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FESUDEPERJ Certame 2018: 2ª fase (peças processuais)

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Academic year: 2021

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Obervação  vocês já terão aula de Defesa do consumidor, foco principal da matéria contratos. Assim, optei em aplicar petições exclusivamente

sobre direito das coisas (posse, propriedade e concessão de uso).

PETIÇÃO 01

1. Líbero ajuizou em face de Serafim ação declaratória de nulidade de negócio jurídico com pedido de reintegração na posse, apresentando como objeto o imóvel localizado na Rua das Flores, lote 70, Pavuna, com área de 360 m2, situado em zona urbana, sobre o qual Serafim exerce posse há sete anos, com finalidade residencial, junto com sua família, consistindo em esposa e dois filhos menores, sendo um impúbere e outro púbere.

Narrou o Requerente que o imóvel fora adquirido por Serafim irregularmente perante Semprônio, por se tratar de aquisição a non domino, posto que jamais outorgara poderes para alienar o bem em questão.

Serafim, munido de toda documentação sobre a aquisição do bem, comparece perante o órgão da DPGE/RJ correlato ao Juízo Cível onde a demanda fora distribuída, narrando que adquirira o bem através de contrato de compra e venda devidamente registrado, há sete anos atrás, onde o alienante se fez representar convencionalmente por Semprônio, havendo integral pagamento do preço correspondente ao valor de mercado, por procuração por instrumento público, constando poderes especiais para alienar o bem em questão.

Serafim, narra outrossim, que nos primeiros seis meses do exercício da posse edificou acessão consistente na casa onde reside até hoje, sem possuir, todavia, todos os recibos correspondentes aos materiais da edificação.

Na defesa dos interesses de Serafim, apresente toda a tese defensiva pertinente, elaborando a peça necessária.

1) GRATUIDADE

2) Defesa preliminar ao mérito de emenda da exordial para inclusão de todos os litisconsortes passivos necessários, diante do estado de composse

3) Defesa Preliminar ao mérito de atuação do Ministério Público por envolver interesse de incapaz, na forma do art. _____ do CPC, sob pena de nulidade

4) Tese reconvencional 1: usucapião ordinária e social já que preenchidos os dez requisitos:

1. Posse mansa 2. Posse contínua

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3. tempo de posse de cinco anos 4. res habilis

5. animus domini 6. justo título

7. registro do justo título 8. bona fides

9. aquisição onerosa

10. requisito social: moradia ou realização de obras ou implementação de serviços sociais.

5) Eventualmente, tese reconvencional 2: direito subjetivo de indenização pela edificação da benfeitoria e até exercício da retenção, até o efetivo ressarcimento, com base na aplicação do art. 1219 do CC c/c Enunciado 81 da I Jornada do CJF.

OBS: usucapião a partir da vigência do CPC 2015 segue o procedimento comum, sendo cabível reconvenção.

PETIÇÃO 2

2. A Assistida Betânia busca atendimento perante o núcleo DPE-RJ de seu bairro narrando os seguintes fatos:

a) que apresenta o estado civil de casada desde 2002 com Bernardo, sendo adotado o regime legal de bens ;

b) que no ano de 2004 adquiriram o direito real de propriedade sobre o imóvel designado como Rua das Hortências, nº 232, apto 203, Cachambi, tratando-se de pequeno apartamento de 69 m² de área exclusiva, tratando-sendo uma das 120 unidades autônomas do Condomínio Bosque das Hortências, com valor venal de R$ 50.000,00, pagos através de auxílio de parentes e verba de FGTS, encontrando-se quitado;

c) que desde fevereiro de 2014, em pleno carnaval, Bernardo abandonara o lar comum, diante da constituição de nova relação afetiva, encontrando-se em lugar incerto e não sabido, jamais efetivando o direito-dever de convivência familiar,

d) que a Assistida exibiu a exordial e a sentença fixando alimentos para os dois filhos comuns, crianças com 8 e 6 anos respectivamente, todavia sem efetividade diante de Bernardo encontrar-se em local incerto

e) que vem arcando com todas as obrigações propter rem sobre o imóvel em questão , bem como despesas de serviços essenciais prestados neste imóvel; f) que foi surpreendida com a informação de que Bernardo falecera há 4 meses atrás, o que lhe foi formalmente informado por notificação cartorária, datada de agosto de 2018, ocasião em que foi-lhe concedido pelo Espólio o

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prazo de 30 dias para desocupação ou pagamento do aluguel da fração pertencente ao espólio.

g) que a notificação se fez acompanhar da exordial do inventário e das primeiras declarações, existindo nova prole, no caso criança com apenas 11 meses de idade;

Betânia, desesperada, por não possuir outra moradia e nem ter condições de arcar com o pagamento do aluguel referente a fração do espólio, solicita a você que promova o atendimento jurídico necessário.

Elabore a única peça processual necessária ou informe solenemente, indicando a base normativa respectiva, à Chefia Institucional as razões da impertinência da pretensão.

PETIÇÃO 03

3. Serafim exerce posse sobre uma área de urbana de apenas 85,00 m2, situada dentro de lote maior correspondente a 540 m2, sendo que iniciou o exercício da posse através de relação jurídica de locação em 1996.

Em razão do falecimento do locador, no mês de junho de 2012, e por desconhecer a existência de herdeiros necessários, Serafim interrompeu o pagamento dos alugueres, arcando somente com as despesas fiscais e pessoais sobre o bem, sem objeção de qualquer pessoa, organizando até uma comemoração para celebrar a aquisição do imóvel, diante da inexistência de interesse de qualquer eventual herdeiro.

No último dia 05 de setembro, Serafim é citado nos autos de uma ação de despejo c/c cobrança, ajuizada pelo espólio, representado pelo inventariante, havendo denúncia cheia, consistindo na falta do pagamento de todos os alugueres vencidos desde o evento morte.

Serafim procura você, Defensor Público lotado no órgão da DPE-RJ correlato ao órgão do Poder Judiciário, informando tratar-se de sua única moradia já que não possui imóveis em seu nome, solicitando atendimento.

Redija a petição que entender viável.

Teses articuláveis:

1) GRATUIDADE DE JUSTIÇA

2) Defesa preliminar ao mérito de inadequação da via eleita : carência acionária por se tratar de relação possessória e não mais relação de locação (tal defesa confunde-se com o mérito)

3) Defesa de mérito (preliminar do mérito) consistindo na interversão da posse..

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4) Tese reconvencional de usucapião especial urbana. Possibilidade de usucapir área menor dentro de área maior

5) Eventualmente, defesa de mérito (preliminar) consistente na supressio quanto a cobrança dos alugueres em relação ao longo período já ultrapassado.

6) Ainda eventualmente, defesa de mérito (preliminar) consistente na prescrição dos alugueres no prazo de 03 anos;

PETIÇÃO 04

4. Na Comarca de Marica, o Município deflagrou ação vindicatória de domínio, em face de 25 famílias, alegando que teriam invadido bem público especial, devidamente registrado em prol da municipalidade, consistente em terreno destinado a edificação de escola pública municipal. Alegou o município demandante a inexistência de posse do particular sobre bem público, tratando-se de detenção injusta.

Tal área encontra-se abandonada pela municipalidade há mais de 10 anos, sendo certo que a imissão dos compossuidores ocorreu há cerca de seis anos, com finalidade específica de moradia, já que pobres e desprovidos de condições dignas de moradia.

Certo é que a área total do terreno corresponde a 6.000 m2, dividida em frações idênticas entre as famílias compossuidoras, com finalidade residencial. As famílias compossuidoras procuram você Defensor Público, lotado no órgão com atribuição para atuar perante o respectivo Juízo, com escopo de apresentação de tese defensiva.

Elabore a tese defensiva que julgar pertinente.

1- Gratuidade de Justiça: afirmar que é direito subjetivo público posto configurada a hipossuficiência

2- Defesa preliminar ao mérito: de emenda da exordial para inclusão de todos os litisconsortes passivos necessários, diante do estado de composse, com intervenção do MP por duas razões: art. 178, I e III do CPC.

3- Tese reconvencional : declaração de existência de posse sobre bem público. Plena possibilidade, inclusive a ponto de pleitear o direito real de concessão de uso para fins específicos de moradia: art. 2º MP 2220/01

4- Natureza da concessão de uso como direito real. Base legal expressamente no art. 1220, XI da Lei 10406/02, LC/RJ 06/77, LC-RJ 132. Precedentes doutrinários dos mestres Walter Elysio, Miguel Baldez e Bezerra de Mello.

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PETIÇÃO 5  oficio de pedido administrativo de usucapião extraordinária e social.

1) amparo normativo: art. 216-A da Lei 6015-73, com nova redação pela lei 13.465-17.

2) ratio legis

3) faculdade jurídica do usucapiente :Desnecessidade de exaurimento da via extrajudicial.

4) Modalidades de usucapião sobre imóveis que admitem a via administrativa?

5) Requisitos para a viabilidade da usucapião administrativa:

a) inexistência de oposição do titular do imóvel usucapiendo/ou em lugar incerto/ou silêncio;

b) inexistência de oposição dos titulares do imóveis confinantes/ou em lugar incerto/ou silêncio;

c) planta e memorial descritivo do imóvel usucapiendo quando não for imóvel regularmente loteado ou em condomínio edilício

obs  na hipótese de imóvel loteado ou em condomínio edilício a planta e memorial são dispensados (art.4º §5º do Provimento CNJ nº 65/2017);

d) ata notarial, elaborada mediante requisição por oficio DPE-RJ, direcionado ao Cartório de Notas do Município onde o imóvel estiver localizado, que fará constar os seguintes dados:

 uma declaração com a descrição dos fatos mais relevantes da posse (elaborada pela Defensoria e assinada pelo Defensor e pelo assistido) contendo, entre outras informações relevantes, a qualificação do(s) requerente(s), a descrição do imóvel, seu valor venal (ou, na falta dele, o valor aproximado de mercado), informações acerca da forma como passou a ocupar a posse, como a posse é exercida e o tempo dessa posse (inclusive se haverá soma com o tempo de posse anterior de outra pessoa), se há construções ou benfeitorias feitas por ele no imóvel, se essas benfeitorias estão averbadas ou não, quais são os imóveis confrontantes, quem são os proprietários (ou detentores de direito real, ou possuidores) dos imóveis confrontantes e suas respectivas qualificações

 declaração de testemunhas acerca da posse do requerente sobre o imóvel usucapiendo, e do tempo de duração dessa.

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 se possível (pois não é obrigatório), certidão de ônus reais dos imóveis confrontantes

 se possível, declaração de concordância do proprietário registral e dos proprietários ou titulares de direitos reais sobre os imóveis confrontantes (se possível). Essa declaração pode constar da própria planta do imóvel ou ser feita em documento à parte, e nesse caso deve constar dela que o declarante tem conhecimento da planta e do memorial descritivo do imóvel. A declaração de concordância deve ser apresentada sempre com firma reconhecida.

Obs  na hipótese de imóvel loteado ou em condomínio edilício, a planta e memorial são dispensados (art.4º §5º do Provimento CNJ nº 65/2017);

 documentos que comprovem a posse e o tempo de seu exercício (contas de água e luz, IPTU, correspondência, fotografias, etc..);

e) oficio ao Cartório do registro de imóveis, requerendo a declaração da usucapião, acostando a ata notarial.

Este requerimento, de acordo com o disposto no art. 3º do Provimento 65/2017 do CNJ, deverá conter os requisitos exigidos pelo CPC para a petição inicial, incluindo endereço eletrônico, especialmente:

- a modalidade de usucapião pretendida;

- origem e características da posse, existência de edificações, benfeitores e acessões e datas de construção;

- descrição do imóvel, com número de matrícula, ou transcrição da área onde inserido o imóvel.

- valor de mercado do imóvel;

- caso haja soma de posses, a qualificação dos possuidores anteriores.

Ademais, este requerimento, que deve ser encaminhado por ofício ao cartório do registro de imóveis, deve ser acompanhado dos seguintes documentos, no original:

- ata notarial;

- certidões dos distribuidores (estaduais e federal) do local da situação do imóvel, em nome do(s) requerente(s), do(s) proprietário(s) registral(is) e do possuidor anterior (em caso de soma de posses), atestando a inexistência de ações judiciais que caracterizem ofensa à posse;

- declaração de hipossuficiência e patrocínio pela Defensoria Pública; - certidão de cadastro no IPTU (para imóvel urbano) e quitação fiscal, fornecida pela Municipalidade, ou de cadastro rural, fornecida pelo INCRA (para imóvel rural), nos termos da Instrução Normativa Incra 82/2015 e da Nota técnica Incra 02/2016.

- 4 vias da planta assinadas por um profissional habilitado com registro de anotação técnica no conselho profissional.

Obs  Se o imóvel usucapiendo for unidade autônoma de condomínio edilício ou loteamento regularmente constituído, é dispensada a planta e o memorial descritivo (art.4º §5º do Provimento 65/2017);

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Deve ser acompanhado, ainda, de cópia dos demais documentos que instruíram a ata notarial. As cópias podem ser declaradas autênticas pelo Defensor, dispensando a autenticação em cartório (art. 4º, §3º do Provimento 65/2017 do CNJ).

6) Do silêncio eloqüente, com expresso amparo normativo. 7) E se houver falecimento do titular registral ?

1ª corrente  2ª corrente  3ª corrente 

8) Hipótese especial de dispensa da manifestação volitiva do titular de direito do imóvel usucapiendo.

9) Das 2 hipóteses de dispensa da manifestação volitiva dos titulares de direito dos imóveis confinantes.

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EXERCÍCIO 06: NÃO É PETIÇÃO, OK ??!!

6. Líbero adquire imóvel através de contrato de compra e venda perante Semprônio. Na aludida escritura pública constou a existência de cláusula constituto possessório onde o alienante transfere a posse ficticiamente para o adquirente, diante do bem estar sendo ocupado pelo caseiro Serafim.

Líbero, ao tentar se imitir na posse do bem , munido da escritura pública devidamente registrada, é veemente repelido por Serafim, que alega ser possuidor com base em procuração em causa própria, através de instrumento público e constando a indicação expressa do imóvel e da quitação do preço, outorgada por Semprônio, que há dois anos atrás alienara o aludido bem.

Líbero, então, deflagra interdito possessório na modalidade de ação de reintegração em face do possuidor Serafim.

Diante de tais fatos narrados, analise as seguintes indagações: a) A dúplice alienação perpetrada por Semprônio padeceria de algum

vício e qual a razão?

b) caberia ação possessória contra Serafim ?

c) e se Líbero tivesse optado pela ação petitória de imissão na posse ? d) a procuração em causa própria representa figura jurídica admitida por

nossa legislação?

e) A procuração em causa própria poderia, para efeitos da usucapião ordinária, ser reputada justo título ?

Referências

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