• Nenhum resultado encontrado

Polinómios Simétricos e Polinómios W-harmónicos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Polinómios Simétricos e Polinómios W-harmónicos"

Copied!
26
0
0

Texto

(1)

Polin´

omios Sim´

etricos e Polin´

omios W-harm´

onicos

Jos´e Pedro Quintanilha

Sob orienta¸c˜ao do Prof. Samuel Lopes

Faculdade de Ciˆencias da Universidade do Porto

(2)

Terminologia

Consideramos polin´omios sobre C em n vari´aveis: X c(j1,...,jn)x j1 1 · · · x jn n c(j ) ∈ C

O grau do mon´omio cxj1

1 · · · x jn

n ´e dado por j1+ · · · + jn.

Um polin´omio diz-se homog´eneo se todos os seus mon´omios

tiverem o mesmo grau.

(3)

Polin´

omios sim´

etricos

Defini¸c˜ao

Dizemos que um polin´omio P ∈ P ´e sim´etrico se ´e invariante por qualquer permuta¸c˜ao das suas vari´aveis.

Designamos por PW o conjunto dos polin´omios sim´etricos. Exemplos (n = 3):

(4)

Polin´

omios sim´

etricos elementares

Defini¸c˜ao

Se 1 ≤ k ≤ n, o polin´omio sim´etrico elementar Ik ´e a soma de

todos os produtos poss´ıveis de k vari´aveis. Exemplo (n = 4):

I1 = x + y + z + w I3= xyz + xyw + xzw + yzw

I2 = xy + xz + xw + yz + yw + zw I4= xyzw

Teorema de Vi`ete

Seja p ∈ C[z] m´onico de grau n com ra´ızes x1, . . . , xn. Ent˜ao

p(z) = zn− I1zn−1+ I2zn−2− · · · + (−1)nIn

(5)

Polin´

omios sim´

etricos elementares

Teorema Fundamental dos Polin´omios Sim´etricos

Se P ∈ PW, ent˜ao P pode ser escrito (de forma ´unica) como um

polin´omio em I1, . . . , In.

PW = C[I1, . . . , In]

Exemplo (n = 3):

3x2+ 3y2+ 3z2+ xyz = 3(x2+ y2+ z2) + xyz

= 3[(x + y + z)2− 2(xy + xz + yz)] + xyz

(6)

Polin´

omios sim´

etricos elementares

Prova da existˆencia:

Ordenamos os mon´omios de P lexicograficamente, de acordo

com os expoentes. Seja cxj1

1x j2

2 · · · x jn

n o mon´omio-guia

(j1 ≥ j2 ≥ · · · ≥ jn, porque P ´e sim´etrico).

Seja Q1 = cI1j1−j2I j2−j3 2 · · · I jn−1−jn n−1 I jn n. O mon´omio-guia de Q1 ´e o mesmo que o de P.

P − Q1 tem um mon´omio-guia mais baixo. Aplicamos o

mesmo m´etodo a este polin´omio e iteramos at´e ficar P − Q1− Q2− · · · − Qk = 0.

(7)

Aplica¸c˜

ao

Teorema Fundamental dos Polin´omios Sim´etricos

Se P ∈ PW, ent˜ao P pode ser escrito como um polin´omio em

I1, . . . , In de forma ´unica.

Teorema de Vi`ete

Seja p ∈ C[z] m´onico de grau n com ra´ızes x1, . . . , xn. Ent˜ao

p(z) = zn− I1zn−1+ I2zn−2− · · · + (−1)nIn

O Teorema de Vi`ete e o TFPS dizem-nos que qualquer fun¸c˜ao polinomial sim´etrica nas ra´ızes de p ∈ C[z] se pode expressar como um polin´omio nos seus coeficientes.

Exemplo: Seja p ∈ C[z] com coeficientes inteiros. Ent˜ao a soma dos cubos das ra´ızes (complexas) de p ´e inteira.

(8)

Polin´

omios W-harm´

onicos

Dado um polin´omio P =P c(j )xj1

1 · · · x jn n ∈ P, definimos o operador ∂P : P −→ P Q 7−→Xc(j ) ∂j1 ∂xj1 1 · · · ∂ jn ∂xjn n Q Exemplos (n = 3): Se P = x2y + 5z + 1, ent˜ao ∂PQ = ∂ 3 ∂x2∂yQ + 5 ∂ ∂zQ + Q.

Um polin´omio Q ´e harm´onico se ∂PQ = 0, onde

(9)

Polin´

omios W-harm´

onicos

Defini¸c˜ao

Designe-se por PW+ o conjunto dos polin´omios sim´etricos com termo

constante nulo. Um polin´omio Q ∈ P diz-se W-harm´onico se para

todo P ∈ PW

+ se tem ∂PQ = 0.

Escrevemos H para denotar o conjunto dos polin´omios

W-harm´onicos.

Nota: Todas as “fun¸c˜oes W-harm´onicas” s˜ao polin´omios.

Como consequˆencia do TFPS, um polin´omio Q ∈ P ´e W-harm´onico

(10)

Polin´

omios W-harm´

onicos

Exemplos: n = 2 1 x − y n = 3 1 x − y x − z

x2− y2− 2xz + 2yz x2− z2− 2xy + 2yz

xy2− x2y + yz2− y2z + x2z − xz2

Facto conhecido

H tem dimens˜ao n! (como espa¸co vectorial sobre C). Problema: Quais s˜ao, explicitamente, os polin´omios W-harm´onicos?

(11)

Determinante de Vandermonde

Defini¸c˜ao

A matriz V de dimens˜ao n × n com Vi ,j = xij −1´e chamada Matriz

de Vandermonde. Exemplo (n = 4): V =     1 x x2 x3 1 y y2 y3 1 z z2 z3 1 w w2 w3    

(12)

Determinante de Vandermonde

Teorema

´

E v´alida a seguinte f´ormula para o determinante de Vandermonde:

|V | = Y 1≤i <j ≤n (xj − xi) Exemplo (n = 4): |V | = 1 x x2 x3 1 y y2 y3 1 z z2 z3 1 w w2 w3 = (y − x )(z − x )(w − x )(z − y )(w − y )(w − z) Observa¸c˜ao: |V | ´e homog´eneo, de grau n2.

(13)

Determinante de Vandermonde

Prova:

Para quaisquer 1 ≤ i < j ≤ n, pondo xj = xi anulamos |V | (a

matriz fica com duas linhas iguais). Isso mostra que (xj − xi)

divide |V |.

Estas diferen¸cas s˜ao elementos irredut´ıveis n˜ao associados em P, logo o produt´orio indicado divide |V |.

O grau de cada membro da igualdade ´e n2, portanto os polin´omios s˜ao m´ultiplos escalares um do outro.

A parcela de |V | correspondente `a permuta¸c˜ao identidade ´e x2x32· · · xnn−1, e o seu coeficiente ´e 1. ´E tamb´em este o

coeficiente desse mon´omio na express˜ao da direita, o que mostra a igualdade.

(14)

O primeiro polin´

omio W-harm´

onico

Teorema

O determinante de Vandermonde ´e W-harm´onico: |V | ∈ H

Prova:

Notar que ∂x

i|V | ´e o determinante da matriz obtida de V

derivando as entradas da i -´esima linha (aplicar a expans˜ao de Laplace).

Isto resulta de xi figurar apenas nessa linha, portanto

podemos aplicar a mesma ideia `as derivadas sucessivas de V . Exemplo (n = 4): ∂3 ∂y2∂w|V | = 1 x x2 x3 0 0 2 6y 1 z z2 z3 0 1 2w 3w2

(15)

O primeiro polin´

omio W-harm´

onico

∂Ik|V | tem

n

k parcelas, obtidas derivando k linhas de V e

tomando o determinante, para todas as escolhas poss´ıveis. Exemplo (n = 3): ∂I2|V | = 0 1 2x 0 1 2y 1 z z2 + 0 1 2x 1 y y2 0 1 2z + 1 x x2 0 1 2y 0 1 2z

Consideremos duas vari´aveis xi e xj. Se pusermos xi = xj,

anulamos ∂Ik|V |. Para ver isso, observemos cada parcela:

Se ambas, ou nenhuma das linhas i ,j de V foram derivadas, a substitui¸c˜ao torna as linhas iguais e anula o determinante. Se a linha i foi derivada mas a linha j n˜ao, ent˜ao existe uma outra parcela correspondente `a escolha de j mas n˜ao i , e das mesmas k − 1 vari´aveis restantes. A substitui¸c˜ao torna as parcelas sim´etricas (pois uma matriz ´e obtida da outra por troca de linhas), anulando a sua soma.

(16)

O primeiro polin´

omio W-harm´

onico

Isto mostra que (xj − xi) divide ∂Ik|V |, para quaisquer

1 ≤ i < j ≤ k.

Daqui, como atr´as, ∂Ik|V | ´e m´ultiplo de |V |.

Mas o grau de |V | ´e claramente superior ao de ∂Ik|V |,

portanto tem de ser ∂Ik|V | = 0.

Conclui-se que o determinante de Vandermonde ´e

(17)

Uma base de H

Como os operadores de deriva¸c˜ao comutam, derivando um

polin´omio W-harm´onico obtemos ainda um W-harm´onico.

Ser´a poss´ıvel obter uma base de H usando deriva¸c˜ao a partir do determinante de Vandermonde?

(18)

Uma base de H

Consideremos de novo a ordem lexicogr´afica. Se derivarmos dois

mon´omios em ordem a alguma vari´avel (e nenhum deles for

anulado), ent˜ao a rela¸c˜ao de ordem ´e preservada. Atentemos no caso n = 4:

O mon´omio-cauda de |V | ´e yz2w3.

Ideia: Se aplicarmos a |V | um operador do tipo ∂y∂aa ∂ b

∂zb ∂ c

∂wc,

com a ≤ 1, b ≤ 2 e c ≤ 3, esse mon´omio n˜ao ´e anulado.

Todos estes operadores d˜ao origem a mon´omios-cauda

diferentes (da forma cy1−az2−bw3−c).

Assim, estes operadores d˜ao origem a um conjunto de

(19)

Uma base de H

Generalizando:

O mon´omio-cauda de |V | ´e x10x21· · · xn−1 n .

Consideramos os operadores da forma ∂a1

∂x1a1 ∂a2

∂x2a2 · · · ∂an

∂xnan, onde

0 ≤ ai < i , para cada i . Designemo-los simplesmente por

∂(a1,a2,··· ,an).

O mon´omio-cauda de ∂(a1,a2,··· ,an)|V | ´e da forma cx0−a1

1 x 1−a2

2 · · · xnn−1−an.

Estes operadores d˜ao origem a um conjunto de polin´omios linearmente independentes.

(20)

Uma base de H

Quantos polin´omios obtemos por este processo? Exactamente o

n´umero de tuplos (a1, a2, · · · , an), onde

a1∈ {0}

a2∈ {0, 1}

.. .

an∈ {0, 1, · · · , n − 1}

Temos n! escolhas poss´ıveis. Como ´e esta a dimens˜ao de H, constru´ımos uma base!

(21)

Uma base de H

Exemplo (n = 3): (0, 0, 0) ↔ 1 x x2 1 y y2 1 z z2 (0, 0, 1) ↔ 1 x x2 1 y y2 0 1 2z (0, 0, 2) ↔ 1 x x2 1 y y2 0 0 2 (0, 1, 0) ↔ 1 x x2 0 1 2y 1 z z2 (0, 1, 1) ↔ 1 x x2 0 1 2y 0 1 2z (0, 1, 2) ↔ 1 x x2 0 1 2y 0 0 2

(22)

Sobre teoria de representa¸c˜

ao

Defini¸c˜ao

Dados um grupo G e um conjunto X , um homomorfismo

π : G −→ SX

onde SX ´e o grupo das permuta¸c˜oes de X , diz-se uma ac¸c˜ao de G

sobre X . “G actua sobre X ”.

Em particular, se V ´e um espa¸co vectorial, um homomorfismo π : G −→ GL(V )

onde GL(V ) ´e o grupo dos endomorfismos lineares invert´ıveis de V ,

diz-se uma representa¸c˜ao de G . Tamb´em se diz que “V ´e uma

(23)

P como representa¸

ao de S

n

Sn (o grupo sim´etrico) actua sobre P permutando as vari´aveis de

um polin´omio. P ´e uma representa¸c˜ao de Sn.

Exemplos:

A transposi¸c˜ao (1 3) envia o polin´omio xy + 2z em yz + 2x . PW ´e, por defini¸c˜ao, o conjunto dos polin´omios que ficam fixos pela ac¸c˜ao de Sn.

O conjunto dos polin´omios de grau menor ou igual a k ´e um subespa¸co de P invariante para a ac¸c˜ao de Sn. ´E uma

subrepresenta¸c˜ao de P.

(24)

Outra representa¸c˜

ao de S

n

Considere-se CSn, o espa¸co vectorial das combina¸c˜oes lineares

(formais) de elementos de Sn.

Sn actua sobre CSn por multiplica¸c˜ao `a esquerda.

Exemplo (n = 3):

5(1 2) − (1 3) + i (1 3 2) ´e um elemento de CS3.

(25)

Outra representa¸c˜

ao de S

n

Qualquer representa¸c˜ao V de um grupo G admite como

subrepresenta¸c˜oes o subespa¸co trivial {0} e o pr´oprio V . Uma representa¸c˜ao que n˜ao admite mais nenhuma subrepresenta¸c˜ao diz-se irredut´ıvel.

Factos conhecidos

CSn cont´em todas as subrepresenta¸c˜oes irredut´ıveis (a menos de

isomorfismo) de Sn.

(26)

Perspectivas

Problema: Encontrar uma nova base de H, que nos dˆe a sua

decomposi¸c˜ao em representa¸c˜oes irredut´ıveis.

Equivalentemente, estabelecer explicitamente o isomorfismo de representa¸c˜oes H ←→ CSn Algumas pistas... 1 ←→ X σ∈Sn σ |V | ←→ X σ∈Sn sgn(σ)σ

Referências

Documentos relacionados

Our results of gene expression showed that at least three of the second step mutations occurring in the adaptation of E.coli to the mouse gut are related to

14 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. Curso de Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. Responsabilidade Civil do Médico.

Alves (2001) ressalta que a variável custos da qualidade ambiental decorrente de gastos para manter o padrão de emissão dos resíduos, em conformidade com as leis que regulamentam

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

Outro ponto importante referente à inserção dos jovens no mercado de trabalho é a possibilidade de conciliar estudo e trabalho. Os dados demonstram as

No código abaixo, foi atribuída a string “power” à variável do tipo string my_probe, que será usada como sonda para busca na string atribuída à variável my_string.. O

Para analisar as Componentes de Gestão foram utilizadas questões referentes à forma como o visitante considera as condições da ilha no momento da realização do

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,