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Educação Ambiental e Visão de Mundo

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Academic year: 2021

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Environmental Education and Worldview

The environment in point of view of students of the field and the city of the State of Goiás

Educação Ambiental e Visão de Mundo

O meio ambiente na visão de estudantes do campo e da cidade do Estado de Goiás

Silma Pereira do Nascimento

Docente da Secretaria de Estado de Educação de Goiás Discente do Programa de Pós-graduação em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente – UniEVANGÉLICA

Anápolis-Goiás-Brasil slma.nascimento@hotmail.com

Abadia de Lourdes da Cunha

Docente da Secretaria de Estado de Educação de Goiás Discente do Programa de Pós-graduação em Sociedade,

Tecnologia e Meio Ambiente – UniEVANGÉLICA Anápolis-Goiás-Brasil

bacunha6@hotmail.com

Giovana Galvão Tavares

Docente do Programa de Pós-graduação de Mestrado em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente –

UniEVANGÉLICA Anápolis-Goiás-Brasil giovana.tavares@unievangelica.edu.br

Liberalina Teodoro de Rezende

Docente da Universidade Estadual de Goiás Discente do Programa de Pós-graduação de em Sociedade,

Tecnologia e Meio Ambiente – UniEVANGÉLICA. Anápolis-Goiás-Brasil

libeteodoro@gmail.com

Maria Gonçalves da Silva Barbalho

Docente do Programa de Pós-graduação de em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente – UniEVANGÉLICA.

Anápolis-Goiás-Brasil mariabarbalho2505@gmail.com

Sandro Dutra e Silva

Docente do Programa de Pós-graduação de em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente – UniEVANGÉLICA.

Anápolis-Goiás-Brasil sandrodutra@unievangelica.edu.br

Abstract - This paper presents the work it aimed to determine

similarities or differences between point of view about Environment of students from high schools in Goiás, residents in urban and rural areas and verify the scope and adequacy of Education environmental on both groups. The results revealed the influence of local social relations in students' views on various matters related to environmental issues. It was also observed that despite all the discussions and existing work about environmental education prevails in the view of most students the idea of "natural environment", in which human being is still seen as a specie that lives in environment but not belong to him. Data presented are highly relevant since it can subsidize discussions about theme and actions focused for Environmental Education.

Keywords: Environmental Education, quotidian, similarities and differences.

Resumo - Este artigo apresenta o trabalho que teve como objetivo

verificar as semelhanças ou diferenças entre a visão sobre Meio Ambiente dos estudantes das escolas de ensino médio da Rede Estadual de Educação de Goiás, residentes nas áreas urbana e rural e verificar qual o alcance e a adequação da Educação Ambiental nos dois grupos. Os resultados revelaram a influência das relações sociais locais na visão dos estudantes acerca de vários assuntos relacionados à temática ambiental. Também foi

possível verificar que, apesar de todas as discussões e trabalhos existentes sobre Educação Ambiental, prevalece na visão da maioria dos estudantes a idéia de “ambiente natural”, onde ser humano ainda é visto como espécie que vive no Meio Ambiente, mas não faz parte dele. Os dados apresentados são extremamente relevantes, uma vez que podem subsidiar as discussões a cerca do tema e ações voltadas para Educação Ambiental.

Palavras-chave: Educação Ambiental, cotidiano, semelhanças e diferenças.

I. INTRODUÇÃO

Desenvolver ações educativas no sentido de conscientizar as pessoas sobre a natureza de suas relações com o Meio Ambiente e as conseqüências dessas relações, cada vez mais se apresenta como meta inadiável. A educação não consiste na resposta absoluta para todos os problemas, mas em seu sentido amplo, deve ser parte vital de todos os esforços que se façam para criar novas relações entre as pessoas e para fomentar maior respeito pelas necessidades do Meio Ambiente [1, pp 34-35].

Segundo Mergulhão & Vasaki [2] A educação ambiental busca a qualidade de vida, que implica na convivência

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harmoniosa do homem com o meio ambiente, natural ou não. Isso impõe segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais [3, p. 180] a busca de novas formas de pensar e agir, individual e coletivamente, de novos caminhos e modelos, para suprir necessidades humanas, e relações sociais que não perpetuem tantas desigualdades e exclusão social e, ao mesmo tempo, que garantam a sustentabilidade ecológica.

Nesse sentido, é importante conhecer as relações que os educandos estabelecem com as comunidades onde vivem, para subsidiar as práticas pedagógicas e consequentemente a educação ambiental. “O importante é incluir nas atividades de educação ambiental a temática próxima ou distante (geograficamente) relacionada com o cotidiano das pessoas daquele lugar” [4, p. 48].

As concepções de Paulo Freire [5] abordam as práticas de educação ambiental, discutindo temáticas ambientais de forma crítica, contextualizada e interdisciplinar na escola e nos movimentos sociais. Carvalho [6] concordacom a posição de Freire ao afirmar que a educação ambiental é uma ação educativa que deveria estar presente, de forma transversal e interdisciplinar, articulando o conjunto de saberes, formação de atitudes e sensibilidades ambientais.

Edgar Morin [7] vislumbra a educação ambiental problematizadora, onde enfatiza que a educação ambiental transformadora é aquela que possui um conteúdo emancipatório, em que a dialética entre e conteúdo se realiza de tal maneira que as alterações da atividade humana, vinculadas ao fazer educativo, impliquem mudanças individuais e coletivas, locais e globais, estruturais e conjuntivas, econômicas e culturais.

Com base nos pressupostos teóricos mencionados anteriormente, e a partir de estudos realizados na disciplina de Educação Ambiental, do programa de pós-graduação em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente – Centro Universitário de Anápolis – UniEVANGELICA, percebeu-se a necessidade de enfocar o grau de influência da realidade vivida pelos estudantes em suas comunidades, o que motivou a realização do presente trabalho. Estudos realizados, Carvalho [8] apontam para as diferenças de percepção acerca do que vem a ser Educação ambiental, bem como para a necessidade de discutir as modalidades da EA como prática educativa, suas orientações pedagógicas e suas conseqüências como mediação apropriada para o projeto de mudança social e ambiental, questionando se existe uma EA ou várias, se todos que estão fazendo EA comungam de princípios pedagógicos e de um ideário ambiental comum.

O presente artigo apresenta o resultado do trabalho realizado junto a estudantes de Escolas de Ensino Médio da Rede Estadual de Educação de Goiás, cujo objetivo foi verificar e analisar as semelhanças e diferenças entre a visão de estudantes residentes em área urbana e a visão de estudantes residentes na zona rural sobre o que vem a ser Meio Ambiente e perceber qual o alcance e a adequação da Educação Ambiental nas diferentes realidades vividas pelos grupos pesquisados.

As pesquisas foram desenvolvidas na Escola Estadual Barão do Rio Branco e no Instituto de Educação de Campinas Presidente Castelo Branco. A primeira localiza-se zona rural do município de Mara Rosa – GO, e a segunda em Goiânia, capital do Estado de Goiás.

II. METODOLOGIA

Para a realização da pesquisa utilizou-se a abordagem qualitativa, por meio de estudo de caso segundo definição de André [9] com estudantes da 3ª série do ensino médio, dos quais 31 residem em área urbana e 9 residem em área rural. Cumpre esclarecer que o reduzido número de estudantes na área rural não prejudicou a análise, visto tratar-se de situação comum no interior de Goiás, ou seja, um número menor de residentes nos espaços rurais. Além disso, os dados foram analisados segundo os percentuais obtidos, a fim de realizar uma análise proporcional ao total de estudantes de cada turma. Os dados foram coletados através de questionário com 13 questões de múltipla escolha e uma questão aberta para ser respondido individualmente, versando sobre a temática ambiental e posteriormente foram calculados os percentuais em que cada alternativa foi citada pelas turmas. As questões apresentadas abordaram aspectos tais como: proteção ambiental, problemas ambientais, educação ambiental, acesso à informação sobre a temática ambiental e concepção de Meio Ambiente. Cabe mencionar que as 4 (quatro) primeiras questões não estão no artigo por se tratarem de dados com identificação dos alunos.

As respostas foram agrupadas nas tabelas para verificar as semelhanças e as diferenças entre as percepções dos grupos acerca da realidade vivida.

III. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme mencionado anteriormente, os dados coletados estão apresentados em tabelas numeradas de 1 a 10, onde constam as perguntas do questionário feito aos estudantes.

Os dados revelaram que de forma geral os grupos (rural/urbano) apresentam mais semelhanças do que diferenças para os diversos aspectos abordados no questionário. Verificou-se, por exemplo, que os meios acessados pelos estudantes para obterem informações sobre o meio ambiente (Tabela 1) são basicamente os mesmos: (televisão jornais, internet, rádio, escola, cursos e contato com outros estudantes). No entanto, cabe mencionar que os estudantes da área rural informaram discutir mais frequentemente a temática ambiental em suas relações diárias (100% relataram essa conduta), contra 23% de relato dos estudantes da área urbana. Quanto à compreensão sobre Meio Ambiente (Tabelas 2, 3 e 10), os resultados mostram que para a maioria ou seja mais de 80% dos estudantes, rural e urbano, o ser humano não faz parte do meio ambiente.

Já os problemas ambientais (tabela 5 e 8) são vistos isoladamente, como eventos ou seja como problemas casuais e não como processo. É importante observar que as duas respostas que passam a idéia de processo (modelo de desenvolvimento econômico e soma das alternativas) foram menos escolhidas pelos estudantes da área urbana e com uma

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ligeira preferência entre estudantes da zona rural, os quais demonstraram em suas respostas perceberem melhor o impacto do atual modelo econômico sobre o meio ambiente. Entre os estudantes da zona urbana pode-se perceber uma ligeira contradição: ao mesmo tempo em que percebem o padrão de consumo como um aspecto prejudicial ao Meio Ambiente, poucos selecionaram o modelo de desenvolvimento econômico – baseado no consumo – como aspecto relevante da agressão ao meio ambiente. Nesse sentido, Jacob [10] propõe uma Educação Ambiental que interaja com vários campos do conhecimento, com uma abordagem multirreferencial e que tenha por objetivo a criação de novas atitudes e comportamentos da sociedade diante do consumo e o estímulo à mudança de valores individuais e coletivos.

Quanto à responsabilidade pela proteção ambiental, na Tabela 6, verifica-se que para os estudantes da área rural é importante o envolvimento de toda a sociedade no que se refere à proteção ambiental, enquanto entre muitos estudantes da área urbana esse entendimento não ficou claro, embora a maioria destes entenda a importância da participação popular. Nas respostas sobre Educação Ambiental (tabelas 4 e 7), ficou evidente que pequena parcela dos estudantes vê como objeto de estudo a relação homem x meio e privilegiam a Educação Ambiental como estudo voltado para a conservação ambiental. Além disso, destaca-se o fato de que a maioria dos estudantes tanto da zona rural quanto zona urbana não vê a escola como promotora de Educação Ambiental. Nesse sentido, em Mergulhão & Vasaki [2], Reigota [4], e Carvalho [6] a Educação Ambiental não é um privilégio da escola, mas também de outros espaços de convivência social ou meios de comunicação.

Assim, cresce a importância de uma Educação Ambiental que vá além da discussão de medidas relacionadas à preservação de espécies e de recursos naturais e que enseje, conforme definiu Reigota [4], uma educação política, comprometida com a ampliação da cidadania e da intervenção direta dos cidadãos nas soluções de demandas voltadas ao bem comum e que estimule o diálogo entre conhecimentos científicos, étnicos e populares e as diferentes manifestações artísticas.

Também importa considerar a visão socioambiental dessa educação Carvalho [6] segundo a qual a problemática ambiental deve ser estudada mediante uma visão complexa de meio ambiente em que se considerem as interações entre a cultura, a sociedade e a base física e biológica da natureza.

Na Tabela 8 verifica-se que as respostas revelam as diferentes realidades. Para os estudantes da área rural as agressões ao meio físico são mais visíveis. Já os estudantes da área urbana destacam a poluição do ar e da água como os maiores problemas.

Especial atenção deve ser dispensada às respostas constantes da tabela 9. Nessa pergunta os estudantes tiveram a oportunidade de se expressar com mais detalhes. Dos 40 estudantes, 38 concordaram que causam alguma agressão ao meio ambiente. Várias formas de agressão foram citadas, tais como desperdício de água e o ato de colocar lixo em locais inapropriados. Foi citado também o uso de agrotóxicos, as

queimadas e a emissão de gases pelos automóveis, mesmo que estas agressões não são provocadas diretamente por eles, elas estão de forma bem visível no seu cotidiano. As respostas causa uma certa preocupação, permite questionar o alcance da Educação Ambiental desenvolvida naquelas regiões no sentido da conscientização dos estudantes sobre a importância da conservação do meio ambiente.

Quanto à pergunta da tabela 10, o aspecto positivo é o entendimento manifestado na maioria das respostas dos estudantes de que cuidar do meio ambiente é essencial para a sobrevivência do planeta e que o ser humano é responsável pela preservação do meio onde vive. Poucos estudantes demonstraram perceber o ser humano como parte integrante do meio ambiente, o que foi possível observar em uma resposta como a citada a seguir: “[...] Entendo que o meio ambiente é o meio em que vivemos constituído por nós os seres humanos e a natureza”. Também ficou evidente que na maior parte das respostas prevalece na visão dos estudantes a idéia de “ambiente natural”, onde o ser humano ainda é visto como espécie que vive no Meio Ambiente, mas não faz parte dele. Corroborando com o exposto, Reigota [4] afirma que o ser humano contemporâneo vive profundas dicotomias. Dificilmente se considera um elemento da natureza, mas um ser a parte, como um observador e/ou explorador dela.

TABELA I FONTE DE INFORMAÇÃO SOBRE A TEMÁTICA AMBIENTAL

O que você sabe a respeito da temática ambiental é deriva de quais fontes de informação? (selecione 5 alternativas).

Fonte (%) de alunos que citaram AZU AZR Jornais 90 11 Televisão 93 89 Internet 68 100 Rádio 45 74

Contato com outros estudantes 22 100 Escola 61 100 Cursos e materiais elaborados por órgãos

governamentais. 10 33 Outras fontes 3 - Não possui conhecimento a respeito - - Legenda: AZU (estudantes da zona urbana); AZR (estudantes da zona rural).

TABELA II FORMAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

No seu entendimento, o meio ambiente é formado por: Fatores (%) de alunos que citaram AZU AZR Abióticos 3 - Bióticos 74 56 Fatores bióticos, abióticos e culturais 16 44 Cultura humana (Valores sociais, políticos,

filosóficos, morais científicos, artísticos, econômicos e religiosos).

4 - Outros fatores 3 - Legenda: AZU (estudantes da zona urbana); AZR (estudantes da zona rural).

TABELA III IDEIA DE MEIO AMBIENTE

Quando você pensa em meio ambiente, que ideias vêm em sua mente? ( selecione 5 alternativas)

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Ideias (%) de alunos que citaram AZU AZR Florestas 97 100 Animais 80 100 Parques arborizados 39 - Rios 84 100 Pessoas 22 - Praias 22 11 Representações culturais 19 - Legenda: AZU (estudantes da zona urbana); AZR (estudantes da zona rural).

TABELA IV TEMAS TRABALHADOS PELA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Para você educação ambiental trabalha: Temas

(%) de alunos que citaram

AZU AZR

Problemas derivados da relação homem x ambiente 6 - Estudos voltados para a conservação do meio

ambiente 52 78 Valores e atitudes 4

Relação homem x meio (ambiente) 35 22 Nenhuma das alternativas anteriores 3 - Legenda: AZU (estudantes da zona urbana); AZR (estudantes da zona rural).

TABELA V FATORES QUE EVIDENCIAM OS PROBLEMAS AMBIENTAIS

Você atribui os problemas ambientais vivenciados em nosso planeta a: Problemas

(%) de alunos que citaram

AZU AZR

Ao elevado índice de crescimento da população 16 - Ao atual modelo de desenvolvimento econômico 9 67 À desinformação das pessoas 9 - Às desigualdades sociais 8 - Ao atual padrão de consumo 32 - À somatória de todas as alternativas anteriores 26 33 Legenda: AZU (estudantes da zona urbana); AZR (estudantes da zona rural).

TABELA VI PRINCIPAL RESPONSÁVEL PELO MEIO AMBIENTE

Na sua opinião, qual o principal responsável pela proteção do meio ambiente? Responsável (%) de alunos que citaram AZU AZR População em geral 61 100 Governo - - ONG’S de defesa do meio ambiente 32 -

Outros 7 -

Legenda: AZU (estudantes da zona urbana); AZR (estudantes da zona rural). TABELA VII FREQUENCIA COTIDIANA QUE A ESCOLA

TRABALHA A QUESTÃO AMBIENTAL.

Você considera que a escola trabalha em sua prática cotidiana a questão ambiental: Frequência (%) de alunos que citaram AZU AZR Frequentemente 25 11 Eventualmente 39 11 Raramente 36 78 Legenda: AZU (estudantes da zona urbana); AZR (estudantes da zona rural).

TABELA VIII PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DETECTADOS NO SEU MUNICÍPIO.

Assinale nos itens relacionados a seguir três problemas ambientais mais críticos detectados no seu município.

Problemas (%) de alunos que citaram AZU AZR Poluição da água 58 11 Poluição do ar 71 - Poluição visual 22 22 Poluição sonora 26 11 Desmatamento 42 100 Lixo não acondicionado 42 78 Esgoto não tratado 26 44 Pobreza 13 - Uso abusivo dos agrotóxicos 3 22 Perda da biodiversidade 6 11 Legenda: AZU (estudantes da zona urbana); AZR (estudantes da zona rural).

TABELA IX QUESTIONAMENTO SOBRE SE O ENTREVISTADO CONSIDERA SE CAUSA ALGUM DANO AO MEIO

AMBIENTE

No seu dia a dia, você considera que causa algum dano ao meio ambiente?

Frequência

(%) de alunos

que citaram De que forma?

(%) de alunos que citaram

AZU AZR AZU AZR

Frequentemente 19 - Poluição visual - 11 Regularmente 4 - Uso de agrotóxicos - 11 Eventualmente 16 - Perda da biodiversidade - 11 Raramente 61 89 Jogar lixo em local inadequado 71 89 Não causa - - Poluição sonora 3 - Não responderam - 11 Queimadas 3 - Desperdício de água 10 - Gases emitidos por veículos 7 - Legenda: AZU (estudantes da zona urbana); AZR (estudantes da zona rural). TABELA X ENTENDIMENTO DO ENTREVISTADO SOBRE O

MEIO AMBIENTE

O que você entende sobre o meio ambiente?

(%) de alunos que citaram

AZU AZR

Responderam considerando aspectos, físicos, biológios, sociais e culturais

13 34

Não incluíram o ser humano como parte integrante do meio ambiente

68 66

Não responderam 19 -

Legenda: AZU (estudantes da zona urbana); AZR (estudantes da zona rural).

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados obtidos verificou-se que, apesar das várias semelhanças nas respostas dos estudantes, alguns itens do questionário revelaram que as diferentes realidades vividas por estudantes do meio rural e do meio urbano ensejaram distintos enfoques na abordagem de aspectos relativos à temática ambiental. Por outro lado, por terem os estudantes acesso a praticamente os mesmo meios de informação e comunicação, percebeu-se certa homogeneização em grande parte das respostas.

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Pode-se perceber que a região onde vivem os estudantes e os respectivos estilos de vida exerce certa influência na visão acerca de alguns aspectos da temática ambiental, embora outros aspectos da mesma temática tendam a receber olhares semelhantes em virtude dos efeitos da globalização do acesso à informação e a padronização do que é veiculado pelos meios de comunicação.

Cabe ressaltar a preocupação com o avanço do desmatamento demonstrada pela totalidade dos estudantes da área rural, a qual indica uma possível mudança de mentalidade nas novas gerações, visto que historicamente as práticas agrícolas adotadas em Goiás levaram o homem do campo a perceber o desmatamento como algo “natural”, um mal necessário Por outro lado, quando verificamos que o sistema econômico baseado no consumo passou quase despercebido pelos estudantes urbanos e foi citado pela maioria dos estudantes do meio rural, torna-se importante considerar que os residentes urbanos, de forma geral, vêem o consumismo com o algo normal e isto também pode ter influenciado as respostas.

Apesar das diferenças de visão observadas nas respostas dos dois grupos e a influência da maneira como desenvolvem suas relações sociais, ressalta o fato de haver a compreensão global acerca de vários temas, tais como poluição e proteção ambiental, sobre os quais os estudantes responderam de forma parecida, o que foi bastante significativo, uma vez que esses problemas afetam todo o planeta, independente da região e do estilo de vida.

Os resultados coletados permitiram perceber a influência das relações sociais locais na visão dos estudantes acerca de vários assuntos relacionados à temática ambiental.

As considerações já mencionadas implicam observar o ser humano, como sujeito integrante de um conjunto de relações que permeiam todos os aspectos da vida social e da natureza como um todo. Desta forma, uma Educação Ambiental que se pretenda inovadora, deve considerar esse ser humano a partir de seu contexto social, suas aspirações, visão de mundo, limitações e potencialidades.

Os dados apresentados são extremamente relevantes, pois possibilitam questionar ações realizadas com a Educação Ambiental e a necessidade da ampliação das discussões propostas para o tema. Trata-se de assunto que a Escola como um todo necessita trabalhar com muita dedicação e foco nos diversos componentes curriculares (interdisciplinar), com participação ativa de cada indivíduo e da coletividade, pois a educação é o caminho para uma vida melhor.

REFERÊNCIAS

[1] UNESCO. Educação para um futuro sustentável: uma visão transdisciplinar para ações compartilhadas. Brasília: Ed IBAMA. [2] Mergulhão, M.C. e Vasaki, B.M.G Educando para a conservação da

natureza: sugestões de atividades em educação ambiental. São Paulo, EDUC, 2002.

[3] Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais; apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998, p. 180.

[4] Reigota, M. O que é educação ambiental, 2ª ed, São Paulo: Brasiliense, 2009, p. 48.

[5] Freire, P. Pedagogia da autonomia. 9ª ed, São Paulo, Paz e Terra (Coleção Leitura), 1996.

[6] Carvalho, I. C. M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2008.

[7] Morin, E. O paradigma perdido – A natureza humana, 6ª ed, Lisboa: Publicações Europa-América, 1999.

[8] Carvalho, I.C.M. Qual educação ambiental? Elementos para um debate sobre educação ambiental popular e extensão rural. Revista Agroegologia e Desenvolvimento rural Sustentável, vol. 2, n.2, abr/jun 2001, Porto Alegre.

[9] André, M.E.D.A. Estudo de caso em pesquisa e avaliação educacional. Brasília: Liber Livro Editora, 2005.

[10] JACOBI, Pedro. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa. nº 118. São Paulo, março, 2003.

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