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Metodologia para identificação ou incorporação de atividades facilitadoras para continuidade dos processos de produção, utilizando-se de ferramentas gerenciais visuais: estudos de caso na construção civil

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Metodologia para identificação ou incorporação de atividades

facilitadoras para continuidade dos processos de produção,

utilizando-se de ferramentas gerenciais visuais: estudos de caso na construção

civil

Débora de Gois Santos (UFSC), deboragois@yahoo.com.br

Luiz Fernando M. Heineck (UFSC), heineck@eps.ufsc.br

Resumo

Observa-se que na Indústria da Construção Civil ocorrem interrupções nos processos produtivos, serviços de construção, causando descontinuidades nesses, baixa velocidade de produção, consumo excessivo de recursos e comprometimento no cumprimento de prazos. Este trabalho tem por objetivo aplicar uma metodologia para incorporação ou identificação de atividades facilitadoras desse processo de produção, que contribua para a estabilização do fluxo de trabalho, utilizando-se de ferramentas gerenciais visuais para a inclusão dessas atividades conforme a categoria que representam. Essas atividades são denominadas facilitadoras, por anteciparem ações gerenciais para melhoria do fluxo de produção ou por removerem restrições nos processos.

Palavras-chave: Descontinuidades, Processo produtivo, Atividades facilitadoras.

1. Introdução

Esta pesquisa objetiva a identificação ou incorporação de atividades facilitadoras nos processos de produção. A primeira busca levantar nos processos praticados em obra atividades que facilite-os, mas que se encontram incorporadas nesses. Neste caso servem para alimentar um banco de dados que contribuiu para a melhoria contínua do referido processo. A incorporação, por sua vez, refere-se àquelas atividades cuja ausência provocou uma interrupção no processo construtivo, sendo sugeridas como facilitadoras do processo, para que ao serem incorporadas esse se torne contínuo.

Desta forma, a pesquisa passa pela identificação dessas atividades, na revisão da literatura e em estudos de campo, de áreas de conhecimento que forneçam exemplos dessas atividades para o setor da Construção Civil, sub-setor Edificação, para em seguida apresenta-las de forma visual à equipe técnica da obra e essa possa manipular tais ferramentas para a melhoria contínua de seus processos.

A identificação na revisão da literatura resultou na classificação das atividades facilitadoras em oito categorias: acesso, projeto, preparação do trabalho, conferência do trabalho, conflito espacial, seqüenciamento, proteção dos operários e proteção dos processos.

A Construção Civil é uma indústria que apresenta características diferentes das demais, por seu caráter nômade, sujeito a condições climáticas adversas, construção de produto único, produto fixo e operários deslocando-se em volta deste, dentre outras características. Esse ambiente torna-se propício então a interrupções em seus processos de produção, que podem ser devidas a baixa qualidade, baixa produtividade e paradas na execução dos processos. Essas últimas podem ser devidas a não observação de atividades facilitadoras de processos, que seriam as atividades antecipáveis e de remoção de restrições. Porém, para a aplicação dessas nos processos de produção é necessário sua classificação. O método de trabalho

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consistiu então na identificação dessas atividades na revisão da literatura de gerenciamento da construção e em seis estudos de campo, que foram casos exploratórios, objetivando extrair exemplos de diferentes etapas da execução da edificação, bem como tecnologias construtivas diversas.

Em seguida, essas atividades foram agrupadas em categorias, conforme características semelhantes, bem como considerações quanto ao momento de ocorrência. Por fim, para esse agrupamento, assim como para a incorporação ou identificação nos processos, utilizou-se de ferramentas gerenciais visuais.

As atividades facilitadoras são aquelas que possibilitam a continuidade do fluxo do trabalho, quando incorporadas nos processos de produção. Elas estão relacionadas com o eixo de processos e as decisões para que as operações ocorram sem paradas, por definição a partir de então se introduz um novo conceito.

Com essa classificação as equipes de planejamento e principalmente a técnica podem tomar decisões no dia a dia dos processos de produção, uma vez que grande parte das interrupções ocorre no nível operacional, local em que essas descontinuidades são observadas.

Os estudos de campo foram realizados através de levantamento de exemplos que causavam interrupções nos processos de produção, o que permitiu a criação de categorias para essas atividades, possibilitando sua caracterização e classificação para direcionar as medidas de decisão para a minimização ou eliminação de interrupções. As categorias formuladas neste trabalho são definidas segundo o momento de interferência das atividades em obra.

2. Revisão da literatura

O método consiste na identificação dessas atividades na revisão da literatura de gerenciamento da construção, em áreas como Construtibilidade, Construção Enxuta, Análise de Restrições, Gerenciamento de Risco e Programação de Obra, para os processos de construção em edificações, com foco no nível hierárquico operacional, uma vez que essas têm como fundamento a otimização dos processos de produção, objetivando a redução dos prazos de conclusão de empreendimentos e do consumo de recursos. Nessa procurou-se separar as atividades que interrompem o fluxo do trabalho em categorias, para alimentar o processo de tomada de decisão.

A área de pesquisa Construtibilidade foi estudada porque é formada de conceitos que possuem requisitos que colaboram na relação projeto/produto, segundo o especificado no primeiro. Desta forma, colabora com a compreensão dos fatores intervenientes do projeto que influenciam a construção do empreendimento, ou seja, com o conhecimento das ações e dos problemas da construção para a otimização de projetos futuros, conforme o Constructability

Committee of the Construction Industry Institute (1991).

Este termo apresenta definições diversas. Considera-se nesta pesquisa uma definição relacionada à interface entre o processo de concepção e o de execução, então se adotou a definição de O’Connor, Rush e Schulz (1987), em que a construtibilidade possibilita a introdução dos conhecimentos de construção em atividades precedentes nas fases de projeto e planejamento, o que resultará em eficiência das operações de campo, uma vez que quanto mais rápido os problemas forem solucionados menos riscos terá o gerenciamento da construção.

Deste modo, na área de Construtibilidade verificaram-se exemplos de interrupção no fluxo do trabalho devidos a: seqüência de trabalho, acesso e projeto. Esses agrupamentos de atividades ao final da análise das áreas gerenciais levam à construção das categorias apresentadas no item de Ferramentas gerenciais adotadas nesta pesquisa deste artigo.

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Estudou-se ainda a Construção Enxuta, nela procurou-se identificar informações a respeito de interrupções no fluxo do trabalho, com indícios de paradas devidas a restrições de atividade ou atividades que não foram antecipadas.

É sabido que a Construção Enxuta teve origem na Produção Enxuta, que por sua vez originou-se na indústria japonesa, mais especificamente na Toyota Motor Company, a partir dos trabalhos desenvolvidos por Ohno (1997) e Shingo (1996), em que foram estudados os sistemas de produção norte-americanos do período pós-segunda guerra mundial e adaptados para a realidade japonesa da época, ou seja, escassez de recursos (SANTOS, 1999).

Assim, as inovações dessa filosofia são resumidas nos pontos relacionados a esta pesquisa (KOSKELA, 1992; SHINGO, 1996; KOSKELA, 2000 e HIROTA e FORMOSO, 2000): - Abandono do conceito de processo como transformação de inputs em outputs, designados a

fluxo de materiais e informações;

- Análise do processo de produção por intermédio de um sistema de dois eixos ortogonais (Processo X Operação); e

- Consideração do valor agregado sob o ponto de vista do cliente interno e externo, tendo como conseqüência à reformulação do conceito de perdas, que passa a incluir, também, as atividades que não agregam valor ao produto, como transporte, estoque, espera, inspeção e retrabalho.

Os princípios enxutos destacam a interdependência entre processos, servindo para definir problemas no processo de fluxo, como complexidade, não-transparência e controle segmentado. Segundo Heineck e Machado (2001), os fluxos devem ser considerados para a melhoria do processo produtivo, uma vez que consistem no planejamento de ações futuras. Dessa área de conhecimento extraiu-se exemplos de paradas nos processos devidos a: seqüenciamento, conflito espacial, preparação do trabalho, condições de trabalho, condições de solo e drenagem.

Outra área norteadora do trabalho é a de Análise de Restrições, porque identifica os gargalos no sistema de produção, bem como os recursos a eles relacionados, uma vez que são os responsáveis pelo desenvolvimento do fluxo de produção, segundo a capacidade requerida pelo sistema (GOLDRATT e COX, 1997). Deste modo, um sistema de produção com gargalos leva a interrupção do processo de trabalho porque este irá operar aquém de sua capacidade.

Conforme Goldratt e Cox (1997), o gargalo está diretamente ligado à engenharia de produção, às situações ocorridas no chão de fábrica que causam interrupções no fluxo de trabalho. Na medida que a construção também trabalha em fluxo (neste caso, dos processos em torno do produto) ela apresenta postos de trabalho que são restrições ao sistema construtivo (SANTOS, 2004). Ainda, segundo Goldratt e Cox (1997), não adianta focar só no que causa a restrição ao processo, é preciso ver o sistema de produção para evitar que se forme nova restrição.

Nesta área de conhecimento identificaram-se exemplos de interrupções no fluxo do trabalho com relação a: condições climáticas, pré-requisito do trabalho, espaço, seqüenciamento e condições de solo.

Tem-se ainda mais duas áreas de conhecimento, uma delas é o Gerenciamento de Risco. Esse tem importância neste trabalho porque exerce influência na determinação de atividades decisivas de processos críticos, tratando da segurança de operários e locais de trabalho, com relação a riscos por acidentes ou exposição a esses quando do desempenho do trabalho, além

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de risco referente a investimentos (SANTOS, 2004). Na pesquisa objetiva-se trabalhar a preparação do local de trabalho para evitar o risco, pela construção das proteções ou por paradas por acidentes, que irá interromper o fluxo do processo de produção, tendo influência direta na tomada de decisão para o planejamento dessas ações e do material necessário a sua implantação.

Nessa área de conhecimento observaram-se descontinuidades nos processos de construção devidas a: proteção da mão-de-obra, proteção dos processos e fornecimento de materiais. Por fim, estudou-se a Programação de Obra, com o intuito de levantar as falhas ou descontinuidades na programação que levem a interrupções no fluxo do processo, como também para que as atividades facilitadoras identificadas possam ser inseridas na programação de obras futuras. Deste modo, foram pesquisados trabalhos sobre os tipos de técnicas e métodos utilizados para programar obras, como PERT/CPM e Linha de Balanço, e suas aplicações em obras de edificações, sempre com o objetivo de identificar problemas de descontinuidades no fluxo de produção.

Nessa área observou-se exemplos de descontinuidades para a programação de obra relacionados a: mudanças nos projetos, condições climáticas, suprimento, falhas no planejamento, espaço, seqüência de trabalho, conflito espacial, fluxo de recursos e condições de trabalho.

3. Ferramentas gerenciais adotadas na pesquisa

O método de coleta de dados utilizou-se da metodologia de Gerenciamento de Processos, mapeando os processos de construção através de fluxogramas para a descrição dos procedimentos de trabalho adotados em obra. Adotou-se a simbologia apresentada por Gilbreth em 1921, usada em vários tipos de trabalhos (Barnes, 1977; Currie, 1977) e que utiliza símbolos que agregam valor ao produto (processamento) e outros que não agregam, conforme Quadro 1. Os símbolos de processamento, armazenagem e decisão ainda podem ser sobrepostos com o de verificação. Tal fato ocorre quando o operário executa a operação e esta é seguida de inspeção por ele.

Passo básico Passo específico Símbolo Significado O que representa Operação Processamento Transforma os materiais em produtos semi-acabados Atividades que agregam valor ao produto final Movimentação Transporte Transporte do material para o posto de trabalho Deslocamentos no canteiro até o trabalho

Espera Tempo necessário para conformação do produto Tempo regulamentar exigido por norma Retenção

Armazenagem no

pavimento Armazenagem no posto de trabalho Estoque intermediário, duplo manuseio Insumos Insumos Matérias primas Materiais necessários

Verificação Conferência de materiais ou partes do processo segundo padrões pré-estabelecidos

Investiga a qualidade do produto executado ou de sua parte

Inspeção

Decisão Consulta para verificação de conclusão de etapas Investiga se o processo foi concluído Quadro 1: Simbologia utilizada para a construção dos fluxogramas.

Neste trabalho elaboraram-se novos símbolos para mostrar a interseção entre processos diferentes, bem como a inclusão das atividades facilitadoras nesses, conforme Quadro 2.

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A Ilustração 1 apresenta um exemplo de processo produtivo do Assentamento de Piso de Granito em área seca. Esse fluxograma foi elaborado para um processo específico aplicado em uma empresa particular, uma vez que os procedimentos são elaborados conforme a realidade da obra. As atividades facilitadoras agem no eixo Processo X Operação, na tomada de decisão relacionada ao processo.

Passo básico Passo específico Símbolo Significado O que representa Retrabalho Correção do produto por não conformidade Atividade de processamento extra usada para correções Retrabalho seguido

de inspeção

Correção do produto por não conformidade, seguida de inspeção

Atividade de processamento extra usada para correções Operação

Interdependência

entre redes Transformação que depende de outro processo Interdependência entre processos Atividade facilitadora Atividade antecipável ou de remoção de restrição Atividades facilitadoras do processo

Aponta atividades chaves do processo

Quadro 2: Simbologia acrescentada a da engenharia de produção para a construção dos fluxogramas.

Reboco interno ou azulejo

Materiais e ferramentas para o contrapiso Verificar partida da montagem Verificar o nível

Assentar piso

Rejuntar

Executar contrapiso

Pintura de portas e paredes Secar assentamento para rejuntar Cortar material

Material e ferramentas para o piso e o rejunte

Preparar proteções individuais

Limpar local de trabalho

Limpar área de trabalho

Laje fora de nível? S N Corrigir superfície Preparar argamassa

4

16

18

19

8

5 18

Ilustração 1: Rede operacional do Assentamento de Piso de Granito em área seca.

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reagir a uma interrupção provocada pela ausência dessas, indicando os momentos em que as causas para a interrupção na execução dos processos ocorrem. A linha tracejada em azul representa o último momento em que a atividade deve ser realizada para evitar ou minimizar a interrupção. A seta vertical em azul, apontando para cima, mostra que essa mesma atividade pode ser realizada tão antes quanto seja possível. A numeração colocada no interior da seta em curva facilita a identificação de cada uma dessas atividades. Nesse processo, em especial, a restrição está no trabalho em local de grande movimentação, como o hall do elevador, necessitando, para evitar interferência entre processos, que o espaço encontre-se disponível unicamente para sua realização.

No referido exemplo da Ilustração 1, os números inseridos nas setas representam as atividades facilitadoras de:

5 - Observar confronto entre processos. 4 - Testar e aprovar cores de rejunte.

8 - Verificar o nivelamento da superfície antes de iniciar o processo para evitar interrupções durante o assentamento.

16 - Armazenar e disponibilizar os materiais e as ferramentas de forma adequada. 18 - Manter local de trabalho limpo para deslocamento dos recursos de produção. 19 - Disponibilizar os equipamentos de segurança necessários.

Após essa identificação procura-se associar à atividade facilitadora a categoria que essa corresponde. Esse processo é realizado consultando o Diagrama de Ishikawa elaborado para esse fim, adaptado do gráfico de Causa Efeito proposto por Ishikawa (1997). Assim, essa ferramenta gerencial é utilizada para permitir a localização das atividades que causaram interrupções no processo segundo as categorias de processo descritas. Essa ferramenta da qualidade associa causas, que no caso são as categorias, com um dado efeito, interrupção no fluxo do trabalho (ISHIKAWA, 1997).

De posse das atividades facilitadoras identificadas no fluxograma procura-se no diagrama elaborado, a qual categoria a atividade se refere. Nesse Diagrama de Ishikawa, as causas são cada uma das categorias elaboradas e o efeito é a interrupção no fluxo do trabalho. Com este propósito elaborou-se o diagrama com três níveis de causas, ou espinha com três ramificações (por motivo de limitação de espaço esse diagrama não será apresentado no trabalho). Deste modo, quando o pesquisador ou a equipe técnica de canteiro identifica uma situação de descontinuidade em obra este(a) procura no gráfico o termo que melhor justifica o motivo desta parada e observa a categoria a que esse motivo está relacionado.

Conforme Santos (2004), as categorias de atividade facilitadoras são:

- (1) Acesso: está relacionada ao acesso de recursos humanos e materiais a locais de trabalho, compreende o posto de trabalho ou o canteiro de obras. O acesso é observado em termos de abastecimentos internos e de alcance da mão-de-obra à superfície a ser trabalhada.

- (2) Projeto: são as características do projeto que possibilitam a sua construtibilidade, como detalhamentos, simplificações, padronizações, compatibilização e conclusão de projetos, bem como alterações após o início da construção.

- (3) Preparação do trabalho: é a disponibilização no posto de trabalho dos recursos de produção necessários ao início dos processos, em termos de materiais, mão-de-obra, equipamentos e ferramentas, instruções de trabalho, qualidade da superfície a ser trabalhada e conclusão de processos antecedentes.

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- (4) Conferência do trabalho: está relacionada com as medidas de desempenho do processo desenvolvido, como tolerâncias dimensionais permitidas, qualidade do produto elaborado, verificação de nivelamentos, por exemplo.

- (5) Conflito espacial: esta categoria relaciona-se com o confronto no espaço e tempo de elementos de construção ou de categorias de mão-de-obra para a realização de processos diferentes num mesmo ambiente de trabalho.

- (6) Seqüenciamento: está relacionada com a ordem de produção de determinado processo, no caso de uma inversão observa-se se esta é permitida e quais as providências que devem ser tomadas para evitar a descontinuidade dos processos. Muitas vezes uma inversão de seqüenciamento leva ao aumento no número de visitas no posto de trabalho para a conclusão do processo.

- (7) Proteção dos operários: trata-se da preocupação com disponibilização em canteiro de equipamentos de proteção coletivos e individuais. Quanto aos primeiros deve-se verificar a disponibilidade do local de risco para a sua fixação, em termos de tempo e de condições físicas. O trabalho em condição insegura gera risco de acidentes e interrupção das atividades para a devida correção.

- (8) Proteção dos processos: neste caso observa-se a proteção do processo de construção já elaborado de outros a serem executados no mesmo ambiente e que podem lhe causar danos, como quebras e respingos de materiais, independentes de serem provocados por uma inversão da seqüência construtiva.

Os três níveis hierárquicos em que o diagrama está divido têm correlação com os níveis hierárquicos de planejamento - estratégico, tático e operacional-, nessa mesma seqüência, em que o nome da categoria corresponde ao nível estratégico, o segundo nível de detalhamento ao tático e o terceiro ao operacional. Essas informações foram retiradas da literatura relacionando as interrupções com a área de Planejamento e Controle da Produção. Esse processo possibilita à equipe técnica relacionar em qual nível hierárquico será tomada a decisão a partir do observado no canteiro de obra.

De posse dessas categorias os exemplos de interrupção nos processos de produção de edificações podem ser classificados segundo o tipo e momento de ocorrência, desta forma a equipe gerencial em obra pode tomar providências e reagir em tempo hábil para evitar a descontinuidade.

Foram investigados seis estudos de campo, distribuídos em tecnologia construtiva de estrutura em concreto armado e em alvenaria estrutural. Os processos acompanhados vão da cravação de estacas nas fundações até os acabamentos finais, com louças.

Como exemplo tem-se que a categoria acesso que engloba layout, transporte e local de trabalho, por sua vez, esses sub-níveis podem ser divididos em mais uma camada. De forma geral, um Diagrama de Ishikawa pode ser subdividido em quantos níveis sejam necessários para esclarecer as causas de dado efeito.

Os sub-níveis foram extraídos da literatura e da análise dos estudos de campo, quando se procurou agrupar as causas para as descontinuidades nos processos construtivos, segundo os assuntos que se inter-relacionavam, por exemplo, as situações relacionadas à segurança do trabalho foram agrupadas, o mesmo ocorreu para acesso e preparação do local de trabalho. 4. Considerações

Observou-se que a identificação de atividades facilitadoras é necessária para evitar ou minimizar as descontinuidades no processo de produção, as variabilidades entre os processos

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precedentes, bem como os acréscimos de prazos para conclusão do empreendimento. Deste modo, as categorias de atividades facilitadoras sugeridas procuram contribuir com informações, para que o processo de produção seja otimizado com o melhor aproveitamento de seus recursos, como necessidades de clientes internos e externos, definição de interfaces entre processos e consideração dos requisitos de projeto.

Dentro da literatura de gerenciamento de construção pesquisada verifica-se que os autores, ao tratarem dos assuntos gerenciais, que abordam a continuidade dos processos, preocupam-se com restrições ao processo de produção, fluxos físicos e requisitos da segurança do trabalho para o desempenho dos processos em local seguro.

As ferramentas gerenciais adotadas, fluxograma e Diagrama de Ishikawa, mostraram-se eficientes para o propósito de representar, identificar e/ou incorporar as atividades facilitadoras nos processos de produção de edificações.

Referências

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GOLDRATT, E. M., COX, J. A meta: um processo de aprimoramento contínuo. Editora Educator, 1997, 385p. HEINECK, L. F. M., MACHADO, R. L. A geração de cartões de produção na programação enxuta de curto prazo em obra. In: Simpósio Brasileiro de Gestão da Qualidade e Organização do Trabalho, 2., 2001, Fortaleza.

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HIROTA, E. H., FORMOSO, C. T. O processo de aprendizagem na transferência dos conceitos e princípios da produção enxuta para a construção. In: Encontro Nacional do Ambiente Construído, 8., 2000, Salvador. Anais... Salvador, 2000, 8p.

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KOSKELA, L. An exploration towards a production theory and its application to construction. 2000. 298p. Doctor of Philosophy. VTT Technical Research Centre of Finland, Helsinki University of Technology, Espoo. KOSKELA, L. Application of the new production philosophy to construction. Technical Report 72, 1992, 75p. O’CONNOR, J. T., RUSH, S. E., SCHULZ, M. J. Constructability concepts for engineering and procurement.

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OHNO, T. O sistema Toyota de produção: além da produção em larga escala. Porto Alegre: Bookman, 1997. 149p.

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SANTOS, D. G. Método para a integração entre os planejamentos tático e operacional utilizando antecipação

de atividades: estudos de caso na construção civil. Qualificação de doutorado, 132p, 2004, Programa de

Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

SHINGO, S. O sistema Toyota de produção: do ponto de vista da engenharia de produção. 2a edição. Porto Alegre: Bookman, 1996, 291p.

Agradecimentos

Os autores gostariam de agradecer à agência que financia esta pesquisa: CNPq, bem como às empresas que colaboraram com a pesquisa, abrindo seus canteiros de obra.

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