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RELATO SETORIAL Nº SODA-CLORO ÁREA DE OPERAÇÕES INDUSTRIAIS 1 - AO1. DIRETOR Eduardo Rath Fingerl. SUPERINTENDENTE Carlos Gastaldoni

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RELATO SETORIAL Nº 7 - 1998

SODA-CLORO

ÁREA DE OPERAÇÕES INDUSTRIAIS 1 - AO1

DIRETOR

Eduardo Rath Fingerl

SUPERINTENDENTE

Carlos Gastaldoni

Elaboração:

GERÊNCIA SETORIAL DE COMPLEXO QUÍMICO Ricardo Sá Peixoto Montenegro - Gerente Simon Shi Koo Pan - Engenheiro

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO... 1

2. CENÁRIO RETROSPECTIVO ...7

3. PERSPECTIVAS...14

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1. INTRODUÇÃO

Características Básicas do Setor

O cloro e a soda cáustica (soda) são produzidos simultaneamente, pela eletrólise de sal, numa proporção fixa de 1 tonelada de cloro para 1,12 t de soda cáustica, sendo o processo eletrolítico empregado em mais de 95 % da produção mundial de cloro.

A unidade de produção em plantas de cloro-soda é referida usualmente como ECU– “Eletrochemical Unit” ou unidade eletroquímica – e é obtida pela soma de 1 t de cloro e 1,12 t de soda. O preço de uma ECU é igual à soma dos preços de 1 t de cloro e de 1,12 t de soda.

O cloro e a soda têm em comum apenas o fato de serem utilizados na sua quase totalidade como insumos de outras indústrias; suas propriedades e aplicações são completamente diferentes: o cloro é tóxico e gasoso nas condições ambientais, e a soda é sólida nas mesmas condições, sendo usualmente comercializada na forma de uma solução aquosa a 50%. Apenas em raros casos o cloro e a soda chegam ao consumidor final na sua condição original: o cloro, quando aplicado no tratamento de água para consumo doméstico, e a soda empregada no desentupimento de tubulações e limpeza de caixas de gordura.

As aplicações do cloro são muito diversificadas, a ponto de lhe valerem o título de reagente mais empregado na indústria química: participa na produção de 60% de todos os produtos químicos de importância comercial e de 85 % dos produtos farmacêuticos. Para ilustrar a diversidade de setores econômicos onde o cloro tem alguma participação, pode-se citar como exemplos:

- resinas de PVC (policloreto de vinila); - defensivos agrícolas;

- fabricação do silício empregado em microprocessadores eletrônicos; - pigmentos brancos para tintas;

- indústria metalúrgica;

- indústria de papel e celulose; - indústria têxtil;

- poliuretanos; e - tratamento d’água.

Em muitas destas aplicações, o cloro não é incorporado ao produto final, sendo eliminado na forma de produtos organoclorados ou, como é mais usual, na de ácido clorídrico, que é o subproduto gerado em maiores quantidades na cadeia de utilização do cloro.

As aplicações de soda, embora também diversificadas, têm uma amplitude mais limitada, destacando-se como as mais importantes:

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- produção de alumina para a indústria de alumínio; - produção de sabões e detergentes; e

- reagente de neutralização na indústria de petróleo e química.

Preços - por atenderem a mercados com dinâmicas de evolução diferentes, os preços de cloro e soda costumam oscilar em sentidos opostos; quando a produção de uma planta de cloro-soda é direcionada ao atendimento da demanda de um dos produtos, ocorre usualmente um excesso de produção do outro e a conseqüente queda de preços; nos últimos anos, em países desenvolvidos, a demanda de cloro tem comandado a produção das plantas de cloro-soda, e a soda passa a ser um subproduto que contribui apenas marginalmente para a receita, sendo ofertada a preços compatíveis para viabilizar a produção de cloro nos níveis desejados.

O gráfico, a seguir, ilustra as oscilações de preços no setor.

Gráfico 1 - Preços do Setor de Cloro-Soda Mercado "Spot" - EUA - 0 1 0 0 2 0 0 3 0 0 4 0 0 5 0 0 6 0 0 7 0 0 1984 1984 1985 1986 1987 1987 1988 1989 1990 1990 1991 1992 1993 1993 1994 1995 1996 1996 1997 1998 A n o US$ / t métrica C l o r o S o d a E C U Fonte: CMAI.

Estimativas das consultorias internacionais indicam que, somente valores de ECU superiores a US$ 350 tornam o retorno do investimento suficientemente atrativo para justificar a implantação de novas unidades. Como os valores de ECU também oscilam muito, os riscos de investimento em plantas de cloro-soda são elevados. Estes riscos são ainda agravados pelas pressões ambientais que o cloro e seus derivados costumam sofrer.

Integração física – devido à dificuldade no transporte de cloro, as plantas de cloro -soda são sempre integradas a outras plantas consumidoras deste produto. Os esquemas mais usuais de integração são encontrados:

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- nas indústrias de papel e celulose, que se situam em localidades remotas e consomem tanto o cloro como a soda; são plantas de porte reduzido, destinadas exclusivamente a atender ao consumo cativo; e

- nas indústrias que operam na cadeia de derivados vinílicos do cloro: o dicloroetano (EDC), o cloreto de vinila (VCM) e o policloreto de vinila (PVC); neste caso, as plantas possuem geralmente uma escala que pode ultrapassar as necessidades regionais de consumo, uma vez que os derivados vinílicos podem ser facilmente transportados e exportados, constituindo inclusive a forma usual de comercialização internacional de cloro.

Outros exemplos de integração física de plantas de cloro-soda podem ser encontrados na utilização para produção de hipoclorito de sódio (água sanitária), ácido clorídrico e dos insumos para poliuretanos (isocianatos e óxido de propeno).

Integração vertical do produtor – como o cloro participa em várias cadeias de produção de um grande número de produtos químicos, as empresas produtoras buscam geralmente integrar-se verticalmente em uma ou mais destas cadeias, agregando valor e facilitando o seu transporte. O grau de integração é muito variável entre as empresas. Como regra geral, apenas frações menores do cloro produzido costumam ser colocadas no mercado “in natura”. A Dow, por exemplo, maior produtora mundial de cloro-soda com 17% da capacidade instalada no mundo, consome cativamente mais de 96% de sua produção. Atua em diversos segmentos finais consumidores de cloro, tais como defensivos agrícolas, produtos farmacêuticos, cadeia de vinílicos (até o VCM), cadeia de poliuretanas e de resinas epóxi. A 2ª no ranking mundial - a Occidental Chemical (Oxychem) - se concentra mais na cadeia de vinílicos, para a qual direciona 57% de sua produção de cloro, e onde se destaca como o maior fornecedor de EDC para o comércio internacional. A Formosa Plastics, maior produtora mundial de PVC e posicionada entre as 10 maiores de cloro, atua exclusivamente na cadeia de vinílicos e opera em todos os estágios da cadeia, desde o suprimento de insumos – gás natural, energia, eteno, sal - até a transformação do PVC em produtos acabados tais como tubos, chapas, perfis e filmes. Estima-se que nos EUA cerca de 30% do PVC produzido seja transformado pelo próprio produtor. A Dow na cadeia de poliuretanos tem também uma atuação abrangente, comprendendo a produção de cloro, dos isocianatos, do óxido de propeno, de poliol/poliéteres e de sistemas de poliuretanos já formulados, prontos para uso do transformador final.

Fatores e custos de produção – os mais relevantes, e em ordem decrescente de importância no custo total, são:

- energia elétrica; - capital; e

- sal

A soma destes três itens pode atingir percentuais entre 70% e 80% dos custos totais de produção.

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Energia elétrica - as plantas de cloro-soda são eletro-intensivas e por este motivo a energia elétrica é o item mais importante de custo; a posição do Brasil em relação a outras regiões do mundo pode ser observada na tabela a seguir.

Quadro I - Tarifas de Energia Elétrica - 1997 -

Região / Empresa Valor (US$/Mwh)

EUA – Costa do Golfo 20 a 30

Oriente Médio 10 a 20

Brasil - Trikem – (AL) 32 (média) Brasil - Carbocloro – (SP) 40 (média)

Índia 50 a 90

Sudeste Asiático 60 a 70

Europa Ocidental 25 a 50

Fonte: C&EN, Empresas, CMAI, ECN.

Custos de capital - os custos de capital ocupam a segunda posição nos custos de produção, porque as plantas de cloro-soda são também capital - intensivas; a economia de escala é significativa até uma determinada capacidade, conforme mostra a tabela a seguir.

Quadro 2 – Escala de Produção x Investimento Unitário

Capacidade de Produção t / ano Investimento Unitário (US$ t/a)

17.500 1357 35.000 1000 70.000 860 140.000 800 210.000 740 280.000 700 350.000 690 Fonte: Oxytech.

Plantas com capacidade inferior a 17.500 t/a de soda cáustica possuem um custo unitário de investimento (por t/a) pelo menos 70% mais elevado que plantas de 140.000 t/a . O efeito de escala se reduz substancialmente a partir desta capacidade, e se torna insignificante a partir de 350.000 t/a. A capacidade mínima para uma planta ser considerada competitiva, em termos internacionais, é de 180.000 t/a segundo a Oxytech, do Grupo Oxychem, 2º maior produtor mundial de cloro.

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As plantas dos três maiores produtores nacionais se sit uam acima da escala mínima. As outras plantas, embora de escala inferior à mínima, se justificam pelas seguintes razões:

- são unidades cativas de fábricas de papel e celulose, situadas em locais remotos; e

- são plantas antigas e já totalmente depreciadas.

A tabela, a seguir, apresenta uma comparação da escala das plantas brasileiras de maior porte com a das regiões mais competitivas do mundo.

Quadro 3 – Escalas de Plantas Mundiais e Nacionais

Região / Empresa Soda – Capacidade de Produção (t/a)

Observação

EUA – Costa Golfo 525.000 Média da região

EUA 280.000 Média do país

Oriente Médio 308.000 Dados da Arábia Saudita Brasil – Trikem – (AL) 450.000

Brasil – Carbocloro – (SP) 264.000 Brasil – Indupa – (SP) 100.000 Brasil – Dow – (BA) 430.000

Fonte: CMAI, Abiclor, Trikem.

Sal - o sal, terceiro item de custo em importância, pode ser de origem marinha ou obtido de minas de sal-gema. Os custos para o produtor de cloro-soda são totalmente diferentes em cada caso. O sal de sal-gema é extraído como uma salmoura do subsolo e pode ser utilizado diretamente na planta. Os custos neste caso são apenas os de extração. O sal marinho, por outro lado, só pode ser produzido economicamente em poucas regiões do mundo que apresentam condições climáticas apropriadas, e de onde precisa ser transportado até às regiões consumidoras. O custo de transporte do sal marinho encarece muito o preço ao consumidor final, e pode chegar a constituir até 80% deste valor, tornando-se muito superior ao sal de sal-gema. A tabela, abaixo, apresenta faixas de valores para os custos de sal obtidos em cada uma destas origens.

Quadro 4 – Fontes de Sal e Respectivos Custos

Origem do Sal Faixa de Custos CIF Consumidor – (US$ / t)

Sal-gema 4 – 15

Sal marinho 30 – 50

Fonte: Empresas, Tecnon, CMAI.

As plantas situadas na Costa do Golfo (EUA) e na Arábia Saudita (Oriente Médio) são abastecidas por minas de sal-gema. No Brasil apenas as plantas da Trikem em Maceió (AL) e da Dow em Aratu (BA) desfrutam desta condição.

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Aspectos ambientais – o cloro e seus derivados são alvo frequente de questionamentos quanto aos seus efeitos sobre o meio-ambiente; algumas das restrições ambientais à utilização de cloro já tiveram reflexos sobre o mercado deste produto, como por exemplo:

- proibição do uso de BHC (hexacloreto de benzeno) e DDT (dicloro-difenil-tricloroetano), defensivos agrícolas clorados de grande importância e relevância no passado;

- restrição ao uso de cloro para branqueamento de polpa de celulose e papel, resultando na criação de tipos especiais de produtos destinados à exportação para países que fazem este tipo de exigência: a celulose ECF (elemental chlorine - free) e a TCF (totally chlorine –free);

- restrição ao uso e emissão de solventes clorados; e

- proibição de uso dos CFC`s – compostos clorofluorcarbonados - como os freons, por exemplo, um dos causadores do denominado “buraco“ na camada de ozônio.

O PVC, principal aplicação do cloro, responsável por 30% do consumo total, também é alvo frequente de grupos ambientalistas (como o Greenpeace, o mais ativo), que desejam a total proibição do uso deste material. No entanto, as evidências científicas existentes até o momento não dão ainda suporte a esta pretensão. Para diversos outros compostos clorados, inclusive os integrantes das cadeias de fabricação de produtos farmacêuticos, estão os grupos ambientalistas se esforçando, também, para a concretização de suas substituições, mas não há até o presente produtos técnica e economicamente viáveis.

Aspectos tecnológicos – são três as tecnologias empregadas em plantas de cloro-soda:

- tecnologia de mercúrio - é a mais antiga, a menos eficiente energeticamente e a mais sujeita às restrições ambientais; foi eliminada no Japão, é utilizada em apenas 20% da capacidade nos EUA e 22,7% no Brasil, mas ainda prevalece na Europa, com 65% da capacidade; a predominância na Europa se explica por ser uma das áreas produtoras mais antigas, pelo elevado custo de substituição, e também porque já foram realizados investimentos em controle ambiental que reduziram as emissões de poluentes nas plantas de mercúrio em mais de 90% nos últimos 15 anos;

- tecnologia de diafragma – ocupa a segunda posição em antigüidade, eficiência energética e restrição ambiental; é a mais utilizada nos EUA (78% da capacidade) e no Brasil (73,5% da capacidade), não é empregada no Japão e ocupa posição minoritária na Europa (20%); é especialmente apropriada para plantas abastecidas com sal de minas de sal-gema, uma vez que pode ser abastecida diretamente com a salmoura extraída das minas, o que já não ocorre com as tecnologias de

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- tecnologia de membrana – é a mais nova, a mais eficiente em termos energéticos e não sofre qualquer restrição de ordem ambiental; é a tecnologia que deve prevalecer no futuro e já vem sendo a preferida para uso em plantas novas; é a única tecnologia empregada no Japão e ainda ocupa posição minoritária nos EUA, Europa Ocidental e Brasil, com 2%, 15% e 3,8% da capacidade total, respectivamente; a posição modesta pode ser explicada pelo reduzido número de plantas novas de cloro-soda construídas desde o seu surgimento, em fins da década de 70.

2. CENÁRIO RETROSPECTIVO Oferta

A capacidade de produção de cloro-soda no mundo, em 1997, foi de 49,3 milhões de toneladas de cloro com a seguinte distribuição geográfica:

Gráfico 2 - Participação Percentual da Capacidade de Produção de Cloro-Soda no Mundo - 1997 - América do Norte 30% América do Sul 4% Outros 12% Ásia 30% Oriente Médio 3% Europa Ocidental 21% Fonte: CMAI.

Em relação a 1980, a capacidade instalada aumentou em 9.000.000 t/a de cloro, um acréscimo de 22%, apesar da ocorrência de um amplo processo de racionalização da estrutura produtiva no período verificado nos países industrializados, e que teve como principais consequências os seguintes pontos:

– fechamento de plantas ineficientes, poluentes e de pequeno porte, que resultou numa redução de capacidade de 1.600.000 t/a de cloro na Europa Ocidental e 2.800.000 t/a nos EUA;

– aumento da concentração da produção em plantas de maior escala, localizadas em regiões de baixo custo de produção e boa infraestrutura de transporte, destinadas a servirem como plataformas de exportação de derivados clorados da

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– aumento da participação na produção total das grandes empresas integradas verticalmente.

As modificações que aconteceram nos EUA podem servir de ilustração para o ocorrido em outras regiões do mundo:

. Total de plantas – reduziu-se de 70 para 45 entre 1970 e 1995; . Total de produtores – reduziu-se de 38 para 25 de 1970 a 1995;

. Porte médio das plantas – passou de 142.000 t/a nos anos 70 para 278.000 t/a em 1995; e

. Participação da Costa do Golfo – 65% da produção total nos EUA em 1986 para 73% em 1997.

Os dois maiores produtores dos EUA – Dow e Oxychem – são também os maiores do mundo, e controlam 54% da capacidade total nos EUA e 27% da capacidade mundial. A Dow possui uma capacidade de 3.300.000 t/a nos EUA, distribuída em apenas duas plantas, das quais a de Freeport (Texas) é a maior planta de cloro-soda do mundo, com capacidade de 2.100.000 t/a de cloro. A Oxychem possui uma capacidade total de 3.000.000 t/a de cloro nos EUA, distribuida em 11 plantas.

No Brasil a capacidade instalada de cloro-soda, em 1997, foi de 1.284.800 t/a de cloro, equivalente a 2,6% da mundial, através de 11 empresas.

Quadro 5 – Capacidade Instalada Brasileira de Cloro - 1997 -

Empresa Local da Planta Capacidade (t/a de cloro)

Anhembi SP 1.760 Aracruz ES 33.440 Carbocloro (Oxypar) SP 232.320 Cenibra MG 14.960 Dow Química BA 378.400 Igarassu PE 22.880 Jari Celulose PA 12.320 Pan-Americana RJ 24.640 Indupa (ex-Solvay) SP 88.000 Riocell RS 16.720 Trikem BA (ex-CQR) 63.360 Trikem AL (ex-Salgema) 396.000

Fonte: Abiquim, Abiclor, Empresas.

Os níveis de utilização da capacidade instalada de cloro-soda em 1997 foram elevados, tanto no Brasil como no mundo, podendo ser observados na tabela a seguir.

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Quadro 6 – Nível de Utilização da Capacidade Instalada de Soda-Cloro no Brasil e no Mundo

- 1997 -

Local Nível de Utilização (%)

Brasil 94,8

Mundo 86 – 87

Europa Ocidental 86 – 87

América do Norte 94 – 96

Fonte: CMAI, Chemical Week, Abiclor.

O consumo cativo de cloro também é elevado. No Brasil foi de 82,2% em média, em 1997, para um consumo cativo de soda de apenas 17%.

As alterações sofridas na estrutura de produção de cloro-soda no Brasil, no período de 1991 a 1997, estão resumidas a seguir.

Quadro 7 – Algumas Alterações na Estrutura de Produção de Cloro-Soda no Brasil

-1991/97-

Item 1991 1997

Total de produtores 13 11

Total de plantas 13 12

Capacidade total – t/a cloro 1.101.584 1.284.800 Capacidade média por planta - t/a cloro 84.737 107.066 Capacidade média das 3 maiores plantas - t/a cloro 283.100 381.333 Participação dos 3 maiores produtores no total 77,1% 78,3%

Fonte: Abiclor.

O aumento na capacidade de produção no período acima, de 183.216 t/a de cloro, se deu de forma extremamente concentrada nas plantas já existentes dos dois maiores produtores.

Quadro 8 – Capacidade Instalada de Cloro dos Principais Produtores Nacionais -1991/97-

Item Capacidade Instalada de cloro - t/ano - Acréscimo (91 a 97) 1991 1997 Dow 264.000 378.400 114.400 Trikem - BA (ex-CQR) 45.800 63.360 17.560 Trikem - AL (ex-Salgema) 357.000 396.000 39.000 Total dos 2 maiores 666.800 837.760 170.960 Total - Brasil 1.101.584 1.284.800 183.216

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A Dow no Brasil, a exemplo da matriz, está totalmente integrada na cadeia de produção dos poliuretanos, desde as matérias-primas TDI (diisocianato de tolueno) e polióis-poliéteres até as formulações de sistemas prontas para a etapa de transformação em produtos acabados - solados, espumas rígidas e flexíveis, tintas, etc.

Em relação ao Cone Sul, a capacidade instalada no Brasil predomina fortemente, com uma participação de 82% do total da região.

Quadro 9 – Capacidade Instalada de Cloro no Cone-Sul - 1997 -

Região/Empresa Capacidade Instalada de Cloro t/ano Participação -%- Brasil 1.284.800 81,8 Argentina 220.000 14,0 Indupa 92.400 5,9 Outros (total de 7) 127.600 8,1 Chile ( Oxychem) 66.000 4,2

Total Cone Sul 1.570.800 100,0

Fonte: Trikem.

A Indupa, controlada pela Solvay, é o único produtor que opera plantas no Brasil e na Argentina e está integrada, em ambos os países, na cadeia de vinílicos. A capacidade da Indupa, na Argentina, em MVC é superior à capacidade de PVC neste mesmo País, e o excedente, da ordem de 30.000 t/a a 70.000 t/a, tem sido exportado para a Indupa no Brasil (ex-Solvay). Com os planos de expansão da capacidade de PVC na Argentina, já em execução, estes excedentes deixarão de existir.

Demanda

O consumo de cloro e de soda, em 1997, no mundo foi de 41,8 e 44,3 milhões de toneladas, respectivamente, com a seguinte distribuição setorial.

Gráfico 3 - Distribuição Setorial do Consumo de Soda Caústica no Mundo - 1997

Papel e celulose 16% Alumina 8% Produtos inorgânicos 15% Tratamento d'água 5% Outros 28%

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Fonte: CMAI.

Gráfico 4 - Distribuição Setorial do Consumo de Cloro no Mundo - 1997 - Vinílicos 33% Purificação de água 5% Orgânicos 19% Outros 31% Solventes 6% Papel e celulose 6% Fonte: CMAI.

No Brasil, o perfil de consumo de cloro e de soda segue, aproximadamente, as tendências mundiais. Enquanto a distribuição setorial do consumo de soda tem permanecido estável, a de cloro tem sofrido alterações substanciais nos últimos anos, devido às pressões ambientais contra o uso de cloro no branqueamento da polpa de celulose e pela redução do uso de solventes clorados. A redução do consumo nestes setores foi parcialmente compensada pelo expressivo crescimento da participação de vinílicos, conforme se pode observar no quadro a seguir.

Quadro 10 – Participação do Cloro Total Consumido nos Setores a Nível Mundial e Nacional -1987/97- Mundo (%) Brasil (%) Setor 1987 1997 1987 1997 Papel e celulose 13,0 6,0 12,0 4,7 Solventes clorados 10,0 6,0 7,6 5,5 Vinílicos 29,0 33,0 35,0 39,5

Fonte: Tecnon, CMAI, Abiclor.

O crescimento da demanda de cloro e de soda, tanto no mundo como no Brasil, tem acompanhado aproximadamente a variação do PIB.

Quadro 11 - Taxas de Crescimento da Demanda de Cloro/soda - 1991/97-

Unidade: % (média anual)

Item Mundo Brasil

Demanda cloro 2,52 2,33

Demanda soda 2,06 4,38

PIB 2,41 3,19

Demanda cloro em vinílicos 4,60 4,13

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Quadro 12 - Elasticidades em Relação ao PIB - 1991/97

Item Mundo Brasil

Demanda cloro 1,04 0,73

Demanda cloro em vinílicos 1,91 1,29

Demanda soda 0,85 1,37

Fonte: Elaboração BNDES

Preço

O 2º semestre de 1997 foi um período extremamente favorável ao setor de cloro-soda. Os preços do cloro, que tinham mantido uma média de US$ 160 / t no ano anterior, ultrapassaram a marca de US$ 200 / t . Os preços da soda saltaram de US$ 100 / t no início de 1997 para US$ 180 / t no último trimestre deste ano. A crise financeira na Ásia, em outubro/97, mudou rapidamente as boas perspectivas do setor. Os preços do cloro caíram vertiginosamente de US$ 234 / t, em dezembro/97, para US$ 130 / t em maio/98. A menor demanda de cloro, provocado pelo reduzido consumo de vinílicos na Ásia, causou, por outro lado, uma redução na oferta de soda cáustica, cujos preços continuaram em ascensão, passando de US$ 180 / t em dezembro/97 para US$ 210 / t em maio/98. No Brasil, não há disponibilidade pública de preços de mercado de cloro ou de soda praticados pelas empresas. Há indicações de que os preços da soda seguem aproximadamente os preços internacionais, devido à pressão exercida pelas importações. Uma avaliação indireta dos preços praticados para o cloro, através dos preços do seu derivado mais importante, o PVC, que contém 57% em peso de cloro na sua molécula, indica que estão extremamente elevados. Enquanto nos EUA os preços de PVC no mercado interno ficaram entre US$ 600 a US$ 700 / t em 1997, no Brasil estes foram de US$900 a US$1000 / t no mesmo período, ou seja, mais de 50% de diferença. A diferença de custos de produção de cloro, devido às tarifas elétricas mais altas no Brasil do que na Costa do Golfo, teria um impacto de apenas US$ 20 por tonelada no PVC, já que a escala e os custos do sal para o maior produtor brasileiro (Trikem) são equivalentes aos dos produtores americanos.

Balanço Oferta-Demanda no Brasil

A capacidade de produção de cloro-soda no Brasil já se mostrava insuficiente para atender à demanda verificada em 1997. No caso do cloro, a demanda de 1.194.000 t em 1997, igual à produção, deve ser acrescida do cloro equivalente contido no VCM importado da Argentina, que atinge a 37.000 t, o que torna a demanda efetiva superior à produção interna. O consumo aparente de soda de

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Comércio Internacional

O comércio internacional de cloro, realizado sob a forma de derivados vinílicos, foi de 4.680.000 t em 1997, 11,2% da demanda mundial. A América do Norte se destaca como a maior região exportadora, respondendo por 64,1% do total, e a Ásia como a maior região importadora, absorvendo 85% do total comercializado. Os volumes correspondentes de soda foram de 2,44 milhões de toneladas (5,5% da demanda mundial), sendo a América do Norte a maior exportadora (32% do total), e a Ásia a maior importadora (58% do total).

Competitividade na Cadeia de Vinílicos

O quadro apresentado, a seguir, pretende cotejar os produtores nacionais de cloro-soda, integrados na cadeia de vinílicos, com as regiões produtoras internacionais mais competitivas em termos de potencial de exportação para a Ásia.

Quadro 13 - Competitividade Relativa dos Produtores Brasileiros na Cadeia de Vinílicos Item EUA - Costa do Golfo Oriente Médio Brasil Carbocloro Brasil Indupa Brasil Trikem (AL) Custo de energia elétrica +++ ++++ + + ++

Custo do sal +++ +++ ++ ++ +++

Integração física +++ +++ ++ +++ ++ Logística para exportação ++ +++ + + + Escala das plantas +++ ++ ++ ++ +++

Fonte: Elaboração BNDES.

Observações:

- Quanto maior o número de marcas, maior a competitividade;

- A qualidade da logística foi considerada em relação às possibilidades de exportação para a Ásia;

- A integração física da Trikem é desfavorecida pela necessidade de transporte de eteno de Camaçari para Maceió em duto, o que representa um custo adicional de US$ 8 por tonelada de eteno; e

- A Dow no Brasil não opera na cadeia de vinílicos, e mesmo no mundo só está integrada até o VCM.

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competitiva, mas ainda assim fica em posição inferior à dos EUA e ao Oriente Médio. Apenas a diferença de custos de energia elétrica, na Trikem em relação às suas congêneres da Costa do Golfo já representaria um acréscimo de US$ 35 / t nos custos de produção de cloro e de US$ 20 por tonelada nos de PVC , conforme já referido.

O grau de integração vertical dos produtores brasileiros da cadeia de vinílicos pode ser apreciado em comparação com os produtores americanos.

Quadro 14 - Integração na Cadeia de Vinílicos

Empresa Eteno Cloro EDC VCM PVC 3ª geração Carbocloro N S S N N N Indupa (BR) N S S S S N Trikem (AL) N S S S S N Borden N N S S S S Condea S N S S S S Formosa S S S S S S Geon N S S S S S Georgia N S S S S S Oxychem S S S S S S Shintech N N N N S N Westlake S S S S S S Dow S S S S N N

Fonte: CMAI, Empresas.

Obs.: A Dow e a Shintec possuíam um acordo de fornecimento de VCM, através do qual a Dow não se integraria até o PVC, e a Shintec evitaria a integração até cloro-soda. Este acordo foi, recentemente, rompido com o anúncio de que a Shintec estaria iniciando a implantação de uma unidade de cloro-soda própria.

3. PERSPECTIVAS

Demanda

- As taxas de crescimento da demanda de cloro e de soda até o ano 2002, devem manter-se próximas às taxas de crescimento do PIB, tanto no mundo como no Brasil;

- A nível mundial o CMAI prevê que a demanda crescerá a 2,6% ao ano para o cloro e 2,3% ao ano para a soda, no período 1998 - 2002, admitindo uma

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Quadro 15 – Perspectivas dos Segmentos Consumidos de Cloro no Mundo

Segmento de Mercado Crescente Estável Declinante

Cadeia de vinílicos ++ Papel e celulose + Tratamento d'água + Cadeia de poliuretanos ++ Solventes clorados + Inorgânicos (*) + Papel e celulose + Alumina + Sabões e detergentes + Química +

Obs.: (*) – ácido clorídrico, água sanitária Fonte: CMAI.

Oferta

- Os aumentos de capacidade anunciados permitem prever um acréscimo equivalente a 4,03 milhões de t/a de cloro até o ano 2002 no mundo, dos quais 2,1 milhões t/a, ou mais de 50%, estão planejados para o início de operação já em 1998. A distribuição geográfica dos aumentos planejados de capacidade é a seguinte:

Ásia - 40%

Oriente Médio - 15% América do Norte - 37% Resto do mundo - 8%

- A quase totalidade do aumento planejado de capacidade visa ao atendimento das necessidades próprias de cloro dos produtores;

- Mais de 50% da capacidade adicional deve ser efetivada através de plantas novas, situadas na Ásia e no Oriente Médio;

- Na América do Norte e no Oriente Médio, os atrativos para os projetos foram os baixos custos de produção e a boa infra-estrutura para deslocamento da soda e do cloro;

- Na Ásia, os projetos de cloro-soda não contam com condições competitivas de custos de fatores, e as justificativas possíveis seriam o atendimento estratégico a necessidades próprias de consumo de cloro em regiões com deficiente infra-estrutura de transportes, e a melhor logística dos projetos para o suprimento de soda cáustica dentro da própria região.

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em plantas já existentes:

Quadro 16 – Aumentos de Capacidade de Cloro no Brasil e no Cone Sul

Empresa Local Acréscimo – t/a cloro Início Operação Indupa Brasil / São Paulo 26.400 4º trimestre / 98 Indupa Argentina / Bahia Blanca 73.000 4º trimestre / 98

Total --- 99.400 ---

Fonte: Trikem; Plásticos em revista.

- não há previsão de novas plantas, e eventuais acréscimos às expansões relacionadas devem ocorrer de forma incremental nas plantas atuais.

Balanço Oferta x Demanda

- No mundo, a previsão do CMAI é de que a oferta estará equilibrada com a demanda em 2002. Assumindo as premissas já apresentadas para o aumento da oferta e da demanda, prevê-se que os níveis de utilização da capacidade instalada atingirão a 89% em 2002. A curto prazo, os níveis de utilização devem reduzir-se devido à queda na demanda de vinílicos na Ásia, e à concentração do início de operação de novas capacidades em 1998;

- A viabilização comercial da tecnologia de produção de cloro a partir de ácido clorídrico, em desenvolvimento pela Dupont, pode alterar completamente as projeções de oferta. Neste caso ocorreria uma provável situação de déficit de soda, de vez que nesta tecnologia não se gera soda como subproduto; e

- No Brasil e no Cone Sul, as previsões são de que ocorrerá déficit de oferta de soda. O déficit previsto para o cloro poderá ser ainda contornado, conforme indicado no quadro a seguir.

Quadro 17 - Projeções para o Ano 2002 no Brasil

Item Cloro Soda

Capacidade instalada no Brasil - t/a (A) 1.311.000 1.490.000 Demanda anual - Brasil - t (B) 1.385.200 1.719.700

Diferença A - B -74.200 -229.700

Oferta cloro via acido clorídrico - t/a +29.000 --- oferta excedente Mercosul +69.831 +85.542 Saldo final-oferta x demanda +24.631 -144.158

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Foi adotada a premissa de crescimento igual ao do PIB, e a demanda de cloro e soda no Brasil de 3% ao ano entre 1997 e 2002.

O déficit interno de cloro poderá ser coberto de duas maneiras:

- aproveitamento de correntes residuais de ácido clorídrico para a produção de MVC e PVC, através de oxicloração, evitando-se desta forma o uso de cloro. Os resíduos já são gerados atualmente na planta da Pronor, que já dispõe de quantidades equivalentes a 29.000 t/a de cloro ou 50.800 t/a de PVC. A Trikem possui no momento planos para aproveitar apenas 900 t/a equivalentes de cloro deste total; e

- importação dos excedentes de cloro da planta da Indupa, em Bahia Blanca, na forma de MVC.

No caso da soda, o déficit permanecerá elevado, mesmo na hipótese de aproveitamento dos excedentes argentinos.

Preço

O ciclo atual de preços no setor, iniciado em fins de 1997, é de elevação dos preços da soda e queda dos preços do cloro, sendo a duração prevista de 2 a 3 anos.

4. CONCLUSÃO

- A médio prazo, a Ásia continuará como a maior região importadora de cloro e soda, apesar da retração verificada no curto prazo;

- Os EUA continuarão sendo os maiores exportadores de cloro e soda, mas o Oriente Médio aumentará significativamente sua participação no comércio internacional destes produtos, devido à sua posição exportadora privilegiada para a Ásia;

- Haverá continuidade no processo de racionalização da estrutura produtiva, com fechamento de plantas pequenas e ineficientes;

- Continuará o processo de concentração da produção nas regiões de menor custo, nas plantas de maior escala e nas empresas de maior porte, verticalmente integradas. Há previsões de que o número de produtores nos EUA se reduza dos atuais 25 para 20 na virada do século, e para 15 até o ano 2005; e

- As questões ambientais à produção e ao uso de cloro continuarão a ser um fator de risco adicional aos empreendimentos dedicados à produção de cloro -soda. A soda, ao contrário, não sofre ainda qualquer restrição de ordem ambiental.

Referências

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