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Traje matrimonial: uma proposta na concepção estética do vestido de noiva

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Academic year: 2021

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JOSÉ ANEGER DE SOUZA SOBRINHO

TRAJE MATRIMONIAL: UMA PROPOSTA NA CONCEPÇÃO

ESTÉTICA DO VESTIDO DE NOIVA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

APUCARANA 2016

(2)

TRAJE MATRIMONIAL: UMA PROPOSTA NA CONCEPÇÃO

ESTÉTICA DO VESTIDO DE NOIVA

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Apucarana, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo.

Orientador: Prof. Celso Tetsuro Suono

APUCARANA 2016

(3)

CODEM – Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PR

TERMO DE APROVAÇÃO

Título do Trabalho de Conclusão de Curso Nº 206

Traje matrimonial: uma proposta na concepção estética do vestido de noiva

por

JOSÉ ANEGER DE SOUZA SOBRINHO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado aos vinte e quatro dias do mês de junho do ano de dois mil e dezesseis, às vinte e uma horas, como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Design de Moda, linha de pesquisa Processo de Desenvolvimento de Produto, do Curso Superior em Tecnologia em Design de Moda da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O candidato foi arguido pela banca examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a banca examinadora considerou o trabalho aprovado.

______________________________________________________________ PROFESSOR(A)CELSO TETSURO SUONO – ORIENTADOR(A)

______________________________________________________________ PROFESSOR(A) GISELY ANDRESSA PIRES – EXAMINADOR(A)

______________________________________________________________ PROFESSOR(A) MARÍLIA GABRIELA DUARTE SÊGA – EXAMINADOR(A)

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SOBRINHO, José Aneger de Souza. Traje matrimonial: uma proposta na concepção estética do vestido de noiva. 2016. 208 f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso II) – Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Apucarana, 2016.

O casamento é um dos momentos mais importantes na vida das pessoas, principalmente para as mulheres. Tão importante quanto a noiva, o traje matrimonial desempenha papel fundamental na cerimônia de casamento, representando sonhos e desejos para uma nova fase. Algumas mulheres conseguem se diferenciar pela originalidade e ousadia na escolha do vestido, já que possuem condições de pagar por isso. Por outro lado, a maioria acaba tendo que comprar as opções de modelos que as empresas especializadas nesse segmento oferecem. Dessa maneira, a escolha do traje matrimonial fica limitada à estética tradicional presente no mercado, configurada basicamente por vestidos de estruturas únicas com corpetes ajustados, saias em sua maioria volumosas ou ajustadas até certo ponto do corpo, mas ainda sim com volumes excessivos, não dando muitas possibilidades para as noivas em inovar nas estruturas dos modelos. Devido a esse fato, esse trabalho tem por objetivo o desenvolvimento de uma coleção de trajes matrimoniais com uma proposta estética diferenciada, com peças articuláveis que ofereçam liberdade para a noiva personalizar a composição de seu vestido de casamento. Para tanto, o estudo propõe a adoção de uma estrutura pouco convencional na produção de trajes matrimoniais – o corset – para concepção de uma peça-chave mais elaborada – o

corset de noiva – possibilitando assim que as mulheres consigam fazer composições

mais exclusivas e personalizadas de vestidos com outras peças complementares e que estejam de acordo com os seus desejos.

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SOBRINHO, José Aneger de Souza. Marriage costume: a proposal in the aesthetic design of the wedding dress. 2016 208 f. Monograph (Work Completion of Course II) - Course of Technology in Fashion Design, Technological University Federal of Parana. Apucarana, 2016.

Marriage is one of the most important moments in people's lives, especially for women. As important as the bride, the marriage costume plays a key role in the wedding ceremony, representing dreams and desires into a new phase. Some women are able to differentiate the originality and daring in dress choice, as they have conditions to pay for it. On the other hand, most end up having to buy the model options that firms specializing in this segment offer. Thus, the choice of marital costume is limited to the traditional appearance on the market, set up primarily of dresses of unique structures with fitted bodices, skirts mostly bulky or adjusted to a certain point of the body, but still with excessive volumes, giving many possibilities for brides to innovate in the structures of the models. Due to this fact, this study aims to develop a collection of costumes marriage with a different aesthetic proposal, articulated parts that offer freedom for the bride customize the composition of her wedding dress. To this end, the study proposes the adoption of an unconventional structure in the production of matrimonial suits - the corset - to design a more elaborate piece key - the bridal corset - thus enabling women are able to do most exclusive compositions and customized dresses with other complementary parts and they are according to your wishes.

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FIGURA 1 – TRAJE MATRIMONIAL DA ROMA ANTIGA ... 24

FIGURA 2 – TRAJE MATRIMONIAL DA IDADE MÉDIA... 25

FIGURA 3 – TRAJE MATRIMONIAL DA ALTA IDADE MÉDIA ... 25

FIGURA 4 – TRAJE MATRIMONIAL DO RENASCIMENTO... 26

FIGURA 5 – TRAJES PARA CERIMÔNIAS RELIGIOSAS DA SEGUNDA FASE DO RENASCIMENTO ... 27

FIGURA 6 – TRAJE MATRIMONIAL DO PERÍODO ROCOCÓ ... 27

FIGURA 7 – VESTIDO DE NOIVA DA RAINHA MARY STUART, DA ESCÓCIA ... 28

FIGURA 8 – VESTIDO DE NOIVA DA RAINHA MARIA DE MÉDICI, DA FRANÇA . 29 FIGURA 9 – CASAMENTO DA RAINHA VITÓRIA COM O PRÍNCIPE ALBERT ... 30

FIGURA 10 – ESTÉTICA DO VESTIDO DE NOIVA DA RAINHA VITÓRIA ... 32

FIGURA 11 – VESTIDO DE NOIVA DA PRINCESA DIANA, DA INGLATERRA ... 33

FIGURA 12 – VESTIDO DE NOIVA DA PRINCESA KATE MIDDLETON (INGLATERRA) ... 33

FIGURA 13 – VESTIDO DE NOIVA DA TOP MODEL BRITÂNICA KATE MOSS .... 35

FIGURA 14 – VESTIDO DE NOIVA DA ATRIZ NORTE-AMERICANA ANGELINA JOLIE ... 35

FIGURA 15 – VESTIDO DE NOIVA DA ATRIZ E CANTORA NORTE-AMERICANA HILARY DUFF ... 36

FIGURA 16 – VESTIDO DE NOIVA DA TOP MODEL ESPANHOLA ANJA RUBIK . 37 FIGURA 17 – VESTIDO DE NOIVA DA ATRIZ E MODELO INGLESA KEIRA KNIGHTLEY ... 38

FIGURA 18 – VESTIDO DE NOIVA DA MODELO NORTE-AMERICANA KENDRA SPEARS ... 38

FIGURA 19 – VESTIDO DE NOIVA DA MODELO BRASILEIRA ANA CLÁUDIA MICHELS ... 39

FIGURA 20 – VESTIDO DE NOIVA DA ATRIZ NORTE-AMERICANA KALEY CUOCO ... 40

FIGURA 21 – VESTIDO DE NOIVA DA CANTORA CANADENSE AVRIL LAVIGNE ... 40

FIGURA 22 – RAINHA MARIA DE MÉDICI (ESQUERDA) E RAINHA ELIZABETH I (DIREITA). ... 42

FIGURA 23 – MODELOS DO CORSET INGLÊS DO SÉCULO XVIII ... 43

FIGURA 24 – MODELO DO CORSET FRANCÊS DO SÉCULO XVIII ... 44

FIGURA 25 – REPRESENTAÇÃO DA ESTÉTICA DA SILHUETA “VESPA” ... 45

FIGURA 26 – SILHUETA EM “S” CARACTERÍSTICA DO PERÍODO DA BELLE ÉPOQUE ... 45

FIGURA 27 – RETORNO DO CORSET, COM A ESTÉTICA NEW LOOK DE CHRISTIAN DIOR ... 46

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FIGURA 32 – MODELO DE CORSETS INTEGRADOS ... 50

FIGURA 33 – LOGOMARCA. ... 69

FIGURA 34 – SIMULAÇÃO EXTERNA DO PRÉDIO ... 72

FIGURA 35 – CAPA (PARA PEDIDOS SOB MEDIDA) ... 74

FIGURA 36 – CAIXA (PEDIDOS EM ATACADO) ... 75

FIGURA 37 – PUBLICO ALVO ... 76

FIGURA 38 – TIPOS DE SHAPES ... 81

FIGURA 39 - PAINEL SEMÂNTICO ... 83

FIGURA 40: LOOK 1 ... 87 FIGURA 41: LOOK 2 ... 88 FIGURA 42: LOOK 3 ... 89 FIGURA 43: LOOK 4 ... 90 FIGURA 44: LOOK 5 ... 91 FIGURA 45: LOOK 6 ... 92 FIGURA 46: LOOK 7 ... 93 FIGURA 47: LOOK 8 ... 94 FIGURA 48: LOOK 9 ... 95 FIGURA 49: LOOK 10 ... 96 FIGURA 50: LOOK 11 ... 97 FIGURA 51: LOOK 12 ... 98 FIGURA 52: LOOK 13 ... 99 FIGURA 53: LOOK 14 ... 100 FIGURA 54: LOOK 15 ... 101 FIGURA 55:LOOK 16 ... 102 FIGURA 56: LOOK 17 ... 103 FIGURA 57: LOOK 18 ... 104 FIGURA 58: LOOK 19 ... 105 FIGURA 59: LOOK 20 ... 106 FIGURA 60: LOOK 21 ... 107 FIGURA 61: LOOK 22 ... 108 FIGURA 62: LOOK 23 ... 109 FIGURA 63: LOOK 24 ... 110 FIGURA 64: LOOK 25 ... 111

FIGURA 65 - FICHA TÉCNICA CORSET 1 (FOLHA1) ... 124

FIGURA 66 - FICHA TÉCNICA CORSET 1 (FOLHA 2) ... 125

FIGURA 67 - FICHA TÉCNICA CORSET 1 (FOLHA 3) ... 126

FIGURA 68 - FICHA TÉCNICA SAIA 1 (FOLHA 1) ... 127

FIGURA 69 - FICHA TÉCNICA SAIA 1 (FOLHA 2) ... 128

FIGURA 70 - FICHA TÉCNICA SAIA 1 (FOLHA 3) ... 129

FIGURA 71 - FICHA TÉCNICA SAIA 1 (FOLHA 4) ... 130

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FIGURA 76- FICHA TÉCNICA SAIA 2 (FOLHA 1) ... 135

FIGURA 77 - FICHA TÉCNICA SAIA 2 (FOLGA 2) ... 136

FIGURA 78 - FICHA TÉCNICA SAIA 2 (FOLHA 3) ... 137

FIGURA 79 - FICHA TÉCNICA SAIA 2 (FOLHA 4) ... 138

FIGURA 80 - FICHA TÉCNICA CORSET 3 (FOLHA 1) ... 139

FIGURA 81 - FICHA TÉCNICA CORSET 3 (FOLHA 2) ... 140

FIGURA 82 - FICHA TÉCNICA CORSET 3 (FOLHA 3) ... 141

FIGURA 83 - FICHA TÉCNICA SAIA 3 (FOLHA 1) ... 142

FIGURA 84 - FICHA TÉCNICA SAIA 3 (FOLHA 2) ... 143

FIGURA 85 - FICHA TÉCNICA SAIA 3 (FOLHA 3) ... 144

FIGURA 86 - FICHA TÉCNICA SAIA 3 (FOLHA 4) ... 145

FIGURA 87 - FICHA TÉCNICA CORSET 4 (FOLHA 1) ... 146

FIGURA 88 - FICHA TÉCNICA CORSET 4 (FOLHA 2) ... 147

FIGURA 89 - FICHA TÉCNICA CORSET 4 (FOLHA 3) ... 148

FIGURA 90 - FICHA TÉCNICA CORSET 4 (FOLHA 4) ... 149

FIGURA 91 - FICHA TÉCNICA SAIA 4 (FOLHA 1) ... 150

FIGURA 92 - FICHA TÉCNICA SAIA 4 (FOLHA 2) ... 151

FIGURA 93 - FICHA TÉCNICA SAIA 4 (FOLHA 3) ... 152

FIGURA 94 - FICHA TÉCNICA SAIA 4 (FOLHA 4) ... 153

FIGURA 95 - FICHA TÉCNICA CORSET 5 (FOLHA 1) ... 154

FIGURA 96 - FICHA TÉCNICA CORSET 5 (FOLHA 2) ... 155

FIGURA 97 - FICHA TÉCNICA CORSET 5 (FOLHA 3) ... 156

FIGURA 98 - FICHA TÉCNICA CORSET 5 (FOLHA 4) ... 157

FIGURA 99 - FICHA TÉCNICA SAIA 5 (FOLHA 1) ... 158

FIGURA 100 - FICHA TÉCNICA SAIA 5 (FOLHA 2) ... 159

FIGURA 101 - FICHA TÉCNICA SAIA 5 (FOLHA 3) ... 160

FIGURA 102 - FICHA TÉCNICA SAIA 5 (FOLHA 4) ... 161

FIGURA 103 - FICHA TÉCNICA CORSET 6 (FOLHA 1) ... 162

FIGURA 104 - FICHA TÉCNICA CORSET 6 (FOLHA 2) ... 163

FIGURA 105 - FICHA TÉCNICA CORSET 6 (FOLHA 3) ... 164

FIGURA 106 - FICHA TÉCNICA CORSET 6 (FOLHA 4) ... 165

FIGURA 107 - FICHA TÉCNICA SAIA 6 (FOLHA 1) ... 166

FIGURA 108 - FICHA TÉCNICA SAIA 6 (FOLHA 2) ... 167

FIGURA 109 - FICHA TÉCNICA SAIA 6 (FOLHA 3) ... 168

FIGURA 110 - FICHA TÉCNICA SAIA 6 (FOLHA 4) ... 169

FIGURA 111 - FICHA TÉCNICA CORSET 7 (FOLHA 1) ... 170

FIGURA 112 - FICHA TÉCNICA CORSET 7 (FOLHA 2) ... 171

FIGURA 113 - FICHA TÉCNICA CORSET 7 (FOLHA 3) ... 172

FIGURA 114 - FICHA TÉCNICA SAIA 7 (FOLHA 1) ... 173

FIGURA 115 - FICHA TÉCNICA SAIA 7 (FOLHA 2) ... 174

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FIGURA 120 - PRANCHA RÍGIDA 02 (FRENTE) ... 178

FIGURA 121 - PRANCHA RÍGIDA 02 (COATAS) ... 178

FIGURA 122 - PRANCHA RÍGIDA 03 (FRENTE) ... 179

FIGURA 123 - PRANCHA RÍGIDA 03 (COSTAS) ... 179

FIGURA 124 - PRANCHA RÍGIDA 04 (FRENTE) ... 180

FIGURA 125 - PRANCHA RÍGIDA 03 (COSTAS) ... 180

FIGURA 126 - PRANCHA RÍGIDA 05 (FRENTE) ... 181

FIGURA 127 - PRANCHA RÍGIDA 05 (COATAS) ... 181

FIGURA 128 - PRANCHA RÍGIDA 06 (FRENTE) ... 182

FIGURA 129 - PRANCHA RÍGIDA 06 (COATAS) ... 182

FIGURA 130 - PRANCHA RÍGIDA 07 (FRENTE) ... 183

FIGURA 131 - PRANCHA RÍGIDA 07 (COATAS) ... 183

FIGURA 132 - LOOK CONFECCIONADO 01 ... 184

FIGURA 133 - LOOK CONFECCIONADO 02 ... 184

FIGURA 134 - LOOK CONFECCIONADO 03 ... 185

FIGURA 135 - LOOK CONFECCIONADO 04 ... 185

FIGURA 136 - LOOK CONFECCIONADO 05 ... 186

FIGURA 137 - LOOK CONFECCIONADO 06 ... 186

FIGURA 138 - LOOK CONFECCIONADO 07 ... 187

FIGURA 139 - PAGINA INICIAL DO SITE ANEGER COUTURE ... 188

FIGURA 140 - PAGINA INICIAL DO SITE ANEGER COUTURE (2) ... 188

FIGURA 141 - PAGINA INICIAL DO SITE ANEGER COUTURE (3) ... 189

FIGURA 142 - PAGINA INICIAL DO SITE ANEGER COUTURE (4) ... 189

FIGURA 143 - PAGINA INICIAL DO SITE ANEGER COUTURE (5) ... 190

FIGURA 144 - PAGINA COLEÇÃO DO SITE ANEGER COUTURE ... 190

FIGURA 145 - PAGINA TENDÊNCIAS MUNDIAIS DO SITE ANEGER COUTURE ... 191

FIGURA 146 - PAGINA SOBRE NÓS DO SITE ANEGER COUTURE ... 191

FIGURA 147 - PAGINA SOBRE NÓS DO SITE ANEGER COUTURE (2) ... 192

FIGURA 148 - PAGINA SOBRE NÓS DO SITE ANEGER COUTURE (3) ... 192

FIGURA 149 - CAPA DO CATALOGO ... 193

FIGURA 150 - CONTRA CAPA DO CATALOGO ... 193

FIGURA 151 - VISÃO DO CATALOGO ABERTO FOTOS... 194

FIGURA 152 - VISÃO DO CATALOGO ABERTO FOTOS (2) ... 194

FIGURA 153 - VISÃO DO CATALOGO ABERTO FOTOS (3) ... 194

FIGURA 154 - VISÃO DO CATALOGO ABERTO FOTOS (4) ... 195

FIGURA 155 - VISÃO DO CATALOGO ABERTO FOTOS (5) ... 195

FIGURA 156 - MAQUIGEM E CABELO ... 196

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TABELA 1 – DIFERENÇAS ENTRE CORPETE E CORSET ...43

TABELA 2 – CLASSIFICAÇÃO DO PORTE DAS EMPRESAS ...65

TABELA 3 - MACROTENDÊNCIAS 2016...75

TABELA 4 - MICROTENDÊNCIAS 2016...75

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1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ... 14 1.2 OBJETIVOS ... 14 1.2.1 Objetivo Geral ... 14 1.2.2 Objetivos Específicos ... 15 1.3 JUSTIFICATIVA ... 15 1.4 HIPÓTESE ... 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 18 2.1 O CASAMENTO NA SOCIEDADE ... 18

2.2 O PAPEL DA MULHER NA VIDA MATRIMONIAL ... 21

2.3 EVOLUÇÃO E SIMBOLOGIA DO TRAJE DE NOIVA ... 23

2.4 VESTIDOS DE NOIVA DE CELEBRIDADES ... 34

2.5 O CORSET NA MODA ... 41

2.6 DIFERENÇAS ENTRE CORPETE E CORSET ... 47

2.7 TIPOS DE CORSET ... 48

3 METODOLOGIA ... 51

3.1 TIPO DE PESQUISA ... 51

3.2 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS ... 52

3.3 DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO ... 54

3.4 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA ... 54

3.5 PESQUISA DE OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE ... 55

3.6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 57

4.1. EMPRESA ... 67 4.1.1. Nome da empresa ... 67 4.1.2 Porte ... 67 4.1.3 Marca ... 68 4.1.4 Conceito da Marca ... 69 4.1.5 Segmento ... 70 4.1.6 Distribuição ... 70

4.1.7 Concorrentes (Diretos e Indiretos) ... 70

4.1.8 Sistemas de Vendas... 71

4.1.9 Pontos de Vendas ... 71

4.1.10 Preços Praticados ... 72

4.1.11 Promoção ... 73

4.1.12 Propaganda e Marketing ... 73

4.1.13 Planejamento Visual e Embalagem ... 73

4.2 PÚBLICO ALVO ... 76 4.2.1 Perfil da Consumidora ... 76 4.3 PESQUISA DE TENDÊNCIAS ... 77 4.3.1 Macrotendências (Socioculturais) ... 77 4.3.2 Microtendências (Estéticas) ... 78 4.4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ... 78 4.4.1 Delimitação Projetual... 78 4.4.2 Especificações do Projeto ... 79 4.4.2.1 Conceito da coleção ... 79 4.4.2.2 Nome da coleção ... 79 4.4.2.3 Referência da coleção ... 79

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4.4.2.7 Tecnologias ... 81 4.4.2.8 Mix da coleção ... 82 4.5 PAINEL SEMÂNTICO ... 83 4.6 CARTELA DE CORES ... 84 4.7 CARTELA DE MATERIAIS ... 85 4.8 CARTELA DE AVIAMENTOS ... 86

4.9 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS: CROQUIS ... 87

4.10 ANÁLISE E SELEÇÃO JUSTIFICADA DAS ALTERNATIVAS ... 112

4.11 FICHAS TÉCNICAS DOS LOOKS CONFECCIONADOS ... 124

4.12 PRANCHAS VISUAIS DOS LOOKS CONFECCIONADOS ... 177

4.13 LOOKS CONFECCIONADOS ... 184

5 DOSSIÊ ELETRÔNICO (SITE) ... 188

6 PLANEJAMENTO DO CATÁLOGO ... 193 7 PLANEJAMENTO DO DESFILE ... 196 7.1 MEKE-UP e HAIR ... 196 7.2 TRILHA SONORA ... 197 7.3 SEQUENCIA DO DESFILE ... 197 CONCIDERAÇOES FINAIS ... 199 REFERÊNCIAS ... 200 APENDICES ... 205

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1 INTRODUÇÃO

O casamento é um dos momentos mais esperados na vida de muitas pessoas. O fortalecimento dos laços com a alma gêmea cria novas expectativas para um futuro promissor. A realização do casamento envolve uma série de tradições que vêm carregadas com seus respectivos significados.

De acordo com Marisol (2012), o fato da noiva usar um buquê no dia do seu casamento protege-a do mau agouro e dos olhares de inveja de outras mulheres. Já o ritual da noiva de jogar o buquê para as mulheres solteiras serve para que elas tenham sorte para arrumar maridos. Assim como os convidados lançarem arroz sobre os noivos na porta da igreja após a cerimônia religiosa representa, segundo a tradição chinesa, fartura e fertilidade para a nova família que se constitui.

Da mesma forma que esses atos trazem significados representativos, o uso de alguns complementos pela noiva junto ao vestido também são importantes. Marisol (2012) explica que o uso da grinalda tem por função distinguir a noiva dos demais convidados, sendo que o seu formato simboliza uma rainha e seu status de poder e riqueza. O destaque do véu junto a esse acessório complementa ainda mais o caráter nobre do traje matrimonial, uma vez que a popularização do uso do véu no casamento foi instituída pela rainha Vitória, da Inglaterra.

Se o uso de complementos como buquê, véu e grinalda são fundamentais para a noiva, imagine então o valor que ela dá para a escolha do seu vestido de casamento. Essa importância na escolha do traje matrimonial pode ser dimensionada na vontade que toda mulher tem de querer se sentir única e especial no dia do seu casamento, diferenciando-se de todas as outras.

Obviamente, esse desejo em se ter um vestido de noiva exclusivo e que atenda os seus anseios estabelece uma busca em vários ateliês e lojas especializadas no segmento de roupas de festas, que oferecem como opção vários tipos de modelos. Contudo, mesmo com essa diversidade de escolha, o visual dos vestidos de noiva encontrados no mercado ainda mantém características de uma estética tradicional, pautada em estruturas únicas de vestidos compostos por corpetes justos com decotes na linha princesa ou coração, saias amplas em diversas camadas que são bastante vistas. Mesmo nos trajes mais novos, embora

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alguns ateliês apresentem modelos levemente ajustados até o quadril ou até os joelhos, as mangas por sua vez já não são muito utilizadas nos modelos atuais, mas quando se fazem presentes vem com uma roupagem mais atualizada feitas de tules com aplicações de renda e pedrarias dependendo do modelo.

Uma vez que atualmente a maioria das mulheres possui por hábito buscar sempre por inovações no que se refere aos produtos de moda oferecidos no mercado, é imprescindível levantar também algumas reflexões quanto à intervenção na estética tradicional do vestido de noiva que perdura até hoje, propondo novas configurações que estruturem um traje matrimonial com uma estética inovadora e que vá de encontro com às expectativas no casamento da mulher contemporânea.

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Como desenvolver uma proposta estética do traje matrimonial que seja diferenciada dos modelos existentes no mercado, com a possibilidade de produção em escala para serem comercializados em outros estabelecimentos especializados em roupas para casamentos e, ao mesmo tempo, mantenham os valores de exclusividade que as mulheres desejam?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver uma coleção de vestuários matrimonial que visa o desenvolvimento de peças que possam ser articuladas independentemente, de modo que elas ofereçam maior flexibilidade para as mulheres comporem os seus vestidos de casamento, atendam os desejos de exclusividade das noivas e que ofereçam como inovação a possibilidade da produção dos modelos em série para a comercialização para outros estabelecimentos que pertençam ao segmento em questão.

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1.2.2 Objetivos Específicos

- Fazer revisão de literatura sobre o traje de noiva e apresentar a sua importância no contexto matrimonial para a sociedade.

- Trazer como proposta o uso de uma estrutura pouco utilizada na confecção do traje de noiva pelas empresas existentes no mercado – o corset – agregando valores que simbolizem o romantismo e a delicadeza do casamento e desvinculando o forte apelo sedutor característico nesse tipo de peça.

- Aplicar pesquisa de campo junto ao público alvo para identificar os anseios das mulheres no que se refere ao traje matrimonial e que colaborem na criação de uma estética diferenciada para o vestido de casamento.

- Desenvolver experimentações por meio das técnicas de modelagens plana e tridimensional para a construção da estrutura do corset de noiva.

- Criar uma marca de trajes matrimoniais em que as peças possam ser produzidas em uma escala maior para serem distribuídas e comercializadas em estabelecimentos do segmento de festas que se interessem pelos modelos.

1.3 JUSTIFICATIVA

A demanda de produtos e serviços direcionados para o setor matrimonial cresce a cada ano. Esse crescimento pode ser comprovado não só em território nacional, mas também em outros países. Segundo dados da Abrafesta – Associação dos Profissionais, Serviços para Casamentos e Eventos Sociais (2011), nos últimos anos o setor de casamentos movimentou em torno de 8 a 10 bilhões de reais por ano no Brasil e de 100 bilhões de dólares anualmente nos Estados Unidos.

De acordo com dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010), houve um aumento de 35% nos casamentos em dez anos no Brasil, com 960 mil registros de casamentos no pais só em 2008, e de 990 mil em 2010.

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Diante desse setor que movimenta bilhões de reais no mercado, encontra-se a indústria da moda, que produz os tão sonhados vestidos de noiva para as mulheres. Atualmente, existem diversas opções de modelos e valores para atender as noivas conforme as suas condições financeiras. Por outro lado, adquirir um vestido de noiva exige um investimento financeiro considerado alto.

Para se ter uma ideia, em geral um vestido de noiva no modelo mais simples – com poucos detalhes de rendas e pedrarias – pode chegar a custar cerca de R$ 2.000,00, enquanto que os modelos mais sofisticados – confeccionados com tecidos nobres e bordados suntuosos – chegam a atingir valores acima de R$ 25.000,00.

Devido ao alto investimento no aluguel ou compra de um vestido de noiva, muitas mulheres consideram de extrema importância a escolha por modelos que sejam mais diferenciados. Apesar de alguns ateliês oferecerem opções de serviços mais exclusivos em que as clientes têm a liberdade de solicitar aos estilistas a maneira como elas desejam que seus vestidos sejam feitos, o que se percebe ainda é que a maioria das empresas opta por estruturas de modelagens convencionais, normalmente compostas por corpetes com decotes no estilo “coração”, mangas em tules bordados de renda em diversos comprimentos e saias em sua maioria volumosas ou levemente ajustadas até o quadril ou até os joelhos.

A maioria dos ateliês que produzem vestidos de noivas não são exclusivamente especializados somente nessa categoria de produto, tendo em vista que a demanda no mercado acaba por direcionar uma procura maior por roupas para o segmento de festas, voltadas para aniversariantes, formandas, debutantes, madrinhas, etc. Isso implica que as opções de modelos de vestidos de noiva oferecidos nos ateliês acabam sendo vinculados a um visual tradicional, o que, consequentemente, reflete na falta de inovação na estética dos trajes matrimoniais.

Considerando esse panorama, a proposta na criação de uma marca voltada exclusivamente para vestidos de noiva se justifica devido ao aspecto de que muitas mulheres desejam adquirir peças que não só atendam suas expectativas para o casamento, mas também promovam a incorporação de uma estética inovadora e diferenciada em relação ao que, normalmente, se encontra no mercado.

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1.4 HIPÓTESE

Geralmente, os trajes matrimoniais ao serem concebidos são confeccionados como uma única estrutura definida por meio de um vestido. Na maioria das vezes, a criação do traje por esse processo oferece à noiva certa exclusividade, o que atende grande parte dos seus anseios, já que o casamento se torna um dos momentos mais importantes de sua vida.

Por outro lado, a estética dos modelos oferecidos no mercado ainda mantém características pouco inovadoras, já que atualmente as mulheres optam pelo aluguel do traje ao invés da compra. Dessa forma, as empresas condicionam e, em alguns casos, chegam a influenciar suas clientes a escolherem e adquirirem estruturas de vestidos convencionais, com elementos e conformações de décadas passadas, tais como corpete ajustado com decote na linha ”princesa” ou “coração”, mangas volumosas e saias amplas em várias camadas.

Considerando esse panorama, esse estudo parte do pressuposto de que a articulação de partes independentes no traje matrimonial – proposta com o uso de uma estrutura pouco convencional para o traje de casamento (corset) como peça norteadora utilizada junto a outras peças complementares – possibilitaria a criação de uma estética inovadora para o vestido de noiva dentro do mercado, atendendo assim aos novos anseios da mulher globalizada.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O CASAMENTO NA SOCIEDADE

O conceito de casamento hoje é bem diferente na época da Antiguidade. Segundo Araújo (2002), antigamente quem decidia com quem os filhos iriam se casar eram os pais, pois o casamento não se consagrava como um relacionamento amoroso, mas sim, apenas como negócio entre famílias, ou seja, um contrato que dois indivíduos faziam não para o prazer, mas para o bem comum de seus entes queridos.

Já na Idade Média a visão de amor não tinha nenhum sentido. Os únicos motivos para que duas pessoas se casassem era o dinheiro, o status ou algum tipo de título como de nobre ou burguês.

De acordo com Araújo (2002), uma aliança bem-sucedida para o “amor” era firmada pela procriação na geração de herdeiros. Escolha e paixão não pesavam nessas decisões e a sexualidade para a reprodução era parte da aliança firmada. Caso a mulher não gerasse filhos ao seu marido, o casamento era desfeito e a esposa era devolvida à família com desonra. O adultério por parte da mulher também tinha consequências bem piores.

A fecundidade era indispensável ao casamento, assim como a fidelidade absoluta da mulher, de modo que o adultério feminino implicava o abandono ou mesmo a morte da esposa transgressora. (ARAÚJO, 2002).

Tempos depois, em meados do século V, o Cristianismo apareceu com seus ideais sobre o casamento, como a pregação da castidade e os celibatos, tendo como principal finalidade pregar junto ao homem o seu direito de entrar no reino dos céus. Com isso surgiram algumas mudanças dentro dos rituais do casamento.

Segundo Vainfas (1986 apud ARAÚJO, 2002), no início a benção do casal na noite de núpcias era feita na porta do quarto. Com o tempo essas bênçãos passaram a ser feitas dentro do quarto à beira do leito nupcial, sendo esses os preceitos que o Cristianismo trouxe para o relacionamento.

Mas foi somente no século XII que a igreja teve o real controle sobre o casamento. Segundo Araújo (2002), embora fosse sacramentado em meados do

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século XVIII – quando o casamento se tornou o sacramento do matrimônio – a normatização da moral cristã se estabeleceu para tornar o sacramento do matrimônio monogâmico e indissolúvel.

A partir de então, o ritual eclesiástico transferiu a cerimônia matrimonial da casa – seu local tradicional – para a igreja. Com isso, a cerimônia do casamento passou a ser conduzida por um padre, que era membro do clero.

Mas embora as leis da igreja tenham perdurado por séculos, um fato na história fez com que algumas regras dentro do matrimônio mudassem, como por exemplo, o poder se casar por amor. O casamento por amor – que anos antes era uma coisa expressamente inconcebível – passou a ser algo normal perante os jovens adultos da época. Assim, o casamento pela troca de favores ou como união para que a proteção do sangue nobre se permanecesse intacta deixou de existir e o casamento por amor-paixão passou a ser bem visto perante a sociedade.

A valorização do amor individual, presente na ideologia burguesa, estabelece o casamento por amor, amor-paixão, com predomínio do erotismo na relação conjugal. Esse novo ideal de casamento impõe aos esposos que se amem ou que pareçam se amar e que tenham expectativas a respeito do amor e da felicidade no matrimônio. (ARAÚJO, 2002).

Durante a Revolução Francesa essa mudança na filosofia do casamento se espalhou e o clero começou a perder parte de seu espaço, com os novos ideais da burguesia – classe em ascensão da época – que veio com novos ideais em relação aos modos de vida pessoal, social e familiar.

Por outro lado, com esse novo ideal sendo estipulado, algumas armadilhas para os novos casais foram surgindo. Segundo Araújo (2002), uma delas foi que, na medida em que se acentuaram as idealizações, consequentemente, “os conflitos resultaram em desilusão pelo não-atendimento das expectativas esperadas por ambas as partes do casal”.

Conforme Araújo (2002), a partir do século XVIII, quando o amor romântico se tornou o ideal de casamento, o erotismo expulsou a reserva tradicional, mas introduziu outro aspecto importante: colocou à prova a duração do casamento, seguindo então a separação dos casais.

O divórcio então, coloca-se como uma possibilidade, não como forma de reparar o erro, mas como a sanção normal de um sentimento que não pode nem deve durar, e que deve dar lugar ao seguinte. (ARAÚJO, 2002).

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Partindo dos princípios do relacionamento pós-Revolução, observa-se que as relações na modernidade não são muito diferentes. Em geral, nos dias atuais os jovens adultos não são mais forçados a se relacionarem com pessoas escolhidas pelas suas famílias. Ao contrário, a maioria deles possui a autonomia de escolher por si só sua alma gêmea com quem deseja passar os dias de sua vida.

Grande parte dos relacionamentos de hoje é baseada na busca do amor-paixão. Em contrapartida, um dos grandes desafios dos novos casais é manter a “chama” do amor acesa até o fim de seus dias ao lado da mesma pessoa.

Mesmo sendo uniões estabelecidas dentro da ótica de interesses familiares, nos relacionamentos antigos o amor conjugal – que nascia da convivência com a pessoa dia após dia – se tornava algo forte e duradouro. Já nos relacionamentos modernos constituídos na base do amor-paixão, a maioria deles se extingue na mesma velocidade em que se constituem, fazendo com que o divórcio se torne o destino inevitável para muitos casais.

As mudanças que vêm acontecendo no amor, no casamento e na sexualidade ao longo da modernidade resultaram em transformações radicais na intimidade e na vida pessoal dos indivíduos. Nesse processo, a chamada revolução sexual e a emancipação feminina tiveram um papel fundamental. (ARAÚJO, 2002).

Nos casamentos dos dias atuais é possível perceber dois tipos de sexualidade: a “sexualidade plástica” e o “amor romântico”. Segundo Araújo (2001), a sexualidade plástica é uma sexualidade descentralizada, liberta das necessidades de procriação. Tem como origem a tendência à redução da família, iniciada no final do século XVIII, e desenvolveu-se mais tarde com a difusão do método de contracepção modernizado e das novas tecnologias utilizadas para a reprodução, ou seja, é um tipo de relacionamento que antes mesmo de começar já se tem um fim predestinado.

Em contrapartida, o amor romântico tem como pauta o compromisso, a confiança e a intimidade do casal. Isso “implica em desenvolver uma história compartilhada em que cada um deve proporcionar ao outro, por palavras e atos, algum tipo de garantia de que o relacionamento deve ser mantido por um período indefinido”. (ARAÚJO, 2002).

Dentro da relação atual de amor romântico o papel da mulher não é algo que fica centrado em ser somente a mãe dona-de-casa. Pelo contrário, ela

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ganha independência e espaço, com a divisão de responsabilidades e tarefas junto ao marido.

De acordo com Araújo (2002), no contexto brasileiro – principalmente entre os segmentos médios urbanos mais intelectualizados – o casamento tradicional regido pela dominação masculina vem dando lugar a outra forma de casamento, em que a mulher reivindica igualdade e há uma constante negociação no relacionamento.

Nos casamentos modernos, a amizade e o companheirismo se colocam como peças fundamentais para que o relacionamento perdure, mas para que esses dois quesitos estejam dentro da relação do casal tem que haver antes de tudo a intimidade. Segundo Giddens (1993), “a intimidade é acima de tudo uma questão de comunicação pessoal, com os outros e consigo mesmo, em um contexto de igualdade interpessoal”.

Para Araújo (2002), a construção de relações amorosas, afetivas e sexuais mais democráticas e igualitárias na evolução do casamento é uma conquista de homens e mulheres, que lutaram para ter o direito de escolher o seu parceiro ou parceira sem a intervenção dos pais ou familiares.

Tal conquista tem permitido o surgimento de outras formas de relacionamento amoroso, tanto no contexto heterossexual quanto fora dele. Vivemos hoje no signo da pluralidade. O casamento formal, heterossexual com fins de constituição da família, continua sendo uma referência e um valor importante, mas convive com outras formas de relacionamento conjugal como as uniões consensuais, os casamentos sem filhos. (ARAÚJO, 2002).

2.2 O PAPEL DA MULHER NA VIDA MATRIMONIAL

O casamento na sociedade ainda é visto como uma constituição da família, composta pelas figuras paterna, materna e os filhos. Mas dentro da sociedade moderna tem se encontrado duas visões em relação ao casamento e as obrigações dentro dele de ambas as partes envolvidas.

Segundo Carvalho e Paiva (2010, p. 232), “a mulher, em sua história teve um papel submisso e não questionador”. Com base nisso, uma das visões de relacionamento a ser abordada é a conservadora, que vem com o ideal de relação matrimonial dos primórdios da existência humana.

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Essa relação conservadora é composta pelo fato de que as obrigações da mulher se resumem em cuidar das tarefas domésticas, ou seja, lavar, passar e cozinhar. Além dessas tarefas a mulher ainda deve cuidar da educação e criação dos filhos sem a ajuda do cônjuge e, por fim, dar atenção ao esposo fazendo tudo que o mesmo precisar. Esse panorama se enquadra no relacionamento mais conservador, com a visão de uma esposa que não precise trabalhar, sendo dependente financeiramente do seu marido.

Já o outro ponto de vista é a visão moderna de relacionamento, com a mulher trabalhando fora e cuidando das tarefas domésticas com a ajuda do cônjuge. Nesse ponto de vista a mulher tem sua independência, assim como o homem, no mercado de trabalho e na relação matrimonial. Com a divisão de tarefas – que surge “a partir de movimentos feministas e das diferentes configurações da sociedade” – a mulher adquire novos direitos dentro do casamento. (CARVALHO; PAIVA, 2010, p. 232).

A mulher hoje está de fato mais independente, ela possui um universo próprio e possibilidade de escolha. Foi possível notar essa posição nas entrevistadas. Mesmo as mulheres mais velhas, que foram submissas ao marido e priorizavam os cuidados com a casa e os filhos [...], foram capazes de reconhecer um movimento diferenciado nas mulheres mais jovens. (CARVALHO; PAIVA, 2010, p. 232 e 233).

De acordo com Carvalho e Paiva (2010, p. 233), para as mulheres mais jovens, o casamento é visto como algo que tanto elas quanto os cônjuges devem ter participação no que diz respeito à divisão de tarefas e responsabilidades, como a de criar os filhos e administrar os afazeres domésticos.

Para Carvalho e Paiva (2010, p. 233), “a mulher hoje é independente do homem devido a sua entrada no mercado de trabalho e de sua independência adquirida ao longo do tempo”. Essa independência influencia também na questão da maternidade e de querer ou não ter filhos.

Em certos casos, nos relacionamentos atuais – ao contrário do que muitos pensam – a maternidade não é vista como algo obrigatório dentro do casamento para algumas mulheres.

Essa realidade é demonstrada diante de uma pesquisa desenvolvida por Carvalho e Paiva (2010), em uma abordagem com duas mulheres da mesma faixa etária, com opiniões diferentes em relação à maternidade.

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Nessa abordagem, uma delas explica que ser mãe não faz parte de seus planos, porém revela sofrer muita pressão por parte dos familiares e das pessoas que a cercam, já que todos consideram que uma mulher bem casada na idade dela deveria ter vontade de ser mãe. Contudo, a mesma afirma que se dependesse dela, envelheceria somente ao lado do marido – que tem vontade de ter filhos – mas nunca a pressionou em relação a isso por respeitar sua vontade.

Já a outra mulher abordada na investigação colocou o seu forte desejo de ser mãe, mas ponderou que ainda não se sentia preparada para encarar a maternidade pelo fato de não se sentir madura o suficiente para assumir as responsabilidades sozinhas ou de dividi-las com seu parceiro.

Independente dos resultados desse estudo, Carvalho e Paiva (2010) explicam que as mulheres ainda têm muitas divergências quanto ao seu papel dentro do casamento, já que mesmo nos dias atuais, a visão da mulher submissa, dona-de-casa e que cuida dos filhos ainda é uma realidade muito comum dentro da sociedade.

É provável que isso ainda aconteça devido ao aspecto da mulher e de suas atitudes continuar entrelaçado com a herança do passado, em que o papel submisso da mulher dentro do casamento fora transmitido de geração para geração, prevalecendo assim esse conceito até os dias de hoje.

Embora se tenha ainda a visão primitiva da mulher dentro do casamento, não se pode deixar de considerar os novos interesses e configurações que surgem nos meios familiares. Segundo Carvalho e Paiva (2010), esse fenômeno constituído dentro do casamento contemporâneo demonstra a transição dos velhos costumes com a introdução de novos, fazendo com que a mulher ganhe uma nova identidade dentro do meio familiar.

2.3 EVOLUÇÃO E SIMBOLOGIA DO TRAJE DE NOIVA

El traje de noiva no sólo representa el vestido excepcional, sino también el acontecimiento más especial em la vida de uma mujer, del que me gusta tomar parte. (REVISTA !HOLA 2009 apud MITIDIERI e GARBELOTTO, 2010, p. 8).

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Assim como toda história tem seu personagem principal, o ritual do casamento também tem. Na cerimônia matrimonial a noiva é, sem sombra de dúvida, o foco das atenções. Embora se tenha a presença do noivo, dos pais, dos padrinhos e dos convidados, a “estrela” mais esperada da festa é a noiva, assim como o seu vestido, uma vez que há grande expectativa em torno desse traje.

De acordo com Corrêa (2014), “as roupas usadas pelas noivas na hora do “sim” contam, ao longo dos anos, um pouco da história do mundo, de maneira bem peculiar”. Embora nos dias de hoje o vestido branco seja um dos maiores símbolos no casamento, a representação do seu significado nem sempre foi assim em períodos passados.

No período medieval, para os povos greco-romanos o simbolismo do traje matrimonial não estava relacionado à cor do traje, nem ao seu formato e nem à pureza da mulher. O simbolismo estava representado nos adornos de cabeça, que trazia o sinal de consagração aos deuses e aos heróis da época, dando o direito à mulher de usar uma coroa de folhas de louro para demonstrar seu valor intelectual.

Conforme Corrêa (2014), na Roma Antiga, no século VIII a.C., a mulher fazia uso de uma túnica branca e flammeum (véu de linho bem fino) para formar o figurino no dia do seu casamento (Figura 1).

Figura 1 – Traje matrimonial da Roma Antiga Fonte: Observatório Feminino (2015).

Na Idade Média, entre os séculos V e XV, os vestidos passaram a ser adornados com muitos bordados para traduzir a riqueza da família das noivas

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(Figura 2). A cor vermelha era comum na cerimônia pois representava a capacidade da mulher de gerar sangue novo entre as famílias unidas. (CORRÊA, 2014).

Figura 2 – Traje matrimonial da Idade Média Fonte: Observatório Feminino (2015).

Já no período da Alta Idade Média, a cor verde era a preferida entre as noivas burguesas que buscavam pela fertilidade (Figura 3). As mulheres ainda tinham como hábito desfilar com o ventre saliente para exibir o desejo de procriação. (CORRÊA, 2014).

Figura 3 – Traje matrimonial da Alta Idade Média Fonte: Observatório Feminino (2015).

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No período do Renascimento, materiais como o veludo e o brocado entram em cena (Figura 4). “As cores do brasão da família do noivo eram destacadas nos vestidos das mulheres e a tiara na cabeça era tradição entre o final do século XIV e o início do século XVII”. (CORRÊA, 2014).

Figura 4 – Traje matrimonial do Renascimento Fonte: Observatório Feminino (2015).

Durante a segunda fase do Renascimento, a cor preta era a protagonista das cerimônias religiosas, inclusive nos casamentos (Figura 5). Foi também nesse período que surgiram os primeiros trajes brancos, considerado como sinônimo de elegância pelas mulheres da época. (CORRÊA, 2014).

No período do Renascimento, a maioria dos casamentos eram arranjados, o que refletia na união como negócios entre famílias da realeza, com a finalidade de manter o sangue puro ou proteger a fortuna. Assim, o vestido de noiva nada mais era que um traje para mostrar à família do pretendente o quanto rica a noiva era e o quanto ela herdaria de sua família

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Figura 5 – Trajes para cerimônias religiosas da segunda fase do Renascimento Fonte: Observatório Feminino (2015).

No período Rococó, os vestidos de noiva passaram a ser confeccionados com tecidos brilhantes, bordados com pedrarias e babados de renda (Figura 6). A presença dos tons pastéis em conjunto com a cor branca era a tendência trazida pelo movimento estético que florescia na Europa entre o início e o fim do século XVIII. (CORRÊA, 2014).

Figura 6 – Traje matrimonial do período Rococó Fonte: Observatório Feminino (2015)

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Os suntuosos vestidos de noiva passaram a ser incorporados nos casamentos entre famílias burguesas. Sendo confeccionados a partir de tecidos finos e caros, o vestido após o casamento poderia ser usado como moeda de troca para trazer mais fortuna à família.

O vestido de noiva, o símbolo maior do casamento, surgiu com a função especifica de apresentar para a comunidade as posses da família da noiva. Os tecidos então usados na confecção do traje da noiva eram muito preciosos e tão caros que funcionavam como uma espécie de moeda de troca. Paralelamente ao ouro, as roupas assim confeccionadas podiam ser penhoradas como as joias. (MITIDIERI, 2009, p. 2).

De acordo com o site Larissa Crivellari (2015), não existe muito consenso entre os historiadores quanto o assunto trata da origem do vestido branco. Alguns registros indicam que a rainha Mary Stuart, da Escócia, teria sido a primeira mulher a usar a cor branca no século XVI (Figura 7). Uma das explicações para a escolha da rainha é que ela teria feito uma homenagem à família Guise, de sua mãe, que tinha a cor branca no brasão.

Figura 7 – Vestido de noiva da rainha Mary Stuart, da Escócia Fonte: Larissa Crivellari (2015).

Por outro lado, de acordo com o site Larissa Crivellari (2015), outros historiadores contestam essa versão, afirmando que a primeira mulher a se casar

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com um vestido branco teria sido a rainha Maria de Médici, da França, no século XVII. Natural da Itália, a rainha teria usado uma vestimenta branca, com detalhes dourados e com decote quadrado, causando na época grande polêmica dentro da corte francesa (Figura 8).

O primeiro registro de uma noiva vestida de branco foi Maria de Médici ao se casar com Henrique IV, herdeiro da coroa francesa, em 5 de outubro de 1600. Maria de Médici, princesa italiana, mesmo sendo católica não comungava da estética religiosa espanhola, e assim se mostrou vestida de noiva, em brocado branco como prova da exuberância das cortes italianas (MITIDIERI, 2009, p. 2).

Figura 8 – Vestido de noiva da rainha Maria de Médici, da França Fonte: Larissa Crivellari (2015)

Segundo o site Larissa Crivellari (2015), a polêmica causada pela rainha Maria de Médici durante o seu casamento devia-se ao fato de que apesar dela ser de tradição de família católica, a mesma teria se rebelado contra a estética religiosa da época que indicava o uso de cores escuras – geralmente preto – e trajes fechados até o pescoço para as cerimônias matrimoniais. Por outro lado, Michelangelo atribuiu a presença do branco no vestido da rainha devido à pureza da moça, já que Maria de Médici tinha apenas 14 anos no momento em que se casou.

Apesar da relação da pureza da rainha Maria de Médici ser atribuída no uso da cor branca no vestido de casamento, a maioria dos relatos entre os historiadores prefere explicar o simbolismo da origem da cor branca no traje matrimonial devido ao amor romântico da rainha Vitória, da Inglaterra, no século XIX.

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De acordo com o site Larissa Crivellari (2015), essa explicação pode ser dada devido ao fato dela ter sido uma das primeiras nobres a se casar por amor. Por ser uma mulher, a rainha provocou grande polêmica na época, já que teria sido ela a pedir a mão do marido – o príncipe Albert – em casamento. Após a morte de seu esposo, a rainha Vitória passou a usar somente o preto em suas roupas, razão a qual essa cor ficou associada à Era Vitoriana.

Durante o seu casamento em 1840, a rainha Vitória selou seus votos matrimoniais com o príncipe Albert trajada em vestido e véu totalmente brancos e sem a coroa real, fato que era inédito na época entre os nobres. No lugar da coroa, a rainha usou uma grinalda adornada com flores de laranjeiras (Figura 9).

Figura 9 – Casamento da rainha Vitória com o príncipe Albert Fonte: História da Moda (2015).

De acordo com o site História da Moda (2015), a escolha da cor branca pela rainha Vitória se deu por dois motivos. O primeiro deles era que o branco não seria uma cor comum usada para os casamentos da época, sendo que ela teria optado por essa escolha para fugir do padrão. Já o segundo motivo teria sido por razões políticas, uma vez que diversos artesãos estavam ficando sem emprego devido ao desenvolvimento industrial. Dessa forma, a rainha convocou diversos

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artesãos que ficaram trabalhando por meses para a fabricação dos tecidos e das rendas do seu vestido de casamento.

Segundo Mitidieri e Garbelotto (2010, p. 7), foi no casamento da rainha Vitória com o príncipe Albert que “foi registrado o primeiro vestido de noiva branco como o vemos hoje, carregando consigo a associação com a pureza e com o romantismo, visto que essa era a primeira noiva da realeza a casar-se declaradamente por amor”.

A partir daí, o vestido de noiva ganhou simbolismos e significados, com as representações do celibato, da pureza, do amor e do romantismo. Segundo o site Larissa Crivellari (2015), anos depois, o papa Pio IX decretou que todas as noivas deveriam usar trajes claros para demonstrar sua castidade.

Embora o vestido da rainha Vitória não tenha sido o primeiro traje matrimonial branco a ser usado no ritual do casamento ao longo da história, sua importância alcança um nível imensurável para as mulheres do mundo moderno, já que ele é considerado o primeiro traje a trazer toda a simbologia que o vestido de noiva representa no casamento para a sociedade.

Além da cor branca, outros elementos foram lançados na época como moda pela rainha Vitória com valores que simbolizam o casamento até os dias de hoje. Dois desses elementos são considerados como acessórios indispensáveis na complementação do traje matrimonial, que são o véu e o buquê de flores, que foram instituídos pela rainha Vitória no seu casamento.

Outra questão importante que deve ser observada é que a estética do vestido de noiva usado pela rainha Vitória tornou-se tão significativa ao longo das décadas que até hoje é possível notar a utilização de elementos e características de seu vestido nos trajes matrimoniais de casamentos de épocas mais recentes (Figura 10).

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Figura 10 – Estética do vestido de noiva da rainha Vitória Fonte: História da Moda (2015).

Essa estética pode ser referenciada como o visual “noiva-princesa”, caracterizada com a materialização de um vestido ricamente adornado com rendas e bordados e composto, basicamente, por corpete ajustado, saia volumosa e véu.

Mesmo com toda a evolução no uso de cores e de formas na transformação do traje matrimonial por várias décadas desde o período do Renascimento, a presença da estética “noiva-princesa” instituída pela rainha Vitória sempre retorna em cena.

Prova disso é a sua ascensão na década de 1980, no casamento da princesa Diana com o príncipe Charles, na Inglaterra, durante cerimônia realizada em julho de 1981, com a presença de aproximadamente 3.500 convidados.

De acordo com Arica (2008), o casamento de Charles e Diana teve transmissão ao vivo para quase um bilhão de pessoas. O vestido de noiva da princesa – que virou objeto de desejo de milhões de mulheres após o casamento real – havia sido criado pela dupla de estilistas ingleses David e Elizabeth Emanuel. Atualmente, réplicas do traje são leiloadas na internet por até US$ 150.000,00. O vestido consumiu cerca de 40 metros de seda, sendo bordado com dez mil pérolas. Só para confeccionar o véu foi preciso quase oito metros de tecido (Figura 11).

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Figura 11 – Vestido de noiva da princesa Diana, da Inglaterra Fonte: Globo.com (2015).

Anos mais tarde, em abril de 2011, a tradição do glamour real ostentada por Daina surgiu novamente na união de seu filho primogênito – príncipe William – com a inglesa Kate Middleton. Mais uma vez o vestido usado pela nova princesa – e que fora desenhado pela estilista Sarah Burton, diretora de criação da grife Alexander MacQueen – surgia imponente aos olhos de pessoas do mundo inteiro como um verdadeiro vestido digno das princesas dos contos de fadas.

Confeccionado com rendas francesas elaboradas à mão por artesãos da Escola Real de Costura, o traje era composto por um corpete justo com decote em “V” e mangas compridas associado à saia volumosa com cauda de aproximadamente três metros de comprimento (Figura 12).

Figura 12 – Vestido de noiva da princesa Kate Middleton (Inglaterra) Fonte: Edgel com Estilo (2015).

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Conforme se observa, mesmo depois de tantos anos a estética “noiva-princesa” lançada pela rainha Vitória em seu casamento durante o Renascimento ainda é uma das preferidas entre as mulheres.

Por outro lado, quando se trata de inovação, algumas noivas buscam em optar por modelos mais diferenciados, que de alguma forma transmitam a identidade de suas personalidades no momento considerado como o mais especial de suas vidas. E quando se trata de celebridades, essa vontade de vestir um vestido totalmente diferente do que já foi visto antes torna-se um fator incontestável para brilhar e chamar a atenção da mídia e do grande público.

2.4 VESTIDOS DE NOIVA DE CELEBRIDADES

De uns tempos para cá a busca por inovação sempre foi muito crescente. Dentro do mercado matrimonial isso não é muito diferente, em especial quando se trata da roupa, pois as mulheres sempre buscam por algo mais exclusivo, ou seja, por um vestido que ainda ninguém tenha visto nos casamentos.

Algumas mulheres consideradas como mais ousadas se aventuram a usar modelos fora dos padrões convencionais do matrimônio. E quando se trata de celebridades, o uso de um vestido de noiva mais diferente acaba virando notícia nos diversos canais da mídia.

Em uma retrospectiva dos casamentos de famosos no site Edgel com Estilo, Queiroz (2015) apresenta a diversidade no estilo dos trajes de algumas das principais personalidades do mundo. A começar pela top model britânica Kate Moss, que casou com um vestido na linha retrô criado pelo seu amigo pessoal, o estilista John Galliano. O traje confeccionado com seda ganhou uma camada de tule toda salpicada em cristais. Na altura dos quadris, delicados bordados enfeitavam a parte mais transparente do vestido e na barra, penas de pavão – que ficavam mais douradas na medida que se aproximavam do chão – foram aplicadas, realçando ainda mais a beleza do traje (Figura 13).

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Figura 13 – Vestido de noiva da top model britânica Kate Moss Fonte: Edgel com Estilo (2015).

No caso da atriz norte-americana Angelina Jolie, ela resolveu investir na originalidade, usando um vestido assinado por Luigi Massi da grife Versace. O casamento da atriz com o ator Brad Pitt foi realizado na capela do Castelo Miraval, na vila francesa de Correns. A estrela de Hollywood ostentou ainda mais a sua beleza usando um vestido decorado com desenhos feitos pelos filhos do casal (Figura 14).

Figura 14 – Vestido de noiva da atriz norte-americana Angelina Jolie Fonte: Edgel com Estilo (2015).

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Outra atriz que resolveu ousar no estilo do traje foi a atriz e cantora norte-americana Hilary Duff. Mesmo com o anúncio de sua separação logo após o seu casamento com o jogador de hóquei Mike Comrie, ela não deixou de ostentar o seu desejo de casar em um vestido feito sob medida pela estilista Vera Wang. O modelo na linha sereia com cauda bem volumosa era ajustado ao corpo e foi realçado ainda mais com a bela produção na maquiagem e no cabelo (Figura 15).

Figura 15 – Vestido de noiva da atriz e cantora norte-americana Hilary Duff Fonte: Edgel com Estilo (2015).

Outras celebridades preferem apostar mais na irreverência de suas personalidades no momento de celebrar o matrimônio. Foi o que aconteceu com a

top model espanhola Anja Rubik, que se casou na Espanha com o modelo Sasha

Knezevic. Para quebrar paradigmas, a modelo optou por um vestido curto na linha

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Figura 16 – Vestido de noiva da top model espanhola Anja Rubik Fonte: Edgel com Estilo (2015).

Outra celebridade que também resolveu investir no comprimento curto do traje foi a atriz e modelo inglesa Keira Knightley. Mesmo em uma pequena cerimônia com a presença de apenas onze amigos na cidade de Mazan, no sul da França, a atriz não deixou de cuidar da sua elegância. Vestida em um traje curto com jaqueta de tweed da grife Chanel, sapatilhas baixas e óculos ray-ban da marca Wayfare, a atriz esbanjou estilo durante a oficialização de sua união com o músico James Righton da banda The Klaxons (Figura 17).

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Figura 17 – Vestido de noiva da atriz e modelo inglesa Keira Knightley Fonte: L’Officiel Brasil (2015).

Enquanto algumas celebridades abusam no comprimento moderno de seus vestidos, outras preferem investir em trajes mais exóticos com sua união junto a um membro da realeza. Foi o caso da modelo norte-americana Kendra Spears. Em seu casamento com o príncipe Rahim, realizado em Genebra, na Suíca, a modelo usou um sári todo bordado com fios de ouro da marca Manay Gangwani Couture. Mesmo fora dos padrões tradicionais do Ocidente, a elegância do traje conquistou o gosto de muitas mulheres no mundo inteiro (Figura 18).

Figura 18 – Vestido de noiva da modelo norte-americana Kendra Spears Fonte: Edgel com Estilo (2015).

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No Brasil, a modelo Ana Cláudia Michels também apostou em um modelo diferenciado de vestido de noiva no seu casamento com o advogado Augusto de Arruda Botelho. Feito sob medida pelo estilista Riccardo Tisci, o traje nupcial da modelo trazia em seu conjunto uma estética romântica característica da década de 1920 (Figura 19).

Figura 19 – Vestido de noiva da modelo brasileira Ana Cláudia Michels Fonte: Way Model Management (2015).

Enquanto algumas mulheres investem nas formas e estruturas diferenciadas dos trajes, outras celebridades preferem ousar nas cores de seus vestidos. É o caso da atriz norte-americana Kaley Cuoco, estrela da série The Bing Bang Theory. Para quebrar o tradicional uso da cor branca, a atriz usou um vestido tomara-que-caia na cor rosa em plena noite de réveillon em seu casamento com o jogador de tênis Ryan Sweeting (Figura 20).

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Figura 20 – Vestido de noiva da atriz norte-americana Kaley Cuoco Fonte: Edgel com Estilo (2015).

Já a cantora canadense Avril Lavigne surpreendeu a todos os convidados usando um vestido preto em seu segundo casamento com o cantor Chad Kroeger. Assinado pela estilista Monique Lhuillier, o vestido tomara-que-caia com saia e véu de tule foi acompanhado por um buquê de flores igualmente na cor negra, com uma fabulosa tiara de joias brilhantes adornada sobre os cabelos soltos da estrela do rock. No jantar à luz de velas até o bolo de casamento era negro, originalmente decorado com rosas pretas e vermelhas (Figura 21).

Figura 21 – Vestido de noiva da cantora canadense Avril Lavigne Fonte: Capricho (2015) / Mundo das Tribos (2015).

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A variedade na concepção das formas e a ousadia no uso de cores apresentadas pelos vestidos de noiva das celebridades demonstra claramente a vontade das mulheres em buscarem por modelos cada vez diferenciados dos tradicionais vestidos existentes no mercado.

Por outro lado, o privilégio em se usar um vestido exclusivo e fora dos padrões convencionais ainda é uma realidade restrita para poucas noivas, como as celebridades famosas ou as mulheres pertencentes às famílias de alto poder aquisitivo.

Mesmo com a aquisição de trajes assinados por designers renomados, a maioria das roupas matrimoniais das celebridades ainda segue o mesmo conceito de concepção do “vestido inteiro” característico dos vestuários de casamento comercializados pela maioria das empresas do segmento.

Considerando que a proposta desse estudo visa o desenvolvimento de peças que possam ser articuladas independentemente, de modo que elas ofereçam maior flexibilidade para as mulheres comporem os seus vestidos de casamento, a possibilidade no uso de uma peça-chave pouco convencional – no caso, o corset – apresenta-se como potencial possibilidade para busca da elaboração do conceito de uma estética inovadora e pouco utilizada pelas empresas no mercado na concepção dos trajes matrimoniais.

2.5 O CORSET NA MODA

O corset é uma peça que aparece e desaparece inúmeras vezes na história do vestuário feminino. O objetivo principal do corset é o de modificar a silhueta, transformando quem o usa na mulher "ideal": seios fartos com cintura marcada. (MONTEIRO; DANTAS, 2009, p. 1).

Desde a sua criação até a atualidade, o corset – também denominado como espartilho – teve várias versões, com o uso de formatos e materiais diferentes na sua construção. Mesmo sendo considerada uma peça desconfortável para alguns estudiosos, o uso dessa peça vem de longa data e o fascínio entre as mulheres permanece presente até os dias de hoje.

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Conforme Serrão (2013), inicialmente o corset era utilizado como roupa de baixo no vestuário feminino. Sendo denominado também como corpete, a peça era produzida sem as rígidas barbatanas, tendo a função de dar sustentação e proteção ao busto para as mulheres antes do século XVI. A estrutura do corset mais rígido conhecida hoje começou a fazer parte da indumentária feminina após o século XVI, com a invenção de uma estrutura diferenciada.

A mulher percursora no uso do corset foi Maria de Médici. Rainha consorte da França e segunda esposa do rei Henrique IV, Maria de Médici foi uma monarca de personalidade forte que tinha suas vestes sempre muito adornadas. Além dela, outra mulher que fazia uso do corset era a rainha Elizabeth I, filha de Henrique VIII, que tinha em sua indumentária a presença da estrutura rígida do espartilho (Figura 22).

Figura 22 – Rainha Maria de Médici (esquerda) e rainha Elizabeth I (direita). Fonte: Wikimédia (2015).

Os primeiros corsets tinham o decote mais fechado com enchimentos na parte frontal para proteger o busto da mulher. Apresentavam também uma amarração nas costas, com a finalidade de modelar e marcar bem a cintura, deixando o busto mais alto e avantajado. (SERRÃO, 2013).

Já os modelos que surgiram após a segunda metade do século XVI apresentavam decotes mais baixos, deixando o busto mais à mostra. Na parte

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inferior defronte à peça havia uma ponta, que podia ter vários comprimentos diferentes. (SERRÃO, 2013).

O corset veio para extinguir de vez o uso do corpete – uma peça que era utilizada como roupa intima – apresentando amarrações dianteira e traseira para se ajustar melhor ao corpo e marcar ainda mais a cintura da mulher. Em sua estrutura era utilizado dois revestimentos em tecido, cumprindo o papel de proteção do seio e marcação da silhueta. (SERRÃO, 2013).

Durante o século XVIII surgiu o modelo inglês de corset ou espartilho. Estruturalmente esse modelo não apresentava muitas mudanças em relação ao último corset antigo. Sua principal diferença era a de que ao invés de duas amarrações – uma frontal e outra traseira – a peça possuía somente a amarração traseira e os materiais usados para o seu revestimento eram tecidos mais nobres e belos (Figura 23). (SERRÃO, 2013).

Figura 23 – Modelos do corset inglês do século XVIII Fonte: Espartilhos do Século XVIII (2015).

No século XVIII surgiu também o modelo francês do corset. Assim como o corset inventado pelos ingleses, a peça apresentava apenas uma alteração na sua concepção, ou seja, ao contrário do modelo inglês, o corset francês tinha a amarração na parte dianteira, mantendo as mesmas características de construção do outro modelo, sendo fabricado com tecidos belos e nobres (Figura 24). (SERRÃO, 2013).

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Figura 24 – Modelo do corset francês do século XVIII Fonte: Espartilho (2015).

No século XIX houve uma mudança no comportamento da mulher em relação ao uso do corset, o que provocou o abandono na utilização da peça no dia a dia.

O espartilho tornou-se uma peça praticamente abolida da indumentária durante o período de revolução que sucederam com o fim do reinado de Maria Antonieta e Luís XVI (França). A Europa passava por um período de 5 grandes transformações no campo ideológico e político, fatores que influenciaram diretamente nos trajes antes marcados por excessos e luxo. A simplicidade era uma característica marcante da moda império, em que a cintura antes amplamente marcada deu lugar a uma silhueta delicada e fluida. (SERRÃO, 2013, p. 4 e 5).

Durante esse período as mulheres ficaram libertas da estrutura rígida e comprimida do corset. Porém, isso foi algo que não durou muito tempo, pois pouco a pouco as mulheres resgatavam novamente a manutenção da silhueta marcada do corpo.

Segundo Serrão (2013), foi na Era Vitoriana que o uso do corset tornou-se algo indispensável no vestuário das mulheres da época, trazendo o padrão de beleza da silhueta “vespa”, caracterizada pela cintura extremamente fina e bem demarcada (Figura 25).

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Figura 25 – Representação da estética da silhueta “vespa” Fonte: Gibson Girls (2015).

Com a Belle Époque, um novo padrão de silhueta emergia entre as mulheres. Denominado como silhueta em “S”, esse novo padrão lançava o busto das mulheres para frente e o quadril para trás, deixando a cintura mais reta (Figura 26). Assim as mulheres podiam ser mais ativas, ficando menos debilitadas por causa da compressão que o modelo antigo do corset provocava no abdômen. (SERRÃO, 2013).

Figura 26 – Silhueta em “S” característica do período da Belle Époque Fonte: WordPress (2015).

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Novamente com o decorrer dos anos, o corset deixou de ser utilizado pelas mulheres, mas da mesma forma que em épocas passadas, a sua estética foi resgatada no período do pós-guerra em criações de renomados estilistas.

O espartilho fora deixado de lado pela moda por um longo período, mas o mesmo retornou com a ascensão do New Look de Christian Dior, em 1947, com características da moda do século XIX, que continham cinturas apertadas, grandes chapéus e saias amplas, com estas referências em suas criações ganham espaço no guarda-roupa feminino com o Tailleur “Bar” e consequentemente o espartilho cumpria mais uma vez a sua função para com esta nova silhueta que exigia uma cintura ao estilo vespa. (SERRÃO, 2013, p. 6).

Dessa maneira, o corset ganhou novamente destaque em mais um período histórico. Mesmo não sendo a peça-chave do guarda-roupa da mulher do pós-guerra, o retorno de seu uso com a proclamação do visual New Look tornou-se indiscutível entre as mulheres, o que estabeleceu o resgate da feminilidade e da delicadeza da cintura fina apresentadas nas criações de Christian Dior (Figura 27).

Figura 27 – Retorno do corset, com a estética New Look de Christian Dior Fonte: Christine Jeanney (2015).

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2.6 DIFERENÇAS ENTRE CORPETE E CORSET

Conforme mencionado anteriormente, o conceito da estrutura do corset nos dias atuais surgiu no século XVI com a evolução do corpete. A principal característica que diferencia os dois modelos é que o corset foi concebido para ser usado na parte externa como uma peça à mostra, enquanto que o corpete era utilizado como uma peça íntima da vestimenta da mulher na época, ficando escondida por baixo das roupas.

No que se refere ao contexto construtivo, o corpete é uma peça mais simples e não tão rígida, que tem como função realçar o corpo feminino, dando destaque principal na aparência das curvas naturais da mulher.

Já o corset possui a função de modelar a silhueta, com a compressão do corpo para demarcar a cintura a fim de realçar uma beleza denominada como “ideal” para a maioria das pessoas. Confeccionado com materiais mais rígidos e com técnicas que dão maior sustentação aos tecidos por meio de barbatanas, a peça busca realçar o volume do busto, deixando-o mais elevado e farto, e demarcando a cintura de modo que ela fique mais fina e atraente, com o jogo do quadril para a parte de trás para promover a postura ereta e imponente do corpo da mulher.

Na tabela 1, Monteiro e Dantas (2009, p 3) também apresentam a descrição de algumas das principais características que diferenciam uma peça da outra.

Tabela 1 – Diferenças entre Corpete e Corset

Peça Forma Material Aparência

Corpete Maleável e leve

- Tecido.

- Cadarço ou fita e às vezes barbatanas (e geralmente plásticas). - Ilhoses.

- Pode ser confundido com uma blusa tomara-que-caia.

- Apenas ajusta-se ao corpo, mostrando suas curvas naturais, mas não o molda, não o modifica.

Corset Estruturada, rígida e

pesada

- Barbatanas de baleia, de madeira, de metal ou de aço inox.

- Busk de aço inox.

- Várias camadas de tecido. - Fitas ou cadarços.

- Ilhoses.

- Marca bem a silhueta e modela bem o corpo.

Referências

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