https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
SALGADO MARANHÃO
POEMAS
Traductores: Verónica Aranda Arturo Jiménez Martínez Alexis Levitin
LENDA
para B.
Tua lenda me persegue feito uma cidade aflita (ou um forasteiro num beco escuro). Tua lenda é um céu de tulipas, uma restinga no Atlântico.
Quando a noite lamber teu eclipse e te despires ante a agonia do mar, serei o marujo a romper tuas ondas.
Os caçadores de óvnis e os Bigs de Wall Street não serão teus donos. Nem os Mandarins da China, nem os Sultões de Dubai. Nem. Nem.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
SEQUIA
I
Teu coração é uma catedral sem Deus;
teu riso-lúmen, uma cidade alegórica
que os viajantes cruzam sem habitar (
há em ti o clamor dos pomares virgens
no chocalhar da alma invertebrada).
Brota um rio em tua porta e morres de sede.
II
Quero-te a voz arrancada ao ventre – incisiva e febril – com palavras de fogo;
quero teu cio ronronante feito um braço
que arremesse ao Éden.
III
A vida é motriz, o amor é ruidoso,
só os mortos respiram o silêncio;
o inútil silêncio.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
AMADA
Minha amada ausente me habita uma cidade sem nome, onde a manhã traz o verão
para lamber seus rastros.
Minha amada é uma savana de tílias, uma katana despida, um martelo que me açoita as asas.
Estou ocupado em contar os dias que lhe desnudam
para falar com Deus.
Estou em desalinho, atravessado de amares, noites, náufragos e sonhos a pique.
Estou perdido em meus incêndios, e seu olhar cai sobre mim
como o ruído da chuva.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
FEBRE
Recolho a tarde que cai sobre ti, com
as sobras do crepúsculo.
No entanto,
a cidade (em seu coração de pedra) uiva
desafiando a poesia.
No entanto,
é fogo a vida que lateja em meus úmeros.
Recolho as pétalas do teu nome
sob a tarde agônica; eu
que me arrimo de mim e bebo a febre
que incendeia os loucos.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
CAPRICHO
É quase um capricho
estelar, este rito de espanto
içando-me, este império de nuvens.
É quase um delírio;
com olhos
de pântano e línguas de cimitarra.
(Ó vulcão de esplendores!)
Não sei juntar
meus avessos, não sei onde alugar
certezas.
Sei apenas que o amor inventa oásis para esconder incêndios.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
CASI
para T. T.
O cais está aberto ao anagrama dos teus pés. Teus
pés recorrentes
ao sal e à maré. Porém,
há uma manhã de seda a desenhar miragens em teu semblante. E
há vestes rubras que te aguardam nos espelhos. Tu
és o vento
que acorda a memória e o velame dos barcos. (De onde te busco,
só ouço a cidade a rugir seus metais).
Não te perdi
para os astros convulsos, nem para o fauno
que desacata o amor.
Te perdi para mim.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
PRISMA
O que restou de nós
perdeu-se entre o machado e o sândalo. No
prisma que enlaça nossas estações.
Uma fenda se abriu nos lábios, ante o vaso partido e um desejo que nos chama
a depor.
Fingi que meu cio fosse alimento
aos teus leões domados;
sonhei que teu néctar fosse orvalho
para a cidade em chamas.
E dormi sob o vento e a noite ferida de raios.
Havia um punhal entre as flores.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
LOUÇARIA
Estou inscrito na fábula de tua lágrima-lume. E estás incisa em mim
no inverossímil, no tabuleiro da estiagem.
O que não houve nos agenda
em sua orla-ciprestes. E és a romã partida
aos olhos, és
um remendo de assombros.
Sou o que partilha aos pássaros a tarde movediça e este chão que é rascunho de trevas, onde o amor queimou suas vestes e nada extinguiu seu teorema:
nem os rios que atravessam a carne, nem
a louçaria do poema.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
LEYENDA
(1) Para BTu leyenda me persigue como una ciudad inquietante (o forastero en callejón oscuro). Tu leyenda es un
cielo de tulipanes, una restinga en el Atlántico.
Cuando la noche lama tu eclipse y te desnudes ante la agonía del mar, seré el marinero que rompe tus olas. Aunque tus deseos te despierten volcanes.
Los cazadores
de ovnis y los magnates de Wall Street no serán tus dueños. Ni los Mandarines de China, ni los Sultanes de Dubai. Ni. Ni.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
SEQUÍA
I
Tu corazón es una catedral sin Dios;
tu risa-lumbre, una ciudad alegórica que cruzan los viajantes sin habitarla (
llevas dentro de ti el clamor de los pomares vírgenes
en el tintineo del alma invertebrada).
Brota un río en tu puerta y mueres de sed.
II
Deseo tu voz
arrancada al vientre -incisiva y febril- con palabras de fuego;
quiero tu celo que ronronea hecho brazo
que repudia el Edén.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
III
La vida es motriz, el amor es ruidoso,
solo los muertos respiran el silencio;
el inútil silencio.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
AMADA
Mi amada ausente me habita una ciudad sin nombre, donde la mañana trae el verano para lamer sus rastros.
Mi amada es una sabana de tilos, una katana desnuda, un martillo que me golpea las alas.
Estoy ocupado contando los días que la desnudan
para hablar con Dios.
Estoy en desorden, atravesado de quereres, noches, náufragos y sueños a la deriva.
Estoy perdido en mis incendios, y su mirada cae sobre mí
como el sonido de la lluvia.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
FIEBRE
Recojo la tarde que cae sobre ti, con
los restos del crespúsculo.
Mientras,
la ciudad (en su corazón de piedra) grita
desafiando la poesía.
Mientras,
es fuego la vida que late en mis húmeros.
Recojo los pétalos de tu nombre
bajo la tarde agónica; yo
que me valgo por mí mismo, y bebo la fiebre
que incendia a los locos.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
CAPRICHO
Es casi un capricho
estelar, este rito de terror
elevándome, este imperio de nubes.
Es casi un delirio;
con ojos
de pantano y lenguas de cimitarra.
(¡Oh volcán de esplendores!)
No sé juntar
mis opuestos, no sé dónde acoger certezas.
Sé apenas que el amor inventa oasis
para esconder incendios.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
MUELLE
para T. T.
El muelle está abierto al anagrama
de tus pies. Tus
pies que recurren
a la sal y a la marea. Sin embargo,
hay una mañana de seda dibujando espejismos en tu rostro. Y
hay vestiduras carmesíes que te aguardan
en los espejos. Tú
eres el viento
que despierta la memoria
y el velamen de los barcos. (Por
donde te busco, solo oigo la ciudad rugiendo sus metales).
No te perdí
para los astros convulsos ni para el fauno
que desacata el amor.
Te perdí para mí.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
PRISMA
Lo que quedó de nosotros se perdió entre el hacha y el sándalo. En el
prisma que enlaza nuestras estaciones.
Una grieta se ha abierto en los labios, ante el vaso partido y un deseo que nos llama
a renunciar.
Fingí que mi celo era alimento
para tus leones domados;
soñé que tu néctar era rocío
para la ciudad en llamas.
Y dormí expuesto al viento y a la noche herida de rayos.
Había un puñal entre las flores.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
VAJILLA
Estoy inscrito en la fábula de tu lágrima-lumbre. Y estás incisa en mí
en lo inverosímil, en el tablero del estiaje.
Lo que no fue nos fija
en su orilla-cipreses. Y eres la granada partida
a los ojos, eres
un remiendo de asombros.
Soy lo que se comparte con los pájaros la tarde movediza y este suelo
que es rasguño de tinieblas, donde el amor quemó sus vestiduras y nada pudo extinguir su teorema:
Ni los ríos que atraviesan la carne, ni
la vajilla del poema.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DESENREDO TRÊS
Brotaram-me desta sinfonia de sol e sertão
vegetal: os trópicos veementes de sóis
sem antíteses.
Daí os frutos
que me estremecem
o lugar do sangue, a casa rubra das sementes.
Daí esta árvore
que fala ao fogo e às guitarras –, à vocação de estilhaços.
Assim penetro as águas virgens:
o olhar sobre as raízes, a luz na chaga inocente.
(Assim, feroso,
prolongado à multidão).
Aos poucos, vão-se os sonhos sem anestesia
e começa o tempo dos jardins de rumores (o templo dos guizos rasantes),
onde a lágrima é seca e as flores têm dentes.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DESENREDO QUATRO
Tudo se espelha em ti como um halo de música aquática.
De onde o chão te soprou, vieram as palavras ágrafas na orla da chuva lúdica.
Tuas árvores crescem sob os dias fecundos;
tua boca estreia
a intimidade das aves.
O mais,
é a sinergia que acende os raios: o som
que se idioma, a luz que se alfabeta.
Cantarás, então, essa paz escarlate feita de estrelas frias?
Cantarás, enfim, o seio erguido pelos seixos?
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
Conheces tu
a obscuridade dos mortos;
conheces tu
a religião das ruínas.
Porém,
a luz vergada sobre a névoa, florágua
em ti,
onde o mar vem beber na tua boca.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DESENREDO NOVE
Ainda aqui a lâmpada que alumia
o alicerce dos bardos.
Revejo esta silhueta com o coração no deserto:
a casa trêmula sob o vento as aranhas tecendo areias.
Falo com as pedras
e os mercadores do nunca;
tenho o vício das rinhas verbais, com a sintaxe ladrando o caos.
O antigo espelho das raízes partiu-se em desenredo e palavras errantes.
Gritam bocas fissuradas ao coração recolhido.
Basta um pedaço de oásis para que a voz se levante sobre os chacais.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DESENREDO DEZ
Não basta arder
com as ruínas, é preciso
guardar a brasa entre os dedos. Tu
que és a possessão das asas e o equinócio das marés.
Cada janela cerrada
é um deserto nas pálpebras, cada embarcação
sem porto.
Querias arder com as aves
e a precária verdade das sombras?
Há de ser esta cruz de neon rachando os frutos
e a travessia do fogo.
O mar que teu sonho inventou está longe. Agora,
és o cúmplice desse arrimo.
Por vezes,
é o amor mostrando os dentes ( ou o silêncio que discursa?).
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
Anda, não há romãs em teu bosque, nem cheiro de absinto.
O que restou do caminho segue em teus pés,
enquanto a mão destece os labirintos.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DESENREDO TRES
(2)Me brotaron de esta sinfonía de sol y campo
vegetal: los trópicos vehementes de soles
sin antítesis.
De ahí los frutos que me estremecen
el lugar de la sangre, la casa roja de las semillas.
De ahí este árbol
que habla al fuego y las guitarras –, a la vocación de metralla.
Así penetro
las aguas vírgenes:
la mirada sobre las raíces, la luz en la llaga inocente.
(Así, feral,
prolongado a la multitud).
A los pocos, se van los sueños sin anestesia
y comienza el tiempo de los jardines de rumores (el templo de las campanas rasantes),
donde la lágrima es seca y las flores tienen dientes.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DESENREDO CUATRO
Todo se refleja en ti como un halo de música acuática.
De donde el suelo te sopló, vinieron las palabras ágrafas en la orilla de la lluvia lúdica.
Tus árboles crecen Bajo los días fecundos;
Tu boca estrena
la intimidad de las aves.
Lo demás,
es la sinergia que enciende los rayos: el sonido
que se idioma, la luz que se alfabeta.
¿Cantarás, entonces, esa paz escarla hecha de estrellas frías?
¿Cantarás, al fin, el seno erguido por los guijarros?
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
Conoces tú
la oscuridad de los muertos;
conoces tú
la religión de las ruinas.
Sin embargo,
la luz curvada sobre la niebla, aflora
en ti,
donde el mar viene a beber en tu boca.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DESENREDO NUEVE
Aún aquí la bombilla que alumbra
el cimiento de los bardos.
Veo esta silueta
con el corazón en el desierto:
la casa tremula bajo el viento las arañas tejiendo arenas.
Hablo con las piedras y comercientes del nunca;
tengo el vício de las riñas verbales, con la sintaxis ladrando el caos.
El antiguo espejo de las raíces se partió en desenredo
y palabras errantes.
Gritan bocas fisuradas al corazón recogido.
Basta un pedazo de oasis para que la voz se levante sobre los chacales.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DESENREDO DIEZ
No basta arder
con las ruinas, es preciso
guardar la brasa entre los dedos. Tú
que eres la posesión de las alas y el equinoccio de mareas.
Cada ventana cerrada
Es un desierto en los párpados, cada embarcación
sin puerto.
¿Querías arder con las aves
y la precaria verdad de las sombras?
Ha de ser esta cruz de neón cortando los frutos
y la travesía del fuego.
El mar que tu sueño inventó está lejos. Ahora,
eres el cómplice de este arrimo.
a veces,
¿es el amor mostrando los dientes ( o el silencio que discursa?).
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
Anda, no hay granadas en tu bosque, ni
olor de ajenjo.
Lo quedó del camino sigue en tus pies,
mientrras la mano deshace los laberintos.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
LEGEND
(3)for B.j
Your legend follows me like an afflicted city (or a stranger in a dark alley). Your legend is a sky of tulips, an islet of sands in the Atlantic.
When
night licks your eclipse and you disrobe before the anguish of the sea, I will be a seaman breaking through your waves. Even if, in you, desire is stirring a volcan
Creduloussky-watchers and Big Shots on Wall Street will not be your
masters. Nor the Mandarins of China, nor the Sultans of Dubai. None of them. Never.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DROUGHT
I
Your heart is a cathedral without God;
your laughter’s light an allegorical city
through which travelers pass without passing the night (
there is in you the clamor of virgin
orchards
in the rattling of an invertebrate soul).
A river springs forth at your door and you go on dying of thirst.
II
I wish for you a voice torn from the womb
--sharp-edged and feverish—
with words of flame;
I want your heat purring like a hand
leading us to Eden.
III
Life is a drive, love is noisy,
only the dead breathe silence;
silence serving nothing.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
BELOVED
My absent loved one dwells in me, a city without name, where
morning brings summer to lick at her tracks.
My beloved is a savannah of linden trees, a naked sword, a hammer slashing my wings.
I am busy counting the days as they unclothe you
so I may speak with God.
I am bewildered, pierced
by a sea of loves, nights, castaways and foundering dreams.
I am lost in my fires, and your gaze falls on me like the sound of the rain.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
FEVER
I gather up the evening
drifting down on you, with
what is left of twilight.
Meanwhile,
the city (in its heart of stone) howls on, defying poetry.
Meanwhile,
life flares, throbbing in my humerus.
I gather up the petals of your name
beneath an anguished afternoon: I
who stand upon myself and drink the fever that consumes the mad.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
CAPRICE
It’s almost a starry
caprice, this rite of astonishment lifting me up, this kingdom of clouds.
It’s almost a delirium;
with swampy eyes and scimitar tongues.
(O volcano of splendors!)
I don’t know how to join
my opposites, I don’t know where to lease
some certainties.
I only know that love invents oases
to hide its conflagrations.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
THE QUAY
for T.T.
The quay is open to the anagram of your feet. Your feet returning
to the salt and tides. And yet, there is a morning of silk tracing out mirages just like you. And there are ruby garments awaiting you
in mirrors. You are the wind
that awakens memory and the sails of ships.
(Wherever I seek you, all I hear is the city and its metallic roar).
I didn’t lose you to convulsing stars or to the faun
holding love in scorn.
I lost you to myself alone.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
PRISM
What was left of us got lost between the ax and sandal wood. In
the prism that entwines our seasons.
A slit began to open between lips, before a broken vase and a desire calling us
to testify.
I pretended that my throbbing was nourishment
for your tame lions;
I dreamt your nectar was dew
for my city in flames.
And I slept beneath the wind and a night scarred by lightning.
There was a dagger among the flowers.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
PORCELAIN
I´m inscribed in the tale
of your tear´s light. And you’re engraved in me,
in the impossible, this tableland of drought.
What never happened schedules us
for seaside cypresses. And you are the pomegranate split in two before my eyes,
a patch of wonderment.
I am the one who scatters for the birds this passing afternoon, this ground that is a sketch for darkness, where love once burned its garments
and nothing could extinguish its mystery:
neither the rivers flowing through our flesh, nor
the porcelain of poetry.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DISENTANGLEMENT THREE
I am sprung from this symphony of sun and backland scrub: tropics of vehement sun
without antithesis.
From that the fruits that tremble
in the places of my blood, the throbbing hearth of seeds.
From that this tree
that speaks to fire and guitars—
to fragments and their calling.
That is how I penetrate virgin waters:
my gaze fixed on roots, light cast on innocent sores.
(Like that, feral-fierce,
stretching towards a multitude).
Bit by bit, dreams emerge without anesthesia
and the time of gardens begins of murmurings (the temple of rattles shimmering),
where tears run dry and flowers have teeth.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DISENTANGLEMENT FOUR
Everything is mirrored in you like a halo of aquatic
music.
Where the ground breathed you forth, unrecorded words arose
on the edges of playful rain.
Your trees grow beneath fecund days;
your mouth inaugurates intimacy of birds.
And more,
there is a synergy that kindles rays: the sound
that turns to syllables, the light
that turns to words.
Will you sing, then, that scarlet peace made of icy
stars?
Will you sing, at last, a breast raised up from pebbles?
You know
the dimness of the dead;
you know
the religion of our ruins.
And yet,
the light bent over the mists blossoms water
in you, where the sea comes to drink from your mouth.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DISENTANGLEMENT NINE
Still here the lamp that lit
foundation stones for ancient bards.
I see again that silhouette, my heart in the desert:
The house trembles beneath the wind, spiders weave their webs.
I speak with the stones and the merchants of never;
I have the verbal vice of bickering, my syntax bellowing its chaos.
The ancient mirror of roots has splintered into a tale of wandering words.
Fissured mouths cry out for the heart withdrawn.
A tiny oasis is enough for the voice to rise above the jackal’s cry.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
DISENTANGLEMENT TEN
It is not enough to burn with the ruins, one must
shelter the embers between one’s fingers. You, with your wings
and those equinoctial tides.
Every closed window is a desert of eyelids, a setting forth
without a port.
Do you want to burn with the birds and the precarious truth of shadows?
There will be this neon cross splitting open fruit
and a passage through fire.
The sea that your dream invented is far off. But now,
you serve, accomplice to that prop.
Sometimes,
it is love showing its teeth ( or silence holding forth?).
Go on. There are no pomegranates in your garden plot, nor
the smell of absinthe.
What remains of the road unrolls in your feet, as the hand unweaves another labyrinth.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
Salgado Maranhao, winner of all of Brazil's major poetry awards, has toured the United States five times, presenting his work at over one hundred universities. In addition to fourteen books of poetry, he has written song lyrics and made recordings with some of Brazil’s leading jazz and pop musicians. Five collections of his work have appeared in English: Blood of the Sun (Milkweed Editions, 2012), Tiger Fur (White Pine Press, 2015), Palavora (Dialogos Books, 2019) Mapping the Tribe (Spuyten Duyvil, 2021), and Consecration of the Wolves (Bitter Oleander Press, 2021).
Salgado Maranhao, ganador de todos los principales premios de poesía de Brasil, ha realizado cinco giras por Estados Unidos, presentando su trabajo en más de cien universidades. Además de catorce libros de poesía, ha escrito letras de canciones y grabado con algunos de los principales músicos de jazz y pop de Brasil. Cinco colecciones de su trabajo han aparecido en inglés: Blood of the Sun (Milkweed Editions, 2012), Tiger Fur (White Pine Press, 2015), Palavora (Dialogos Books, 2019) Mapping the Tribe (Spuyten Duyvil, 2021) y Consagración. of the Wolves (Bitter Oleander Press, 2021).
TRADUCTORES:
Verónica Aranda (Madrid, España, 1982). Es Máster en Filología Hispánica, poeta y traductora. Ha recibido los premios de poesía Antonio Oliver Belmás, Miguel Hernández, Ciudad de Salamanca, Luis Feria, Leonor y Ciudad de Pamplona, entre otros. Entre la docena de poemarios que ha publicado, destacan: Tatuaje (Hiperión, 2005), Cortes de luz (Rialp, 2010), Café Hafa (El sastre de Apollinaire, 2015), Épica de raíles (Devenir, 2016), Dibujar una isla (Reino de Cordelia, 2017) y Cobalto Oscuro (Cénlit, 2020). También cultiva el haiku, el microrrelato y la literatura de viajes. En la actualidad dirige una colección de poesía latinoamericana actual (“Toda la noche se oyeron”) en la editorial Polibea. Ha traducido a los poetas Yuyutsu RD Sharma, António Ramos Rosa, Maria do Rosário Pedreira, Clarissa Macedo, Firas Sulaiman, Michel Thion, Flaminia Cruciani y Salgado Maranhão.
Arturo Jiménez Martínez, es originario de Xalapa Veracruz. Obtuvo en 2009, certificado de dominio de la lengua portuguesa: CELPE–BRAS. Año a partir del cual ha traducido a diversos poetas lusófonos (Brasil, Portugal, Mozambique, Sudán y Angola). En 2017 tradujo CRISTALIDADES (Libro bilingüe) del poeta Carlos Fernando Bondoso Bondoso (Portugal). En 2019 VITA BREVIS del poeta Manuel Neto Dos Santos (Portugal). En 2020 LIBÉRATE MADRE ÁFRICA (Liberta-te Mãe África) del poeta Ernesto Moamba (Mozambique) En 2020 LAS EDADES DEL VIENTO (As Idades do Vento) del poeta Jaime Munguambe (Mozambique) En 2020, LUCES DISTANTES, VOCES PERDIDAS (Luzes Distantes, vozes perdidas) del poeta João de Mancelos (Portugal). Sus traducciones han sido publicadas en la revista digital Punto en Línea de la Universidad Nacional Autónoma de México. (UNAM) (84, febrero-marzo 2020). Revista Kametsa (Perú), Kopek (España), Tlön (Revista Digital Independiente) [Portugal], Mallarmagens revista de poesía y arte contemporânea, Ruido Manifiesto (Brasil). Arturo Jiménez Martínez, es miembro académico corresponsal de la ACADEMIA INTERNACIONAL DA UNIÃO CULTURAL.
https://www.iztacala.unam.mx/errancia/v23/caidal_19.html
Alexis Levitin has published forty-seven books in translation, mostly poetry from Portugal, Brazil, and Ecuador. In addition to four books by Salgado Maranhão, his work includes Clarice Lispector’s Soulstorm and Eugénio de Andrade’s Forbidden Words, both from New Directions. He has served as a Fulbright Lecturer at the Universities of Oporto and Coimbra, Portugal, The Catholic University in Guayaquil, Ecuador, and the Federal University of Santa Catarina, in Brazil and has held translation residencies at the Banff Center, Canada, The European Translators Collegium in Straelen, Germany (twice), and the Rockefeller Foundation Study Center in Bellagio, Italy.
Alexis Levitin ha publicado cuarenta y siete libros traducidos, en su mayoría poesía de Portugal, Brasil y Ecuador. Además de cuatro libros de Salgado Maranhão, su obra incluye Soulstorm de Clarice Lispector y Forbidden Words de Eugénio de Andrade, ambos de New Directions. Se ha desempeñado como Fulbright Lecturer en las Universidades de Oporto y Coimbra, Portugal, La Universidad Católica en Guayaquil, Ecuador, y la Universidad Federal de Santa Catarina, en Brasil y ha realizado residencias de traducción en el Centro Banff, Canadá, The European Translators Collegium en Straelen, Alemania (dos veces) y el Centro de Estudios de la Fundación Rockefeller en Bellagio, Italia.
1Traducción al Español: Verónica Aranda del libro: ÓPERA DE NOES de Salgado Maranhão, Ed. Polibea, Madrid, 2020: Leyenda, Sequía (I, II, III), Amada, Fiebre, Capricho, Muelle, Prisma, Vajilla.
2Traducción al Español Arturo Jiménez Martínez: Desenredo Tres, Cuatro, Nueve y Diez.
3Traducción al Inglés: Alexis Levitin del libro: ÓPERA DE NOES de Salgado Maranhão, Ed. Polibea, Madrid, 2020. Incluidos: Disentanglement three, four, nine, and ten.