Instrumentação em Imagiologia
Médica
Módulo 4. Imagiologia com radioisótopos
Parte I. Cintigrafia, SPECT
Leccionado por Vitaly Chepel,
Departamento de Física, Universidade de Coimbra
Ano lectivo 2013-2014 vitaly@fis.uc.pt
A ideia
Os Radioisótopos
Os Detectores
interacção da radiação com a matéria (um lembrete)
scanners (história)
câmara de Anger
SPECT
Exemplos de imagens
Novos desenvolvimentos
Compton camera
CZT camera
Sumário
Imagiologia com Raios-X e com
Radioisótopos
Fonte externa
Fonte interna
A sua localização é
conhecida
É preciso localizar a
fonte
Sinal: atenuação no
corpo
Sinal: distribuição das
fontes no corpo
A primeira utilização de um traçador radioactivo (radioactive tracer) para estudo do movimento dos elementos estáveis num sistema biológico atribui-se ao George de Hevesy nos anos 1920.
Injectar uma quantidade muito pequena de uma substância em cujas moléculas um dos átomos, normalmente estável, é substituído pelo um isótopo radioactivo
Medir a distribuição espacial dessa substância através da detecção de raios gama emitidos pelo traçador
A distribuição obtida reflecte o comportamento fisiológico dessa substância e o funcionamento do sistema biológico no que toca fluxo sanguíneo, metabolismo, transporte celular, função de neurotransmissores etc.
A ideia:
Imagem com radioisótopos: a ideia
Para isso é suficiente uma quantidade muito pequena de um elemento radioactivo – muito menos do que pode ser detectada pelos métodos químicos
Fornece informação valiosa para a diagnóstica, terapia e investigação médica, biológica e farmacéutica
Imagem com radioisótopos: 3 passos
2D image 3D image γ γ Scintigraphy SPECT Detector γ 1. Injecção de uma substância marcada comum isótopo radioactivo emissor de raios gama (também pode ser introduzido por inalação)
3. A distribução é medida com um ou vários detectores de raios gama 2. A substância é absorvida pelo organismo e distribui-se no corpo consoante a sua função fisiológica
Raios-X e Raios
γ
(lembrete)
Ambos são ondas electromagnéticas (fotões)
A escala de energias:
• Raios-X: de ~1 keV até ~200 keV
• Raios
γ
: de ~100 keV até ~1 MeV (em medicina) ou até∞
(em física)A diferença principal não está na energia dos fotões mas sim nos processos físicos que estão na origem desses:
Os raios X são de origem atómica; são emitidos:
ou pelas partículas carregadas sujeitas a aceleração
ou em resultado de transições entre os níveis de um átomo (em semelhança com transições ópticas – a diferença está apenas no valor da energia)
Os raios
γγγγ
são de origem nuclear: são emitidas em resultado de transições entre diferentes níveis de energia de um núcleo – i.e. em resultado de um decaimento radioactivoA ideia
Os Radioisótopos
Os Detectores
interacção da radiação com a matéria (um lembrete)
scanners (história)
câmara de Anger
SPECT
Exemplos de imagens
Novos desenvolvimentos
Compton camera
CZT camera
Sumário
Radioactividade –
α
,
β
e
γ
É um processo nuclear
Decaimento αααα (emissão do núcleo de átomo de hélio)
Decaimento β β β β (emissão de um electrão ou positrão)
Decaimento γ (γ (γ (γ (de-excitação do núcleo com emissão de um fotão)
He
Np
Am
23793 24 241 95→
+
partícula αγ
+
→
Tc
Tc
m 99 43 99 43ν
+
+
→
+e
O
F
188 18 9(
→
+
+
ν
)
+e
n
p
ν
~
90 39 90 38→
+
+
−e
Y
Sr
(
n
→
p
+
e
−+
ν
)
β
-Ex: Ex: Ex:α
β
γ
β
+
Radioisótopos – requisitos (1)
Radiação emitida
partícular carregadas são absorvidas no tecido biológico numa distância de ordem de ~mm não podem ser usadas para fins diagnósticos dos órgãos interiores (com excepção de positrões cuja anuquilação resulta em emissão de um par de fotões gama – ver lição sobre PET)
raios gama – a atenuação segue uma lei exponencial com o comprimento de atenuação 1/µ ~1 a 10 cm podem ser usadas
é altamente desejável que o fotão gama não seja acompanhado pelas partículas carregadas – assim evita-se a irradiação desnecessária do paciente
x N0 N(x) x N(x) R x N0 N(x) x N(x) N0 N0 0 0 x
e
N
t
N
(
)
=
0 −µIdealmente, devia ser comparável com o tempo necessário para o exame, i.e. ~10 min a ~1 hora
Radioisótopos – requisitos (2)
Tempo de vida
t injecção medição d e c a im e n to s /s (a) (b) (c)(a) T1/2 é demasiado curto – uma grande parte do isótopo decai antes da medição
(b) T1/2 óptimo
(c) T1/2 muito longo – o paciente continua a ser irradiado depois do exame terminar
Eliminação fisiológica tempo de vida de uma substância no organismo pode ser mais curto do que T1/2: 2 1
2
)
(
t
N
0e
tN
0 t TN
=
−λ=
− . 2 1 . 1 1 1 fisiol eff fisiol eff T T T = + ⇒ ⇒ + =λ
λ
λ
Deve ser suficientemente alta para que os fotões sairem do corpo do paciente com uma probabilidade elevada, sem interagirem com o corpo
Mas não muito alta para facilitar a detecção
Radioisótopos – requisitos (3)
Energia
detector
corpo
BOM acontecimento é apenas este
x
e
N
x
N
(
)
=
0 −µ Zρ
µ(Z,
ρ
)
“Boas” energias:entre ~80 keV e ~300 keV
(em PET – 511 keV)
99m
Tc – o radioisótopo mais utilizado
γ
+
→
Tc
Tc
h
m
99
43
6
99
43
Níveis de energia do núcleo
99Tc (tecnécio)
2 / 1
/
0
/
0
2
)
(
t
N
e
t
N
t
T
N
=
−
τ
=
−
“m” – nível metaestável,a transição para o nível mais baixo é “lenta” (T1/2 >> dos tempos típicos para os processos nucleares que são ~10-12 s)
Outros radioisótopos utilizados em SPECT
364, 627 keV 8 d 131I 81 keV 5.3 d 133Xe 171, 245 keV 2.83 d 111mIn 93, 185, 300 keV 78.3 h 67Ga71 & 80 keV – RX Hg, 135, 167 keV, 73 h 201Tl 159, 529 keV 13.2 h 123I 140 keV 6.0 h 99mTc Energia T1/2 Isótopo
O radioisótopo está incorporado numa substância química específica para certa actividade metabólica (cancro, actividade cerebral, perfusão do miocardo etc.)
É sabido, por exemplo, que o iódo acumula-se no tiróide ao usar isótopos radioactivos de iódo 131I e 125I pode ser investigado o funcionamento do tiróide
Radiofármacos - exemplos
Tc N S S NH O O CH3 O O C H3 O 0 Technetium (99mTc) Bicisate Tc O O O O N H O CH3 C H3 O H3C CH 3 O O O N H O CH3 C H3 CH3 C H3 -1 Technetium (99mTc) Disofenin Fígado, hepatite Technetium (99mTc) Medronate O Tc OH OH O O O P P O O H O O H P P O OH O OHOssos, câncro da próstata
O Ga H2O O H2O O H2O O O OH O
Gallium (67Ga) Citrate
Inflamação, infecções N H NH I 131 NH2 Iobenguane sulfate(131I) Neuroblastoma Na131I - tiróide Perfusão do cérebro
Os radioisótopos de origem natural não podem ser usados para a diagnóstica médica principalmente devido ao seu longo período de semidesintegração
Os isótopos artificiais são produzidos ou em reactores nucleares (através de captura de neutrões pelos núcleos estáveis) ou em aceleradores de partículas
Radioisótopos - origem
Produção do 99mTc num reactor nuclear por bombardeamento com neutrões
(99mTc é usado em SPECT)
Produção do 18F num sinchrotrão por bombardeamento com protões
Produção do
99m
Tc
1º passo – num reactor nuclear:
ν
~
99 43 8 . 2 99 42
→
+
+
−e
Tc
Mo
d mγ
+
→
Tc
Tc
h m 99 43 6 99 43...
99 42 98 42
→
+
+
+
+
Mo
Mo
γ
γ
n
Isótopo estável (abundância natural 24%)
2º passo – armazenamento num “gerador de tecnécio”
(em hospital):
3º passo – injecção ao paciente e medição:
Gerador de tecnécio
A ideia
Os Radioisótopos
Os Detectores
interacção da radiação com a matéria (um lembrete)
scanners (história)
câmara de Anger
SPECT
Exemplos de imagens
Novos desenvolvimentos
Compton camera
CZT camera
Sumário
e
X
X
→
+
+
+γ
Interacção de raios
γ
com a materia
Disperção de Compton
Absorção fotoeléctrica
B
E
E
e=
γ−
B – energia de ligação do electrão no átomo (depende da camada electrónica)
e
e
→
′
+
+
γ
γ
(
ϑ
)
γ γ γcos
1
1
+
2−
=
′
c
m
E
E
E
e γ γE
E
E
e=
−
′
eE
γE
γE
′
ϑ
dx
n
dP
=
σ
⋅
Interacção de raios
γ
com a materia
A probabilidae de interacção com um alvo (por um ou outro processo)
quantifica-se com
secção eficáz
(cross section) –
σ
(mede-se em cm
2)
:
(n – número de átomos por cm3)
dx
n
N
dP
N
dN
=
−
=
−
σ
dx
n
N
dN
σ
−
=
fotãodx
N fotõesdx
Variação do número de fotões no feixe:
x n
e
N
x
N
(
)
=
0 − σn
σ
frequentamente designa-se porµ
– coefficiente linear de atenuação (cm-1)x
e
N
x
dx
n
dP
dP
dP
=
foto+
Compton=
(
σ
f+
σ
c)
⋅
Interacção de raios
γ
com a materia
Quando há dois processos:
Designação frequente:
τ
– paraµ
fσ
– paraµ
c fotãodx
N fotõesdx
x c fe
N
x
N
(
)
=
0 −(µ +µ ) c fµ
µ
µ
=
+
c fσ
σ
σ
=
+
(i.e. ) (i.e. )Interacção de raios
γ
com a materia
xe
N
x
N
(
)
=
0 −µ 0N
xµ
– coeficiente linear de atenuação (cm-1)µ
é uma função de:1) número atómico do elemento Z, 2) densidade do meio,
ρρρρ
Z
ρ
µ(Z,
ρ
)
Para desacoplar a dependência da densidade,
µ
é frequentamente expresso em unidades de cm2/g e designado porµ´
(coeficiente de atenuação mássico):ρ
µ
Attenuação em água
µ
é uma função da energia do fotão E (de Z e
ρρρρ
, também)
0.01 0.1 1 10 100 1000 1 10 100 1000
Gamma ray energy, keV
c m 2 /g
µ´
σ
´
τ
´
σ
τ
µ
′
=
′
+
′
τ
´
– descreve atenuação por absorção fotoeléctricaσ
´
– descreve atenuação por dispersãode Compton H2O
Os raios γ de energias ~100 – 300 keV interagem com o corpo humano principalmente por efeito de Compton
A ideia
Os Radioisótopos
Os Detectores
interacção da radiação com a matéria (um lembrete)
scanners (história)
câmara de Anger
SPECT
Exemplos de imagens
Novos desenvolvimentos
Compton camera
CZT camera
Sumário
Os primeiros scanners
Rectilinear scanner (obsoleto)
Uma posição do detector
N contagens
Um ponto marcado no papel cuja cor depende do N
Imagem - scintigrama
1977
O detector funciona no modo de impulsos: os raios gama são detectados um a um
Primeiros scanners
Linear scanner
(obsoleto)Uma posição do detector
contagens N(x
)
Imagem em 2D - scintigrama
Atenuação da luz no cristal λ λ / ) ( 0 2 / 0 1 ) ( ) ( x L x e A x A e A x A − − − = =Partilha da luz entre os
A ideia
Os Radioisótopos
Os Detectores
interacção da radiação com a matéria (um lembrete)
scanners (história)
câmara de Anger
SPECT
Exemplos de imagens
Novos desenvolvimentos
Compton camera
CZT camera
Sumário
Câmara gama (Anger camera)
Cristal cintilador Guia da luz Fotomultiplicadores Colimador Objecto Acontecimentos “bons” Acontecimentos “maus” absorção no objecto scattered absorção no colimador penetração através do colimadorLocalização – através da partilha da luz entre os fotomultiplicadores
Hal O. Anger, Scintillation Camera - Review of Scientific Instruments, 1958, v.29, pp. 27-33
A p’rimeira câmara de Anger
7 fotomultiplicadores
Guia de luz (plástico)
Cristal cintilador NaI(Tl) ∅ ∅ ∅ ∅100 mm x 6 mm Colimador pinhole (chumbo) Objecto Hal O. Anger
Algoritmo de Anger
de reconstrução de coordenadas
Ui – sinais de fotomultiplicadores (amplituda de impulso, por exemplo)
A ideia:
x
x1 x2 xi xN
U1 U2 Ui UN
X
A coordenada
x
da cintilação pode ser reconstruida através do cálculo da média das coordenadas dos fotomultiplicadoresx
i com os pesos iguais a amplitude do sinal do respectivo fotomultiplicadorU
i (média pesada)∑
∑
= ==
N i i N i i iU
x
U
X
1 1(também é conhecido como - método de centroid ou - centre-of-gravity method )
x
i – coordenada do PMiN
– número de PMs∑
∑
∑
∑
∑
= = = = ==
=
=
N i i N i i N i i i N i i N i i iU
E
U
y
U
Y
U
x
U
X
1 1 1 1 1,
,
Algoritmo de Anger em 2D
H.O. Anger, Scintillation Camera – Rev. Sci. Instr., 1958, v.29, pp.27-33
Algoritmo de Anger – a realização
− + − +
−
=
−
=
Y
Y
Y
X
X
X
A corrente do cada fotomultiplicador (Ui) é dividida entre 4 saídas (X+, X-, Y+ e Y-).
As resistências são escolhidas de tal modo para que a contribuição de cada fotomultiplicador
para os sinais X e Y seja proporcional à respectiva coordinada do seu centro
Câmara de Anger – O cristal
Normalmente NaI(Tl): Z = 54, ρ = 3.67 g/cm3
comprimento de atenuação para 140 keV 1/µ ≈ 0.4 cm
84% dos fotões de 140 keV interagem através do efeito fotoeléctrico alta luminosidade, ≈ 5,600 fotões para 140 keV
Dimensões:
Diâmetro de 20 cm a 60 cm ou rectangular ≈ 50 x 40 cm Espessura ≈ 6 a 12 mm (1/4” a ½”, o mais comum é 3/8”) Compromisso entre
a) Eficiência de absorção de raios gama mais espesso b) Erro de paralaxe mais fino possível
Desvantagens do NaI(Tl):
Higroscópico tem que ser selado hermeticamente num contentor sensivel àos gradientes da temperatura facilmente parte-se
Tem um papel fundamental para reconstrução de coordenadas – distribuir a luz emitida numa cintilação entre vários fotomultiplicadores
Câmara de Anger – Guia de luz
Espessura – um compromisso entre dois extremos:
• Guia muito fina – apenas um fotomultiplicador “vê” a luz só um PMT dá o sinal resolução espacial ≈ diâmetro do fotomultipicador (~50 mm);
• Demasiado espessa – a distribuição da luz entre os PMTs quase uniforme resolução é ~ do diâmetro do cristal
Material:
• Plástico transparente com índice de refracção próximo ao do cristal (para minimizar as perdas da luz devido à reflexão)
Requisitos
• Eficiência quântica mais alta possível (tipicamente ~30% para a luz do NaI(Tl) – λ = 415 nm)
• Boa uniformidade do fotocátodo
• Os ganhos tão próximos quanto possível
• Cobertura máxima da superfície do cristal forma hexagonal ou rectangular
• Cristal redondo: 19, 37, 61 ou 91 fotomultiplicador • Cristal rectangular: ~100 fotomultiplicadores
Câmara de Anger – fotomultiplicadores
fotomultiplicadores vaselina para melhor contacto óptico Guia da luz Cristal cintiladorCâmara de Anger – detalhes do desenho
fotomultiplicadores
Guia de luz Janela de vidro
Câmara de Anger – detalhes do desenho
fotomultiplicadores Guia de luz Janela de vidro NaI(Tl) Colimador Protecção de chumbofunçao – projectar a imagem do objecto (em raios gama) ao detector
Câmara de Anger – colimadores
Tipos de colimadores
material – número atómico Z e densidade elevadas (normalmente Pb, as vezes Ta, W)
como a atenuação de raios gama é exponencial com espessura, a colimação nunca é perfeita: a probabilidade de um fotão atravessar o colimador na direcção “errada” não é nula para minimizar este efeito as paredes entre os orifícios (septa) devem ser suficientemente espessas
usado com maior frequência
conserve as dimensões do objecto (M=1) milhares orifícios de forma hexagonal material – Pb; espessura ~ 25 mm
as câmaras são equipadas com vários colimadores de dimensões diferentes
um exemplo de dimensões: cada orifício é de
d
=2.5 mm de “diâmetro” com as paredes (septa) det
=0.3 mm entre eles, ~25 orifícios/cm2 (General-purposelow-energy collimator – para Eγ<150 keV)
Parallel hole collimator
t
d
b d l c t (septa) (abertura)Collimador: eficiência vs resolução
Eficiência = Resolução
Nº de fotões passantes Nº de fotões emitidos
Canais mais estreitos
Melhor resolução
Pior eficiência
Fonte pontual
escolha do colimador – é um compromisso entre a resolução e a eficiência
eficiência típica ~10-5 - é o maior problema do Single Photon Imaging
a resolução é tanto melhor quanto mais perto for o objecto (b pequeno)
eficiência típica ~10-5 - é o maior problema do Single Photon Imaging
escolha do colimador - compromisso entre a resolução e a eficiência
Parallel hole collimator (III)
)
,
(
b
l
c
l
d
b
l
c
b
l
d
R
e e e e coll≈
>>
+
+
≈
2 2 col e collR
l
d
∝
∝
ε
orifícios) dos forma da depende ( constante, uma 28 . 0 24 . 0 − − = K b d l c t efectiva espessura 2 − − =µ
l le 2 2 2 2 ) (d t d l d K e coll + ≈ε
Resolução Eficiênciaa grande desvantagem – ângulo sólido (eficiência geométrica) muito pequeno apenas uma pequena fracção de fotões gama emitidos pelo objecto participam na formação da imagem
Pinhole collimator
f
b
f
d
R
coll≈
e+
atenuação de e coeficient efectiva, abertura 2 tan 2 onde µ α µ − + = d d de 2 316
cos
b
d
e collθ
ε
≈
b f d θ α Resolução espacial Eficiência (geometrica) tendências opostas: Resolução eficiência:Utilização do colimador pinhole
resolução em posição resolução em energia eficiência/sensibilidade uniformidade
linearidade
taxa de contagem máxima
Performance das câmaras gama
controlo da qualidade das câmaras gama consiste em testes periódicos desses parâmetros de acordo com os normativos definidos em publcações do NEMA (National Electrical Manufacturers Assocation)
Parâmetros importantes
FWHM – full width at half maximum FWTM – full width at tenth of maximum
para a distribuição gaussiana, FWHM ≈ 2.35σ
as vezes (em física em especial) sob a resolução entende-se σ
se a distribuição de
x
m não for gaussiana, o σ deixa de fazer sentido,mas os FWHM e FWTM continuam
Resolução em posição (I)
)
(x
δ
2 2 2 ) ( σ m m x xe
− − FWHM FWTM 1 0.5 0.1 fonte imagemMedida “instrumental”:
x
m (medido)x
(xm é x medido)FWHM (=2.35σ) é uma boa medida para a resolução
Resolução em posição (II)
∆x = 2.35σ ∆x = 2σ
∆x
resolvidos não-resolvidos
Medida “visual”:
Resolução em posição (III)
Controlo rápido (semanal, diário): bar-phantom resolution =
a
Standard bar phantom – a = 4, 4.8, 6.4 e 9.5 mm (largura das faixas de Pb) High Resolution phantom – a = 3.2, 4, 4.8 e 6.4 mm
Extra High Resolution – a = 2, 2.5, 3 e 3.5 mm
FWHM ≈≈≈≈ 1.7
a
(a – largura da faixa mais estreita resolvida)coloca-se em contacto com o cristal (para avaliar a resolução intrínseca) ou com o colimador (para medir a resolução do sistema) e irradia-se de uma distância grande com uma fonte pontual de 99mTc
Bar
Phantom
parâmetros intrínsecos – i.e. só da câmara sem colimador
parâmetros do sistema (ou extrínsecos) – do sistema inteiro com o colimador
Resolução intrínseca e do sistema
Como o mesmo detector pode ser usado com vários colimadores diferentes, definam-se: 2 2 c i s
R
R
R
=
+
Resolução em posição do sistema:
R
i – resolução intrínseca do detector,R
c – resolução do colimador (depende das dimensões desse mas também da distância entre o colimador e objecto)Espectro de energia
∑
==
N i iU
E
1 Absorção fotoeléctrica Compton Janela do discriminador(permite reduzir contagens das gamas dispersos pelo corpo do paciente por efeito de Compton)
cristal
foto Compton
cristal
A resolução em energia caracteriza-se normalmente com FWHM – full width at
half maximum
Resolução típica das câmaras com cristal de NaI(Tl) para 140 keV – 12% FWHM
Resolução em energia
∑
= = N i i U E 1Energia depositada no cristal calcula-se somando as
amplitudes de sinais de todos
os fotomultiplicadores
(
)
− − 2 2 0 2 exp 2 1 σ σ π E EO pico descreve-se com a função de Gauss
σ
35
.
2
≈
FWHM
E ∆ = 0 E mediçãoa origem está no algoritmo da reconstrução das coordenadas uma vez conhecida, pode ser corrigida
Linearidade
Resposta linear: Xmeasured = k ∗ Xtrue xmedido xverdadeiro xverdadeiro xmedido∑
= = N i i iU x X 1Resposta não linear: Xmeasured ≠ k ∗ Xtrue Máscara de chumbo
Uniformidade: medição
Uma fonte líquida uniforme de 57Co (122 keV, T
1/2=270 d)
Flood source Idealmente,
uma irradiação uniforme do sistema devia resultar numa imagem uniforme Teste da uniformidade do sistema
(com colimador)
Teste da uniformidade intrínseca (só a câmara, sem colimador)
Fonte pontual de 99mTc (140 keV, T
Não uniformidade – a origem
Número de contagens por unidade de área (pixel, por exemplo) Nimage ≠≠≠≠const(x,y) apesar de
actividade da fonte ser constante Asource = const
Exemplo de não uniformidade
Origem: a amplitude do sinal E depende da posição
Janela do discriminador N
E
∆
E
∑
==
N i i medidaU
E
1 Espectro de energiaE
varia ligeiramente comx
– isto dá origem a não-uniformidadeoscilações de
X
reconstruido em função doX
verdadeiro dão origem à não-linearidadeCâmara Gama: os sinais
- sinais de cada fotomultiplicador em função do x
- sinal de soma (energia) em função do x
∑
= = N i i U E 1∑
= = N i i iU x X 1 i U Sinais de posição (em função do x) + X − X − + + = X X X i iU xx
Taxa de contagem máxima
detector idealOrigem – sobreposição dos impulsos (pile-up)
non-paralyzable – a taxa de contagem satura
paralyzable – a taxa de contagem atinge um máximo e depois decresce
Medição:
Decaying source method – com uma fonte com T1/2 curto
R=R
0exp(-t/T
1/2)
durante a medição
Graded source method – com várias fontes de actividade calibrada
τ
t
e
−Taxa de contagem máxima
Exemplo - câmara gama ADAC GenesysJournal of Nuclear Medicine Technology Vol. 28 (2002) 252-256
Valores típicos para as câmaras de Anger – até 100 - 200 kcps (kilo counts per second) Algumas câmaras especiais com compensação do pile-up conseguem até Rmax~106 cps
(por exemplo, Journal of Nuclear Medicine Vol. 42 No. 4 (2001) 624-632)
NaI(Tl):
constante de scintilação τ ≈ 250 ns; para que as perdas sejam <10%, o intervalo médio entre os impulsos deve ser ~ 20 τ a 30 τ, i.e. ~5 – 7 ms
Taxa de contagem máxima
Efeito de pile-up na imagem
Efeito de pile-up no espectro do 99mTc
4 fontes pontuais,
baixa taxa de contagem (não há pile-up)
pile-up de 2 impulsos pile-up de 3 impulsos
A1
2A1
Câmaras gama: as primeiras câmaras
Hal O. Anger
A câmara
Câmaras gama: Exemplos
Duas câmaras para imagens cardíacas
espessura do cristal NaI(Tl) – de 0.6 cm a 1.3 cm
FOV (field-of-view) 40 cm de diâmetro ou um rectângulo 40 cm x 50 cm número de fotomultiplicadores - 61 a 100
eficiência de detecção (intrínseca) ~90% para 140 keV resolução espacial intrínseca cerca de 3.5 mm
resolução em energia 9.5% para 140 keV taxa de contagens máxima ~300 k
gama de energias 50 keV a 400 keV
não linearidade 1 mm (em CFOV – central field-of-view – 75% do FOV) não uniformidade corrigida ~4.5% (não corrigida pode atingir de 10 a 30%)
A ideia
Os Radioisótopos
Os Detectores
interacção da radiação com a matéria (um lembrete)
scanners (história)
câmara de Anger
SPECT
Exemplos de imagens
Novos desenvolvimentos
Compton camera
CZT camera
Sumário
SPECT
–
S
ingle
P
hoton
E
mission
C
omputer
T
omography
De 2 a 3 dimensões
Single Photon – a imagem é obtida com fotões únicas (um decaimento um fotão emitido)
Emission – o fotão é emitido do dentro do corpo ao contrário da imagiologia com raios X em que os fotões são emitidos por uma fonte externa (transmission imaging)
Computer Tomography – imagens em 3D são reconstruídas com as técnicas computacionais
A ideia é medir várias projecções e reconstruir a imagem a partir delas
(semelhantemente à CT)
SPECT
Realização: rodar uma ou várias câmaras gama
No limite
(difícil de realizar por causa do colimador) configuração
aaa bbb
GE Healthcare Infinia
http://www3.gehealthcare.com/en/Products/Categories/Nuclear_Medicine/General_Purpose_Cameras/Infinia
Imagiologia do corpo inteiro (em 2D)
http://www3.gehealthcare.com/en/Products/Categories/Nuclear_Medicine/General_Purpose_Cameras/Infinia
GE Infinia Hawkeye 4 SPECT/CT scanner
A ideia
Os Radioisótopos
Os Detectores
interacção da radiação com a matéria (um lembrete)
scanners (história)
câmara de Anger
SPECT
Exemplos de imagens
Novos desenvolvimentos
Compton camera
CZT camera
Sumário
Algumas imagens com câmaras gama
Imagens planos (cintigrafias)
Estáticos
Dinâmicos
Sincronizados com ECG
Do corpo inteiro (wholebody scanning)
Imagens em 3D (SPECT)
Imagens tomográficos
Tomografia sincronizada com ECG
Tomografia do corpo inteiro
Imagem dinâmica
A capacidade de funcionar às taxas altas é fundamental
A evolução da concentração do radioisótopo num órgão em
durante um cíclo são adquiridas várias imagens
as imagens correspondentes à mesma fase do ciclo somam-se durante muitos ciclos
Corpo inteiro
Screening: a eficiência e rapidéz
são mais importantes do que a resolução
90
aaa bbb
A ideia
Os Radioisótopos
Os Detectores
interacção da radiação com a matéria (um lembrete)
scanners (história)
câmara de Anger
SPECT
Exemplos de imagens
Novos desenvolvimentos
Compton camera
CZT camera
Sumário
Compton camera
γp
γp
′
ep
e(
θ
)
γ γ γcos
1
1
+
2−
=
′
c
m
E
E
E
e eE
γE
γE
′
eE
E
E
γ=
γ′
+
θ
Mede-se a energia transferida ao electrão determina-se o ângulo da dispersão
Det.1 Det.2 Ee, x,y x,y detecção Ee, x,y x,y
θ
reconstrução(
)
21
cos
m
c
E
E
E
E
e e e+
′
′
−
=
γ γθ
97 o colimador não é preciso ganha-se logo um factor de ~104-105 em eficiência para conseguir uma resolução de ~3 mm é necessária uma resolução em energia muito boa no 1º detector (~1.5% a 140 keV) semicondutor
semicondutor área limitada perde-se a eficiência geométrica
o material do 1º detector deve ser com Z baixo para maximizar a probabilidade do Compton
a espessura: fina poucas interacções; grossa alta probabilidade de interacções múltiplos
Compton camera (em desenvolvimento)
Ee, x,y
x,y
θ
101 um semicondutor em vez do cristal cintilador
sitema pixelizado e modular em vez do monocristal sinal – impulso da corrente resultante da ionização
Câmara CZT - CdZnTe
g CZT TFT(
)
e
W
E
e
N
N
dt
t
I
q
=
∫
(
)
=
e+
h=
2
γ 2.5 mm x 2.5 mm x 5 mm (já existe 1.6 mm x 1.6 mm x 5 mm) CZT e h Leitura em 2D Resolução em posição = tamanho do pixelCZT é um semicondutor
sinal – impulso da corrente resultante da ionização
Câmara CZT - CdZnTe
g CZT TFT e h(
)
e
W
E
e
N
N
dt
t
I
q
=
∫
(
)
=
e+
h=
2
γ 4% 2.5 mm x 2.5 mm x 5 mm (já existe 1.6 mm x 1.6 mm x 5 mm)105
Câmara CZT comercial
Evolução: 20cm x 20 cm 16 x 16 pixeis IMARAD106 Vantagens das câmaras com CZT:
• Boa resolução em energia permite melhor discriminação do Compton
• Boa resolução em posição (1.6 a 2.5 mm contra 3 - 4 mm para câmaras de Anger) • O tempo de recolha de carga é ~100 vezes mais curto do que o tempo de cintilação do NaI(Tl) maior taxa de contagem é possível
Desvantagem:
• CZT ainda é muito caro câmaras pequenas
CZT vs câmara de Anger com NaI(Tl)
CZT NaI(Tl) Anger camera
107
Alta resolução do CZT em energia permite distinguir raios gama provenientes de isótopos diferentes
Alta resolução do CT em posição permite reconstruir o esqueleto com grande precisão e também localizar os órgãos
Imagem combinada: CZT + CT
GAMMA MEDICA-IDEAS CZT 140 keV 159 keV 71 keV, 80 keVGE Discovery NM750b (2013)
CZT mammography system
Para concluir: radioisótopos versus Raios-X
Estraga a imagem É o que produz o sinal
Papel da atenuação
(i.e. interacção com o corpo)
Distribuição dos isótopos radioactivos no corpo
Atenuação da radiação nos tecidos, i.e.
ρρρρ
, ZO que mostra a magem
Anomalias funcionais
Anomalias morfológicas
Poder diagnóstico
Decaimento dos núcleos Bremsstrahlung,
fluorescência Origem da radiação
~3-5 mm
(até ~1 mm em alguns sistemas avançadas de pequenas dimensões)
~0.3 mm Resolução espacial 80 keV a 511 keV 80 keV a 140 keV Energias Interna Externa Fonte Radioisótopos
(cintigafia, SPECT, PET) Raios-X