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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM JAMILE FERNANDES

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

JAMILE FERNANDES

TECNOLOGIAS UTILIZADAS POR ENFERMEIROS NA ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA DE IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA

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JAMILE FERNANDES

TECNOLOGIAS UTILIZADAS POR ENFERMEIROS NA ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA DE IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito para obtenção de diploma em Bacharel em Enfermagem na Universidade Federal do Ceará-UFC.

Orientador: Profª. Drª. Marília Braga Marques.

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JAMILE FERNANDES

TECNOLOGIAS UTILIZADAS POR ENFERMEIROS NA ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA DE IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito para obtenção de diploma em Bacharel em Enfermagem na Universidade Federal do Ceará-UFC.

Aprovada em: ___/___/______

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Profª. Drª. Marília Braga Marques (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Enf. Ana Paula de Campelo Maciel Ribeiro

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, pelas oportunidades durante o meu percurso, por me proporcionar uma vida de bênçãos e sempre me amparar com seu eterno amor.

Agradeço aos meus pais, Maria das Graças e Antonio Fernandes, e irmãos Vanessa e Oscar, por todo o incentivo aos estudos, por me mostrar o caminho e por sempre estarem aptos a percorrê-lo comigo, pela sua proteção e por serem meu apoio e refúgio.

Aos meus amigos do curso de Enfermagem que estiveram comigo e tornaram esse tempo o mais especial possível.

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“Não podemos acrescentar dias a nossa vida, mas podemos acrescentar vida aos nossos dias.”

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RESUMO

Introdução: O envelhecimento populacional caracteriza-se como um fenômeno mundial e as tecnologias em saúde representam uma importante ferramenta voltada a atender as necessidades dessa parcela da população. Objetivo: Analisar a produção científica acerca das tecnologias utilizadas por enfermeiros na assistência domiciliária de idosos na atenção básica. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura realizado nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), consultada por meio do Public Medline (PubMed), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Scientific Electronic Library Online (Scielo), através dos descritores: tecnologias, enfermagem, idoso, assistência domiciliária e atenção primária e seus correspondentes em inglês. Incluíram-se artigos na íntegra, originais, sem data limite de publicação, nos idiomas português e inglês, realizados com pessoas de 60 anos ou mais. Resultados: Os estudos abordados trabalharam principalmente com tecnologias leves e leve-duras, seguidas das tecnologias duras de cuidado ao idoso. Nas tecnologias leves foram trabalhadas as temáticas de comunicação com o idoso e a educação em saúde com o idoso e o seu cuidador. Nas tecnologias duras foram exemplicados o uso de programas computacionais e sistemas eletrônicos para o manejo de medicamentos. Conclusão: Concluiu-se que há estudos insuficientes que abordam o uso das tecnologias duras pelo enfermeiro e sua implementação com o idoso, sendo necessário mais investimentos para se estabelecer condições adequadas para a pesquisa e inovação nessa área.

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ABSTRACT

Introduction: Population aging is characterized as a worldwide phenomenon and health technologies represent an important tool to meet the needs of this part of the population. Objective: To analyze the scientific production about the technologies used by nurses in the home care of the elderly in primary care. Methodology: This is an integrative review of literature conducted in the Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) databases, accessed through the Public Medline (PubMed), Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (Lilacs) and Scientific Electronic Library Online (Scielo), through the descriptors: technologies, nursing, elderly, home care and primary care and their correspondents in English. Including original articles, with no publication deadline, in Portuguese and English, with people aged 60 and over. Results: The studies studied worked mainly with light and light-hard technologies, followed by the hard technologies of care for the elderly. In the light technologies the subjects of communication with the elderly and health education with the elderly and their caregiver were worked. In hard technologies, the use of computer programs and electronic systems for the management of medicines was exemplified. Conclusion: It was concluded that there are insufficient studies that address the use of hard technologies by the nurse and its implementation with the elderly, requiring more investments to establish adequate conditions for research and innovation in this area.

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LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1  Caracterização dos artigos quanto ao ano de publicação, título, periódico publicado, metodologia e objetivos... 23 Quadro 2  Caracterização dos tipos de Tecnologias leve, Tecnologias leve-duras e

Tecnologias duras... 32 Quadro 3  Caracterização dos artigos quanto aos resultados obtidos e

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AD Atenção Domiciliar

BVS Biblioteca Virtual em Saúde DeCS Descritores em Ciências da Saúde

EASIC Enfermagem na Atenção a Saúde do Idoso e seus Cuidadores ECR Ensaio Controlado Randomizado

EDG INPS IPSS LILACS MD2 MEDLINE MEEM MeSH NIH PNSPI PubMed REBEn SAD SAMDU SciELO SUS TDR TFV TPF UMC UFF WRAAA

Escala de Depressão Geriátrica

Instituto Nacional de Previdência Social

Instituições Particulares de Solidariedade Social

Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde Medication Dispenser 2

Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Mini Exame do Estado Mental

Medical Subject Headings National Institutes of Health

Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa Public Medline

Revista Brasileira de Enfermagem Serviços de Atenção Domiciliar

Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência Scientific Eletronic Library Online

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 14

2 OBJETIVO ... 19

3 METODOLOGIA ... 20

3.1 Tipo de Estudo ... 20

3.1.1 Etapas da pesquisa... 21

4 RESULTADOS... 23

5 DISCUSSÃO ... 36

6 CONCLUSÃO ... 41

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1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é um fenômeno caracterizado pela elevação da participação de idosos no total da população, bem como aumento da sua idade média, podendo ser revertido se a taxa de fecundidade aumentar. É um processo em que ocorre a manutenção, por um tempo relativamente longo, de taxas de crescimento da população idosa superiores às da população mais jovem (FREITAS & PY, 2016). O envelhecimento populacional é uma resposta à mudança de alguns indicadores de saúde, especialmente a queda da fecundidade e da mortalidade e o aumento da esperança de vida.

De acordo com a Organização Pan-americana de Saúde o envelhecimento é um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte (BRASIL, 2013).

Envelhecer não significa necessariamente adoecer, a menos que exista doença associada. Além disso, com os avanços na área da saúde e da tecnologia, é possível uma melhor qualidade de vida para a população com acesso a serviços públicos ou privados adequados (MIRANDA; MENDES; SILVA, 2016).

No Brasil, é considerado idoso todo indivíduo com 60 anos ou mais, sendo prevista, através da regulamentação da Política Nacional de Saúde do Idoso de 1996, a garantia dos direitos sociais à pessoa idosa, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade e reafirmando o direito à saúde nos diversos níveis de atendimento do SUS (Lei nº 8.842/94 e Decreto nº 1.948/96). Houve a determinação, em 1999, através da Portaria Ministerial nº 1395, dos órgãos e entidades do Ministério da Saúde responsáveis pela elaboração ou a readequação de planos, projetos e atividades necessárias para o cumprimento do direito à saúde do idoso pelo SUS (BRASIL, 1999).

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mentais necessárias para a realização de atividades básicas e instrumentais da vida diária (BRASIL, 2017).

A criação do Estatuto do Idoso trouxe a organização e o direcionamento das normas de proteção e atenção à população idosa no Brasil, muitas das quais enfatizam cuidados específicos à saúde do idoso. Conforme o art. 15 do EI, é assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos, atendimento domiciliar, incluindo a internação para a população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, bem como reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas decorrentes do agravo da saúde. E o art. 18 do EI afirma que as instituições de saúde devem apresentar critérios mínimos para o atendimento às necessidades dos idosos, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais assim como orientações a cuidadores familiares e grupos de autoajuda (BRASIL, 2017).

Com a publicação, em 2006, das Diretrizes do Pacto pela Saúde que contempla o Pacto pela vida, por meio da Portaria nº 399/GM, a saúde do idoso aparece como uma das seis prioridades pactuadas entre as três esferas de governo. A partir disso, foram apresentadas algumas ações visando à implementação de algumas diretrizes da Política Nacional de Atenção à Saúde do Idoso, através da Portaria GM nº 2528, como a necessidade de uma maior inserção das Redes Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso (BRASIL, 2006).

Dessa forma, compreende-se a necessidade da execução dessas políticas para assegurar a permanência do idoso no contexto comunitário e familiar como indivíduo independente e autônomo, evitando a sua institucionalização. A PNSPI prevê a recuperação e promoção da autonomia e independência dos indivíduos idosos através das seguintes diretrizes: promoção do envelhecimento ativo e saudável; atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa; estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção; provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa, dentre outras (BRASIL, 2006).

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diversas competências. Estudos revelam que os profissionais de enfermagem desempenham um importante papel no estabelecimento de cuidados no domicílio, já que precisam treinar os cuidadores, supervisionar os técnicos de enfermagem e identificar a necessidade de serviços de outros profissionais da saúde (ANDRADE et al 2017).

Na Atenção Básica, o processo de trabalho das equipes de saúde da família deve caracterizar-se pelo desenvolvimento de ações proativas, cujo planejamento é fundamental para a efetivação do acolhimento, levando-se em conta o “acolher na família/comunidade”. Para o acolhimento da população idosa, os profissionais de saúde devem compreender as especificidades dessa população e a própria legislação brasileira vigente, como o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2009).

Dessa forma, a equipe de saúde deve estar preparada para lidar com as questões do processo de envelhecimento, inclusive as de ordem subjetiva, romper com a fragmentação do processo de trabalho e interação precária das equipes multiprofissionais e facilitar o acesso do idoso aos diversos níveis de complexidade da atenção (BRASIL, 2009). Esses aspectos são importantes para o estabelecimento dos critérios de elegibilidade aos Serviços de Atenção Domiciliar (SADs) e determinação da modalidade Atenção Domiciliar (AD), cujas categorias mais significativas para a prática dos serviços abrangem aspectos clínicos (hospitalizações, presença de doenças agudas, terapia medicamentosa), socioeconômicos e ambientais (drogadição, presença de cuidador, condições de moradia) (BRASIL, 2013).

Ressalta-se a importância da enfermagem no cuidado domiciliar e suas novas atribuições, em que observa-se a modificação da conduta de orientar tarefas para uma maior ênfase no estabelecimento da relação de cuidado com foco direcionado à dignidade do cliente, identificando obstáculos (autoimagem negativa, pressão no trabalho e a falta de oportunidades de desenvolvimento), e necessidades (empoderamento e desenvolvimento pessoal), bem como verificando e utilizando diversas competências (habilidade de comunicação, negociação, liderança e flexibilidade) (STENIS; WINGERDEN; TANKE, 2017).

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Existem diversas formas de prestar assistência em saúde através do uso de tecnologias variadas, que abrangem desde a abordagem inicial do indivíduo, como o acolhimento e a formação de vínculo entre o profissional e o cliente, até o produto final do cuidado. As principais tecnologias utilizadas são classificadas em tecnologias leves, cuja implementação depende do estabelecimento de relações (vínculo, gestão de serviços e acolhimento); tecnologias leve-duras, representada pela utilização de saberes estruturados; e tecnologias duras, que utiliza instrumentos, normas e equipamentos tecnológicos (ARAÚJO et al 2017).

As tecnologias duras são representadas pelos equipamentos tecnológicos do tipo máquinas, normas e estruturas organizacionais. As tecnologias leves relacionam-se ao saber que as pessoas adquirem ao relacionam-se apropriarem no modo de pensar e atuar sobre os casos de saúde. Enquanto que as tecnologias leve/duras exigem um saber-fazer que normaliza e é normalizado, como os protocolos e o conhecimento produzido em áreas específicas do saber, as tecnologias leves são as produzidas no trabalho vivo em ato, dando possibilidade a produção do vínculo, acolhimento e responsabilização (MEHRY, 2002).

Quanto às tecnologias encontradas na prática cotidiana do enfermeiro, Koerich (2006) classifica como tecnologias leves e pesadas os cuidados manuais, a forma de tocar e conversar, os conhecimentos, e até a tecnologia de ponta, fazendo parte dessas tudo que está disponível, a exemplo dos equipamentos em geral para a prestação de serviço e de acesso à informação e organização da prática.

Araújo et al., (2017) refere que a utilização das tecnologias duras, como o desenvolvimento de softwares, são importantes para a tomada de decisões clínicas e para o desenvolvimento de políticas públicas e ações de prevenção e educação em saúde, desde que haja a coligação entre as tecnologias duras e leves, visando a um cuidado de enfermagem humanizado.

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ações de cuidado (visita domiciliar, oxigenoterapia, manejo da dor, avaliação de risco e prevenção de complicações) e ações administrativas (planejamento e organização de visita domiciliar, coordenação de cuidados e gestão de casos) (ANDRADE et al 2017).

A institucionalização e a profissionalização do domicílio como espaço de cuidado em saúde surgem em 1947 nos Estados Unidos, devido à necessidade de um ambiente mais favorável à recuperação dos pacientes e à liberação de leitos nos hospitais. A partir da década de 1970, ocorreu um incremento mundial na oferta de serviços na atenção domiciliar, motivado pelas mudanças demográficas e epidemiológicas. Além disso, houve uma tendência à busca pela redução dos custos à assistência para os sistemas de saúde e a prestação de cuidados voltados para a humanização. No Brasil, o cuidado domiciliar profissional teve seu primeiro registro em 1949, realizado pelo Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (SAMDU), que foi vinculado ao Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) em 1967. Desde então, verifica-se um incremento na oferta de serviços de AD, principalmente dos anos de 1990 em diante (BRAGA et al 2016).

Várias modalidades de cuidado domiciliar foram implantadas no país, como o Sistema de Internação Domiciliar no município de Londrina, no Paraná, o Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e o Programa de Atenção Domiciliar do Grupo Hospitalar Conceição, no Rio Grande do Sul. Em oito de novembro de 2011, ocorreu o lançamento do programa Melhor em Casa, sendo composto por enfermeiros e médicos em suas equipes multiprofissionais de AD. Apesar de todas essas ações ainda há uma deficiência de profissionais com preparo para atuar na AD, visto que não há menção explícita nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) sobre habilidades específicas para atuação na AD (HERMANN et al 2017).

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2 OBJETIVO

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3 MÉTODO

3.1 Tipo de Estudo

Este estudo é uma revisão integrativa e tem como objetivo reunir e sintetizar resultados anteriores para elaborar uma explicação abrangente de um fenômeno específico. É um método de pesquisa utilizado com frequência na prática baseada em evidência e caracteriza-se pelo estabelecimento de conclusões através da avaliação

crítica de diferentes abordagens metodológicas (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2015).

Esta pesquisa dividiu-se em cinco etapas: elaboração da questão norteadora; definição das bases de dados e estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/amostragem ou busca na literatura; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; interpretação dos resultados e, por último, apresentação da revisão/síntese

do conhecimento (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2015). Portanto, elaborou-se a seguinte questão norteadora: Quais as tecnologias utilizadas pelo enfermeiro na assistência domiciliária de idosos?

O direcionamento inicial desta pesquisa aconteceu através de uma consulta aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), e do Medical Subject Headings (MeSH) da National Library, para conhecimento dos descritores universais. Foram, portanto, utilizados os descritores controlados, em português e inglês: “tecnologias/Technologies”, “enfermagem/nursing”, “idosos/elderly”, “assistência domiciliária/ home care” e “atenção primária/ primary attention”. Os mesmos descritores foram utilizados na base de dados SciELO.

Os artigos foram selecionados através de busca realizada durante o mês de outubro de 2018 na internet e nas seguintes bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), consultada por meio do Public Medline (PubMed).

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3.1.1 Etapas da pesquisa

A primeira etapa da pesquisa consistiu na busca avançada nas bases de dados com detalhamento do quantitativo dos artigos: seis artigos na base de dados LILACS, seis artigos na base de dados SciELO e 25 artigos na base de dados MEDLINE, gerando um total de 37 artigos.

Foram incluídos no estudo os artigos publicados em inglês e português, sem delimitação de data de publicação, que apresentassem resumos e informações sobre as tecnologias utilizadas pelo enfermeiro na atenção domiciliária aos idosos. Foram excluídas monografias, dissertações, teses, editoriais, manuais, capítulos de livros, relatórios, relatos de experiência e estudos reflexivos.

Após o processo de seleção e identificação dos artigos que obedeceram aos critérios de inclusão estabelecidos, prévia leitura de todos os títulos, resumos ou abstract, selecionaram-se 10 publicações. Cinco estudos, cuja autoria não era de enfermeiros, foram excluídos, ficando cinco artigos para análise, sendo dois da base de dados SciELO e três da MEDLINE, através do PubMed (Figura1).

Na segunda etapa, realizou-se a leitura na íntegra dos 10 artigos, sendo excluídos cinco artigos cuja elaboração não contou com a participação efetiva de enfermeiros no ambiente domiciliar.

Na terceira etapa, após todos os refinamentos estabelecidos para a revisão, através dos critérios de inclusão e exclusão, ficaram para análise cinco artigos, os quais foram apresentados em um quadro, permitindo uma melhor visualização e sumarização e em seguida interpretados conforme os objetivos propostos.

Na quarta etapa da pesquisa, foi realizada a seleção das publicações para análise, mediante a correspondência com a questão norteadora da pesquisa e os seus critérios de inclusão e exclusão. As publicações selecionadas foram organizadas através de um instrumento com as seguintes informações: título, periódico, país, ano de publicação, objetivos, metodologia e resultados da pesquisa.

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Figura 1- Fluxo do processo de seleção dos estudos para a revisão integrativa.

Fonte: autoria própria (2018)

Para este trabalho, foram considerados os aspectos éticos da pesquisa, respeitando a autoria das ideias, os conceitos e as definições presentes nos artigos incluídos na revisão.

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4 RESULTADOS

Foram encontrados um total de cinco artigos com abordagem direcionada às tecnologias utilizadas pelo enfermeiro na assistência domiciliária aos idosos na atenção básica. O Quadro 1 detalha a caracterização dos estudos selecionados através das informações coletadas por meio de ficha elaborada com os tópicos.

No que se refere aos enfoques das publicações inseridas no estudo, emergiram três categorias temáticas: Linguagem corporal e Construção do relacionamento terapêutico com os idosos (Artigos 01 e 03), Manejo do regime medicamentoso dos idosos (Artigos 02 e 04), Idosos com demência e a educação em saúde de seus cuidadores (Artigo 05).

Quadro 1 – Caracterização dos artigos quanto ao ano de publicação, título, periódico publicado, metodologia e objetivos. Fortaleza, 2018. Continua.

Artigo/Ano/Título

Periódico/País Tipo de estudo/ Amostra Objetivo(s) Artigo 1, 2000

Effects of video interaction analysis training on nurse– patient communication in the care of the elderly. Pacient Education and Counseling

Holanda

Quantitativo/Descritivo 241 idosos

40 enfermeiros

 Melhorar as

habilidades de comunicação dos enfermeiros, de modo a prestar atenção às necessidades físicas e sociais dos pacientes;

 Facilitar o

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Artigo 2, 2004 Using Computers to

Reduce Medication Misuse of Community-Based Seniors: Results of a Pilot Intervention Program. Geriatric Nursing Estados Unidos

Quantitativo/Descritivo 412 idosos

 Testar a eficácia do

Talking Computer para

evitar o uso inadequado de medicamentos.

Artigo 3, 2012

Cuidados domiciliares – interação do enfermeiro com a pessoa idosa/família. Acta Paul Enferm

Portugal

Qualitativo indutivo Seis enfermeiras e sete idosos.

 Compreender como os enfermeiros organizam e estruturam as visitas domiciliares;

 Identificar as estratégias desenvolvidas pelos enfermeiros para que sejam aceitos no ambiente íntimo e privado das pessoas alvo dos cuidados de saúde;  Compreender as atitudes

observadas/sentidas pelos enfermeiros durante a interação com a pessoa idosa-família e que indicam que já são aceitas pelas pessoas cuidadas;

 Identificar como os enfermeiros mobilizam os vários recursos, materiais e humanos, para obterem respostas à complexidade de situações que se lhes deparam;

 Identificar as intervenções terapêuticas desenvolvidas pelos enfermeiros nos contextos domiciliares. Artigo 4, 2013

Nurse Care Coordination and Technology Effects on Health Status of Frail Elderly via Enhanced Self-management of

Medication: Randomized

Quantitativo/Descritivo 414 idosos

 Avaliar os resultados do estado de saúde de idosos com fragilidade, inseridos em um programa de apoio domiciliar, que

enfatiza o

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Fonte: autoria própria (2018).

Após o refinamento da busca, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, foram obtidos três artigos na base de dados PubMed, dois na SciELO e nenhum na LILACS. Verificou-se que três artigos apresentavam uma abordagem quantitativa e dois tinham uma abordagem qualitativa. Em relação ao local do estudo, dois artigos foram produzidos nos Estados Unidos, um no Brasil, um na Holanda e um em Portugal.

O estudo 01 (WILMA et al., 2000) foi constituído por um grupo experimental de 24 enfermeiros com treinamento prévio de comunicação enfermeiro-paciente e um grupo controle com 23 enfermeiros, cujo treinamento ocorreu no decorrer do estudo. Ambos os grupos trabalhavam em uma empresa de cuidados domiciliares e em uma Instituição de longa Permanência para Idosos. O programa de treinamento teve como objetivo geral melhorar as habilidades de comunicação dos enfermeiros, de tal forma que eles prestassem atenção às necessidades físicas e sociais dos pacientes.

Dos enfermeiros que participaram da pesquisa, 95,2% eram do sexo feminino no grupo experimental e 100% no grupo controle. O grupo experimental tinha em média 17 anos de experiência profissional e 52,4% trabalhavam em uma empresa de cuidados domiciliares e 47,6% trabalhavam em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI). O grupo controle tinha em média 14,5 anos de experiência profissional, 47,3% trabalhavam em uma empresa de cuidados domiciliares e 52,7% trabalhavam em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI).

Clinical Trial to Test Efficacy.

NIH Public Access Estados Unidos

tanto a coordenação do cuidado quanto a tecnologia.

Artigo 5, 2015

Estimulação cognitiva para idoso com Doença de Alzheimer realizada pelo cuidador.

REBEn Brasil

Qualitativo

Cinco idosos e seus respectivos cuidadores

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Com relação aos idosos, 71% eram do sexo feminino, desse total, 75% eram atendidos por uma empresa de cuidados domiciliares e tinham média de idade de 77 anos, 25% viviam em uma ILPI e apresentavam idade média de 87 anos. Dos idosos do sexo masculino, 64% eram atendidos por uma empresa de cuidados domiciliares e tinham média de idade de 76 anos, 36% viviam em uma ILPI e apresentavam idade média de 86 anos.

Durante a pesquisa aconteceram sessões de análise de vídeo-interação entre o orientador e os enfermeiros em treinamento, para que eles discutissem o seu próprio desempenho durante os encontros de enfermagem. Em sua totalidade, o programa de treinamento de habilidades de comunicação correspondeu a um curso introdutório de dois dias, com uma explicação teórica sobre a comunicação entre o enfermeiro e o paciente idoso, uma explicação do método da análise de vídeo-interação e a prática de comunicação durante as apresentações, mostrando as interações enfermeiro-paciente, em que atores atuaram como pacientes.

Antes do treinamento, o grupo experimental registrou 87 encontros enfermeiro-paciente idoso e o grupo controle 69 encontros. Após o treinamento, os números foram 87 e 73, respectivamente. Cada encontro foi filmado inteiramente usando uma câmera com tripé. Os encontros tiveram uma duração média de 18 min (variação de 4,8 a 60,7). Na amostra pré-teste, 20% dos encontros abordaram a assistência psicossocial e as visitas restantes envolveram os cuidados de higiene. Durante o pós-teste, esses percentuais foram 30 e 70, respectivamente.

Houve também seis sessões de pequenos grupos em que dois estagiários, orientados pelo treinador, analisaram e discutiram os seus próprios encontros filmados de interação enfermeiro-paciente. Foram realizadas filmagens dos dois grupos de enfermeiros durante o atendimento a 241 idosos. Os resultados demonstraram que a comunicação do enfermeiro, após o treinamento, ficou mais facilitadora.

Os dois grupos de enfermeiros mostraram menos discordância, usaram perguntas mais abertas e deram mais informações. Além disso, esses enfermeiros foram classificados como mais interessados e envolvidos, mais afetuosos e menos condescendentes. Tanto os enfermeiros do grupo experimental como os do grupo controle foram classificados como mais interessados e envolvidas durante o pós-teste. Com relação à postura paternalista, os enfermeiros do grupo controle apresentaram mais esse padrão do que os do grupo experimental, já os enfermeiros do grupo experimental forneceram aos pacientes mais informações sobre os temas de enfermagem e saúde.

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por enfermeiros treinados apresentaram diminuição de discordância, deram mais informações e produziram suas próprias soluções com mais frequência.

O estudo 02 (NILES; ALEMAGNO; TREIBER, 2004) aborda as experiências do

Healthy Town Program”, pertencente à Associação de Enfermeiros de Cuidados

Domiciliares de Ohio nos Estados Unidos, e as melhorias que ele trouxe para o estado de saúde dos idosos de nove comunidades. O programa parte do pressuposto de que os idosos estão dispostos a alterar o seu comportamento na busca por um estilo de vida saudável. O projeto testou a eficácia de um sistema sonoro emissor de voz de alerta em laptops, o “Talking Computer”, com 412 idosos de nove comunidades do subúrbio de Ohio durante dois meses.

Inicialmente, os idosos foram introduzidos a uma breve descrição do projeto, seguida de uma interação com o Talking Computer para responder a um questionário estruturado contendo perguntas com respostas “Sim” ou “Não” sobre o uso de medicamentos. Depois, os idosos assistiram a alguns vídeos de acordo com as suas respostas e receberam uma lista com lembretes sobre os medicamentos, além de uma caixa de dispensação dos medicamentos para sete dias. A intervenção dos vídeos consistia nas consequências do uso indevido de medicamentos, como a dependência e a ocorrência de quedas, além disso, referia métodos para melhorar a adesão ao regime medicamentoso.

Os idosos foram orientados a rever periodicamente a lista de lembretes de medicamentos em casa e conversar sobre a mesma com o médico, para verificar a necessidade de alterações, caso achassem necessário. Os lembretes da lista foram adaptados a cada prescrição e continham questões como: “Fale com o seu médico sobre as pílulas para dormir”. Dos 412 idosos participantes da pesquisa, 91% utilizavam medicamentos sujeitos a receita médica, 74% eram mulheres, com média de idade de 76 anos, 69.8% tomavam mais de dois medicamentos por prescrição, 63,3% tomavam medicamentos para dor, 62,1% tomavam medicamentos para pressão arterial, 68% tomavam medicamentos de venda livre e 32% relataram que esqueciam de tomar o medicamento.

Após dois meses da intervenção, 261 idosos que continuaram no programa responderam a um questionário sobre a pesquisa, 41 idosos sairam do programa devido à doença ou falecimento e 111 idosos não responderam ao questionário. Dos idosos que responderam, 38% afirmaram que estavam usando a caixa de distribuição de medicamentos, 55% estavam verificando a lista lembrete das medicações e 32% estavam conversando com o médico sobre alterações na prescrição.

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medicações, 63% relataram que tinham aprendido algo novo enquanto assistiam aos vídeos no Talking Computer, 89% afirmaram que a intervenção computadorizada poderia ser útil para outros idosos e 96% informaram que as perguntas do computador eram fáceis de responder. Verificou-se então que houve eficácia na intervenção computadorizada do Talking Computer, visto que a maioria dos idosos indicou uma resposta positiva ao interagir com o computador e assistir aos vídeos. Dessa forma, o Talking Computer pode ser útil para os enfermeiros em programas de educação em saúde, possibilitando intervenções em ambientes comunitários através da formação de redes informais de apoio e incentivo à comunicação entre enfermeiros e idosos.

No estudo 03 (GAGO & LOPES, 2012), houve o desenvolvimento de uma teoria provisória e sua verificação através da coleta sistemática de dados e de sua constante de análise. Foi realizada uma amostragem teórica com a participação de seis enfermeiras e sete pessoas idosas e suas respectivas famílias, indicadas pelas enfermeiras.

Os dados foram coletados durante observação não participante de pessoas idosas em 41 visitas domiciliares, em um período consecutivo de dois meses, acompanhando as enfermeiras do Centro de Saúde.

Foram efetuadas sete entrevistas semiestruturadas com as pessoas idosas e suas respectivas famílias, em um período de seis meses, sendo questionada a percepção destes em relação aos cuidados de enfermagem no domicílio. Também houve a entrevista de 12 enfermeiras em uma sala privativa do Centro de Saúde, cuja questão solicitada foi que as enfermeiras descrevessem suas práticas. Todas as entrevistas foram audiogravadas e transcritas.

Como resultado, elaborou-se a seguinte categoria substantiva: “Construindo a relação em contexto familiar”. Houve a participação de 41 pessoas neste estudo, sendo 18 do sexo masculino e 23 do sexo feminino. Observou-se a predominância do estado civil de viuvez entre as mulheres e de casado entre os homens. O grau de instrução dos idosos foi até o primeiro ano do ensino fundamental e a maioria das idosas não possuía qualquer grau de escolaridade.

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organizações católicas, as quais ofereceram ajuda em nível de cuidados de higiene, fornecimento de alimentação e cuidados com as roupas.

No estudo 04 (MAREK at al., 2013), foi realizado um Ensaio Controlado Randomizado (ECR) para avaliar os idosos com doenças crônicas e dificuldades no autogerenciamento do regime medicamentoso. O ECR foi formado por um grupo controle e dois grupos de intervenção acompanhados durante um período de 12 meses. A amostra populacional foi contituída por 414 idosos que recebiam cuidados de saúde no domicílio. Os três grupos receberam uma tabela para acompanhar as medicações utilizadas.

O grupo controle não recebeu nenhuma intervenção dos enfermeiros com relação à administração de medicamentos e alteração do plano de cuidados. Já os grupos de intervenção foram divididos de acordo com o uso do MD2, Medication Dispenser 2, (sistema automático de dispensação de medicamentos), grupo do MD2, e do Medplanner (caixa com compartimentos separados para as medicações de acordo com os dias da semana), grupo do Medplanner, e contavam com a assistência de enfermagem para orientar sobre o uso desses dispositivos, bem como para refazer o plano de cuidados.

Os resultados mostraram que os participantes que receberam a coordenação de cuidados de enfermagem e utilizaram o Medplanner tiveram melhora significativa do quadro clínico em comparação ao grupo controle. Já a coordenação de cuidados de enfermagem com o uso do MD2 demonstrou não haver melhora significativa do quadro clínico dos pacientes.

Neste estudo, os enfermeiros não apenas realizaram a dispensação de medicamentos no Medplanner e no MD2, mas também mantiveram a continuidade dos cuidados quando alguns participantes do estudo precisaram ser hospitalizados, sendo responsáveis pela atualização de cuidados durante a alta hospitalar ou o acompanhamento durante a visita clínica. Todas essas ações demonstraram influência direta na adesão ao tratamento e melhora no estado de saúde dos idosos, visto que os pacientes idosos do grupo controle apresentaram resultados inferiores, nos indicadores avaliados pelas escalas do estudo, em relação aos dos grupos do Medplanner e do MD2.

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Na avaliação do Teste da Performance Física (TPF), observou-se uma diminuição de cerca de 15% nos escores do grupo controle ao final do estudo. Já os grupos do Medplanner e do MD2 apresentaram aumentos de 4% e 1,4%, respectivamente, nos seus escores em relação ao início da pesquisa.

Os resultados do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) mostraram que o grupo do Medplanner obteve um aumento de 1,8% nos escores, enquanto o grupo do MD2 apresentou um aumento de 0,7% ao final do estudo. Já o grupo controle mostrou uma diminuição de 0,8% em relação aos escores do início da pesquisa.

Observou-se, neste estudo, que os melhores resultados foram obtidos no grupo do Medplanner, em parte devido ao fácil entendimento e manuseio da tecnologia em questão, Figura 1, e também porque, desde o início do estudo, este grupo já apresentava os escores dos indicadores cognitivos maiores em relação aos dos outros dois grupos. Verificou-se que o grupo do MD2 apresentou como principal dificuldade o manejo adequado da tecnologia utilizada (Figura 2).

Figura 2- Medplanner, dispensador semanal de medicamentos.

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Figura 3 – MD2, dispensador eletrônico de medicamentos.

Fonte: adaptação do Google Imagens (2018).

Dessa forma, ficou evidente que a coordenação de cuidados de enfermagem trouxe efeitos benéficos para as funções cognitivas, controle dos sintomas depressivos e melhora da qualidade de vida dos idosos.

O artigo 05 (CRUZ et al., 2015) discorre sobre a influência da estimulação cognitiva de idosos com alzheimer realizada pelo cuidador, no domicílio, sob a supervisão do enfermeiro. O estudo foi desenvolvido com cinco idosos e seus respectivos cuidadores atendidos no Programa intitulado “A Enfermagem na Atenção a Saúde do Idoso e seus Cuidadores da Universidade Federal Fluminense (EASIC/UFF)”.

A maioria dos idosos era do sexo feminino, tinham acima de 71 anos de idade e possuíam de quatro a oito anos de escolaridade, três eram viúvos e dois casados, moravam com um ou mais familiares e apenas dois recebiam benefícios da aposentadoria. Todos os idosos possuíam tempo igual ou superior a cinco anos com a demência e faziam uso de outras medicações não associadas à doença, principalmente os utilizados no tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica. A maioria dos cuidadores era do sexo feminino e com idade acima de 50 anos. Dentre eles, apenas um era cuidador formal e o grau de parentesco predominante era de filhos.

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disso, houve a verificação das atividades básicas de vida diária (ABVD) e das atividades instrumentais da vida diária (AIVD) com as Escalas de Katz (KATZ) e de Lawton (LAWTON), respectivamente, e na terceira etapa ocorreu a avaliação dos idosos e das ações dos cuidadores.

As atividades foram planejadas de forma individual, após a observação das deficiências e limitações dos idosos no seu dia a dia. Os cuidadores utilizaram figuras, atividades com identificação de objetos, calendário, relógio, relacionamento com as pessoas, reconhecimento de ambiente, estímulos a atividades manuais (tricô, crochê, costura e bordados), de lazer (esportes, jogos, caminhadas, dança) e/ou estímulos intelectuais (ler livros, jornais e revistas), de modo que as atividades fossem atrativas e de fácil compreensão para os idosos. A avaliação das atividades aconteceu através de um pré-teste e três pós-testes, os quais demostraram que houve aumento dos escores do MEEM de quatro idosos e diminuição dos escores de uma das idosas. Nas outras escalas houve pouca ou nenhuma melhora nos escores avaliados. No TDR, apenas um idoso conseguiu desenhar o relógio com a hora solicitada adequadamente. O teste de Fluência Verbal mostrou resultados divergentes para todos os idosos, sendo que dois idosos mantiveram escores baixos durante toda a pesquisa.

Na escala de Lawton, a maioria dos idosos permaneceu dependente, com pontuação abaixo de 21, e três idosos apresentaram aumento de escores. Na escala de Katz, o escore foi constante para a maioria dos idosos durante a realização das atividades no domicílio, 60% dos idosos mantiveram-se independentes e 40% dependentes, contudo, os cuidadores relataram diminuição do nível de dependência dos idosos e melhora no desempenho das atividades de vida diária.

Os artigos foram organizados em categorias temáticas de acordo com a similitude do tema abordado e do conteúdo, considerando ainda a divisão por tipo de tecnologia utilizada, enquadrando-os quanto ao uso de tecnologia leve, tecnologia leve-dura e tecnologia dura. As tecnologias de cuidado mais prevalentes foram as tecnologias leves, seguidas das tecnologias leve-duras e tecnologias duras. Observa-se que os estudos apresentam mais de um tipo de tecnologia (Quadro 2).

Quadro 2 – Caracterização dos tipos de Tecnologias leve, Tecnologias leve-duras e Tecnologias duras. Fortaleza, 2018. Continua.

Artigo/Ano/Título

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Artigo 1, 2000 Effects of video interaction analysis training on nurse– patient

communication in the care of the elderly.

Pacient Education and Counseling

Oficinas de simulação teatral enfermeiro-paciente.

Fitas de vídeo dos encontros de

enfermagem antes e após o treinamento.

Câmera com tripé; O programa de computador Roter Interaction Analysis System (RIAS); Sistema de câmera computadorizado. Artigo 2, 2004

Using Computers to Reduce Medication Misuse of

Community-Based Seniors: Results of a Pilot Intervention Program.

Geriatric Nursing

Treinamento para o uso do computador e da lista lembrete de medicamentos.

Lista lembrete de medicamentos; Dispensador semanal de medicamentos.

O programa de computador Talking Computer.

Artigo 3, 2012 Cuidados domiciliares – interação do enfermeiro com a pessoa

idosa/família. Acta Paul Enferm

Adequação das intervenções

terapêuticas para

promover a

participação dos idosos/família na prática dos cuidados

domiciliares; Trabalho em conjunto com as Redes Sociais Formais, como as organizações

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cuidados com a higiene dos idosos. Artigo 4, 2013

Nurse Care Coordination and Technology Effects on Health Status of Frail Elderly via Enhanced Self-management of Medication: Randomized Clinical Trial to Test Efficacy. NIH Public Access

As intervenções terapêuticas

desenvolvidas pelos enfermeiros. Elaboração do plano de cuidados de enfermagem.

Medplanner, dispensador

semanal de

medicamentos.

MD2, dispensador eletrônico de medicamentos.

Artigo 5, 2015 Estimulação cognitiva para idoso com Doença de Alzheimer realizada pelo cuidador. REBEn

As oficinas

terapêuticas para os idosos e as

atividades de orientação, suporte e apoio aos

cuidadores dos idosos.

Reminiscência, em que se utilizam experiências passadas

vivenciadas pelos idosos.

Guia de consulta para os cuidadores sobre demência; Terapia de orientação a realidade, através do uso de

calendários, jornais, vídeos, fotografias de familiares, bem como o uso de apoios externos, envolvendo o treino e a utilização de instrumentos. Fonte: autoria própria (2008)

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Os autores dos artigos 01, 02 e 03, que tratam da aplicação de tecnologias duras, relataram que há a necessidade de estudos posteriores com essas tecnologias para constatar a efetividade de melhorias na saúde dos pacientes idosos.

Quadro 3 – Caracterização dos artigos quanto aos resultados obtidos e conclusão. Fortaleza, 2018. Continua.

Artigo/Ano/Título

Periódico Resultados Conclusão

Artigo 1, 2000 Effects of video interaction analysis training on nurse– patient

communication in the care of the elderly.

Pacient Education and Counseling

Verificou-se que os enfermeiros que seguiram o programa de treinamento, forneceram aos pacientes mais informações sobre os temas de enfermagem e saúde. Eles também usaram mais perguntas abertas. Além disso, eles foram classificados como mais envolvidos, mais afetuosos e menos condescendentes.

Devido às limitações desse tipo do estudo, não foi possível demonstrar se estes achados poderiam ser inteiramente atribuídos ao curso de treinamento.

Recomenda-se a realização de mais pesquisas, incorporando um estudo controlado aleatório e amostras maiores, para determinar se os resultados podem ser atribuídos a esse tipo específico de treinamento.

Artigo 2, 2004 Using Computers to Reduce Medication Misuse of

Community-Based Seniors: Results of a Pilot Intervention Program.

Geriatric Nursing

Os resultados de uma entrevista de seguimento de dois meses foram promissores, já que 55% dos participantes estavam usando a lista lembrete de medicamentos. Um terço dos participantes visitou seu médico para discutir o uso indevido das medicações e 96% dos participantes aprovaram o uso

da intervenção

computadorizada.

É necessária a realização de

mais intervenções

computadorizadas com idosos da comunidade para verificar melhorias em sua saúde.

Artigo 3, 2012 Cuidados domiciliares – interação do enfermeiro com a pessoa

idosa/família.

Emergiram as categorias: organização estrutural dos cuidados domiciliares, avaliação diagnóstica em

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36

Acta Paul Enferm contexto e intervenção terapêutica em contexto.

contexto de todos os cuidados, assim como é um instrumento terapêutico.

Artigo 4, 2013 Nurse Care Coordination and Technology Effects on Health Status of Frail Elderly via Enhanced Self-management of Medication: Randomized Clinical Trial to Test Efficacy. NIH Public Access

Os participantes com coordenação de cuidados tiveram resultados significativamente melhores no estado de saúde do que aqueles do grupo controle. A adição da máquina MD.2 não trouxe melhores resultados para o estado de saúde do paciente.

Neste estudo, a coordenação de cuidados da enfermeira domiciliar, juntamente com o dispositivo Medplanner, foi eficaz no apoio aos participantes para melhorar os resultados clínicos do seu estado de saúde.

Artigo 5, 2015 Estimulação cognitiva para idoso com Doença de Alzheimer realizada pelo cuidador. REBEn

Foi possível identificar, no período de três meses, melhora da cognição, verificada pelo resultado do Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Os demais testes (KATZ, LAWTON, TDR e TFV) mantiveram os escores iniciais.

Esta estratégia pode ser considerada uma tecnologia leve do cuidado de enfermagem para idosos com demência. Quando o cuidador realiza este cuidado, após o suporte do enfermeiro, sente-se menos ansioso e com maior compreensão da doença.

Fonte: autoria própria (2018).

5 DISCUSSÃO

A discussão foi fundamentada na síntese do conhecimento evidenciado nos artigos analisados sobre a temática, a fim de contribuir para se compreender as estratégias de cuidado utilizadas pelo enfermeiro da Atenção Básica com o idoso no ambiente domiciliar. Os artigos 01 e 03 foram agrupados na mesma categoria, por apresentarem abordagens direcionadas ao cuidado humanizado, tipos de comunicação e ao relacionamento terapêutico.

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relevância da comunicação efetiva com pacientes idosos residentes em um lar para idosos e em uma organização de atendimento domiciliar em Utrecht, Holanda. Para tanto, foram realizadas análises da vídeo-interação entre os enfermeiros e os pacientes antes e depois do treinamento de cuidados direcionados às habilidades sociais do enfermeiro e às necessidades emocionais e físicas do paciente.

Após o treinamento, os enfermeiros melhoraram sua percepção sobre a importância da realização de um atendimento humanizado, considerando a relevância dos aspectos da linguagem verbal e não verbal do paciente.

O trabalho 03 também considerou a temática da adequação da linguagem e da observação das necessidades físicas, sociais e emocionais do paciente, bem como os aspectos intrínsecos ao ambiente no qual o paciente está inserido. Este estudo foi realizado durante as visitas domiciliares aos idosos de quatro freguesias da cidade de Vila Nova de Famalicão (VNF)- Portugal. Foi obtido o conceito central “Construindo a relação em contexto domiciliar”, observando-se que a prestação de cuidados depende da construção de um relacionamento progressivo, pautado na confiança e flexibilidade entre enfermeiro e paciente. O estabelecimento das relações entre as enfermeiras e os idosos e seus familiares aconteceu através de uma atitude profissional flexível, direcionada por um plano de trabalho desenvolvido durante a primeira visita domiciliar e visitas domiciliares subsequentes. Com isso, as enfermeiras foram construindo e reconstruindo a avaliação, além de adaptarem as intervenções às situações de saúde-doença em consonância com a disponibilidade e aceitação dos idosos.

As etapas para a construção da relação enfermeiro-paciente foram iniciadas ainda no Centro de Saúde, abrangendo o processo de cuidados para um conjunto de pessoas ao longo de um dia de visitas domiciliares. Assim, as enfermeiras organizavam as ações tendo como referência o alvo dos cuidados, a dispersão geográfica, os materiais clínicos necessários para a prestação dos cuidados e os recursos comunitários disponíveis.

O cenário domiciliar caracteriza-se como espaço de atuação e contexto de assistência ao usuário/família, de modo que o estabelecimento de uma relação horizontalizada e do vínculo pode proporcionar o desenvolvimento de uma assistência integral. Assim, a assistência deverá ser centrada na família, focada a partir do contexto físico e social em que ela está estabelecida (SANTOS & MORAIS, 2011).

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38

uma condição social desfavorável para os indivíduos, já que influencia diretamente no acesso aos serviços de saúde, em oportunidades de participação social e na compreensão de seu tratamento e do seu autocuidado, entre outros.

Posto isto, verificou-se que os trabalhos 01 e 03 utilizaram adequadamente os componentes do relacionamento terapêutico conforme Videbeck (2012), o que foi demonstrado através do interesse genuíno manifestado pelo enfermeiro em relação às necessidades do paciente, da empatia e da percepção dos sentidos e significados, bem como da aceitação e do entendimento das reações manifestadas pelo paciente.

Destacou-se ainda, a consideração positiva, através do respeito e valorização do ser humano, a despeito do seu comportamento, antecedentes ou estilo de vida. Além disso, houve momentos de auto percepção e uso terapêutico do self, já que foi possível, ao longo da aplicação dos estudos 01 e 03, a aquisição de experiência e o reajuste das crenças e das atitudes do enfermeiro, de tal modo que as intervenções consideraram não apenas as dimensões estritamente curativas, mas também a orientação, prevenção, promoção e vigilância de saúde. (VIDEBECK, 2012; GAGO & LOPES, 2012).

Na categoria “Manejo do regime medicamentoso dos idosos” (Artigos 02 e 04) foram relacionados os aspectos ideais para o uso racional dos medicamentos, bem como a relevância da observação dos efeitos dos fármacos sobre a saúde dos idosos e a necessidade de readequação da prescrição médica.

O uso de medicamentos é uma prática que pode levar a resultados indesejáveis, dentre eles, o não seguimento correto das orientações médicas e de enfermagem, resultando em sérias complicações para o idoso. De modo que o enfermeiro precisa ajudar os pacientes a estabelecer um sistema ordenado e seguro para tomar a medicação correta e na dose adequada. É atribuição do enfermeiro treinar toda a equipe de enfermagem e proporcionar mecanismos ou métodos para facilitar ao paciente o entendimento do regime terapêutico de modo eficiente e seguro (BLANSKI & LENARDT, 2005).

Observou-se nos artigos 02 e 04 o uso de orientações de enfermagem em consonância com tecnologias computadorizadas, capazes de proporcionar o acompanhamento do regime medicamentoso, bem como fornecer suporte para o seguimento ou alteração da prescrição médica, baseado nos resultados dos indicadores de saúde e dos escores cognitivos dos idosos e verificação da adesão ao regime medicamentoso.

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39

inadequada para o idoso), bem como a consequência indesejada da continuidade do problema de saúde e a cronicidade das doenças apresentadas. O enfermeiro tem como atribuição primordial a prestação de cuidados e para isso precisa muitas vezes assumir múltiplos papeis, como educador e consultor, relacionando-se com a equipe de trabalho, pacientes, família e comunidade (BLANSKI & LENARDT, 2005).

Em um estudo posterior (SHEEHAM et al., 2018), foram criadas duas versões de um programa computacional, o HOME-tool, com funcionamento on-line, uma para os pacientes e seus cuidadores, contendo gráficos para ilustrar a posologia dos medicamentos, e outra para os enfermeiros e médicos, destacando a complexidade do regime de medicação através de ilustrações gráficas do número de medicamentos e da complexidade da prescrição. A versão do enfermeiro também incluiu uma seção de insights onde os enfermeiros poderiam comunicar aos médicos as principais percepções sobre o entendimento do paciente em relação ao seu regime medicamento.

Nesse estudo de Sheeham et al. (2018), os enfermeiros relataram que o HOME-tool melhorou a comunicação com os médicos sobre os medicamentos (média [DP] 4,0 [0,0]), em uma escala de avaliação de um a quatro, já a comunicação com as famílias mostrou-se pouco satisfatória (média [DP] 2,4 [0,4]) e, além disso, apenas três pacientes e cuidadores não familiares (15%) responderam a avaliação via e-mail sobre o HOME-tool, de modo que o impacto da ferramenta em pacientes e seus familiares não pode ser avaliado.

Os fatores associados à viabilidade e ao uso das tecnologias de informação na saúde dependem da identificação de aspectos que levam à melhoria da qualidade dos serviços prestados e à segurança dos resultados na prática. A explicação adequada dos procedimentos pelos profissionais envolvidos nos cuidados de saúde, bem como a percepção de que o paciente compreendeu a tecnologia utilizada, possibilita a obtenção de bons resultados. Assim, é necessário desenvolver intervenções que facilitem o engajamento dos idosos em seu plano de recuperação e cuidados domiciliares, maximizando o seu bem estar e a independência à medida que envelhecem em casa (BOWLES et al., 2015).

Destaca-se que no estudo 02 (NILES; ALEMAGNO; TREIBER, 2004) houve o direcionamento da pesquisa para a educação em saúde do paciente, através de vídeos educativos, bem como o melhoramento da sua percepção sobre o regime medicamentoso. Observou-se a facilitação da troca de informações entre a equipe de saúde e o paciente, implicando diretamente na formação do vínculo entre os pacientes e os enfermeiros.

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40

cuidadores de idosos com demência, principalmente no aspecto de construção de uma linguagem viável ao entendimento desses pacientes, visto que muitas vezes, os cuidadores informais não tem acesso às informações sobre síndromes demenciais.

Segundo Harwood et al. (2012), a compreensão de sentenças por indivíduos com doença de Alzheimer não está relacionada apenas à complexidade sintática, mas ao número de proposições na sentença. Os idosos têm melhor compreensão quando a sentença tem poucas proposições, por causa do declínio da capacidade de memória de trabalho, dando suporte para a estratégia de comunicação de fornecer um sentido ou uma ideia de cada vez.

O estudo considerou algumas características limitantes da pesquisa, como a amostra pequena e a sobrecarga física e psicológica dos cuidadores, sendo que durante o estudo houve a necessidade de encaminhamento de cuidadores para o Serviço de Psicologia da UFF. Ressalta-se que é característico do paciente com a DA a ocorrência de alterações constantes de humor, que implicam na mudança dos hábitos de vida e comportamento dos cuidadores, tornando-os pessoas irritadas, estressadas e constantemente cansadas.

A comunicação entre os cuidadores e idosos com demência e suas implicações para o cuidado devem ser consideradas para a construção de um modelo de interação efetiva. Nesses casos, é comum a ocorrência de problemas de comunicação, pois às vezes o idoso com demência sequer responde, embora esteja olhando para o interlocutor, sendo importante avaliar a formação da mensagem utilizada pelos cuidadores para que a comunicação seja compreendida pelo idoso (SANTANA, 2008).

Apesar disso, este estudo contribuiu para que os cuidadores melhorassem a sua compreensão em relação à DA, trazendo benefícios para os idosos através da criação de um novo modelo de cuidado baseado na troca humanizada de informações entre enfermeiros, cuidadores e idosos.

O treinamento das habilidades de comunicação aumenta a consciência sobre as capacidades comunicativas da pessoa com demência e constrói uma compreensão dos desafios e oportunidades para se comunicar eficazmente. Cuidadores profissionais, em geral, relatam maior sensação de controle e satisfação pela oportunidade de aprender mais sobre os pacientes que estão sob seus cuidados. As habilidades e competências comunicativas dos profissionais e cuidadores familiares aumentam significativamente em comparação com aqueles em condições de não intervenção (DELFINO & CACHIONE, 2016).

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investimentos em tecnologias voltadas para os cuidados da saúde do idoso no domicílio, especialmente as tecnologias leve-duras e duras.

6 CONCLUSÃO

Os achados deste estudo apontam que não foi possível atribuir inteiramente os resultados ao curso de treinamento (artigo 01) e ao programa de computador utilizado (artigo 02) e que a intervenção com o MD2 não foi eficaz (artigo 04). Nos artigos 03 e 05 ficou evidente que a relação enfermeiro-paciente-cuidador é simultaneamente o contexto de todos os cuidados, assim como é um instrumento terapêutico.

Devido às limitações do tipo de estudo do artigo 01, não foi possível demonstrar se estes achados poderiam ser inteiramente atribuídos ao curso de treinamento. Os autores recomendaram a realização de mais pesquisas, incorporando um estudo controlado aleatório e amostras maiores, para determinar se os resultados podem ser atribuídos a esse tipo específico de treinamento. No artigo 02, os autores observaram a necessidade da realização de mais intervenções computadorizadas com idosos da comunidade para verificar melhorias em sua saúde.

No artigo 03, a categoria central foi “Construindo a relação em contexto domiciliar” pelo fato da relação da enfermeira com o idoso e a família ser central em todo o processo de cuidados. O artigo 04 refere que a coordenação de cuidados da enfermeira domiciliar, juntamente com o dispositivo Medplanner, foi eficaz no apoio aos participantes para melhorar os resultados clínicos do seu estado de saúde.

A estratégia abordada pelo estudo 05, segundo os autores, pode ser considerada uma tecnologia leve do cuidado de enfermagem para idosos com demência. Quando o cuidador realiza este cuidado, após o suporte do enfermeiro, sente-se menos ansioso e com maior compreensão da doença.

Ressalta-se que no Brasil há poucos estudos abordando as tecnologias que o enfermeiro da Atenção Básica pode dispor para atender aos idosos no ambiente domiciliar. Dessa forma, é importante o desenvolvimento dessas tecnologias em cursos de mestrado e doutorado, bem como o incentivo à divulgação de tecnologias desenvolvidas por enfermeiros além do ambiente acadêmico.

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42

voltada ao caráter técnico e prático, mas habilidades de enfermagem que garantam uma assistência integral ao paciente idoso, qualidade de vida e bem-estar, condições indispensáveis para a construção de um modelo assistencial humanizado.

REFERÊNCIAS

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Imagem

Figura 2- Medplanner, dispensador semanal de medicamentos.

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