apagamos a sua atuação em nós, e não recebemos a habitação do Espírito Santo quando cremos em Cristo, para que vivêssemos em pecado. Ao contrário, Ele nos foi dado não somente para nos regenerar, como também para nos santificar.

Então, somos advertidos pelo Senhor, quando cremos nEle, a não nos descuidarmos da vida de oração e de vigilância, para que não sejamos vencidos pela carne que é fraca.

Assim como não é possível permanecermos em comunhão com Jesus, a não ser pela operação do Espírito Santo em nós, de igual modo, esta permanência não é possível caso não nos esforcemos em exercitar as nossas graças com vistas ao nosso aperfeiçoamento espiritual.

Daí nos exortar o apóstolo dizendo que os crentes que vivem no Espírito Santo, devem também andar no Espírito, ou seja, ter todo o seu procedimento instruído e dirigido por Ele. (Gál 5.25).

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APÊNDICE:

O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação Há somente um evangelho pelo qual podemos ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas do Novo Testamento. Mas, por interpretações incorretas é possível até mesmo transformá-lo em um meio de perdição e não de salvação, conforme tem ocorrido especialmente em nossos dias, em que as verdades fundamentais do evangelho de Jesus Cristo têm sido adulteradas ou omitidas.

Isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar a seguir, de forma resumida, em que consiste de fato o evangelho da nossa salvação.

Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso entender que somos salvos exclusivamente com base na aliança de graça que foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação do mundo, para que nas diversas gerações de pessoas que seriam trazidas por eles à existência sobre a Terra, houvesse um chamado invisível, sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas de seus pecados, justificadas, regeneradas (novo nascimento espiritual), santificadas e glorificadas. E o autor destas operações

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transformadoras seria o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade divina.

Estes que seriam chamados à conversão, o seriam pelo meio de atração que seria feita por Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem receber a graça necessária que os redimiria e os transportaria das trevas para a luz, do poder de Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria em filhos amados e aceitos por Deus.

Como estes que foram redimidos se encontravam debaixo de uma sentença de maldição e condenação eternas, em razão de terem transgredido a lei de Deus, com os seus pecados, para que fossem redimidos seria necessário que houvesse uma quitação da dívida deles para com a justiça divina, cuja sentença sobre eles era a de morte física e espiritual eternas.

Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém idôneo que pudesse se colocar no lugar do homem, trazendo sobre si os seus pecados e culpa, e morrendo com o derramamento do seu sangue, porque a lei determina que não pode haver expiação sem que haja um sacrifício sangrento substitutivo.

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Importava também que este Substituto de pecadores, assumisse a responsabilidade de cobrir tudo o que fosse necessário em relação à dívida de pecados deles, não apenas a anterior à sua conversão, como a que seria contraída também no presente e no futuro, durante a sua jornada terrena.

Este Substituto deveria ser perfeito, sem pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do pecador é eterna e infinita. Então deveria ser alguém divino para realizar tal obra.

Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da graça feita com o Pai, para ser este Salvador, Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para realizar a obra de redenção.

O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua chamada é para uma santificação e perfeição eternas. Como poderia responder por si mesmo para garantir a eternidade da segurança da salvação?

Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado da natureza divina que sempre possuiu, a natureza humana, e para tanto ele foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria.

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Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria ser o de alguém que fosse humano, mas também divino, de modo que se pode até mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue do próprio Deus.

Este é o fundamento da nossa salvação. A morte de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o caminho para a vida eterna e o céu.

Para que nunca nos esquecêssemos desta grande e importante verdade do evangelho de que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou a Ceia que deve ser regularmente observada pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu corpo foi rasgado, assim como o pão que partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado em profusão, conforme representado pelo vinho, para que tenhamos vida eterna por meio de nos alimentarmos dEle. Por isso somos ordenados a comer o pão, que representa o corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que é verdadeira bebida para nos refrigerar e manter a Sua vida em nós.

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Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto se aplica ao fato de que não há outra verdade, outro caminho, outra vida, senão a que existe somente por meio da fé nEle. A porta é estreita porque não admite uma entrada para vários caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle, conduzem à perdição. É estreito e apertado para que nunca nos desviemos dEle, o autor e consumador da nossa salvação.

Então o plano de salvação, na aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.

Tanto é assim, que para que tenhamos a plena convicção desta verdade, mesmo depois de sermos justificados, regenerados e santificados, percebemos, enquanto neste mundo, que há em nós resquícios do pecado, que são o resultado do que se chama de pecado residente, que ainda subsiste no velho homem, que apesar de ter sido crucificado juntamente com Cristo, ainda permanece em condições de operar em nós, ao lado da nova natureza espiritual e santa que recebemos na conversão.

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Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor pretende nos ensinar a enxergar que a nossa salvação é inteiramente por graça e mediante a fé? Que é Ele somente que nos garante a vida eterna e o céu. Se não fosse assim, não poderíamos ser salvos e recebidos por Deus porque sabemos que ainda que salvos, o pecado ainda opera em nossas vidas de diversas formas.

Isto pode ser visto claramente em várias passagens bíblicas e especialmente no texto de Romanos 7.

À luz desta verdade, percebemos que mesmo as enfermidades que atuam em nossos corpos físicos, e outras em nossa alma, são o resultado da imperfeição em que ainda nos encontramos aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde perfeita a todos os crentes, sem qualquer doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o faz para que aprendamos que a nossa salvação está inteiramente colocada sobre a responsabilidade de Jesus, que é aquele que responde por nós perante Ele, para nos manter seguros na plena garantia da salvação que obtivemos mediante a fé, conforme o próprio Deus havia determinado justificar-nos somente por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão e com muitos outros mesmo nos dias do Velho Testamento.

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Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé porque não consegue vencer determinadas fraquezas ou pecados, porque enquanto se esforça para ser curado deles, e ainda que não o consiga neste mundo, não perderá a sua condição de filho amado de Deus, que pode usar tudo isto em forma de repreensão e disciplina, mas que jamais deixará ou abandonará a qualquer que tenha recebido por filho, por causa da aliança que fez com Jesus e na qual se interpôs com um juramento que jamais a anularia por causa de nossas imperfeições e transgressões.

Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a Jesus, mas sempre lamentará que não o ame tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito, virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a apresentar a Deus que ele foi salvo, mas simplesmente por meio do arrependimento e da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é necessário para a segurança eterna da sua salvação.

É possível que alguém leia tudo o que foi dito nestes sete últimos parágrafos e não tenha percebido a grande verdade central relativa ao evangelho, que está sendo comentada neles, e

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que foi citada de forma resumida no primeiro deles, a saber:

“Então o plano de salvação, na aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.”

Nós temos na Palavra de Deus a confirmação desta verdade, que tudo é de fato devido à graça de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é suficiente para nos garantir uma salvação eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e Deus Filho, que nos escolheram para esta salvação segura e eterna, antes mesmo da fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle que somos aceitos por Deus, nos termos da aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os agentes da aliança, e os crentes apenas os beneficiários.

O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o Filho, sem a consulta da vontade dos beneficiários, uma vez que eles nem sequer ainda existiam, e quando aderem agora pela fé aos termos da aliança, eles são convocados a fazê-lo voluntariamente e para o principal propósito de serem salvos para serem

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santificados e glorificados, sendo instruídos pelo evangelho que tudo o que era necessário para a sua salvação foi perfeitamente consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor Jesus Cristo.

Então, preste atenção neste ponto muito importante, de que tanto é assim, que não é pelo fato de os crentes continuarem sujeitos ao pecado, mesmo depois de convertidos, que eles correm o risco de perderem a salvação deles, uma vez que a aliança não foi feita diretamente com eles, e consistindo na obediência perfeita deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa deles, como para garantir o aperfeiçoamento deles na santidade e na justiça, ainda que isto venha a ser somente completado integralmente no por vir, quando adentrarem a glória celestial.

A salvação é por graça porque alguém pagou inteiramente o preço devido para que fôssemos salvos – nosso Senhor Jesus Cristo.

E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas também como Profeta e Rei.

Ele não somente é quem nos anuncia o evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem

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tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia, para que não errássemos o alvo por causa da incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a única coisa que pode nos afastar da possibilidade da salvação.

Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos corações, e nos submete à Sua vontade de forma voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo Seu próprio poder, a viver de modo agradável a Deus.

Agora, nada disso é possível sem que haja arrependimento. Ainda que não seja ele a causa da nossa salvação, pois, como temos visto esta causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, manifestados em Jesus em nosso favor, todavia, o arrependimento é necessário, porque toda esta salvação é para uma vida santa, uma vida que lute contra o pecado, e que busque se revestir do caráter e virtudes de Jesus.

Então, não há salvação pela fé onde o coração permanece apegado ao pecado, e sem manifestar qualquer desejo de viver de modo santo para a glória de Deus.

Desde que haja arrependimento não há qualquer impossibilidade para que Deus nos salve, nem mesmo os grosseiros pecados da

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geração atual, que corre desenfreadamente à busca de prazeres terrenos, e completamente avessa aos valores eternos e celestiais.

Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria até mais facilidade para Deus salvar a estes que vivem na iniquidade porque a vida deles no pecado é flagrante, e pouco se importam em demonstrar por um viver hipócrita, que são pessoas justas e puras, pois não estão interessadas em demonstrar a justiça própria do fariseu da parábola de Jesus, para que através de sua falsa religiosidade, e autoengano, pudessem alcançar algum favor da parte de Deus.

Assim, quando algum deles recebe a revelação da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que dominam seu coração, o trabalho de convencimento do Espírito Santo é facilitado, e eles lamentam por seus pecados e fogem para Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os receberá, e a nenhum deles lançará fora, conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito para a sua salvação exige somente o arrependimento e a fé, para a recepção da graça que os salvará.

Deus mesmo é quem provê todos os meios necessários para que permaneçamos firmes na

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graça que nos salvou, de maneira que jamais venhamos a nos separar dele definitivamente.

Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza divina, no novo nascimento operado pelo Espírito Santo, de modo que uma vez que uma natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita.

Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a velha venha a se dissolver totalmente, assim como está ordenado que tudo o que herdamos de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo é feito novo em Jesus, em quem temos recebido este nosso novo ser que se inclina em amor para Deus e para todas as coisas de Deus.

Ainda que haja o pecado residente no crente, ele se encontra destronado, pois quem reina agora é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o pecado. Ainda que algum pecado o vença isto será temporariamente, do mesmo modo que uma doença que se instala no corpo é expulsa dele pelas defesas naturais ou por algum medicamento potente. O sangue de Jesus é o remédio pelo qual somos sarados de todas as nossas enfermidades. E ainda que alguma delas prevaleça neste mundo ela será totalmente extinta quando partirmos para a glória, onde tudo será perfeito.

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Temos este penhor da perfeição futura da salvação dado a nós pela habitação do Espírito Santo, que testifica juntamente com o nosso espírito que somos agora filhos de Deus, não apenas por ato declarativo desta condição, mas de fato e de verdade pelo novo nascimento espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé em Jesus.

Toda esta vida que temos agora é obtida por meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se entregou por nós, para que vivamos por meio da Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador de toda a criação, inclusive desta nova criação que está realizando desde o princípio, por meio da geração de novas criaturas espirituais para Deus por meio da fé nEle.

Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou seja, pode fazer com que nova vida espiritual seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe perfeitamente quais são aqueles que atenderão ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se revela em espírito para que creiam nEle, e assim sejam salvos.

Bem-aventurados portanto são:

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Os humildes de espírito que reconhecem que nada possuem em si mesmos para agradarem a Deus.

Os mansos que se submetem à vontade de Deus e que se dispõem a cumprir os Seus mandamentos.

Os que choram por causa de seus pecados e todo o pecado que há no mundo, que é uma rebelião contra o Criador.

Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o testemunho de que todos necessitam da misericórdia de Deus para serem perdoados.

Os pacificadores, e não propriamente pacifistas que costumam anular a verdade em prol da paz mundial, mas os que anunciam pela palavra e suas próprias vidas que há paz de reconciliação com Deus somente por meio da fé em Jesus.

Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do reino de Deus que não é comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.

Os que são perseguidos por causa do evangelho, porque sendo odiados sem causa, perseveram em dar testemunho do Nome e da Palavra de Jesus Cristo.

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Vemos assim que ser salvo pela graça não significa: de qualquer modo, de maneira descuidada, sem qualquer valor ou preço envolvido na salvação. Jesus pagou um preço altíssimo e de valor inestimável para que pudéssemos ser redimidos. Os termos da aliança por meio da qual somos salvos são todos bem ordenados e planejados para que a salvação seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais, celestiais, espirituais envolvidos em todo o processo da salvação.

É de uma preciosidade tão grande este plano e aliança que eles devem ser eficazes mesmo quando não há naqueles que são salvos um conhecimento adequado de todas estas verdades, pois está determinado que aquele que crê no seu coração e confessar com os lábios que Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é necessário para um pecador ser transformado em santo e recebido como filho adotivo por Deus.

O crescimento na graça e no conhecimento de Jesus são necessários para o nossos aperfeiçoamento espiritual em progresso da nossa santificação, mas não para a nossa justificação e regeneração (novo nascimento) que são instantâneos e recebidos simultaneamente no dia mesmo em que nos

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convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como nos encontrávamos na ocasião, totalmente perdidos e mortos em transgressões e pecados.

E fomos recebidos porque a palavra da promessa da aliança é que todo aquele que crê será salvo, e nada mais é acrescentado a ela como condição para a salvação.

É assim porque foi este o ajuste que foi feito entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre si para que fôssemos salvos por graça e mediante a fé.

Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o Pai escolheu para ser o autor e o consumador da nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da graça, e nós somos eleitos para recebermos os benefícios desta aliança por meio da fé nAquele a quem foram feitas as promessas de ter um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.

Então quando somos chamados de eleitos na Bíblia, isto não significa que Deus fez uma aliança exclusiva e diretamente com cada um daqueles que creem, uma vez que uma aliança com Deus para a vida eterna demanda uma perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem qualquer falha, e de nós mesmos, jamais seríamos competentes para atender a tal

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exigência, de modo que a aliança poderia ter sido feita somente com Jesus.

Somos aceitos pelo Pai porque estamos em Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que somos também recebidos. Jamais poderíamos fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto é tipificado claramente na Lei, em que nenhum ofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem serem apresentados pelo sacerdote escolhido por Deus para tal propósito. Nenhum outro Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai para que pudéssemos receber uma redenção e aproximação eternas, senão somente nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu para este ofício.

Referências

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