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RAIVA EXPERIMENTAL EM BOVINOS. HISTOPATOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL.

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Rev. Fac. Med. vet. Zootec. Univ. S. Paulo 14(1):123-127, 1977.

RAIVA EXPERIMENTAL EM BOVINOS. HISTOPATOLOGIA

DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL.

Rom eu MACRUZ *

Moacyr Rossi NILSSON *

José de Angelis CÕRTES * * *

R FM V -A /15

MACRUZ, R.; NILSSON, M.R.; CORTES, J.A. Raiva experimental em bovinos. Histopatologia do

sistema nervoso central. Rev, Fac, M ed, vet. Z ootec. Univ. S.Paulo 14(1 ):123-127. 1977. RESUMO: Amostras de diferentes regiões do sistema nervoso central de 20 bovinos com raiva experimental foram submetidos a exames histopatológicos. Os resultados segundo a localização das lesões de encefalite ou mielite foram os seguintes: Como de Ammon 5(25%); cerebelo 10(50%); bulbo 7(35%); medula cervical 17(85%); medula dorsal 19(95%); medula lombar 19(95%) e medula sacra 20(100%). Não foram encontradas inclusões intracitoplasmáticas pelos métodos histológicos utilizados.

UNITERMOS: Raiva experimental, bovinos *; Sistema nervoso *

INTRODUÇÃO

A escolha do material para pesquisa de

lesões da raiva em bovinos tem recaído, tra­

dicionalmente, em fragmentos do hipocam­

po e cerebelo3' 2 2 , embora sejam relativa­

mente escassos os trabalhos que visam a es­

clarecer objetivamente o assunto1' 5' 1 3í* 5.

Paralelamente às vantagens de maior

facilidade de colheita, deve-se considerar que

a medula pode ainda ser utilizada com suces­

so quando o encéfalo já se encontra em

processo de autólise ou tenha sofrido trau­

matismo severo11' 13, o que tem levado al­

guns autores a sugerir a utilizaçao < dessa es­

trutura para a pesquisa de lesões e inclusões

específicas da raiva13/14' 1 8 . No mesmo sen­

tido estudos tem sido realizados incluindo o

gânglio de Gasser no diagnostico da rai­

va6'.10'.2 1 .

0

presente trabalho objetiva apreciar

as alterações histopatológicas de diferentes

segmentos do sistema nervoso central de b o­

vinos com raiva experimental.

M ATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados 20 bovinos com raiva

experimental, induzida pela inoculação, via

intramuscular, na região glútea, de 5 milili­

tros de uma suspensão de vírus da raiva iso­

lado de bovinos, amostra M 9 5 /6 0 NILSSON

e cols.19

(1 9 6 4 ), com o título infectante

de 106-O/0 ,0 3 ml, em camundongos.

Os tecidos estudados consistiram de

segmentos de diferentes partes do sistema

nervoso central a saber: co m o de Am m on,

cerebelo, bulbo e medulas cervical, dorsal,

lombar e sacra.

* Secção de Anatomia Patológica do Instituto Biológico de São Paulo. * * Secção de Raiva e Encefalomielite do Instituto Biológico de São Paulo.

* * * Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Vete­ rinária e Zootecnia da USP.

(2)

Os animais foram sacrificados na fase

a g ô n ic a e submetidos imediatamente à

necropsia, confirmando se o diagnóstico de

raiva pelos m étodos específicos (Sellers,

Faracco, Imunofluoréscencia direta e inocu­

lação em camundongos). Os materiais coleta­

dos fóram prontamente colocados em solu­

ção de form aldeído a 20% e a seguir subme­

tidos aos procedimentos usuais para a técni­

ca de inclusão em parafina e coloração pela

hematoxilina-eosina e hematoxilinà-floxina.

RESULTADOS

Os resultados obtidos, expressos em termos

de lesões de encefalite e mielite estão con­

densados na tabela anexa.

Em nenhuma oportunidade foram en­

contradas inclusões intracitoplasmáticas pe­

los métodos histológicos utilizados.

DISCUSSÃO

Os resultados obtidos sugerem que a utiliza­

ção de fragmentos da medula pode oferecer

subsidios valiosos para o diagnóstico da rai­

va.

Realmente, apreciando globalmente os

valores obtidos no presente estudo,constata-

mos maior freqüência de alterações patoló­

gicas na medula que no encéfalo. Com efei­

to MUNICI16j trabalhando com cortes histo­

lógicos de material eqüino, encontrou inclu­

sões na medula e não no ce'rebro. Os achados

de LEE & BECKER13 apoiam igualmente

tais afirmações e JOHNSON8 acrescenta

que a medula apresenta uniformemente alte­

rações patológicas máximas. A esse respeito

tem sido sugerido que as alterações da medu>

la estariam estreitamente associadas à condi­

ção de raiva paralítica2* 1->l 2i 1 7. Embora

nossos dados não permitam apreciar este as­

pecto vale ressaltar que todos os animais

aqui considerados apresentavam quadro de

paralisia acentuada.

Os altos valores obtidos com espécimes

das porções dorsal, lombar e, especialmente,

da porção sacra da medula espinhal, não de­

vem ser considerados de maneira absoluta

sem uma prévia apreciação do ponto de ino­

culação por nds utilizado. Relativamente a

esse aspecto D l VESTEA e Z A G A R I4 asse­

veram que a infecção inicial do sistema ner­

voso central, na medula, corresponde ao lo ­

cal da inoculação e JOHNSON

acrescenta

que tal infecção ocorre na medula lombar

após inoculação nos membros posteriores,

nas porções anteriores da medula após inocu­

lação nos membros anteriores e no tronco

c e r e b r a l, após inoculação no masseter.

PERL20 contesta tais assertivas, referindo-se

à inexistência de pesquisas adequadamente

conduzidas e acrescenta que as grandes sé­

ries de necrópsias, infortunadamente, falha­

ram em demonstrar tais associações.

A apreciaçao dos resultados aqui discu­

tidos põe em evidência a necessidade de estu­

dos complementares visando estabelecer de­

cisivamente a importância da medula com o

material de escolha para o exame laborato­

rial no diagnostico da raiva em bovinos.

(3)

Lesões histopatológicas observadas em bovinos infectados experimentalmente pelo virus da raiva, segundo

a intensidade da alteração e a sua localização nas diferentes regiões do sistema nervoso central — São Pau­

lo - 1976.

— -

sem alteração patológica detetável

+ =

infiltração linfocitária perivascular discreta

+ + + =

infiltração linfocitária perivascular intensa

Região

Corno de Am m on

Cerebelo

Bulbo

MEDULA

Animal

Cervical j Dorsal

Lombar

Sacra

007

-

+

-

+

+ + +

+ + +

+ + +

014

-

+

-

+

+

+

+

015

-

-

-

+

+ + +

+ + +

+ + +

018

+

-

++ +

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

021

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-

+

+

+

+ + +

+ + +

023

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+

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+

+

+

024

-

-

-

-

-

-

+

025

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+

-

++ +

+ + +

+ + +

+ + +

029

-

-

-

-

+

+

+

034

-

-

+

+

+ + +

+ + +

+ + +

037

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

038

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

040

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

041

-

-

-

-

+

+

+

042

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+ + +

+ + +

+ + +

+ + +

043

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047

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-

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048

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+

+

+

+

+

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055

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-

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+

+

+

056

-

-

-

+

+

+

+

Total

5

10

7

17

19

19

20

%

v ...

25

50

35

85

95

95

100

(4)

R F M V - A / 1 5 M ACRUZ, R .; NILSSON, M .R.; CORTES, J.A. Experimental rabies in cattle. Central nervous system

histopathology. Rev. Fac. Med vet. Z ootec-U niv. S.Paulo 14(1):1 23-127, 1977.

SUMMARY: Different Central Nervous System structures from cattles with experimental rabies were submited to histopathological examination. The results showed encephalitis or myelitis with the following distribution: Ammon’s horn 5 (25%), Cerebelum 10 (50%), Bulb 7(35%), Spinal Cord: cervical 17 (85%), dorsal 19 (95%), lombar 19 (95%) and sacrum 20 (100%). The authors did not find any evidence o f intracytoplasmic inclusion body by the methods employed.

UNITERMS: Rabies, cattle *; Nervous system *. Histopathology.

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1951-R ecebido para publicação em 20-1-77 Aprovado para pubiicaçao em 3-8-77

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