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COMPARAÇÃO ENTRE DIFERENTES MÉTODOS PARA MENSURAÇÃO DA GORDURA CORPORAL APÓS UM PROGRAMA DE PERDA DE PESO

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Academic year: 2022

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RESUMO

Introdução: A mensuração precisa e sensível da composição corporal é uma importante ferramenta para o diagnóstico e controle da obesidade. Objetivo: Comparar as alterações da gordura corporal mensuradas através da absorciometria com raios-X de dupla energia (DEXA), análise da impedância bioelétrica (BIA) e dobras cutâneas (DC) em adultos saudáveis com sobrepeso, a fim de avaliar se os três métodos podem ser utilizados durante um programa de perda de peso (PPP). Métodos: Oitenta e quatro homens (n=36) e mulheres (n=48) com índice de massa corporal entre 25-29,9 kg/m

2

, idade entre 18-50 anos, não-fumantes e sedentários foram divididos aleatoriamente em grupos de de força, resistência, combinados de força mais resistência ou com recomendações de atividade física. Todos os indivíduos seguiram uma dieta hipocalórica (25-30% de redução na ingestão energética em relação ao gasto energético total diário). A intervenção durou 22 semanas. Resultados: A maior correlação foi obtida entre a DEXA e DC quando homens e mulheres foram estudados juntos (r=0,864, p<0,01). Foram encontradas diferenças significativas entre a DEXA e BIA no percentual de gordura (subestimação da BIA em 2,4%, p<0,05) nas mulheres. A subestimação foi mais determinante tanto para o percentual de gordura quanto para a massa gorda nos homens, 13,2% versus 10,2%, e 6,8 kg versus 4,2 kg entre a BIA e DC, respectivamente (p<0,05). Todos os procedimentos obtiveram resultados similares (p>0,05) quando foram analisadas alterações na gordura corporal ocasionadas pela intervenção. No entanto, considerando os resultados da mínima diferença comparados à DEXA, a BIA apresentou maior sensibilidade para detectar mudanças no percentual de gordura e massa gorda, enquanto a DC subestimou as mudanças, com um percentual significativamente mais baixo considerado real (p=0,01). Conclusão: O método de DC parece subestimar as mudanças reais, portanto, a DEXA e BIA podem ser ferramentas mais eficazes para mensurar a alteração no percentual de gordura e a massa gorda durante um PPP. Nível de evidência II, Diagnóstico.

Descritores: Composição corporal; Exercício; Dieta; Ensaio Clínico; Sobrepeso.

ABSTRACT

Introduction: Accurate and sensitive measurement of body composition is an important tool in the diagnosis and control of obesity. Objective: To compare body fat changes measured by dual-energy X-ray absorptiometry (DXA), bio- electrical impedance analysis (BIA), and skinfolds (SK) in healthy overweight adults in order to evaluate whether all three methods can be used during a weight loss program (WLP). Methods: Eighty-four men (n=36) and women (n=48), body mass index 25–29.9 kg/m

2

, aged between 18-50 years, non-smokers and sedentary, were randomly assigned to strength, endurance, combined strength plus endurance, or physical activity recommendations groups. All subjects followed a hy- pocaloric diet (25-30% decrease in energy intake in terms of the total daily energy expenditure). The intervention lasted 22 weeks. Results: The highest correlation was obtained between DXA and SK when men and women were studied together (r=0.864, p<0.01). In women, significant differences were found between DXA and BIA in fat percentage (underestimation of BIA 2.4%, p<0.05). The underestimation was more determinant for both fat percentage and fat mass in men, 13.2%

versus 10.2%, and 6.8 kg versus 4.2 kg between BIA and SK respectively (p<0.05). All the procedures obtained similar results (p>0.05) when changes in body fat caused by intervention were analyzed. However, considering results of the minimal difference compared to DXA, BIA showed the greatest sensitivity to detect changes in fat percentage and fat mass, while SK underestimated the changes, with a significantly lower percentage considered real (p=0.01). Conclusion: The SK method seems to underestimate real changes, therefore DXA and BIA can serve as more effective tools to measure the change in fat percentage and fat mass during WLP. Level of evidence II, Diagnosis.

Keywords: Body composition; Exercise; Diet; Clinical trial; Overweight.

RESUMEN

Introducción: La medición precisa y sensible de la composición corporal es una herramienta importante para el diagnóstico y control de la obesidad. Objetivo: Comparar las alteraciones de la grasa corporal medidas a través de la absorciometría con rayos X de doble energía (DXA), análisis de la impedancia bioeléctrica (BIA) y los pliegues cutáneos (PC) en adultos saludables con

COMPARAÇÃO ENTRE DIFERENTES MÉTODOS PARA MENSURAÇÃO DA GORDURA CORPORAL APÓS UM PROGRAMA DE PERDA DE PESO

COMPARISON BETWEEN DIFFERENT METHODS FOR MEASURING BODY FAT AFTER A WEIGHT LOSS PROGRAM

COMPARACIÓN ENTRE DIFERENTES MÉTODOS PARA MEDICIÓN DE LA GRASA CORPORAL DESPUÉS DE UN PROGRAMA DE PÉRDIDA DE PESO

Pedro Jose Benito

1

(Profissional de Educação Física) Carmen Gómez-Candela

2

(Médica)

María Dolores Cabañas

3

(Médica)

Barbara Szendrei

1

(Profissional de Educação Física) Eliane Aparecida Castro

1,4,5

(Profissional de Educação Física) em nome do Grupo de Estudos PRONAF

1. Grupo de Pesquisa LFE.

Departamento de Saúde e Desempenho Humano. Faculdade de Ciências da Atividade Física e do Esporte. Universidad Politécnica de Madrid, Madrid, Espanha.

2. Departamento de Nutrição, IdiPAZ. Instituto de Investigación Hospital Universitario La Paz.

3. Departamento de Anatomia Humana e Embriologia. Faculdade de Medicina. Universidad Complutense de Madrid, Madrid, Espanha.

4. Departamento de Ciências Esportivas e Condicionamento Físico, Faculdade de Educação, Universidad Católica de la Santísima Concepción, Concepción, Chile.

5. Programa de Pós-Gradução em Promoção da Saúde. Universidade de Franca, Franca, Brasil.

Correspondência:

Eliane Aparecida de Castro.

Rua dos Pracinhas, 2000, apto 01, Residencial Paraíso, Franca - SP, 14403-160, Brasil.

elianeaparecidacastro@gmail.com

A

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O

riginal

(2)

475 sobrepeso, con el fin de evaluar si se pueden utilizar los tres métodos durante un programa de pérdida de peso (PPP). Métodos:

Ochenta y cuatro hombres y mujeres (varones n=36 y mujeres n=48), con índice de masa corporal entre 25-29,9kg/m

2

, edad entre 18-50 años, no fumadores y sedentarios fueron divididos aleatoriamente en grupos de fuerza, resistencia, combinados de fuerza más resistencia o con recomendaciones de actividad física. Todos los individuos siguieron una dieta hipocalórica (25-30% de reducción en la ingestión energética con relación al gasto energético total diario). La intervención duró 22 semanas. Resultados:

La mayor correlación fue obtenida entre DXA y PC cuando hombres y mujeres fueron estudiados conjuntamente (r=0,864, p<0,01).

Se encontraron diferencias significativas entre DXA y BIA en el porcentual de grasa (subestimación de la BIA en 2,4%, p<0,05) en las mujeres. La subestimación fue más determinante, tanto para el porcentual de grasa como para la masa grasa en los hombres, 13,2% versus 10,2%, y 6,8 kg versus 4,2 kg entre BIA y PC, respectivamente (p<0,05). Todos los procedimientos obtuvieron resultados similares (p>0,05), cuando se analizaron alteraciones en la grasa corporal causadas por la intervención. Sin embargo, considerando los resultados de la mínima diferencia comparados a DXA, la BIA presentó mayor sensibilidad para detectar cambios en el porcentual de grasa y masa grasa, mientras que la PC subestimó los cambios, con un porcentual significativamente más bajo considerado real (p=0,01). Conclusión: El método de PC parece subestimar los cambios reales, por lo tanto, la DXA y la BIA pueden ser herramientas más eficaces para medir la alteración en el porcentual de grasa y masa grasa durante un PPP. Nivel de evidencia II, Diagnóstico.

Descriptores: Composición Corporal; Ejercicio; Dieta; Ensayo Clínico; Sobrepeso.

Artigo recebido em 16/05/2015 aprovado em 02/05/2019 DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1517-869220192506149743

INTRODUÇÃO

A medição precisa e sensível da composição corporal é necessária para avaliar o estado nutricional dentro e entre populações, bem como uma ferramenta importante no diagnóstico e no acompanhamento de obesidade e distúrbios metabólicos.

Embora métodos amplamente utilizados, a medida da dobra cutânea (DC)

1

e a análise da bioimpedância elétrica (BIO)

2,3

têm limitações e baixa precisão.

3

Sexo, gênero, etnia, idade e nível de condição física e atlética afetam a fórmula da prega cutânea, o que requer várias medições em di- ferentes locais.

4

A espessura das pregas cutâneas também é relativamente imprecisa em indivíduos obesos.

5

A análise da composição corporal usando BIO pode ser influenciada pelo exercício, ingestão de líquidos, desidrata- ção e até tabagismo.

6,7

No entanto, a BIO é amplamente utilizada, barata e sem a necessidade de um treinamento de alto nível para o operador.

A absorciometria por dupla emissão de raio-X (DEXA) foi introduzida e rapidamente utilizada como método de critério de avaliação da com- posição corporal.

8

A DEXA é um modelo de três compartimentos, um de massa de gordura (MG) e dois componentes de massa livre de gordura (MLG), ou seja, conteúdo mineral ósseo (CMO) e massa magra (MM). A DEXA, no entanto, não é amplamente utilizada fora da área clínica ou de pesquisa. As maiores desvantagens do uso desta técnica são o elevado custo do equipamento e a exposição desnecessária dos pacientes à radiação, tornando questionável as medições com a DEXA como uma ferramenta de monitoramento durante os programas de intervenção.

Do ponto de vista prático, saber a diferença entre as várias formas de medição, fornece uma maneira de comparar e padronizar os dados de referência. Entretanto, para monitorar um programa de perda de peso é mais importante saber se as mudanças observadas são semelhantes em cada técnica. Se houver diferenças entre as mudanças, a interpretação delas deverá incluir a técnica usada. A precisão de curto prazo das men- surações de composição corporal com a DEXA varia ligeiramente com o tipo de tecido, com massa magra demonstrando melhor precisão do que a massa de gordura. O coeficiente de variação das medidas de massa magra do corpo inteiro foi reportado como sendo, aproximadamente, 1,0%; enquanto que, para a massa gorda e o percentual de gordura corporal, o coeficiente varia entre 0,8 e 2,7%.

9

Contudo, a precisão das medidas da BIO é baixa, apresentando um coeficiente de variação para massa de gordura de 40%, para porcentagem de gordura de 24,2% e para massa livre de gordura de 18,6%.

10

Segundo Toombs et al.

9

a precisão da DEXA para avaliar a composição corporal foi de 0,4%, 1,0% e 0,9% (coeficiente de variação da raiz média

quadrada) para massa magra, massa gorda e percentual de gordura corporal, respectivamente. Estudos anteriores indicaram que a BIO apresentava uma tendência de superestimar levemente a composição corporal em comparação com a DEXA.

10

O objetivo deste estudo foi comparar as alterações na gordura corporal total mensuradas pela BIO, DC e DEXA em adultos saudáveis com excesso de peso, com o intuito de avaliar se todos os três métodos poderiam ser utilizados durante um programa de perda de peso.

MÉTODOS Participantes

Os participantes eram adultos saudáveis, com sobrepeso [índice de massa corporal (IMC) 25-29,9 kg/m

2]

, não-fumantes, sedentários (uma ou menos sessões de exercício por semana), que não estivessem em um programa de dieta, normoglicêmicos e todas as mulheres estavam na pré-menopausa e tinham ciclos menstruais regulares. Indivíduos com histórico de treinamento sistemático de força ou resistência (mais de uma vez por semana de treinamento de intensidade moderada a alta) durante o último ano, antes do estudo, foram excluídos. O grupo (n=84) consistiu de homens (n=36) e mulheres (n=48) jovens e de meia- -idade (entre 18 e 50 anos) residentes em Madri. Os voluntários que atenderam os critérios de inclusão e passaram no exame físico inicial foram estratificados por idade e sexo e distribuídos aleatoriamente em quatro grupos de intervenção com dieta e exercício.

Visão geral do estudo

Este estudo se constituiu de uma intervenção de 24 semanas. As medições foram realizadas durante a primeira semana (valores iniciais, visita 1) para todos os sujeitos antes de iniciar o treinamento, e após 22 semanas de treinamento, durante a semana 24 (valores pós-treinamento, visita 2). Os ciclos menstruais foram controlados por diário para definir as fases folicular e lútea, quando as amostras de sangue foram coletadas.

11

A prescrição dietética foi realizada por nutricionistas especialistas do Departamento de Nutrição do Hospital Universitário La Paz (HULP).

Todos os grupos foram submetidos a uma dieta hipocalórica individua- lizada (entre 1200 e 3000 kcal). A dieta impliava uma redução de 25%

em comparação com o gasto energético total diário (GETD)

12

medido através de acelerometria pelo SenseWear Pro Armband™.

Todos os grupos de exercícios seguiram um programa de treinamento

de 3 vezes/semana durante 22 semanas, supervisionados por treinadores

certificados. A intensidade foi medida em RM (repetição máxima) para o

(3)

476

exercício de força ou FCR (reserva de frequência cardíaca) para o exercício de resistência e foi de 50% e 60% dos 15RM e HRR para as semanas 2-5 e 6-23, respectivamente. A duração total da sessão de treinamento foi de 51 min 15 seg e 64 min para as semanas 2-14 e 15-23, respectivamente. O número de voltas do circuito foi de duas para as semanas 2-14 e três para as semanas 15-23. Cada exercício durou 45 seg, o tempo necessário para completar 15 repetições dos exercícios de força. O período de recuperação entre cada exercício do circuito e entre as voltas para o circuito foi de 15 seg e 5 min, respectivamente. Para ampliar o conhecimento sobre nosso ensaio clínico, leia a publicação metodológica.

13

As medidas de DEXA, BIO e DC foram realizadas no mesmo dia em que os participantes foram ao hospital na primeira ocasião.

De acordo com as diretrizes da Declaração de Helsinque em rela- ção à pesquisa com seres humanos, antes do início da investigação, os participantes leram e assinaram um documento de consentimento informado institucionalmente aprovado. O protocolo para este estudo foi revisado e aprovado pelo Comitê de Revisão de Pesquisa Humana do Hospital Universitário La Paz (PI-643). Registrado segundo o número de identificação clinicaltrials.gov NCT01116856.

MENSURAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL Antropometria e dobras cutâneas

As medidas antropométricas incluíram estatura (1 cm, estadiômetro Holtain Limited, Crymych, Reino Unido) e massa corporal (0,1 kg, La- fayette Instruments Company, Lafayette, Indiana, EUA). Quatro dobras cutâneas, tríceps, bíceps, subescapular e supra-ilíaca, foram medidas (após calibração do plicômetro), seguindo os métodos utilizados pela Sociedade Internacional para o Avanço da Cineantropometria (ISAK), e substituindo o log da soma aplicando a equação de Durnin e Womer- sley

14

para cada idade e sexo, e usando a equação de Siri (1961) para transformação da densidade corporal em porcentagem de gordura. A massa gorda foi obtida pela multiplicação do percentual de gordura pelo peso corporal total (kg). Teste-reteste foi utilizado para avaliar o avaliar o erro de precisão através do cálculo do erro total (TE = √∑ ((measurement 1 – measurement 2)

2

/ n)).

15

O erro de precisão em nosso laboratório foi de 0,43% para o percentual de gordura corporal.

DEXA

A gordura corporal, a massa livre de gordura e o conteúdo mineral ósseo foram medidos pela A absorciometria por dupla emissão de raio-X.

Um scanner Lunar iDXA ™ (GE Healthcare, Chalfont St Giles, Bucks., Reino Unido) com o software enCORE ™ 2007 v.11 foi usado para realizar a varredura de corpo inteiro. Antes de iniciar a análise, todos os objectos metálicos foram removidos dos participantes para assegurar a precisão da medição. A calibração diária do scanner foi realizada usando uma coluna fantasma contendo compostos de osso, gordura e tecido magro.

Os participantes foram posicionados no leito do digitalizador de acordo com as recomendações do fabricante e instruídos a permanecerem o mais estáveis possível durante a duração do exame.

O erro de precisão de medidas DEXA em nosso laboratório era 0,65%

para o percentual de gordura corporal.

Bioimpedância

A medição da BIO foi realizada antes do escaneamento DEXA em todos os sujeitos. Um analisador de impedância bioelétrica de múltiplas frequências OMRON BF 306W (OMRON HEALTHCARE Co., Ltd, Ukyo-ku, Kyoto, Japão), definido para usar o algoritmo proprietário ‘normal’ (não- -atlético), foi usado para a medição da bioimpedância. Para assegurar a predição exata das equações da BIA, seguiram-se normas anteriores para melhorar a precisão.

16

Os participantes colocavam seus calcanhares em

contato com os círculos dos eletrodos metálicos na escala Xoor. Uma vez que o peso era registrado, os indivíduos eram instruídos a segurar as manoplas de forma que os eletrodos metálicos estivessem em contato com as palmas das mãos e os polegares.

O erro de precisão das medidas da BIA em nosso laboratório era de 0,52% para o percentual de gordura corporal.

Todas as medidas foram realizados seguindo o protocolo normal com, pelo menos, 3 horas após uma refeição (incluindo bebida), e os indivíduos foram instruídos a evitar qualquer exercício extenuante 12 horas antes das medições. Além disso, solicitou-se aos participantes esvaziar a bexiga antes das medições. As mulheres não foram medidas durante o período menstrual.

17

Análise estatística

Todos os dados foram reportados como média ± desvio-padrão (DP). O teste de Kolgomorov Smirnov realizado indicou que todos os dados eram normalmente distribuídos.Uma ANOVA de dois fatores [sexo (2 groups) x idade categorizada (3 groups)] com medidas repetidas foi utilizada para determinar diferenças entre os métodos (DEXA, BIO, DC). A simetria composta ou esfericidade foi verificada pelo teste de Mauchly. Quando a hipótese de esfericidade não foi atendida, a significância das razões F foi ajustada de acordo com o procedimento Greenhouse-Geisser. Comparações múltiplas de ANOVAs foram realizadas pelo teste post-hoc de Bonferroni. Para verificar a sensibilidade dos diferentes métodos para medir a mudança na gordura corporal, foram traçados gráficos para viés, seguindo o procedimento descrito por Bland e Altman. A correlação de Pearson foi usada para inves- tigar a concordância entre os três métodos. As diferenças mínimas foram calculadas de acordo com Weir

18

e o teste do qui-quadrado foi utilizado para identificar qualquer associação entre os diferentes métodos na classificação de perda significativa de gordura. A análise estatística foi realizada com o software SPSS 15.0 for Windows (SPSS Worldwide Headquarters, Chicago, IL) e o nível de significância p < 0,05 foi utilizado para declarar significância para todos os procedimentos estatísticos.

RESULTADOS

As características dos sujeitos são mostradas na Tabela 1. Em ge- ral, os homens eram mais altos (+ 13,6 cm ; p < 0,05) e mais pesados (+14,6 kg; p < 0,05 ) do que as mulheres, e tinham um IMC mais elevado (+0,7 kg/m

2

; p < 0,05).

Não foram encontradas boas correlações entre a DEXA e os demais métodos de avaliações da composição corporal, BIO e DC. Os valores de correlação foram menores para DC do que para BIO, aumentando a força de associação quando as duas visitas eram agrupadas. A correlação mais alta foi obtida entre DEXA e DC quando homens e mulheres foram considerados juntos (r = 0,864; p < 0,01), enquanto a menor correlação era em mulheres entre DEXA e DC (r = 0,313; p < 0,01) (Tabela 2).

Em termos absolutos, os resultados da BIO subestimaram o MG%

em 6,7%, e 3,6 kg, assim como o método das DC em 4,3% e 1,8 kg quando comparado à DEXA (p < 0,05), embora os resultados tenham sido altamente dependentes do sexo. Diferenças significativas foram encontradas apenas para as mulheres quando comparados DEXA com Tabela 1. Características dos participantes (média e desvio padrão (DP)).

  Mulheres (n=48) Homens (n=36) Todos (n=84)

  Média DP Média DP Média DP

Peso (kg) 73,6

a

6,2 88,2 8,0 79,4 10,0

Estatura (cm) 162,0

a

6,1 175,6 7,1 167,4 9,3

Idade (anos) 37,4 8,2 37,2 8,0 37,3 8,1

IMC (kg/m

2

) 27,9

a

1,3 28,6 1,1 28,2 1,3

a. Diferenças significativas com homens (p<0,05).

(4)

477 BIO no percentual de gordura (subestimação da BIO em 2,4%, p < 0,05).

Para homens, subestimações no percentual de gordura e na massa de gordura eram mais determinantes, 13,2% e 10,2%, 6,8 kg e 4,2 kg para BIO e DC, respectivamente, em comparação com medições da DEXA (p < 0,05). Quando a primeira e a segunda visitas foram reunidas para análise, uma relação significativa foi encontrada entre o géneros, idade e procedimento de medição na massa gorda [F (2,456) = 4,204 com p = 0,011], mas não em porcentagem de gordura [F (2,589) = 1,001 com p

> 0,05], na qual uma interação foi encontrada entre método de medida e idade [F (2,589) = 6,386 com p = 0,001] (Tabela 3).

Nas mulheres, diferenças significativas foram encontradas tanto para o percentual de gordura quanto para a massa gorda entre os valores

Tabela 3. Medidas da DEXA, BIO e DC para a massa de gordura (MG) em quilogramas (kg) e porcentagem (%) em homens e mulheres; com idade entre 18 e 50 anos;

(n = 84) na primeira visita (V1), segunda visita (V2) e agrupamento V1+V2/2 (Total).

  Mulheres (n=48) Homens (n=36) Todos (n=84)

  Média DP Mín Máx Média DP Mín Máx Média DP Mín Máx

DEXA MG (Kg) V1 29,6 4,5 21,1 38,4 29,7 4,5 18,9 35,9 29,6 4,5 18,9 38,4

BIO MG (Kg) V1 27,9

a

4,7 18,8 40,6 23,4

a

5,0 14,4 33,4 26,1

a

5,3 14,4 40,6

DC MG (Kg) V1 29,1

b

3,9 17,7 39,2 26,1

ab

5,9 14,2 41,9 27,9

#

5,0 14,2 41,9

                         

DEXA MG (Kg) V1 39,7 6,6 27,6 50,1 39,1 6,2 26,7 47,5 39,5 6,4 26,7 50,1

BIO MG (Kg) V1 37,2

a

3,4 29,0 42,3 26,1

a

3,8 20,0 34,3 32,9

a

6,4 20,0 42,3

DC MG (Kg) V1 38,9

b

3,3 27,4 43,7 29,2

ab

4,3 19,7 38,4 35,0

ab

6,1 19,7 43,7

                         

DEXA MG (Kg) V2 24,0 5,9 11,8 35,4 24,0 5,5 10,8 34,7 24,0 5,7 10,8 35,4

BIO MG (Kg) V2 22,6 5,8 9,4 41,1 16,9

a

4,6 9,0 27,6 20,3

a

6,0 9,0 41,1

DC MG (Kg) V2 24,0

b

4,2 13,9 35,3 19,3

ab

5,1 10,5 33,6 22,1

b

5,1 10,5 35,3

                         

DEXA MG (Kg) V2 34,8 8,5 18,0 49,2 34,2 6,9 18,1 45,2 34,6 7,8 18,0 49,2

BIO MG (Kg) V2 32,5 5,2 18,1 42,5 20,7

a

3,9 14,4 31,9 27,8

a

7,5 14,4 42,5

DC MG (Kg) V2 35,0

b

3,3 25,5 40,9 23,7

ab

4,0 16,7 33,3 30,4

ab

6,7 16,7 40,9

                         

DEXA MG (Kg) Total 26,8 5,2 11,8 38,4 26,9 5,0 10,8 35,9 26,8 5,1 10,8 38,4

BIO MG (Kg) Total 25,2 5,2 9,4 41,1 20,1

a

4,8 9,0 33,4 23,2

a

5,7 9,0 41,1

DC MG (Kg) Total 26,6 4,1 13,9 39,2 22,7

ab

5,5 10,5 41,9 25,0

ab

5,1 10,5 41,9

                         

DEXA MG (Kg) Total 37,3 7,5 18,0 50,1 36,6 6,5 18,1 47,5 37,0 7,1 18,0 50,1

BIO MG (Kg) Total 34,9

a

4,3 18,1 42,5 23,4

a

3,8 14,4 34,3 30,3

a

7,0 14,4 42,5

DC MG (Kg) Total 36,9 3,3 25,5 43,7 26,4

ab

4,2 16,7 38,4 32,7

ab

6,4 16,7 43,7

a. Diferenças significativas com a DEXA (p<0,05). b. Diferenças significativas com a BIO (p<0,05). #. Tendência a diferenças significativas com a DEXA (p=0,078).

Mulheres Homens

Homens Mulheres

DEXA BIO DC a

a

a a

a a

a ab

ab

ab b b

b b

DEXA BIO DC

DEXA BIO DC DEXA BIO DC 18-30 31-40 41-50

40 35 30 25 20 15 50 45 40 35 30 25 20 15 50

45 40 35 30 25 20 15 40 35 30 25 20 15

Gordura corporal (kg)Gordura corporal (%)

Gordura corporal (%)Gordura corporal (kg)

Figura 1. Diferenças entre DEXA, BIO e DC, categorizadas por idade para homens e mulheres, na massa de gordura (MG) em quilogramas (kg) e porcentagem (%). a. Dife- renças significativas com a DEXA (p<0,05). b. Diferenças significativas com a BIO (p<0,05).

Tabela 2. Resumo da associação (correlação de Pearson) entre DEXA, BIO e DC nas duas visitas e no total.

 

Mulheres Homens Todos

r p r p r p

DEXA MG (Kg) V1 - BIO FM (Kg) V1 0,342 0,02 0,199 0,34 0,227 0,06*

DEXA MG (Kg) V1 - DC FM (Kg) V1 0,301 0,05* 0,102 0,61 0,199 0,10 DEXA MG (%) V1 - BIO FM (%) V1 0,304 0,05* 0,142 0,50 0,205 0,09*

DEXA MG (%) V1 - DC FM (%) V1 0,131 0,40 0,085 0,67 0,131 0,28 DEXA MG (Kg) V2 - BIO FM (Kg) V2 -0,049 0,75 0,266 0,18 0,077 0,53 DEXA MG (Kg) V2 - DC FM (Kg) V2 -0,040 0,80 0,117 0,56 0,045 0,71 DEXA MG (%) V2 - BIO FM (%) V2 0,034 0,83 0,181 0,37 0,101 0,41 DEXA MG (%) V2 - DC FM (%) V2 0,094 0,55 -0,022 0,91 0,099 0,42

V1 e V2 Agrupadas n=48 n=36 n=84

DEXA MG (Kg) - BIO FM (Kg) V1&V2 0,825 <0,01 0,751 <0,01 0,798 <0,01 DEXA MG (Kg) - DC FM (Kg) V1&V2 0,313 <0,01 0,476 <0,01 0,327 <0,01 DEXA MG (%) - BIO FM (%) V1&V2 0,829 <0,01 0,815 <0,01 0,756 <0,01 DEXA MG (%) - DC FM (%) V1&V2 0,636 <0,01 0,777 <0,01 0,864 <0,01

n=96 n=72 n=168

Em negrito não significativo (p>0,05); *Tendência à significância.

da BIO e DEXA, em indivíduos de 18 a 30 anos (p < 0,05). O método das DC apresentou diferenças com DEXA na faixa etária de 18 a 30 anos, na massa gorda (p < 0,05). Nos homens, a BIO e DC mostraram diferenças significativas com a DEXA em quase todas as idades (p < 0,001), exceto nos grupos de 41 a 50 anos na massa de gordura (Figura 1).

Por outro lado, quando a mudança de gordura causada pela interven- ção foi analisada, em kg ou em porcentagem, todos os procedimentos obtiveram resultados semelhantes (p > 0,05). As mudanças obtidas na massa de gordura com as diferentes técnicas foram 5,7 ± 3,5 kg, 5,7 ± 3,4 kg, 5,8 ± 3,4 kg e 4,9 ± 3,5%, 4,9 ± 3,3%, 4,6 ± 3,4% para a DEXA, BIO e DC respectivamente (Figura 2, dados não mostrados).

Os gráficos de Bland e Altman indicaram que tanto a BIO quanto

as DC foram procedimentos válidos em relação à DEXA para avaliar a

(5)

478

mudança de gordura produzida por uma intervenção ou estratégia de perda de peso. As diferenças não foram significativas entre as três técnicas nas mudanças observadas. Ao comparar as alterações observadas entre DEXA e BIO, o valor da diferença não foi significativo, 0,2 kg (0,3 % com p > 0,05). Quando DEXA e DC foram comparados, o valor desta última também não foi significativo -0,3 kg (0,1% com p > 0,05) (Figura 3).

Em qualquer intervenção, definir a diferença considerada real, que reflete uma mudança real e não a diferença que está dentro do que pode ser razoavelmente esperado dado ao erro de medição de qual- quer teste, é mais importante.

18

Os resultados da diferença mínima são apresentados na Tabela 4. A BIO apresentou a maior sensibilidade para detectar alterações no percentual de gordura e na massa gorda.

Quando comparado com a medida padrão adotada (DEXA), DC subes- tima as mudanças, com uma porcentagem significativamente menor considerada real (p < 0,05).

DISCUSSÃO

Em nosso estudo, comparamos três métodos (DEXA, BIO e DC) para verificar diferenças entre as mudanças na gordura corporal observadas durante um programa de dieta e exercício. Nossos dados mostraram claramente que as diferenças na mudança de gordura eram compa- ráveis; apesar do método DC subestimar as mudanças reais induzidas pelo programa de perda de peso. Este estudo tem um ponto prático, sugere que um técnica freqüentemente usada como a BIO também é uma boa ferramenta para acompanhar um programa de perda de peso.

Estudos anteriores demonstraram que diferenças entre variáveis antropométricas indiretas e DEXA em porcentagem de gordura e massa gorda eram dependentes do sexo e idade.

19

Diferenças entre BIO e DEXA também foram maiores em indivíduos com maior quantidade de gordura para ambos os sexos.

8

No nosso caso, maiores diferenças entre os diferentes métodos foram obtidas em homens, mas no nosso estudo, não houve uma maior diferença dependente da quantidade de gordura, possivelmente por causa da amostra analisada, apenas as pessoas com sobrepeso.

Em jovens adultos resultados comparativos entre BIO e DEXA per- manecem controversos. Duz et al.

20

estudaram universitários com idades entre 18 e 26 anos (104 homens, 104 mulheres) e encontraram a BIO subestimava o percentual de gordura corporal em 4,8% em homens e 9,2% em mulheres, além do maior percentual de gordura corporal que os sujeitos apresentavam e a maior diferença aparecerem nos valores da BIO.

Neste estudo, a BIO mostrou uma subestimação em 2,4% em comparação com a DEXA em mulheres, além disso, esta comparação em homens era significativamente maior 13,3% (dados não mostrados). Esta subestimação mais acentuada no sexo masculino pode ser observada na primeira e segunda visitas (tabela 3). A explicação pode estar na pequena diferença no percentual de gordura em nossa amostra entre homens e mulheres, ou no fato de que as equações reais do dispositivo BIO poderiam não representar completamente a população europeia, devendo ser parcialmente revistas.

2

Algo semelhante ocorreu com idosos, relatando a subestimação do percentual de gordura corporal em homens e mu- lheres, observando que as medidas de BIO aumentaram em indivíduos com alto percentual de gordura corporal,

17

sendo que a interpretação destes estudos diferem apenas na categorização da grande massa de gordura. Resultados anteriores indicam que a BIO é um método válido para avaliação da porcentagem de gordura corporal, em sujeitos com peso corporal normal ou obesos, mas que deve ser utilizada com precaução em mulheres e em homens com excesso de peso corporal ou gordura.

8,21,22

Além disso, Erselcan et al.

23

encontraram que os valores no percentual de gordura corporal obtidos com os métodos de BIO e dobras cutâneas correlacionaram-se fortemente com os valores da DEXA em indivíduos não obesos.

Embora a equação de dobras cutâneas de Durnin e Womersley (1974), produziu valores de percentuais de gordura corporal de 26,4 ± 4,2% e 36,9 ± 3,3% para o sexo masculino e feminino, respectivamente, fornecendo valores mais baixos do que aqueles encontrados pela DEXA no presente estudo, a subestimação foi mais determinante em homens 10,2% em comparação com as medidas da DEXA . Nossos achados foram consistentes com estudos anteriores que relataram que equações de dobras cutâneas não predizem com precisão a porcentagem de gordura corporal quando comparadas com o método de referência da DEXA.

7,24

Por outro lado, nossos resultados foram diferentes dos pesquisadores que relataram que o percentual de gordura corporal derivado de medidas de dobras cutâneas prediziam com precisão a porcentagem de gordura quando comparado à DEXA.

6,25

Possíveis razões pelas quais as dobras cutâneas subestimam o per- centual de gordura corporal foram descritas em detalhe,

20,26

e outros Figura 2. Diferenças entre DEXA, BIO e DC entre a visita 1 e a visita 2, categorizadas

por sexo, na massa de gordura (MG) em quilogramas (kg) e porcentagem (%).

DEXA Dif V1-V2 BIO Dif V1-V2 DC Dif V1-V2 DEXA Dif V1-V2 BIO Dif V1-V2 DC Dif V1-V2 12

10 8 6 4 2 0

12 10 8 6 4 2 0

Gordura corporal (kg)

Sem diferenças significativas

p>0,05 Sem diferenças significativas

p>0,05

Mulheres Homens Total

Gordura corporal (%)

Figura 3. Gráficos de Bland-Altman para a média da diferença entre os métodos comparados com a DEXA como referência em kg e porcentagem. A linha cinza indica a tendência das diferenças.

15,00 10,00 5,00 0,00 -5,00 -10,00 -15,00

15,00 10,00 5,00 0,00 -5,00 -10,00 -15,00 15,00

10,00 5,00 0,00 -5,00 -10,00 -15,00

15,00 10,00 5,00 0,00 -5,00 -10,00 -15,00

Dif_mudança DEXA_BIO (%)

Média_mudança DEXA_BIO (kg)

Média_mudança DEXA_DC (kg) Média_mudança DEXA_DC (%)

Média_mudança DEXA_BIO (%)

Dif_mudança DEXA_DC (%)

Dif_mudança DEXA_DC (kg)Dif_mudança DEXA_BIO (kg)

0.00 2.50 5.00 7.50 10.00 10.50 0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00

0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 0.00 3.00 6.00 9.00 12.00

Tabela 4. Diferença mínima significativa para observar mudança (DM) e escores χ

2

.

  DEXA BIO DC

  kg % kg % kg %

DM 1,17 1,14 1,01 0,99 1,02 1,01

% de pessoas maior que a DM 90% 90% 94% 94,1% 90,8% 82,7%

DEXA χ

2

- - 0,359 0,571 0,482 0,010

a

BIO χ

2

0,359 0,571 - - 0,068 0,631

a. Associação significativa com a DEXA (p<0,05).

(6)

479 autores revelaram vários problemas no passado, na pesquisa estatística

projetada para predizer o percentual de gordura através das dobras cutâneas e medidas antropométricas, incluindo amostras excessiva- mente homogêneas e insuficientes, habilidade técnica ou nível de gordura.

27

Um outro problema é o número de variáveis independentes dos participantes, o que invalida o uso de equações de regressão linear para a análise. O erro de medição inter e intraobservador, a calibração do paquímetro e a variabilidade da seleção do local podem diminuir ainda mais a confiabilidade do método de dobras cutâneas. Além disso, este problema é maior no caso de dobras cutâneas mais volumosas. Na verdade, não há equação antropométrica usando dobras cutâneas para pessoas obesas, apenas equações usando circunferências e diâmetros.

5

Diferenças entre dobras cutâneas e DEXA neste estudo podem ter sido resultadas pelas equações de previsão de dobra cutânea, porque estas equações foram baseadas em validação cruzada com o método de referência de dois compartimentos de pesagem hidrostática, em vez do método de três compartimentos (DEXA), ou métodos de referência multicompartimentais.

9

Os resultados apresentado neste estudo foram limitados aos equipa- mentos utilizados, como anteriormente comprovado que, mesmo dentro da mesma técnica, por exemplo da DEXA, com diferentes dispositivos, dife- rentes resultados podem ser obtidos,

28

como o algoritmo proprietário para os dispositivos de bioimpedância também poderiam explicar as diferenças.

Até onde sabemos, existem somente três estudos que investigaram a mudança obtida por diferentes métodos, antes e após uma intervenção

em indivíduos com excesso de peso ou obesidade.

22,29,30

No entanto, nenhum deles mostrou o método das dobras cutâneas como um dos métodos de comparação e seus resultados são controversos. Os dados do presente trabalho indicam que, embora haja muita variação entre os sujeitos, a BIO e a DEXA devem ser preferidas às dobras cutâneas.

CONCLUSÃO

Existem diferenças notáveis entre os valores obtidos com a DEXA e os outros métodos (BIO e DC), entretanto as diferenças na mudança de gordura foram comparáveis. Contudo, o método DC parece subestimar as mudanças reais e, portanto, DEXA e BIO podem ser ferramentas melhores e mais eficazes para medir a mudança no percentual de gordura e massa gorda durante um programa de perda de peso em indivíduos com excesso de peso.

AGRADECIMENTOS:

O estudo do PRONAF foi realizado com o apoio financeiro do Minis- terio de Ciencia e Innovación, Convocatoria de Ayudas I+D 2008, Proyectos de Investigación Fundamental No Orientada, del VI Plan de Investigación Nacional 2008-2011, (Contrac: DEP2008-06354-C04-01) e também com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supe- rior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de interesses referente a este artigo.

CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES: Cada autor contribuiu individual e significativamente para o desenvolvimento do manuscrito. EAC (0000-0002-4557-2921)* e PJB (0000-0002- 1631-8182)* realizaram a análise estatística e redigiram o manuscrito; BS (0000-0002-9987-0916)*, CGC (0000-0002-3879-0293)* and MDC (0000-0003-3805-7195)* participaram de sua concepção e coordenação e redigiram o manuscrito; PJB (0000-0002-1631-8182)* concebeu o estudo. Todos os autores leram e aprovaram a versão final do manuscrito e concordam com a ordem de apresentação dos autores. *ORCID (Open Researcher and Contributor ID).

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