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CIRILO BERSON ALVES FREITAS

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Academic year: 2021

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PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÔNOMICAS E FLORESTAIS CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

CIRILO BERSON ALVES FREITAS

FITOSSOCIOLOGIA DO COMPONENTE ARBUSTIVO ARBÓREO ADULTO E JUVENIL NA RPPN STOESSEL DE BRITO JUCURUTU-RN

MOSSORÓ - RN

2020

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CIRILO BERSON ALVES FREITAS

FITOSSOCIOLOGIA DO COMPONENTE ARBUSTIVO ARBÓREO ADULTO E JUVENIL NA RPPN STOESSEL DE BRITO JUCURUTU-RN

Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA Campus Mossoró como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal.

Orientador: Prof. Dr. Alan Cauê de Holanda Coorientador: Prof. Dr. Allyson Rocha Alves

MOSSORÓ - RN

2020

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F862f Freitas, Cirilo Berson Alves .

FITOSSOCIOLOGIA DO COMPONENTE ARBUSTIVO ARBÓREO ADULTO E JUVENIL NA RPPN STOESSEL DE BRITO

JUCURUTU-RN / Cirilo Berson Alves Freitas. - 2020.

50 f. : il.

Orientador: Alan Cauê de Holanda.

Coorientador: Allyson Rocha Alves.

Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semi-árido, Curso de Engenharia Florestal, 2020.

1. Levantamento Fitossociológico. 2.

Conservação. 3. Restauração. 4. Regeneração. I. de Holanda, Alan Cauê , orient. II. Alves, Allyson Rocha, co-orient. III. Título.

© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°

9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas

da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por me permitir chegar até a UFERSA e por ter me dado força todas as vezes que pensei em desistir e sabedoria para lidar com todos os desafios impostos.

A minha mãe Maria Betânia Freitas de Araújo, por ter sempre me apoiado sem medir esforços, nunca me deixando desamparado, sempre me dando amor e carinho, te amo minha mãe.

A meu Pai Cicero Alves Barbosa in memoria, que mesmo partindo precocemente me ensinou a valorizar as coisas simples e a cultivar amizades, saudades!

Agradeço a todos os meus familiares em nome da minha irmã Hely Briege Alves Freitas, que sempre acreditaram no meu potencial.

Agradeço a minha namorada Maria da Conceição Feliciano de Oliveira, por sempre acreditar em mim, estando comigo em todos os momentos, de angustia e de alegria como esse.

Agradeço a todos os meus professores em especial aos que me orientaram durante todo o curso: Jeane Cruz Portela minha primeira orientadora, meu atual orientador Alan Cauê de Holanda, meu coorientador Allyson rocha Alves que confiaram em mim para a realização deste trabalho, e a professora Rejane Tavares Botrel pelas orientações no projeto caatinga onde adquirir muitos conhecimentos, todos vocês foram peças fundamentais em meu processo de formação como Engenheiro Florestal, Gratidão.

Agradeço a todos os amigos que fiz nessa trajetória a minha turma do período 2014.2 que mesmo com a saída de alguns sempre se mantiveram unidos se ajudando: Daniel, Dayane, Elen, Francoyse, Jeniksom e Sara que essa parceria não se limite a UFERSA, juntos somos mais fortes.

Agradeço a meu amigo Antonio Giliard, um irmão que a UFERSA me deu pelo companheirismo e amizade verdadeira dentro e fora do curso, que nossa amizade seja duradoura.

Agradeço também a os amigos Erick Daniel e Thiago Pereira por passarem seus conhecimentos adiante sempre me incluindo em atividades geradoras de conhecimentos técnicos, com todo o espirito de camaradagem e parceria.

A os meus amigos de Jucurutu pelos momentos de lazer e confraternização.

Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá

Salmo 37: 5

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RESUMO – O Bioma Caatinga vem sofrendo grandes modificações, o município de Jucurutu/RN está inserido nesse contexto, visto que se encontra em uma região que se destaca pelo grande número de cerâmicas e panificadoras, que utilizam a lenha proveniente de sua vegetação, em virtude disso, a proteção desses ambientes é uma importante ferramenta para a manutenção de sua biodiversidade. Diante do exposto, e também por não haver estudos com essa temática in loco na Reserva Particular do Patrimônio Natural Stoessel de Brito em Jucurutu/RN, o objetivo desse trabalho foi analisar e descrever a vegetação presente na unidade de conservação sob o ponto de vista estrutural, florístico e regenerante, bem como a diversidade do componente arbustivo/arbóreo. Para amostragem do componente adulto, foram implantadas 20 unidades amostrais, de modo aleatório, medindo 20 m x 20 m, totalizando (0,8 ha) nas quais foram mensurados todos os indivíduos arbustivos/arbóreos vivos (CAP) ≥ 6 cm e com altura maior que 1,30. Com relação a amostragem da regeneração natural, foi implantada uma subparcela na extremidade de cada unidade amostral medindo 1,0 m x 20,0 m, onde todos indivíduos vivos com altura ≥ 0,5 e (CAP) < 6 cm foram mensurados e agrupados em três classes de altura (C1, C2 e C3). No levantamento realizado na área foram amostrados 1081 indivíduos adultos distribuídas em 20 espécies e 10 famílias, com um índice de diversidade de Shannon (H’) de 2,16 nats ind-¹. Entre as espécies amostradas Aspidosperma pyrifolium e Mimosa tenuiflora juntas correspondem a cerca de 50% dos indivíduos amostrados, com os valores de importância ecológica superiores, estando o componente adulto concentrado nas classes de menores diamétricas com 89,08% e no estrato médio de altura com 79,27% dos indivíduos. Com relação a regeneração natural foram amostrados 283 indivíduos distribuídos em 15 espécies, pertencentes a 8 famílias botânicas, dando destaque para as espécies Croton heliotropiifolius, Croton blanchetianus, Mimosa tenuiflora e Bauhinia cheilantha, se concentrando na classe (C1), com um índice de diversidade de Shannon (H’) de 1,59 nats ind-¹. Por meio dessas informações pode-se observa que o componente arbustivo/arbóreo adulto e regenerante possui uma diversidade florística dentro dos padrões para as unidades de conservação da região, sua vegetação possui em sua maioria arvores de porte médio e de pequenos diâmetros, estando em estágio de sucessão secundária, com maior número de espécies pioneiras e secundarias iniciais presentes, através das informações fornecidas nesse trabalho pode-se estabelecer técnicas para a gestão da RPPN Stoessel de Britto, colaborando com a construção do Plano de Manejo da unidade de conservação, garantindo assim uma maior proteção e preservação desse ecossistema florestal.

Palavras-chave: Levantamento Fitossociológico, Conservação, Restauração, Regeneração

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ABSTRACT – The Caatinga Biome has undergone major changes, the municipality of Jucurutu / RN is inserted in this context, since it is located in a region that stands out for the large number of ceramics and bakeries, which use firewood from its vegetation, as a result, the protection of these environments is an important tool for maintaining its biodiversity.

Given the above, and also because there are no studies with this theme in loco in the Private Reserve of Natural Heritage Stoessel de Brito in Jucurutu / RN, the objective of this work was to analyze and describe the vegetation present in the conservation unit from the structural point of view , floristic and regenerating, as well as the diversity of the shrub / tree component. For sampling the adult component, 20 sampling units were implanted, randomly, measuring 20 mx 20 m, totaling (0.8 ha) in which all live shrub / tree individuals (CAP) ≥ 6 cm and with greater height were measured that 1.30 . Regarding the sampling of natural regeneration, a subplot was implanted at the end of each sample unit measuring 1.0 mx 20.0 m, where all living individuals with height ≥ 0.5 and (CAP) <6 cm were measured and grouped into three height classes (C1, C2 and C3). In the survey carried out in the area, 1081 adult individuals were sampled, distributed in 20 species and 10 families, with a Shannon diversity index (H ') of 2.16 nats ind-¹. Among the sampled species Aspidosperma pyrifolium and Mimosa tenuiflora together, they correspond to about 50% of the sampled individuals, with the highest ecological importance values, with the adult component concentrated in the lower diameter classes with 89.08% and in the medium height stratum with 79.27% of individuals. Regarding natural regeneration, 283 individuals were sampled, distributed in 15 species, belonging to 8 botanical families, highlighting the species Croton heliotropiifolius, Croton blanchetianus, Mimosa tenuiflora and Bauhinia cheilantha, focusing on the class (C1), with a diversity index Shannon (H ') of 1.59 nats ind-¹. Through this information it can be observed that the adult and regenerating shrub / tree component has a floristic diversity within the standards for the region's conservation units, its vegetation has mostly medium-sized trees and small diameters, being in stage secondary succession, with a greater number of early pioneer and secondary species present, through the information provided in this work, techniques for the management of the RPPN Stoessel de Britto can be established, collaborating with the construction of the Management Plan of the conservation unit, thus ensuring greater protection and preservation of this forest ecosystem.

Keywords: Phytosociological Survey, Conservation, Restoration, Regeneration

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Figura 4

Figura 5 –

Mapa de localização da RPPN Stoessel de brito localizada no município de Jucurutu/RN... 20 Localização geográfica e esquema de distribuição das unidades amostrais nas áreas de estudo dentro da RPPN Stoessel de Brito localizada no município de Jucurutu/RN...20 Montagem da unidade amostral (A) coleta de informações de diâmetro (B) e altura (C) na RPPN Stoessel de Brito localizado no município de Jucurutu/RN...21 Representação gráfica da suficiência amostral do componente arbustivo/arbóreo adulto da RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN...26 Distribuição diamétrica dos indivíduos amostrados no componente arbustivo/arbóreos adulto na RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN...………..……….………… 32 Figura 6 – Distribuição em Classes de altura dos indivíduos amostrados no componente arbustivo/arbóreos adulto na RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN...…...……….. 33 Figura 7

Figura 8

Figura 9 –

Representação gráfica da suficiência amostral do componente

arbustivo/arbóreo regenerante da RPPN Stoessel de Brito, localizado no

município de Jucurutu/RN..…...…….... 34

Regeneração natural total na RPPN Stoessel de Brito, localizado no município

de Jucurutu/RN..…...…….... 38

Número de indivíduos regenerantes por classe de altura amostrada na RPPN

Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN...…... 39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Lista de famílias, espécies e quantidade de indivíduos por espécie do componente arbustivo/arbóreo adulto, amostrados na RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN...…...…………...… 27 Tabela 2 – Estimativas dos resultados calculados para a estrutura horizontal para os

indivíduos arbustivo/arbóreos adultos (CAP ≥ 6,0 cm), amostrados na RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN...………... 29 Tabela 3 – Lista de famílias, espécies e número de indivíduos por espécie, inventariados

na RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN... 34 Tabela 4 – Estimativas da regeneração natural amostrada na RPPN Stoessel de Brito,

localizado no município de Jucurutu/RN... 37

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DA DoA DoR DR FA FLONA FR IBAMA ICMBIO ISPIRA

MMA PI RNC RPPN SAEG

Densidade Absoluta Dominância Absoluta Dominância Relativa Densidade Relativa Frequência Absoluta Floresta Nacional Frequência Relativa

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Instituto para a Salvaguarda das Paisagens Inspiradoras e dos Refúgios Ambientais

Ministério do Meio Ambiente Proteção Integral

Regeneração Natural por classes

Reserva Particular do Patrimônio Natural Sistema para Análise Estatística e Genética SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação UC Unidade de Conservação

UFERSA UFV US VC VI

Universidade Federal Rural do Semi-Árido Universidade Federal de Viçosa

Uso Sustentável

Valor de Cobertura

Valor de Importância

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 12

2. REVISÃO DE LITERATURA ... 14

2.1 Caracterização do Bioma Caatinga ... 14

2.2 Principais atividades econômicas associadas a degradação do bioma Caatinga no Rio Grande do Norte ... 15

2.3 Importância da RPPN para a conservação florestal ... 15

2.4 Florística e fitossociologia ... 16

2.5 Regeneração natural ... 17

3. MATÉRIAL E MÉTODOS ... 19

3.1 Caracterização da área de estudo ... 19

3.2 Procedimentos metodológico ... 19

3.3 Coleta dos dados ... 20

3.4 Reconhecimento e identificação florística ... 21

3.5 Análise dos dados ... 22

3.5.1 Suficiência amostral ... 22

3.5.2 Estrutura horizontal do componente arbustivo/arbóreo adulto ... 22

3.5.3 Distribuição diamétrica ... 23

3.5.4 Distribuição vertical ... 24

3.5.5 Estrutura horizontal da regeneração natural ... 24

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 26

4.1 Suficiência amostral do componente arbustivo/arbóreo adulto ... 26

4.2 Análise fitossociológica da comunidade arbustiva/arbórea adulta ... 27

4.3 Diversidade florística do componente arbustivo/arbóreo adulto ... 30

4.4 Estrutura diamétrica ... 31

4.5 Estrutura vertical ... 32

4.6 Suficiência amostral da regeneração natural ... 33

4.7 Análise florística da regeneração natural ... 34

4.8 Diversidade florística da regeneração natural ... 36

4.9 Estrutura horizontal e vertical da regeneração natural ... 36

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 41

REFERÊNCIAS ... 42

(12)

1. INTRODUÇÃO

O bioma Caatinga vem sofrendo grandes modificações devido a sua relevante utilização de forma rápida e continua. De acordo com MMA (2019), aproximadamente 46%

da vegetação deste bioma já foi devastada pela retirada desordenada de lenha para a utilização como fonte energética.

O município de Jucurutu/RN está inserido nesse contexto visto que está localizado em uma região que se destaca pelo grande número de panificadoras (LOPES, 2019) e cerâmicas que utilizam lenha como fonte energética predominante (RIEGELHAUPT e PAREYN, 2010).

Além da utilização como fonte energética, a lenha retirada dá lugar ao estabelecimento de lavouras e pastagens, o que leva essas áreas a ficarem erodidas e, consequentemente, susceptíveis a desertificação (DANTAS et al., 2010).

Estando apenas 1,0 % do território do estado do Rio Grande do Norte protegido por unidades de conservação de proteção integral ou de uso sustentável (OLIVEIRA,2019).

Em virtude dessas constantes perturbações, resultantes da ação humana sobre esses ecossistemas naturais, a proteção desses ambientes acaba se tornando um trabalho muito difícil (BEZERRA, 2017). Sendo assim, a criação dessas unidades de conservação constitui uma das estratégias mais importantes para a manutenção da biodiversidade desse bioma (JOPPA e PFAFF, 2010).

As unidades de conservação (UC’s) possuem várias categorias e tem sua criação por diferentes autores, esfera federal, estadual e municipal, como também por empresas, ONGs e até por proprietários de terras (LIMA et al., 2014). Este último caso seria o da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), que é um modelo de unidade de conservação que possui sua origem no interesse privado para sua concepção (WIEDMANN, 2001).

A RPPN constitui uma UC que, segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), de acordo com a Lei Federal n° 9.985, está inserida na categoria de Uso Sustentável, (BRASIL, 2000). Seu proposito básico é a conservação da diversidade biológica e a realização de pesquisas científicas, ecoturismo e atividades ligadas à educação ambiental (LUCENA, 2011).

Através de estudos nesses ecossistemas de referência pode-se obter informações a

respeito da vegetação dos mesmos e, com isso, propor estratégias para conservação e

recuperação de áreas degradadas e auxiliar em sua gestão e compreensão (CHAVES et al.,

2013); (NUNES, 2012); (CARVALHO, 1997).

(13)

Diante do exposto, e também por não haver estudos sobre essa temática in loco na

RPPN Stoessel de Brito em Jucurutu/RN, o objetivo desse trabalho foi analisar e descrever a

vegetação presente na unidade de conservação sob o ponto de vista estrutural, florístico e

regenerante, bem como a diversidade do componente arbustivo/arbóreo.

(14)

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Caracterização do Bioma Caatinga

O bioma Caatinga está inserido, em quase toda sua totalidade, no clima semiárido e prevalece na região nordeste, constituindo uma área de 844.453 Km

2

, correspondendo a aproximadamente 11% do país (MMA,2016) e abrangendo os Estados da Bahia, Piauí, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, além da fração norte de Minas Gerais e alguns trechos limítrofes do Maranhão (ALVES et al., 2009).

O Bioma caatinga é o único com seus limites restritos ao território nacional e apresenta uma ampla diversidade genética de espécies animais e vegetais endêmicos, se destacando quando confrontado com outras regiões semiáridas do mundo, por mostrar seu potencial socioambiental e sua importância ecológica (PEREIRA JUNIOR et al., 2012).

Também possui ampla heterogeneidade de fitofisionomias, especialmente no que se refere à estrutura horizontal e vertical podendo observar mudanças repentinas em curtas distancias, em geral relacionadas com as condições edafoclimáticas (AMORIM, 2005).

Sua vegetação é formada por árvores e arbustos de pequeno e médio porte, com presença de espinhos ou acúleos, que perdem as folhas no começo do período seco e são adaptadas às condições climáticas do bioma (BESSA e MEDEIROS, 2011), além da ocorrência de cactos, bromélias e presença de estrato herbáceo efêmero (MICCOLIS et al., 2016); (DRUMOND et al., 2000).

O regime hídrico é determinado por duas estações, uma chuvosa que vai aproximadamente de janeiro a abril na qual acontecem 80% das chuvas e outra de estiagem que vai de maio até dezembro (ARAÚJO FILHO, 2013). Segundo Pereira (2011), a precipitação média anual oscila entre 300 mm e 1500 mm em seus diferentes domínios, em desencontro com a taxa de evapotranspiração que chega a até 2000 mm anuais.

Com temperatura média anual entre 25ºC-31ºC, e umidade relativa do ar se alternando de 40-50%, na época com menos chuvas, a 80-90%, no período maior precipitação (ARAÚJO FILHO, 2013).

De acordo com Araújo filho (2013) os solos desse bioma são de origem cristalina ou

sedimentar estando representados substancialmente por seis tipos sendo eles: planossolos

háplicos, neossolos quartzarênicos, luvissolos crômicos órticos, argissolos, latossolos e

neossolos litólicos Segundo Pereira Filho e Bakke, (2010); Leal et al., (2005). Os mesmos

possuem características que variam de solos com ótima fertilidade, mas com impedimentos

(15)

físicos devido ao baixo grau de intemperização, apresentando afloramentos rochosos e drenagem ruim até solos profundos bem drenados, mas de baixa fertilidade.

2.2 Principais atividades econômicas associadas a degradação do bioma Caatinga no Rio Grande do Norte

Com o avanço da ocupação da Região Nordeste da costa para o seu interior, surgiram as primeiras fazendas com criação de gado gerando as primeiras comunidades e, consequentemente, as primeiras atividades econômicas como extrativismo, agricultura progressiva e pecuária extensiva (ALVES et al., 2009). Com relação a agricultura a cotonicultura, ou seja, produção de algodão foi responsável por grande parcela da degradação nesse bioma tendo seu declínio nos anos 80 (VILAÇA et al., 2005).

Prevalecendo na região semiárida a pecuária, amplamente ligada a pastagem nativa temporária, predominante no período chuvoso, onde o gado se alimentava de órgãos vegetativos e reprodutivos presentes nas plantas forrageiras na época de estiagem que auxiliavam na dieta e contribuíam para sobrevivência dos rebanhos (MOREIRA et al., 2006).

Atualmente o aumento na degradação ecossistêmica no estado, ocorre devido a diversas atividades econômicas ligadas ao desmatamento, seja para uso e ocupação do solo ou utilização da madeira como fonte energética, como a fruticultura irrigada (ALVES et al., 2018); (SOUZA e OLIVEIRA JALES, 2005), as indústrias de cerâmica vermelha (NAZÁRIO, 2018), as atividades mineradoras de calcário produtoras da cal virgem (GURGEL, 2012) e as panificadoras (LOPES, 2019).

Como pode-se observar uma quantidade expressiva de atividades no estado está associada diretamente a supressão da vegetação da caatinga que, com a ação simultânea de fatores edafoclimáticos desfavoráveis ameaçam suas formações e sua diversidade (ALVES et al., 2009).

2.3 Importância da RPPN para a conservação florestal

A criação das unidades de conservação (UC’s) tem se mostrado uma prática eficaz e imprescindível para a conservação e preservação de áreas com grande diversidade, riqueza e endemismo, protegendo assim seus recursos naturais (LIMA, 2014; VALLEJO, 2002).

As UC’s representam uma porção da superfície terrestre e/ou aquática (LECHETA,

2019). De importância biológica, genética ou de expressiva beleza cênica, estabelecidas pelo

poder público, com a finalidade de proteger e conservar o meio ambiente (IUCN, 1994).

(16)

As UC’s estão distribuídas em duas categorias: proteção integral (PI) na qual não se permite o uso direto dos recursos naturais e Unidades de Uso Sustentável (US) que possibilita a utilização de seus recursos naturais em consonância com conservação do meio ambiente (BRASIL, 2000).

As unidades podem ser criadas e administradas nas esferas federais, estaduais e municipais, podendo ser de domínio público ou privado (BRASIL, 2000).

De acordo com Wiedmann (2001) elas conectam a sociedade ao poder público e privado tendo como exemplo as RPPN’s, que podem ter sua origem através da criação pelo proprietário da terra, seja ela pessoa física ou jurídica. Segundo Lima (2014), inicialmente as RPPN’s permitiam a utilização de seus recursos naturais de forma direta de acordo com sua categoria (uso sustentável). Mas com a revogação do inciso III do §2° do art. 21 da lei do SNUC, foi vetada essa prática, tornando seu manejo praticamente como o de uma unidade de proteção integral (WIEDMANN, 2001); (MAIA NETO, 2010).

As RPPN’s oferecem inúmeros serviços ecossistêmicos diretos e indiretos como ciclagem de nutrientes, regulação climática, qualidade do ar e da água, educação e lazer, proteção da fauna e da flora (OJIDOS et al., 2008), além de conservar paisagens naturais e históricas e funcionar como corredores ecológicos interligando áreas fragmentadas (SEAMA e IEMA, 2010).

Além disto, são permitidas em uma RPPN pesquisas cientificas e atividades de extensão, turismo rural, cultural e ecoturismo, e atividades de Educação Ambiental com moradores de comunidades próximas e da zona urbana (MACIEL e SOUZA, 2009).

Para que essas unidades possam ser conduzidas de forma efetiva, práticas e técnicas devem ser adotadas impulsionando as mesmas para o seu propósito (COSTA, 2006).

Desta forma, somente criar uma unidade de conservação não é o bastante para garantir o proveito de seus benefícios para a sociedade (BROERING, 2014).

2.4 Florística e fitossociologia

O levantamento florístico permite o reconhecimento e identificação de

indivíduos presentes em ecossistemas preestabelecidos e, com isso, contribui para

a formação de um banco de dados (FERREIRA, 2006). Essas informações são

categorizadas e ordenadas de forma taxonômica em família e espécie

(HOSOKAWA et al., 2008). Logo auxiliam na estruturação e organização de

(17)

atividades de proteção, conservação e utilização de forma sustentável desses recursos naturais (MOTA, 2017).

Segundo Camelo Júnior (2017) com o passar dos anos se tornou indispensável à utilização de dados quantitativos que expressassem a estrutura das comunidades vegetais, podendo tais dados ser adquiridos por meio de levantamentos fitossociológicos (SANTANA et al., 2016). “A palavra phyto significa planta e sociologia grupos ou agrupamentos”. A fitossociologia é uma subdivisão da ecologia vegetal. A mesma procura entender e caracterizar a participação de cada espécie na comunidade (RODRIGUES e GANDOLFI, 1998). Segundo Pereira (2017) é um procedimento pautado em técnicas de análise e descrição de comunidades vegetais.

As informações adquiridas com esse estudo produzem parâmetros fitossociológicos quantitativos que são utilizados para analisar e caracterizar uma tipologia florestal (GOMES e PINTO, 2015), analisando sua estrutura através da distribuição e medidas como altura e diâmetro (MOREIRA, 2014). A análise da estrutura de uma floresta é feita levando em consideração as dimensões das plantas e suas distribuições.

Com a união das informações de estrutura horizontal e vertical o estudo fitossociológico reproduz com mais exatidão, a atuação ecológica de todas as espécies na comunidade florestal (SENRA, 2000). Nessa conjuntura a compreensão a respeito dos levantamentos florística e fitossociologia é imprescindível, já que, retrata o início da compreensão sobre a vegetação estudada como a ecologia das espécies e a dominância entre elas (VASCONCELOS, 2017).

Sendo assim, todos os conhecimentos adquiridos com esses estudos integram-se no compromisso de proteger, conservar e recuperar essas áreas, bem como áreas semelhantes adjacentes (CHAVES et al., 2013); (BULHÕES et al., 2015).

2.5 Regeneração natural

Segundo Chazdon e Guariguata (2016), regeneração natural é a capacidade de uma

comunidade reestabelecer sua estrutura e diversidade, logo após ter sofrido algum desgaste de

origem antrópica ou natural. A mesma é um instrumento de difícil compreensão, dado que um

local onde se tenha desempenhado atividades degradantes, como a agropecuária extensiva e a

formação dos pastos e lavouras ou onde há supressão da vegetação, essa se torna demorada

(KLEIN, 1980).

(18)

O estudo desse mecanismo revela o comportamento das espécies, em ralação a sucessão ecológica, disposição horizontal e vertical e diversidade, contribuindo assim para o planejamento e posteriormente para ações de recuperação e restauração florestal, criando com isso uma visão do que será a comunidade no futuro (GUARIGUATA e OSTERTAG, 2001).

A mesma é responsável pelo controle da população visto que é responsável pelo engajamento dos indivíduos na comunidade como também pela mortandade dos mesmos (WRIGHT et al., 2003).

Entre as diversas variáveis que podem determinar a eficiência da regeneração natural,

estão os processos como a dispersão e germinação de sementes (NATHAN e MUELLER-

LANDAU, 2000), bem como a pluviosidade, déficit hídrico, luminosidade, temperatura entre

outros fatores. (TURCHETTO et al., 2015). Todos esses fatores influenciam na riqueza de

espécies e estruturação do componente arbustivo/arbóreo regenerante espontâneo. Seu

conhecimento permite a confrontação dessas informações com o extrato arbustivo/arbóreo

adulto, servindo desse modo como indicativo para a capacidade de recuperação desses

ecossistemas que foram modificados por ações do homem ou pelas condições de sítio

(RODRIGUES e MARTINS, 2005); (FRANCO, 2014).

(19)

3. MATÉRIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área de estudo

A pesquisa foi realizada no período de novembro de 2018 a agosto de 2019, na Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Salobro, conhecida popularmente como RPPN Stoessel de Brito, situada no município de Jucurutu/RN, pertencente à Microrregião do Vale do Açu, Mesorregião do Oeste Potiguar conforme as coordenadas 6°12'54,29" de latitude sul e 37°02'50,67" de longitude oeste, Datum SIRGAS 2000.

A mesma teve sua criação em 1994 no dia 20 de maio, através da Portaria Federal 0052/94N pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) (ICMBIO, 2019).

Segundo Lucena (2011) essa região é composta principalmente por Luvissolos, Neossolos e Vertissolos, com relevo irregular, variando de 138 m a 752 m.

O clima da região segundo a classificação de Koppen é Bswh (VARELLA-FREIRE, 2002). O município de Jucurutu apresenta temperatura máxima de 36,0 °C média de 28,1 °C e mínima de 21,0 °C. As chuvas ocorrem com maior intensidade entre os meses de fevereiro a maio com precipitação normal: 861,0 mm com um desvio de -382,6 mm, a umidade relativa média anual fica em torno de 66% com 2.700 horas de insolação (BELTRÃO, 2005).

A vegetação da RPPN passa por diversas ameaças de origem natural e resultante da ação do homem como caça e queimadas, decorrente da falta de conscientização dos moradores de comunidades adjacentes (LUCENA, 2011). Além disso, existe grande fluxo através da RN 118 tornando a área mais vulnerável, contribuindo para a perda da diversidade da fauna e flora gerando um desequilíbrio ambiental.

3.2 Procedimentos metodológico

Inicialmente foi realizado um croqui da área de estudo com o auxílio de um Shapefile

disponível no site do ICMBIO e o programa Google Earth para posterior reconhecimento in

loco, onde foram observadas inconsistências. Com isso foi solicitado o mapa atualizado da

RPPN ao Instituto para a Salvaguarda das Paisagens Inspiradoras e dos Refúgios Ambientais

(ISPIRA), associação privada responsável pela gestão da RPPN, com os limites corretos da

unidade e, assim, foi possível determinar a área da RPPN, totalizando 791 ha (Figura 1).

(20)

Figura 1 – Mapa de localização da RPPN Stoessel de brito em Jucurutu, RN.

Fonte: Autoria própria (2019).

3.3 Coleta dos dados

A amostragem do componente arbustivo/arbóreo adulto, foram implantadas 20 unidades amostrais de 20 m x 20 m, ou seja, 400 m², totalizando uma área de 0,8 ha.

As amostras foram geradas através de pontos, sorteadas aleatoriamente com o auxílio do software QGIS 2.0 e imagens do Google Earth (FIGURA 2).

Figura 2 – Localização geográfica e esquema de distribuição das unidades amostrais nas áreas de estudo dentro da RPPN Stoessel de Brito em Jucurutu, RN.

Fonte: Autoria Própria (2019).

(21)

Para a amostragem do componente lenhoso adulto foi mensurada a circunferência a altura do peito (CAP) ≥ 6 cm e altura de todos os indivíduos arbustivo/arbóreo vivos.

Sucessivamente os mesmos foram etiquetados com placas de alumínio para comparações futuras, conforme o protocolo da (RMFC, 2005) (Figura 3).

Com relação a amostragem da regeneração natural foi implantada uma subparcela na extremidade de cada unidade amostral medindo 1,0 m x 20,0 m, onde todos indivíduos vivos com altura ≥ 0,5 m e (CAP) < 6 cm foram mensurados. Após as medições ocorreu o agrupamento por classes

, onde os mesmos foram agrupados empiricamente em três classes de altura C1 = (H) ≥ 0,5 até 1,5 m; C2 = (H) > 1,5 até 2,5 m; C3 = (H) > 2,5 m.

Figura 3 – Montagem da unidade amostral (A) coleta de informações de circunferência e plaqueamento (B) e altura (C) na RPPN Stoessel de Brito localizado no município de Jucurutu/RN.

Fonte: Autoria Própria (2019).

3.4 Reconhecimento e identificação florística

O reconhecimento dendrológico dos indivíduos adultos e regenerantes foi realizado

inicialmente em campo através dos caracteres botânicos das espécies, como também a

consulta bibliografia e comparação com material herborizado que faz parte da coleção do

(22)

herbário Dárdano de Andrade Lima do Departamento de Ciências Agronômicas e Florestais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), MOSSORÓ-RN.

A lista florística gerada foi organizada de acordo com o sistema de classificação do Angiosperm Philogeny Group III (APG IV, 2016). A nomenclatura taxonômica foi atualizada consultando-se a base de dados da (www.floradobrasil.jbrj.gov.br) e bibliografias especializadas.

3.5 Análise dos dados

3.5.1 Suficiência amostral

A determinação da suficiência amostral foi realizada com o procedimento de ajustes de curvas pelo REGRELRP, do Sistema para Análise Estatística e Genética (SAEG), desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa - UFV, conforme adotado por Ferreira e Vale (1992).

As estimativas dos parâmetros calculados dos indivíduos arbustivo/arbóreo adultos foram: Densidade absoluta e relativa; Frequência absoluta e relativa; Dominância absoluta e relativa; Valor de importância e cobertura, distribuição diamétrica e classes de altura.

Os parâmetros estimados dos indivíduos presentes na regeneração natural foram:

Densidade absoluta e relativa por classe de altura; Frequência absoluta e relativa por classe de altura; Estimativa da regeneração natural por classe de altura e Regeneração natural total.

Em ambos os estudos (comunidade arbustivo/arbóreo adulto e regeneração natural) foram realizados os cálculos de diversidade florística, todos realizados com o auxílio do Software Mata Nativa, versão 2.0 (2006). Utilizando as fórmulas apresentadas por Felfili e Rezende (2003).

3.5.2 Estrutura horizontal do componente arbustivo/arbóreo adulto

Densidade absoluta (DA) = considera o número de indivíduos (ni) de uma determinada espécie na área; A = área amostrada em hectare.

𝐷𝐴𝑖 =𝑛𝑖 𝐴

(23)

Densidade Relativa (DR) = relação entre o número de indivíduos de uma espécie e o número de indivíduos de todas as espécies. Onde, DAi = número estimado de indivíduos da espécie i;

∑ (DAi) = número total de indivíduos estimados.

𝐷𝑅𝑖 = 𝐷𝐴𝑖

∑(𝐷𝐴𝑖)𝑥 100

Frequência Absoluta (FA) = relação entre o número de unidades amostrais em que determinada espécie ocorre e o número total de unidades amostradas. Onde, Ui= número de unidades com ocorrência da espécie i; Pt = número total de unidades amostrais.

𝐹𝑖 =(𝑈𝑖)

𝑈𝑡 𝑥 100

Frequência Relativa (FR) = relação entre a frequência absoluta de determinada espécie e a soma das frequências absolutas de todas as espécies, expressa em percentagem. Onde, FAi=

frequência absoluta da espécie i; FA = somatório das frequências.

𝐹𝑅𝑖 = 𝐹𝐴𝑖

∑(𝐹𝐴𝑖)

Dominância Absoluta (DoAi) = expressa a área basal de uma espécie i na área. Onde, ABi = área basal da espécie i; A = área total amostrada.

𝐷𝑜𝐴𝑖 =𝐴𝐵𝑖 𝑥 10.000 𝐴

Valor de Cobertura (VC) = medida que fornece informações a respeito da importância de cada espécie no local de estudo.

𝑉𝐶 (%) = (𝐷𝑅𝑖 + 𝐷𝑜𝑅𝑖)/ 2

Valor de Importância (VI) = revela através dos valores (DRi, FRi e DoRi) alcançados por uma espécie, sua posição sociológica na comunidade analisada.

𝑉𝐼 (%) = (𝐷𝑅𝑖 + 𝐷𝑜𝑅𝑖 + 𝐹𝑅𝑖)/3

3.5.3 Distribuição diamétrica

Para a análise da estrutura diamétrica das espécies, foi elaborado um gráfico com o

número de árvores por classe de diâmetro, com amplitudes de classe de 3,0 cm, determinados

(24)

empiricamente para todos os indivíduos adultos, considerando um diâmetro mínimo de 1,9 cm.

3.5.4 Distribuição vertical

Com relação a distribuição vertical foi utilizada a metodologia utilizada por Mariscal- Flores (1993), que estratifica a floresta em três estratos de altura total em que: Estrato Inferior:

ℎ𝑗 < (hm– 1. S), Estrato Médio: (hm – 1. S) ≤ hj < (hm + 1. S) , Estrato

Superior:

hj ≤ (hm + 1. S ) . hm = média das alturas dos indivíduos amostrados;

S = desvio padrão das alturas totais (h j); hj = altura total da j-ésima árvore individual.

3.5.5 Estrutura horizontal da regeneração natural

Para a descrição dos parâmetros da regeneração natural as fórmulas utilizadas nas estimativas foram: DAij = Densidade absoluta para a i-ésima espécie, na j-ésima classe da regeneração natural; ni j = Número de indivíduos da i-ésima espécie na j-ésima classe da regeneração natural; nj = Número de classes da regeneração natural; A = Área amostrada, em hectare;

𝐷𝐴𝑖𝑗 =𝑛𝑖𝑗 𝐴

DRij = Densidade relativa para a i-ésima espécie, na j-ésima classe da regeneração natural.

𝐷𝑅𝑖𝑗 = 𝐷𝐴𝑖𝑗

∑(𝐷𝐴𝑖𝑗)

FAij = Frequência absoluta da i-ésima espécie na j-ésima classe da regeneração (%); Uij = Número de unidades a mostrais em que a i-ésima espécie está presente, na j-ésima classe da regeneração natural; Ut = Número total de unidades amostrais;

𝐹𝐴𝑖𝑗 =𝑈𝑖𝑗 𝑈𝑡

FRij =Frequência relativa da i-ésima espécie na j-ésima classe da regeneração natural (%); nj

= Número de classes de altura da regeneração natural; i = i- ésima espécie amostrada; j =

Classes de altura

(25)

𝐹𝑅𝑖𝑗 = 𝐹𝐴𝑖𝑗

∑(𝐹𝐴𝑖𝑗)𝑥 100

RNCij = Estimativa da regeneração natural da i-ésima espécie, na j-ésima classe de altura da regeneração natural, em percentagem; DRij = Densidade relativa, em percentagem, para a i- ésima espécie, na j-ésima classe de altura da regeneração natural; FRij = Frequência relativa em percentagem, da i-ésima espécie, na j-ésima classe de altura da regeneração natural.

𝑅𝑁𝐶𝑖𝑗 =𝐷𝑅𝑖𝑗 + 𝐹𝑅𝑖𝑗 2

RNTi = estimativa da regeneração natural total da i-ésima espécie; RNCij = estimativa da regeneração natural da i-ésima espécie na j-ésima classe de altura de planta.

𝑅𝑁𝑇𝑖 =𝑅𝑁𝐶𝑖𝑗 3

Para cálculo da diversidade florística foi utilizado o índice de diversidade de Shannon (H`).

𝐻 = − ∑𝑛𝑖 𝑁𝑙𝑛

𝑆

𝑖=1

𝑛𝑖 𝑁

Em que: H = índice de Shannon; S = número de espécies amostradas; ln= logaritmo na base

de n; ni = número de indivíduos da espécie i; N = número total de indivíduos amostrados.

(26)

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Suficiência amostral do componente arbustivo/arbóreo adulto

Como observado, a suficiência amostral ocorreu com a intersecção do plateau com a curva a partir da 7° parcela aos 2.800 m

2

, estágio em que 92,44 % das espécies inventariadas já haviam sido amostradas na área. Tornando assim o número de espécies acumuladas mais estável, ou seja, não havendo a princípio o ingresso de novas espécies.

Mostrando com isso a área mínima adequada para a caracterização florística da RPPN ao nível de inclusão definido no estudo (Figura 4).

Figura 4. Representação gráfica da suficiência amostral do componente arbustivo/arbóreo adulto da RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN.

A suficiência amostral obtida pela curva coletora leva em consideração a relação espécie/área se destacando como uma ferramenta muito importante nos estudos fitossociológicos, sendo muito utilizado no Brasil (SILVEIRA et al., 2010).

Segundo Castro (1987), esse tipo análise permite verificar, e permite diagnosticar se o número de parcelas estipuladas foi satisfatório para representar a área. Sendo esse um dos métodos mais adequados para aferir se a suficiência amostral foi alcançada (SILVEIRA et al., 2010).

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22

Número de espécies

Área amostral (m2)

Observado Estimado Plateau

N = 7,4000 + 0,0044x (reta) R2= 92,4471%

N = 18,78 (plateau)

(27)

4.2 Análise fitossociológica da comunidade arbustiva/arbórea adulta

No estrato adulto, foram inventariados 1.081 indivíduos, pertencentes a 20 espécies, distribuídas em 10 famílias, em que 4 espécies representaram 71,69% dos indivíduos amostrados na comunidade sendo elas Aspidosperma pyrifolium 351 indivíduos, Mimosa tenuiflora 190 indivíduos, Cenostigma pyramidale 125 indivíduos, Croton blanchetianus 109 indivíduos.

As famílias que apresentaram maior riqueza de espécie foram Fabaceae e Euphorbiaceae com 8 e 4 espécies, respectivamente. As demais famílias, Anacardicaceae, Apocynaceae, Bignoniaceae, Boraginaceae, Burseraceae, Capparaceae, Combretaceae, Olacaceae apresentaram apenas uma única espécie. A família Apocynaceae se destacou também com o segundo maior número de indivíduos amostrados atrás somente da família Fabaceae (Tabela 1)

Tabela 1 – Lista de famílias, espécie e quantidade de indivíduos por espécie do componente arbustivo/arbóreo adulto, amostrados na RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN.

Nome científico Família Nome Vulgar

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.

FABACEAE

Jurema Preta 190 Cenostigma pyramidale (Tul.) E. Gagnon & G.P. Lewis var.

pyramidale Catingueira 125

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 47

Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema Branca 30

Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz Jucá 11

Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.) Altschul Angico 8

Mimosa caesalpiniifolia Benth. Sabía 2

Senna macranthera (DC. ex Collad.) Irwin & Barneby São João 2 Croton blanchetianus Baill.

EUPHORBIACEAE

Marmeleiro 109

Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão Bravo 68

Manihot carthagenensis subsp. Glaziovii (Mull. Arg.) Maniçoba 43

Cnidoscolus quercifolius Pohl Faveleira 2

Myracrodruon urundeuva Allemão. ANACARDIACEAE Aroeira 8

Aspidosperma pyrifolium Mart. & Zucc APOCYNACEAE Pereiro 351 Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos BIGNONIACEAE Ipê-roxo 1 Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. BORAGINACEAE Freijó 4 Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett BURSERACEAE Umburana 11

Cynophalla flexuosa (L.) J. Presl CAPPARACEAE Feijão Bravo 21

Combretum leprosum Mart. COMBRETACEAE Mofumbo 33

Ximenia americana L. OLACACEAE Ameixa 15

TOTAL 1081

O número de espécies amostradas no presente estudo está dentro dos padrões (entre 15 e

25 espécies), quando comparado a outros trabalhos realizados em outros remanescentes de

(28)

caatinga protegidos, como na FLONA de Açu/RN e ESEC Seridó (BEZERRA, 2017);

(SANTANA et al., 2016); (AMORIM et al., 2005). Segundo o mesmo autor é explícito que o fator limitante da quantidade de espécies para a região seja o déficit hídrico.

Em relação a ocorrência das famílias Fabaceae e Euphorbiaceae no presente estudo, vários trabalhos possuem resultados similares com os expostos, onde as mesmas se sobressaem quando comparadas às outras famílias, quanto ao número de espécies em diferentes fitofisionomias de caatinga (HOLANDA, 2012); (JÚNIOR e DRUMOND, 2014); (BATISTA et al., 2019).

De acordo com Freitas et al. (2014), a grande quantidade de espécies da família Fabaceae colabora constantemente de maneira expressiva para fertilidade dos solos da Caatinga. Isso porque grande parte de suas espécies realizam simbiose com bactérias do gênero rizóbios em suas raízes, no qual formam nódulos onde ocorre a conversão do nitrogênio presente no ar em nitrogênio amoniacal acontecendo assim a fixação biológica de nitrogênio.

Em relação ao grande número de indivíduos representando a família Apocynaceae, em princípio, pode-se justificar pela eminente variabilidade morfológica, o que favorece seu estabelecimento em diversos ambientes com diferentes condições edafoclimaticas (BATISTA et al., 2019).

Sobre a estrutura horizontal, verificou-se que as espécies que apresentaram maior densidade absoluta (DA) e relativa (DR) foram Aspidosperma pyrifolium com 438,8 ind.ha

(32,47%), Mimosa tenuiflora com 237,5 ind.ha

(17,58%), Cenostigma pyramidale com 156,3 ind.ha

(11,56%) e Croton blanchetianus com136,3 ind.ha

(10,08%) dos 1351,3 ind.ha

estimados para a área (Tabela 2).

No que diz respeito à frequência absoluta e relativa, as duas espécies que mais se destacaram foram Aspidosperma pyrifolium estando presente em 95% das parcelas com uma distribuição média de 16,38 % entre as unidades amostrais, seguida de Mimosa tenuiflora sendo encontrada em 90% das amostras indicando uma distribuição média de 15,52%. Isso indica que essas duas espécies estão bem distribuídas na comunidade estudada em relação as demais, visto que as mesmas se mostram mais presentes na amostra apresentando valores superiores às outras espécies (Tabela 2).

Com relação à dominância absoluta total estimada para a área foi de 5,34 m².ha

-1

.

As espécies inventariadas que apresentaram maior valor de importância ecológica (VI) e

valor de cobertura (VC) foram o Aspidosperma pyrifolium com 29,7% e 36,4%, e Mimosa

tenuiflora com 18,7% e 20,2%, respectivamente, visto que as espécies apresentaram os maiores

(29)

valores calculados de FR, DR, DoR. Com isso pode-se afirmar que as mesmas se ajustam melhor as condições de sítio e interferências antrópicas (Tabela 2).

Tabela 2 – Estimativas para a estrutura horizontal para os indivíduos arbustivo/arbóreos adultos (CAP ≥ 6,0 cm), amostrados na RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN.

Nome científico DA DR FA FR DoA DoR VC VI Aspidosperma pyrifolium 438,8 32,47 95 16,38 2,15 40,32 36,4 29,7 Mimosa tenuiflora 237,5 17,58 90 15,52 1,22 22,91 20,2 18,7 Cenostigma pyramidale 156,3 11,56 45 7,76 0,39 7,28 9,4 8,9 Croton blanchetianus 136,3 10,08 65 11,21 0,13 2,37 6,2 7,9 Jatropha mollissima 85,0 6,29 45 7,76 0,18 3,31 4,8 5,8 Bauhinia cheilantha 37,5 2,78 40 6,9 0,10 1,86 2,3 3,8 Manihot carthagenensis 13,8 1,02 35 6,03 0,18 3,38 2,2 3,5 Combretum leprosum 58,8 4,35 25 4,31 0,06 1,18 2,8 3,3 Piptadenia stipulacea 26,3 1,94 25 4,31 0,12 2,2 2,1 2,8 Cynophalla flexuosa 53,8 3,98 5 0,86 0,19 3,55 3,8 2,8 Ximenia americana 13,8 1,02 25 4,31 0,15 2,71 1,9 2,7 Commiphora leptophloeos 10,0 0,74 15 2,59 0,25 4,61 2,7 2,6 Libidibia ferrea 41,3 3,05 20 3,45 0,06 1,14 2,1 2,6 Myracrodruon urundeuva 10,0 0,74 15 2,59 0,03 0,5 0,6 1,3 Anadenanthera colubrina 2,5 0,19 5 0,86 0,11 1,98 1,1 1,0 Cordia trichotoma 18,8 1,39 5 0,86 0,03 0,54 1,0 0,9 Cnidoscolus quercifolius 5,0 0,37 10 1,72 0,00 0,06 0,2 0,7 Mimosa caesalpiniifolia 2,5 0,19 5 0,86 0,00 0,08 0,1 0,4 Senna macranthera 2,5 0,19 5 0,86 0,00 0,02 0,1 0,4 Handroanthus impetiginosus 1,3 0,09 5 0,86 0,00 0,03 0,1 0,3 1351,3 100 580 100 5,343 100 100 100

Em que: DA = Densidade Absoluta (ind.ha-¹); DR(%) = Densidade Relativa, FA(%) – Frequência Absoluta;

FR(%) = Frequência Relativa; DoA = Dominância Absoluta, (m².ha-1); DoR = Dominância Relativa (%); VC

= Valor de Cobertura (%) VI – Valor de Importância(%).

Dantas et al. (2010) encontrou as mesmas espécies entre as cinco com maior número de indivíduos em uma área de caatinga na fazenda São João no município de Pombal na Paraíba.

No trabalho realizado por Medeiros et al. (2018), as espécies Cenostigma pyramidale, Aspidosperma pyrifolium e Mimosa tenuiflora foram as espécies que mais representavam um fragmento de caatinga na Fazenda Massapê, município de São Mamede-PB.

O resultado da dominância absoluta total mostra que a área apresenta características de

uma vegetação espaçada. Resultado esse inferior aos valores encontrados em duas áreas de

conservação por Amorim et al., (2005) na ESEC Seridó com (DoA) de 6,33 m².ha

-1

e Bezerra,

(2017) na FLONA de Açu, exibindo um valor (DoA) total de 10,86 m².ha

-1

, podendo,

(30)

preliminarmente, ser explicado pela baixa densidade absoluta total dos indivíduos da comunidade estudada.

Semelhante ao apresentado neste trabalho a espécie Aspidosperma pyrifolium apresentou o valor de importância superior em um inventario realizado por Amorim et al., (2005) na ESEC Seridó em Serra Negra do Norte/RN. No mesmo local Santana et al., (2016) calculou valores superiores para as duas espécies Aspidosperma pyrifolium e Mimosa tenuiflora entre estando essas entre as cinco que obtiveram o valor de importância superior.

As mesmas também se destacaram no trabalho realizado por Batista et al., (2019) na região de Caicó-RN e por Dantas et al., (2010) na região de Pombal – PB. Esse resultado encontrado no presente trabalho é comum em áreas de caatinga, pois essas duas espécies, segundo Pimenta et al., (2009), estão entre as três principais espécies que aparecem com maior regularidade de incidência nas diferentes expressões da vegetação do Bioma Caatinga.

Cabe ressaltar que Aspidosperma pyrifolium é uma espécie adaptada as condições semiáridas, perdendo suas folhas no período de seco (LORENZI, 1998), possui sucessão ecológica secundaria adaptada a qualquer textura de solo desde os poucos intemperizados, ou seja, solos rasos a muito intemperizados, solos profundos, com a presença de erosão ou compactados, suporta solos encharcados ou até longos períodos de estiagem além de grande capacidade de rebrota (MAIA, 2012). E a Mimosa tenuiflora é uma planta pioneira que exige frequente exposição solar e apresenta entre suas características a caducifólia (LORENZI,1998).

Segundo Bakke et al. (2006), essa arvore povoa ambientes inóspitos, inclusive aqueles com baixos índices pluviométricos e prolongados períodos de estiagem. Ocorrendo em formações secundarias, prefere solos profundos e de boa fertilidade apresentando um excelente crescimento. Mas, também se estabelece com êxito em solos degradados pela compactação e erosão, devido a eficiência de suas raízes em penetrar no solo (MAIA, 2012).

Devido as características adaptativas, o que permite o aprovisionamento superior dos recursos naturais disponibilizados pelo ambiente, essas espécies contribuíram com maior expressão para o equilíbrio ambiental da vegetação de caatinga compondo a maior parte da vegetação estudada (FELFILI e VENTUROLI,2000).

4.3 Diversidade florística do componente arbustivo/arbóreo adulto

Quanto à diversidade florística calculada para a vegetação presente na RPPN, onde o

índice de Shannon (H’), calculado foi de 2,16 nats.ind

-1

, estando acima da média de acordo com

Barbosa et al., (2012).

(31)

Esse valor foi igual ao encontrado por Andrade et al. (2007), em Pocinhos-PB, no Agreste da Borborema, em uma antiga área de agricultura não utilizada a 30 anos.

Ferraz et al., (2014) encontraram valor aproximado de 2,10 nats.ind

-1

na Fazenda Itapemirim, localizada no Município de Floresta - PE em uma área em regeneração, preservada por 50 anos.

Em comparação com outras unidades de conservação presentes na região as mesmas apresentam valores que variam de 1,94 a 3,07 (BEZERRA, 2017); (LIRA et al., 2010);

(SANTANA e SOUTO, 2006); (AMORIM et al., 2005); (CAMACHO, 2001). Devido as diferentes formas de amostragem e diferentes fisionomias com diferentes históricos de uso e ocupação, este índice se torna muito subjetivo. Mesmo assim ainda é considerado um ótimo fator para análise de riqueza de espécies (DANTAS et al., 2010).

4.4 Estrutura diamétrica

Com relação à distribuição diamétrica os indivíduos amostrados comtemplaram 11 classes diamétricas, sendo que 89,08 % dos indivíduos estão concentrados nas três primeiras classes com 625, 233 e 105 indivíduos respectivamente. Esse comportamento se explica pela atuação de quatro espécies visto que as mesmas concentram grande número de representantes nas primeiras classes de diâmetro sendo elas Aspidosperma pyrifolium , Mimosa tenuiflora , Cenostigma pyramidale , Croton blanchetianus. Desta forma há um decréscimo do número de indivíduos nas ultimas classes, dando destaque para as três classes de maior diâmetro, onde as espécies Myracrodruon urundeuva, Cnidoscolus quercifolius e Libidibia ferrea estavam presentes com no mínimo um exemplar em alguma das classes (Figura 5).

Tendo em vista os resultados observados a área encontra-se provavelmente em um estágio de sucessão secundário inicial (PEREIRA JÚNIOR, 2012). O que liga esses resultados ao comportamento das florestas Nativas, ou seja, inequiâneas que demostram um padrão de J invertido (ALVES et al., 2013); (LIMA e COELHO, 2015).

Esse comportamento das florestas nativas permite que, após um grande período de

estiagem, ocorrência de incêndio ou qualquer tipo de pressão de ordem antrópica que acarrete a

morte da população de maior dimensão, as mesmas sejam capazes de se restabelecer

novamente (MOREIRA, 2014).

(32)

Figura 5 – Distribuição diamétrica dos indivíduos amostrados no componente arbustivo/arbóreos adulto na RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN.

Esse comportamento também foi observado por Bezerra, (2017) na FLONA de Açu onde o mesmo encontrou o componente arbustivo/arbóreo concentrado nas três primeiras classes diamétricas representando 89,73% dos indivíduos amostrados e por Holanda, (2012) em Pombal/PB com o componente arbustivo/arbóreo centralizado nas duas primeiras classes diamétricas com 89% dos indivíduos, resultado esse semelhante ao encontrado no presente trabalho.

4.5 Estrutura vertical

Os indivíduos inventariados apresentaram altura variando de 1,60 a 12,0 m e média de 3,77 m, apresentando uma distribuição aproximada entre o estrato inferior e superior, com uma maior concentração no estrato médio. No estrato inferior estão presentes 11,75% dos indivíduos composto por 7 espécies. No estrato médio há um aumento expressivo pois 79,27% da população e todas as espécies amostrada estão presentes na mesma. No estrato superior há uma redução acentuada em relação ao estrato médio, sendo este composto por 97 indivíduos e representando 8,97% da população com a presença de 12 espécies.

A espécie Aspidosperma pyrifolium foi a que mais se destacou no estrato inferior e médio sendo responsável por 57,48% e 31% dos indivíduos presentes respectivamente. No estrato superior a espécie que mais representou o estrato foi a Mimosa tenuiflora sendo responsável por 47,42% dos representantes do mesmo (Figura 6).

625

233

105

57 31 16 8 2 1 1 2

0 100 200 300 400 500 600 700

3,4 6,4 9,4 12,4 15,4 18,4 21,4 24,4 27,4 30,4 33,4

Número de Indivíduos

Centro de Classe

(33)

Figura 6 – Distribuição em Classes de altura dos indivíduos amostrados no componente arbustivo/arbóreos adulto na RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN.

Em dois estudos Bezerra (2017) e Holanda (2012), em dois remanescentes de caatinga, observaram alturas variando de 2,0 a 11,0 m e 2,0 a 13,0 m respectivamente. Marangon et al., (2013), em uma área de Caatinga no município de Floresta/PE, calculou o valor de altura média aproximado ao encontrado nesse estudo (3,63 m).

Portanto, os resultados deste trabalho corroboram com o observado em outros estudos, na caatinga que afirmam que a vegetação se encontra predominantemente na classe intermediaria de altura (BATISTA et al., 2019); (ALVES et al., 2017); (BEZERRA, 2017);

(HOLANDA, 2012); (AMORIM et al., 2005).

A determinação das alturas em estudos fitossociológicos em florestas nativas é de extrema importância, pois, de acordo com Hunter Jr, (1990), a fauna e a flora habitam diferentes estratos de altura, convivendo em nichos ecológicos distintos. Sendo assim, a estratificação vertical atua na diversidade e abundância das espécies, sendo este um notável indicativo de que a floresta está em equilíbrio.

4.6 Suficiência amostral da regeneração natural

Na Regeneração Natural a curva coletora de suficiência amostral indica que a intersecção do plateau com a curva teve início na 13° unidade amostral a 260 m

2

, momento esse que 92,2 % das espécies já tinham sido amostradas (Figura 7).

Com isso pode-se dizer que a amostragem foi satisfatória, visto que a área mínima adequada para caracterizar a área foi superada dando maior exatidão à representação florística da regeneração natural na RPPN ao nível de inclusão definido no estudo.

127

857

97 0

100 200 300 400 500 600 700 800 900

H < 2,17 2,17 <= H < 5,36 H >= 5,36

Número de Indivíduos

Classes de Altura (m)

(34)

Figura 7 – Representação gráfica da suficiência amostral do componente arbustivo/arbóreo regenerante da RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN.

De acordo com Castro, (2009) e Conceição, (2009) esse tipo de diagnóstico resulta no número de amostras necessárias para conhecer as espécies existentes em uma comunidade vegetal, desde que as parcelas sejam analisadas em sua ordem original de coleta.

4.7 Análise florística da regeneração natural

No levantamento florístico do componente arbustivo/arbóreo regenerante foram amostrados 283 indivíduos distribuídos em 15 espécies pertencentes a 9 famílias botânicas.

As famílias que apresentaram maior riqueza de espécies foram Fabaceae com 5 espécies e Euphorbiaceae com 3 espécies. Em relação a quantificação do número de indivíduos, as espécies que tiveram maior destaque foram Croton heliotropiifolius com 150 indivíduos, Croton blanchetianus com 41 indivíduos, Aspidosperma pyrifolium com 33 indivíduos e Cenostigma pyramidale com 24 indivíduos essas quatro espécies correspondem a 87,63 % dos indivíduos regenerantes inventariados (Tabela 3).

Tabela 3 – Lista de famílias, espécies e número de indivíduos por espécie, inventariados na RPPN Stoessel de Brito, localizado no município de Jucurutu/RN.

Espécie Família Nome Vulgar

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.

Fabaceae

Jurema Preta 11

Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema Branca 1

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Número de espécies

Área amostral (m2)

Observado Estimado Plateau N = 5,1061 + 0,0383x (reta)

R2= 92,22%

N = 15,0 (plateau)

Referências

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