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Palavras-chave: Unidade de Paisagem, Ordenamento Territorial e Planejamento Ambiental.

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Academic year: 2021

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O MAPA DE UNIDADES DE PAISAGENS COMO RECURSO PARA O ORDENAMENTO TERRITORIAL

Ana Lucia Gomes dos Santos (Geógrafa e mestranda em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo – USP – PROCAM – São Paulo/SP - e-mail: analuciasantos@usp.br)

RESUMO

A cartografia de paisagens agrega conhecimentos da Cartografia, Geografia, Comunicação, além de outras áreas. A Cartografia da Paisagem deve representar as relações e as contradições existentes no ambiente e a elaboração de mapas de unidades de paisagens possibilita essa representação, pois o mapa não precisa ser extremamente analítico, pois podemos utilizar a legenda de unidades de paisagem para descrever as características de cada unidade, facilitando o entendimento e o conhecimento do usuário, as informações devem ser passíveis de entendimento.

O objetivo da presente pesquisa foi verificar se a elaboração de mapas de unidades de paisagens podem auxiliar nas ações de planejamento ambiental e no ordenamento territorial.

O mapa de Unidades de Paisagens possibilita uma melhor análise da área de estudo, a partir desse mapeamento é possível fazer diversas análises e avaliações, dependendo do objetivo proposto. Para estabelecer os critérios que serão levados em consideração no momento da análise é necessário estabelecer os objetivos e a escala de trabalho, visto que dependendo da escala, há mudanças em um mesmo critério de avaliação.

Elaboramos um mapa de Unidades de Paisagens para o município de Cubatão, no Estado de São Paulo e verificamos que o trabalho com a Cartografia da Paisagem demonstrou-se eficiente para a discussão dos problemas ambientais, visto que ao se cartografar uma região através de unidades de paisagens, conseguimos agregar áreas com características comuns, possibilitando, dessa forma, que se analise as características individuais de cada unidade de paisagem verificando o que há em seu entorno, dessa forma é possível pensarmos em um Modelo de Ordenamento Territorial.

Portanto, a Cartografia de Paisagem promove um recurso excepcional para o planejamento, pois é um registro da realidade e pode auxiliar no planejamento para o espaço no futuro, a inclusão da Cartografia da Paisagem em ações de planejamento é um grande avanço.

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MAP UNITS OF THE LANDSCAPE AS A RESOURCE FOR PLANNING

ABSTRACT

The cartography of landscapes contributes to the knowledge of Cartography, Geography, Communication besides other areas. Landscape Cartography should represent the relationships and contradictions in the environment and the production of maps with landscape units makes this representation possible. Because the map does not need to be very analytical, we can use the landscape unit key to describe the characteristics of each unit, facilitating the understanding and knowledge of the user. This information should be presented clearly.

The objective of this research was to determine whether the production of landscape maps can assist in actions of environmental planning and land use.

The landscapes unit map allows for an improved analysis of the area being studied. From this mapping process it is possible to conduct diverse analyses and evaluations, depending on the proposed objective. In order to establish the criteria to be considered during the analysis it is necessary to establish the objectives and a scale for the work, since depending on the scale, there will be changes in whatever criterion being evaluated.

We will construct a landscape unit map for the city of Cubatão in the State of São Paulo and we will verify that working with landscape cartography efficiently demonstrates an argument for environmental problems, because when mapping an area by landscapes units, we are able to bring together areas with common characteristics, enabling us to examine the characteristics of each landscape unit individually. Furthermore we are able to verify their surroundings, thus enabling us to better contemplate the construction of a model for planning territory.

Therefore, Landscape cartography promotes an exceptional resource for planning, because it is a record of reality and can assist the planning of future areas. The inclusion of landscape cartography in planning is a major breakthrough.

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O MAPA DE UNIDADES DE PAISAGENS COMO RECURSO PARA O ORDENAMENTO TERRITORIAL

Ana Lucia Gomes dos Santos (Geógrafa e mestranda em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo – USP – PROCAM – São Paulo/SP - e-mail: analuciasantos@usp.br)

Introdução

A cartografia de paisagens agrega conhecimentos da Cartografia, da Geografia Física e da Geografia Humana. Utilizamos os mapas como forma de vinculação de informações sobre um território, essas informações devem ser passíveis de entendimento e para isso devemos nos preocupar com a melhor forma de expressar essa comunicação, elaborando mapas claros e coerentes, para isso é necessário um grande conhecimento da área de estudo.

Na presente pesquisa analisamos um dos municípios que compõem a Região Metropolitana da Baixada Santista, o município de Cubatão, para isso elaboramos um Mapa das Unidades de Paisagem da área e realizamos algumas avaliações para o ordenamento do território.

A Região Metropolitana da Baixada Santista - RMBS possui uma área de aproximadamente 2.422 km² de extensão e abriga mais de 1,5 milhões de habitantes. É uma área composta por nove municípios que possuem, apesar da grande urbanização, uma vegetação muito rica, composta de alguns ecossistemas, tais como: Mata Atlântica, restingas, manguezais, praias, etc. Essa região teve uma colonização antiga e desde há muito tempo vem modificando os ambientes naturais presentes em sua área.

A maioria dos problemas de degradação dos recursos naturais da região costeira estão associados a concentrações populacionais, industriais e portuárias existente nessas áreas. No Brasil, treze estados possuem a capital localizada no litoral, e mesmo aqueles estados que não possuem a capital no litoral, como o Estado de São Paulo, mantêm relação direta com essa região.

Material e Método

A Região Metropolitana da Baixada Santista foi criada pela Lei Estadual nº815, em 30 de julho de 1996, e abrange nove municípios: São Vicente, Praia Grande, Cubatão, Guarujá, Bertioga, Santos, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. Totalizando 2.422,776 km² e abriga cerca de 1.579.143 habitantes (IBGE, 2007).

A paisagem natural presente na Baixada Santista vem se modificando ao longo de muitos anos, a ocupação dessa região é muito antiga, São Vicente, uma das cidades que compõem a RMBS foi a primeira vila fundada pelos colonizadores portugueses, em 1532. Em Santos localiza-se o maior complexo portuário da América Latina, que data de 1892, a proximidade e a facilidade de acesso com a construção de grandes rodovias, e a ferrovia já existente, proporcionaram uma relação muito estreita entre a cidade de São Paulo e a Região Metropolitana da Baixada Santista e em alguns momentos

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históricos essa região atingiu um desenvolvimento superior ao registrado na capital paulista. O município de Cubatão foi um dos responsáveis por esse crescimento econômico, pois a presença de grandes empresas, localizadas estrategicamente nessa cidade, favoreceram ainda mais o crescimento econômico do Estado de São Paulo, na Figura 1 podemos visualizar a localização da área de estudo.

Figura 1: Localização da área de estudo.

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Durante esse trabalho elaboramos um Mapa de Unidades de Relevo, primeiramente digitalizamos a base cartográfica do município de Cubatão, colocamos informações sobre a topografia da área, digitalizamos a hidrografia e as curvas de níveis presente nesse município. Depois verificamos a declividade do relevo e cruzamos informações presentes no Mapa Geológico do Estado de São Paulo (IPT, 1981) e no Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo (ROSS & MOROZ, 1997).

Posteriormente elaboramos o Mapa de Unidades de Paisagem, onde inserimos informações de diferentes bases cartográficas: mapa de unidades de relevo, mapa de uso e vegetação e informações sobre a urbanização da área de estudo.

Com o resultado desses dois mapeamentos foi possível elaborar uma tabela cruzando informações sobre as fragilidades de cada região, a análise desses três produtos: Mapa de Unidades de Relevo, Mapa de Unidades de Paisagem e Tabela de Fragilidade, possibilitou uma discussão sobre as propostas de usos possíveis para região.

Resultados e Discussões

O Mapa de Unidades de Relevo pode ser feito integrando as informações presentes nos mapas topográficos, declividade, geológico, geomorfológico e outros, separando as unidades que possuem alguma semelhança no seu relevo.

A região da Baixada Santista apresenta na sua geomorfologia a presença de terraços marinhos, praias do tipo arenosas e planícies influenciadas pelas marés. Nessas planícies encontramos um complexo sistema de rios meândricos, que atingidos pela entrada das marés altas formam um ambiente propício para os manguezais. Também encontramos nessa região a presença da Escarpa da Serra do Mar, com declividades altas, composta por rochas cristalinas e com a presença da Mata atlântica, como podemos verificar na Figura 2.

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Figura 2: Unidades de Relevo, Cubatão – SP.

LEGENDA DO MAPA DE UNIDADES DE RELEVO – FIGURA 2

Unidade 1: Escarpa com topos angulosos e morros isolados com elevações que variam entre 50 e 700 metros ou mais, com declividade predominantemente alta, em alguns pontos declividade média, composta por rochas graníticas e metamórficas que datam do Proterozóico Superior, com alta densidade de drenagem.

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Unidade 2: Vales fluviais, com altitude inferior a 50 metros, com declividade predominantemente média e em alguns pontos baixa, composta por rochas graníticas e metamórficas. Nos pontos de baixa declividade há predomínio de sedimentos fluviais. Alta densidade de drenagem.

Unidade 3: Planícies costeiras em altitudes inferiores a 20 metros, próximas ao nível do mar, presença de declividade baixa. Composta por sedimentos fluviais e marinhos que datam do Cenozóico Quaternário, com padrão de rios meandrantes.

A Baixada Santista apresenta clima quente e úmido, com temperatura média anual de 22°C. A precipitação anual fica entre 2.000 e 2.500mm, considerada, portanto, uma região bastante úmida, sendo que a umidade relativa do ar fica em torno de 80% durante todo o ano. (GOLDENSTEIN, 1972; SANTOS, 1965).

De acordo com Schaeffer-Novelli (1994) na Baixada Santista os manguezais encontram-se sob planícies formadas por depósitos marinhos ou flúvio-lagunares quaternários, formados por argilas, sujeita a inundações pela maré. Os solos que sofrem a influência das marés são do tipo Gley Húmico e Solochank, também denominado de Gleissolo Sálico (LEPSCH, 2002). Além da vegetação de manguezais, encontramos também na região da Baixada Santista a presença da Floresta Ombrófila Densa principalmente nas áreas de serras, e vegetação com influência fluviomarinha como as restingas nas áreas de planície. No entanto, devido ao intenso processo de urbanização e industrialização nessa região, grande parte da vegetação que existia nessa área foi retirada para dar lugar a novos usos antrópicos, como: agricultura, estradas, portos, indústrias, moradias, etc.

A instalação de diversas indústrias incentivou a migração de pessoas para essa região, devido à oferta de trabalho. Essa população começou a ocupar as áreas que estavam disponíveis e assim construíram suas casas sobre os manguezais, em áreas já aterradas ou com a construção de palafitas. A industrialização, a migração e posteriormente o turismo favoreceram o crescimento da área urbana na Baixada Santista (OLIVEIRA & RIBEIRO NETO, 1989).

As informações geográficas e os mapas disponíveis da área de estudo possibilitaram a elaboração do Mapa de Unidades de Paisagens, onde agrupamos algumas áreas que possuíam características em comum, como podemos verificar na Figura 3.

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Figura 3: Unidades de Paisagem, Cubatão - SP.

LEGENDA DO MAPA DE UNIDADES DE PAISAGEM Unidade 1: Corpos d’água, composto por rios, baías e estuário.

Unidade 2: Mata Atlântica em escarpas e morros, com elevação que varia entre 50 e mais de 700 metros, com declividade predominantemente alta, em alguns pontos declividade média,

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composta por rochas graníticas e metamórficas que datam do Proterozóico Superior, com alta densidade de drenagem.

Unidade 3.1: Manguezais com bosque denso em planícies costeiras em altitudes baixas, próximas ao nível do mar, presença de declividade baixa. Composta por sedimentos fluviais e marinhos que datam do Cenozóico Quaternário, com padrão de rios meandrantes.

Unidade 3.2: Manguezais alterados, sem a presença de bosque denso em planícies costeiras em altitudes baixas, próximas ao nível do mar, presença de declividade baixa. Composta por sedimentos fluviais e marinhos que datam do Cenozóico Quaternário, com padrão de rios meandrantes.

Unidade 4: Área sem vegetação e sem uso urbano, localizadas na planície costeira e na escarpa da Serra do Mar.

Unidade 5.1: Ocupação residencial em planícies costeiras.

Unidade 5.2: Ocupação residencial em áreas de risco, encostas de morros e margens de rios. Unidade 5.3: Ocupação industrial em planícies e encostas de morros.

O mapa de Unidades de Paisagem possibilita uma melhor análise da área de estudo, a partir desse mapeamento é possível fazer diversas análises e avaliações, dependendo do objetivo proposto. Para estabelecer os critérios que serão levados em consideração no momento da avaliação é necessário estabelecer os objetivos dessa avaliação. A escala em que se está trabalhando também influi na avaliação de cada unidade de paisagem, visto que dependendo da escala, há mudanças em um mesmo critério de avaliação.

Na análise e na avaliação não devemos levar em consideração somente o que está ocorrendo em cada Unidade de Paisagem, mas devemos considerar também como ocorrem esses eventos, quais são os processos envolvidos, para que assim possamos discutir quais os melhores usos para cada unidade, considerando suas características particulares.

Para a elaboração de uma proposta de ordenamento territorial podemos confeccionar algumas matrizes que possibilitam a visualização de características escolhidas e verificar como cada Unidade de Paisagem responde a esses critérios. A vantagem de utilizar essas matrizes, que são tabelas de dupla entrada onde cruzamos diversas informações, é a possibilidade de análise combinada de diferentes aspectos relacionados ao ambiente, além de ser de fácil compreensão. Podemos também utilizar em uma mesma tabela dados quantitativos e qualitativos, enriquecendo dessa forma a nossa análise. A Tabela 1 apresenta informações sobre as fragilidades em cada Unidade de Paisagem proposta para o município de Cubatão.

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Tabela 1: As unidades de paisagem em Cubatão – SP e suas fragilidades: Unidade de Paisagem Grau de instabilidade do relevo Grau de erodibilidade do solo Capacidade de regeneração da vegetação Declividade Fragilidade total Nível de qualidade ecológica

1 Baixo Médio - Média Média Médio

2 Alto Alto Média Alta Alta Alto

3.1 Médio Médio Alta Baixa Média Alto

3.2 Alto Alto Média Baixa Alta Baixo

4 Alto Alto Baixa Alta Alta Baixo

5.1 Médio Médio Baixa Média Média Baixo

5.2 Alto Alto Baixa Alta Alta Baixo

5.3 Alto Alto Baixa Alta Alta Baixo

Organização: Ana Lucia G. Santos.

Verificamos na Tabela 1 que nenhuma unidade de paisagem apresentou um baixo grau de fragilidade total. A unidade de paisagem 1 (corpos d’água), 3.1 (manguezais densos) e 5.1 (ocupação residencial) apresentaram um nível médio de fragilidade total e as demais unidades apresentaram um nível alto de fragilidade total.

Na Tabela 2 sintetizamos os principais tensores atuantes em cada unidade de paisagem, verificamos que a construção de estradas, o despejo de resíduos sólidos, a poluição do ar e a intensa urbanização afetam todas as unidades de paisagem. A poluição das águas e o derrame de óleos só não ocorrem na unidade 2, que corresponde à área das nascentes dos rios. O desmatamento ocorre nas unidades que ainda apresentam vegetação e o tráfego de navios afeta diretamente as unidades onde estão em contato direto com o estuário.

Tabela 2: Tensores atuantes nas Unidades de Paisagem em Cubatão – SP.

Unidades de paisagem Tensores Derrame de óleo Poluição das águas Poluição do ar Desmata-mento Intenso tráfego de navios Construção de estrada Resíduos sólidos Intensa urbanização 1 X X X - X X X X 2 - - X X - X X X 3.1 X X X X X X X X 3.2 X X X X X X X X 4 X X X X - X X X 5.1 X X X - - X X X 5.2 X X X - - X X X 5.3 X X X - - X X X

Para o presente estudo elaboramos uma matriz, Tabela 3, com informações sobre as principais atividades desenvolvidas no município de Cubatão e os fatores que alteram as condições físicas do ambiente.

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Tabela 3: Atividades desenvolvidas e fatores que alteram as condições físicas do ambiente.

Atividades desenvolvidas

em Cubatão

Fatores que alteram as condições físicas do ambiente

Lixo Resíduo líquido Resíduo industrial Resíduo sólido Resíduo gorduroso Partícula aérea Transporte de sedimento Crescimento urbano X X - X X X X Porto X X X X X X X Refinaria X X X X X X X Siderúrgica X X X X X X X Indústria de fertilizantes X X X X X X X Estação de energia elétrica X X - - - - X Mineradora X X X X X X X Pesca X X - X X - X Agricultura X X X X - X X Turismo e recreação X X - X - - -

Organização: Ana Lucia G. Santos.

Na Tabela 3 verificamos que as atividades desenvolvidas no porto, nas refinarias, siderúrgicas, indústrias de fertilizantes e mineradoras, afetam o ambiente através do lixo, resíduos, partículas aéreas e transporte de sedimento. O crescimento urbano rápido da cidade só não influencia no lançamento de resíduos industriais, assim como a atividades de pesca. Verificamos nessa matriz que as atividades que menos afeta o ambiente são o turismo e a recreação.

Alguns princípios podem ajudar na elaboração de um ordenamento territorial, devemos levar em consideração a dimensão espacial desse território, as questões econômicas, sociais, ambientais e políticas administrativas na elaboração desse ordenamento.

O objetivo final do ordenamento territorial é a melhoria de cada Unidade de Paisagem, considerando, entre outras coisas a qualidade de vida das pessoas que vivem nesses ambientes.

O Tipo de Utilização da Terra – TUT, é uma proposta de uso para cada Unidade de Paisagem, ou seja, seria o melhor uso destinado para as condições presentes em cada unidade. Na Tabela 4, tentamos sintetizar uma sugestão para o Tipo de Utilização da Terra para cada Unidade de Paisagem. Nessa tabela acrescentamos informações sobre o conflito que pode ou não haver entre o uso atual e o uso proposto, para que se possam verificar quais direcionamentos seriam necessários para a implantação do TUT proposto.

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Tabela 4: Tipo de Utilização da Terra.

Unidade de Paisagem

Uso atual TUT principal TUT secundário Conflito

existente

1 Fornecimento de água e transporte.

Conservação Turismo Médio 2 Conservação e nascentes de

rios.

Preservação Conservação Baixo

3.1 Pesca. Conservação Turismo e pesca Baixo

3.2 Expansão urbana. Recuperação Conservação e pesca Alto

4 Expansão urbana. Recuperação Turismo Alto

5.1 Ocupação residencial Residencial Industrial Baixo 5.2 Ocupação residencial Recuperação Conservação Alto 5.3 Ocupação industrial Indústria Recuperação Médio

Organização: Ana Lucia G. Santos.

A unidade de paisagem 1, composta por corpos d’água, deverá ter a conservação como objetivo principal, visto que é uma área de grande importância natural, social e econômica, além disso algumas atividades turísticas poderia ser realizada ao longo dos cursos fluviais.

Grande parte da unidade de paisagem 2 é composta por uma Unidade de Conservação, o Parque Estadual da Serra do Mar, então sugerimos que as atividades de preservação e conservação sejam mantidas nessa unidade.

As unidades 3.1 e 3.2 compostas por áreas de manguezais deverão ter como uso principal a conservação desse ambiente e como uso secundário atividades sustentáveis de turismo e pesca. Para áreas onde a vegetação foi retirada, tanto na planície costeira como na escarpa da Serra do Mar, unidade de paisagem 4, sugerimos que sejam realizadas primeiramente atividades de recuperação ambiental, para que no futuro possam ser desenvolvidas atividades turísticas.

Áreas onde encontramos uso residencial consolidado que não representam riscos para a população residente deverão ser mantidas como áreas residenciais, como na unidade de paisagem 5.1. Mas, as áreas residenciais ocupadas irregularmente e que representam riscos para a população deverão ser desocupadas e recuperadas, como na unidade de paisagem 5.2. A unidade de paisagem 5.3, onde encontramos uma área industrial consolidada poderá manter suas atividades, desde que respeite os protocolos ambientais existentes.

A sugestão de Tipo de Utilização da Terra foi baseada em toda pesquisa realizada sobre a área de estudo, sugerimos um uso principal e um uso secundário que pode ou não ocorrer concomitantemente na mesma unidade de paisagem. Essa proposta é apenas uma sugestão de uso, para haver a sua implementação os órgãos responsáveis por essa área deverão ser consultados e uma ampla discussão deverá ser feita tanto com a sociedade civil, como com centros de pesquisas, universidades, governo municipal, estadual e federal.

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Conclusões

Os processos de urbanização não planejada no litoral, especificamente na Baixada Santista trouxeram para a região vários impactos negativos, tais como:

- ocupação de encostas com risco de escorregamento;

- poluição do ar, das águas e dos solos promovidas pela falta de equipamento e negligência das indústrias;

- ocupação de áreas de preservação permanente como os manguezais, entre outras;

O trabalho com a Cartografia da Paisagem demonstrou-se eficiente para a discussão dos problemas ambientais, visto que ao se cartografar uma região, através de Unidades de Paisagens, conseguimos agregar áreas com características comuns, possibilitando, dessa forma, que se analise as características individuais de cada unidade de paisagem e se verifique o que há em seu entorno, dessa forma é possível pensarmos em um Modelo de Ordenamento Territorial.

A Cartografia da Paisagem deve representar as relações e as contradições existentes no ambiente e a elaboração de Mapas de Unidades de Paisagem possibilita essa representação, pois o mapa não precisa ser extremamente analítico, pois podemos utilizar a legenda de unidades de paisagem para descrever as características de cada unidade, facilitando o entendimento e o conhecimento do usuário.

Portanto, a Cartografia de Paisagem promove um recurso excepcional para o planejamento, pois é um registro da realidade e pode auxiliar no planejamento para o espaço no futuro, a inclusão da Cartografia da Paisagem em ações de planejamento é um grande avanço.

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Referências Bibliográficas

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Referências

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