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Responsabilidade Civil do Estado e Responsabilidade por Dano Ambiental

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(1)

Responsabilidade Civil do Estado e

Responsabilidade por Dano Ambiental

(2)

Responsabilidade Objetiva do Estado

Art. 37 , § 6º, CF. “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos

responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

Corrente minoritária. Resp. Subjetiva em caso de

dano ambiental por omissão na fiscalização (poder

de polícia). Omissão genérica x omissão específica

(3)

Nexo causal

Resp. objetiva risco

administrativo

dano

Ação ou omissão

conexão

(4)

Posição subjetivista vem perdendo espaço, para exigir, em caso de omissão:

• -dever legal de evitar o dano

• Inação concreta

• Dano indenizável

• Nexo causal – entre o dano sofrido e o serviço

público ( ato ou omissão do agente)

(5)

(...) Ordinariamente, a responsabilidade civil do Estado,

por omissão, é subjetiva ou por culpa; regime comum ou

geral esse que, assentado no art. 37 da Constituição

Federal, enfrenta duas exceções principais. Primeiro,

quando a responsabilização objetiva do ente público

decorre de expressa previsão legal, em microssistema

especial. Segundo, quando as circunstâncias indicam a

presença de standard ou dever de ação estatal mais

rigoroso do que aquele que jorra, segundo a interpretação

doutrinária e jurisprudencial, do texto constitucional,

precisamente a hipótese da salvaguarda da saúde pública e

do meio ambiente.(...) REsp 1236863 / ES RECURSO

ESPECIAL 2011/0028375-0. DJe 27/02/2012”

(6)

“O repasse das verbas pelo Estado do Paraná ao Município de Foz de Iguaçu(ação), a ausência

das cautelas fiscalizatórias no que se refere às licenças concedidas e as que deveriam ter sido confeccionadas pelo ente estatal (omissão),

concorreram para a produção do dano

ambiental. Tais circunstâncias, pois, são aptas a

caracterizar o nexo de causalidade do evento, e

assim, legitimar a responsabilização objetiva do

recorrente.” RECURSO ESPECIAL Nº 604.725 - PR

(2013/0195400-5)

(7)

EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR MORTE DE DETENTO. ARTIGOS 5º, XLIX, E 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO

FEDERAL. A omissão do Estado reclama nexo de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima nos casos em que o Poder Público ostenta o dever legal e a efetiva

possibilidade de agir para impedir o resultado danoso. É dever do Estado e direito

subjetivo do preso que a execução da pena se dê de forma humanizada, garantindo-se os direitos fundamentais do detento, e o de ter preservada a sua incolumidade física e moral (artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal). O dever constitucional de proteção ao detento somente se considera violado quando possível a atuação estatal no sentido de garantir os seus direitos fundamentais, pressuposto inafastável para a configuração da responsabilidade civil objetiva estatal, na forma do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal.

Ad impossibilia nemo tenetur, por isso que nos casos em que não é possível ao Estado agir para evitar a morte do detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse em

liberdade), rompe-se o nexo de causalidade, afastando-se a responsabilidade do Poder Público, sob pena de adotar-se contra legem e a opinio doctorum a teoria do risco integral, ao arrepio do texto constitucional. A morte do detento pode ocorrer por várias causas, como, v. g., homicídio, suicídio, acidente ou morte natural, sendo que nem sempre será possível ao Estado evitá-la, por mais que adote as precauções exigíveis. A

responsabilidade civil estatal resta conjurada nas hipóteses em que o Poder Público comprova causa impeditiva da sua atuação protetiva do detento, rompendo o nexo de

causalidade da sua omissão com o resultado danoso. Repercussão geral constitucional que assenta a tese de que: em caso de inobservância do seu dever específico de proteção

previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado é responsável pela morte do detento. In casu, o tribunal a quo assentou que inocorreu a comprovação do suicídio do detento, nem outra causa capaz de romper o nexo de causalidade da sua omissão com o óbito ocorrido, restando escorreita a decisão impositiva de

responsabilidade civil estatal. Recurso extraordinário DESPROVIDO. STF. Plenário. RE

841526, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/03/2016.

(8)

“Diante de tal indefinição, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal vem se orientando no sentido de que a responsabilidade civil do Estado por omissão também está fundamentada no artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, ou seja, configurado o nexo de causalidade entre o dano sofrido pelo particular e a omissão do Poder Público em impedir a sua ocorrência – quando tinha a obrigação legal específica de fazê-lo – surge a obrigação de indenizar, independentemente de prova da culpa na conduta administrativa, consoante os seguintes precedentes:

[…]

Deveras, é fundamental ressaltar que, não obstante o Estado responda de forma objetiva também pelas suas omissões, o nexo de causalidade entre essas omissões e os danos sofridos pelos particulares só restará caracterizado quando o Poder Público ostentar o dever legal específico de agir para impedir o evento danoso, não se desincumbindo dessa obrigação legal.

Entendimento em sentido contrário significaria a adoção da teoria

do risco integral, repudiada pela Constituição Federal, como já

mencionado acima.” (g.n.) (RE 841526, Relator(a): Min. LUIZ FUX,

Tribunal Pleno, j. 30/03/2016, Repercussão geral)

(9)

Responsabilidade pelo Dano Ambiental

PENAL

ADMINISTRATIVA

CIVIL

art. 225 § 3º da CF/88 “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os

infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,

independentemente da

obrigação de reparar os danos

causados.”

(10)

Quanto à extensão do bem protegido - coletivo

- individual

Quanto à extensão do dano

- Patrimonial

- Extrapatrimonial/ dano moral ambiental

 pluralidade difusa de vítimas

 dificuldade de reparação ou irreversibilidade

 dificuldade de valoração

(11)

OBJETIVA – TEORIA DO RISCO INTEGRAL MATÉRIA AMBIENTAL

Política Nacional de Meio Ambiente

art. 14, § 1º: “Sem obstar a aplicação das penalidades prevista neste artigo, é o poluidor obrigado independentemente da

existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao

meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade *...+.”

(12)

Nexo causal

Resp. objetiva (Risco integral)

dano

Ação ou omissão

conexão

existência da atividade é causa do evento lesivo

Risco como

condição da existência do dano, ainda que não

possa demonstrar que foi sua causa direta

inversão do ônus da prova

"A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental.“

Sumula 618 - STJ

(13)

R esp. Civil Ambien tal

objetiva solidária

Independe de culpa do agente

poluidor: “ pessoa física ou jurídica, de

direito público ou privado, responsável,

direta ou indiretamente, por atividade

causadora de degradação ambiental

(art. 3º, IV, L.6938/81)

(14)
(15)

Lago Palcacocha cresceu 34 vezes desde 1941

1970 - 500 mil m3 2016 - 17 milhões de m3

“No ano passado, no mês de maio, houve uma avalanche moderada da montanha Palcaraju.

Caiu diretamente na lagoa e produziu uma onda

de três metros”, conta o vigilante Saul. “Levou os

sifões para a parte esquerda e os amontoou

como se fossem espaguete.”

(16)

Ação judicial pede que a companhia Alemã RWE pague uma parcela de 17 mil euros (R$ 68 mil) das obras de segurança na lagoa, com custo total estimado em R$ 20 milhões.

A quantia corresponde ao quinhão de responsabilidade atribuído à RWE (0,47%) por todas

as emissões de gases do efeito estufa lançadas no mundo desde 1854, segundo estudo

publicado em 2014 por Richard Heede, do Climate Accountability Institute dos EUA.

(17)

DIREITO AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA POR DANO AMBIENTAL PRIVADO.

A responsabilidade civil por danos ambientais, seja por lesão ao meio ambiente

propriamente dito (dano ambiental público), seja por ofensa a direitos individuais

(dano ambiental privado), é objetiva, fundada na teoria do risco integral, em face do

disposto no art. 14, § 1º, da Lei 6.938/1981, que consagra o princípio do poluidor-

pagador. A responsabilidade objetiva fundamenta-se na noção de risco social, que está

implícito em determinadas atividades, como a indústria, os meios de transporte de

massa, as fontes de energia. (...)A teoria do risco integral constitui uma modalidade

extremada da teoria do risco em que o nexo causal é fortalecido de modo a não ser

rompido pelo implemento das causas que normalmente o abalariam (v.g. culpa da

vítima; fato de terceiro, força maior). Essa modalidade é excepcional, sendo

fundamento para hipóteses legais em que o risco ensejado pela atividade econômica

também é extremado, como ocorre com o dano nuclear (art. 21, XXIII, "c", da CF e Lei

6.453/1977). O mesmo ocorre com o dano ambiental (art. 225, caput e § 3º, da CF e

art. 14, § 1º, da Lei 6.938/1981), em face da crescente preocupação com o meio

ambiente. Nesse mesmo sentido, extrai-se da doutrina que, na responsabilidade civil

pelo dano ambiental, não são aceitas as excludentes de fato de terceiro, de culpa da

vítima, de caso fortuito ou de força maior. Nesse contexto, a colocação de placas no

local indicando a presença de material orgânico não é suficiente para excluir a

responsabilidade civil. REsp 1.373.788-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado

em 6/5/2014

(18)

Tendência –Dano moral ambiental

“Configura dano moral a privação das condições de trabalho em

consequência de dano ambiental - fato por si só incontroverso quanto ao prolongado ócio indesejado imposto pelo acidente, sofrimento, à angústia e à aflição gerados ao pescador, que se viu impossibilitado de

pescar e imerso em incerteza quanto à viabilidade futura de sua atividade profissional e manutenção própria e de sua família.” (STJ -

RECURSO ESPECIAL Nº 1.346.430 - PR - 2011/0223079-7)

“DANO MORAL COLETIVO. Necessária vinculação do dano moral à noção de dor, de sofrimento psíquico, de caráter individual.

Incompatibilidade com a noção de transindividualidade

(indeterminabilidade do sujeito passivo e indivisibilidade da ofensa e da reparação) .” (STJ - RECURSO ESPECIAL Nº 598.281 – 2013 -MG –

Rel Min Luiz Fux)

(19)

RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO AMBIENTAL PRIVADO. RESÍDUO INDUSTRIAL. QUEIMADURAS EM ADOLESCENTE. REPARAÇÃO DOS DANOS MATERIAIS E MORAIS.

1 Demanda indenizatória movida por jovem que sofreu graves queimaduras nas pernas ao manter contato com resíduo industrial depositado em área rural.

2 A responsabilidade civil por danos ambientais, seja por lesão ao meio ambiente propriamente dito (dano ambiental coletivo), seja por ofensa a direitos individuais (dano ambiental individual), é objetiva, fundada na teoria do risco integral, em face do disposto no art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938∕81.

3 A colocação de placas no local indicando a presença de material orgânico não é suficiente para excluir a responsabilidade civil.

4 Irrelevância da eventual culpa exclusiva ou concorrente da vítima.

(STJ RECURSO ESPECIAL : REsp 1373788 SP . 2013/00708472)

(20)

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL. CUMULAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE RECOMPOSIÇÃO DO MEIO AMBIENTE E DE COMPENSAÇÃO POR DANO MORAL

COLETIVO. Na hipótese de ação civil pública proposta em razão de dano ambiental, é possível que a sentença condenatória imponha ao responsável, cumulativamente, as obrigações de recompor o meio ambiente degradado e de pagar quantia em dinheiro a título de compensação por dano moral coletivo. Isso porque vigora em nosso

sistema jurídico o princípio da reparação integral do dano ambiental, que, ao

determinar a responsabilização do agente por todos os efeitos decorrentes da conduta lesiva, permite a cumulação de obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar. (...) A interpretação sistemática das normas e princípios ambientais leva à conclusão de que, se o bem ambiental lesado for imediata e completamente restaurado, isto é,

restabelecido à condição original, não há falar, como regra, em indenização.

Contudo, a possibilidade técnica, no futuro, de restauração in natura nem sempre se mostra suficiente para reverter ou recompor integralmente, no âmbito da

responsabilidade civil, as várias dimensões do dano ambiental causado; por isso não exaure os deveres associados aos princípios do poluidor-pagador e da reparação integral do dano. Cumpre ressaltar que o dano ambiental é multifacetário (ética, temporal, ecológica e patrimonialmente falando, sensível ainda à diversidade do vasto universo de vítimas, que vão do indivíduo isolado à coletividade, às gerações futuras e aos processos ecológicos em si mesmos considerados). Em suma, equivoca- se, jurídica e metodologicamente, quem confunde prioridade da recuperação in

natura do bem degradado com impossibilidade de cumulação simultânea dos deveres

de repristinação natural (obrigação de fazer), compensação ambiental e indenização

em dinheiro (obrigação de dar), e abstenção de uso e nova lesão (obrigação de não

fazer). REsp 1.328.753-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 28/5/2013

(21)

ACP. DANO AMBIENTAL. ÔNUS. PROVA.

Trata-se da inversão do ônus probatório em ação civil pública (ACP) que objetiva a reparação de dano ambiental. A Turma entendeu que, nas ações civis ambientais, o caráter público e coletivo do bem jurídico tutelado - e não eventual hipossuficiência do autor da demanda em relação ao réu - conduz à conclusão de que alguns direitos do consumidor também devem ser estendidos ao autor daquelas ações, pois essas buscam resguardar (e muitas vezes reparar) o patrimônio público coletivo consubstanciado no meio ambiente. A essas regras, soma-se o princípio da precaução. Esse preceitua que o meio ambiente deve ter em seu favor o benefício da dúvida no caso de incerteza (por falta de provas cientificamente relevantes) sobre o nexo causal entre determinada atividade e um efeito ambiental nocivo.

Assim, ao interpretar o art. 6º, VIII, da Lei n. 8.078/1990 c/c o art. 21

da Lei n. 7.347/1985, conjugado com o princípio da precaução,

justifica-se a inversão do ônus da prova, transferindo para o

empreendedor da atividade potencialmente lesiva o ônus de

demonstrar a segurança do empreendimento. Precedente citado: REsp

1.049.822-RS, DJe 18/5/2009. REsp 972.902-RS, Rel. Min. Eliana

Calmon, julgado em 25/8/2009.

(22)

DANO AMBIENTAL. LOTEAMENTO IRREGULAR.

Em ação civil pública ajuizada contra o município e outros, por improbidade administrativa e parcelamento do solo em descordo com a legislação vigente, o que causou danos ao meio ambiente, a sentença excluiu o município por entender que ele atuou dentro da lei (aplicou multa e embargou a obra), logo não seria possível imputar-lhe responsabilidade. Por sua vez, o TJ manteve a sentença. Explica o Min. Relator que, apesar de o município aplicar multa e embargar a obra, não avocou para si a responsabilidade pela regularização do loteamento às expensas do loteador e dessa omissão resultou um dano

ambiental. Observou, com base em precedentes, que o art. 40 da Lei n.

6.766/1979 confere ao município um dever-poder vinculado, consoante o disposto no art. 30, VIII, da CF/1988, consequentemente não há como a municipalidade eximir-se da responsabilidade de regularizar loteamento urbano, mesmo quando ocorrido de modo clandestino. Por isso, se o município não impede a consumação do dano ambiental, deve ser

responsabilizado conjuntamente com o loteador pelos prejuízos daí advindos;

entretanto, posteriormente, poderá acionar a próprio loteador

regressivamente, porque, conforme o próprio artigo citado da Lei n.

6.766/1979, está obrigado a promover a regularização do loteamento às expensas do loteador, como já dito. Com esse entendimento, a Turma deu provimento ao recurso do MP. Precedentes citados: REsp 333.056-SP, DJ

6/2/2006; REsp 131.697-SP, DJ 13/6/2005; REsp 124.714-SP, DJ 25/9/2000, e

REsp 259.982-SP, DJ 27/9/2004. REsp 1.113.789-SP, Rel. Min. Castro Meira,

julgado em 16/6/2009.

(23)

ACP. REPARAÇÃO. DANO AMBIENTAL.

(...)A prescrição tutela interesse privado, podendo ser compreendida como mecanismo de segurança jurídica e estabilidade. O dano ambiental refere-se àquele que oferece grande risco a toda humanidade e à coletividade, que é a titular do bem ambiental que constitui direito difuso. Destacou a Min. Relatora que a reparação civil do dano ambiental assumiu grande amplitude no Brasil, com profundas implicações, na espécie, de responsabilidade do degradador do meio ambiente, inclusive imputando-lhe responsabilidade objetiva, fundada no simples risco ou no simples fato da atividade danosa, independentemente da culpa do agente causador do dano. O direito ao pedido de reparação de danos ambientais, dentro da logicidade hermenêutica, também está protegido pelo manto da imprescritibilidade, por se tratar de direito inerente à vida, fundamental e essencial à afirmação dos povos, independentemente de estar expresso ou não em texto legal. No conflito entre estabelecer um prazo prescricional em favor do causador do dano ambiental, a fim de lhe atribuir segurança jurídica e estabilidade com natureza eminentemente privada, e tutelar de forma mais benéfica bem jurídico coletivo, indisponível, fundamental, que antecede todos os demais direitos - pois sem ele não há vida, nem saúde, nem trabalho, nem lazer - o último prevalece, por óbvio, concluindo pela imprescritibilidade do direito à reparação do dano ambiental. Mesmo que o pedido seja genérico, havendo elementos suficientes nos autos, pode o magistrado determinar, desde já, o montante da reparação. REsp 1.120.117-AC, Rel. Min.

Eliana Calmon, julgado em 10/11/2009.

(24)

ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AMBIENTAL.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL E URBANÍSTICO. CONSTRUCÕES

IRREGULARES. DEVER DE FISCALIZAÇÃO. OMISSÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. CARÁTER SOLIDÁRIO, MAS DE EXECUÇÃO SUBSIDIÁRIA.

PRECEDENTES. 1. A responsabilidade do Estado por dano ao meio ambiente decorrente de sua omissão no dever de fiscalização é de caráter solidário, mas de execução subsidiária, na condição de devedor-reserva. Precedentes.

2. Há responsabilidade do Estado ainda que, por meios apenas indiretos, contribua para a consolidação, agravamento ou perpetuação dos danos experimentados pela sociedade. Hipótese que não se confunde com a

situação de garantidor universal. 3. No caso dos autos, ainda que o acórdão recorrido tenha entendido pela inexistência de omissão específica, os fatos narrados apontam para o nexo claro entre a conduta do Estado e o dano, constituído pela edição de normativos e alvarás autorizando as construções violadoras do meio ambiente e não implementação das medidas repressivas às obras irregulares especificadas em lei local. Ressalte-se, os danos

permanecem sendo experimentados pela comunidade há mais de duas décadas e foram declarados pelo próprio ente público como notórios. 4. O reconhecimento da responsabilização solidária de execução subsidiária

enseja que o Estado somente seja acionado para cumprimento da obrigação de demolição das construções irregulares após a devida demonstração de absoluta impossibilidade ou incapacidade de cumprimento da medida pelos demais réus, diretamente causadores dos danos, e, ainda, sem prejuízo de ação regressiva contra os agentes públicos ou particulares responsáveis. 5.

Agravo interno a que se nega provimento. REsp 1666027 / SP - RECURSO

ESPECIAL -2016/0332438-7 - DJe 01/02/2018

(25)

Questões para revisão e fixação

2015 - FCC - TJ-AL - Juiz Substituto

A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito

a) determina indenização material, independentemente de comprovação de prejuízo.

b) não acarreta consequência pecuniária, se não houver dano moral.

c) rege-se pelo critério subjetivo, só sendo indispensável o dano.

d) rege-se pelo critério subjetivo, sendo indispensável o dano apenas quando configurado dolo.

e) independe de comprovação de culpa.

1

(26)

2016 - Banca: FGV - COMPESA - Analista de Gestão - Advogado

Luiz dirigia o seu automóvel por uma via pública e freou o carro cuidadosa e

lentamente ao chegar a um cruzamento. Um caminhão de uma transportadora que vinha logo atrás dele, contudo, colidiu na traseira do seu veículo, em virtude de o motorista ter se distraído ao volante com o seu telefone celular. Tendo em vista os fatos descritos, analise as afirmativas a seguir.

I. Luiz pode propor ação indenizatória com vista a ser ressarcido dos prejuízos

decorrentes do acidente em face da transportadora, ainda que esta não tenha agido com culpa na escolha do motorista que guiava o caminhão.

II. Se o pedido for julgado procedente, a indenização deverá ser acrescida de juros de mora contados desde a data do acidente, ainda que Luiz demore a propor a ação, respeitado o prazo prescricional da sua pretensão.

III. O prazo prescricional para a propositura da ação indenizatória é de cinco anos, a contar da data do acidente.

Está correto o que se afirma em a) I, apenas.

b) I e II, apenas.

c) II e III, apenas.

d) I e III, apenas.

e) I, II e III. 2

(27)

2016 - FCC - TRT - 15ª Região - TRT - 15ª Região - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador

Diz-se, na linguagem comum, que o Poder Público responde civilmente com ou sem culpa. Quando se diz que a responsabilidade civil dos entes públicos é

“sem culpa”, tecnicamente se está querendo explicar a modalidade de responsabilidade civil aplicável aos mesmos, ou seja, fazer referência à Responsabilidade

a) objetiva, modalidade de responsabilidade civil que prescinde de comprovação de culpa do agente público, embora não afaste a

necessidade de demonstração do nexo de causalidade entre o ato e os danos por este causados.

b) objetiva, modalidade de responsabilidade civil que independe da

comprovação de culpa e nexo de causalidade entre ação ou omissão de agente público e os danos causados em decorrência desses.

c) subjetiva, modalidade de responsabilidade civil que depende de comprovação de culpa do agente ou do serviço público para

configuração do nexo de causalidade, aplicável nos casos de ação e omissão.

d) objetiva ou subjetiva, aplicável a primeira nos casos de omissão e a segunda nos casos de atos comissivos praticados por agentes públicos, cuja culpa deve obrigatoriamente ser demonstrada.

e) objetiva pura, que independe da existência de culpa, da comprovação de nexo de causalidade e não admite qualquer excludente de

responsabilidade. 3

(28)

2016 - VUNESP - TJ-PA - Auxiliar Judiciário

A responsabilidade civil é uma das matérias de desenvolvimento mais dinâmico no direito civil. Durante a evolução do tema, em razão da

necessidade de melhor atender à realidade econômica e social, cindiu-se a responsabilidade civil nas modalidades “subjetiva” e “objetiva”. Tais

modalidades distinguem-se, essencialmente, na apuração

a) do nexo de causalidade entre a conduta e o dano, que é elemento da responsabilidade civil subjetiva, mas é dispensável na responsabilidade civil objetiva.

b) do ato ilícito, que é elemento da responsabilidade civil subjetiva, mas é dispensável na responsabilidade civil objetiva.

c) da culpa, que é elemento da responsabilidade civil subjetiva, mas é dispensável na responsabilidade civil objetiva.

d) da boa-fé, que é elemento da responsabilidade civil subjetiva, mas é dispensável na responsabilidade civil objetiva.

e) do dano, que é elemento da responsabilidade civil subjetiva, mas é dispensável na responsabilidade civil objetiva.

4

(29)

2015 - MS CONCURSOS - PC-PA - Investigador de Polícia

O Código Civil estabelece os casos de responsabilidade civil do agente por ato próprio, por ato de outrem que esteja sob a responsabilidade do agente, ou por danos

causados por coisas ou animais que estejam sob a guarda deste. Analise as alternativas abaixo referentes a responsabilidade civil e aponte a correta.

a) A deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de

remover perigo iminente constituem atos lícitos, por isso não haverá obrigação de indenizar, mesmo que a pessoa lesada ou dono da coisa não sejam culpados do perigo.

b) Em caso de lesão à saúde, o Código Civil estabelece que o ofensor deverá

indenizar o ofendido pelas despesas de tratamento e lucros cessantes até o fim da convalescença, e ainda, por algum outro prejuízo que este prove ter sofrido.

c) A responsabilidade civil é independente da criminal, portanto, mesmo em caso de sentença penal absolutória que reconheça não ter sido o réu o autor do crime, este ainda poderá ser obrigado a ressarcir o dano no juízo cível.

d) Para fins de responsabilidade civil, em regra, o Código Civil Brasileiro adota a teoria do risco.

e) Na responsabilidade contratual ou aquiliana, o inadimplemento presume-se culposo.

5

(30)

2018 -FGV - TJ-SC - Oficial da Infância e Juventude

João, Oficial da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, foi designado para cumprir diligência fiscalizatória em evento que consiste em show com a participação de público adolescente. Chegando ao local, agindo de forma culposa, João se excedeu e retirou do show o adolescente Antônio, alegando que o rapaz estava desacompanhado de seus responsáveis, quando, na verdade, seu pai apenas tinha ido ao banheiro.

Diante dos danos morais (frustração) e materiais (valor do ingresso do show) sofridos por Antônio, ele procurou a Defensoria Pública e propôs ação indenizatória em face do:

a) João, como pessoa física, por sua responsabilidade civil objetiva e direta;

b) Tribunal de Justiça de Santa Catarina, por sua responsabilidade civil objetiva;

c) Tribunal de Justiça de Santa Catarina, por sua responsabilidade civil subjetiva;

d) Estado de Santa Catarina, por sua responsabilidade civil objetiva;

e) Estado de Santa Catarina, por sua responsabilidade civil subjetiva.

6

(31)

2015 - TRT - 8ª Região (PA e AP) -Juiz do Trabalho Substituto

Sobre a responsabilidade civil no Código Civil Brasileiro, é CORRETO afirmar que:

a) O incapaz não responde pelos prejuízos que causar tendo em vista a responsabilidade dos pais ou responsáveis.

b) Haverá obrigação de reparar o dano, através da averiguação de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente

desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

c) Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a

indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

d) O prejudicado não poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez, salvo se demonstrado o estado de solvência do devedor.

e) Em caso de usurpação ou esbulho do alheio, quando não mais exista a própria coisa, a indenização será estimada pelo seu preço ordinário, não sendo considerado o preço de afeição.

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(32)

2016 -FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia Civil

Assinale a alternativa correta a respeito da responsabilidade civil e da sua relação com a responsabilidade criminal.

a) A sentença absolutória penal fundada na ausência de prova de culpa inibe a respectiva ação indenizatória cível.

b) Negada a autoria peio juízo criminal, a questão ainda pode ser discutida no juízo cível.

c) O reconhecimento da materialidade pelo juízo criminal vincula o juízo cível.

d) Havido o ressarcimento em cumprimento de sentença cível e sobrevindo sentença penal absolutória, assentando a inexistência do fato, deve haver imediata repetição.

e) As responsabilidades civil e criminal são absolutamente independentes.

8

(33)

2017 – IBADE – TECNICO JUDICIÁRIO – TJ RO

A responsabilidade civil estatal tem, hoje, importante sede constitucional no art 37, § 6º, da Constituição da República Federativa do Brasil, que menciona, por exemplo, a questão da responsabilidade civil objetiva do Estado. Acerca do tema responsabilidade civil do Estado, em linhas gerais, pode-se afirmar com exatidão que:

a) na evolução histórica do instituto da responsabilidade civil estatal, vive-se hoje a fase civilista que estabelece que o Estado é responsável desde que se identifique o agente causador do dano e desde que seja provado o dolo ou a culpa deste.

b) nos termos do art 37, § 6º, de nossa Constituição Federal, tanto o dever de o Estado

indenizar o particular pelo dano causado a este pelo seu agente público, como o dever que esse agente público tem de ressarcir ao Estado regressivamente, são pautados na

responsabilidade civil objetiva.

c) pela teoria do risco integral, cuja aplicação no Brasil é bastante controversa, o Estado pode responder civilmente independentemente de dolo ou culpa, mas podem ser invocadas excludentes dessa responsabilidade em proveito do Poder Público.

d) o particular que sofrer dano por conduta estatal praticada por um determinado agente público pode ingressar diretamente com ação indenizatória em face desse agente público, pois isso geraria economia processual, celeridade, além do que ninguém pode ser inibido de acesso ao Judiciário por lesão ou ameaça a direito, nos termos do Princípio da

Inafastabilidade da Tutela Jurisdicional.

e) o delegatório do poder público que presta serviço público mediante regime de concessão e, por ocasião da prestação desse serviço público concedido, vier a causar dano a terceiro que não seja o usuário desse serviço público, terá responsabilidade civil perante esse terceiro,

apesar de com este não ter contratado tal serviço. 9

(34)

gabarito

1. E

2. B

3. A

4. C

5. B

6. D

7. C

8. C

9. E

Referências

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