UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FfSICA
', I i., rl
'.r:,.,-j,r-coRREÇÃO DO POTENCIAL MUFFIN-TIN:
ANTISfTIO EM GAAS
Antonio César Ferreira
J
Tese apresentada ao Instituto de FÍsica da Universidade de
São Paulo pana obtenção do
titulo de Mestre em Ciências.
ì-t\ ¿
.l.r^ I
i
¡
tLtt
\¿
,l
São Paulo
1990
5sN",{
f
3(
3
.
1,4
Åa
FrcHA carer,ocnÁ,FrcA
Preparada
pelo
Servl_ço deBiblioteca e
Informaçãodo
Instituto
defÍsica
da Universidadede
São paulo\
FemeÍra,
Antonio Cësar.
Começão dopotencial "IrtuffÍn-Tinr:
anti-sitio
emGaAs.
Sãopauto,
1ggO._
Dissertação
(Mestrado)- Universidade
deSao
Paulo. Instituto
deFísica.
Departamentode
Fisica
dosMateriais
e Mecãnica.Area de Concentração:
Física
do Estado SóIido
Orientador: profs Dr. Adalberto
FazzioUnitermos:
l.Estrutura eletrônica;
2.De_feitos e
impurezas em G.Ag; 3.Aglomerado mo_Iecular;
4.Espalhamento múttipto_Xd.AGRADECIMENTOS
Ao Pnof. Dr. Adalbento Fazzio por tudo
À Luisa Scolfaro, acima de tudo pelo incentivo
Ao meu avô Pedro Ferreira Godinho
I
À Maria Godinho Ferreira, Alberto Ferreira, Nadir,
irmãos, sobninhos (Bebeto e Lill) e Tios (todos).
Aos meus amigos (são tantos que se fosse citá-Ios teria
que produzir mais 7776 teses, graças à Deus).
À Alessandra
Enfim, à todas as pessoas que me fizeram sorrir
lNnlcs
RESUt"fO
ABSTRACT
rrurnoouçÃo
i
lt
7
I.
¡Érooo Do ESPALHAMENTo m]TrTpIo EM-Xar.1
-
¡ouAÇÃo sEcuLART,2 _ POTENCIAL
I. 3 - PoTENCIAL "|,flfpp1¡_.¡.J¡rr
I.4 - DETERMTNAçÃo nn DENSIDADE DE cARcA
I. s - DETERMINAÇÃo oo PoTENCIAL ,,|,[fpp¡¡_.¡.1¡rr
2
I I I
10
\
TI DENSIDADE DE CARGA NÃo ,,M'FFIN-TIN,, PARAMETRIZADA
II.
t
-
nlscussÃoII.2 - TEORIA
II. 3 - O POTENCiAL''MUFFIN-TIN"
74 15
20
III. O "ELECTRICAL LEVEL TI.¡O', - ELz
23
iV.
RESLILTADoS E CoNCLusÕes34
RrreRÊrucl¡s
RESUMO
Devldo à lnconflabllldade do modelo EM-Xcr, no cálculo da
energia total, consideramos uma conreção na densldade de carga
"muffln-tln". Com esta correção podemos aJustar a energia total,
a partlr de parâmetros deflnldos na teonla. O obJetlvo deste
trabalho é o estudo da curva da energia total assoclada ao estado
excitado do sistema GaAs: O=g., quando o átomo substitucional de As
se desloca na direçio .1 1 1>.
Pantindo de câIculos de primeiros prlncipios (LARGE UNIT
CELL APPROACH), repnoduzimos a curva da energia total do estado fundamental. A partir dos parâmetros encontrados na correçäo não
"muffin-tin" da densidade de carga, calculamos a curva do estado
excitado utilizando o conceito de estado de tnansição de Slater. Nossos resultados mostraram que o efeito Jahn-TeIler náo
ocorre para defeitos tipo antisitio. Vimos também que a curva do comportamento dos autovalores com o deslocamento do átomo
substitucional, está de acordo com cálculos recentes encontrados na
ABSTRACT
Slnce total energy calculatlons wlthln the Multlple
Scattering-Xcr model are not rellable, a non "muffln-tln" cornectlon
to the charge density has been consldered. Uith this correctlon the
total energy can be adJusted through parameters defined ln the
theory. The alm of thls work ls to study the total energy curve of
the excited state of the GaAs: Asr" :y:t:. when the arsenic substitutional "tor,,is displaced ln the <1 1 1> direction.
As a first step, the ground-state total energy curve obtained
from first-principles calculations (LARGE UNIT CELL APPROACH) rras
reproduced. From the parameters found for the non "muffin-tln" charge density corrections, vre have calculated the excited-state total energy curve by using the Slater transition-state concept.
Our results show that the Jahn-Teller effect ls not expected
to occur for antisite-like defects. Moreover, the obtained behavior
of the eigenvalues with displacement of the substitutional atom ls
in fairly good agreement with recent theoretical calculations found
INTRODITÃO
Este trabalho fol motlvado pela posslbllldade de se utlllzar
uma correção näo "muffln-tin" à densldade de canga no modelo do Espalhamento MrlItlplo-Xa, com o obJetlvo de obter uma melhor
descrlção da energia total de um determlnado slstema. O modelo é
apllcado ao estudo do antisftio de arsênio em GaAs (GaAs:Asa"), nos
estados fundamental e excitado, onde analisamos a enengia total do
sistema quando o átomo de arsênlo substitucional se desloca numa
direçã.o <1 1 1> do crlstal.
A escolha do sistema GaAs: As^(,a se deve ao fato do antisítio
sen um defeito intrinseco lntimamente ligado à estrutura do centro
conhecido como ELZ ("Electnical Level Two"), uln dos defeitos natlvos predominantes em cristais de GaAs não tratados. Este
defeito ten despertado muito interesse, e também gerado
controvérsias entre pesquisadores de todo o mundo. Existe um grande
número de resultados experimentals que se contradizem entre si e
vários modelos sendo propostos; mas nenhum, entretanto, explica
coerentemente todas as propriedades do EL2. Trata-se de um doador profundo e¡n cristais não dopados de GaAs com significativos
interesses tecnológicos, além de possuir propriedades fisicas
únicas.
No capitulo I descrevemos o modelo padrão do Espalhanento
Múltipto-Xa baseado na densidade de canga e potencial "muffin-tin".
No capitulo II é apresentada a teoria da correção à densldade de
carga onde, a partin da densidade "nuffin-tin", é gerada uma densidade não "muffin-tin" mais realistica par-ametrizada,
No capítulo III fazemos uma slntese dos trabalhos mais
important,es existentes na Ilteratura, que procuram identificar e
explicar as propriedades do defeito EL2. Os resultados obtidos dos
I. ¡ÉTONO DO ESPALHAMENTO ¡Iü-TTPIO- EM-XA
I.1 EOUACÃO SECULAR
Trata-se de uma extensão do fonmallsmo de Konrlnga, Kohn e Rostoken (KKR). O método utlllza a solução das equações de
Hartree-Fock para um sistema pollatômlco com aproxlmação local para o termo
de exchange, onde se faz uso do modelo "muffin-tln" para o potencial II,2).
O modelo "muffin-tin" consiste na divlsão do espaço molecular
em três regiões dlstintas, assin temos:
a) Região I (ou atômica)
Interior das esferas de raio bp centradas nos átomos. Tendo em
vista que estas esferas não devem se sobrepor.
b) Regiã.o III (ou externa)
Exterior a uma esfera de raio bo, centrada no centro de
simetria da molécula. Esta esfera externa engloba todas as esferas atômicas.
c) Região II (ou intermediária)
Espaço conpreendido entre as esferas atômicas e a esfera
externa.
il
Fig. I.1 - Divisão do espaço molecular no EM-Xa
r
Este modelo supõe que os potenclals nas reglões I e III são
esferlcanente slmétrlcos, obtldos da médla esférlca em torno de seus centros. Na reglão II o potenclal é felto constante, obtldo da
médla volumétrlca nesta reglão.
A equaçåo de Schrörlnger, resolvlda em cada uma destas regiões nos
fornece as seguinte soluções:
(r
,E) zr(r)
(r.1)p p
a)Reglão I
onde p é um
esférico real
átomo'.qualquer, À é o par (I,r), Z
. ,rp(r ¡p ,E) é a solução de:
l(r+1)
]"i,"r,E)=o
U.2)vftior=
Ì.i
":
*rrr(i.)=
|
+E-V(r)
é o harmônico
(r.3)
( r.4) À
1 d2
(r)
p pp
2
r
2p p p
convergente em rp à O
b)Região III
Procedendo da mesma forma que no caso anterior, a função de onda expandida em série de ondas parciais para esta região é:
^
rdr
onde
V(r
ooo
uI(r,E) é a
o
o potencial
cl
uo(r ,E)z,(r
) ^ I o- À osolução de (I.2) convergente em n -> 6 Sendo
o
esfericamente simétrico nesta negião.
c)Região II
Nesta região a função de onda deve satisfazer a equação de Helmholtz
V2+E-V !Í (í)=0À II II
Onde V,_ II é uma constante, obtida da média volunétrica do potencial
A equação (I.4), admlte soluções dlstlntas para os casos
- Caso E - Vtr >O
A equação (I.4) para este caso pode ser escrlta como
Io'.':]
vII(í)=0
I (r.s)onde12=E-Vrr.
Esta equação pode ser resolvlda pela técnlca da função de Green. Assim na regläo II, temos a segulnte funçåo de onda
!l ( rr) II ,
N
=fleilirzo'o)
z_À
(r)
P( r.6)
onde
xo j x
r)
se P=O(esf.externa)(r.7)
se p*0(esf.atômicas)
o o
fl(zr)=
I opxo nI
(zr)
ooe as relações entre os coeficientes fican
oi
= ol w[ "l(bo,E),
.,(2.¡.)]
ci (r.8)oÏ
= o: wI i,(zobo),
,,T(be,E)]ci
(r.s)onde l{ significa Wronskiano, ir u t, sáo as funções esféricas de Bessel e Neumann, respectivamente.
-CasoE-V <0II
Procedendo da rnesma forma, a equação de Helmholz fica:
t
2
Y-7
o
2 v
II
(í)=o
(r.10)onde:
N
slmilarmente temos:
l+1
(-1)
x
r x ol+1 ( 1)
(-1) zo k, (zoro)
se P=0
se p*0
0.
t2)( r. 12b)
r
(
o
o
8i
xr
op )com 1r(x), a função de Bessel ¡nodiflcada
ir(x)
= 1-rJr(ix)
(r.72a)(1)
e kr(x) a função esférica de Hankel modiflcada de primeira espécie.
I
i,,
t*, *
i
r, { ix)]ñq
o
Fig. L 2 - Posição da est'era q em relação a outra esfera p ( 1) -l
k(x)=-iI h,(ix) (1) = -i -l
As expressões (I.6) e (I.11), podem ser interpretadas como
superposições de ondas espalhadas (divengentes) nas superficies das
esferas atômicas, e ondas incidentes (convergentes) vindas da
esfera externa, dando desta forma, onigem a estados estacionários
de energia negativa.
Devenos impor agora as condições de continuÌdade da função de
onda, e de sua derivada normal, Dâ superficie das esferas, nas
antes é conveniente escrevê-las como funções de apenas uma
variável Ou seja,
,I,ri(i) = X C^{ro) zÀ(âq) (I.13)
q
onde r é a posição de uma esfera atômica q arbitrária, tomada como
q
indica a figura I.2.
6
rq
Impondo, desta forma, a condlção de contlnuldade da função e de sua derlvada normal tenos:
cÀ u (¡ (r.14)
cÀ l'q=Þq -uQ I rq=bq
A função de onda, na vizinhança da esfera q (q*0), para a região II
é:
I
v(f)
II=x
À' Ai
x n.,(zr)Z-,
o I oq ^(r)+
q
pq
Al,
J-,,(r
r
) z-,,(?
)
(I.15)^ -t o q i q
+[
xptq À , ^r
r G^'À"
Apticando (i.14) a (I.15), temos para este casol
z o L r q
lll
ul(b ,E),
n_(1 I oq Ib)
Ioï ."1"
Ì,r;;,oi'
= Q'I
uftuq,E),j.(zb)l
r oq I (r.16)Masseq=0entãotemos:
I
v
(í)
II
=t
À A:
À
x j.,(zr ) 2.,(r )
oloo^o +po
+f,
xÀ'À" GÀ'À"
Af,
^Ioo^oD-,,(ur) Z-,,(r)
p*q (r.17)
onde obtemos da mesma fonma:
r."[
"i
(b ,E) , i. I (z OOb)l
o
oi
*ol"I,.;;,oi,
= Ql.¡
I
uitu",el
,
r,(r"0,)
] (r.18)Estendendo este procedimento para o caso E - V
a equação secular para os coeficientes Al :
0 chega-se
xx
PÀ
I
Lqtt-'
ooo
.^^,
+ (1- e*l
cll,]
oï,
= e(r.ls)
Sabendo-se gue:,I
,rl(u rq , ¡) fqI(xob)l
qlt-t
ql = (r.20)wl ul(u
,r)
,
el(xL¡qro bq)l
Gpq
-
nn xnf,iriu-r
I^(À'¡rl
zntâ o) rr(roRoo)ÀÀ'
',:^ (T.2t)(se p=6 ou q=0, troca-se n, por j, ) quando E-Vrr>O, ou
+1
^ (1) GPt¡ = 4n
x
(-1)o
I
tn,À' lÀ) ,n(*oo) kr(to*oo) (r.22)ÀÀ'
(se P=6 ou q=0, troca-se E que:
. (1)
ki"
norir)
quando E-Vrr<Oxi.
ol(zr)
,9=0,9*0
,9=0
, Q*0
E_V E-V E-V E-V II>0 >o <0 <0 o o
q x n
i
(zr)
If-(zr )
I oq = o o q (r.23)(-1)r*1 (-1)t*1
x r(to
r)
oxk
o (1) (xo
r)
qx
oloon-(xr
)x
o l oqj.(z
n )ro k,(t){zo.o)
x
o ¡ oqi.(z
r
), Q=0
, qto ,9=0 ,9+0 E_V E-V E-V E_V >0 II q >o
g.(z n r oq
)
= I (r .24)<0
I
<0
A equação secular (I.19) é um sistema de equações lineares e
homogêneas em Al. A condição para existir a solução não trivial é:
Asslm temos que cada elemento do dete¡'mlnante depende da
energla do orbltal moleculan.
I.2 POTENCIAL
As equações do EM-Xa são resolvidas através de cálculo
ltenativo, até a autoconslstêncla. O potenclal de partlda é
construido através de un programa auxlllan (MOLEPOT). Este programa
constról um potenclal moleculan de slmetrla esfénlca em torno de
cada cent¡'o do aglomerado e na reglão externa através da
superposição de potenciais atômicos autoconsistentes, os quais são
obtidos através . de um outro programa auxiliar ( "SHORT
HELMAN-SKILLMAN"). Com este potencial, construímos o potencial
"muffin-tin", como descreveremos na próxima seção. A equação radial
(I.2) é então resolvida por integração numénica e assim fornecendo
as funções radiais. Com elas, a equação secular é resolvida, obtendo-se as autofunções as quais sáo normalizadas e um novo
potenciaÌ é gerado. Este ciclo é repetido, de maneira iterativa, até que seja atingida a autoconsistência.
i.3 POTENCIAL ''MUFFIN-TIN''
Nas regiões I, iI e III,o potencial local é descrito como:
V(r) = V (r) + V (r) (r.26)
(r) o potencial de
c Xd
xcr
t/3
V"(r) sendo o potencial Coulombiano e V
exchange na aproximaÇäo Xo
Ass i m,
V.. Äcf,(r) 6ø (r .27 )
onde p(r) é a densidade totaÌ de cargas, calculada das funções de onda.
O potencial "muffin-tin", surge da média de acordo com a -3r
reglåo, desta forma temos:
1
Vo(r) =
:¡;
dn
V(n) para as neglöesI
eIIL
-
( I. ?8)P
tl'
v --ldt
:rr O*
V(r)Jn'
onde Or, é o. volume da reglã.o II.
para a regtåo
II.
( r.2e)
IJL DETERMINACÃO DA DENSIDADE DE CARGA
Na esfera p, _.db ralo r, a densldade de canga médta do n-éslmo estado é dada por:
1
prro(r) =
T
l*l-
*--
do* =#
I^
lti'"|
J"onPP
2 2
uf (r, E,,)
pana as reglões
reglões é:
( r.30)
I ou III. A densidade eletnônica total nestas
1
lc
i'"
¡2 .rf{.,E,,)2 e(ro) = f, P(r)
= tr EnÀ
(r.31)
nrP
Na regiäo II a densldade de carga eletrônlca do n-éslmo estado
é
1 ôEn
PnII (r.32)
CIII ôV IT Assln a densidade total flca:
n
Pr,= L PII
n
(r.33)
As somas totals das densidades de carga em cada reglão säo
dadas por
A
=4nf"
J": p
(r)
drO eAttp
I:'
r
2 co(r) ar para reg. I ( r. 3s)o p nII para reg.
II
( r. 36)o II
Podernos notar neste momento que, as densldades de cargas Po.
o
são esférlcamente slmétrlcas,ê
Prr constante. AIémdlsto
elas'p
estão na forma "muffln-tln", ou seJa, médlas no volume de cada
reglão de onde calcularemos os potenclals que serão novamente
"muffet lnlzados" .
L5 DETERMINACÃO UQ POTENCIAL "MUFFIN-TIN"
O potenclal Vo(r), devldo à dlstrlbulção de canga
eletrônlc"
"po da reglã.o III, em Ry, é: 1
d3
"V(r)=2
o Po(r)r
(r.37)l"
-
"'l
Asslm:
8n ft "' p (r') dr', para ¡ = bo (tnt.esf.ext. )
Jbo o
V(r)=
(r.38)o
Bn
lt "'t
p
(r')
dn' + 8zf
Jbo o Jnp (r') dr', o para
r
(ext. esf. ext )V (r) é o potencial devido à distribuição de cargas de uma das
P
esferas atômlcas (u p p), mais os Z
P prótons. Ou seJa:
T p
o
(r)lr -
r'l
d322p
V(r)=2
r
(r.3e)Desta forma te¡nos:
2Zp
8¡rr
I,
r'2
Fn(r')
dr'+ 8¡rj':
'Po(r')
dr'V(r)-
p ( r.40)2(Qp ' Zp)
r
A contrlbulçåo Vrr, devldo à dlstrtbulção êprl
,
da reg.II
é:I
d3n'
v =l P¡I ( r. 41)
II
l.
-
"'l
Levando em conta todas as contrlbulções, o potenclal flnal da
reg. III flca:
V(r)=V (r)+v
o' oo orII(r)+Xv
(r) (r.42)p op
onde Voo(r) é a contribulçã.o da reglåo III, Vo,rr(r) da regläo II e
V (r) da esfera p (reg. I)
orP Estas parcelas forann calculadas da
nédla esférica de Vo(r), V
,r(r)
e Vo(n), respectivamente. Portanto:8tt
(r)
=r
l,
2 po(r') dr' + 8t[
l"
2
Po(r' ) dr' (I.43)
V
r
r
oo
o
8n bo3 b3
Ì=
2o .II OII
vo,II (r) 3 Ptt
r
-T
pr
r
(r.44)Tomando a nédia esférica de Vo, Vrr e Vp no lnterior da esfera
p, o potencial na reg I é:
V(n) =V (r) +V (r)
p po pp +V__(r) prt+I V (r)
(I.45)olo pq
onde o segundo lndice subscrlto determlna de onde velo a
v
(r)
.
8t¡J]"''"t"')
dr' ( r.46)po
I,
po(r')
dn'+ Itr .| Íbor
r
_Z
Zp
gnvoo(r)=;-+î
r
2'
Po(r') dr' (r.47)(Zc - Qq)
V
pq(ri --2-
lfpq
(r.48)
e
R 2 b3
$2-aZ
oÞ op 2 qvprI
(r)
= 4o prt 3 3 Rpq
(r.4e)
Para se obter o potenclal constante da neg.
II,
devemos tomar amédla no volume dos potenclals Vo(r), V¡t(r) e Vo(r),
isto
é:I
I
oI
nIi f
(r')
dn' (r.50)I
onde f(r') pode ser qualquer um dos potenclals Vo, Vrr e Vp. Sendo
que (I.50) pode ser escrlta como:
I
f (r')
dr'=I
n
f
r
d3r:
-T
J,,.',
n
d3r'p ( r. sl)
oII p p
onde O é o volume da esfera externa e O da esfera atômlca p. p
A expressão
flnal
é entåo dada por:vII v +V
*Iv
P
(r.52)
IIro II,II II'P onde
v
=8r
l:
r' po(r')
dn' ( r. s3)IIro
4n
,rrf
b3- AttE
b"o
T p
b
:t+.åll
+v o
5
II,II 3 nII
[':
n2 2 u3
4n
I
3p a2
op
,tr,
q
b 3 3 R
nII p p qp
( r.54)
4n
lo'-o'-L'
pn2 ¿fq .3b
,_
3
o7o Rpq
op
urr,o(") =
-¡
zo- Qo) n 3I
(r.ss)
Desta forma temos os potenciais "muffln-tln" Coulombiano para uma nolécula. O tenmo de exchange, V*o(r), é calculado da mesma fonma, usando a equação (L27). Assim temos:
3 t/3
Vr*(n) =
-
6cr _p8tt o(r) (r.56)I
g
pt.)l
Lr'"
l
7/3
P
Vro(r) =
-
6c¿ (r.s7)3 t/3
II
Vr,r(r) =
-
6a 8n P,, (r.s8)conforme a região. Adlcionando estes termos de exchange ao
tt.
pENSrpApE Dg ÇARGA NÃg ,I'Í|.JFFIN-TIN' PARA!'{ETRIZADAII.1
DISCUSSÃ9Co¡no Já autoconslstente,
cltado no capftulo anterlor, o
procesËoEM-Xo¿, pode ser esquematlzado da sequlnte forna:
< v(Pxr) >xr
+u
,Ê Ifig.
(II.1)
1o)' t{T €l
.1,
1,/
Este processo nåo é conflável no que
dlz
respelto ao cálculoda
energiatotal,
uma vez quea
segunda "muffln-tlnlzaçåo" nadensldade de carga nos leva à algunas consequênclas [3].
Uma das mals lmportantes, .é
a
vlolação de algumae suposlçõesdo teorema do
ülrial.
Outro fato, é que a seqtiêncla,rt.prr,
å.Y(p¡r
) xTcomo nostra a flg.(II.1), não é executada explicltamente, mas da
forma
.p)rrå
V(Orr)Ð
<V(prr)>r,onde estes passos intermediârlos nåo nos garantem
o
verdadelrocampo autoconslstente. Ou seJa, é possfvel que, näo somente um, mas
várlos V
podemser
relaclonadosa
umaou
malssérles
deltT
auto-funções, {ur}.
A aproxlmaçäo "muffin-tln" (M.T.), nos fornece algo lrreal,
quando anallsamos a reglão lntermedlárla (reg.II). Ou seJa, no
Ilmite dêsta região, o potenclal e a densldade de carga såo funções
degrau; onde o potenclal, na reglåo atômlca, cnesce na dlreção do
zero, e salta descontlnuamente quando encontra a reglåo
lntermedlárla. E
o efelto
sobnea
carga,é
deser
deslocada nadlreçåo da eefera externa.
Ae auto-funções,
üt, na
médla, são confl¡,adas dentro dasesferas atômlcas, lnfluencladas pela altura do potenclal na reg.
II
(Vrr). Esta
dlscnepânclanåo altera tã,o
acentuadamente osauto-valones, 't
e,.
Tendo em vlsta que, o erro nos auto-valores dosorbltals,
de longo alcance,ú
equlllbrao erro
nosorbltals t.
Desta fonma'podemos dlzer que este método, EM-Xa, nã,o dá garantla para a energla total.
Neste capltulo
é
mostrada una teorla que melhorao
cálculo autoconslstente, evltando asslm a densldade de canga MT.
Ou seJa, da densldade de qarga M.T., é
gerada uma densldade de carga malsreallstica,
para ser usada na equaçåo de Poisson [4].A hlpótese báslca é que a densldade de canga pode ser sempre
escrlta como uma superposlção da densldade de carga esferlcamente
simétrica, centrada nos átomos e estendendo até o
lnflnlto.
Desta fonma, obtém-se un potencial que
dlfere
do anterlor,aproxlmadamente
por
uma constante. Esquematizando, como nafig. (II.1),
o processo de autoconsistência com a começåo flca:<V(o
'co¡r )>XTâu
,8I f ie. ( rr,2)
Pc orr e !rT
I I. 2 Teorla
Para se obter uma densidade mals realfstlca, vamos conslderar
õ'(.) . forma M.T. de n(r), tal que:
n(r)=r¡1¡)+g(r)
.t
(p>
sendo g(r) qualquer funçåo que torna-se
nula"muffin-tlnlzada". Devemos notaf que a expressã.o
II.1
nåo(rr.1)
solução únlca.
De todas as soluções posslvels, é escolhlda a segulnte:
a) n(r) pode sen escrlta cono a soma das densldade de cargas esférlcas centradas nos núcleos. Ou seJa:
b)parar>bo
que
¡3 no
I (r) =
4;l--onde A ppe À são parâmetros a serem ajustados
c) Estes parâmetnos sã.o determinados através da continuidade de
l(r) em r = b_, e também de sua primeira derivada.
P
Supondo que o potencial seja a soma dos potenciais centrados nos átomos, ou seja
v(r)=I vilr-R l)
I¿Pp (rr.4)onde R é o vetor posição do núcleo atômico p. p
De acordo con esta teoria, temos que para r ) bo,
a(r)
=f
p
onde p indica um átomo qualquer.
-2 Ap
V
pr
(r)n(r )
'o( |
l( r)
P (rt.2)
onde bp é o raio da esfera atômica p, é suposto
exp (-À r)
( rr.3)
p
2Bp
exp(-À pr)
r-R
p(rr. s)
r
onde Bp é a canga total centrada no átomo p. Assim para r < b
v pp
(r)
= vo(r)onde o indice superior quen dizer dentro da esfera. A densidade de carga então fica:
p
=T
p l)
(rr.6)
com
n" p(") para
r
< bon(r)=
p^?
(rr.8)
Ap exp( -Àor) para
r
> bo4nr
Entåo temos'
0o 2
Ài Ap
dr --4Í?
b
'rt
or r¡o(r)-
n-Io.,
t;
exp(-À r)
B Z -4tt p
(rr.e)
p p
p
ou seJa
B =l - 4tr PP
Temos que
I
p2
dr?o(r)-n
pp f 1+Àblexp(-Àb)
ppr
p(rr.10)
8n
r
b-2 Zp
l:
r
2l:
p
r
vo(r) p =
r
r
dr tro(r) p*
Bo dr r¡o(r) p +.,,,lio.
r3 eo4rr
exp(-À pr) (rr.11)p
Usando agora (II.10) em (II.11) temos:
vo(r) =
-2 Bp
-ag7
r
r
rdr
oBn
(r)
-r
^bpI .'
,¡o(.) d" *J"
Pp np
+2ÀA exp(-À ppb ) - 2Ap (1 + Àpbp) exp(-À b )
r PP (rr.12)
pp
Vo(r), visto na P'p' equação (II.12), é contfnuo em r = b-, lndependentemente dos valores de Ao . Ào, com Bp dado pela equação
(II.10). Faltando, então, escolher oo e Ào, para garantir a continuidade das derlvadas de V (r)
P (II.12), pana r < b, e (II.S), para
p
Assim tenos
o qual é dado pelas equações
com
tlo (")
P para
r
< bon(r)=
¡r3 lo (rr.8)exp( -À r)
parar>b
4rr
PEntåo temos,
b @ Àp-2
l;
p
,2
d" no(r)o
-
4nI
Jo
2 Ap exp(-À r)
B
Z -4n
r
p
dr 4nn p
( rr. s)
p p
ou seJa
B =l -4n
PPTemos que
I
'rt
orlo(r)
-
Aot
1+À bìexp('Àb)p pt ' pp(rr.10)
-2 Zp 8n
l:
n
f'
,2
d" ro1¡¡ + 8r Pr
no(r) + pvo(r) p =
r
r
p dnI,
-2 Àp Ap
+82 rdr 4l¡r exp(-À pr) (rr.11)
p
Usando agora (II.10) em (II.11) temos:
-2 Bp roo
+8nIr J.
8n
d'
'ittl
-
r
l.
bp
vo(r) p =
r
,2 no(r) p dr ++2ÀA
pp exp(-À ppb ) - ZAp (1 r + Àpbp) exP(-Àobo) (rr.12) Vo(r), visto na equaçåo ( II. 12) ,P
independentemente dos valores de Ao . Ào,
é contlnuo em r = bo,
com Bp dado pela equação
e À , para garantlr a
(II.10). Faltando, então, escolher Ap
continuidade das derlvadas de V (r) o qual
p
(II.12), para r ( b, e (II.5), para r > b .
P"p Assim temos
p
l"
bp
d
r
vo(r)dt p = Itt r r¡o(n) p dn + 2 7¡ ppA exP(-ÀpbP' ,tI. t3)
A expressã,o aclma deve ser lgual a
d
rV(r)
P
dt
da equaçåo (II.5), em r = bo. Para a segunda derivada temos
d2
r
vo(r) =-8rr?o(r) (rr.14)2 p p
dr
que pela condlção da continuldade de lo(r), temos que p
r3 eo
?o(bp) =
-4;T--p
exp(-À ppb ) (rr.1s)
E lgualando a tercelra derlvada temos
d
Io
ro(b)Lopp
l3
no
exp(-À b )4n PP (rr.16)
=-db p
Desta forma, se A, pp À e B p säo escolhidos de
a continuidade de V (r)
P
acordo com
e de suas
(II.10), (II.15) e (II.16),
derivadas estão garantidas.
Mas r¡(r) alnda é desconhecida. De acordo com esta teoria, a
P
densidade M.T, na esfera atômica p, é lo(r) p mais a contributção das médias esféricas dos outros átomos. Desta forma temos:
tt
À? Aq exR[-lolr -
Rpql Jn pp(r) = to(r) + Med. Esf
4n
I
r
-
Rool Asslm temos quef? lo slnh Àqr exP(-ÀqRPq)
r¡o(r)=n(r)-
PPT, 4n
(rr.18)
r
Àq R
?(b)=pp
e
g
î(b)pp
pq
pana determlnar os valores de Àp e Ap, basta lnserin (II.18) em (II.15) e (II.16). Ass1m obtén-se:
f? ,qo slnh Àpbp exp( -ÀqRPq )
¡3 no
4" b p exp(-Àpbp) +
,I
Att Àq b Rp p pq
(rr.ls)
(rr.20)
d
n
¡Ë Ap
---:- exo(-Àb ) +
4n pP
b
Þ
dbp
e para Bp temos
-4n P
_2
Àq Aq cosh À b exp( -ÀqRpq )
+ T
q*p
qp R
4n
r
t
p(r)dr-A p) ì exp(-À ' ppb )pq
l.
p
2
B =lp p t 1+Àbp
coshÀb -sinhÀbqp qP
r
Qr= L
top
onde B é calculado de ( II ' 21 ) ' Mas esta soma
p
necessariamente com a verdadelra lonlcidade Z" do
Àbq p
R
qp
( r r.21)
As três últimas equações, (II.19) a (II.21), determinam os
parâmetroS À , A e B em termos da densidade M' T' dentro das
'ppP
esferas. usando estes parâmetros, podemos calcular o potencial
atômico através das eqs. (II.5), (II' 11) e (II' 18)'
A carga total do íon molecular calculado de acordo com esta
teoria é
À
*lA
l.qqtp
exp(-À ' ppqR )
Asslm, para corrlglr este detalhe, soma-se a z, a carSa da esfera externa, ou seJa:
B zll
I
p B(Ir.22)
o p
Esta canga adlclona ao
uma constante lgual a:
potenclal, dentro das esferas atômlcas,
2Bo
bo
como a região externa não é lmportante, o efelto de somar B , é deslocarmos o potenclal por r¡ma constante.
II.3 O POTENCIAL "MUFFIN_TIN''
Usando a equação (II.18) em (II.12), temos
molecular en função da densidade de carga M. T. ,
o potenc i aI
vo(r) 2Zp * 8t
l.
,2itr)dr+8n
J:r
I
t"l
dr+p p
p
r
r
2Aq
tr
LR
q*p pq sinh Àq r -coshÀbqp+
À
r
exp(-À ' ppqR ) q+2ÀA exp(-À b )
PP (rr.23)
pp
que juntamente com a eq. (II.5), define o potencial atômico.
o potenclal molecular é definldo na eq. (II.4), acnescido da
contribuição da distribuição de carga Bo, da esfera externa. Esta
soma é feita tomando as nédias esféricas e volumétrica de acordo
com a região. Assim, dentro de uma esfena atômica p, o potenciaJ.
"muffin-tin" é:
v
t.l
2Zp * 8tl.
t-¡'
r¡ (r)J:"
r
t,t.l
dr+p p
r
r
P
cosh Àqbp
+2ÀAexp(-Àb)-I
pp'
p,
o1, 2A RPq
exD(-À ' qpqR ) g
2B,o
3--2
qlp f' t- BqR Pqur.24l,
Fora da esfera externa é:
2Zn
2Y(r.,=--off
Ioo
p1;-exp(-Àor)
slnh Àp Rpoppo
(rr.25) Na negião lnteimedlárla, o potenclal constante é:
R3.
b2 b2
Bo _t
-bo
nII + O V =4n T
P
B 3
II II p p
8n Bpb?
+
.
TI
q*p p Rpq+
Tp
8tt Ap II slnh
t-
Àp RpoI lR
Lppo t
1+lbp oJ exn{-l,pbo) + +
2 Àp
-(t \ +Àb ìexp(-Àb)pp/ ' pp +
-TT
p qiÊP
8n Ap exP(-ÀpRpq) À b coshlb -sinhÀb
q pq pq
2 p
À À R
p p pq
(rr.26) Estes são os potenclals con a correção na densidade de carga.
Os potenclais devido a densldade de carga iO, ou seJa, se tomarmos
À's å æ são:
Í
(.1 2Zp * 8tl"
"2i'(")
p ¿¡ + 8nI:"
r
n(r)dr+
p+ Br
""Jo -
f '.
lo{")
dr-
4tt "r,--L
f
*f
3*u2-u2l
o
'J
0p +?II n q
-2
,["(I7.27)
R Pq 2Zu
l.
ã(.) a"
8n
o-
r
I.
r'
n(r)
dnV(r)=--+87roMrr
r
o(rr.28)
e
J:.
16n b2
oI V a 8tt
lo(r)
¿r +--il
?r, +II tMr I
II
R3"2-2
-b po+ 4tt
3 *b
0 +p
2 6 b
26
,3
1
+4nn'II T
p
a R2 + p
5 +
p 3 po 5
Qp + 7lrr Oq
*zlf
n Ll'- Pp q+p Rpq
(ri.2e)
onae i é a densidade de carga "muffin-tln" fora da esfera externa,
a e n são a carga e o volune da esfera atômica pp P,
respectivamente. A difenença entre estes potenciais é uma constante
para cada região. Desta forma podemos ajustar os panânetros À's,
I I
I.
Q "ELECTRICAL LEVELM," :
E!?O ELZ é provavelmente o centro mals lntensannente estudado, e
que tem gerado grandes controvérslas entre pesqulsadores da área.
Exlste un grande núnero de resultados experlmentals que se
contradlzem, vários modelos tem sldo propostos' mas nenhum expllca
coerentemente todas as suas propnledades. Devendo-se sallentar a
dlficuldade de separar as proprledades que são dlretamente llgadas ao ELZ, das proprledades de outros defeltos.
Trata-se de un doador profundo em crlstals não-dopados de Arseneto de GáIio,- con signlficativos interesses tecnológicos, além
de possuir propriedades físicas únicas. Apresenta, Pol exenplo' estados nestaestável e normal, espectro de absorção caracterlstlco, pnopriedades de luninescência e atlva captura de elétron. Do ponto
de vista experimental, este defeito desafia as técnicas mais avançadas de nedidas, sendo tndetectável em determlnados estados.
O ELZ desempenha um papel lmportante na conpensação de aceitadones rasos. É provado que governa as propriedades elétrlcas
de cnistais de GaAs, tornando possível obter cristais semi-isolantes não-dopados, cruclais para tecnologia de cincuitos integnados.
À baixas temperaturas, e exposto à luz branca ( ho > 1.18 eV)
o nÍvel profundo desaparece, e o defeito não pode ser detectado por
qualquer técnica experimental. A fig. III.1 ¡nostra este comportamento, onde as llnhas (I) e (II) indican o espectro sob
iluminação. Mas, aquecendo a amostra, (f > 140 K), o defeito é novamente observado, ou seJa, ELz é reversivel.
Como é geralmente conhecido, oS defeitos metaestáveis são complexos, e entendidos como rearranjo de um dos constltuintes.
Desta forma, o necanismo nicroscópico do ELZ ê aceito como um
defeito nativo, descartando a posslbltldade de impurezas. Assim
modelos microscópicos nais frequentes são baseados em agregados de
Asr"-As' Exlstlndo asslm, dlscordânclas entre alguns grupos de pesqulsadores que tentann ldentlflcar o EL2.
Kamlnska et al. t51 estudaram o espectro de absorçäo ótlca e
de fotocondutâncla em semlcondutores tlpo-n e em GaAs seml-lsolante
crescldos por técnlcas Brldgman e LEC. É observado que os espectros
são iguais para energlas hu< 1.03 eV e hu) 1.32 eV, mas entre estes
valores a absorção ótica exibe uma estrutura caractenlstlca
(fig.III.2). A dlferença entne os dols espectnos mostra que a
absorção ótica deve envolver uma absonção lntracentro, que não
afeta a concentnaçáo de elétrons llvres e näo contribui para a
condutividade. Esta absorção lntracentno é consistente com a
transição lntracentro que envolve os estados fundamental e excltado
do centro EL2. O intervalo de energia, para a transiçåo intracentno a 80 K, de 1.03 eV a L32 eV está próximo do intervalo do espectro
de excitaçäo ótica no estado metaestáve1.
Além disto, é observado uma estrutura fina, visivel no
espectro de alta resolução, gü€ começa exatanente no inicio da
absorção intracentro. Ela consiste de uma linha sem fônons ("Zero Phonon Line"-ZPL) em Eo = 1.039 eV e uma sérle de réplicas com
intervalo de aproximadamente 11 meV. Esta energia é identificada como sendo próxina da energia dos fônons acústicos transversos.
Estes fônons são os únicos modos de distorção que levam a fortes
relaxações da rede.
A transição intracentro juntamente com a observação dos fônons ac{¡sticos transvensos são argumentos que levam os autores a
identificar o EL2 como um centro se).f-trapping extrinsico.
A hipótese levantada pon Kaninska et al. de que o EL2 se trata
de uma vacância de Arsênio mais urn antisitio de Arsênio está
baseada no fato de que outro centro conhecido como DX exibe as mesmas relaxações fortes. Sendo que o defeito DX está nelacionado
com vacância de Arsênio nas ligas Al*G.l_*A= e Ga*Pr_*As.
É realizado também estudos do efeito da tensão uniaxial [6],
aplicada nas direções t1111, [100] e t1101 do cristal, nas
I -l n -E--t
cln
de
Absorção
(È
Coef.
)
(L) T\ r!
<1 t\J .-v Lrl ilÊ Õ'
-rl
H-J ()t ar ,Tl ry : I èO =u) i.É 5P.x
F' iür Po(J
ooOX 3Eo
I É, v.
N3 o
d5
Tcr
EP
O :+, Êr o.* 'Uoo
5 'lJ
:r ÞO(.+ :1 o -P. A
:'ç :o -3 o oìr 0a o ì5
9ñ
,r.
u f\)
i
,
¡,, J
-l
lIt
Coef
- de
'Lbsorção
( cP-
--'-i V
'L. -_t-rï fñ if f_: {]--t rJ>
r. :.
f; *l I t:' a-:
l
qa : ¡\) Ic+ g, fd IP.OA
g
ã'r y
9:o;*
+
ã
í
*-OÊt¿
'O.-fr O O cì 5 ,-rr.r
.Ji+p-ã
g''tqOE'
orÈ)
gE,
o o 3I:r
o,qo'
g.;. o
a8*g
fP o 'f\ g+
Þ
ä,o
(, ¡¡d
v
.io
"
9...-o. X ,+.
q
I
åiü
:' pÞ ---. .
6ã c
Ê' õ'
.+ O.
perpendlcular e paralela. Os resultados obtldos são conparados com
a teorla de campo crlstallno estâtlco ("Statlc Crlstal Fleld"-SCF)
envolvendo vlbrações da rede. l,ledldas da dependêncla da ZPL com apllcação do camPo magnétlco, nåo revela desdobramento do estado
excltado. Com estas evldênclas, é sugerldo que o ELZ tem slmetrla
Td, e trata-se de um antlsltlo lsolado de Arsênio'
Esta sugestão não ê geralmente acelta, e o fato da absorção
ótica, em antlsitlo lsolado de GaAs, produzlr o estado metaestável
é nuito questionado (ref. t71).
Por outro lado, a identlficaçåo do ELz como un Asa.-As, foi
baseada na combinação de medldas de EPR ("Electron Paramagnetlc Resonance" ) e DLTS ( "Deep-level Transient Spectroscopy" ) de
cristais de GaAs tipo-n, realizadas por spaeth et al.[8]. Em
anáIises de EPR, somente a interação hlperfina do núcleo central pode ser detectada, a interação com os outros núcleos e a simetria
dos Iigantes não pode ser deduzida por esta técnica. Assim a
identificação do ELZ é feita de forma indireta, baseada em
hipóteses teóricas e especulações.
Correlações entre o espectro de ressonância magnética, niveis
de energia e bandas óticas pode ser feita através de medidas de
oDESR ("Optical Detected Electronic spin Resonance") e ODENDOR
("Optically Detected Electron-NucIear Double-Resonance")' Nestes
experinentos as propriedades de photoquenching e os niveis de
energia do defeito As"r-As. são idênticos ao EL2, e se conclui que As+ está Iocalizado no segundo interstÍcio tetraédnico. Chega-se,
desta forma, à conclusão de que o antisitio isolado Asr. não Pode
ser identificado com o EL2. E que os dados do ENDOR são devidos ao
par Asa.- As' com sinetria Cru, com a separação entre o A"G" e As.
4.88 A.
Scheffler e Dabrowski f7l, baseados em cáIculos
autoconsistentes para a enengia total, questlonam alguns detalhes
das anáIises das medidas de ENDOR ( "Electron-Nuclear Double
Resonance"). Em particular, a separação de 4.88 A que náo
ENDOR possam estar medlndo estados de carga dlferentes daqueles
obtldos por absonçåo ótlca'
Neste ponto, podemos relaclonar as prlnclpals propriedades do
ELZ l7l z
1) O estado normal ou fundamental (EL2-F), tem um nlvel doador
profundo no melo do banda protblda (Eu + 0.75 eV)
Ð EL2-F é neutno, quando ele rìostra a absorção caracterlstlca' Asslm o nlvel Profundo é um 0/+.
3) EL/-F é um defelto profundo lntrlnslco, ou seJa, näo se trata de
lmpurezas
4) Similaridades, entre as propriedades ótlcas do EL?-F e o
antisítio
de As^UA
paramagnético Asa" indicam que o EL?-F contém antlsitios
5) No estado de carga neutro EL?-F não é paramagnético'
6) EL}-F é un doador duplo profundo: apresentando um outro nivel +/2+ em E + 0.54 eV.
V
7) Não existen outros nÍveis do EL}-F na parte superior da banda
proibida.
8) No estado neutro, EL?-F, exibe uma transição interna ótlca entre
1.0 < hr¡ < 1.3 êV, que contribui para a absorção, mas contribui pouco para a condutividade.
9) Uma ZPL é observada em 0.14 eV abaixo do pico principal'
10) Investigações da ZPL sob tensão uniaxial revelam simetria
tetraédrica para o ELZ.
11) Abaixo de 140 K, EL}-F pode ser otlcanente neutno, exibindo um
estado metaestável (EL2-M) '
12) EL2-14 não apnesenta atividade elétrica, magnética ou ótica.
13) O estado de carga do EL2-M é idêntico ao EL?-F'
14) EL2-F pode ser termicamente negenerado (T > 140 K). A barreira
de regeneração térmica é de 0.34 eV.
15) A presença de elétrons da banda de condução pode abaixar a
barreira para 0.1 eV ( Auger-like deexcitatìon).
(T > 850 oC [g] ou T > 1o5o oc t 101 )
12) ì,tas pode ser regenerado por recozlmento térmlco (T = 13O oC [9] ou 850 0C [tol).
Depossedestesresultadosexperlmentals,tenta-seatravésde
cálculosrlgorosos,obteralgumacoerênclanocomportamentodo defelto, e ldentlflcá-lo.
A teorla do funclonal densldade (TFD) ' Juntamente com
aproxlmação da densldade local (ADL) é usada para o termo de exchange e cornelação t7l. A aproxlmação de caroço congelado
(frozen-core) ê apllcada e os lons G"3* e A=5* täo substltuldos por
pseudopotenclaisab,.ìnìtjocomconservaçãodanorma'emumacélula de 54 átomos
EstecáIculomostraqueoantlsltlolsoladoA=G"éumdoador duplo, com a função de onda do nlveI profundo pertencente à
representaÇão A, do grupo pontual Td' No estado neutro este nÍve1
.1, Iocallzado no melo da banda prolbida e antiligante com relação
aoátomocentralA=G.eseusvizinhos,estápreenchidocomdois
elétrons. o defeito não é paramagnétlco nos estado de carga as!. "
A"a3*, mas é paramagnético no estado o=å.'
A aproximadamente 1 ev acima do nivel al, encontra-se um nível
desocupado na banda de conduçáo, nessonante e antiligante de
simetnia LZ do grupo pontual Td' Portanto, o antisitio A=G. no
estado fundamental é um defelto bem comportado, nåo dando indicações de estados instáveis ou metaestáveis'
A excitação de um elétron para o nivel t/ configuraCao ul Jl
pode, para este caso' induzir distorções na rede dando origem a
photoquenching. A energla encontrada para esta transição é de o'97
ev antes da relaxaçáo da rede, e pode ser comparada com a energia paratransiçãoFrank-CondonAmbasconflgurações'S=0eS=1do estado excitado "I r', são degeneradas, em conseqüência o slstema é
instável com respeito a distorções Jahn-Teller. Estudos destas distorções revelam que o efeito Jahn-TelLer deslocará o átomo
central na direção [1 1 1], no sentido do sitio interticial Td mais
desdobranento do nlvel t, em um nlvel mals balxo "1, ocupado com um
elétron, e outro nlvel eo desocupado.
Na lnterpretação de Dabrowskl e Scheffler, o efelto Jahn-Tetler apenas lnlcla a dlstorçäo, e como podemos ven da
fig.IIL3, exlste uma mlstura de estados, e a nova configuração é lao 4az (estado metaestável). A tnanstção para o estado metaestável
11
{
raf
zal + 142a?),
conpete comdols
posslveis processos, alonlzação do estado excitado e a desexcltação. A desexcltação
consiste no retorno ao estado fundamental, ou seJa, a volta do
antisitio à sua posiçáo central. Asslm, uma vez excitado, o slstema
tem a probabilidade de ir para o estado netaestável, onde o
antisitio de As f.icará deslocado de sua posição lniclal (vacâncla
de Gálio - intersticio de Arsênio). Pode-se notar 9u€, nesta
sltuação o lnterstfclo rompe sua ligação com um de seus vizlnhos, quando atravessa o plano (f 1 1).
-
ft
t'o1.4
0.6 0.4
De=lnEËrn.
(r{)dos autovalores com o deslocamento do
fr
E
L
[J
T
tl
1.2 1.0 0.8
Fig. IIL3 Comportamento
átomo central (translção para o estado metaestávet)[fl
A estrutuna eletrônlca do estado metaestáveI pode ser 2o
1o
1o
2o
entendlda como a lnteraçåo da vacâncla de GáIlo com o As
lnterstlclal na slmetrla Ca,o. A flg. III.4 mostra estes slstemas no
estado de carga neutro. A componente e de t,
e do lnterstfclo fornando dols nivels' un
valêncla e outro antlllgante na banda de
lnterage com o nlvel
Ilgante na banda de
condução. AParecem 3 nfvels a, un na banda de valêncla, um na banda prolblda e outro na
banda de condução. os 8 elétrons preenchenåo os nfvels mals balxos'
liAr:Aiir:!Å r_:n
/TJ\ 1, lu/
F',EF: \': - A=,
9s a
.4s i¡-r t*r'='iii i'-''ri ( t3+ I'
È {fJ,.'
I'
I
tt
|'
¡
P
+I rf
¡
+-*,{tl+{i#.
.-*--+--É
"-*{#-'
rf
I
-Ë--€-'
Fig. III.4
Estrutura eletrônica
pnopostapor Í7),
para conf iguração metaestáveI .A energia para uma excitação 2a + e é menor do que a largura
da banda proibida. Contudo, os estados inicial (vacåncia) e final
(intersticio) estão espacialmente separados, e a seçäo de choque
ótica é pequena.
fundamental, é slgnlflcatlvamente reduzlda quando um e1étnon é
removldo. Isto sugere que esta translçäo pode ser lnduzlda por
captura de buracos no vcaAsl. Pon outro lado, o buraco no vG"A"l
tem energla no topo da banda de valêncla, onde a densldade de estados é alta, e a probabllldade é balxa. A outra posslbllldade da
regeneraçáo serla a captura de un elétron no nlvel la do estado
metaestável, onde a densldade de estados é balxa.
chadl e chang t 111 efetuaram cálculos baseados em
pseudopotenclal ab lnÍtio, para uma célula hexagonal de 18 átomos. O potenclal de exchange e correlaçáo foram aproxlmados pela fórmula
de interpolação de, I.lignen, enpregando pseudopotenclal não-Iocal
com conservação da norma e um formalismo de espaço-nomento.
Na fig.III.5 são esquematizadas as estruturas, propostas na
referência [11], representando a conflgunação normal e metaestável.
Na configuraçäo normal, o átomo substitucional possui quatro
ligações, enquanto que na metaestável apenas três.
(a) (b)
Asi.G.
Configuração normal (a) e metaestável (b
por Chadi e Chang ltll para o centro EL2.
Ê encontrado que no estado nornal, A"G. apresenta grandes relaxações atônlcas em torno do antlsitlo. Os dols elétrons
doadores pertencentes à A=G. ocupan um nivel antlllgante que enfnaquece uma das Ilgaçðes As-As. A conflguração metaestável, A=l,Gu. tem grandes enenglas de relaxaçäo' naiores do que o estado
normaL
A barrelra de energla do estado metaestável para o estado
normal é de O.2 eV para cálculo autoconslstente con 18 átomos e
0.34 eV para a célula unltárla com 144 átomos. A malor relaxação
ocorre com o antisitlo Asa". Con estes cáIculos, ê encontrado que
ele pode se desloc4r 1.2 Å na direção (t 1 1), quebrando uma das
suas ligações. ExÌstem dois niveis, un duplamente ocupado a 0.2 eV acima da banda de valência e o outro vazio a aproximadamente 0.5 eV
abaixo da banda de condução'
Este modelo estrutural explica nuitas das propriedades do EL2' como a neutralldade dos dols estados, metaestável e nornal, e a
neutralidade para medidas de EPR. O cáIculo da altura da barreira,
0.34 €V, é consistente com os dados experimentais. Em suma, a
configuração metaestável é um As intersticlal com três Iigantes, e
o norrnal um antisitio A=Gu., com quatro ligantes. As dlficuldades
encontradas para este tipo de cálculo, dizem respeito à
estabilidade térmica, o nivel de Fermi Iocalizado na banda de
condução e o estado de carga para dar a inatividade do defeito com
relação às medidas de EPR.
Caldas e Fazzio 1.121 apresentaram un estudo em defeitos
nativos usando aproxinação nolecular de Hartree-Fock, que inclui
interaçäo de configuração ( "Configuration Interaction"-CI ) para
estudos de transições internas e estados eletrônicos excitados de
defeitos local izados. Tnata-se de uma técnica semi-empirica
sofisticada que usa combinação linear de orbitais atômicos (INDO),
con duas parametrizações diferentes.
Três modelos de aglomerados são analisados, um Asa. isolado,
Asl, e uma comblnação do segundo. Esquematlzando estes modelos temos:
Modelol-EL2=As Ga e mEL2 = As1c
*
vG"Modelo II - ELZ = As^ UA+ As1d
As
e
mELZ = A"G.*
A"r.l4odelo III - EL2 = As + ide nELZ=As,
+v
Ga +AsI Ga
Os cáIculos CI fornecem uma energla de transição tO, , tT, d.
1.19 eV, no aglomerado não relaxado, e 1.30 eV na situação
relaxada. Ao deslocan o átomo de Aso na dlreçåo <1 1 1>,
encontra-se uma coiifiguração de equilibrlo na geometria (As. +
Va.)o. A altura da barrelra (x 2.3 eV) é alta para o processo ocorrer através do estado excltado, e não é encontrado o cruzamento das curvas de energia total fundamental e excitada (como sugerido por ref. t71 ).
A curva da energia total para o estado excitado não apresenta
distorção Jahn-Teller (fig.III.6). E os resultados destes cálculos consideram o nodelo par antisitio-interstisio (modelo II) a
explicação mais razoável para as propriedades do EL2.
-
3
r[u
L
[J
r
l-Til
0.0
0.5
1.OD==
I
t==;=m.
(Ä)Curvas de energia total dos estados excltado
(4s,.+ Voo)*
Go h,,
o tA
I 2.O
*As
3.0
IV. RESULTADOS E CONCLTJSõES
Neste neal izados
capftulo, mostraremos
no aglomerado de GaAs
resultados dos cálculos
. Usanos desta fonma a OS
As^ UA
correção da densldade de carga "muffln-tln" desenvolvlda no
capltulo II, 'onde esperamos melhonar o cálculo da energla total.
AJustes no programa cornputaclonal do Espalhamento MrlItiplo
(MUSCATEL) foram desenvolvidos, aftm de lmplantanmos a correção.
O nosso maior lnteresse está na curva da energla total do
estado excitado, por lsto consideramos o deslocamento de Asa" até
0.7 Ä na direção Íf'f fr. Procedemos aJustando primelro a curva do
estado fundamental, através dos parâmetros À. Como podemos
constatar através da teoria desenvolvlda no capitulo II, estes
parâmetros podem ser ajustados para conseguirmos a energia total
obtida de cálculos ab initio. Entåo, para cada posição de A=G.
temos um valor para o parâmetro À, que será transferido para o
cáIculo do estado excitado. Todo este pnocesso é realizado porque sabemos que o modelo EM-Xa não nos dá garantia no que diz respeito
ao cálculo da energia total
Trabalhamos com um aglomerado de 77 átomos, na simetria Td,
constituido de um átomo de Ga no centro, quatro átomos de As na
primeira camada (quatro primeinos vizinhos) e 12 átomos de
hidrogênios satunadones fechando o aglomerado. Para o estudo do
antisitio, substituimos o átomo central de Ga por um átomo de
arsênio, A=G". Na figura IV.1 é esquenatizado o aglomerado de 77 átomos utilizado no estudo do sistema GaAs:Asa.. Visto que o átomo
de Arsênio substitucional se desloca de sua posição central, a
simetria em questão passa a sen C3u. Realizamos cálculos, para o
estado fundamental e excitado, com As centnal em seis posições
diferentes, ao longo da direção <1 1 1>.
Na Tabela IV.1 apresentamos as posições dos átonos e os raios
aos ralos covalentes nos átonos, com exceçåo do átomo central. A
esfera que envolve este átomo deve ten um ralo tal que quando
deslocado na dlreção .I -f -f> nåo sobreponha às outnas esferas
atômlcas. Os átomos de hldrogênlo foram apnoxlnados dos átomos de
arsênlo para repnoduzlr o valor experlmental da banda prolblda [21.
Fig. IV.1 - Esquema do aglomerado de 17 átomos de GaAs utilizado no
estudo do antisítio de Asr", onde o átomo central de Ga
(esfera hachurada horlzontalmente) é substituido por um
átomo de As.
A expansão em ondas esféricas é ta1 que I = 0, 1, 2 para a
esfena externa e átomo central, e I = 0, t para os demais centros. Os valores para os parâmetros de exchange nas regiões atômicas são
os mesmos detenminados por Schwarz t131. Na região intermedlária e extenna este valor é obtldo através da média ponderada dos valores
de or para as esfenas atômlcas.
Os elétrons dos orbltals atômlcos ls, 2s, 2p, 3s, 3p, e 3d do
As e Ga foran conslderados de caroço, e permaneceram congelados durante o processo de autoconslstêncla.
Inlclalmente calculamos a curva da energla total sem qualquer começäo na densldade de carga, utlllzando a saturação por Esfera
de l.latson t 141. Tal procedlmento é lnadequado para os nossos
propósltos pols o aglomerado flca embebido nun potenclal
extremamente profundo, o que torna diflcil uma convengêncla adequada na energla total, fornecendo para uma convergêncla de 10-6
no potencial, uma.: curva extremamente acentuada positivamente.
Conseqüentemente -optamos pela saturação por hidrogênlo onde o potencial é nais realístico. Iniclalmente sem nenhuma correção, a
curva de potenclal para o estado fundamental apresentou o mlnlmo de
energia fora da posição tetraédrica em contradição com os cálculos
ab initio t151. A partir desses cálculos procuramos os melhores valores para o parâmetro À, tais que repnoduzissem a curva de um
cáIculo de primeiros principios sem a nelaxaçáo dos átomos vizinhos
[15], que é mostrado na figuna IV.2b. Um de nossos objetivos era a
obtenção do estado excitado, agora sem partlr de um cálculo ab
initio, e assim verificar o seu comportamento através de um cálculo
de aglomerado impondo que:
À (R)=À FUND. I (R)
EXC. T
Cono temos uma grande sensibilidade na convergência da energia
total, o cálculo da curva para o estado excitado é feito utilizando
o estado de transição de Slater t161. O resultado é mostrado na
figura IY.2a. Veriflca-se que neste sistema não há distorção Jahn-TeIler, em concondâncla com os cálculos anterlores de Caldas e
Fazzio Í12), mas em contradição com cálculos de Dabror.¡ski-Scheff ler
Í71 .
Nos nossos cálculos para os autovalores, aparece um nivel a1 duplamente ocupado na banda prolblda, e outro nlvel ressonante L*
,^,,
1,4
¡----f
rJ/
ã
l,ü
{,g;r; r: I#
o
+)
ñ"Fl htr Fr
t,
"ufuncl 1
0.s
l-{
u
ü.fl
(J.,'{, il'
.?
fi.il
tJrl
çJ el s
I i:
c:ilÏrll
t,ll
tt
r:
Fig. IV.2a - Curvas de enengia total para os estados fundamental e
excltado do sistema GaAs:As em função do deslocamento átomo central de As ao longo da dlreçáo <f f î>.
t
s.
lr
F{ tl]
L [J
f,
LrJ
-r-f-r'-r- I
OcAs: Ai
1,0
0,0
[: ri
Iw
tA,,
t:
0,0
0,5
1.0E=Jt=r:rm
(Á,)'r,5
Fig. IV.2b - Curvas de energla total para os estados fundamental e
excitado do sistema GaAs: As em função do deslocamento
¿, []
*
1.6
I.2
.4
0.8
0
;>
EJ
w qJ
t-{
r-l
d
Þ
'F)t-.1
Èl
ô
e
{,.&.)
a- O
4dt
(]. {)
tð?.
7i
I
0
0.4
d,esnoc:allratntcl
(
Fig. IV.3 - Comportamenro dos autovalores de energia para o sistema
GaAs: Asa. em função do deslocanento do átomo central de
arsênio ao longo da direção .î î ît.
comportamento dos autovalores com o deslocamento do átomo
central. O comportanento dos autovalores é conslstente com o
resuLtado encontrado na referênc1a 1,7l. Com o deslocamento do
átomo de As, vemos o desdobrannento do nivel t: z em dois outros
^ o
"o. Nas tabelas IV.2a e IV.2b mostramos as nIveIS, éà1 e
distribuições de carga obtidas através dos cálculos para o
antisitio na posição tetraédrica e para um caso representativo onde
o As central foi deslocado de 0.6 A. De acondo com as tabelas de
distribuiçåo de cargas, vemos que o nivel Z"? torna-se nais
1
localizado a medida que o As val se dlstanclando da sua posição
central, Se obsenvarmos a dlstnibulção de carga associada ao
orbital a, desocupado (indicado na fig.IV.3 como 2ar) vemos que na
posição tetraédrica este orbital apresenta x 4 % de carga na esfera
I t
átomo fol deslocado de 0.6 À ao longo da dlreção <1 1 1>. Este comportamento é acompanhado por um decrésclmo e¡n energla, fazendo com que os nfvels Z"? ll e U? se aproxlnen. Estes resultados foram
també¡n observados na ref.[71. De acordo com estes autores, no
estado netaestável os nfvels ,"1, e ,"? trocam de conflguração,
passando a ser t"l e ,"7. Ê. lntenessante notar que nossos
resultados também lndlcam una tendêncla a que lsto ocorra, embora não tenhamos reallzado cálculos para deslocamentos aclma de 0.7 Ä.
O obJetlvo do nosso trabalho era, como dlto anterlormente, a
curva da enengla total do estado excltado utllizando o método do Espalhamento MúItlp-Io com correção na densldade de carga. O nosso
lnteresse pelo estado excitado está tigado ao defeito ELZ, ou seJa,
a transição deste centro para o estado metaestáveI quando um
elétron é excitado. A correção na densldade de carga foi apllcada à
molèculas de N, e CHn [4], onde os resultados mostraram que ê possivel, ajustando os parâmetros, obter a energia total deseJada
sem alterar o valor das energias eletrônicas. Porém o sistema
abordado neste trabalho é mais conplexo, pois trata-se de uma
molécula de GaAs:Asa" com o átomo substltucional de A=G. se
deslocando em uma determinada direção. Não conseguimos obter a
curva da energia total do estado excitado através da transferêncla
dos parâmetros do estado fundamental para o estado excitado. O
critério para a convergência do potencial foi de 10-6 para o estado fundamental; notannos que para o cálculo do estado excitado este
critério seria insuficiente, e teriamos que ir mais além,
entretanto o programa computacional não nos pernite isto, devido à
problemas de convengência. Portanto, podemos afirmar dos
resultados obtidos que o método do Espalhamento Múttiplo com
corneção na densidade de carga parece não se apllcar aos nossos
propósitos. Desta forma, para obtermos a curva do estado excitado utilizamos o estado de transição de Slater, tendo como base a curva
do estado fundamental obtida através dos ajustes dos parâmetnos. E
o resultado mostrou-se estar em desacordo com cáIculos anteriores de pseudopotenciais dentro do modelo "Large Unit CeII Approach"
[Z,1Sl, nas apreoenta uma bo& concordâncla com resultados obtldoe
atravée de un método LCAO (INDO) Í,121, lndlcando a não ocorrôncla