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Defesa comercial no Brasil. Fernanda Manzano Sayeg

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Defesa comercial no Brasil

Fernanda Manzano Sayeg

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Defesa comercial no Brasil

Autora: Fernanda Manzano Sayeg

Capa: Bruno Fraga de Moura

Defesa Comercial no Brasil. Fernanda Manzano Sayeg. Brasília: Editora WebAdvocacy, 2021.

ISBN: 978-65-993407-5-8

1. Brasil – Comércio Internacional.

CDU 339.5

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GLOSSÁRIO

CAMEX – Câmara de Comércio Exterior CIF – Custo, Seguro e Frete

GECEX/CAMEX – Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior

OMC – Organização Mundial do Comércio

RFB – Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil SDD – Sistema Decom Digital

SDECOM – Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público SECEX – Secretaria de Comércio Exterior

SECINT – Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais

SEINT – Subsecretaria de Negociações Internacionais

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Sumário

Introdução ... 7

1. Medidas de defesa comercial ... 7

O que é defesa comercial? ... 7

Quem investiga e aplica medidas de defesa comercial no Brasil? ... 8

Quais são os órgãos do governo brasileiro envolvidos em investigações de defesa comercial? ... 9

2. Antidumping ... 11

O que é dumping? ... 11

O que é direito antidumping? ... 11

Quanto tempo dura uma investigação antidumping? ... 12

Quem pode solicitar a abertura de uma investigação antidumping? ... 12

Como solicitar a abertura de uma investigação antidumping? ... 13

Como funciona uma investigação antidumping? ... 13

Pode um direito antidumping definitivo ser alterado?... 15

Como funciona uma revisão de final de período? ... 15

Qual é a diferença entre uma investigação antidumping original e uma revisão de final de período? ... 15

Como funciona uma revisão por alteração das circunstâncias? ... 16

Como funciona uma revisão para novos produtores ou exportadores? 16 Como funciona uma revisão de restituição? ... 17

3. Salvaguardas ... 18

O que são salvaguardas? ... 18

Quanto tempo dura uma investigação de salvaguarda? ... 19

Quem pode solicitar a abertura de uma investigação de salvaguarda? 19 Como solicitar a abertura de uma investigação de salvaguarda? ... 19

Como funciona uma investigação de salvaguarda? ... 20

4. Subsídios e medidas compensatórias. ... 22

Quanto tempo dura uma investigação de subsídios? ... 22

Quem pode solicitar a abertura de uma investigação de subsídios? .... 22

Como solicitar a abertura de uma investigação de subsídios? ... 22

Como funciona uma investigação de subsídios? ... 23

Como são aplicadas as medidas compensatórias? ... 24

5. Interesse público ... 25

O que é interesse público? ... 25

Qual é o objetivo da avaliação de interesse público? ... 25

(6)

Quando é realizada a avaliação de interesse público? ... 25

Quem pode participar de uma avaliação de interesse público? ... 26

Como ocorre a abertura da avaliação de interesse público em casos de investigação original de dumping ou de subsídios? ... 26

Como ocorre a abertura da avaliação de interesse público em casos de revisão de final de período de medida antidumping ou compensatória? ... 27

Qual é o prazo para submissão da resposta ao Questionário de Interesse Público? ... 28

Quais são as fases da avaliação de interesse público? ... 28

6. Revisões anticircunvenção ... 30

O que é circunvenção? ... 30

Como combater a circunvenção? ... 30

Quanto tempo dura uma revisão anticircunvenção?... 31

Quem pode solicitar a abertura de uma revisão de circunvenção? ... 31

Como solicitar a abertura de uma revisão anticircunvenção? ... 31

Como funciona uma revisão anticircunvenção? ... 31

Como é feita a extensão das medidas antidumping? ... 32

7. Investigação de falsa declaração de origem ... 33

O que são regras de origem? ... 33

O que é falsa declaração de origem? ... 33

Como combater a falsa declaração de origem? ... 33

Qual a autoridade responsável pela Investigação de falsa declaração de origem? ... 34

Como funciona uma investigação de falsa declaração de origem não preferencial? ... 34

Pode haver revisão do resultado da investigação de falsa declaração de origem não preferencial? ... 35

Quanto tempo dura uma investigação de falsa declaração de origem não preferencial na SEINT? ... 35

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Introdução

Atualmente, a indústria brasileira enfrenta uma série de desafios. Além de lidar com a alta carga tributária, com o câmbio desfavorável, e outros fatores que aumentam seus custos de produção, tais como problemas logísticos e de infraestrutura, deve buscar manter-se competitiva, sob pena de perder participação no mercado devido à crescente presença de produtos importados, que muitas vezes são produzidos a um custo mais baixo em seus países de origem.

Ademais, produtos importados podem ser objeto de práticas desleais de comércio, como o dumping ou a concessão de subsídios, o que faz com que se tornem artificialmente competitivos.

Como forma de combater práticas comerciais que causam dano à indústria nacional e tornar efetivos os compromissos assumidos nos acordos da OMC, o Brasil pode lançar mão de uma série de instrumentos que têm por finalidade proteger a indústria nacional ou neutralizar os efeitos negativos das práticas desleais de comércio.

Entre os mecanismos para a defesa da indústria, encontram-se as medidas de defesa comercial (direitos antidumping, salvaguardas e medidas compensatórias).

Esse E-book tem como objetivo explicar, de forma direta e objetiva, os principais conceitos relacionados ao tema e o processo para adoção de medidas de defesa comercial no Brasil.

1. Medidas de defesa comercial O que é defesa comercial?

São medidas de defesa comercial as medidas antidumping, as medidas compensatórias e as salvaguardas.

Cada país possui sua própria legislação, que define os principais conceitos, prazos e procedimentos das investigações antidumping, de salvaguardas e de subsídios e medidas compensatórias.

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A aplicação dos instrumentos de defesa comercial pelo governo brasileiro e pelos demais governos devem ser realizada em conformidade com as regras multilaterais da OMC.

No caso de violação das regras multilaterais, o país corre o risco de ser acionado no Órgão de Solução de Controvérsias da OMC.

No Brasil, as investigações de defesa comercial são processos administrativos.

As medidas de defesa comercial podem ser suspensas, alteradas ou não aplicadas por motivo de interesse público.

Adicionalmente, é possível contestar judicialmente as decisões das autoridades envolvidas nos processos de defesa comercial.

Quem investiga e aplica medidas de defesa comercial no Brasil? A SDECOM é a autoridade pública competente para conduzir investigações de defesa comercial no Brasil.

A competência para aplicação das medidas de defesa comercial é do GECEX/CAMEX, que é o núcleo executivo colegiado da CAMEX.

O GECEX/CAMEX é integrado pelos membros: (i) Ministro de Estado da Economia;

(ii) um representante da Presidência da República;

(iii) dois representantes do Ministério das Relações Exteriores; (iv) dois representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento;

(v) Secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia; (vi) Secretário Especial de Produtividade, Emprego e

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(vii) Secretário Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia;

(viii) Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia; e

(ix) Secretário-Executivo da CAMEX, que não tem direito a voto.

Quais são os órgãos do governo brasileiro envolvidos em investigações de defesa comercial?

1. SDECOM

• Examina a procedência e o mérito de petições de abertura de investigações e revisões.

• Propõe a abertura e conduz investigações originais e revisões de final de período.

• Propõe a aplicação de medidas antidumping, medidas compensatórias e salvaguardas (provisórias e definitivas).

• Examina a conveniência e o mérito de propostas de compromissos de preço.

• Propõe a suspensão ou a alteração de aplicação de medidas antidumping e compensatórias em razão de interesse público.

2. SECEX

• Decide sobre a abertura de investigações e revisões relativas à aplicação de medidas de defesa comercial.

• Decide sobre a prorrogação do prazo da investigação e o seu encerramento sem a aplicação de medidas.

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3. GECEX/CAMEX

• Fixa direitos antidumping, medidas compensatórias e salvaguardas (provisórias e definitivas).

• Decide sobre a suspensão da exigibilidade dos direitos provisórios. • Homologa compromisso de preços.

4. RFB

• Realiza a cobrança do direito antidumping, das medidas compensatórias e das salvaguardas (provisórias e definitivas).

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2. Antidumping O que é dumping?

O dumping é uma prática de comércio observada sempre que uma mercadoria é exportada a um preço inferior (preço de exportação) ao preço de venda desse produto no mercado do país exportador (valor normal). Essa ação, por si só, não constitui uma prática comercial desleal de comércio, mas passa a sê-lo quando provoca dano à indústria do país importador, que perde vendas em virtude dos preços artificialmente baixos dos produtos importados.

Exemplo de prática de dumping

Empresa Y, localizada no país X, exporta determinado produto para o Brasil por US$ 70,00 (preço de exportação) e vende produto similar em X (mercado doméstico), no mesmo nível de comércio, por US$ 100,00 (valor normal).

Há prática de dumping pela empresa Y.

A margem de dumping será de US$ 30,00 (margem de dumping).

O que é direito antidumping?

O direito antidumping é uma medida de defesa comercial adotada para a neutralização do dumping quando este causa dano à indústria doméstica fabricante do produto similar. Trata-se de um valor adicional ao imposto de importação, que será cobrado no despacho aduaneiro de todas as importações do produto comprovadamente objeto de dumping oriundas de determinado país. A cobrança desta sobretaxa poderá ser realizada por meio de um valor específico para o produto importado ou de uma alíquota ad valorem aplicável ao valor aduaneiro do produto, em base CIF.

Para que o direito antidumping seja aplicado é necessário demonstrar que a indústria doméstica sofreu prejuízos graves em

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decorrência do dumping. A existência de dumping nas importações e de dano à indústria doméstica fabricante do produto similar, bem como a relação de causalidade entre um e outro, é objeto de uma investigação antidumping.

O direito antidumping pode ser de dois tipos: provisório ou definitivo. O direito antidumping provisório tem duração de 6 meses, prorrogáveis uma única vez, por igual período. Esse direito é aplicado sempre que, no curso de uma investigação antidumping, for verificado que a indústria doméstica está sofrendo dano material e que sua situação pode tornar-se irreversível se nada for feito a esse respeito. O direito antidumping definitivo é adotado ao final da investigação antidumping e terá duração máxima de 5 anos, podendo ser prorrogado por igual período

Quanto tempo dura uma investigação antidumping?

A investigação antidumping é um processo administrativo conduzido pela SDECOM, do Ministério da Economia.

A legislação em vigor prevê que as investigações deverão ser concluídas no prazo de 10 meses, exceto em circunstâncias excepcionais, quando o limite máximo poderá ser de 18 meses.

Quem pode solicitar a abertura de uma investigação antidumping? A abertura da investigação antidumping pode ser solicitada por:

(i) uma ou mais empresas fabricantes do produto nacional similar ao produto importado; ou

(ii) entidade ou associação de classe que congregue estas empresas e represente os interesses do setor.

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Como solicitar a abertura de uma investigação antidumping?

Para a abertura da investigação, a parte interessada deve apresentar uma petição à SDECOM, pelo SDD (decomdigital.com.br), contendo informações acerca do produto, dados de importação e indicadores de desempenho da(s) peticionária(s). Tais informações devem ser apresentadas para um período de 60 meses, dividido em 5 subperíodos de 12 meses.

O SDD permite ao usuário externo, por meio do uso de certificado digital, protocolar petições para que sejam iniciadas investigações antidumping originais ou revisões de final de período, bem como participar de investigações ou revisões já em curso como outra parte interessada por meio do envio de elementos de provas e de manifestações para os autos desse processo.

Os usuários externos submetem documentos e elementos de prova por meio do SDD, enquanto a SDECOM analisa esse material, solicita mais informações, caso seja necessário, e emite suas recomendações.

Se, após a apresentação de informações complementares, se necessárias, o caso apresentado não estiver suficientemente instruído, a petição será indeferida e não será iniciada a investigação antidumping.

Por outro lado, caso a petição seja considerada devidamente instruída, a SDECOM elaborará um parecer recomendando a abertura da investigação e o encaminhará à SECEX, que abrirá a investigação.

As importações objeto de investigação antidumping serão imediatamente incluídas na lista de produtos sujeitos ao licenciamento não automático, a contar da data do início de referida investigação.

Como funciona uma investigação antidumping?

A investigação antidumping consiste em um processo administrativo caracterizado por três objetivos sucessivos: (i) identificar e quantificar o dumping nas importações do produto investigado; (ii)

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determinar se a indústria doméstica sofreu ou está sofrendo dano; e (iii) verificar se há um nexo causal entre o dumping e o dano.

Após a abertura da investigação, a SDECOM enviará questionários para os importadores, exportadores da origem investigada e produtores nacionais não representados na petição inicial (caso não seja considerado que a petição fora apresentada em nome da indústria doméstica).

Posteriormente à entrega das respostas aos questionários e dentro de 180 a 200 dias contados da abertura da investigação, caso as autoridades brasileiras constatem, em caráter preliminar, a prática de dumping nas importações investigadas e a existência de dano à indústria doméstica, a SDECOM poderá decidir pela aplicação de direito antidumping provisório sobre as importações do produto investigado.

Em seguida, as autoridades brasileiras poderão realizar verificações in loco para confirmar a correção das informações fornecidas pelas partes interessadas, caso entendam que esta medida é necessária para o andamento da investigação. A lei também faculta às partes interessadas o direito de solicitar audiências com a SDECOM e demais partes do processo.

A SDECOM elaborará parecer final sobre a aplicação ou não do direito antidumping, que será encaminhado à SECEX.

Caso a SDECOM conclua pela necessidade de aplicação de um direito antidumping, seu parecer final será discutido no GECEX. A investigação poderá ser encerrada com ou sem a aplicação do direito antidumping.

Eventualmente, poderá ocorrer a não aplicação de direito antidumping definitivo ou provisório por motivos de interesse público, como será explicado em detalhes no Capítulo 5 deste E-book.

Alternativamente, a investigação antidumping poderá ser encerrada sem a aplicação de direitos antidumping, caso o exportador

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Pode um direito antidumping definitivo ser alterado?

Um direito antidumping definitivo pode ser alterado por meio de quatro tipos de revisões: (i) revisão por alteração das circunstâncias; (ii) revisão de final de período; (iii) revisão para novos exportadores e produtores; e (iv) revisão de restituição.

Como funciona uma revisão de final de período?

Caso se entenda que a extinção do direito antidumping, ao final do período de 5 anos de vigência, levará à continuação ou retomada do dumping e do dano dele decorrente, a indústria doméstica poderá solicitar aa SDECOM uma revisão de final de período. Esta solicitação deve ser feita em até quatro meses antes do fim da vigência do direito e tem por objetivo a prorrogação do direito antidumping por mais 5 anos. Ressalta-se que, no curso da revisão, os direitos antidumping permanecerão em vigor.

O direito a ser aplicado como resultado da revisão poderá ser determinado com base na margem de dumping calculada para o período da revisão, ou se esta não refletir o comportamento dos produtores ou exportadores, o direito antidumping poderá ser prorrogado sem alteração.

Os procedimentos da revisão de final de período são os mesmos da investigação antidumping. A revisão tem duração de 10 a 12 meses.

Qual é a diferença entre uma investigação antidumping original e uma revisão de final de período?

Em uma investigação antidumping original, é analisada a existência de dumping, dano e nexo de causalidade entre ambos.

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Já em uma revisão de final de período, é averiguado se a extinção do direito antidumping levaria muito provavelmente à continuação ou à retomada do dumping e do dano dele decorrente.

Como funciona uma revisão por alteração das circunstâncias?

Caso tenha havido alteração das circunstâncias que justificaram a aplicação de um direito antidumping definitivo e decorrido, no mínimo, 1 ano após a aplicação deste, qualquer parte interessada pode solicitar revisão do direito aplicado por meio de petição à SDECOM. Ressalta-se que no curso da revisão, os direitos antidumping permanecerão em vigor. O direito definitivo poderá ser alterado caso tenha deixado de ser suficiente ou se tornado excessivo para neutralizar o dumping, ou tenha se tornado insuficiente para eliminar o dano à indústria doméstica. Neste caso, deverão ser fornecidas diversas informações como produção, capacidade instalada, custos, vendas preços, exportações e lucro do exportador ou produtor e alterações ocorridas nas condições de mercado do produto em análise.

O direito também poderá ser extinto caso seja improvável a continuação ou retomada do dumping ou do dano. Neste caso, deverão ser fornecidas informações como a situação da indústria doméstica, importações, preços, impacto das importações objeto de dumping, alterações das condições de mercado do produto.

Os procedimentos da revisão por alteração das circunstâncias são os mesmos da investigação antidumping. A revisão tem duração de 10 meses a 12 meses.

Como funciona uma revisão para novos produtores ou exportadores? O produtor ou exportador de produto sujeito a direito antidumping que não tiver exportado para o Brasil no período da investigação ou

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tal solicitação a parte interessada deverá comprovar que não possui relação ou associação com os produtores e exportadores sujeitos ao direito antidumping e que não exportou durante o período de investigação ou revisão.

Caso tenha havido importações brasileiras do produto do exportador não produtor por um período mínimo de 6 meses após a aplicação do direito antidumping, este deverá fazer sua solicitação de revisão aa SDECOM em até 4 meses contados após tal período de importações e fornecer informações tais como custos de produção, volume e preço de exportação ao Brasil.

A petição de revisão deverá ser analisada pela SDECOM em até 2 meses e, sendo considerada instruída, a SECEX iniciará a revisão.

A revisão terá duração máxima de 7 meses e, enquanto perdurar, a cobrança de direitos antidumping sobre as importações do peticionário ficará suspensa.

Como funciona uma revisão de restituição?

Qualquer importador de um produto sujeito a direito antidumping definitivo poderá solicitar o cálculo de nova margem de dumping, Na hipótese desta nova margem ser inferior à margem utilizada para cálculo do direito antidumping definitivo, o importador terá direito à restituição dos valores pagos a mais.

A revisão de restituição deverá ser solicitada pelo importador interessado mediante petição escrita e que deverá conter informações precisas a respeito de preços, do montante a ser reembolsado e acompanhada de documentos aduaneiros que comprovem o pagamento do direito antidumping.

A revisão de restituição tem duração de 10 meses e havendo determinação final positiva, a restituição será feita pela RFB em 90 dias.

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3. Salvaguardas

O que são salvaguardas?

Salvaguardas são medidas de defesa comercial destinadas a conferir uma proteção temporária para as indústrias nacionais que sofram prejuízos graves ou ameaça de prejuízos graves, decorrentes de um surto repentino de importações de produtos concorrentes. A concessão de uma salvaguarda tem por finalidade permitir que a indústria doméstica aumente sua competitividade durante o período de vigência da medida, ajustando-se assim à nova realidade.

As medidas de salvaguarda são aplicadas a todos os produtos importados, sem distinção de origem. Ademais, por se tratar de uma exceção temporária a um comércio que vem sendo praticado de forma leal, a adoção de uma medida de salvaguarda tem certo peso político e pode implicar a necessidade de aplicação de compensação pela medida. Tal compensação pode, por exemplo, consistir em redução tarifária para algum outro produto importado.

A salvaguarda pode ser de dois tipos: provisória ou definitiva. A salvaguarda provisória é aplicada sempre que, no curso de uma investigação de salvaguardas, forem verificadas circunstâncias críticas, nas quais qualquer demora possa causar dano dificilmente reparável, ou quando a determinação preliminar apontar para provas de que o aumento das importações ameace causar prejuízo grave à indústria doméstica. Neste caso, aplica-se uma salvaguarda com uma duração de 200 dias, não se admitindo prorrogação.

A salvaguarda definitiva deve ser aplicada somente na extensão necessária para prevenir ou reparar o prejuízo decorrente do aumento das importações e facilitar o ajuste da indústria nacional, por um período de 4 anos. Admite-se que haja prorrogação da medida de salvaguarda, desde que não ultrapasse 10 anos de aplicação.

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Quanto tempo dura uma investigação de salvaguarda?

A investigação de salvaguardas deve ser concluída em 12 meses, podendo ser prorrogada, no máximo por 6 meses adicionais.

Quem pode solicitar a abertura de uma investigação de salvaguarda? A abertura da investigação antidumping pode ser solicitada por: (i) uma ou mais empresas fabricantes do produto nacional similar

ao produto importado; ou

(ii) entidade ou associação de classe que congregue estas empresas e represente os interesses do setor.

Como solicitar a abertura de uma investigação de salvaguarda? Para a abertura da investigação, a parte interessada deve apresentar uma petição à SDECOM, pelo SDD (decomdigital.com.br), contendo informações sobre a(s) peticionária(s), o produto objeto da investigação e elementos de prova referentes ao aumento das importações, ao prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave e ao nexo causal entre ambos. Tais informações devem ser apresentadas para um período de 60 meses, dividido em 5 subperíodos de 12 meses.

A indústria doméstica deve ainda apresentar um programa de ajustes, a ser implementado durante a vigência da medida. Após ser aprovado pelas autoridades, tal programa deverá ser observado pela indústria, que poderá inclusive ter revogada a medida de salvaguarda em caso de não cumprimento.

As importações objeto de investigação de salvaguardas serão imediatamente incluídas na lista de produtos sujeitos ao regime de licenciamento não automático, a contar da data do início de referida investigação.

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Como funciona uma investigação de salvaguarda?

Posteriormente à abertura da investigação, a SDECOM poderá realizar procedimentos de instrução probatória que podem abranger envio de questionários, realização de audiências e verificações in loco.

Caso seja verificada a existência de prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave, a SDECOM poderá, por meio de uma determinação preliminar, sugerir à CAMEX a aplicação de medida de salvaguarda provisória. Neste caso, o Comitê de Salvaguardas da OMC deve ser notificado e o governo brasileiro deve também realizar consultas com qualquer governo que tenha um interesse substancial como país exportador do produto em questão, imediatamente após a aplicação da medida.

A SDECOM elaborará parecer final sobre a aplicação ou não da medida de salvaguarda às importações investigadas, que será encaminhado à SECEX. A investigação poderá ser encerrada com ou sem a aplicação da salvaguarda.

Se, ao final da investigação, não forem constatados os pressupostos para a aplicação de medida de salvaguarda, deverá haver restituição imediata do valor correspondente à medida provisória.

Caso a SDECOM conclua pela necessidade de aplicação de uma medida de salvaguarda às importações do produto investigado, seu parecer final será discutido no GECEX.

Com base nas conclusões do GECEXD, a CAMEX decidirá pela aplicação ou não da medida de salvaguarda definitiva pleiteada pelos fabricantes domésticos do produto.

A SDECOM acompanhará a situação da indústria prejudicada durante o período de vigência da medida de salvaguarda, sendo-lhe facultado propor à CAMEX a revogação da medida, desde que constatada a insuficiência ou a inadequação dos esforços no sentido do ajuste

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Nos casos em que a duração da medida de salvaguarda exceder 3 anos, a SDECOM procederá à revisão, no mais tardar até a metade da sua vigência. Nessa oportunidade, serão examinados os efeitos concretos produzidos pela medida e, se for o caso, será proposta a sua revogação ou a aceleração do processo de liberalização.

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4. Subsídios e medidas compensatórias.

Quanto tempo dura uma investigação de subsídios?

A legislação em vigor prevê que o limite máximo para a duração de uma investigação é de 18 meses, contados a partir de sua abertura. O atual prazo médio para o encerramento de uma investigação pela SDECOM é de 15 meses.

Quem pode solicitar a abertura de uma investigação de subsídios? A abertura da investigação de subsídios pode ser solicitada por: (i) uma ou mais empresas fabricantes do produto nacional similar

ao produto importado; ou

(ii) entidade ou associação de classe que congregue estas empresas e represente os interesses do setor.

Como solicitar a abertura de uma investigação de subsídios?

Para a abertura da investigação, a parte interessada deve apresentar uma petição à SDECOM, pelo SDD

(www.decomdigital.com.br), contendo informações sobre o produto,

dados sobre os subsídios no país de origem e indicadores de desempenho da(s) peticionária(s). Tais informações devem ser apresentadas para um período de 60 meses, dividido em 5 subperíodos de 12 meses.

Se, após a apresentação de informações complementares, se necessárias, o caso apresentado não estiver suficientemente instruído, a petição será indeferida e a investigação não será aberta.

Por outro lado, caso a petição seja considerada devidamente instruída, a SDECOM elaborará um parecer recomendando a abertura da investigação e o encaminhará à SECEX, que a iniciará. Na hipótese de abertura da investigação, as importações objeto de investigação de

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licenciamento não automático, a contar da data do início de referida investigação.

Como funciona uma investigação de subsídios?

Após a aceitação da petição inicial e, em qualquer caso, sempre antes da abertura da investigação, os governos dos países exportadores, cujos produtos possam vir a ser objeto de investigação, serão convidados para consultas, com o objetivo de esclarecer a situação relativa à alegação ocorrência de subsídios e se obter solução mutuamente satisfatória.

Durante a investigação, será oferecida oportunidade de prosseguir com as consultas aos governos dos países exportadores, cujos produtos são objeto da investigação, com vistas a esclarecer os fatos e chegar a uma solução mutuamente satisfatória.

Logo após a abertura da investigação, a SDECOM enviará questionários para os importadores, exportadores da origem investigada e produtores nacionais não representados na petição inicial (caso não seja considerado que a petição fora apresentada em nome da indústria doméstica). Cumprida essa etapa. A SDECOM decidirá pela aplicação de uma medida compensatória provisória sobre as importações do produto investigado.

Em seguida, as autoridades brasileiras poderão realizar verificações in loco para confirmar a correção das informações fornecidas pelas partes interessadas, caso entendam que esta medida é necessária para o andamento da investigação. A lei também faculta às partes interessadas o direito de solicitar audiências com a SDECOM e demais partes, a fim de se manifestarem sobre as informações apresentadas nas respostas aos questionários e eventuais controvérsias que surjam no curso do processo.

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Como são aplicadas as medidas compensatórias?

A SDECOM elaborará parecer final sobre a aplicação ou não das medidas compensatórias às importações investigadas, que será encaminhado à SECEX. A investigação poderá ser encerrada com ou sem a aplicação das medidas compensatórias.

Caso a SDECOM conclua pela necessidade de aplicação de medidas compensatórias às importações do produto investigado, seu parecer final será discutido no GECEX. Com base nas conclusões da SDECOM, a CAMEX decidirá pela aplicação ou não das medidas compensatórias definitivas pleiteadas pelos fabricantes domésticos do produto.

A avaliação de interesse público será conduzida concomitantemente à investigação original de subsídios ou à revisão de final de período de medida compensatória. No caso de investigação original, será obrigatória, ao passo que no caso de revisão de final de período, será facultativa.

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5. Interesse público O que é interesse público?

Desde 2019, as avaliações de interesse público passaram a ser realizadas pela SDCOM. A decisão final a respeito da suspensão ou alteração de medidas antidumping e compensatórias definitivas, bem como de não aplicação de medidas antidumping e compensatórias provisórias, por sua vez, passou a ser, temporariamente, de competência da SECINT do Ministério da Economia.

Qual é o objetivo da avaliação de interesse público?

A avaliação de interesse público busca responder ao seguinte questionamento: a imposição da medida de defesa comercial impacta a oferta do produto sob análise no mercado interno (oriunda tanto de produtores nacionais quanto de importações), de modo a prejudicar significativamente a dinâmica do mercado nacional (incluindo os elos a montante, a jusante e a própria indústria), em termos de preço, quantidade, qualidade e variedade, entre outros?

Quem é competente para realizar a avaliação de interesse público? Desde 2019, as avaliações de interesse público passaram a ser realizadas pela SDCOM. A decisão final a respeito da suspensão ou alteração de medidas antidumping e compensatórias definitivas, bem como de não aplicação de medidas antidumping e compensatórias provisórias, por sua vez, passou a ser, temporariamente, de competência da SECINT do Ministério da Economia.

Quando é realizada a avaliação de interesse público?

A avaliação de interesse público será conduzida concomitantemente à investigação original de dumping ou de subsídios ou à revisão de final de período de medida antidumping ou

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compensatória. No caso de investigação original, a avaliação de interesse público é obrigatória.

Já no caso de revisão de final de período, a avaliação de interesse público é facultativa.

Contudo, excepcionalmente, desde que preenchidos determinados critérios, poderão ser abertas e conduzidas avaliações de interesse público de forma não concomitante à investigação original de dumping ou de subsídios ou à revisão de final de período.

Quem pode participar de uma avaliação de interesse público?

Podem participar da avaliação de interesse público as partes interessadas no processo antidumping ou de subsídios, quais sejam: exportadores, importadores, associações, clientes consumidores e órgãos públicos.

Assim, todos os interessados poderão manifestar-se favoravelmente ou contra a aplicação da medida de defesa comercial, sempre por meio do preenchimento do modelo único de Questionário de Interesse Público.

Contudo, nem todas as partes interessadas devem responder a todos os itens do Questionário. Cada parte interessada apresentará as informações e documentos que razoavelmente tenha disponíveis, visando a aumentar, assim, o nível informacional da tomada de decisão.

Como ocorre a abertura da avaliação de interesse público em casos de investigação original de dumping ou de subsídios?

Em casos de investigação original de dumping ou de subsídios, a avaliação de interesse público é iniciada com a publicação da Circular SECEX de início da investigação de defesa comercial.

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Como ocorre a abertura da avaliação de interesse público em casos de revisão de final de período de medida antidumping ou compensatória?

Em casos de revisão de final de período de medida antidumping ou compensatória, a avaliação de interesse público é facultativa. Ela será iniciada com em um pleito elaborado conforme o Questionário de Interesse Público ou ex officio, a critério da SDCOM.

A oportunidade para que as partes interessadas apresentem Questionário de Interesse Público se inicia com publicação de ato da SECEX de início da revisão de final de período de medida antidumping ou compensatória (comumente publicado por meio de uma “Circular SECEX”).

Não será admitida a abertura de avaliação de interesse público nas investigações de revisão de final de período de medida antidumping ou compensatória quando o Questionário de Interesse Público submetido pelas partes interessadas não apresentar, na narrativa dos seus fatos e fundamentos, indícios de interesse público e/ou elementos mínimos de inteligibilidade, podendo a SDCOM indeferir o pleito, sem análise do mérito.

Também não será admitida a abertura de avaliação de interesse público nas revisões de final de período de medida antidumping ou compensatória mediante pleito apresentado com base em Questionário de Interesse Público submetido exclusivamente por produtores ou exportadores estrangeiros ou alguma de suas partes relacionadas e/ou por governos estrangeiros que não colaborem com a revisão de final de período em curso.

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Qual é o prazo para submissão da resposta ao Questionário de Interesse Público?

O prazo de submissão da resposta ao Questionário de Interesse Público é o mesmo daquele concedido ao produtor nacional/importador para apresentação de Questionário de Defesa Comercial.

Toda a documentação referente a processo de avaliação de interesse público deve ser protocolada diretamente no SEI/ME

(www.sei.economia.gov.br), incluindo a resposta ao Questionário de

Interesse Público.

Ao longo da instrução processual, a SDCOM poderá enviar ofícios, convocar reuniões e audiências, realizar verificações in loco, bem como adotar quaisquer outras providências necessárias para a obtenção de informações de interesse público de dumping ou subsídios.

Os membros do GECEX serão sempre informados para, caso queiram, manifestarem suas preocupações referentes a interesse público desde o início dos casos, o que visa a aumentar a previsibilidade nas tomadas de decisão por interesse público.

Quais são as fases da avaliação de interesse público?

A avaliação de interesse público é realizada em duas fases: preliminar e final.

Para a avaliação preliminar, serão levados em conta: (i) características, cadeia produtiva e mercado do produto sob análise; (ii) oferta internacional do produto sob análise; e (iii) oferta nacional do produto sob análise.

Na avaliação final de interesse público ocorrerá o aprofundamento dos elementos da análise preliminar com novos elementos trazidos pelas partes interessadas. Além disso, um elemento é acrescentado à análise, qual seja: os impactos da medida de defesa comercial na dinâmica do

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mercado nacional (na indústria doméstica e nas cadeias a jusante e a montante).

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6. Revisões anticircunvenção O que é circunvenção?

A circunvenção, também denominada triangulação ou elisão, é uma prática desleal de comércio em que se procura frustrar a eficácia de um direito antidumping em vigor.

É considerada circunvenção a introdução no território nacional de importações de:

(i) partes, peças ou componentes originários ou procedentes do país sujeito à medida antidumping, cuja industrialização resulte no produto objeto de uma medida antidumping vigente;

(ii) produto resultante de industrialização efetuada em terceiros países com partes, peças ou componentes originários ou procedentes do país sujeito à medida antidumping; e

(iii) produto originário do país sujeito à medida antidumping com pequenas modificações que não alterem o seu uso ou destinação final.

Como combater a circunvenção?

O combate à circunvenção é realizado por meio de uma revisão anticircunvenção, que visa a entender direitos antidumping vigentes a uma origem não afetada originalmente por esta medida. Sua finalidade é assegurar a efetividade desta medida de defesa comercial.

A revisão anticircunvenção será baseada nos antecedentes da investigação antidumping original ou revisão que resultou em prorrogação da medida antidumping, e a existência de circunvenção será analisada a partir de informações relativas aos países de origem das exportações dos produtos ou das partes, peças e componentes, a seus

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Quanto tempo dura uma revisão anticircunvenção?

A legislação em vigor prevê que a revisão de circunvenção terá duração de 6 meses, contados a partir de sua abertura, exceto em circunstâncias excepcionais, quando o prazo poderá ser de 9 meses.

Quem pode solicitar a abertura de uma revisão de circunvenção? A análise da existência de circunvenção poderá ser realizada a pedido de parte interessada da investigação original ou da última revisão realizada.

Como solicitar a abertura de uma revisão anticircunvenção?

A parte interessada em requerer a abertura de uma revisão anticircunvenção deve apresentar uma petição aa SDECOM contendo todas as informações necessárias à análise por parte deste órgão.

Como funciona uma revisão anticircunvenção?

Após a análise das informações apresentadas na petição, havendo a decisão da SECEX pela abertura da revisão, a SDECOM poderá enviar questionários para produtores nacionais, importadores, exportadores e produtores dos produtos objeto da revisão, empresas responsáveis pela industrialização das peças, partes e componentes e outras partes nacionais ou estrangeiras que possam ser afetadas pela revisão, a critério da SDECOM.

As autoridades brasileiras poderão realizar verificações in loco para confirmar a correção das informações fornecidas por todas as partes interessadas, desde que por estas autorizadas, incluindo empresas situadas fora do Brasil. A lei também faculta às partes interessadas o direito de solicitar audiências com a SDECOM e as outras partes, a fim de se manifestarem sobre as informações apresentadas nas respostas aos

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questionários e sobre eventuais controvérsias que surjam no curso do processo.

Com base nas informações coletadas no curso do processo, a SDECOM procederá à análise de elementos que demonstrem a existência de circunvenção.

Como é feita a extensão das medidas antidumping?

Após o recebimento das manifestações finais das partes interessadas, a SDECOM elaborará um parecer com as conclusões do departamento sobre a revisão. Na hipótese de concluir negativamente, a revisão será encerrada pela SECEX sem a extensão

do direito antidumping.

Por outro lado, caso a SDECOM conclua pela necessidade de extensão do direito antidumping às importações do produto investigado ou suas partes, peças ou componentes, o parecer final do órgão será discutido no GECEX.

Com base nas conclusões do GTCD, a CAMEX decidirá pela extensão ou não do direito antidumping. A extensão da medida terá a mesma vigência do direito antidumping originalmente aplicado.

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7. Investigação de falsa declaração de origem O que são regras de origem?

As regras de origem são critérios de transformação substancial, cujo objetivo é o de definir a origem de produtos importados. São classificadas em regras de origem preferenciais e não preferenciais.

Regras de origem preferenciais são critérios definidos pelas partes de um acordo preferencial de comércio. Seu propósito é o de assegurar que o tratamento tarifário preferencial limite-se aos produtos de origem dos países que assinaram o acordo. Sendo o produto objeto de preferências tarifárias, é necessário obter o Certificado de Origem, documento que permite comprovar se os produtos cumprem com os requisitos de origem estabelecidos no acordo.

Regras de origem não preferenciais são aquelas que não decorrem de acordos de livre comercio celebrados pelo Brasil. Estas regras são, portanto, aquelas aplicadas em instrumentos não preferenciais de política comercial.

O que é falsa declaração de origem?

A falsa declaração de origem é uma prática ilegal que consiste na não veracidade das informações contidas no certificado de origem, como o país de origem da mercadoria, ou na não autenticidade do certificado.

Como combater a falsa declaração de origem?

A investigação de origem não preferencial conduzida pela SEINT é iniciada por denúncia de qualquer parte interessada ou por iniciativa da SECEX.

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Qual a autoridade responsável pela Investigação de falsa declaração de origem?

Tratando-se de origem preferencial, a falsa declaração é averiguada por meio de uma investigação realizada exclusivamente pela RFB, por intermédio da COANA, não sendo possível que partes interessadas apresentem denúncia a este órgão. Por estes motivos,

a investigação de origem preferencial não será descrita nesta cartilha. Por sua vez, a falsa declaração de origem não preferencial é realizada pela SECEX, por intermédio da SEINT, na fase de licenciamento de importação, e também pela RFB, no curso do despacho aduaneiro ou durante a realização de ações fiscais aduaneiras iniciadas depois do desembaraço das mercadorias.

Ressalta-se que o combate à falsa declaração de origem não preferencial tem como principal objetivo evitar que importadores valham-se desvalham-se instrumento para fraudar a aplicação de medidas de defesa comercial.

Como funciona uma investigação de falsa declaração de origem não preferencial?

Após a abertura da investigação, a SEINT enviará questionários para os importadores, exportadores ou produtores da origem investigada. Este órgão poderá ainda solicitar ao importador, exportador ou produtor estrangeiro esclarecimentos adicionais em relação às informações prestadas nos questionários.

Em seguida, as autoridades brasileiras poderão realizar verificações in loco quando considerarem que as informações constantes nos questionários forem insuficientes para comprovar a origem declarada. Serão examinados os processos produtivos e as instalações utilizadas na elaboração do produto.

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Com base nas informações coletadas, a SEINT elaborará um relatório preliminar disponibilizado para que as partes possam manifestar-se a respeito. Na sequência, será elaborado um relatório final com as conclusões da SEINT acerca do cumprimento das regras de origem.

Caso as conclusões apresentadas no relatório indiquem o cumprimento das regras de origem, serão deferidas as licenças de importação objeto do procedimento de verificação de origem. Se as conclusões do relatório final indicarem a não comprovação do cumprimento das regras de origem, haverá o indeferimento das licenças de importação para a origem investigada, por tempo indeterminado.

Pode haver revisão do resultado da investigação de falsa declaração de origem não preferencial?

Importadores e exportadores ou produtores estrangeiros afetados pela decisão da SEINT poderão, mediante petição endereçada a esse órgão, solicitar a revisão do resultado da investigação.

O procedimento de revisão é conduzido sob as mesmas regras da investigação de falsa declaração de origem. Caso a revisão constate o efetivo cumprimento das regras de origem, será publicada nova Portaria da SECEX, contendo a revisão da decisão anteriormente proferida.

Quanto tempo dura uma investigação de falsa declaração de origem não preferencial na SEINT?

O procedimento especial de verificação de origem não preferencial será concluído no prazo máximo de 180 dias.

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Bibliografia GUIAS

Guia de Investigações Antidumping Disponível em:

https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-

br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/guia-externo-de-investigacoes-antidumping.pdf Guia Consolidado de Interesse Público em Defesa Comercial

Disponível em:

https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt- br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-

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LEGISLAÇÃO GERAL SOBRE DEFESA COMERCIAL

Decreto Legislativo n° 30, de 15.12.94 - Aprova a Ata Final da Rodada Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do GATT, as listas de concessões do Brasil na área tarifária (Lista III) e no setor de serviços e o texto do Acordo Plurilateral sobre carne bovina.

Lei n° 9.019, de 30.03.95, modificada pelo artigo 53 da Medida Provisória nº 2.113, de 2001 - Dispõe sobre a aplicação dos direitos previstos no Acordo Antidumping e no Acordo de Subsídios e Direitos Compensatórios.

Circular SECEX nº 59, de 28.11.01 - Torna público entendimentos relativos à condução das investigações de defesa comercial.

Lei nº 12.995, de 18.06.14 - Artigos 17, 18 e 19: Dispõem sobre o uso de meio eletrônico, a incorporação de documentos elaborados em idioma estrangeiro aos autos e a contagem de prazos nas investigações de defesa comercial.

Resolução CAMEX n° 63, de 17.08.10 - Disciplina a extensão de medidas antidumping e compensatórias de que trata o art. 10-A da Lei n° 9.019, de 1995. Alterada pela Resolução CAMEX n° 25, de 05.05.11.

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LEGISLAÇÃO GERAL SOBRE DEFESA COMERCIAL

Decreto no 9.107, de 26.07.17 - Dispõe sobre os prazos e os requisitos aplicáveis às indústrias fragmentadas no âmbito de investigações de defesa comercial.

Portaria SECEX nº 30, de 07.06.18 - Regulamenta o procedimento administrativo eletrônico relativo aos processos de defesa comercial amparados pelos Decretos nº 1.488, de 11 de maio de 1995, nº 1.751, de 19 de dezembro de 1995 e nº 8.058, de 26 de julho de 2013.

Portaria SECEX nº 41, de 31.07.18 - Dispõe sobre as informações necessárias para a habilitação da produção nacional de determinado produto como indústria fragmentada para fins de defesa comercial, conforme o Decreto nº 9.107, de 26 de julho de 2017.

Portaria SECEX n° 21. de 30.03.20 - Dispõe sobre as notificações e comunicações às partes interessadas no âmbito de processos de defesa comercial previstos nos Decretos nº 8.058, de 26 de julho de 2013, nº 1.751, de 19 de dezembro de 1995, e nº 1.488, de 11 de maio de 1995, e nos acordos comerciais em vigor no Brasil.

Instrução Normativa nº 1, de 17.08.20 - Dispõe sobre as adaptações necessárias aos procedimentos das investigações de defesa comercial e das avaliações de interesse público conduzidas pela Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público, em decorrência da pandemia do novo coronavírus (COVID-19).

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LEGISLAÇÃO SOBRE ANTIDUMPING

Acordo Antidumping, conforme aprovado pelo Decreto Legislativo nº 30, de 15.12.94 e promulgado pelo Decreto n.º 1.355, de 30.12.94.

Decreto n° 8.058, de 26.07.13 - Regulamenta os procedimentos administrativos relativos à investigação e à aplicação de medidas antidumping.

Lei n° 12.546, de 14.12.11 - Dispõe sobre a relação entre as investigações de defesa comercial e as regras de origem não-preferenciais. Portaria SECEX n° 36, de 19.09.13 - Decide que as propostas de compromisso de preços apresentadas por produtores/exportadores em investigações de dumping deverão obedecer às disposições desta Portaria.

Portaria SECEX n° 42, de 14.09.16 - Dispõe sobre procedimento de avaliação de escopo.

Portaria SECEX n° 41, de 11.10.13 - Dispõe sobre as informações necessárias para a elaboração de petições relativas a investigações antidumping, conforme o art. 39 do Decreto nº 8.058, de 26 de julho de 2013.

Portaria SECEX nº 44, de 29.10.13 - Dispõe sobre as informações necessárias para a elaboração de petições relativas a revisões de final de período, conforme o art. 106 do Decreto nº 8.058, de 26 de julho de 2013. Portaria SECEX nº 42, de 17.10.13 - Dispõe sobre as informações necessárias para a elaboração de petições relativas a revisões anticircunvenção, conforme o art. 79 do Decreto nº 8.058, de 26 de julho de 2013.

Portaria SECEX no 72, de 19.12.18 - Dispõe sobre as informações necessárias para a elaboração de petições relativas à revisão de redeterminação prevista na Seção II do Capítulo IX do Decreto no 8.058, de 26 de julho de 2013.

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LEGISLAÇÃO SOBRE SUBSÍDIOS E MEDIDAS COMPENSATÓRIAS Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias, conforme aprovado pelo Decreto Legislativo n.º 30, de 15.12.94 e promulgado pelo Decreto nº 1.355, de 30.12.94.

Decreto n° 1.751, de 19.12.95 - Regulamenta as normas que disciplinam os procedimentos administrativos relativos à aplicação de medidas compensatórias.

Circular SECEX n° 20, de 02.04.96 - Roteiro para elaboração de petição relativa à investigação de prática de subsídios.

LEGISLAÇÃO SOBRE SALVAGUARDAS

Acordo sobre Salvaguardas, conforme aprovado pelo Decreto Legislativo nº 30, de 15.12.94 e promulgado pelo Decreto nº 1.355, de 30.12.94. Decreto n° 1.488, de 11.05.95 - Regulamenta as normas que disciplinam os procedimentos administrativos relativos à aplicação de medidas de salvaguarda.

Decreto n° 1.936, de 20.06.96 - Altera dispositivos do Decreto nº 1.488, de 11.05.95, definindo que as medidas de salvaguarda serão aplicadas como elevação do imposto de importação.

Decreto n° 2.667, de 10.07.98 - Dispõe sobre a Execução do Décimo Nono Protocolo Adicional ao Acordo de Complementação Econômica nº 18, entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, de 17 de Dezembro de 1997.

Circular SECEX nº 19, de 02.04.96 - Roteiro para elaboração de petição relativa à aplicação de medidas de salvaguarda.

LEGISLAÇÃO SOBRE INTERESSE PÚBLICO

Portaria Nº 13, D.O.U. de 30/01/2020 - Disciplina os procedimentos administrativos de avaliação de interesse público em medidas de defesa comercial.

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medidas de defesa comercial, com fundamento no Decreto nº 8.058, de 26 de julho de 2013 (revogada).

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LEGISLAÇÃO SOBRE REVISÕES ANTICIRCUNVENÇÃO

Decreto n° 8.058, de 26.07.13 - Regulamenta os procedimentos administrativos relativos à investigação e à aplicação de medidas antidumping.

LEGISLAÇÃO SOBRE INVESTIGAÇÕES DE FALSA DECLARAÇÃO DE ORIGEM

Lei n° 12.546, de 14.12.11 - Dispõe sobre a relação entre as investigações de defesa comercial e as regras de origem não-preferenciais. Decreto Legislativo n° 30, de 15.12.94 - Aprova a Ata Final da Rodada Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do GATT, as listas de concessões do Brasil na área tarifária (Lista III) e no setor de serviços e o texto do Acordo Plurilateral sobre carne bovina.

Referências

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