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Campus Universitário Caixa Postal 354 CEP INTRODUÇÃO

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Academic year: 2022

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AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE INFECÇÕES PELOS VÍRUS INFLUENZA EQUINA (EIV-1-2) E HERPESVÍRUS EQUINO (EHV-1-2-4) EM POTROS COM DOENÇA

RESPIRATÓRIA NA REGIÃO DE BAGÉ-RS

Autor(es): RIBAS, Leandro do Monte; LINS, Luciana Araújo; MORAES, Carina Martins; NOGUEIRA, Carlos Eduardo Wayne

Apresentador: Leandro do Monte Ribas

Orientador: Carlos Eduardo Wayne Nogueira Revisor 1: Luiz Paiva Carapeto

Revisor 2: Francisco Laurendi Griep Pereira Instituição: UFPel

AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE INFECÇÕES PELOS VÍRUS INFLUENZA EQUINA (EIV-1-2) E HERPESVÍRUS EQUINO (EHV-1-2-4) EM POTROS COM

DOENÇA RESPIRATÓRIA NA REGIÃO DE BAGÉ-RS

RIBAS, Leandro do Monte

1

; LINS, Luciana Araújo

2

; MORAES, Carina Martins

3

; NOGUEIRA, Carlos Eduardo Wayne

4

1 Mestrando – Fac. de Veterinária/UFPel – Bolsista CAPES

2 Graduanda – Fac. de Veterinária/UFPel - Bolsista Iniciação Científica CNPQ

3 Doutoranda – Centro Biotecnologia/UFPel – Bolsista CNPQ

4 Doutor – Profº Adj. Dep. Clínicas Veterinária – Clínica Médica de Eqüinos Campus Universitário – Caixa Postal 354 – CEP 96010-900 ribas@ufpel.edu.br

1. INTRODUÇÃO

Doenças respiratórias são comuns em cavalos jovens, especialmente em potros entre 30 e 180 dias de vida, sendo considerada pneumonia a principal causa de doença e morte (Prescott, 1991; Sellon et al., 2000). Os relatos de agentes virais relacionados à causa primária de doenças respiratórias são raros, porém os vírus da Influenza Eqüina-1-2 e o Herpesvírus Eqüino-1-2-4 são descritos como agentes primários em doenças pulmonares de potros com idade inferior a nove meses (Sellon, 2001).

A gripe eqüina é considerada a mais importante afecção do aparelho respiratório dos eqüinos, sob o ponto de vista econômico (Heldens et al., 2004). É altamente contagiosa nos rebanhos eqüinos e de rápida disseminação pelo contato direto. Os potros com idades abaixo dos oito meses parecem estar protegidos por anticorpos maternos (Rush, 2006), porém, se o anticorpo materno esta ausente no momento da exposição ao agente, potros jovens podem desenvolver pneumonia conduzindo rapidamente a morte (Daly & Munford, 2001).

Os herpesvírus são do tipo DNA pertencentes à família Herpesviridae, que

acometem os eqüinos. Os de maior importância clínica e epidemiológica são os

EHV-1-2-4 (Nordengrahn et al., 1996; Allen, 2002a). Os quadros clínicos causados

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por esses vírus confundem-se, podendo apresentar desde infecções subclínicas a manifestações respiratórias, incluindo distúrbios neurológicos e abortos. A maioria das enfermidades respiratórias por herpesvirus ocorrem nos cavalos jovens, com um risco mais elevado à infecção até os dois anos de idade. Em animais mais velhos, as infecções são subclínicas (Allen, 2002b).

A apresentação clínica de potros com pneumonia varia substancialmente de acordo com a etiologia, severidade e cronicidade da doença (Wilson, 1992). Desta forma, estudos que auxiliam o entendimento das doenças respiratórias possibilitam o diagnóstico precoce, reduzindo as taxas de morbidade e mortalidade. O objetivo do trabalho foi avaliar a presença de infecções pelos vírus da Influenza Eqüina (EIV-1- 2) e do Herpesvírus Eqüino (EHV-1-2-4) em potros jovens (<180 dias) com enfermidades respiratórias, alojados em 4 criatórios na região do município de Bagé- RS.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho a campo foi realizado nas instalações de quatro criatórios de eqüinos da raça Puro Sangue Inglês (PSI), durante a temporada reprodutiva do ano de 2006, todos localizados no município de Bagé na região Sul do Estado do Rio Grande do Sul. Os exames laboratoriais foram realizados no Departamento de Virologia da Universidade Federal de Santa Maria-RS.

Foram monitorados diariamente 349 potros até os 180 dias de vida, idade de desmame. Todos mantidos em piquetes de fácil acesso, sob responsabilidade do Veterinário Residente do local e sua equipe de trabalho. Alterações comportamentais, como apatia, anorexia entre outras, quando detectadas, foram avaliadas através do exame físico. Dos animais com sintomatologia de doença respiratória foram coletadas amostras de soro sanguíneo por punção da veia jugular, secreções nasofaríngeas com auxílo de Swab de algodão estéril e secreções traqueais através do lavado traqueal por sondagem.

A titulação de anticorpos anti-EIV-1-2 foi realizado pela prova de Inibição da Hemaglutinação (IH), utilizando a cepa EIV/Santa Maria e a técnica descrita por Sanches (1998). A detecção de anticorpos anti-EHV-1-2-4 foi realizada pela microtécnica de Soroneutralização (SN) viral (OIE, 1996), utilizando amostra da cepa viral Campinas.

A tentativa de isolamento viral das secreções nasofaríngeas e traqueais foi realizada depois da inoculação em placas com monocamadas de cultivos celulares suscetíveis ao EIV-1-2 e EHV-1-2-4.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Entre os 349 potros monitorados até a idade de desmama (180 dias), foi

registrada a incidência de 9% (33) de enfermidades respiratórias, com mortalidade

de 0,57% (2). Para o isolamento viral e testes sorológicos, foram descartados 10

potros devido ao tratamento ter sido realizado antes da coleta do material ou por

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restrições dos proprietários. Portanto foram avaliados o soro sanguíneo e as amostras de secreções de 23 potros doentes.

A confirmação do diagnóstico de enfermidade respiratória por herpesvírus está baseada em demonstrar a presença do vírus nas secreções nasofaríngeas (Allen, 2002b). No presente trabalho não foram isolados os vírus da EIV-1-2 e do EHV-1-2-4 das secreções nasofaríngeas e traqueais dos 23 potros. Foram adotadas as medidas adequadas de coleta, armazenamento e transporte para minimizar possíveis falhas no diagnóstico. A técnica de isolamento viral possui a desvantagem de necessitar de vários dias para o resultado e depender de fatores que vão desde a coleta até o encaminhamento ao laboratório. A amplificação de DNA viral mediante PCR é um ensaio rápido, sensível e utilizado com mais freqüência para a detecção da infecção do trato respiratório por EHV, porém apresenta altos custos e mão de obra especializada (Lawrence et al, 1994).

A opção de diagnóstico sorológico pareado é rápida e confiável para a infecção do EHV (Thomson et al, 1976). Na avaliação sorológica pareada, com a primeira amostra de soro coletada 48 horas após o aparecimento dos sinais clínicos e a segunda amostra 21 dias após, não foram detectados anticorpos contra o vírus da EIV-1-2. Em 17% (4) dos potros, foi observada reação na diluição 1:2 do teste de

SN para o EHV-1-2-4, porém este resultado não é representativo devido à margem de erro ser de uma casa de diluição e a positividade do teste ser representada por um aumento em quatro diluições ou maior no título de anticorpos específicos contra o vírus entre as amostras de soro na fase aguda e convalescente (Allen, 2002b). As amostras restantes foram negativas para EHV-1-2-4.

Gilkerson et al. (1999) registraram uma incidência de anticorpos contra EHV-1 de 11,4% em potros mamando, enquanto que mais de 99% das éguas e potros testados tinham anticorpos contra EHV-4. Nordengrahn et al. em 1996 demonstraram que potros infectados experimentalmente por cepas de EHV-2 sofreram infecção secundária por Rhodococcus equi, fator predisponente para a infecção bacteriana. No presente trabalho as amostras foram avaliadas na bacterioscopia, sendo observadas infecções bacterianas, porém os dados não foram apresentados porque nenhuma relação foi estabelecida devido às amostras terem sido negativas para infecções por EIV-1-2 e EHV-1-2-4, como já relatado anteriormente e apresentado a seguir na Tabela 01.

Tabela 01 – Distribuição dos resultados dos testes de Inibição da Hemaglutinação (IH) e Soroneutralização (SN) para o EIV-1-2 e EHV-1-2-4 de 23 potros com enfermidades respiratórias, alojados em quatro criatórios no município de Bagé-RS.

Potro IH para EIV SN para EHV Potro IH para EIV SN para EHV

1° Soro 2° Soro 1° Soro 2° Soro 1° Soro 2° Soro 1° Soro 2° Soro 1 negativo negativo negativo negativo 13 negativo negativo negativo negativo 2 negativo negativo negativo óbito 14 negativo negativo negativo negativo 3 negativo negativo negativo negativo 15 negativo negativo negativo negativo 4 negativo negativo negativo negativo 16 negativo negativo negativo negativo 5 negativo negativo negativo negativo 17 negativo negativo negativo negativo 6 negativo negativo negativo negativo 18 negativo negativo 1:2 negativo 7 negativo negativo negativo 1:2 19 negativo negativo negativo negativo 8 negativo negativo negativo negativo 20 negativo negativo negativo negativo 9 negativo negativo 1:2 negativo 21 negativo negativo negativo negativo 10 negativo negativo 1:2 negativo 22 negativo negativo negativo negativo 11 negativo negativo negativo negativo 23 negativo negativo negativo negativo

12 negativo negativo negativo óbito

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4. CONCLUSÕES

Nos criatórios avaliados no trabalho não foram observadas infecções pelos vírus da Influenza Eqüina e do Herpesvírus Eqüino-1-2-4 como causas de doença respiratória ou como fatores predisponentes para infecções secundárias em potros com idades inferiores há 180 dias (mamando).

O trabalho foi pioneiro na região e registra dados epidemiológicos e etiológicos importantes para o monitoramento de infecções respiratórias virais em potros na região de Bagé-RS. Vale ressaltar a importância do acompanhamento clínico diário e dos meios auxiliares de diagnóstico para o controle das infecções virais uma vez que sua disseminação é rápida no rebanho e o diagnóstico precoce é peça chave no controle da doença.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALLEN, G.P. Epidemic disease caused equine herpesvirus-1:recommendations for prevention and control. Equine Veterinary Education. v. 14, p. 136-142, 2002a ALLEN, G.P. Respiratory Infections by Equine Herpesvirus Types 1and 4. In:

Equine Respiratory Diseases, Ed P. Lekeux, Publisher: International Veterinary Information Service, Ithaca, New York, USA. 2002b.

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NORDENGRAHN, A; RUSVAI, M; MERZA, M. et al. Equine herpesvirus type 2 (EHV-2) as a predisposing factor for Rhodococcus equi pneumonia in foals:

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