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Negócios em Projeção, volume 8, número 1, ano 2017, Página | 38

Interferência das condições físicas de uma unidade da

Polícia Militar do Distrito Federal na Qualidade de Vida no

Trabalho (QVT)

Leandro Rodrigues Doroteu

Resumo: O objetivo desta pesquisa é examinar se as instalações físicas de uma

unidade operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, o Vigésimo Quarto Batalhão de Polícia Militar (24º BPM), proporcionam condições de trabalho adequadas para liberação de policiamento, vestiários, banheiros, mobiliário, sala de rádio, Posto Comunitário de Segurança, instrumentos para limpeza de viaturas, no desenvolvimento das atividades operacionais, a partir da percepção dos policiais militares e dos preceitos teóricos da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). É de interesse científico e social verificar a inferência na Qualidade de Vida no Trabalho dos profissionais de segurança pública que prestam serviço no Distrito Federal. Para isso, contextualizou-se o 24º BPM e descreveram-se os dados geográficos e estatísticos das duas regiões administrativas onde a unidade policial militar atua. O trabalho orientado pelos conceitos de metodologia da Qualidade de Vida no Trabalho e Gestão de Pessoas no setor público. Como aporte teórico escolhido para fundamentar tais levantamentos da investigação tem como base pesquisa qualitativa e quantitativa, como instrumento utilizado foi um questionário direcionado aos profissionais-foco da pesquisa, de modo que forneçam as bases para a compreensão da relação estabelecida entre condições do ambiente físico apresentadas pelo 24º BPM e a Qualidade de Vida no Trabalho dos policiais militares que ali prestam serviço, aportes bibliográficos e documentais. A conclusão da pesquisa confirma a hipótese de que as instalações físicas do 24º BPM não estavam de acordo com as necessidades preceituadas pela QVT, segundo a percepção negativa dos policiais entrevistados.

Palavras-chaves: 24º Batalhão; Qualidade de Vida; Gestão de Pessoas; Trabalho;

Policiais Militares.

Abstract: The objective of this research is to examine whether the physical facilities

of an operational unit of the Federal District Military Police, the 24th Military Police Battalion (24th BPM), provide adequate working conditions for the release of policing, locker rooms, bathrooms, furniture, living room Radio station, Community Safety Office, vehicle cleaning instruments, in the development of operational activities, based on the perception of the military police and the theoretical precepts of Quality of Life at Work (QVT). It is of interest to verify the inference in the quality of working life of public safety professionals who serve in administrative regions analyzed. Initially, it will be contextualized the 24th BPM, geographical and statistical data of the two administrative regions will be described, listed essentially the methodology concepts of Quality of Life at Work and People Management. The theoretical framework chosen to support such research survey is based on qualitative and quantitative research, as used instrument was a questionnaire directed to professional - focused research in order to provide the basis for the understanding of the relationship between conditions of the physical environment presented by 24 and the Quality of Life in the military police who work there provide

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Negócios em Projeção, volume 8, número 1, ano 2017, Página | 39 services in the core business as well as bibliographic and documentary contributions. The conclusion of the research confirms the hypothesis that the physical facilities of the 24th BPM are not according to prescribed requirements by QVT, according to the negative perception of the interviewed police.

Keywords: 24th Military Police Battalion; Quality of Life at Work; People

management; Job; Military police.

1 INTRODUÇÃO

As primeiras instalações que abrigaram o 24º BPM, logo após a sua implantação, eram cedidas pelo 3º Batalhão de Policia Militar do Distrito Federal e ficava na Asa Norte, fora da área de atuação. Na tentativa de melhorar as condições de trabalho em 2010 foi alugado um imóvel para onde a unidade foi transferida (DISTRITO FEDERAL, 2011).

A realização de um trabalho científico, explorando a percepção da Qualidade de Vida no Trabalho, segundo os policiais militares a partir de aplicação de instrumento de pesquisa de resposta voluntária e com a preservação da identidade dos pesquisados, justifica-se a partir da constatação inicial de várias situações estruturais no 24º BPM que chamaram a atenção dos pesquisadores.

Através de tal pesquisa, busca-se levantar informações pertinentes sobre as condições físicas das instalações do 24º Batalhão da Policia Militar do Distrito Federal, com o intuito de verificar, assim, se as instalações são adequadas ou não para proporcionar Qualidade de Vida no Trabalho aos policiais militares que desempenham as funções do Policiamento Ostensivo nas Regiões Administrativas do Distrito Federal do Lago Norte (RA XVIII) e Varjão (RA XXIII). Além do proposto, este trabalho poderá subsidiar o comando tanto da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) quanto do 24º BPM na tomada de decisões.

Justifica-se no campo da relevância social, quando se consegue garantir uma estrutura adequada ao trabalho (que, neste caso, se trata de ambiente público militar), de tal forma que os profissionais envolvidos tenham apoio de acomodações adequadas e ideais para a realização das suas diversas atividades. Consegue-se também proporcionar um melhor trabalho na medida em que se têm profissionais motivados e mais dispostos a desenvolver as suas funções. Acerca do retorno em produtividade que a Qualidade de Vida no Trabalho pode proporcionar à organização.

O estudo científico visa verificar até que ponto instalações físicas adequadas podem interferir na Qualidade de Vida no Trabalho dos policias militares que utilizam tais instalações em apoio ao serviço ordinário, voluntário ou especial e policiamento ostensivo geral. Feito esta análise passa-se a verificar a relação de melhoria no desempenho dos Policiais Militares, possibilitando compreender a dinâmica do serviço prestado pelos profissionais que trabalham naquele batalhão. Por fim, pretendeu-se com esta pesquisa subsidiar futuras melhorias a partir das percepções captadas no ambiente de trabalho. Para melhor entender o problema da pesquisa será utilizado o critério de Qualidade de Vida no Trabalho no que se refere ao ambiente físico, a partir do referencial teórico aplicado em pesquisas realizadas na PMDF, em outras forças militares e em órgãos públicos e

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Negócios em Projeção, volume 8, número 1, ano 2017, Página | 40 a interferência na QVT dos trabalhadores foco desta pesquisa.

2 CONTEXTO DO 24º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR

No dia 17 de maio de 1999, com o Decreto nº 20.250 publicado no Diário Oficial do Distrito Federal, foi criada a Décima Quinta Companhia de Polícia Militar Independente (15ª CPMind), com a missão de executar o policiamento ostensivo preventivo e a preservação da ordem publicada Região Administrativa XVI, Lago Sul (DISTRITO FEDERAL, 1999).

No dia de 26 de março de 2009, com o Decreto n° 30.206 do Governo do Distrito Federal, foi alterada a área de atuação da 15º CPMInd. A partir deste decreto, as Regiões Administrativas do Lago Norte (RA XVIII) e do Varjão (RAXXIII) ficariam sob a responsabilidade da 15º CPMInd, cabendo a esta unidade a preservação da ordem pública e a manutenção da lei com responsabilidade do policiamento ostensivo e preventivo, exercício das competências constitucionais da instituição (DISTRITO FEDERAL, 2009).

Em 2010 a unidade sofreu mudança de nomenclatura, passando a ser denominado 24º Batalhão de Polícia Militar. Tal mudança adveio da reestruturação que passou a Polícia Militar do Distrito Federal com o Decreto n° 31.793, de 11 de Junho de 2010, do Governo do Distrito Federal, regulamentando o previsto na Lei Federal nº 12.086 de 06 de novembro de 2009. Do artigo 97 inciso VII se extrai os seguintes termos: “VIII - 24º Batalhão de Polícia Militar - responsável pela execução da polícia ostensiva e pela preservação da ordem pública nas Regiões Administrativas XVIII e XXIII (RA XVIII e XXIII);” unidade subordinada ao Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL) (DISTRITO FEDERAL, 2010).

Após a edição do Decreto n° 31.793, de 11 de Junho de 2010, na condição de batalhão, a sede da unidade mudou de endereço, passando a ocupar instalações alugadas, no Setor de Armazenamento e Abastecimento Norte (SAAN) Brasília DF, onde permanece até fevereiro de 2016, a data da aplicação da presente pesquisa.

A localização das instalações do 24º Batalhão, na oportunidade da aplicação da pesquisa, é a mais distante de sua área de atuação desde a sua criação. Essa característica possivelmente não apresenta as condições ideais para o pronto e efetivo atendimento da Qualidade de Vida no Trabalho exercido pelos policias militares. As instalações físicas que servem de suporte e apoio ao policial militar estão relacionadas ao fator Condições de Trabalho descrito por Ferreira (2012, p.150) com foco em organizações públicas.

3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO EM ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS

O Conceito de Qualidade de Vida no Trabalho começou a chamar a atenção de alguns pesquisadores no início da década de 1950 e se intensificou na década de 1970, já com a preocupação do bem estar dos trabalhadores (CHIAVENATO, 2009). Também há uma análise do psicológico para tentarem desenvolver um novo campo de estudo e pesquisa, visando ao melhor entendimento da relação das condições de trabalho e o trabalhador, como segue:

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Negócios em Projeção, volume 8, número 1, ano 2017, Página | 41 Davis na década de 1970 quando desenvolvia um projeto sobre desenho de cargos. Para ele o conceito de QVT refere-se à preocupação com o bem-estar geral da saúde dos colaboradores no desempenho de suas atividades (CHIAVENATO, 2009, p. 419).

Toda empresa ou organização seja pública ou privada, civil ou militar, tem que buscar sempre condições favoráveis à Qualidade de Vida no Trabalho para seus funcionários (FERREIRA, 2012). No caso do policial militar, este foi titulado com o mandato policial proferido pelo Estado, sendo o Distrito Federal ente com legitimidade e legalidade para representar a sociedade civil com poder de polícia referente às questões de segurança púbica, preservação da ordem pública e manutenção da lei (COELHO, 2014).

O fato de ter sido realizado um estudo censitário na instituição por Coelho (2014), ou mesmo estudos na administração pública em geral Ferreira (2012), não exaure todas as possibilidades em uma organização complexa como uma polícia militar. Esses estudos anteriores são basilares, além disso, os estudos de QVT não são definitivos “A QVT deve ser considerada como uma gestão dinâmica porque as organizações e as pessoas mudam constantemente e é contingencial porque depende da realidade de cada empresa no contexto em que está inserida.” (PASSOS; CRUZ, 2015).

A percepção dos profissionais foi o caminho escolhido devido “A noção de qualidade de vida é eminentemente humana, e abrange muitos significados que refletem conhecimentos, experiências, e valores de indivíduos e coletividades.” (LEPSCH, 2015).

A existência de instalações físicas adequadas para o apoio ao serviço operacional, uma vez que este é prestado nas ruas, logradouros públicos, viaturas, etc., são importantes para se buscar o bem-estar desses profissionais, assim definido:

O bem-estar no trabalho é um sentimento agradável que se origina das situações vivenciadas pelo(s) indivíduos(s) na execução das tarefas. A manifestação individual ou coletiva do bem-estar no trabalho se caracteriza pela vivência de sentimentos (isolados ou associados) que ocorrem, com maior frequência, nas seguintes modalidades: alegria, amizade, ânimo, confiança, conforto, disposição, equidade, equilíbrio, estima, felicidade, harmonia, justiça, liberdade, prazer, respeito, satisfação, segurança, simpatia. A vivência duradora destes sentimentos pelos trabalhadores constitui um fator de promoção da saúde nas situações de trabalho e indica presença de QVT (FERREIRA, 2012, p.179).

Os trabalhadores, em geral, não domiman conceitos teóricos acerca de Qualidade de Vida no Trabalho, bem-estar ou mal-estar para eles são percepções, sensações, saúde fpisica e emocional. Em pesquisa qualitativa de questões abertas aplicadas em organizações públicas por Ferreira (2012), tabuladas pelo aplicativo Alceste1, observou-se as seguintes respostas às perguntas relacionadas àquele

1Segundo a IMAGE informática, detentora da licença, o Alceste é um software para análise de dados

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Negócios em Projeção, volume 8, número 1, ano 2017, Página | 42 estudo: a) quando perguntado das condições adequadas de trabalho, foi observado nas respostas “local com o mínimo de conforto, local confortável, condições físicas, suporte adequado” (FERREIRA, 2012, p. 151); b) sobre em que momento o trabalho proporciona maior bem-estar em relação às condições adequadas de trabalho e suporte organizacional, nas respostas observam-se dizeres como “[...] ambiente confortável, e com instalações modernas e satisfatórias”, também ambiente de trabalho confortável e ergonômico, e com infraestrutura necessária para a execução das tarefas, convívio, higiene e até descanso nos intervalos legais já que as pessoas passam em torno de um terço do dia em seu local de trabalho (FERREIRA, 2012, p. 151).

A higiene no trabalho é uma parte fundamental para se medir parâmetro de Qualidade de Vida no Trabalho, pois são fatores essenciais para que uma organização pública ou privada, civil ou militar, desempenhe de forma adequada e satisfatória suas funções. Condições e higiene do trabalho interferem na produtividade das organizações.

Higiene do trabalho é um conjunto de medidas preventivas relacionadas no sentido de reduzir acidentes e doenças ocupacionais pela identificação e proposição de mudanças no ambiente e nas organizações que resultem também no aumento da produtividade” (CHIAVENATO, 2009, p.403). Após o histórico e o contexto da organização estudada, o referencial teórico passou às considerações relativas aos estudos já realizados à Qualidade de Vida no Trabalho (CHIAVENATO, 2009). Estudos desenvolvidos em organizações públicas (FERREIRA, 2012) e um estudo sobre o mesmo tema (QVT) aplicado na organização militar pesquisada, porém, mais abrangente e não focado no mesmo Batalhão (COELHO, 2014) constituíram as bases teóricas que deram suporte ao presente estudo.

Após a aporte teórico busca-se o metodológico para validar o presente estudo e seus resultados.

4 METODOLOGIA

O aporte teórico escolhido para fundamentar os levantamentos da investigação teve como base a pesquisa qualitativa e quantitativa, cujas observações foram obtidas através de questionários direcionados aos profissionais da pesquisa-foco, de modo que fornecessem as bases para compreensão da relação estabelecida sobre as condições do ambiente físico apresentadas pelo 24º BPM. “[...] Levantamento de Campo (Survey). A pesquisa desse tipo se caracteriza pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer” (GIL, 2014, p.55).

Para identificar a amostra, levantou-se o número de policiais militares lotados na unidade pesquisada, verificado no dia 11 de dezembro de 2015 através do mapa

análise automática de dados textuais (questões abertas, obras literárias, artigos de revistas, ensaios, etc.).

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Negócios em Projeção, volume 8, número 1, ano 2017, Página | 43 de controle de pessoal, disponível no site PMDF, intranet. Constava naquela data o efetivo da seguinte forma: “Efetivo total” 188 (cento e oitenta e oito) Policiais Militares. A distribuição do efetivo total é a seguinte: 156 (cento e cinquenta e seis) Policiais Militares na atividade operacional e 32 (trinta e dois) Policiais Militares na atividade meio, não distinguindo praças e oficiais, distinção irrelevante para a pesquisa (POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL, 2015).

A pesquisa se caracteriza como exploratória descritiva, o instrumento elaborado pelos autores contém dez questões objetivas com quatro alternativas de resposta, a saber: discordo totalmente, discordo em partes, concordo totalmente ou não sei opinar. Dessa forma, buscou-se aferir a percepção do entrevistado acerca de fatores que com base no referencial teórico contribuem de alguma forma para a promoção da Qualidade de Vida no Trabalho.

Para a coleta de dados os autores foram nos dias 11 e 12 de dezembro 2015, nos horários da manhã e noite, até o 24º BPM e dentre os policiais militares que estavam iniciando ou terminando o serviço abordavam os entrevistados perguntando se havia interesse em colaborar voluntariamente para a entrevista. Os interessados receberam o questionário e responderam de próprio punho. Nem todos os policiais se voluntariaram em responder a pesquisa. Dentre os voluntários houve cem por cento de devolução.

A autorização para aplicação da pesquisa foi do Reitor do Instituto Superior de Ciências Policiais (ISCP), passando pelo Centro Interdisciplinar de Estudos Sobre Polícia e Segurança (CIEP), a autorização da instituição dispensou a confecção de termo de livre consentimento esclarecido, o tempo todo ficou ressaltado o caráter voluntário, bem como a não identificação das pessoas que estavam respondendo.

Os resultados foram analisados com base na análise de conteúdo com a apresentação do resultado do número de opções para cada pergunta em uma tabela. Já que a QVT é destinada aos trabalhadores de uma organização a melhor forma de compreender o nível dos indicadores da QVT é pela percepção das pessoas expostas a esses fatores.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Sobre a caracterização da amostra, no que diz respeito ao tempo de serviço, dos quarenta policiais militares entrevistados, vinte e dois (55%) possuem entre zero a dez anos de serviço, sete (17,5%) dos entrevistados possuem entre onze e vinte anos de serviço e onze (27,5%) estão na corporação entre vinte e um e trinta anos. Todos os entrevistados são possuidores de curso superior. Em relação ao gênero são trinta e oito (95%) homens e quatro mulheres (5%). A proporção relativa às entrevistadas do gênero feminino é abaixo da proporção que se espera na instituição que é de dez por cento para ingresso.

Tabela 1 – Percentual de respostas por indicador. Questão investigada Concorda totalmente (%) Discorda em parte (%) Discorda totalmente (%) Não soube responder (%) 1 – Sala de liberação do espaço físico

satisfatória e confortável

10 25 65 0

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Negócios em Projeção, volume 8, número 1, ano 2017, Página | 44 adequada

3 – Alojamento com iluminação

satisfatória. 77 15 3 5

4 – sala com mobiliário adequada

para confecções de relatórios. 40 42 18 0

5 – Banheiros adequados em boas condições de ventilação.

60 32 8 0

6 – Banheiros femininos adequados

em boas condições de ventilação. 50 22 10 18 7 – Distância entra sede do 24º BPM

e área de atuação não causa transtorno para agilidade do serviço na troca dos turnos.

45 22 33 0

8 – Os Postos Policias (PCS 053 Lago Note-DF e Varjão –DF) possui instalações físicas com temperatura adequadas. 72 28 0 0 9 – As instalações físicas do 24º BPM são confortáveis. 47 40 13 0 10 – 24ºBPM possui instrumentos de trabalhos suficientes para que realizar a limpeza da viatura.

82 18 0 0

Fonte: Elaborado pelos autores

Quando foi afirmado aos policiais militares que o 24º BPM possui uma sala de liberação de policiamento (local para reunião antes de iniciar a jornada) com espaço físico satisfatório confortável, que proporcione ao policial militar condições adequadas para receber as instruções do serviço diariamente. Ficou constatada na percepção dos policiais militares do 24º BPM a falta de espaço físico adequado. Um ambiente físico apropriado é um dos fatores favoráveis à qualidade de vida no contexto do trabalho apontado por David e Bruno-Faria (2007, p. 435) ao estudarem organizações militares do exército: “Ambiente Físico — espaço físico adequado e sinalizado, instalações limpas e bem-conservadas, mobiliário de boa Qualidade, inexistência de condições insalubres e adequadas condições físicas no local de trabalho (iluminação, ventilação, ruído e temperatura)”.

Ainda, com relação às instalações físicas quando foi perguntado acerca da sala de rádio, nos seguintes termos: “O 24º BPM possui uma sala de rádio com uma acústica adequada ao Policial Militar para que exerça a função de rádio operador”. Como se observa na tabela, a percepção dos entrevistados foi satisfatória, a relevância desse ambiente é na gestão das comunicações no serviço operacional.

Em relação ao alojamento, em resposta à afirmativa o “24º BPM possui alojamento com iluminação satisfatória na área de atuação”, setenta e sete por cento (77%) discordaram totalmente, e quinze por cento (15%) discordaram em partes sendo que apenas três por cento (3%) concordaram totalmente e cinco por cento (5%) não souberam opinar. Essas respostas refletem a dificuldade que a Administração Pública tem em locar, uma vez que os imóveis disponíveis não foram projetados para atender as necessidades específicas de determinados serviços públicos.

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Negócios em Projeção, volume 8, número 1, ano 2017, Página | 45 entrevistados afirmando que não há alojamentos adequados na área de atuação, comprova a hipótese da deficiência nas instalações próximas e acessíveis aos trabalhadores, o que causa mal estar no trabalho policial militar com jornadas que podem chegar de 12 a 24 horas de serviço. O alojamento em uma organização militar é um espaço muito importante relacionado tanto ao convívio dos militares em seus ciclos hierárquicos como às condições de trabalho, conforto e higiene pessoal.

A falta de um alojamento pode afetar a consecução do objetivo da organização: “O Fator ‘condições de trabalho adequadas’, como pesquisa de QVT, reforça algo bem conhecido na literatura científica no campo das ciências do trabalho: fornecer suporte organizacional aos trabalhadores é um dos requisitos fundamentais para alcance dos objetivos” (FERREIRA, 2012, p.118).

Dentre as responsabilidades dos policiais militares no serviço operacional está a confecção de documentos e relatórios e, para isso, é necessária uma es-trutura básica, foi perguntado: “O 24º BPM possui uma sala com mobiliários ade-quados para que no final do serviço o Policial Militar finalize seus relatórios”. A resposta pode ser considerada satisfatória em oitenta e dois por cento (82%) re-sultante da soma de concorda totalmente (40%) e discorda em parte (42%).

O policial militar é um agente do Estado e uma das principais características da instituição e de seus agentes é a ostensividade. Portanto, não é adequado e nem seguro, de acordo com a técnica policial, que o policial fardado e em serviço procure banheiro em algum lugar que não seja um posto policial ou uma unidade policial militar.

Quanto à afirmativa que o 24º BPM possui banheiros femininos adequados em boas condições de ventilação, o resultado apresentado foi de cinquenta por cento (50%) que discordaram totalmente, vinte e dois por cento (22%) que discordaram em partes, dez por cento (10%) que concordaram totalmente e dezoito por cento (18%) policiais que não souberam opinar.

As organizações militares, em geral, apresentam um número reduzido de mulheres em suas fileiras. Na Polícia Militar do Distrito Federal não é diferente, idealiza-se dez por cento, mas o número existente de policiais militares femininas é menor ainda. Existe o esforço por parte dos gestores de pessoal para alcançar o efetivo feminino previsto na legislação da PMDF.

Os Postos Comunitários de Segurança (PCS) foram uma iniciativa governamental sem estudos prévios. Com estrutura de acrílico, aço e vidro aparentemente não é um local confortável e nem seguro para se permanecer em longas jornadas. Quando perguntados “Os Postos Policias (PCS 053 Lago Note-DF e Varjão –Note-DF) possui instalações físicas com temperatura adequadas.” Setenta e dois por cento (72%) concordaram totalmente e vinte e oito por cento (28%) concordaram em partes o que perfaz cem por cento (100%) de concordância com a afirmativa. Contrariando a hipótese inicial os entrevistados entenderam que as instalações apresentam condições térmicas adequadas.

Os ambientes termicamente confortáveis favorecem a maximização da qualidade dos serviços. O trabalhador se sente mais atraído pelo posto de trabalho, por sua atividade e pelos resultados positivos das tarefas, haja vista a diminuição de queixas tanto em relação às necessidades individuais quanto a doenças

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Negócios em Projeção, volume 8, número 1, ano 2017, Página | 46 adquiridas nesses ambientes, resultando em redução de custos operacionais”. Além disso, é notório que características como a temperatura excessiva em ambientes de trabalho proporcionam cansaço e sonolência, que reduzem a prontidão de resposta e aumenta a tendência a falhas (VILLAROUCO; ANDRETO, 2008, p. 526 apud SILVA 2001).

Ainda em relação às instalações físicas que compõe o ambiente de trabalho dos policiais militares pesquisados, foi afirmado que “as instalações físicas do 24º BPM são confortáveis para suporte aos Policiais Militares do serviço operacional”. Pelo resultado apresentado na pergunta observa-se que as instalações físicas do 24º BPM não oferecem conforto para os policiais militares. Somando os policias entrevistados, que discordaram totalmente e aqueles que discordaram em partes, totalizaram oitenta e sete por cento (87%) dos policiais entrevistados que discordaram da afirmação que “as instalações físicas são confortáveis”, ao passo que somente treze por cento (13%) concordaram com a mesma afirmação.

Outro ambiente de trabalho dos policiais militares são as viaturas. O asseio e a limpeza das viaturas constituem-se como obrigação dos policiais militares que as utilizam. A limpeza das viaturas pelos policiais militares faz parte da cultura organizacional e, talvez, até por isso, jamais foi feito nenhum tipo de contrato com empresas para que houvesse algum tipo de terceirização desse serviço.

Pensando nisso foi afirmado que “O 24º BPM possui instrumentos de trabalhos suficientes para que o Policial Militar realize a limpeza da viatura ao final do serviço” para que os policiais entrevistados respondessem a alguma das alternativas. Como resultado da pesquisa, oitenta e dois por cento (82%) discordaram totalmente e dezoito por cento (18%) discordaram em parte, perfazendo um total de cem por cento de discordância com a afirmativa..

Quanto ao fornecimento de instrumentos necessários para realizar a limpeza das viaturas, somando os que discordaram totalmente e os que discordaram em partes, totalizou-se cem por cento (100%) dos policias militares entrevistados. A resposta apresenta uma demanda de contratação para a instituição uma vez que certamente essa percepção deve ser repedida em outras unidades policiais militares.

A melhor fonte de percepção das condições de trabalho é o trabalhador, são eles que estão diretamente expostos às condições e ao período da jornada. Cuidar dessas condições no serviço público além de todos os aspectos benéficos para os agentes prestadores de serviço há a possibilidade de melhorias na prestação do serviço com efeitos diretos para a população.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Toda atividade profissional é cercada de fatores ambientais, estruturais e de relacionamento que interferem nas condições de trabalho impactando os trabalhadores, seu rendimento no trabalho e até o absenteísmo. O que evidencia a relação direta com a eficiência da atividade desempenhada pela organização. Mesmo as organizações públicas e sem fins lucrativos como a PMDF devem buscar uma maior eficiência na sua prestação de serviço público.

Constatou-se que na percepção dos policiais militares, empregados no serviço operacional do 24º BPM, não existe um espaço físico satisfatório e confortável para a liberação do policiamento, momento importante de reunião onde

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Negócios em Projeção, volume 8, número 1, ano 2017, Página | 47 são passadas todas as informações relevantes para o serviço policial militar bem como a distribuição das Ordens de Serviço.

A existência uma sala de rádio com acústica adequada, é de suma importância para a eficiência nas comunicações dos policiais militares e, consequentemente, para os destinatários/usuários do serviço. Ficou constatado na percepção dos policiais entrevistados que no prédio alugado existe uma sala com a acústica razoavelmente adequada para esse serviço.

O serviço de polícia administrativa, ostensiva e preventiva demanda a produção de alguns documentos que como qualquer outro tipo de redação deve ser confeccionado em um local adequado. Pelo que se constatou existe sala com mobiliário adequado para confecções de documentos importantes e o feedback das informações observadas pelos policias do serviço operacional “in loco” durante os policiamento ostensivos, comunitários, e táticos.

Ainda foi constatado a ausências de espaços mínimos de conforto para os policiais como um alojamento com iluminação satisfatória para que eles possam realizar troca de roupas, asseio e higienização pessoal. Também, fato ainda mais grave, é a inexistência de banheiros masculinos e femininos com boas condições de ventilação e higiene na área de atuação.

Em relação às instalações físicas do Posto Comunitário de Segurança do Varjão-DF e o Posto Comunitário de Segurança do Lago Norte-DF, ficou constatado pelas pesquisas que contrariando a hipótese apresentam temperatura adequada. O policial militar geralmente ausenta-se do conforto de seu lar para trabalhar em condições mais desconfortáveis, em alguns casos de incômodo desnecessário possível de ser evitado.

Os policiais militares são os responsáveis naturais pela guarda e manutenção do patrimônio da instituição. Incluem-se no patrimônio as viaturas que além de indispensáveis para a execução do serviço também é um indicador de asseio, é uma representação do Estado devendo estar sempre em boas condições de uso e limpas. Mas constatou-se, na pesquisa, que o 24º BPM não oferece instrumentos necessários para realizar a limpeza.

A hipótese inicial de que a sede do Batalhão fora da área de atuação prejudica a Qualidade de Vida no Trabalho foi comprovada. A solução mais provável para esse problema é o investimento do Estado na construção de uma unidade no Lago Norte ou no Varjão. Essa unidade dever ser nos moldes das atuais unidades que a Polícia Militar do Distrito Federal tem construído a exemplo do 7º BPM, 10º e 11º BPM. O modelo da planta é disponibilizado da Diretoria de Projetos da PMDF vinculada ao Departamento de Logística e Finanças.

A distância entre a área de atuação e a sede do 24º BPM também é visto pelos policiais militares como transtorno que atrasa as trocas de turnos. Esse deslocamento não é feito com custos para o policial militar, são em viaturas ou ônibus o que se espera é a agilidade. Sem contar o gasto para o Estado que não foi colocado em questão na presente pesquisa.

Os resultados apresentados no presente trabalho são importantes para a comunidade científica uma vez de demonstra a existência de ambientes de trabalho não convencionais abertos à pesquisa e à interação com a comunidade científica para proporcionar avanços nos estudos da Qualidade de Vida no trabalho. Muitos

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Negócios em Projeção, volume 8, número 1, ano 2017, Página | 48 desafios permanecem como a mensuração da eficiência em um trabalho preventivo. A relação entre a satisfação do profissional e o atendimento ao cidadão.

Apesar de a profissão do militar exigir uma rusticidade e um preparo físico e psicológico incomum em outras profissões a pesquisa demonstrou que pode existir insatisfação entre os policiais militares que desempenham suas funções em escalas internas e externas atendendo diretamente o cidadão, porém necessitando de um apoio físico do local de trabalho.

6 REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizações. Barueri-SP: Editora Manole Ltda. 2009.

COELHO. E. F. “Uma farda sem um homem é só um pedaço de pano”: Estudo de Caso sobre Autoeficácia e Qualidade de Vida no Trabalho na Polícia Militar do Distrito Federal. 2014, 194 f. Dissertação (Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações)

Universidade de Brasília. Brasília DF.

DAVID, L. M. L.; BRUNO-FARIA, M. de F. Qualidade de vida no trabalho: construção e validação de uma escala em organizações militares do Exército. Revista de Administração, v. 42, n. 4, p. 431-442, 2007. Disponível em:

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Federal. Dispões sobre dispositivos do Decreto nº 20.250, de 17 de maio de

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Referências

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