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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIAFITOTECNIA

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA/FITOTECNIA

DOMINGOS FERREIRA DE MÉLO NETO

ANÁLISE PROTEÔMICA DE SEMENTES EM DESENVOLVIMENTO DE AÇAÍ

(

Euterpe oleracea

Mart.)

(2)

DOMINGOS FERREIRA DE MÉLO NETO

ANÁLISE PROTEÔMICA DE SEMENTES EM DESENVOLVIMENTO DE AÇAÍ

(

Euterpe oleracea

Mart.)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Agronomia/Fitotecnia da UFC,

como parte dos requisitos para obtenção do

título de Mestre em Agronomia/Fitotecnia.

Área de concentração: Fisiologia, Bioquímica

e Biotecnologia Vegetal.

Orientador: Prof. Francisco de Assis de Paiva

Campos

Coorientador: Prof. Fábio César Sousa

Nogueira

(3)
(4)

DOMINGOS FERREIRA DE MÉLO NETO

ANÁLISE PROTEÔMICA DE SEMENTES EM DESENVOLVIMENTO DE AÇAÍ

(

Euterpe oleracea

Mart.)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Agronomia/Fitotecnia da UFC,

como parte dos requisitos para obtenção do

título de Mestre em Agronomia/Fitotecnia.

Área de concentração: Fisiologia, Bioquímica

e Biotecnologia Vegetal.

Aprovada em: 29/03/ 2018.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Prof. Francisco de Assis de Paiva Campos (Orientador)

Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_____________________________________________

Prof. Fábio César Sousa Nogueira (Coorientador)

Instituto de Química (IQ)

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

_____________________________________________

Dra. Emanoella Lima Soares

(5)
(6)

AGRADECIMENTOS

À

Deus

pela Vida.

Ao professor

Francisco A. P. Campos

pela oportunidade de realizar esse curso

de mestrado sob sua orientação, pelos ensinamentos, treinamento e confiança.

Ao professor

Fábio C. S. Nogueira

pela disponibilidade em participar da

avaliação desse trabalho e, sobretudo pelo treinamento em espectrometria de massas e

proteômica.

A Dr

a

Emanoella L. Soares (Manu)

pela disponibilidade em participar da

avaliação desse trabalho, como também pelas orientações e ajuda na definição e coleta dos

frutos utilizados nesse estudo.

Ao professor

Gilberto B. Domont

pela receptividade e por todo entusiasmo com

a proteômica.

À professora

Rosilene Mesquita

pelas contribuições no projeto de qualificação.

Ao

Fabiano

pelas contribuições no projeto de qualificação e revisão dos textos

dessa dissertação, além da amizade.

Aos integrantes do Laboratório de Biologia Molecular de Plantas,

João

,

Magda

,

Jessica, Thais e Evanildo,

pelo companheirismo e ajuda no processamento do material

vegetal.

Ao

Moab

, meu amigo desde a graduação, o qual tive a honra de compartilhar

praticamente todos os momentos ao longo desse curso de mestrado.

Ao

Roberto,

por ter sido desde o início bastante atencioso, tanto nas orientações

laboratorias, como pela ajuda nas disciplinas e, sobretudo, pela amizade construída.

A

Raquel

por ter sido uma verdadeira guia nos experimentos na Unidade

Proteômica.

Ao

Daniel,

também meu amigo desde a gradução, um cara que admiro muito.

Ao Sr.

Erivan

pela ajuda na coleta dos frutos.

Ao pessoal dos laboratórios de Defesa de Plantas e Toxinas Vegetais da UFC,

Lucas, Helen, Thiago, Del e Raissa

pela ajuda na liofilização dos frutos.

Ao pessoal do Laboratório de Fisiologia Vegetal da UFC,

Ana Carla

,

Fabrício

e

Elieser

, por também ajudarem na liofilização dos frutos e fornecerem inibidor de protease.

(7)

Aos

professores do curso de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia

.

Aos meus pais,

Vanaldi

e

Lourinaldo

, e a minha irmã

Alaídes

, por todo amor,

carinho, confiança e, sobretudo pela base educacional que me deram.

À minha namorada

Aisla

pelo amor, carinho, paciência e palavras de conforto nos

momentos mais difíceis desse curso.

(8)

RESUMO

O açaí (

Euterpe oleracea

Mart) pertence à família Arecaceae e sua importância econômica

está centrada basicamente na colheita do fruto para produção de polpa. Nos últimos anos, a

demanda pela polpa de açaí aumentou de forma significativa, em função principalmente do

apelo funcional. No entanto, a maior parte da colheita corresponde à semente (caroço),

normalmente descartada como resíduo durante o processo produtivo, não havendo, pois,

alternativas viáveis para o seu aproveitamento em larga escala. Diante desse problema,

entende-se que estudos básicos, possam fornecer subsídios capazes de melhor direcionar sua

utilização. Nessa perspectiva, realizou-se uma análise proteômica livre de marcação de

sementes de

E. oleracea

em quatro estádios de desenvolvimento, designados E3, E6, E9 e

E11, o que resultou na identificação de 758, 897, 285 e 69 proteínas, respectivamente, e um

total de 1.080 proteínas. A categorização funcional dessas proteínas nos mostrou que a

maioria integra as classes de metabolismo de carboidrato, metabolismo de aminoácidos,

síntese de proteínas, parede celular, metabolismo secundário, metabolismo de lipídeos,

transportadores e metabolismo de EROS. Já, na quantificação relativa, realizada com base na

intensidade do íon precursor, foram identificadas 21, 43, 14, 37, 14 e 3 proteínas

diferencialmente expressas pelo teste t (

p

˂ 0,05), nos contrastes E6/E3, E9/E3, E11/E3,

E9/E6, E11/E6 e E11/E9, respectivamente. As proteínas com padrão de expressão semelhante

foram agrupadas em seis grupos distintos. A abundância relativa das enzimas sacarose sintase,

UTP-glucose-1-fosfato-uridilitransfe

rase,

α

-galactosidase,

manose-1-fosfato-guanililtranferase e peroxidase 72 foi aumentada no E6, sugerindo que nessa fase do

desenvolvimento, ocorrem simultaneamente os processos de deposição e modificação dos

polissacarídeos da parede celular e, indica a formação de polissacarídeos a base de manose,

que devem constituir a fração hemicelulósica. Proteínas de reserva do tipo globulina 63 KDa

e globulina 7S foram acumuladas até a maturidade, a partir do E6. Essa análise proteômica de

sementes em desenvolvimento de açaí, focou alguns aspectos da formação das paredes

celulares, ja que essas são o principal repositório de substâncias de reserva nas sementes dessa

espécie, como também, trata das principais proteínas de armazenamento, de modo a fornecer

conhecimento básico que ajude a melhor direcionar a utilização da semente de açaí.

(9)

ABSTRACT

Açaí (

Euterpe oleracea

Mart) belongs to the family Arecaceae and its economic importance is

centered mainly on fruit harvesting for pulp production. In recent years, the demand for açaí

pulp increased significantly, mainly due to the functional appeal. However, most of the

harvest corresponds to the seed, normally discarded as waste during the production process,

once there are no viable alternatives for its use on a large scale. Considering such problem, it

is understood that basic studies, can provide subsidies capable of improving seed use. In this

perspective, a label-free proteomic analysis of

E. oleracea

seed was carried out at four

developmental stages, designated E3, E6, E9 and E11, which resulted in the identification of

758, 897, 285 and 69 proteins respectively, and a total of 1,080 proteins. The functional

categorization of these proteins, showed that most of them integrated the classes of

carbohydrate metabolism, amino acid metabolism, protein synthesis, cell wall, secondary

metabolism, lipid metabolism, transporters and EROS metabolism. Already, in the relative

quantification using precursor ion intensity, 21, 43, 14, 37, 14 and 3 proteins were identified

as differentially expressed by the test t (

p

˂ 0,05), in the contrasts

E6/E3, E9/E3, E11/E3, E9/E6,

E11/E6 and E11/E9, respectively. Proteins with similar expression pattern were grouped into

six distinct groups. The relative abundance of the enzymes sucrose synthase,

UTP-glucose-1-phosphate-uridyl transferase,

α

-galactosidase, mannose-1-phosphate guanyliltranferase and

peroxidase 72 was increased at E6, suggesting that at this developmental stage both

deposition and modification of cell wall polysaccharides and indicates the formation of

polysaccharides based on mannose, which should constitute the hemicellulosic fraction.

Storage proteins type 63 KDa globulin like protein and 7S globulin were accumulated in seed

until maturity starting at E6. These proteomic analysis the seed in development of açaí,

focusing on some aspects of cell wall formation, since it is the main repository of reserve

substances in the seeds of this species, as well as the main storage proteins, in order to

provide basic knowledge that helps to better target the use of the acai seed.

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 -

Euterpe oleracea

Mart. (açaí do Pará). A - Imagem da palmeira multicaule

E. oleracea

Mart. B

Inflorescência tipo raque de

E. oleracea

localizada

abaixo das folhas e com frutos maduros de coloração roxo púrpura. C

Fruto e semente de

E. oleracea

em corte transversal ...

16

Figura 2 - Importância econômica do açaí (

Euterpe oleracea

Mart.) no Brasil. A -

Produção histórica anual de açaí no Brasil (toneladas de frutos colhidos). B -

Receita histórica anual no Brasil (reais ao ano). C - Preço anual do quilo de

açaí no Brasil (reais por quilo). D - Número de publicações por ano com

açaí cadastradas no

web of science

...

17

Figura 3 - Modelo geral do ganho de massa de sementes durante o desenvolvimento .... 18

Figura 4 - Anatomia do desenvolvimento do embrião em

Euterpe oleracea

Mart. A -

Zigoto polarizado com celular apical menor e célula basal maior. B -

Evidência do proembrião com 19 células. C - Embrião em transição do

estádio de coração lateral para torpedo. D - Embrião maduro. Adaptado de

Pereira, 2017 ...

20

Figura 5 - Anatomia do desenvolvimento do endosperma em

Euterpe oleracea

Mart. A

- Estádio inicial do desenvolvimento do endosperma, evidenciando a

presença de núcleos livres adjacentes ao tegumento. B - Início da

celularização do endosperma. C- Endosperma maduro. Adaptado de Pereira,

2017 ...

21

Figura 6 - Estrutura dos principais polissacarídeos de reserva de parede celular. A -

(galacto)manano. B - Xiloglucano. C - Galactano. Adaptado de Buckeridge

et al., 2000 ...

23

Figura 7 - Representação esquemática da rota de biossíntese de ácidos graxos e

montagem de triacilgliceróis em plantas. (BAUD e LEPINIEC

,

2010) ...

27

Figura 8 - Comparação do número de estudos proteômicos entre diferentes plantas

cultivadas com base em uma pesquisa no PubMed (em 23 de setembro de

2014) ...

29

Figura 9 - Aspectos morfológicos dos frutos de açaí em desenvolvimento,

(11)

Figura 10 - Perfil eletroforético de proteínas totais extraídas da semente de açaí

(

Euterpe oleracea

Mart.) em quatro estádios de desenvolvimento ...

37

Figura 11 - Perfis cromatográficos de proteínas totais extraídas da semente de açaí

(

Euterpe oleracea

Mart.) em quatro estádios de desenvolvimento ...

38

Figura 12 - Espectros de massa ilustrativos. A - Espectro de MS1. B

Espectro de

fragmentação (MS2) ...

38

Figura 13 - Diagrama de Venn das proteínas identificadas nos diferentes estádios de

desenvolvimento da semente de açaí (

Euterpe oleracea

Mart.) ...

39

Figura 14 - Classificação funcional de todas as proteínas identificadas na semente de

açaí (

Euterpe oleeracea

Mart.) em desenvolvimento ...

41

Figura 15 -

Subcategorização das proteínas da classe ‘Metabolismo de Aminoácidos’

identificadas na semente de açaí (

Euterpe oleracea

Mart.) em

desenvolvimento ...

42

Figura 16 -

Subcategorização das proteínas da classe ‘Metabolismo de Carboidratos’

identificadas na semente de açaí (

Euterpe oleracea

Mart.) em

desenvolvimento ...

42

Figura 17 -

Subcategorização das proteínas da classe ‘Metabolismo de Lipídeos’

identificadas na semente de açaí (

Euterpe oleracea

Mart.) em

desenvolvimento ...

43

Figura 18 -

Subcategorização das proteínas da classe ‘Metabolismo Secundário’

identificadas na semente de açaí (

Euterpe oleracea

Mart.) em

desenvolvimento ...

43

Figura 19 - Classificação funcional das proteínas identificadas em cada estádio de

desenvolvimento da semente de açaí (

Euterpe oleeracea

Mart.) ...

44

Figura 20 - Quantificação relativa livre de marcação baseado na extração do

cromatograma de íons (XIC) de proteínas identificadas na semente de açaí

(

Euterpe oleracea

Mart.) em desenvolvimento utilizando o teste t ...

46

Figura 21 - Análise do agrupamento (

clusters

) das proteínas identificadas na semente de

(12)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 -

Características morfológicas dos frutos e das sementes de açaí

(

Euterpe oleracea

Mart.) de acordo com o estádio de

desenvolvimento...

31

Tabela 2 -

Proteínas envolvidas com a síntese e modificação da parede

celular, identificadas durante o desenvolvimento da semente de

açaí (

Euterpe oleracea

Mart.) ...

51

Tabela 3 -

Proteínas de reserva identificadas durante o desenvolvimento da

semente de açaí (

Euterpe oleracea

Mart.) ...

55

Tabela suplementar 1 - Proteínas totais identificadas na semente de açaí (

Euterpe

oleracea

Mart.) em diferentes estádios de desenvolvimento ...

62

Tabela suplementar 2 - Proteínas identificadas na semente de açaí em desenvolvimento

com expressão diferencial entre os estádios E3 e E6 ...

102

Tabela suplementar 3 - Proteínas identificadas na semente de açaí em desenvolvimento

com expressão diferencial entre os estádios E3 e E9 ...

103

Tabela suplementar 4 - Proteínas identificadas na semente de açaí em desenvolvimento

com expressão diferencial entre os estádios E3 e E11 ...

105

Tabela suplementar 5 - Proteínas identificadas na semente de açaí em desenvolvimento

com expressão diferencial entre os estádios E6 e E9 ...

106

Tabela suplementar 6 - Proteínas identificadas na semente de açaí em desenvolvimento

com expressão diferencial entre os estádios E6 e E11 ...

108

Tabela suplementar 7 - Proteínas identificadas na semente de açaí em desenvolvimento

(13)

SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO………...

13

2

CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA………...

15

2.1

Euterpe oleracea

Mart………....

15

2.2

Formação da semente……….

17

2.2.1

Desenvolvimento do embrião

……….

19

2.2.2

Desenvolvimento do endosperma

………...

20

2.2.3

Desenvolvimento da testa

………...

21

2.3

Polissacarídeos de reserva de parede celular... 22

2.4

Proteínas de reserva em sementes... 24

2.5

Lipídeos de armazenamento em semente... 25

2.6

Espectrometria de massas e proteômica

Shotgun

... 28

3

OBJETIVOS... 30

3.1

Objetivo geral... 30

3.2

Objetivos específicos... 30

4

MATERIAL E MÉTODOS... 31

4.1

Material Vegetal... 31

4.2

Extração das proteínas e 1D-SDS-PAGE... 32

4.3

Preparo das amostras para MS... 33

4.4

Análise por LC-MS/MS dos peptídeos... 34

4.5

Análise dos dados... 34

5

RESULTADOS E DISCUSSÃO... 37

5.1

Identificações... 37

5.2

Categorização funcional... 39

5.3

Proteínas diferencialmente expressas... 45

5.3.1

Proteínas relacionadas à formação da parede celular

... 49

5.3.2

Proteínas de reserva

... 54

6

CONCLUSÃO... 56

REFERÊNCIAS... 57

(14)
(15)

1 INTRODUÇÃO

A importância econômica do açaí (

Euterpe oleracea

Mart.) está concentrada na

colheita do fruto para produção de polpa, a qual tem ganhado espaço no mercado por

apresentar importantes aspectos nutricionais que o caracterizam como alimento funcional. A

intensificação na demanda e consumo de açaí nos últimos anos vem sendo acompanhada pelo

crescente número de estudos que buscam estabelecer as bases funcionais do fruto na dieta

humana. Dentre os principais compostos bioativos encontrados no fruto de açaí tem-se ácidos

graxos insaturados, antocianinas, outros flavonóides, vitaminas, minerais e fibras alimentares

(SCHAUSS

et al

., 2006a; SCHAUSS

et al

., 2006b; LUO

et al

., 2012; DUPUREUR

et al

.,

2012; DIAS

et al

., 2013; SMITH

et al

., 2012a; SMITH

et al

., 2012b).

Um grande problema associado à cadeia produtiva de polpa de açaí, diz respeito à

elevada geração de resíduos, visto que, a fração da colheita destinada à produção de polpa é

muito baixa. Cerca de 85-90% do diâmetro do fruto, e até 90% do peso corresponde a

semente (caroço), normalmente descartada como resíduo durante o processo de produção. A

elevada produção de resíduos, estimada em aproximadamente 300 toneladas de sementes

diárias na cidade de Belém-PA, umas das principais cidades produtoras de polpa de açaí

(MARTINS

et al

., 2009), é preocupante, em virtude de serem incipientes as alternativas

tecnológicas para seu aproveitamento. Uma pequena parte desse material é utilizada na

alimentação de suínos ou deixada no solo e usada como fertilizantes em plantações

(RODRIGUEZ

et al

., 2006). Sabe-se, porém, que o tecido de reserva na semente de açaí é o

endosperma e as principais substâncias armazenadas são polissacarídeos, sobretudo

hemiceluloses, depositadas em paredes celulares espessadas (PAULA, 1975). Nesse cenário,

algumas propostas de utilização da semente têm sido lançadas, como para a produção de

etanol de segunda geração, em razão do alto teor de carboidratos, alto poder calorífico e baixa

quantidade de cinzas (OLIVEIRA

et al

., 2015; RAMBO; SCHMIDT; FERREIRA, 2015), e

para servir de ingrediente em alimentos extrusados para cães em substituição à fibra de cana

de açúcar (FELSSNER

et al

., 2015).

(16)

endosperma, como também a presença de corpos proteicos e lipídicos, além de paredes

bastante espessas ricas em hemicelulose no endosperma. No trabalho desenvolvido por

Pereira (2017) foi detalhado o processo de embriogênese, onde verificou-se, no tegumento, a

presença de compostos fenólicos e uma diminuição no número de camadas celulares ao longo

do desenvolvimento, foi notada a presença de substâncias pécticas no endosperma maduro,

como também a constatação de modificações químicas ocorridas nas paredes desse tecido à

medida que os polissacarídeos são depositados.

(17)

2 CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

2.1 Euterpe oleracea Mart.

Euterpe oleracea

Mart. é uma palmeira multicaule pertencente da família

Arecaceae, que na maturidade tem uma altura de 3-20 m e as estirpes apresentam diâmetro de

7 a 18 cm (Figura 1A); as inflorescência são do tipo raque e estão posicionadas abaixo das

folhas (Figura 1B; HENDERSON, 1995). A semente de

E. oleracea

é composta de um

embrião pequeno, em formato cônico e posicionado lateralmente; endosperma volumoso e

rígido, que na fase jovem, suas células apresentam paredes celulares finas pectocelulósicas, e

na maturidade essas paredes são espessadas, ricas em hemicelulose, constituindo a principal

composto de reserva; bitegumentada, em que os tegumentos emmitem projeções no

endosperma (Figura 1C; PEREIRA, 2017; PAULA, 1975).

A importância econômica dessa espécie está centrada basicamente na colheita do

fruto para produção de polpa. Nos últimos anos essa atividade tem se destacado no cenário

nacional, havendo um aumento significativo na produção, na ordem 75%, se comparada à

produção média de 2002 a 2010 com a de 2011 a 2016 (Figura 2A). A receita anual e o preço

do produto têm mostrado um aumento constante ao longo dos últimos 13 anos (Figura 2B e

2C), revelando esse importante papel sócio-econômico dessa espécie (IBGE, 2016).

A presença de compostos bioativos no fruto e consequentemente na polpa, tem

colocado o açaí como importante alimento funcional. Essa é, sem dúvida, a principal razão

que justifica a ascensão desse mercado. Tal fato vem sendo sustentado pelo crescente número

de publicações com

E. oleracea

(Figura 2D), entre as quais, a grande maioria comprova a

presença desses compostos e de suas benfeitorias a saúde humana.

(18)

atuar como biossorvente e reabilitar águas contaminadas com cobre e zinco. Enquanto

Felssner (2016) evidenciou a possibilidade de incluir a semente de açaí como ingrediente em

alimentos extrusados para cães adultos. Contudo, nenhum desses estudos tem mostrado ser

efetivo na capacidade de utilização dessa matéria-prima, de modo que esta não seja mais um

problema. Entende- se, porém, que estudos básicos, como uma análise proteômica de

sementes da espécie durante o desenvolvimento, possam fornecer subsídios capazes de

melhor direcionar sua utilização.

(19)

Figura 2 - Importância econômica do açaí (Euterpe oleracea Mart.) no Brasil. A- Produção histórica anual de açaí no Brasil (toneladas de frutos colhidos). B- Receita histórica anual no Brasil (reais ao ano). C- Preço anual do quilo de açaí no Brasil (reais por quilo). D- Número de publicações por ano com açaí cadastradas no web of science. As figuras 5A, 5B e 5C foram elaboradas com dados do IBGE e, a figura 2D com dados do web of science

Fonte: IBGE (www.ibge.gov.br) e Web of Science (www.webofknowledge.com)

2.2 Formação da semente

Por ocasião da polinização, o grão de pólen germina e a célula vegetativa guia o

crescimento do tubo polínico pelo estilete até alcançar o saco embrionário pela da micrópila.

Uma vez alcançado o saco embrionário, o tubo polínico penetra uma das sinérgidas e

descarrega os núcleos generativos. Um dos núcleos é direcionado à fertilizar a oosfera e o

outro aos núcleos polares, fenômeno conhecido como dupla fertilização, pelo qual dar-se o

início do desenvolvimento da semente (

CHEUNG et al., 2010).

(20)

tecidos maternais, processo que ocorre concomitantemente a ocorre a formação do embrião e

do endosperma.

O desenvolvimento das sementes é representado graficamente por três fases

sobrepostas: a fase lag, caracterizada por elevada absorção de sacarose, que é rapidamente

convertida em hexoses, alta taxa de divisão celular e pouco ganho de massa

é nessa fase que

os diferentes tipos de tecidos são especificados e estabelecidos; a fase de enchimento, em que

há aumento linear da massa e volume, associada a expansão celular, acúmulo de compostos e

eventos de endorreduplicação nos tecidos de armazenamento; e uma fase final, marcada pela

redução da massa relacionada à desidratação, que culmina na maturidade fisiológica (Figura

3; ENGLI, 2006).

Figura 3 - Modelo geral do ganho de massa de sementes durante o desenvolvimento

Fonte: Elaborado pelo autor.

(21)

ubiquitina-proteassoma (INZÉ e DE VEYLDER, 2006

).

2.2.1

Desenvolvimento do embrião

Após a fertilização da oosfera tem-se o início do desenvolvimento do embrião,

processo conhecido por embriogênese. A primeira divisão assimétrica do zigoto estabelece a

polaridade, a qual produz uma célula basal grande e vacuolada precursora do suspensor, e

uma célula apical menor de citoplasma denso que precede o proembrião (Figura 4A). Até o

estádio de embrião globular, muitos aspectos do desenvolvimento embrionário em

monocotiledôneas e dicotiledôneas são conservados (LAU

et al

., 2012). Apesar disso, o

alongamento e crescimento do zigoto em monocotiledôneas não ocorre, o que indica uma

regulação diferencial no estabelecimento da polaridade nesses dois grupos de plantas (SATO

et al

., 2010).

A especificação da polaridade apical/basal é crítica para definir a estrutura na qual

as células vão se diferenciar de acordo com a posição, dando assim origem ao promeristema

da parte aérea, normalmente ladeado pelo cotilédone (s), ligado ao promeristema da radicular

por meio do hipocótilo, a protoderme, a hipófise e o suspensor (LAU

et al

., 2012) (Figura

4C). Estudos recentes conseguiram identificar mecanismos moleculares que regulam esse

padrão de formação. Genes da família WOX marcam o destino celular ao longo do eixo

apical/basal e o transporte polar de auxina, mediado por PIN são dois principais mecanismos

conservados em dicotiledôneas (ZHAO

et al

., 2017). O gene AtZYG1 codifica a subunidade

11 (ACP 11) do complexo promotor da anáfase, uma ubiquitina ligase E3, conhecida por ter

ciclinas como alvo (PETERS, 2006). NtDRP codifica uma proteínas relacionada com

dinamina, envolvida na reorganização do citoesqueto. A redução da sua expressão provoca a

orientação incorreta das divisões e forma um embrião aparentemente sem suspensor (ZHAO

et al

., 2016).

(22)

Figura 4 - Anatomia do desenvolvimento do embrião em Euterpe oleracea Mart. A- Zigoto polarizado com celular apical menor e célula basal maior. B- Evidência do proembrião com 19 células. C- Embrião em transição do estádio de coração lateral para torpedo. D- Embrião maduro. BC, Base Cotiledonar; CP, Cordões de Procâmbios; CS, Cotilédone Superior; E, Endosperma; Em, Embrião; M, Micrópila; MA, Meristema apical; MR, Meristema Radicular; PrEm, Pró-embrião; RD, Região Distal; RP, Região Proximal; S, Suspensor

Fonte: Adaptado de Pereira, 2017.

2.2.2

Desenvolvimento do endosperma

O desenvolvimento do endosperma do tipo nuclear, é o padrão comumente

encontrado nas Angiospermas, e no que tange aos seus primeiros estádios até a celularização,

é altamente conservado em monocotiledôneas e dicotiledôneas (BECRAFT e

GUTIERREZ-MARCOS, 2012). Nesse padrão de desenvolvimento, o núcleo primário do endosperma,

oriundo da fertilização de uma das células gaméticas masculina com a célula média, sofre

várias divisões nucleares formando um endosperma cenocítico (Figura 5A; OLSEN, 2004). O

início da celularização dár-se pela deposição anticlinal de parede celular nas periferias da

célula envolvendo núcleos individuais, formando alvéolos, seguido pela deposição periclinal

de parede e divisões celulares periclinais, sentido ao centro da célula e ocupando o espaço do

vacúolo central (Figura 5B). Completada a celularização, em espécies endospermáticas, o

endosperma persiste, passa por uma fase de expansão celular, seguido de maturação,

desidratação e latência (DANTE

et al

., 2014).

O endosperma exerce diversas funções durante o desenvolvimento da semente,

como também no processo germinativo e estabelecimento da plântula. Nas monocotiledôneas

sua principal função está concentrada no acúmulo de reservas, a exemplo do endosperma de

gramíneas, como o milho (

Zea mays

) e o arroz (

Oryza sativa

) que concentram amido, de

aspargo (

Asparagus officinalis

) e de palmeiras como

(23)

aparelho de golgi pela ação de glicosiltransferases, que catalisam a transferência de um

resíduo de açúcar de um açúcar-nucleotídeo para um aceptor específico. A ação das

glicosiltranferases depende da atividade de enzimas no citosol que sintetizam os açúcar-

nucleotídeos e de transportadores, que realizam o transporte destes para o lúmen das cicternas

do golgi onde são polimerizados (DRIOUICH

et al

., 2012). Finalizada a biossíntese, os

polissacarídeos são contidos em vesículas e secretados para o espaço extracelular onde são

montados segundo a orientação das microfibrilas de celulose.

Figura 5 - Anatomia do desenvolvimento do endosperma em Euterpe oleracea Mart. A- Estádio inicial do desenvolvimento do endosperma, evidenciando a presença de núcleos livres adjacentes ao tegumento. B- Início da celularização do endosperma (**) metafase. C- Endosperma maduro, evidenciando as paredes celulares espessadas e campos de pontoações de plasmodesmas (ponta da seta preta). EnN, Endosperma Nuclear, T-tegumento

Fonte: Adaptado de Pereira, 2017.

2.2.3

Desenvolvimento da testa

O(s) revestimento(s) da semente é originário do desenvolvimento do

integumento(s) do óvulo que encerra o nucelo, tendo início após a dupla fertilização e

seguindo estádios de divisão celular, alongamento, diferenciação e morte celular programada,

coordenado com o desenvolvimento do embrião e do endosperma (HAUGHN;

CHAUDHURY, 2005). Tal fato foi comprovado pela interrupção do alongamento das células

do revestimento por meio da mutação do fator de transcrição

transparent testa glabra 2

(ttg2)

que provocou redução do endosperma e consequentemente da semente (GARCIA

et al

.,

2005).

(24)

secundário. Por fim, na maturidade, a testa torna-se uma barreira protetora ao embrião, pode

conferir dormência e desenvolver estruturas que auxiliam na dispersão.

2.3 Polissacarídeos de reserva de parede celular

Os modelos de parede celular à representam em termos básicos de três domínios

distintos (celulose-hemicelulose, pectinas e proteínas), em que as microfibrilas de celulose são

envolvidas e interligadas por hemiceluloses, e estas estão incluídas numa matriz cimentante

contendo pectina e proteínas (CARPITA e GIBEAUT, 1993). Os polissacarídeos de reserva da

parede celular (PSPC) são classificados em três grupos distintos: mananos, xiloglucanos e

(arabino)galactanos (Figura 6; BUCKERIDGE, 2010), e podem ser entendidos como variação

do modelo básico, onde um domínio é depositado em maior quantidade em relação ao outro.

Supõe-se que a deposição dos PSPC seja derivada do metabolismo de biossíntese da parede

primária, o que permite propor uma redução na síntese de celulose ou uma intensificação na

síntese de hemicelulose.

Os mananos são subdivididos em mananos puros, galactomananos e

glucomananos (MEIER e REID, 1982; BUCKERIDGE

et al

., 2000). Os mananos puros são

constituídos por mais de 90% de manose, em que os resíduos manosil estão unidos por

ligação β

-1,4-glicosídica. Esses polissacarídeos são encontrados no endosperma das sementes

de

Phoenix dactylifera

e

Phytelephas macrocarpa

(monocotiledôneas) e

Coffea arábica

(dicotiledônea) (REID, 1985). Quando a cadeia principal contem também resíduos de glicose,

o polissacarídeo é chamado glucomanano. Tanto mananos puros, quanto glucomananos

podem possuir ramificações por resíduos de galactose, ligados a cadeia principal por ligação

α

-1,6 (Figura 6A). Quando a proporção de ramificação ultrapassa 10%, o polímero passa a ser

chamado de galactomanano. Esses polissacarídeos são sintetizados por manosiltransferases

dependentes de GDP-manose e por galactosiltransferases dependentes de UDP-galactose. Em

espécies com alto grau de ramificação M/G=1,1 (proporção manose/galactose) como

Cyamopsis tetragonolobus

, essa proporção é determinada na síntese, enquanto nas sementes

de

Senna occidentalis

(M/G=2,3-3,2), o galactomanano sintetizado sofre edição pós-síntese

por α

- galactosidase (BUCKERIDGE, 2010).

Os xiloglucanos de sementes apresentam uma cadeia principal de β

-D-

(1→4)

-

glucano ramificada com ligações α

-

(1→6) por resíduos de D

-

xilopiranosídeos ou β

-D-

(25)

primárias, a diferença está na presença de um resíduo fucosil terminais ligado por [

-L-

(1→2)]

nos grupos β

-Dgalactosídeos. Foi proposta uma nomenclatura para os blocos estruturais dos

xiloglucanos com base na cadeia principal (FRY

et al

., 1993).

Glicoses não substituídas são

denomicadas G; Glicoses ramificadas por xilose são denominadas X, e se há galactose ligada

à xilose, o trissacarídeo é denominado L.

Figura 6 - Estrutura dos principais polissacarídeos de reserva de parede celular. A- (galacto)manano. B- Xiloglucano. C- Galactano

Fonte: Adaptado de Buckeridge et al., 2000.

Em relação aos galactanos, com cadeia pr

incipal β

-

(1→4)

-D-galactano, estes

ocorrem de dois tipos: um formado por ligações β

-

(1→3),(1→6) com algumas ligações β

-(1→4) e o outro, mais frequente, é composto por ligações β

-

(1→4) com ramificações de L

-arabinofuranose a cada 16-21 resíduos da cadeia principal (Figura 4C). Esses polissacarídeos

de reserva de parede celular são encontrados nas sementes de lupino (AL-KAISEY e WILKIE,

1992).

(26)

al

., (2015), é possível que estes polissacarídeos sejam próximos a mananos puros.

2.4 Proteínas de reserva em sementes

As proteínas de armazenamento em sementes (PAS) possuem duas características

especiais: se acumulam em quantidades maciças primeiramente e suas características

singulares de agregação permitem dessecação eficiente durante a maturação e reidratação da

semente durante a germinação (GALILI, 2004). Essas proteínas se acumulam em vacúolos de

armazenamento ou corpos proteicos derivados do retículo endoplasmático. Todas PAS

incluem um peptídeo sinal no N-terminal que medeia a translocação através das membranas

do RE para o lume durante a síntese em polissomos ligados a membrana. O peptídeo é

clivado, a PAS é glicosilada, sofre dobramento por chaperonas e depois é transportada para o

compartimento apropriado (

IBL e STOGER, 2012).

As sementes sintetizam três classes principais de proteínas de armazenamento:

prolaminas, albuminas e globulinas (SHEWRY

et al

.,1995; GALILI 2004). As albuminas 2S

são proteínas globulares compactas sintetizadas como precursores únicos que são clivados

proteolicamente, e estão amplamente distribuídas em sementes de dicotiledôneas. As

prolaminas são restritas a gramíneas e são os principais componentes protéicos da maioria dos

grãos de cereais. As globulinas são encontradas tanto em monocotiledôneas como em

ditotiledôneas, como tambem em esporos de samambaias. Elas estão separadas em dois

grupos: as 7S

vicilin-type

e as 11S

legumim-type

. As globulinas 11S são especialmente

encontradas em leguminosas e não são glicosiladas, enquanto as globulinas 7S são

tipicamente triméricas e sofrem processamento pós- traducional por proteólise e glicosilação.

(27)

2.5 Lipídeos de armazenamento em semente

Nas sementes, os lipídeos são armazenados na forma de triacilgliceróis

ésteres

de glicerol em que ácidos graxos são esterificados em cada um dos três grupos hidroxila do

glicerol. Essa é a forma mais eficiente de armazenamento de energia em sementes, pois os

carbonos nos ácidos graxos encontram-se altamente reduzidos, de tal maneira que sua a

oxidação libera duas vezes mais energia que a oxidação de carboidratos e proteínas

(GRAHAM, 2008). Alguns ácidos graxos comumente encontrados em triacilgliceróis também

estão presentes nos lipídeos de membrana, como o palmitato (16:0), estearato (18:0), oleato

(18:1), linoleato (18:2) e α

-linoleato (18:3) (VOELKER e KINNEY , 2001).

A sacarose é a principal forma de carbono assimilado fotossinteticamente

translocado pela planta. Ao ser descarregada no órgão dreno

aqui tratamos de sementes, a

sacarose é clivada e as hexoses fosfatos podem ser metabolizadas pela glicólise ou pela via

das pentoses fosfato. A via glicolítica dispõem dois importantes intermediários para a síntese

dos triacilgliceróis: primeiro, a conversão de dehidroxiacetona à glicerol-3-fosfato, pela

glicerol-3-fosfato desidrogenase prover o esqueleto básico de glicerol necessário para

biossíntese de triacilglicerol; segundo, a descarboxilação oxidativa do piruvato nos platídeos

produz acetil-Coa, utilizado para

síntese de novo

de ácidos graxos (BAUD e LEPINIEC,

2010

)

. A via das pentoses fosfatos dispõe ribulose-5-bifosfato, que por ação da hexoquinase

produz ribulose-1,5- bifosfato, com subsequente carboxilação pela Rubisco para produzir

3-fosfoglicerato (SCHWENDER

et al

., 2004), que pode ser metabolizado a piruvato, e em

seguida a ácidos graxos via acetil-CoA.

(28)

são hidrolisados por acil-ACP tioesterases (FATA ou FATB) que liberam ácidos graxos livres

(SALAS e OHLROGGE, 2002).

(29)

Figura 7 - Representação esquemática da rota de biossíntese de ácidos graxos e montagem de triacilgliceróis em plantas. Os ácidos graxos são sintetizados nos plastídeos, a partir de acetil-Coa, e transportados para o citosol na forma de acil- Coa. Os esqueletos de glicerol são derivados de dihidroxiacetona fosfato citosólico, pela ação da enzima glicerol-3-fosfato-desidrogenase. A montagem do triacilglicerol ocorre no retículo endoplasmático, através das enzimas da via de Kennedy

(30)

2.6 Espectrometria de massas e proteômica

Shotgun

Atualmente, a espectrometria de massas (MS) é a ferramenta mais poderosa para

identificar, quantificar e caracterizar proteínas. Tendo em vista que as proteínas em conjunto,

são responsáveis por catalisar e controlar todos os processos celulares, a MS é a técnica capaz

de identificar de maneira conclusiva e quantificar com precisão, um grande número de

proteínas presentes em amostras complexas (SAVARYN; TOBY; KELLEHER, 2016). Na

realidade, uma mistura complexa de proteínas é caracterizada pela análise dos seus peptídeos,

gerados por hidrólise numa etapa de digestão, utilizando uma protease que cliva a cadeia

polipeptídica em pontos específicos. Esse tipo de abordagem é chamado de proteômica

Shotgun

(WOLTERS; WASHBURN; YATES, 2001).

Os sistemas atuais de espectrometria de massas são acoplados

online

a um nano

cromatógrafo HPLC, em que a mistura complexa de peptídeos é primeiramente fracionada por

cromatografia líquida, antes de ingressar no espectrômetro de massas. O tipo de cromatografia

líquida normalmente empregada é em fase reversa, composta por uma fase estacionária

contendo grupos apolares ligados a sílica, malha C18, por exemplo, e uma fase móvel baseada

em soluções aquosas, contendo solvente orgânico miscível em água - acetonitrila, por

exemplo (LANÇAS, 2010). Nesse modo de cromatografia, os peptídeos são eluídos por

ordem de hidrofobicidade, em que os peptídeos mais hidrofílicos eluem primeiro.

À medida que eluem da coluna, os peptídeos são ionizados, por

Eletrospray

(WILM e MANN, 1996) ou MALDI (HILLENKAMP e KARAS, 1990) e conduzidos ao

espectrômetro de massas por um capilar de transferência. Um espectômetro de massas típico

consiste de três partes principais: uma fonte de ionização, um ou mais analisadores de massas,

e um detector. Basicamente, os diversos modelos de espectômetros de massas diferenciam

entre si em relação aos seus analisadores, mas todos são capazes de separar os diferentes íons

peptídeos de acordo com a relação massa/carga (m/z), haja vista que essa relação é

responsável pelo comportamento diferencial de cada um, quando submetidos a campos

elétricos no interior do analisador. Quando se deseja a estrutura de determinado peptídeo, as

formas iônicas são selecionadas e fragmentadas, para obtenção de espectros MS2, técnica

conhecida como espectrometria de massa em série ou MS/MS.

(31)

correspondentes (ZHANG

et al

., 2013) Esse tipo de experimento permite a identificação e

quantificação, com elevada precisão e acurácia, de milhares de proteínas, em um espaço curto

de tempo.

Nenhum experimento dessa natureza foi realizado com qualquer tecido de

E.

oleracea

, portanto, esse estudo é pioneiro. Até o momento, estudos proteômicos pelos

diversos métodos disponíveis, são escassos em plantas da Família Arecaceae (Figura 8;

CHAKRABORTY

et al

., 2015).

Figura 8 - Comparação do número de estudos proteômicos entre diferentes plantas cultivadas com base em uma pesquisa no PubMed (em 23 de setembro de 2014)

(32)

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Estudar a dinâmica do proteoma de sementes em desenvolvimento de

E. oleracea

.

3.2 Objetivos específicos

Comparar o proteoma de quatro estádios de desenvolvimento de sementes de

E.

oleracea

;

Determinar o padrão de deposição de proteínas relacionadas com a síntese e

modificação da parede celular ao longo do desenvolvimento das sementes.

(33)

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Material Vegetal

As sementes utilizadas nesse estudo foram provenientes de plantas presentes em

propriedade particular, no município de Taíba-CE. Foram coletados frutos em quatro estádios

de desenvolvimento, designados de E3, E6, E9 e 11, de acordo com as características

morfológicas descritas na Tabela 1, e ilustradas na Figura 9. Para cada estádio de

desenvolvimento foram coletadas três replicatas biológicas, em que uma replicata

correspondeu a uma planta-matriz.

Tabela 1 - Características morfológicas de frutos e sementes de açaí (Euterpe oleracea Mart.) de acordo com o estádio de desenvolvimento

Estádio de

desenvolvimento

Características

E3

Frutos com diâmetro de 6,2 mm, pericarpo verde

brilhoso e semente com endosperma nuclear.

E6

Frutos com diâmetro de 10,4 mm, pericarpo verde

brilhoso e semente com endosperma celular com

paredes celulares delgadas.

E9

Frutos com diâmetro de 13,6 mm, pericarpo verde

opaco devido a presença de uma camada de cera, e

endosperma celular com paredes espessadas.

E11

Frutos com diâmetro e endosperma semelhantes ao

estádio anterior, contudo apresentam o pericarpo

(34)

Figura 9 - Aspectos morfológicos dos frutos de açaí em desenvolvimento, evidenciando mudanças no tamanho, coloração do pericarpo e do endosperma

4 mm Fonte: Dados da pesquisa

Após a coleta, o material vegetal foi transportado para o Laboratório de Biologia

Molecular de Plantas, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, da Universidade

Federal do Ceará, lavado em água corrente, seco ao ar e liofilizado. Quando secos, as

sementes inteiras foram isoladas do pericarpo com auxílio de espátulas e lupa, trituradas com

martelo, moídas, transferidas para erlenmeyer de 250 ml e, deslipidadas por meio de três

lavagens com acetona. As trocas de acetona ocorreram à cada 12 horas, e durante esse tempo

as amostras permaneciam sob agitação em mesa agitadora. Após desllipidação, as amostras

foram novamente passadas no moinho, em que apenas a fração bem fina aderida a tampa era

coletada, transferida para tudos falcon de 15 ml, e armazenadas à -20 ºC.

4.2 Extração das proteínas e 1D-SDS-PAGE

A extração das proteínas se deu conforme o método descrito por Hurkman e

Tanaka (1986). Foram tomados 80 mg do pó fino de cada replicata biológica, e a este

adicionado 1.600 µl de tampão de extração (tris-HCl 500 mM, EDTA 50 mM, sacarose 700

mM, KCl 100 mM, β

- mercaptoetanol 2% e fenilmetilsulfonilfluorido 1 mM, pH 8,0). Essa

(35)

centrifugada durante 10 minutos a 5.500 x g e 4 ºC (“1”). A fase fenólica foi coletada

cuidadosamente, transferida para outro microtubo, a qual foi adicionada 1.600 µl de tampão

de extração, permaneceu sob agitação em vorté

x por 3 minutos e centrifugada como em “1”.

A fase fenólica foi novamente coletada, repartida entre dois novos microtubos, e mantida

overnight com 4 vezes a solução de precipitação (acetato de amônio 0,1 M preparada em

metanol gelado) à -

20 ºC. O material foi centrifugado nas condições de “1”, o sobrenadante

descartado e ao precitado adicionou- se 1 mL da solução de precipitação, seguindo-se com

agitação vigorosa, nova centrifugação e descarte do sobrenadante. Esse procedimento foi

repetido três vezes, e por fim o material sofreu uma última lavagem com 1 mL acetona gelada

e o precipitado foi seco em Speed Vacuum (Eppendorf).

Um dos tubos de cada replicata biológica contendo as proteínas foi utilizado para

análise do padrão eletroforético. As proteínas foram solubilizadas em 50 µl de uréia 7 M /

tiuréia 2 M e quantificadas pelo método de Bradford. Foram tomadas alíquotas

correspondentes a 20 µg de cada amostra e submetidas a análise 1D-SDS- PAGE, seguindo as

condições descritas por Shah, (2014).

4.3 Preparo das amostras para MS

As amostras de proteínas contidas no segundo tubo foram solubilizadas em 50 µl

de uréia 7 M / tiuréia 2 M e quantificadas pelo ensaio de Qubit (Invitrogen). Uma alíquota

correspondente à 40 µg de proteína foi retirada, reduzida com DTT 10 mM por 1 hora à 30

°C e, alquilada com iodoacetoamida (IAA) 40 mM por 30 minutos à temperatura ambiente e

protegido da luz. Em seguida a concentração de uréia foi diluída e o pH da solução elevado à

8, utilizando bicarbonato de amônio 50 mM na proporção 1:9 (amostra : bicarbonato de

amônio). Posteriormente, as proteínas foram digeridas com tripsina (Promega, Madison, WI,

EUA) por 18 horas à 37 ºC, obedecendo a proporção 1:50 (1 µg de tripsina, para cada 50 µg

de proteínas). A parada da reação da tripsina ocorreu pela adição de TFA 10%, até que o pH

da solução estivesse em torno de 2.

(36)

de ACN, e por fim pela aplicação de 50 µl de uma solução contendo TFA 0,1% e 70% de

ACN. Em seguida, os peptídeos foram secos em Speed Vac (CHRIST

RVC 2-25 CD plus),

ressuspensos em 15 µl de ácido fórmico 0,1%, e quantificados pelo ensaio de Qubit

(Invitrogen).

4.4 Análise por LC-MS/MS dos peptídeos

Uma alíquota referente a 2 µg de peptídeos de cada replicata biológica foi

retirada, diluída com ácido fórmico 0,1% para uma concentração final de 0,5 µg/µl e injetada

num sistema nano LC-EASY II (Proxeon Biosystems ) acoplado online a um espectrômetro

de massas ESI-LTQ Orbitrap Velos (Thermo Fisher Scientific). Os peptídeos eram carregados

inicialmente por uma pré-

coluna (100 μm

× ~

2 cm, ReproSil-Pur C18-

AQ, resina de 3 μm;

Dr. Maisch, Germany) e na sequência por uma coluna (75 µm x 20 cm) preenchida com a

mesma resina e eluídos utilizando um gradiente de 5-35% da fase B durante 160 minutos,

35-95% de B por 8 minutos e, finalizando com 35-95% da fase B por 12 minutos. Compunham a

fase A, 95% de água, 5% de acetonitrila e 0,1% de ácido fórmico e, a fase B, 5% de água,

95% de acetonitrila e 0,1% de ácido fórmico. Após cada corrida a coluna era reequilibrada.

Ao eluírem da coluna, os peptídeos eram ionizados por eletronebulização (

Electrospray

Ionization

, ESI) e tinham então suas massas/carga (m/z) analisadas pelo LTQ Orbitrap Velos

(Thermo Fisher Scientific). Os espectros MS1 foram adquiridos em modo positivo, e os

espectros MS/MS por

data dependent automatic

(DDA). Cada evento de

full scan

compreendeu um intervalo de 350-1800 m/z, resolução de 60.000 FWHM (para m/z 400)

e intensidade mínima de 1x10

4

. Para obtenção dos MS2, os dez íons mais intensos eram

selecionados e fragmentados usando dissociação por colisão de alta energia (HDC) com

energia de colisão normalizada de 35 V, janela de isolamento de 2 m/z e exclusão dinâmica de

45 s. Para cada replicada biológica foram realizadas três análises nessas condições, de modo a

garantir a reprodutibilidade e confiabilidade dos dados.

4.5 Análise dos dados

(37)

Center for Biotechnology Information (

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/protein

), mais o

proteoma de

Arabidopsis thaliana

baixado

do

UniProt

(

http://www.uniprot.org/uniprot/?query=Arabidopsis+thaliana&sort=score

),

ambos

em

Novembro de 2017, além de sequências de contaminantes comumente encontrados em

experimentos baseados em espectrometria de massas.

A primeira busca foi no solftware Proteome Discoverer 2.1 (Thermo Fisher

Scientific) utilizando os seguintes parâmetros: hidrólise tríptica, duas clivagens perdidas,

comprimento mínimo dos peptídeos de 6, tolerância de massa do íon precursor e íons

fragmento de 10 e 0,1 ppm, respectivamente, oxidação da metionina como modificação

variável e carbamidometilação de cisteína como modificação fixa e validação dos PSM por

Target Decoy. Após a busca, as proteínas foram filtradas, sendo consideradas para as análises

subsequentes apenas as

master protein

identificadas com ta

xa de descoberta falsa (FDR) ≤

1%, por pelo menos um peptídeo único, presentes em pelo menos duas replicatas técnicas

para incluírem a replicata biológica e presentes em pelo menos duas replicatas biológicas para

comporem o estádio de desenvolvimento. Essas proteínas foram utilizadas para as abordagens

qualitativas, que constaram do agrupamento pelo diagrama de Venn e categorização

funcional, nas seguintes categorias: metabolismo de aminoácidos (MA), metabolismo de

carboidratos (MC), proteínas de parede celular (PC), citoesqueleto (CT), fotossíntese e

fixação de carbono (FS), metabolismo de lipídeos (ML), metabolismo de nucleotídeos (MN),

peptidases e inibidores (PI), chaperonas, heat shock e proteínas relacionadas (CH),

ubiquitinização e proteassoma (UP), síntese de proteínas (SP), metabolismo de EROS,

metabolismo secundário (MS), proteínas de reserva (PR), fatores de transcrição (FT),

transporte (T), tráfego de vesículas (TV), não caracterizadas (NC) e outras (OT), em que essa

última, foi composta por proteínas que não se enquadraram em nenhuma das demais classes.

A classificação foi realizada manualmente com base no

Kegg

pathway

(

http://www.genome.jp/kegg/pathway.html

) e na descrição funcional da proteína no UniProt

(

http://www.uniprot.org/

). As categorias MA, MC, ML e MS foram divididas em

subcategorias e, três BLAST locais foram efetuados: um contra todas as sequências de

proteínas revisadas de

Arabidopsis thaliana

depositadas no UniProt, para identificação das

proteínas não caracterizadas, outro contra a base de dados

MEROPS

(RAWLINGS

et al

.,

2014) para identificação de peptidases e inibidores, e um último contra a base dados

WallProtDB

(CLEMENTE e JAMET, 2015) para identificações de proteínas de parede

celular.

(38)

mesmo banco de dados especificado acima, obedecendo os seguintes parâmetros: tolerância

de massa do precursor de 40 ppm, hidrólise tríptica semi-específica, duas clivagens perdidas,

oxidação da metionina como modificação variável e carbamidometilação de cisteína como

modificação fixa, com intervalo de massa de 550- 5000 m/z. Os arquivos

SQT

gerados,

contendo todas as proteínas identificadas, foram submetidos ao módulo

‘Search Engine

Processor (SEPro

for PSM)’

para cálculo do FDR e filtragem estatística. As proteínas

(39)

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Identificações

Os perfis eletroforético e cromatográfico das proteínas extraídas da semente de

açaí nos quatro estádios de desenvolvimento são mostrados nas figuras 10 e 11,

respectivamente. Na figura 12 é ilustrado um espectro de massa de MS1 e o seu espectro de

fragmentação correspondente (MS2).

Foram identificadas 1.080 proteínas na semente de açaí em desenvolvimento,

levando em conta todos os critérios de filtro mencionados acima (Apêndice A - Tabela

suplementar 1). Dessas, 758, 897, 285 e 69 estavam presentes nos estádios E3, E6, E9 e E11,

respectivamente. Entre essas proteínas, 121 estiveram presentes exclusivamente no estádio

E3, 223 no estádio E6, 38 no estádio E9 e 8 no estádio E11; 440 foram comuns aos estádio E3

e E6, 35 aos estádios E6 e E9 e 14 aos estádios E9 e E11; 152 foram comuns aos estádios E3,

E6 e E9, e 40 proteínas foram identificadas em todos os estádios de desenvolvimento

estudados (Figura 13). É notado que cerca de 72% das proteínas identificadas estão

concentradas nos dois primeiros estádios de desenvolvimento (E3 e E6), o que reflete a

intensa atividade metabólica pela qual passa a semente no início da sua formação, em razão

principalmente da elevada taxa de divisão celular, e ao fato que nesses estádios de

desenvolvimento muitas das proteínas expressas nos tecidso apresentam abundância

semelhante, ao contrário dos estádios tardios de desenvolvimento, que poucos grupos de

proteínas, por exmplo proteínas de reserva, são muito abundantes, o que reduz a probalidade

de proteínas menos abundantes serem identificadas.

Figura 10 – Perfil eletroforético de proteínas da semente de açaí (Euterpe oleracea Mart.) em quatro estádios de desenvolvimento. A – Perfil eletroforético de proteínas da replicata biológica 1. B – Perfil eletroforético de proteínas da replicata biológica 2. M, marcador molecular

(40)

Figura 11 – Perfis cromatográficos de proteínas da semente de açaí (Euterpe oleracea Mart.) em quatro estádios de desenvolvimento, fracionadas em coluna de fase reversa C18, utilizando um fluxo de 200 nl/min durante 180 minutos. A – Perfil cromatográfico das proteínas do estádio E3. B - Perfil cromatográfico das proteínas do estádio E6. C - Perfil cromatográfico das proteínas do estádio E9. D - Perfil cromatográfico das proteínas do estádio E11

Fonte: Dados da pesquisa.

Figura 12 – Espectros de massa ilustrativos. A - Espectro de MS1. B – Espectro de fragmentação (MS2).

Fonte: Dados da pesquisa

A

B

A

C

(41)

Figura 13. Diagrama de Venn representando as proteínas identificadas nos diferentes estádios de desenvolvimento da semente de açaí (Euterpe oleracea Mart.).

Fonte: Dados da pesquisa.

5.2 Categorização funcional

As 1.080 proteínas identificadas foram classificadas em 19 classes (Figura 14). As

classes, metabolismo de carboidratos (MC), síntese de proteínas (SP), metabolismo de

aminoácidos (MA), parede celular (PC), metabolismo secundário (MS), metabolismo de

lipídeos (ML), transportadores (T), metabolismo de EROS (EROS) e chaperonas, heat schock

e proteínas relacionadas (CH), foram as que apresentaram maior representatividade, com 163,

107, 95, 86, 89, 70, 60, 57 e 50 proteínas, respectivamente. É importante salientar que

algumas proteínas foram classificadas em mais de uma classe funcional, dado o fato que

compartilham mais de uma via metabólica (Figura 14).

(42)

alongamento e degradação de ácidos graxos, e com o metabolismo de glicerolipídeos e

esfingolipídeos (Figura 17). Enquanto as proteínas do MS integram basicamente as rotas

biossintéticas de fenilpropanóides e flavonóides (Figura 18).

(43)

Figura 14. Classificação funcional de proteínas identificadas na semente de açaí (Euterpe oleeracea Mart.) em desenvolvimento, realizada manualmente com base no Kegg pathway (http://www.genome.jp/kegg/pathway.html) e na descrição funcional disponível no UniProt (http://www.uniprot.org/).

Fonte: Dados da pesquisa

0 50 100 150 200 250

Núm

er

o

de pr

ot

nas

(44)

Figura 15. Subcategorização das proteínas da classe ‘Metabolismo de Aminoácidos’ identificadas na semente de açaí (Euterpe oleracea Mart.) em desenvolvimento, realizada manualmente com base no Kegg pathway (http://www.genome.jp/kegg/pathway.html) e na descrição funcional disponível no UniProt (http://www.uniprot.org/)

Fonte: Dados da pesquisa.

Figura 16. Subcategorização das proteínas da classe ‘Metabolismo de Carboidratos’ identificadas na semente de açaí (Euterpe oleracea Mart.) em desenvolvimento, realizada manualmente com base no Kegg pathway (http://www.genome.jp/kegg/pathway.html) e na descrição funcional disponível no UniProt (http://www.uniprot.org/)

Fonte: Dados da pesquisa.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 Biossíntese de arginina

Biossíntese de fenilalanina, tirosina triptofano Biossíntese de lisina Biossíntese de valina, leucina e isoleucina Degradação de lisina Degradação de valina, leucina e isoleucina Metabolismo de alanina, aspartato e glutamato Metabolismo de cisteina e metionina Metabolismo de fenilalanina Metabolismo de glicina, serina e treonina Metabolismo de tirosina Metabolismo de triptofano

Número de proteínas

Su bca teg or ias d o m etab olis m o de am in oác id os

0 10 20 30 40 50 60 70

Glicólise e Gliconeogênese Cíclo do ácido cítrico Via das pentoses fosfato Metabolismo de frutose e manose Metabolismo de galactose e sacarose Metabolismo de piruvato, glioxilato e

dicarboxilato

Proteínas relacionadas com metabolismo de carboidrato

Número de proteínas

(45)

Figura 17. Subcategorização das proteínas da classe ‘Metabolismo de Lipídeos’ identificadas na semente de açaí (Euterpe oleracea Mart.) em desenvolvimento, realizada manualmente com base no Kegg pathway (http://www.genome.jp/kegg/pathway.html) e na descrição funcional disponível no UniProt (http://www.uniprot.org/)

Fonte: Dados da pesquisa.

Figura 18. Subcategorização das proteínas da classe ‘Metabolismo Secundário’ identificadas na semente de açaí (Euterpe oleracea Mart.) em desenvolvimento, realizada manualmente com base no Kegg pathway (http://www.genome.jp/kegg/pathway.html) e na descrição funcional disponível no UniProt (http://www.uniprot.org/)

Fonte: Dados da pesquisa

0 5 10 15 20 25

Biossíntese e alongamento de ácidos graxos Degração de ácidos graxos Metabolismo de glicerolipídeos e

esfingolipídeos

Metabolismo de glicerofosfolipídeos Metabolismo do ácido araquidônico Metabolismo do ácido linoleico e do ácido

alfa-linoleico

Biossíntese de esteróis e hormônios esteróis Proteínas relacionadas ao metabolismo de

ácidos graxos

Número de proteínas

Su bca teg or ias d as p ro teín as do m etab olis m o de lip íd eo s

0 5 10 15 20 25 30

Biossíntese das unidades básicas dos terpenos Biossíntese de sesquiterpenos e triterpenos biossíntese de zeatina Biossíntese de flavonóides Biossíntese de isoflavonóides Biossíntese de antocianinas Biossíntese de fenilpropanóides Biossíntese de alcalóides de isoquinolina Biossíntese de alcalóides indol Biossíntese de tropane, piperidinas e …

Biossíntese de gligosinolatos Biossíntese de carotenóides Outras enzimas do metabolismo secundário

Número de proteínas

(46)

Figura 19. Classificação funcional das proteínas identificadas em cada estádio de desenvolvimento da semente de açaí (Euterpe oleeracea Mart.), realizada manualmente com base no Kegg pathway (http://www.genome.jp/kegg/pathway.html) e na descrição funcional disponível no UniProt (http://www.uniprot.org/).

Fonte: Dados da Pesquisa.

0

5

10

15

20

25

30

P

or

ce

ntag

em

(

%)

Classes funcionais

E3

E6

E9

(47)

5.3 Proteínas diferencialmente expressas

As proteínas diferencialmente expressas foram identificadas usando o módulo

TFold do PatternLab 4.0, que utiliza um estimador FDR teórico para maximizar as

identificações que satisfaçam o valor de corte do

fold change

que varia com P valor do teste t.

A quantificação relativa se deu pelas seis comparações possíveis entre os quatro estádios de

desenvolvimento estudados (Figura 20). Foram diferencialmente expressas 21, 43, 14, 37, 14

e 3 proteínas nas comparações E6/E3, E9/E3, E11/E3, E9/E6 e E11/E9, respectivamente

(Apêndices B, C, D, E, F e G - Tabelas suplementares 2, 3, 4, 5, 6 e 7, respectivamente).

(48)

A

B

(49)

Fonte: Dados da pesquisa.

C

D

Imagem

Figura 1 - Euterpe oleracea Mart. A -  Imagem da palmeira multicaule  E.  oleracea  Mart
Figura 2 - Importância econômica do açaí (Euterpe oleracea Mart.) no Brasil. A- Produção histórica  anual de açaí no Brasil (toneladas de frutos colhidos)
Figura 3 - Modelo geral do ganho de massa de sementes  durante o desenvolvimento
Figura 4 - Anatomia do desenvolvimento do embrião em  Euterpe oleracea Mart. A- Zigoto polarizado  com celular apical menor e célula basal maior
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Referências

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