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HELICONIA CULTIVATION UNDER SALINE STRESS IN PROTECTED ENVIRONMENT

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Academic year: 2021

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CULTIVO DE HELICONIAS SUBMETIDOS A ESTRESSE SALINO EM AMBIENTE PROTEGIDO

A. E. C. Sousa1, D. S. C. R. Farias2, F. A. L. Soares3, E. C. S. Nascimento2, H. M. M. Barros 4 e H. R. Gheyi 5.

RESUMO: Com a utilização de águas com níveis altos de condutividade elétrica, comumente encontrados no final do período de estiagem, há sérios riscos de salinização dos solos a serem irrigados, com prejuízos, também, para as culturas. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da salinidade da água de irrigação sobre crescimento, desenvolvimento e produção de seis espécies de heliconias. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, Campina Grande-PB, utilizando-se seis níveis de CEa (0,3, 0,8, 1,3, 1,8, 2,3 e 2,8 dS m-1) em seis espécies de heliconias, compondo um esquema fatorial 6 x 6 em delineamento experimental de bloco ao caso, com três repetições. Nas variáveis de crescimento (número de folhas, altura de plantas, e número de perfilhos), a heliconia H4 (Latispatha) foi superior estatisticamente

das cultivares H1 (Golden Torch) e H6 (Nickeriensis) que apresentaram valores menores, para

as demais cultivares H2 (Rostrata), H3 (Sassy) e H5 (Red Opol) não houve diferença

significativa entre elas. Para número de perfilhos H1 e H6 obtiveram melhores

desenvolvimentos, H1 foi o a cultivar que emitiu flores em todos os níveis salinos e H4 não

floriu em nenhuma dos tratamentos com água salina.

PALAVRAS-CHAVE: flores tropicais, salinidade, heliconiaceae.

HELICONIA CULTIVATION UNDER SALINE STRESS IN PROTECTED ENVIRONMENT

ABSTRACT: With the use of waters with higher levels of electrical conductivity, commonly found at the end of the dry season, there are serious risks of salinization of the soils to be irrigated, with damages, also, for the crops. The objective of this work was to evaluate the effects of the salinity of the irrigation water on growth, development and production of six heliconias. The experiment was conducted in a greenhouse, Campina Grande-PB, using six

1

Doutorando em Engenharia Agrícola. UAEAg/ UFCG-PB. CEP: 58.109-970, (88) 9238-2852. evami@ibest.com.br

2 Bolsista de Iniciação Cientifica/ PIBIC – CNPq, UAEAg, UFCG-PB. 3

Bolsista PNPD/ CNPq, UFCG-PB

4 Doutorando em Engenharia Agrícola. UAEAg/ UFCG-PB.

(2)

levels of CEa (0.3, 0.8, 1.3, 1.8, 2.3 and 2.8 dS m-1) in the six heliconias, composing a factorial design 6 x 6 in experimental design of randomized blocks, with three repetitions. Considering that the obtained results did not present a defined tendency as for the salinity treatments, it is concluded that the factors noconsidered in the study affected the growth of the heliconia. In the growth variables (number if leaves, plant height and number of tillers), the heliconia H4 (Latispatha) was statistically higher than H1 (Golden Torch) and H6

(Nickeriensis) that presented smaller values, for the others cultivars H2 (Rostrata), H3 (Sassy)

and H5 (Red Opol) there was no significant difference. For tillers number H1 and H6 obtained

better developments, H1 was it the one to crop that it emitted flowers in all of the saline levels

and H4 didn't bloom in none of the treatments with saline water.

KEYWORDS: tropical flowers, salinity, heliconiaceae.

INTRODUÇÃO:

No Brasil existem grandes plantações de flores tropicais, especialmente na região da mata úmida do nordeste, com destaque para os estados de Alagoas e Pernambuco que já exportam flores para exterior e para diferentes estados brasileiros (Lamas, 2004). O gênero Heliconia é o único na família Heliconiaceae. As heliconias são plantas herbáceas, rizomatosas, perenes, com caule ereto, aéreo, formado por bainhas de folhas sobrepostas, denominado pseudocaule (Criley & Broschat, 1992). As heliconias comportam-se como bananeiras, ramificando bastante e emitindo novos perfilhos, formando touceiras. No nordeste brasileiro, a qualidade das águas que podem ser utilizadas em irrigação é muito variável, tanto em termos geográficos como ao longo do ano, principalmente em pequenos açudes (Laraque, 1989). Em geral, a salinidade do solo, tanto é causada pela irrigação com água salina, como pela combinação dos fatores água e solo, podendo resultar em redução da produção, mudanças de aparência e alterações na qualidade do produto colhido. O grau de tolerância à salinidade varia entres espécies, cultivares e pode variar, inclusive, entre estádios fenológicos de um mesmo genótipo (Tester & Davanporte, 2003). Enquanto para várias culturas encontram-se na literatura informações sobre o grau de tolerância ao estresse salino (Maas, 1990), para flores tropicais, tais como heliconias, não existem quaisquer indicativos relacionados à salinidade da água ou do solo, este experimento objetivou-se avaliar os efeitos da salinidade da água de irrigação sobre o crescimento, deobjetivou-senvolvimento e produção de seis espécies de heliconias.

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MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na casa de vegetação da UFCG, situada no campus de Campina Grande-PB (7º15’18” de latitude Sul, 35º52’28” de longitude Oeste e altitude de 550 m) durante o período 09/2007 a 10/2008. Os rizomas de heliconia utilizados foram provenientes da Coleção de Germoplasma de Heliconias da UFRPE-PE. Neste experimento foram estudados seis genótipos de heliconia (H1 - Golden Torch; H2 - Rostrata; H3 - Suriname Sassy; H4 - Latispatha; H5 - Red Opol e H6 - Nickeriensis) submetidas a estresse salino, desde

o plantio, utilizando-se seis níveis de salinidade da água (CEa) de irrigação (N) de N1 - 0,3, N2

- 0,8, N3 - 1,3, N4 - 1,8, N5 - 2,3 e N6 - 2,8 dS m-1, resultando em 36 tratamentos, no esquema

fatorial 6 x 6 em delineamento experimental bloco ao acaso, com três repetições, totalizando 108 parcelas. Cada parcela consistiu de um vaso, cada um contendo uma planta.

Fez-se o preparo das águas de irrigação pela adição de NaCl, tomando-se como base a água fornecida pelo sistema de abastecimento de Campina Grande-PB utilizando a relação descrita por Rhoades et al. (2000): mg L-1 = CE x 640. Para preparar água no nível N1 foi

necessário fazer diluição com água destilada. O turno de rega foi de dois dias.

Após tratamento com Pikzion 400PM e Derosal 500 SE, nas proporções de 1 g L-1 e 0,6 mL L-1 respectivamente, os rizomas das heliconias foram plantados em vasos plásticos de 21 L contendo, solo de textura média caracterizada como Neossolo, e húmus, na proporção de 2:1 com base no peso, previamente irrigados com respectiva água conforme tratamento até atingir a capacidade de campo. As adubações foliares foram realizadas a partir dos 15 DAP, com intervalos semanais. A concentração da solução do fertilizante Albatrós® foi de 1,8 g L-1 e com 90 DAP foi aplicado 5 g de superfosfato simples. O controle de pragas e doenças foi realizado, utilizando 20 mL de detergente liquido e 100 g de fumo para 10 L de água. As pulverizações foram realizadas no final da tarde com frequência de sete dias. A proliferação de plantas daninhas foi controlada manualmente.

As variáveis avaliadas ao final de experimento foram: número de perfilhos emitidos por rizoma (NP), número médio de folhas (NF), a altura de plantas (AP) e emissão de flores (EF). Os efeitos dos fatores níveis de salinidade da água de irrigação (N) e genótipos de heliconia (H) foram avaliados por meio de análise de variância (teste F) utilizando-se o programa SISVAR. Para a comparação das heliconias (fator H) utilizou-se o teste de Tukey em nível de 0,05 de probabilidade.

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De acordo com a Tabela 1, verifica-se efeito significativo para as espécies de heliconias para NF, AP e NP ao final do experimento no período da colheita. Para a variável número de folhas, o efeito do fator heliconia (H) foi significativo a 1% de probabilidade, no entanto não foi constatado efeito significativo para níveis salinos (N) e a interação entre os dois fatores (N x H). Conforme a Figura 1A observa-se que a heliconia H4 (Latispatha) produziu significativamente

mais folhas que as H1 (Golden Torch) e H6 (Nickeriensis), as heliconias H2 (Rostrata), H3

(Sassy) e H5 (Red Opol) não apresentaram diferenças estatísticas quando comparados com H4,

por outro lado as espécies H1, H2, H3, H5 e H6 foram estatisticamente iguais. Barros (2008)

obteve na cultivar H6 menor número de folhas, entretanto, neste ensaio H1 seguiu a mesma

tendência. Um fato importante a ressaltar que observou-se a ocorrência de cloroses (manchas de cor amarelada) nas folhas das heliconias, sendo mais pronunciadas nos tratamentos mais salinos. Santos et al. (1994) também observaram cloroses em folhas de bananeiras por toxidez de Na e Cl, sendo os efeitos mais drásticos observados nos tratamentos salinos.

A altura do colo da planta (Figura 1B) até a base da folha mais jovem não foi influenciada significativamente pela salinidade da água de irrigação, no entanto, para o fator heliconias houve diferença e não houve efeito significativo da interação (N x H), indicando que as heliconias tiveram comportamentos semelhantes dentro de cada nível salino, bem como os níveis salinos não diferiram dentro de cada genótipo de heliconia. Conforme Kress el al. (1999) as heliconias H1, H3, H5 e H6 pertencem ao porte pequeno (altura inferior a 1,5 m) e H2 e H4 ao

porte médio (altura entre 1,51 a 2,5 m), altura estas obtidas quando cultivadas em campo. Analisando espécies de heliconias, observa-se que, entre as de pequeno porte, a que obteve um crescimento melhor foi a heliconia H2 (Rostrata) com 45,67 cm, já a de portes médios foi a H4

(Latispatha) com 51 cm. A heliconia H6 (Nickeriensis) apresentou altura significativamente

inferior com 36,83 cm entre todas heliconias estudadas. Possivelmente, a altura da planta foi afetada pelo tamanho do vaso e volume do solo

Para número de perfilhos (NP) o fator nível salino não foi significativo, diferentemente de Barros (2008) que encontrou efeito significativo entre as mesmas espécies de heliconias, que quanto maior o nível salino menor é o número de perfilhos. Percebe-se na Figura 1C que em H1 (Golden Torch) e H6 (Nickeriensis) obteve melhor desenvolvimento significativamente

superior a H3 (Sassy) e H4 (Latispatha) enquanto as demais espécies H2 (Rostrata) e H5 (Red

Opol) não apresentaram diferenças significativas.

De acordo com a Figura 1D somente a espécie H4 (Latispatha) não chegou a emitir flores

(5)

melhor desempenho (36%) em emissão de flores foi observado em N3 (1,3 dS m-1) e a que

menos emitiu flores foi em N2 com apenas 5%. Em relação aos níveis de salinidade, a espécie

H1 (Golden Torch) obteve o melhor desempenho em todos os níveis salinos. Em nível N1 (0,3

dS m-1) a heliconia que melhor produziu foi a espécie H1 seguido das espécies H2 (Rostrata), H3

(Sassy) e H6 (Nickeriensis) com 23, 18, 12, e 10% das plantas com emissão de flores

respectivamente. Para o nível salino N2 (0,8 dS m-1) a produção foi observada em H3, H2, H1 e

H6 com 9, 7, 5 e 3% concomitantemente, , N4 (1,8 dS m-1) houve uma inversão onde a cultivar

H2 não produziu e a H5 que não produziu em níveis de salinidade inferiores desenvolveu em

níveis N4 em diante. Portanto ficou assim; H1 com 12%, H3 com 10%, H6 com 8% e H5 com

7%. Em N5 (2,3 dS m-1) a porcentagem de flores emitidas se comportou da seguinte forma, H1

seguido por H5, H2, H6 e H3 com 20, 13, 9, 7 e 5% respectivamente e finalmente para N6 (2,8 dS

m-1) distribuiu-se H1, H3, H2 e H5 com valores de 12, 10, 5 e 4% de emissão de flores.

CONCLUSÃO

 Considerando que os resultados obtidos não apresentaram uma tendência definida quanto aos tratamentos de salinidade, conclui-se que fatores não considerados no estudo afetaram o desempenho das heliconias.

 Nas variáveis de crescimento (altura de planta e número de folhas) a espécie de heliconia de porte médio H4 (Latispatha) foi superior estatisticamente da espécie H2 e

as heliconias de porte pequeno H1 (Golden Torch) e H6 (Nickeriensis) que

apresentaram valores menores, no entanto, para as demais cultivares, H3 (Sassy) e H5

(Red Opol) não houve diferença significativa entre elas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, H. M. M.; Crescimento de helicônias sob estresse salino. Campina Grande, 2008. 80 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) CTRN/ UFCG – PB.

CRILEY, R. A.; BROSCHAT, T. K. Heliconia: botany and horticulaturae of new floral crop. Horticulturae Review, v.14, p.1-55, 1992.

KRESS, W. J.; BETANCUR, J.; ECHEVERRY, B. Helicônias : llamaradas de la selva colombiana. Colômbia: Cristina Uribe Editores; 1999, sp.

LAMAS, A. M. Floricultura tropical – Técnica de cultivo. In: 11˚ Semana Internacional de Fruticultura, Floricultura e Agroindústria. Fortaleza: Instituto Frutal. 2004. CD-Rom.

(6)

LARAQUE, A. Estudo e previsão da qualidade química da água dos açudes do Nordeste. Recife – PE: SUDENE, (SUDENE. Hidrologia, 26).1989. 97p.

MAAS, E. V. Crop salt tolerance. In: TANJI, K. K. (ed). Agricultural salinity assessment and management. New York: ASCE, 1990. p.262-304.

RHOADES, J. D.; KANDIAH, A.; MASHAL, A. M. Uso de águas salinas para produção agrícola: Campina Grande. UFPB, (Estudos FAO, Irrigação e Drenagem, 48) 2000. 117 p. SANTOS, J. G. R. dos ; GHEYI, H. R. Crescimento da bananeira nanica sob diferentes qualidades de água de irrigação. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 28, n. 3, p. 347-352, 1993.

TESTER, M.; DAVANPORT, R. Na tolerance and Na transport in higher plants. Annals of Botany, v. 91, n.3, p. 503-527, 2003.

Tabela 1: Resumo da análise de variância para as variáveis: número de folhas (NF), altura de planta (AP) e número de perfilhos (NP) de seis cultivares de heliconias irrigadas com água salina.

Causa de variação GL Quadrado médio

NF AP NP Níveis de salinidade 5 0,42ns 173,66ns 14,69ns Heliconias 5 1,13** 522,24** 50,51** Bloco 2 1,69** 48,44ns 5,36ns Interação N x H 25 0,45ns 119,60ns 13,25ns Resíduo 70 0,35 188,52 7,44 CV 16,81 25,43 29,93 b ab ab a ab b 0 1 2 3 4 H1 H2 H3 H4 H5 H6 N ú m e ro d e fo lh as Heliconias b ab ab a ab b 0 10 20 30 40 50 60 H1 H2 H3 H4 H5 H6 A lt u ra d e p la n ta ( cm ) Heliconias a ab bc c abc a 0 2 4 6 8 10 12 H1 H2 H3 H4 H5 H6 N ú m e ro d e p e rf ilh o s Heliconias 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0,3 0,8 1,3 1,8 2,3 2,8 Em is sã o d e f lo re s (% ) Níveis de salinidade (dS m-1) H1 (Golden Torch) H2 (Rostrata) H3 (Sassy) H5 (Red Opol) H6 (Nickeriensis)

Figura 1 - Número de folhas (A) e Altura de planta (B). Número de perfilhos (C) e Emissão de flores (D) de espécies de heliconias irrigadas com água salina

A B

Referências

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