Comunicaciones Técnicas
Actas de
Horticultura
Sociedad Espafíola de
Ciencias Hor
tícolas
X
I Jornadas de
Se ección.
y
Mejora
de Plantas Hortícolas
Editores:
Elena Floris
Beamonte
Celia Montaner Otín
Huesca
COMITÉ CIENTÍFICO Prof. Dr. O. Fernando Nuez
Dpto. de Biotecllología. Universidad Politécnica de Valencia Ora. Dila.
Ma
Luisa Gómez-GuillumónEstación Experimental La Mallora-CSIC Dr. O. Amando Orelás
Misión Biológica de Galicia-CSIC Dr. O. Ramiro Gil
Servicio de Invcstigaciól1 Agrada. G.A Dr. O. Rafael Lozano
Dpto. de
Biología Aplicada.
Un
i
ve
r
s
ic1ad
de
A
ll11
c
r
ía
Dr.
D.
JoaquínCosta
Opto. de Horticultura. CIDA-Mureia
COMITÉ ORGANIZADOR Ora. Doa. Elena Floris
Esc
ucl
a U
ni
ve
r
si
tar
i
a P
u
lit
él.:
ni
ca
d
e
Hu
esc
a
(UZ)
Dra. Dna. Celia MontallcrEscucla Universitaria Politécnica de Huesca (UZl Dr. O. José M" Álvarez
X!!.Io/"lwdm de Se/i!cciríl/ y Me/o/"a de !'{al/lm !-!o/"lí('O!(I.I' 171
INTERACÇÃO ENTRE ISOLAMENTOS PORTUGUESES NÃO
HOMÓLOGOS DE Albugo c(lIulida E Brllssica oleracell
Jorge, L.I.: , Dias, J.S. 1
I Escola Superior Agrúria de Bragança, Call1pus de Santa Apolónia, 5301-855 BRAGANÇA. PORTUGAL
21nstiwto Superiordc Agronolllia, Tapada da Ajuda, 1349-017 LlS80A. PORTUGAL
Abslract
The interaetion 01' live non-homologolls pOrluguese isolates of A. cal/dida (rom isolateel n-om B. raJ7a - Ac50G, Ac508. Ac509 and Ac51 O, anel one fram Rapharllls
salivlIs) in forty B. oleracea accessions 11'0111 di ITerent geographic origins \Vas evalUaled
at the cOlyleelon stagc.
Some accessions presented susceplibi1ily to lhe non-homologous isolates of B. rapa, mainly head cabbage 'Large Blood Red' and savoy cabbage 'Brusselse Winter'. These uecessions exhibited mean leveIs 01' inlection high\..:r than 20 and 46.7% respectively, independently 01' the B. rapa isolate teslcd, The isolates Ac508 and Ac51 O revealed highcr pathogenicity in lhe B. olermxa accessions tested than isolates Ac506 and
Ac509.
The isolat\..: Cram R. salivlIs \Vas the lcss pathogcnic ror lhe B. oleracea accessions tesled. The kale 'Verza San Giovanni' was lhe accession that exhibits highcr susceptibility to this isolate \Vith 20.7% of intectcd plants,
Non-holl1ologous isolales 01' B. rapo and R. salil'lIS \Vere able to eolonize some B. oleracea host accessions. which means tllar it is important to stuely the interactioll anel the variability bctwecn dilTcrent brassica accessions and isolares. and to review the eoncept 01' "races" 01';/. cam/ida tojámwe spcciolcs.
Resumo
Avaliou-se :1 nível cotiledonar o potencial de infecção de cinco isolamentos portugueses de A. cam/ida (quatro colhidos em Brassica rapa - Ac50G, Ac508, Ae509
e Ac51 O, e um em Raphal111S sativlIs - Ac513) em 40 amostras de B. o/cracea de difcrentes provenicncias geográficas.
Algumas amostras mostraram-se susceptíveis aos isolamentos nào homólogos de B.
rapa, nomeadamente a Couve repolho ··Large Blooel Red" e a Couve lombarda "Brusselse Winter". Estas amostras apresentaram níveis médios de infecçào iguais ou superiores a 20,0 e a 46,7(Yo, rcspectivamente, independentemente do isolamento de B. rapo testado. De entre estes, os isolamentos Ac50S e AcSIO revelaram maior patogenicidade nas amostras de B. o/erocea testadas do que os Ac50G e Ac509.
O isolamento de R. salivlIs Coi o menos patogénico para as amostras de B. oleracea testadas. A couve Cavolo Verza "San Giovanni" foi a amostra que apresentou maior susceptibilidade a este isolamento, com 20,7% de plantas inCecwdas.
Os isolamentos não-homólogos colhidos em B. rapa e em R. sativlIs conseguiram colonizar algumas amostras de B. oleracea, o que signi liea que é importante estudar a interacção e a variabilidade entre as diICrenles amostras de hrássicas e os isolamentos c rever o conceito de raças tisiológicas de A. calldida paraformae !)peciales.
272 XII Jornadas de Se[eccioll y Mejo/"U de J>!(//llas J-/orrico!as
I. Introduc;1o
o
A/bflgo c(mdida é um fungo oomicetn. parasita obrigatório das plantas da I~Hllilia das Brassicaceae (sinónimo de Cruei/i.-rae). com elevada cspccializaç[ío lisiológica para o hospedeiro. tendo sido até agora idt'ntilicadJs 10 raças fisiológicas. de que se destaca a raça 9. CI11 B. oleracea (Paunel & \Villiams. 1963: Dclwiche & Williams, 1977: Pidskalny & Rimmer. 1985: Hill el ai .. 1988).É o agente causal da doença conhecida por ferrugem branca das crucíferas. podendo causar graves prejuízos cm culturas cujo objectivo lo! a proc1uç[ío de rolhas (;:dgumas couves. couve chinesa e nabos para Iw-biça), de inllorescências (nomeadamente
couve-nor c brócolos) ou de semCnles [diversos tipos de mostarda usadas como condimentos (Brassic(I jlll1cea: B. lIigraJ, plantas elas quais se extrai óleo de sementes (8. 1I0pflS: B.
rapa). ou na produção comercial de sementes de brússicas].
Os sintomas provocados pelo ataque de A. cOl1dido s[ío apenas visíveis ao nível da parle acrt.!a elas plantas, causando o atrofiamenlo generalizado da mesma (Horst, 1990). As pla11las infectadas recobrem-se de pÍlstulas brancas. pulvurulcntas (daí a designação de ferrugem branca -"white rusl"), semelhantes a vesiculas ("white blisler"), e frequentemente apresentam hipertrofias. distorç:io e pigmentação anormal dos tecidos infectados (Smith e! (I/., 1988).
Em Portugal. é cada vez mais ti'cquente encontrar campos inl"eclados nas principais
rcgiõt.!s produtoras de brússicas. o que parece cstar relacionado com a abertura das fronteiras c a introdução c cultivo de híbridos FI. assumindo a doen~':I maior
importância nalgul1Kls cultivares 'ouve tronchuda, couve repolho. couve-nor. couve-de-Bruxt.!las. nabo, e cOllve chinesa, entre outras (Dias, comunicação pessoal).
O objectivo do presente trabalho foi avaliar. a nível cotiledonar. a inlcraeç;1o elllrc cinco isolamentos portugueses de A. crl11dida (4 colhidos em /J. rapa e I cm Rapl1011l1s safil'lIs) cm 40 amostras de B. oleracea de diferentes proveniências geogfÚfkas. 2. Material t.: Métodos
Neste estudo foram utilizadas 40 amostras de B. oleracea (Li Quadro I ) de di !crentes proveniêllci:ls geográficas c de diversas variedades botânicas [c1t.:z B. o/eracea var. acephalll. incluindo couves galegas e "kales": oito couves· flor. 11. nleracea var.
bOfl:\'tis: oito B. oleracea var. capirata. incluindo couves repolho e couves roxas: oito B.
oleracea var. costata. incluindo couves de cone e pencas: três couves de Bruxelas (B.
o/eracea var. gemmffera): uma B. oleracca var. lIIedullosa, uma couve lomb:lrda (B. olcracca ViU. sabauda) e lima B. oleracea de Ciclo Curto (CrGC 3.4) utilizada como
testemunha por ler apresentado em estudos prévios rcnótipos de interacção de elevada susceptibilidade com isolamenlos de A. ccmdida colhidos em B. o/eracea (S:lnLOS et aI ..
1996)]. Os códigos Pl'los quais estas cultivares se encontram referenciadas em bancos de germoplasmi.1, e os respectivos nomes vulg:lres c países de origem. encontram-se descritos em Jorge (199&).
Dos cinco isolamentos de A. c(flUlida testados três foram colhidos cm nabo (lJ. rapa
V'lr. rllpaj, cm Portimão (Ac506). na Lourinhã tAc50&) c na Costa de Caparica (Ac509). O isolamento Ac51 O I"oi colhido cm couve chinesa (13. rapa var. pekil1el1si.\·) na Póvoa do Varzim, c
°
isolamento Ac513 foi colhido cm rábano (R. smivlIs) em Ponimào.Fez-se uma casualizaçfio aleatória completa das 40 amostras de B. oleracea em
tabuleiros de alvco!os, e trinta repetições por amostra testada. Seis dias após a sementeira, procedeu-se à inoculaç[ío de cada cotilédonc completamente expandido
XII Jornadas de Selecciôl/ y Melora de /)/(III/(IS /-{o,.,ico/as 273
com duas gotas de I Opl de uma suspensão de I x \05 zoósporos/ml de cada um dos isolamentos. Para além da casualização das al110stras 110 tabuleiro, procedelH;e ú
casualização da inoculação dos cotilédones, para cada Ulll dos isolamentos testados. num delineamento em "split -plot".
As condições de preparação das plantas. de infecção c de incubação foram semelhantes i1s descritas por Williams (1985). A avaliação das interacções fenotípicas resultantes lIe cada combinação planw-isolamcnto roi reita 10 dias após inoculação usando a escala de avaliação lIe Leckie ef a/. (1996): NN
=
sem sintomas: (F)N=
cloroscs e/oll pontuaç(ies necróticas r\.!stritas à zona de inoculação da púgina superior do cotilédone: FN = nccroses intensas, que podem estender-se à página inferior do cotilédonc; SI = pústulas de pequenas dimensões na página superior dos cotilédones e ausência de esporulnção na púgina inrerior; S2=
pústulas de pequenas dimensões espalhadas na página superior dos cotilédones c também na página inferior; S3 = püstulas de pequcnas a grandes dimensões na p::'lgilla superior dos cotilédones e püstulas de grandes dimensões ou coalcscclltes l1a página inferior dos cotilêdones, Oll eobpso dc tecidos na planta. Apenas nas class~s SI, S2 c S3 se detecta cspondação do fungo.Os fenótipos de interacção (FI) obtidos toram reagrupados, por forma a porem em evidência a sua sCl11ellwnça, em quatro grupos - NN, l(F)N+rN], SI e lS2+S3]. que correspondem a ren(Ítipos de interacç5.o representativos de imunidade. resistência. moderada susceptibilidade (tolcrüncia) e elevada susceptibilidade, respectivamente.
Os dados foram analisados por Classificação Autol1ltltica. utilizando o programa S.r.A.D. (Systcll1c POrLable pOlir L'Analyse des Données), elahorado por Leban el aI. (1985). Este métudo de análise de agregados permitiu agrupar as intcracções B.
oleracea - A. candida por eriterios de semelhança estabelecendo grupos devidamente
caracterizados.
3. Resultados c Discuss<1o
No Quadro I apresentam-se as frcquências dos FI obtidos nas quarenta combinações
B. oleracea -//. candida.
De entre as al110stras que se mostraram sllsl'cptiveis a inlCcções cruzadas. deslacam -se pela sua maior sllsceptibilid~ldc a Couve lombareb "l3russdsL' WiIHer" (39). susceptível a todos os isolamentos de origem não homóloga testados. com percentagens
de infecção que se situaram entre os 3,3% para o isolamento Ac5 I 3 de R. sat;I'//S, c os 56,6% para o isolamento Ac51 O de
n.
/'Opa; a Couve repolho "Large 8100d Red" (22) cujos valores de infccç<1o variaram entre os 6.7% para o isolamelllo Ac513. e os 40.0% para o Ac50g; a Couve repolho "L. B. Sel. Smil" (20) com valores entre os 3,3% para o isolamento Ac513 c os 26,7% para o Ac509: a Cavolo Verl.:a "San Giovanni" (3) com valores entre os 3.3% para os isolamentos Ac508 e Ac51 O c os 20.6% para o isolamento Ac 513; <l Kalc (7) com valores entre os 3,3% para o isolamento Ac50S c os 25,0% para o AcSl O; e a Couvc-tlor "AU1Umt1 Italian Pyramid Type" (14). que mostrou ser apenas susceptível aos isolmTIentos Ac513 (6.7% de plantas infectadas) e Ac50g (com 20,0<% de in!Ccções).As amostras Kale "Chel11berc Dzagulllhana" (2). Couve de Valhascos (30) c a testemunha B. oleracca de ciclo curto CrGC 3.4 (40), apenas mostraram tn susceptibilidade aos isolamentos de origem não-homóloga provenientes de B. rapa. Nestas couves ii susceptibilidade lambêl11 mostrou ser função do isolamento test'ldo. Assim, na Kale "Chcmbere Ozagulllhana" (2) os nivcis de inlecção situaram-se entre os 3,3-3,4%, para os isolamentos Ac 506, Ac 509 e Ac51 O e os 13.3% para o isolamento
274 XII Jomada!}' de Sc/ec.:óón J' Jlhiom de Plonla.\" Norlico/as
Ac50S; na Couve de Valhascos (30) v~riarall1 entre os 3,3% para u Ac506 c os 13,3% para o Ac508; e na
B.
u/eracea de ciclo curto CrGC 3.4 (40) entre os 3.3% para O Ac506 e os 20,0% para o AcSI O.Das amostras susceptiveis a infecçõt:s cruzadas a Kalc "Giant Jersey" (4) loi a (mica a ser exclusivamente infectada pelo isolamento Ac513 de R. salivlIs. o que a colol.;<I numa posição peculiar uma vt:z que este isolamento mostrou ser, por norma, menos
palOgénil:u em B. o/eracell do que os rt:stantes isolamentos nào homólogos provenientes de B. rapa (Jorge & Dias, 1999).
Entre os isolamentos de B. rapa, verificou·se que os isolamentos Ac508 (Lourinhil) c AcSIO (Póvoa do Varzim) tiveram maior capacidade de infecçJo/compatibilidadc cm 11.
o/erncea com 60,0% e 45.0% de amQstas inlcl:ladas, respectivamente. contra 22,5% c 35.0% dos isolamentos Ac506 e Ac509. Nas amostras infectadas pelos quatro
isolamentos como a Kale "Chelllbere Dzagumhana" (2), a Couve rt.!polho L. B. SeI. SOli!." (20). a Couve Repolho "Largc Blood Red" (22). a Couve de Valhascos (30), a Couve Lombarda "Brusselse Winler" (39) e a CrGC 3.4 (40), a percentagem dt! planws inrect~ldas foi tamhém. por norma, superior nas interacções C0111 aqueles dois
isolamentos. Apenas constituiu excepção àquela regra a Couve repolho" L. B. SeI.
Smit." (20) em que as infecções causadas pelos isolamentos Ac506 e I\c509 revelaram ser superiores <.is causadas pelos Ac508 c Ac51 O, e maioritariamente incluídas na classe fenotipiea representativa de maior susceptibilidade (S2+S3J
(eI
Qundro I). enquanto que ns interacções com os isol3J1lcntos AcS06 c Ac509 se distribuir:J111 1113isequitativamente pelas classes de susceptibilidade S I I.; [S2+S3].
Nns amostraS exclusivamentc infectadas pelos isolamentos de B. rapo Ac 508 e Ac
510 como a Kale "K 269" (5). a Couve galega "[3ral1ca"(9). a Couve-tlor "Modelet"
(18), a Couve roxa "L. B. Graag Group I" (19), a Couve roxa "Kisscndrup" (26). a Couve de Bruxelas "Electra Group I" (36) c a Couve de Bruxclas "dc la Halle" (37), verificou-se haver uma ligeira tendência do isolamento Ae50H originar maior susceptibilidade nalgumas destas amostras.
Para nvnliar toda esta variabilidade recorreu-se, ao Ill~todo de Classi1ícaçào Autolll~lica para canH.:terização das interacções B. o/eracea -A. ealJ(/ida. Cada grupo formado é caracterizado: i) pclo predomínio de um ou mais FI [quando o valor do
critério I para !.!sses fellótipos
c
igualou superior ao valor 2, t: a probabilidade de teremsido incluídos ao aeaso próxima do valor zero]: ii) pl;!la baixa frequência de outro ou
outros FI [quando o valor da entidndc critério para esses tcnólipos é igualou inrerior ao valor -2. com prohabilidade próxima de zerol (St Aubyn, comunicação pessoal).
A distribuição das 200 interacções B. nleracea . A. (.'cllldida nos três grupos rormados
por Classificaçào Automâlica. c a caracterização desses grupos encontram-se descritas cm Jorge (1998). No Quadro 2 encontra-se a distribuiçfío percentual dos fenótipos de
intcracçào em cada UI11 dos grupos lorll1ados. e no conjunto das 200 interacções. Pela anâlise do Quadro 2 vcrilica·se que o lenótipo de intcracção [(F)N+FN] é largamente
predominante. quer na globalidade elas interacções (89,S%), quer em eada um cios grupos lormndos (96,0% no grupo I: 72.4% no grupo 2. e 60.7% no grupo 3). o que
salienta cm termos gerais uma elevada resistcncia/incompatibilidade das amostras de /J. o/eracea a infecções de A. cOl1dida de origem nào·holllóloga.
, Um 1.!cICfmin;.uJo t"cllúlipu dc intcrac~':i'1 (FI) l':lr:IClcnL:I I:UlI<) melhor UIII ~ruJXl 'jmmto Ill:li:-. n \'"Im du çrih.'riu mr
,uf1a!OI'.l 2; .. haixa frcqu':nci" ue um rI nU,1I l,!rtlf1ll c lanto tl\,II~ relo:\,ltl!c 'IU:IIHO ll1.n~ () vrllor do critt:rio rúr infcnur a ~2. Um .:riléri" rorte. lIum ~cnti(!D DU llOlltro. tl.:\·c, cnl valur ahsolut,). :,f,!star·'e o mai~ f1o"ível do v:tlor uoi, (SI
Auhyn. cnmunic1U,;;10 jlc""o;tll.
XII.lom(ldll.~ de SelecdÚl/.I" Mejura de /Jhllllas lIol"ficolas 275
Quadro 2. Distribuiyào dos fenótipos de interacção A. cam/ida - B. o/e/"ucca nos três
grupos delinidos por Clnssificação Automâti<.:i.l e na totalidade das interacções. Perccn(.wcm de inclusão
Fcnútipo de Grupo I Grupo 2 Grupo 3 Geral Interacção
NN 1.9 25.3 4,2 6,2
[(F)N+FN] 96.0 72,4 60,7 89.8
SI 0,5 O.~ 12,2 1,2
[S2+S3] 1.6 1.5 22,9 2,7
o
grupo I abrange 153 das 200 interacções testadas (76,5%) c é caractcrizado porlima elevadíssima fi·cquência do fCllótipo de interacção [(F)N+FN]. nssocindo n baixas
frequencias dos ICllôtipos de interacçào NN, SIC [52+S3] (critérios de 11,688; -10,722;
- 5,284. e - 4,507. respectivamente). Neste grupo hú 96.0% de interacções que
apresentam como I'cnútipo de interacção [(FlN+FN] indicador da elevada resistência <l isolamentos de origem nào homóloga (c..I Quadro 2).
O grupo 2 engloba 36 das 200 interacções (I S.O%) c ,: caracterizado por uma elevada
frequência do f"enótipo de interacção NN (t.:ritério
=
12218). c por baixos valores de[(F)N+FN]lcritério =· 8,533).
O grupo 3 é composto por 011Z~ interacções e é caracterizado pela existência de elevadas frequências dos lenótipos de intcracçào S I e [52+S3] (critério = 11.070 c
10.557, respectivamente) c muito baixa frequência do renótipo de interacção
[(F)N+FN] (critêrio = -7,357). Este grupo engloba interacções /3. o/eracea -A. condida
altamente compatíveis, apesar de a inlccção ocorrer num hospt.:dt.!iro não homólogo. Os
renótipos de intl!rncção da amostra Cavolo Verza "San Giovanni" (3) COI11 o isolamento
Ac513 de R .. wllivIIS, e du cultivar Kale (7) com o isolamento AcSI O enquadram-se
neste grupo. assim 1..:01110 o da Couve repolho "L. B. SeI. Smit" (20) rclativamente ao isolamento Ac509. Todos os fcnótipos de interacção da Couve repolho "Largc Blood Red" (21) c da Couve Lombarda "Brussclsc Winter" (39) se enquadram no grupo 3. de
grande susceptibilidade, qualquer que seja o isolamento de /J. rapa testado. Não se
encontrou correlação entre este grupo c qualqucr dos cinco isolamentos não homólogos
de A. candida h:stados.
Verificou-se ainda que. nas interacções cntre as amostras de B. olel"ac(!a testadas e os isolamentos ni"lo homólogos, a nota dominante é a resistência/incompatibilidade apresentando O f"e!lótipo de interncç~o ((F)N+FN] valores m,:dius dt:: S9,8% (c..f Quadro
2). o que vem corroborar a existência de raças fisiológicas em A. cal/cNdo. descrita por
diversos autores (Pound & Williams. 1963: Verl11a el aI .. 1975: Delwiche & Willinms.
1977: Pidskalny & Rimmer. 1985; )-lill ela/., 1988). No entanto ~xistel11 amostras de IJ.
o/el"ocea que aprL'scntam compatibilidade /susceptibilidade a isolamentos nào
homólogos de A. cal/dida, como é o <.:aso da Couve repolho "Large Blood Red" (22) c
da Couve lombarda "Brusselse Willter" (39). em que se verificou haver o maior número
de injecções cruzadas
lei
Quadro I), independentemente do isolamento de A. cal/didoproveniente de
B.
rapa testado. e que atingem nesta última cultivar valores próximosdos 50%. Rel:ltiví.lll1cnte às infecções causadas pelo isolamento Ac513, proveniente de
R .. wlivlIs. elas são mais evidentes nas amostras Cavolo "Vcrza San Giovanni" (3) e
Kalc (7), assumindo em ambas, o J'cnótipo de interacçiio
l
SI]
grande importânciarelativa
«f
Quadro I).Segundo Jorge (1998). as amostras em que a existência de infecções cruzadas se revelou Illais signilicativa. independentemente da proveniência dos isolamentos não
276 XI/Jornadas de Selecciol/.I' Mejora de PI{/IIIa.~ lIurfico/as
homólogos (de B. rapa ou de R. salivlls), como a Cavalo "Vcrza San Giovanni" (3), a
"Kale" (7), a COllve Repolho" L. B. SeI. Smit" (20), a COllve Repolho "Largo Blood
Red" (22) t: a Couve Lomburda "Brusselsc Wintcr" (39). revelaram lamhém grande SLlSl'Cplibilidadc a isolamentos de A. cal/dida d\,; origl!1TI hOl1lóloga colhidos cm B.
o/eracea (Jorge & Dias. 1999). Nestas amostras verificou-se que, para a maioria das plüntuJas observadas, a intensidade e o padrão de csporulaçào presentes dentro de cada
classe II:llotipica reveladora de compmibilidade eram análogos. independentemente de a
inl~cçào ter sido causada por um isolamento homólogo ou não. No entanto. CI11 muitas
outras amostras onde se detectaram infecções cruzadas, nomeadamente na Couve de
Valhascos (30) (' na Couve de Corte (34), verificou·se que as interacções "planta
-patogenia" para isolamentos não homólogos se enquadravam em classes t"enotípicas
reveladoras de menor compatibilidade/susceptibilidade, ou nas mesmas classes fcnotípicas, mas apresentando 111enor intensidade de csporulação assexuada, quando cOlllparndas com as obtidas para isolamentos homólogos, o quc estú de acordo com o
referido por Pound & Williams (1963), que admitem a hipotese de este facto ser
explicado pela existência de reacções de compatibilidade apenas parciais entre raças
fisiológicas de A. COlidida e hospedeiros niio homólogos. Independentemente do padrào
e da intensidade de esporulação obtidos, constata-se que as percentagens de infel.:ção obtidas são muito superiores nas combinações homólog<ls, qualquer que seja
a
amostrade B. o/erncea testada (Jorge, I 99~).
4. Conclusõcs
Verilicou-sc que os isolamcntos provenientes de B. rapa conseguem infel.:tar
maior número de cultivares de B. o/eracen. causando por norma maiores níveis de
inlCcção do que os de R. sat;FIIS (ef Quadro I,. o que não é de estranhar visto haver
uma maior proximidade genética entre especies do mesmo género (IJ, o/eracea c B. rapa) do que entre espécies de géneros di ferelllcs (B. o/eracea e R. sarivlls)~ pelo que é
natmal que os isolamt.:1110s oriundos de B. mpa causem maior patogenicidade em B. o/eracea.
Nos isolamentos provenientes de B. rapa, verificou~se Ulll aUlllento crescente da patogcnicidade ao longo dn sequ0ncia Ac506 (Portimão) -> Ac509 (Costa de
Caparica) -> Ac51 O (Póvoa do Varzim) - > Ac50R (Lourinhã), tendo sido HS maiores diferenças entre isolamentos detectadas !las amostras menos susceptíveis
a
infecçõescruzadas.
Aerudecimentos
Ao Professor Catedrútico António SI. Aubin pelo apoio na anúlise e interpretaçào
estatística dos resultados. Este trabalho foi realizado 110 âmbito do projecto AIR
CT920463 "The 10c~Hion anel exploitatioll af genes for pest anel disease rl'sistancc !11 eurupean gene bank collectiolls 01' horticultura I brassicas·'.
Relerências
Dclwiche, P.A. & Williams, P.H.,1977. Gt.:netic studies in B/"C/ssico l1igra (L.) Koch. Cmc!lerae Nell'slelle/", 2 : 39.
Hill, C.B.: Cru te, I.R. : SherrirC C. & Williams, r.I-I., 198R. SpecilicilY 01' Albllgo
candida aml Per(Jl/ospora parasifico pathotypcs toward rapid~cyclillg crucifers.
Crl1c~lerae News/eller, 13 : 112-113.
...
XII./o/"lwc!us dI! SeleCCf(ill.I" i\hjom dI! Plall/aI' florlico/as 277
HorsL R.K .. 1990. Westcofl's pIam diseosc handbook. VNR, Ne\v York. 953 pp. Jorge, L .. 1998. Cor(/cteri=açôo de isolamentos portllglleses de A/lJlIgo co/Ulida (Pers.)
Kuntze. Disscrtayão de Mestrado cm Horticultura. Universidade Técnica de Lisboa. Instituto Superior de Agronomia. Lisboa. 83pp.
Jorge, L. & Dias, 1.S., 1999. Selecção de cultivares de B. o/eracea resistentes à ferrugem branca das BrassiciÍccas [A/bilgo ('CIndida (Pers.) KlIl1r:e]. V Encontro Nacional de Protecçào Integrada_ Illstituto Polil~cnico de Bragança. Bragança. Pp. 304-312.
Lebart, L. & Morincau. A., 1985. SySlcme porrable pOlir I'Anofl'se des dOl1nées.
(SPADl. C.E.S.I.A., Paris.
Leckie, D.; Astley_ D; Crule, 1.: Ellis, P.; Pink, D.: Boukcma. I; Monteiro, A. A. &
Dias. J.S., 1996. The location aml cxploitation of genes for pest and disease resistance in european gene bank collections uf horticultural brassicas. AC/(I HorticlIltllroe. 407: 95 - 102.
Pidskalny. R.S. & Rimmer, S.R., 1985. Vinllcncc orAI/J/lgo candida rrom turnip rape
(/lrassica cOIllpestris) anel Illustard (Brossica jlll1cea) on various crucifers. CCIII . .J. Piam Palho!., 7 : 283- 286.
Pound, G.S. & Williams, P.I'!., 1963. Biological races of Albugo cal/dida. Phvlopalho!ogv. 53 ( 10): I 146 - I 149.
Santos, M.P.; Dias, J.S. & Monteiro, A.A .. 1996. Avaliação de uma colecção de germpolasma para detecção de resistência cotilcdonar ao Albllgo caJUIie/a (Pers.) Kuntze. Resumos da I" Reunião da Sociedade Portuguesa de Fitopatologia. pp.192 -194.
Smilh, 1.; Dunez, .1.; Lelliot, R.; Phillips, D.& Archcr. S .. 1985. European hOlulboo/o. (?f p/ali! diseases. Blackwell Scientifíc Publications., London. 583 pp.
Williams, P.H., 1985. Crlfc!'fer gellelics coopero/il!e resollrce book. Dept. of Plant
.:...o ...., . _ ' " .. ...., o ~ t~ ;"o~ ... <".0 ~ ;;~ ~s~ _;; :;s _~ t:;; :-'_ s g E ss ~ ;; :!: ~ = pp t" t'f ' .... o o ,"_ +