• Nenhum resultado encontrado

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

Relatório

Escola Secundária de

D. Pedro V

L

ISBOA

A

VALIAÇÃO

E

XTERNA DAS

E

SCOLAS

11 e 13 abr.

(2)

1

I

NTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de avaliação em junho de 2011.

A então Inspeção-Geral da Educação foi incumbida de dar continuidade ao programa de avaliação externa das escolas, na sequência da proposta de modelo para um novo ciclo de avaliação externa, apresentada pelo Grupo de Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de março). Assim, apoiando-se no modelo construído e na experimentação realizada em doze escolas e agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver esta atividade consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de janeiro.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da Escola Secundária de D. Pedro V – Lisboa, realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada em 11 e 13 de abril de 2012. As conclusões decorrem da análise dos documentos fundamentais da Escola, em especial da sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso académico dos alunos, das respostas aos questionários de satisfação da comunidade e da realização de entrevistas.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente e consolide a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para a Escola, constituindo este documento um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de ação para a melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização da Escola, bem como a colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

O relatório da Escola apresentado no âmbito da

Avaliação Externa das Escolas 2011-2012 está disponível na página da IGEC.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos três domínios

EXCELENTE –A ação da escola tem produzido um impacto consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em campos relevantes.

MUITO BOM –A ação da escola tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes.

BOM–A ação da escola tem produzido um impacto em linha com o valor esperado na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.

SUFICIENTE–A ação da escola tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco

consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola.

INSUFICIENTE–A ação da escola tem produzido um impacto muito aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.

(3)

2

C

ARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

A Escola Secundária D. Pedro V, situada em Lisboa (freguesia de Nossa Senhora de Fátima), foi inaugurada em 1969, funcionando inicialmente como o único liceu que servia toda a zona envolvente. A abertura de outras escolas na proximidade geográfica originou um decréscimo no número de alunos até 2005, tendência invertida com o alargamento e diversificação da oferta educativa e com a intervenção operada no âmbito do Programa de Modernização do Parque Escolar Destinado ao Ensino Secundário (fase 1), que permitiu a requalificação dos espaços e dos equipamentos.

Na Escola estudam 1488 alunos e formandos, dos quais 205 frequentam o ensino básico regular (oito turmas), 571 os cursos científico-humanísticos do ensino secundário regular (23 turmas), 71 o curso tecnológico de Desporto (três turmas) e 301 integram os cursos profissionais (15 turmas de: Artes e Espetáculos – Interpretação; Artes e Espetáculos – Cenografia, Figurinos e Adereços; Técnico de Multimédia; Técnico de Secretariado; Técnico de Turismo; Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e Técnico de Apoio à Gestão Desportiva). Em regime noturno, além das duas turmas do ensino recorrente (30 alunos), funcionam nove turmas dos cursos de educação e formação de adultos de nível básico e secundário (194 formandos) e quatro turmas criadas no âmbito do Programa Português para Todos (116 formandos).

A percentagem de alunos naturais de outros países é de 19%, com predomínio para os oriundos do Brasil e de países africanos de língua oficial portuguesa.

Relativamente à ação social escolar, verifica-se que 76% dos alunos não beneficiam de auxílios económicos. No que respeita às tecnologias de informação e comunicação, apenas 39% possuem computador e internet em casa.

Trabalham na Escola 145 docentes, dos quais 75% pertencem aos quadros. A experiência profissional é significativa, pois apenas 23% lecionam há menos de 10 anos. Dos 25 trabalhadores não docentes, 40% têm menos de 10 anos de serviço.

Os indicadores relativos à formação académica dos pais, não especificados em 62% dos casos, revelam que 13% têm uma formação de nível secundário ou superior. Quanto à ocupação profissional, também não especificada em 58% dos casos, constata-se que 14% dos pais exercem atividades profissionais de nível superior e intermédio.

No ano letivo de 2010-2011, ano para o qual há referentes nacionais calculados, os valores das variáveis de contexto da Escola são, de um modo geral, próximos da mediana nacional, embora se tenha verificado que alguns dados poderão não ter sido devidamente submetidos ou atualizados na base de dados da MISI. No que concerne ao ensino básico, os valores que dizem respeito à formação académica, à profissão dos pais e aos alunos sem ação social escolar, no 9.º ano, também se aproximam da mediana nacional, sendo menos favoráveis os valores referentes à média de idades dos alunos. No ensino secundário, são favoráveis os valores respeitantes aos alunos que não beneficiam de ação social escolar no 12.º ano, estando em linha com a mediana nacional os que se referem à formação académica e à profissão dos pais. São desfavoráveis, neste nível de ensino, os valores da média de idades dos alunos e a percentagem de docentes pertencentes aos quadros.

(4)

3-

A

VALIAÇÃO POR DOMÍNIO

Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação formula as seguintes apreciações:

3.1

R

ESULTADOS

RESULTADOS ACADÉMICOS

A taxa de sucesso global do 3.º ciclo mantem-se constante quando se compara o primeiro com o terceiro ano do triénio de 2008-2009 a 2010-2011, apesar de uma descida significativa no ano 2009-2010. Os resultados do 9.º ano, neste ano letivo, estão em linha com o esperado para a avaliação externa a matemática e a língua portuguesa e abaixo do esperado para a taxa de conclusão.

É de realçar o trabalho desenvolvido com os alunos do 12.º ano em matemática, cujos resultados se mostram acima do valor esperado determinado para o ano letivo 2009-2010, nas classificações finais daquela disciplina. O mesmo não aconteceu em português do 12.º ano, em que as classificações finais foram as esperadas para aquele ano letivo.

As taxas de transição do 10.º ano e do 11.º e de conclusão do 12.º ano mostram flutuação e involução, comparando o primeiro com o terceiro ano do triénio, apesar de a taxa de conclusão estar em linha com o esperado, para o ano letivo 2009-2010. Os resultados do 12.º ano, em termos de taxas de conclusão, mostram tratar-se do ano de escolaridade em que há menor sucesso relativamente aos três anos do ensino secundário, ao longo do triénio, nos cursos cientifico-humanísticos e, no ano letivo 2010-2011, no curso tecnológico de Desporto.

A taxa de sucesso global dos cursos profissionais é de 22% para os alunos que frequentaram de 2008-2009 a 2010-2011, sendo o curso de Técnico de Turismo o que teve maior sucesso (40%) e o de Técnico de Multimédia o que teve menor (13%).

Os cursos de educação e formação de adultos mostram, no triénio em análise, taxas de sucesso de 100% e 86% para o nível secundário e de 100%, 78% e 20% para o nível básico.

Ainda que algumas causas externas sejam apontadas, como a fraca preparação dos alunos que ingressam pela primeira vez na Escola, nomeadamente nos 7.º e 10.º anos, esta ainda não definiu o plano de ação mais adequado que permita o reforço de estratégias concertadas para responder a uma melhor integração dos novos alunos. Na verdade, esta situação mostra que não foi claramente superada a debilidade identificada no relatório da Avaliação Externa das Escolas, realizada em 2008, que referia as «baixas expectativas dos professores relativamente aos alunos, com reflexo na organização das

aprendizagens».

Dado o contexto socioeconómico, em que os valores das respetivas variáveis são genericamente favoráveis, esperar-se-iam resultados também mais favoráveis, ou seja, acima dos valores observados. A análise e a reflexão sobre os resultados académicos são realizadas nas diferentes estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica e têm sido motivo para algum debate sobre as práticas, nomeadamente no ensino básico, sendo reconhecido, por exemplo, que apenas 36,5% dos alunos terminam o 3.º ciclo em três anos. Contudo, não têm sido identificados de forma sistemática os fatores determinantes do sucesso e do insucesso, intrínsecos aos processos de ensino e de aprendizagem, com reflexos na implementação de ações eficazes e com impacto nos resultados escolares.

No último triénio, as taxas de abandono do 3.º ciclo e as taxas de desistência do ensino secundário, disponibilizadas pela Escola, apresentam valores constantes de 1%. Contudo, a anulação de matrícula,

(5)

transversal aos três anos de escolaridade do ensino secundário, é reconhecida como preocupante pela Escola e, por isso, uma questão não resolvida. Efetivamente, no final do 2.º período do presente ano letivo, as taxas de anulação de matrícula, por exemplo, no 12.º ano são mais elevadas em química (22%), em história A (16%) e em matemática A (13%).

RESULTADOS SOCIAIS

É notório o envolvimento dos alunos, nomeadamente através da associação de estudantes e das assembleias de delegados, na dinamização de atividades conducentes a uma maior identificação dos alunos com a Escola. O Projeto de Educação para a Saúde e Educação Sexual, o Clube Europeu e a

Intergeracionalidade na Escola têm sido utilizados para estimular, de diferentes formas, a

solidariedade, o respeito pelos outros e a convivência democrática.

De igual modo, é de salientar o empenho e a disponibilidade dos diretores de turma, na integração dos alunos, na promoção da ligação com as famílias e na implementação dos projetos curriculares de turma. A formação, no ano letivo anterior, de uma turma em cada ano de escolaridade do ensino básico, com os alunos retirados das diferentes turmas, cujos comportamentos eram menos adequados e com menor sucesso, na tentativa de desenvolver as suas competências sociais, não foi conclusiva quanto ao alcance da melhoria. Emerge, por isso, a necessidade de um envolvimento efetivo dos alunos em atividades de enriquecimento do currículo, designadamente em clubes e projetos, nas áreas desportiva, artística e da cidadania, como forma de promover a sua maior participação e responsabilização na vida da Escola. Efetivamente têm ocorrido casos de comportamentos pouco adequados, os quais não favorecem um ambiente calmo e de respeito, propiciador das aprendizagens, apesar da implementação do Código de

Conduta do Aluno e Procedimentos Disciplinares, das medidas que sancionam o não cumprimento da

pontualidade pelos alunos e do trabalho positivo desenvolvido pelo Gabinete de Pedagogia e Disciplina. Em relação à aplicação de medidas disciplinares sancionatórias de suspensão, verificou-se um aumento do número de casos do ano letivo 2008-2009 para 2010-2011 (de 9 para 15 alunos do ensino básico e de 2 para 8 alunos do ensino secundário) e do número de dias aplicados (de 37 para 83 e de 3 para 21, respetivamente). Na verdade, tem sido fraco o enfoque na prevenção e reconhecida a necessidade de implementar uma estratégia concertada que reforce as atividades promotoras da disciplina para melhorar as competências sociais dos alunos e permitir ambientes propícios ao ensino e à aprendizagem.

RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE

A perceção que os alunos, encarregados de educação e trabalhadores têm do serviço prestado, traduzida nos questionários de satisfação, é positiva, sendo expressa pelo predomínio da opção de concordância parcial. Os alunos destacam “Gosto desta escola”, os pais e encarregados de educação realçam “Gosto que

o meu filho ande nesta escola” e o pessoal docente e não docente “Gosto de trabalhar nesta escola”, com

valores percentuais elevados.

Está instituído o Quadro de Mérito, de aplicação recente, com o objetivo de valorizar e reconhecer os sucessos dos alunos. Contudo, tem pouca divulgação e, consequentemente, fraca visibilidade na comunidade educativa.

A Escola conhece a comunidade que serve e, por isso, o diretor tem demonstrado disponibilidade e abertura, com vista à promoção de um maior envolvimento, nomeadamente com o Projeto Alterum

(Escola em Rede). Contudo, é reconhecida a necessidade de convergência de ações estratégicas que

(6)

qualidade dos seus equipamentos, do culto da memória intergeracional e da valorização dos sucessos alcançados.

É de realçar a disponibilidade e o interesse da associação de pais, na participação em atividades e na procura de soluções para as dificuldades da Escola.

Foi também reconhecida a oportunidade de diferenciar a oferta educativa no 3.º ciclo, com vista a potenciar as aprendizagens noutras áreas, contribuindo para o sucesso dos alunos e reforçando o trabalho de integração da Escola no meio envolvente.

Em suma, a ação da Escola tem produzido um impacto em linha com o valor esperado na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. A Escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação deBOMno domínio Resultados.

3.2

P

RESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO

As planificações a longo prazo são fruto de trabalho conjunto, envolvendo os docentes que lecionam as mesmas disciplinas. Em sede de departamento, promove-se a discussão sobre a gestão do currículo e definem-se os critérios de avaliação para os ensinos básico e secundário, bem como as atividades a desenvolver ao longo do ano letivo, sendo estas questões também analisadas em conselho pedagógico. A construção dos projetos curriculares de turma reflete adequação das estratégias e contextualização, com recurso a temas e atividades que procuram ir ao encontro das necessidades e interesses dos alunos, numa perspetiva de articulação horizontal interdisciplinar.

Todavia, não foi ainda significativamente superada a debilidade identificada no relatório da Avaliação Externa das Escolas, realizada em 2008, que assinalava a “inexistência de um documento de âmbito

curricular de referência que contemple a organização pedagógica da Escola”. Com efeito, o projeto

curricular de escola elenca opções relevantes atinentes à valorização de metodologias projetuais e ativas, centradas nos alunos, que importa concretizar nas práticas, mas não integra orientações relativas à articulação vertical, de modo a garantir a sequencialidade na gestão do currículo, entre o 3.º ciclo e o ensino secundário e ao longo destes, e a aumentar a eficácia da ação educativa.

No mesmo sentido, o plano anual de atividades, constituído pelo somatório das propostas departamentais e da biblioteca escolar, contempla numerosas e diferentes iniciativas, mas a sua avaliação, feita pela Escola, denota que há trabalho a fazer para melhorar a sua planificação, nomeadamente no que respeita à fundamentação, articulação e proporcionalidade das atividades.

As informações relativas ao percurso escolar dos alunos limitam-se aos elementos constantes dos seus processos individuais, no caso dos provenientes de outras escolas, sendo um pouco mais alargados e consistentes com a caracterização e diagnóstico patentes nos projetos curriculares de turma, no 3.º ciclo. Esta é uma área que os docentes, sobretudo os diretores de turma, reconhecem ser importante e merecer uma atenção crescente, a fim de permitir um melhor acompanhamento dos alunos ao longo da escolaridade, tanto no ensino básico como no secundário.

O planeamento sistematiza, no projeto curricular de escola, os princípios orientadores relativos à avaliação das aprendizagens e a discussão destas matérias, nas estruturas e órgãos competentes, permitiu a definição de critérios e instituiu a utilização de diferentes modalidades e instrumentos de avaliação.

(7)

O trabalho cooperativo entre docentes é uma realidade emergente na Escola, com reflexos nalguma partilha de materiais, facto que indicia a persistência da “fragilidade do trabalho desenvolvido pelos

departamentos ao nível da articulação e da qualidade pedagógica”, mencionada no anterior relatório da

Avaliação Externa das Escolas.

PRÁTICAS DE ENSINO

Os docentes fazem o diagnóstico dos interesses e das capacidades dos alunos, bem como o levantamento das suas necessidades, e a discussão dos diferentes casos é realizada com maior incidência em conselho de turma, originando reajustes nas planificações. Contudo, é reconhecida a necessidade de uma implementação mais generalizada de práticas de diferenciação pedagógica em sala de aula, potenciando a melhoria do processo de ensino e de aprendizagem.

É de salientar o trabalho desenvolvido no âmbito da educação especial e pelo psicólogo, em articulação com os docentes e com os diretores de turma, para dar respostas adequadas aos alunos com necessidades educativas especiais, envolvendo as respetivas famílias. Este apoio é complementado com o encaminhamento para parceiros ligados à rede pública de saúde, no que respeita aos técnicos especializados.

Os discursos dos docentes reiteram a intenção generalizada de pautar as suas práticas de ensino, em sala de aula, por princípios de rigor associados à exigência de comportamentos adequados, cumprimento de tarefas e prestação de provas. No entanto, as iniciativas destinadas a estimular e valorizar as potencialidades dos alunos têm uma visibilidade e abrangência reduzidas, limitando-se à participação em concursos e à exposição de trabalhos.

O recurso a metodologias ativas, associado ao desenvolvimento da componente experimental, tem contribuído para fomentar uma atitude positiva face ao método científico e à aprendizagem das ciências. Porém, as limitações em termos de equipamentos, devido à existência de, apenas, dois laboratórios específicos e um laboratório polivalente, obrigam à sua utilização criteriosa.

A dimensão artística é valorizada com o funcionamento dos cursos profissionais ligados às Artes e Espetáculos, positivamente reconhecidos pela comunidade e pelos alunos. Neste âmbito, também se realizam algumas atividades de animação do espaço escolar, como representações, workshops e exposições de cartazes, com o contributo das disciplinas do departamento de expressões e do curso profissional de Técnico de Multimédia.

A gestão do tempo escolar é regulada pela plena lotação dos espaços, apesar de não existir um aproveitamento efetivo dos recursos tecnológicos disponíveis, em particular os quadros interativos, para a melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem.

Embora não esteja instituída a observação de aulas entre pares, já se realizaram experiências pontuais, como o Team Teaching e o ensino por tarefas, levadas a cabo pelos docentes de inglês, com a finalidade de promover o desenvolvimento profissional e de melhorar as práticas de ensino através da cooperação. Neste sentido, é reconhecido que a implementação de práticas de supervisão e de assessorias pedagógicas poderia promover a cooperação ativa e a rendibilização dos saberes profissionais.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS

A avaliação das aprendizagens é realizada com recurso a instrumentos e a registos de observações diversificados. As diferentes modalidades, em especial a de diagnóstico e a formativa, integram os processos, sendo a autoavaliação e a informação de retorno utilizadas para regulação das aprendizagens.

(8)

A Escola aderiu ao projeto dos Testes Intermédios disponibilizado pelo Gabinete de Avaliação Educacional, com o propósito de aferir desempenhos e de refletir sobre os processos. Também são elaboradas matrizes e, pontualmente, testes comuns por nível e disciplina, embora haja trabalho a fazer no sentido de generalizar e de reforçar a sistematicidade e a consistência na aferição das práticas avaliativas.

O acompanhamento do desenvolvimento do currículo, realizado nos departamentos, contempla o cumprimento dos programas nacionais para cada disciplina. A perspetiva de realização de exames externos, em especial para acesso ao ensino superior, condiciona de forma significativa a reformulação das planificações, sendo as medidas de apoio e a realização de tarefas de reforço das aprendizagens as soluções mais visadas, nomeadamente nos projetos curriculares de turma.

As taxas de sucesso dos alunos apoiados apresentam flutuação no caso dos alunos com necessidades educativas especiais, no triénio de 2008-2009 a 2010-2011, e uma pequena subida no caso dos que têm dificuldades de aprendizagem, em 2009-2010 e 2010-2011. A análise e a discussão destes resultados poderão contribuir para uma eficaz adequação dos métodos de ensino e das modalidades de apoio. Os dados referentes ao abandono escolar, bem como às anulações de matrícula, indiciam que esta é uma questão que merece um acompanhamento mais atento e analítico por parte da Escola. Com efeito, a oferta educativa é diversificada e potenciadora de aprendizagens em diferentes áreas, com o objetivo de motivar e envolver os alunos e conduzir à sua formação integral. Contudo, emerge a necessidade de a orientação vocacional e a seleção dos candidatos à frequência do ensino secundário serem mais esclarecedoras e eficazes, tendo em vista a adequação das opções ao perfil dos alunos.

Em suma, a Escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.

3.3

L

IDERANÇA E GESTÃO

LIDERANÇA

O projeto educativo, fundado no projeto de intervenção do diretor, destaca cinco grandes eixos e a vontade coletiva de construir uma escola de referência, apelando, para isso, à participação de toda a comunidade escolar. Tal significa a existência de uma missão que aposta no desenvolvimento profissional dos professores e no desenvolvimento organizativo da Escola, com o propósito de a tornar uma organização aprendente.

As atividades desenvolvidas são diversificadas e abrangentes, com impacto positivo na dinâmica da Escola, apesar de poderem ser melhor planeadas e avaliadas em função dos objetivos e dos resultados esperados. Com efeito, a inexistência de alguns indicadores poderá dificultar a avaliação do projeto educativo e do plano anual de atividades. Esta situação mostra que não foi cabalmente superada a debilidade identificada no relatório anterior da Avaliação Externa das Escolas, que referia a «inexistência de indicadores para as metas definidas no projeto educativo».

A liderança é responsável, com uma visão estratégica suportada no desenvolvimento do trabalho em rede e na motivação dos diferentes profissionais para o processo de ensino e de aprendizagem. Neste sentido, é indispensável a intervenção do diretor na promoção de uma maior cooperação, que contribua para a orientação e concertação dos órgãos e estruturas de coordenação pedagógica e supervisão educativa, com implicações na prestação do serviço educativo e na melhoria da imagem da Escola.

(9)

É de destacar o trabalho desenvolvido no âmbito do Programa de Educação para a Saúde e das modalidades do desporto escolar, potenciador do sucesso educativo. Porém, uma maior abertura à inovação e a adesão a projetos nacionais e internacionais, em articulação com as diferentes atividades, enriqueceria as experiências de aprendizagem dos alunos e a sua formação integral.

O ambiente educativo e a entreajuda dos profissionais são claramente influenciados pelas relações interpessoais positivas entre os elementos da comunidade escolar, o que poderá facilitar a emergência de lideranças participativas dos órgãos de gestão intermédia no incentivo dos diferentes pares ao espírito de missão e ao reforço da comunicação e do trabalho colaborativo para responderem aos desafios da Escola.

É de salientar a disponibilidade para o estabelecimento de conexões com diversas entidades externas, no sentido de favorecer o trabalho em rede para o desenvolvimento de iniciativas conjuntas e utilização dos recursos disponibilizados. Contudo, é reconhecida a necessidade de uma permanente e maior proatividade nesta área, nomeadamente com a construção e divulgação de uma agenda, potenciada pelas relações com as diferentes entidades externas e associada à oferta educativa, que vá ao encontro de uma política de diferenciação e de sucesso e torne a Escola, cada vez mais, reconhecida como polo de excelência.

GESTÃO

As práticas de organização e de gestão dos recursos procuram atender às necessidades da comunidade escolar, de modo a garantir as melhores condições para as aprendizagens dos alunos, sendo os novos equipamentos valorizados e aproveitados para reforçar um dos eixos da identidade da Escola.

Neste âmbito, é de realçar a valorização da biblioteca escolar, enquanto espaço interativo de pesquisa e de aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento de competências no âmbito da língua portuguesa. Contudo, ainda pode ser mais mobilizadora dos alunos e constituir-se como motivadora, alargando o leque de atividades e de projetos.

Estão definidos os critérios que enquadram a constituição de turmas, a elaboração de horários e a distribuição de serviço. Neste caso, é dada especial atenção ao perfil dos diretores de turma e respetivos coordenadores, valorizando a experiência profissional e a capacidade de mediação em conselho de turma, junto dos alunos e suas famílias, e também à constituição de equipas pedagógicas, com a finalidade de facilitar o acompanhamento do percurso escolar de alunos e formandos.

O diretor conhece as competências profissionais dos trabalhadores, os quais são afetos a áreas funcionais e a projetos em função do seu perfil e também das necessidades da organização.

Tendo em vista a promoção do desenvolvimento profissional e a melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem, o diretor lidera o Programa Excelência, que possibilitou a criação e dinamização de um fórum de discussão e reflexão, aberto ao corpo docente. No mesmo sentido, é de salientar a implementação do projeto Teacher Learning For European Literacy Education, no âmbito do programa

Comenius, como contributo para a discussão, partilha e melhoria das práticas de ensino.

No entanto, é reconhecido que a melhoria nesta área requer formação centrada no diagnóstico das necessidades educativas dos alunos e dos problemas da Escola, orientada para a real consolidação científica e para a renovação de práticas metodológicas dos docentes, utilizando, o mais possível, o capital humano da organização escolar.

Os recursos tecnológicos disponíveis, designadamente o correio eletrónico institucional, a página da Escola na Internet e a plataforma Moodle, facilitam a circulação de informação, embora haja algum

(10)

AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA

A autoavaliação da Escola, como processo mais organizado, iniciou-se no ano letivo 2009-2010, instituído pelo diretor, com a opção pela Estrutura Comum de Avaliação (CAF-Common Assessment

Framework) e a consequente constituição da equipa de autoavaliação. As práticas sistemáticas de

recolha e tratamento de informação e sua divulgação, resultantes deste processo, foram importantes para o conhecimento da organização, em termos do levantamento de pontos fortes e aspetos a melhorar, de acordo com os nove critérios do referido modelo.

Na sequência deste diagnóstico organizacional, foram elaborados dois relatórios e, no presente ano letivo, um plano de melhoria, constituído por várias ações respeitantes apenas às áreas da gestão e dos fatores contextuais da Escola. Contudo, o relatório de autoavaliação, de junho de 2011, refere aspetos a melhorar como, por exemplo, o trabalho cooperativo e a análise das causas do insucesso, que não foram incluídos no plano de melhoria.

A insuficiente formalização de um projeto de autoavaliação da Escola não permitiu o seu desenvolvimento numa perspetiva estratégica relativamente a áreas-chave como os resultados e o processo de ensino e de aprendizagem. No mesmo sentido, a fraca articulação e coerência entre os documentos de orientação educativa, de acordo com os objetivos do projeto educativo, não facilitaram a sua avaliação, nem a elaboração de planos de ação nas referidas áreas.

De uma forma geral, o texto de apresentação para a presente Avaliação Externa é redutor, relativamente ao quadro de referência proposto, não sistematiza aspetos relevantes da organização escolar e tem fraca incidência na análise dos resultados académicos. O trabalho de sistematização destes tem sido realizado pelos diretores de turma e pela direção, possibilitando uma reflexão útil para a promoção do progresso e da autorregulação.

É de salientar uma melhoria significativa relativamente à anterior Avaliação Externa das Escolas. Contudo, tendo em conta a debilidade identificada no relatório dessa avaliação (“Inexistência de um

projeto de autoavaliação que permita o progresso sustentado da Escola”), seria de esperar encontrar um

projeto de autoavaliação concebido como uma estratégia de aprendizagem e de desenvolvimento organizacional e profissional, focalizado em áreas de prioridade educativa, cujos planos de melhoria tivessem impacto nos resultados.

Em resumo, a Escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes. As atuações positivas são a norma e a ação desenvolvida tem vindo a ter impacto positivo na organização, pelo que a classificação do domínio em análise é deBOM.

4

P

ONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA

A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho da Escola:

Participação e responsabilização dos alunos, nomeadamente através da associação de estudantes e das assembleias de delegados, na dinamização de atividades conducentes a uma maior identificação com a Escola;

(11)

Valorização da dimensão artística, com o funcionamento dos cursos profissionais ligados às Artes e Espetáculos, positivamente reconhecidos pela comunidade e pelos alunos;

Oferta educativa diversificada, potenciadora de aprendizagens em diferentes áreas, com o objetivo de motivar e envolver os alunos e conduzir à sua formação integral;

Liderança responsável, com uma visão estratégica suportada no desenvolvimento do trabalho em rede e na motivação dos diferentes profissionais para o processo de ensino e de aprendizagem;

Práticas sistemáticas de recolha e tratamento de informação e sua divulgação, consubstanciadas na aplicação da Estrutura Comum de Avaliação (CAF – Common Assessment

Framework), tendo em vista o conhecimento da organização.

A equipa de avaliação entende que as áreas onde a Escola deve incidir prioritariamente os seus esforços para a melhoria são as seguintes:

Identificação sistemática dos fatores determinantes do sucesso e do insucesso, intrínsecos ao processo de ensino e de aprendizagem, com reflexos na implementação de ações eficazes;

Desenvolvimento de uma estratégia concertada e o reforço de atividades promotoras da disciplina para melhorar as competências sociais dos alunos;

Implementação mais generalizada de práticas de diferenciação pedagógica em sala de aula, potenciando a melhoria do processo de ensino e de aprendizagem;

Lideranças participativas dos órgãos de gestão intermédia no incentivo dos diferentes pares ao espírito de missão e ao reforço da comunicação e do trabalho colaborativo para responderem aos desafios da Escola;

Projeto de autoavaliação concebido como uma estratégia de aprendizagem e desenvolvimento organizacional e profissional, focalizado em áreas de prioridade educativa, cujos planos de melhoria impliquem a prestação do serviço educativo e tenham impacto nos resultados.

Referências

Documentos relacionados

A infidelidade partidária pressupõe o desligamento voluntário, e sem justa causa, do filiado eleito pela legenda, de modo que não se afigura cabível a propositura de ação

SAT em PLANAR 3-SAT.. Esta transformação pode ser obtida em tempo poliiioiiiial ao taiiiaiiho da entrada.. Como toda cláusula possui um literal verdadeiro, então no mínimo uin

Para tentar explicar essas transformações, procuramos suporte em conceitos necessários para a compreensão das transformações do espaço regional e local: o estudo da localização

14 Direito Processual do Trabalho Esquematizado ® Carla Teresa Martins

Como será discutido nos próximos tópicos, os marcadores possuem potencialidades para efetivamente serem utilizados nas diferentes etapas do melhoramento tais como: a quantificação

É, sempre, assíduo e pontual. Traz, sempre, o material necessário para as aulas. Está, sempre, atento e concentrado nas aulas. Participa, sempre, nas atividades das aulas

We investigated benefi- cial/probiotic properties: anti-Bd activity, and adhesion and colonisation characteristics (hydrophobicity, biofilm formation and