Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904
TÍTULO: AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DE COLETORES PARA DESCARTE DE MEDICAMENTOS EM DROGARIAS NA CIDADE DE ANÁPOLIS- GOIÁS
TÍTULO:
CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:
SUBÁREA: FARMÁCIA SUBÁREA:
INSTITUIÇÃO: FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS INSTITUIÇÃO:
AUTOR(ES): ERICK DE OLIVEIRA LEMES AUTOR(ES):
ORIENTADOR(ES): DAIANA DA SILVA VARGEM, JOEL ROCHA DA SILVA ORIENTADOR(ES):
Avaliaomo da Implantaomo de Coletores para Descarte de Medicamentos em Drogarias na Cidade de Anipolis- Goiis
Resumo
A populaomo ao adquirir seus medicamentos nmo possui o conhecimento a respeito da maneira correta de se desfazer das sobras destes produtos adquiridos. Desta forma os medicamentos smo descartados no lixo comum e esgotos sanitirios, sendo este ~ltimo principal rota de entrada de restduos de firmacos no meio ambiente. O presente estudo tem como objetivo realizar um levantamento da quantidade e classes farmacruticas, assim como a forma que como estes medicamentos smo descartados pela populaomo na cidade de Anipolis- Goiis. A metodologia empregada foi j introduomo de dois tipos de coletores no ambiente de algumas drogarias e foi realizadauma pesquisa com os alunos do curso da irea de sa~de da Faculdade Anhanguera de Anipolis. Na anilise dos coletores referente a um pertodo de 30 dias, a massa de firmacos coletado foi de 584 g. Os dados da pesquisa realizada demonstraram que 70% dos pesquisados informaram que descartam os medicamentos em lixo comum, 9% descarta no vaso sanitirio e 2% descarta na pia-tanque; quanto ao risco do descarte indevido de medicamentos, 93% dos entrevistados informaram que o descarte de medicamentos sem os devidos cuidados p um fator de risco para a sa~de. A avaliaomo dos dados sobre o descarte de medicamentos nos coletores realizados com a populaomo nas drogarias, questionirios e pesquisas realizadas sobre o assunto, demonstrou a necessidade da implantaomo de coletores de medicamentos na cidade de Anipolis. Pois em sua grande maioria a populaomo descarta seus medicamentos nas pias, esgotos e lixo comum. Palavra Chave: Medicamentos; Descarte; Drogaria; Coletor.
Introduomo
A populaomo ao adquirir seus medicamentos, muitas vezes nmo possui o conhecimento a respeito da maneira correta de se desfazer destes produtos adquiridos apys o vencimento ou as posstveis sobras. e comum este descarte em rede de esgoto ou lixo comum. As consequrncias dos firmacos para o meio ambiente ainda nmo smo muito conhecidas, entretanto, p preocupante a presenoa de medicamentos ou de substkncias qutmicas a eles relacionados nas iguas dos rios, esgoto e no solo, pois hi potenciais efeitos adversos para a sa~de humana, animal e de organismos aquiticos. A
vida de todos os seres vivos esti ligada por uma cadeia alimentar, a simples contaminaomo de plantas com substkncias qutmicas pode desencadear a contaminaomo de todos os seres vivos ( PANEZI; DUARTE; CLAUDINO, 2008; TANAKA; IWAMOTO; PERSON, 2009).
Mesmo em patses com elevado ntvel cultural, nmo hi um correto descarte de medicamentos vencidos ou que a populaomo nmo utiliza mais, como p o caso da Alemanha, onde bem menos da metade da populaomo descartam seus medicamentos nos coletores seletivos localizados em drogarias. Mesmo quando submetidos aos processos de tratamento de igua muitos restduos que nmo foram totalmente eliminados no processo de tratamento de esgoto podem continuar poluindo os recursos htdricos(DESCARTE, 2008).
A aquisiomo de medicamentos nas drogarias ou farmicias pela populaomo deve ser feita com as devidas orientao}es de um mpdico, nestes estabelecimentos p dever do farmacrutico realizar a dispensaomo correta, explicando a posologia do medicamento e esclarecendo d~vidas. O ac~mulo de medicamentos nas residrncias incentiva a automedicaomo, e descarte inapropriado e desta forma configura risco j sa~de e ao meio ambiente (GASPARINI; GASPARINI; FRIGIERI, 2012).
A soluomo deste problema passa por uma polttica de educaomo ambiental, com campanhas desde a prp-escola com amplitude para a populaomo, elucidando a importkncia do descarte em locais adequados e o risco de nmo fazr-lo. Uma das medidas eficazes seria a adoomo obrigatyria em todo o pats do fracionamento de medicamentos, cuja embalagem sy iri constar apenas a quantidade correta para o tratamento, evitando posstveis sobras, assim a populaomo poderi obter firmacos na quantidade ideal para o tratamento que deseja (BORRELY et al., 2012).
Diante dos fatos apresentados e levando em consideraomo relevkncia do tema para a poluiomo do meio ambiente o presente estudo tem o objetivo de avaliar a implantaomo de coletores na cidade de Anipolis, assim como efetuar um levantamento do comportamento da populaomo em relaomo ao tipo de descarte efetuado.
Objetivo
O presente estudo tem como objetivo realizar um levantamento da quantidade, formas farmacruticas e classes de medicamentos que smo descartadas pela populaomo na cidade de Anipolis- Goiis.
-Efetuar o levantamento dos medicamentos atravps de dois tipos de coletores (um para embalagens outro para os medicamentos) dispostos em virios estabelecimentos, em um pertodo de tempo determinado.
- Realizar uma pesquisa com os alunos do curso de sa~de da Faculdade Anhanguera de Anipolis.
-Apresentar minicursos para a populaomo sobre a importkncia da correta maneira de descarte de medicamentos e seu impactosobre o meio ambiente.
- Quantificar e qualificar medicamentos desprezados pela populaomo nas drogarias;
Metodologia
A metodologia empregada foi j introduomo de dois tipos de coletores no ambiente de algumas drogarias da regimo da cidade de Anipolis-Goiis.
Os coletores foram confeccionados com material reciclado, semelhante aos de coleta de pilhas e baterias. Um coletor foi para coleta de medicamentos e o outro para embalagens. Na anilise dos medicamentos coletados foi determinada a massa e a classe farmacolygica.
Foram aplicados questionirios para os alunos da irea de sa~de (Biomedicina, Farmicia, Enfermagem e Nutriomo), indagando sobre a forma habitual de
descarte das sobras dos medicamentos no ambiente dompstico. Com
aproximadamente mil alunos entrevistados.
O questionirio foi composto de doze quest}es fechadas, de m~ltiplas escolhas, uma questmo aberta quanto ao correto descarte de medicamentos.
Desenvolvimento
Descartados de forma inadequada os medicamentos smoprejudiciais para a sa~de da populaomo, mas a cada ano cresce o consumo de tais produtos no Brasil, o pats ocupa a 9 acolocaomo no ranking internacional, dos patses que mais comercializam firmacos. Segundo levantamento Brasil possui cerca deoitenta e duas mil e duzentas e quatro, drogarias e farmicias que comercializam medicamentos industrializados em todo territyrio nacional(JESUS, 2012).
A implantaomo de coletores de medicamentos e embalagens nas drogarias p fundamental, pois o coletor promove o descarte de forma adequada, tanto dos medicamentos como de suas embalagens, porque ambos representam risco ao meio ambiente. Para que a populaomo se concientize smo necessirios campanhas de educaomo, incentivos e leis espectficas obrigando os proprietirios de drogarias a implantaomo de coletores em suas dependrncias(RODRIGO, 2009; DIEHL, 2012).
O descarte em lixo comum e na rede de esgoto p propiciado pelo pequeno n~mero de pontos de coleta no pats, e quando este ocorre em uma determinada cidade, nem sempre a populaomo p informada da sua existrncia. A divulgaomo para a populaomo p necessiria, pois garante a sua participaomo neste processo.O medicamento que nmo p coletado p colocado junto com o lixo comum e sendo destinados aos aterros sanitirios, no meio ambiente esses produtos contaminam o lenool freitico, acarretando consequrncias para sa~de de todos os seres vivos(VAZ; FREITAS; CIRQUEIRA, 2011).
e necessirio que haja um trabalho coletivo de autoridades, Organizao}es Nmo Governamentais(ONGs) e da populaomo para o correto descarte, assim como uma legislaomo mais efetiva quanto ao destino final dos restduos farmacruticos. A falta desta legislaomo, conscientizaomo e o custo gerado para a implantaomo dos coletores em drogarias e farmicias smo fatores que estmo contribuindo para a demora da soluomo deste problema de impacto ambiental tmo importante (BUENO; WEBER; OLIVEIRA, 2009).
Subitem 2-Fracionamento de medicamentos
Diversas medidas podem ser adotadas para minimizar o descarte inadequado de medicamentos no ambiente dompstico, como o fracionamento que p pouco utilizado no Brasil. O ato de fracionar ummedicamento p a adequaomo das embalagens visando j quantidade adequada sem sobras para o tratamento desejado. O medicamento adquirido pela populaomo no sistema atual de venda e embalagem incentiva geraomo de restduos. Quando em um tratamento hi necessidade de sete comprimidos e a embalagem p composta por dez, haveri inevitavelmente sobras(OLIVEIRA, 2009; FREITAS, 2004).
A lei que regulamenta o fracionamento de firmacos foi criada hisete anos. Entretanto ocorreu a resistrncia das ind~strias em produzir medicamentos fracionados, pois hi o aumento do custo, toda linha de produomo necessita ser modificada para se
adequar aos novos tipos de embalagens. O fracionamento contribui em parte para a resoluomo do problema do descarte indevido, diminuindo a quantidade de sobras, entretanto podermo ocorrer sobras por vencimento do prazo de validade (FREITAS, 2004).
Resultados
Os resultados da pesquisa demonstraram que num total de 1000 entrevistados, 79% foram mulheres, 20% homens e 1% nmo informaram o seu sexo.
O grifico1 refere-se j anilise dos coletores referentes j classe farmacolygica e o percentual de medicamentos coletados em um pertodo de 30 dias, a massa de firmacos coletado foi de 584 g, no pertodo de 30 dias. No coletor destinado para o descarte de embalagens de medicamentos, a populaomo nmo descartou, nmo havendo resultados no pertodo de 30 dias. Extrapolando-se a quantidade coletada para 12 meses, tertamos somente na drogaria avaliada uma quantidade de 7.000 g ou 7 Kg. Na cidade de Anipolis-Goiis segundo o Conselho Regional de Farmicia (CRF) do estado de Goiis, hi em torno de mais de 350 farmicias e drogariaso que geraria uma massa em torno de 2450 Kg de medicamentos em um ano, estes restduos em sua grande maioria nmo seriam descartados adequadamente.
Grifico 1: Relaomo da porcentagem e classe farmacologica dos medicamentos coletados.
Na anilise dos medicamentos coletados foi constatado que em torno de 95%, estavam vencidos. Ficou constatado na anilise que a classe dos antialprgicos foi
a mais descartada, representando 20,55% dos medicamentos coletados.
O grifico 2 apresenta a predominkncia dos alunos que responderam ao questionirio na faixa etiria de 18-25 anos representando 73% dos participantes, na faixa etiria de 26-40 anos foram 21%, na faixa etiria de 41-60 anos foram 5%, nmo houve a participaomo de alunos com mais de 60 anos. Caracterizando que os alunos do curso de sa~de(Farmicia, Biomedicina, Enfermagem e Nutriomo), smocompostos de jovens estudantes, que estmo em seu primeiro curso a ntvel superior.
Grifico 2: Distribuiomo por faixa ptaria.
Foi posstvel contatar que 77% dos entrevistados smo solteiros, 17% smo casados, 0,6% smo vi~vos e 5,4% nmo informaram o seu atual estado civil.
O grifico 3 se refere ao destino dos medicamentos vencidos pelos alunos que responderam ao questionirio, 19% disseram que deixam os medicamentos na prateleira de sua casa, 70% informaram que descartam os medicamentos em lixo comum, 9% descarta no vaso sanitirio e 2% descarta na pia-tanque.
Grifico 3: Destino final dos medicamentos vencidos nmo mais utilizados pelos participantes.
O grifico 4 aborda o fracionamento dos medicamentos, que a populaomo poderi obter apenas na quantidade necessiria para o seu tratamento. Foi posstvel constatar que 73% dos entrevistados que responderam ao questionirio disseram que o fracionamento p benpfico ao meio ambiente e a sa~de de toda populaomo, 6% disseram o opostoe 21% nmo souberam informar a respeito do assunto em questmo.
Grifico 4: Fracionamento de medicamentos no pats uma soluomo para a problemitica do descarte indevido.
O grifico 5 aborda o risco do descarte indevido de medicamentos, 93% dos entrevistados informaram que o descarte de medicamentos sem os devidos cuidados p um fator de risco para a sa~de de todos, 4% disseram que o descarte indevido nmo gera risco para a sa~de e 3% nmo souberam informa a respeito do assunto.
Grifico 5: O descarte de medicamento sem os devidos cuidados pode ser um fator de risco para a sa~de da populaomo.
O grifico 6 aborda a implantaomo de coletores nas drogarias, 92% dos entrevistados disseram que os coletores implantados nos estabelecimentos que
comercializam medicamentos seriam importantespara o correto descarte destes produtos pela populaomo, 3% disseram que os coletores nmo influenciam em nada no descarte de medicamento e 5% nmo souberam informar sobre o assunto.
Grifico 6: Implantaomo de coletores nas drogarias.
Foi questionado aos entrevistados se ji obtiveram informao}es sobre o correto descarte de medicamentos atravps de bulas de medicamentos, 50% dos participantes disseram que ji obtiveram informaomo a respeito do assunto, 39% disseram que nmo consta tal informaomo nas bulas de medicamentos e 11% nmo souberam informar.
Considerao}es Finais
Os dados da pesquisacom osalunos do curso de sa~de (Farmicia, Biomedicina, Enfermagem, Nutriomo), da faculdade Anhanguera de Anipolis, a respeito do conhecimento do descarte demedicamentos, demostraram que hi a necessidade de esclarecimentos a respeito do tema abordado, pois mesmo os alunos da irea de sa~de nmo trm o conhecimento a respeito de como proceder adequadamente quanto ao descarte dos seus medicamentos vencidos e sobras.
A avaliaomo dos dados sobre o descarte de medicamentos nos coletores realizados com a populaomo demonstrou a necessidade da implantaomo de coletores de medicamentos na cidade de Anipolis, pois em sua grande maioria a populaomo descarta seus medicamentos nas pias, esgotos e lixo comum. Campanhas devem ser implementadas sobre o assunto, para que a populaomo possa realizar o correto descarte de firmacos.
Os resultados apontam para uma falta de polttica de descarte de medicamentos na cidade de Anipolis. A falta de informaomo para a populaomo, sobre o
correto descarte de medicamentos e a falta de coletores para essa finalidade, propicia o descarte no lixo comum e na rede de esgoto.
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